Download - Anexo 4 modelo transteorico
MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO
Curso “Doenças Crônicas nas Redes de Atenção à Saúde”
Ministério da Saúde
Modelo Transteórico (MTT)
• Foi construído por James Prochaska, em 1979, por meio da
análise comparativa de mais de 29 teorias e modelos dos
principais enfoques psicoterápicos, tendo como foco o processo
de mudança;
• No transcorrer do estudo, os resultados mostravam que todas as
teorias apresentavam limitações e nenhuma delas explicava
detalhadamente o processo de motivação para mudança de
comportamento nas pessoas;
Modelo Transteórico
•Diante desta análise, Proschaska denominou de
“transteórico” o modelo que ali nascia;
•O principal pressuposto deste modelo, é o fato
de que as auto mudanças bem sucedidas
dependem da aplicação das estratégias certas
(processos) na hora certa (estágios).
Modelo Transteórico
• O grande ganho do MTT é a mudança intencional, o que significa
que é o indivíduo quem opta em realizar a mudança de
determinado comportamento;
• Enquanto outras abordagens se concentram nas influências
sociais ou biológicas do comportamento, este modelo está
fundamentado na premissa de que a mudança comportamental
acontece ao longo de um processo permeado por diversos níveis
de motivação para mudança;
Somos o que fazemos, mas somos,
principalmente, o que fazemos para mudar o que
somos.
Eduardo Galeano
Processo de Mudança
• É um conceito essencial do MTT e nos possibilita
o entendimento de como a mudança de
comportamento ocorre;
• Inclui diferentes dimensões (estágios
motivacionais), que devem ser consideradas em
conjunto para que possam ser mais bem
compreendidas.
Processo de Mudança
•Os estágios são considerados flutuantes; ou
seja, é possível que o indivíduo retorne a um
estágio anterior e consiga transpô-lo
novamente.
Pré Contemplação
Contemplação Preparação Ação Manutenção Recaída
Processo de Mudança
•Szupszynski e Oliveira (2008) relatam que os
estágios de mudança correspondem à
atividades, que podem modificar os afetos,
pensamentos, comportamentos ou
relacionamentos relativos ao comportamento-
problema.
Processo de Mudança
•Dessa forma, qualquer atividade que ajude na
modificação do comportamento é um processo
de mudança.
Mudanças
•A possibilidade de mudanças cresce com a
utilização de recursos ambientais, sociais e
familiares.
Para pensarmos nos estágios...
Pré Contemplação
•O indivíduo não acredita na necessidade de
mudar seu comportamento, não existindo
motivação para tal.
•Normalmente há resistência por parte do cliente;
que por vezes foi encaminhado para o
acompanhamento pela família.
Pré-Contemplação
• As estratégias devem contribuir para uma conscientização
quanto a problemas, bem como suas potenciais soluções,
lidar com emoções e permitir observar impactos positivos das
mudanças.
• O profissional deverá evitar o confronto, sem faltar com
sinceridade, muitas vezes traduzindo para o cliente a fala
dele, afim de que haja uma sensibilização.
Contemplação
•O sentimento mais prevalente é a ambivalência.
•Ainda que perceba prejuízos de seu
comportamento, o paciente defende-se
minimizando-os.
Contemplação
•Observamos que neste estágio as estratégias
da entrevista motivacional são particularmente
úteis.Dica importante! Veja sobre entrevista
motivacional no caso Joana.
Preparação
• Há uma melhor conscientização do problema e o indivíduo constrói um
plano cuidadoso de ações orientadas para a mudança.
• Nessa etapa, não há, necessariamente, ações ocorrendo
concomitantemente, visto que as pessoas no estágio de preparação não
precisam ter sua ambivalência completamente resolvida.
• A nesse estágio pode instituir um número de pequenas mudanças
comportamentais, como, por exemplo, quantificar o número de cigarros
que fuma em um dia, ou contabilizar as calorias que ingere nas refeições,
o que não exclui a possibilidade da existência da ambivalência interna.
Preparação
• O papel do profissional é auxiliar a elaboração
de estratégias de enfrentamento de realidade,
identificar e trabalhar pensamentos negativos,
fortalecendo a autossuficiência.
Ação
• O paciente engaja-se em ações específicas para chegar à
mudança e, na maioria das vezes, está pronto para
incorporar habilidades que o levem ao novo comportamento.
• É importante o ganho de alguns processos de mudança:
auto-regulação direcionada a objetivos; auto-observação
auto-avaliação.
Ação
• O profissional oferece todo o suporte
necessário, buscando envolver o núcleo familiar
e a rede social mais próxima (sejam amigos ou
companheiros de grupos terapêuticos).
Manutenção
• O estágio de manutenção é o grande desafio no
processo de mudança;
• A estabilização do comportamento em foco é a marca
desse estágio;
• É necessário um esforço constante do indivíduo para
consolidar os ganhos conquistados nos outros estágios,
principalmente no estágio de ação, além de um esforço
contínuo para prevenir possíveis lapsos e recaídas.
Manutenção
• A mudança nunca é concretizada com a ação. Sem um
forte compromisso no estágio de manutenção, a pessoa
poderá ter recaídas, mais comumente encontradas nos
estágios de pré-contemplação e contemplação.
Recaída
• É um evento possível no processo de mudança
de qualquer padrão comportamental de longa
duração, onde o paciente retoma ao
comportamento anterior.
• É uma etapa prevista quando se busca uma
mudança de comportamento por um longo prazo.
Recaída
•O papel do profissional da saúde, é fortalecer o
paciente para que ele perceba os motivos que o
fizeram recair e retome seu processo em busca
de sua melhoria.
Como identificarmos em qual estágio nosso paciente está?
Pré contemplação Não pretendo modificar tal comportamento
Contemplação Tenho pensado em modificar tal comportamento, mas não sei como
Preparação Estou procurando informações para saber como modificar meu comportamento
Ação Estou fazendo algo para modificar meu comportamento
Manutenção Estou conseguindo manter a mudança do meu comportamento
Avaliação do estágio
•Percebemos o quanto é importante que o
paciente opte em mudar aspectos em sua vida.
•Cabe-nos algumas reflexões agora. Como
podemos, enquanto profissionais de saúde,
auxiliar tais pacientes?
O MTT nas intervenções nutricionais Para refletirmos...
Principais considerações para uma intervenção nutricional embasada nos estágios de mudança de comportamento
Foco Estágio de mudança
Pré-ação Ação
Abordagem - Aumento da consciência
- Importância de uma dieta
saudável
- Sabor dos alimentos
- Reconhecimento da
cidadania
- Detalhes e práticas
cotidianas (receitas)
- Estimulo da autoconfiança
e do autocontrole
- Aprofundar conceitos de
nutrição
Intervenções a partir do Modelo Transteórico
Prochaska et al, 1996; De Graaf et al, 1997; Horwath, 1999; Toral & Slater, 2007
•Os profissionais de saúde devem auxiliar seus
pacientes, para que haja mudança de hábito de
vida, visando uma melhora no autocuidado.
•É possível sistematizar essa ajuda e assim
oferecer ao paciente um olhar integral e efetivo
Não deixe de ver a apresentação sobre autocuidado no caso Joana!
O papel do profissional da saúde
• Proporcionar uma escuta acolhedora, que auxilie
o paciente a compreender sua necessidade de
mudança;
• Possibilitar que as mudanças sejam discutidas e
acolhidas, compreendendo que esse processo
pode trazer sentimentos ambíguos e alterações
emocionais.
•PROCHASKA, J. O. & DICLEMENTE, C. (1992). Stages of change in the modification of problem behaviors. In M. Hersen & W. Miller (Orgs.), Progress in behavior modification (pp. 184-214). Sycamore: Sycamore Press.•AMADEURA, G. Estágio de mudança: Proschaska e DiClemente, 1986. Disponível em http://internacaoinvoluntaria.wordpress.com/2012/04/16/estagios-de-mudanca-prochaska-e-diclemente-1986> . Acesso 19 nov. 2012.•SANTOS, S. Tratamento para cessação do tabagismo – abordagem não farmacológica. Pneumonologia Paulista, v. 23 nr 9/2010. artigo online http://www.sppt.org.br/v3/n_img/201004060339381363930.pdf•SZUPSZYNSKI, K. P. D. R; OLIVEIRA. S. O modelo transteórico no tratamento da dependência química. In: Psicologia Teoria e Prática, São Paulo, vol. 10, núm. 1, 2008, pp. 162-173.•Apoio ao autocuidado. In: Autocuidado apoiado: manual do profissional da saúde/ Organização Ana Maria Cavalcanti e Angela Cristina Lucas de Oliveira. – Curitiba: Secretaria Municipal de Saúde, 2012, p.45.•TORAL, N.; SLATER, B. Abordagem do Modelo Transteórico no Comportamento Alimentar. Revista Ciência e Saúde Coletiva, v. 12, n. 6, p. 1641-1650, 2007.•DE GRAAF, C.; et al. Stages of dietary change among nationally-representative samples of adults in the European Union. Eur J Clin Nutr., v. 51, Supl. 2, p. S47-S56, 997.•HORWATH, C.C. Nutrition Research Reviews, Applying the transteoretical model to eating behaviour change: challenges and opportunities. V. 12, p. 281-317, 1999.•ARMITAGE, C.J. & CONNER, M. Efficacy of a minimal intervention to reduce fat intake. Social Science & Medicine, vol. 52, no. 10, p. 1517-24, 2001.•GREENE, G.W; ROSSI, S.R. Stages of change reducing dietary fat intake over 18 months. Journal of the American Dietetic Association, vol. 18, n. 5, p. 529-534, 1998. •FRENN, M.; MALIN, S.; BANSAL, N.K. Stage-based interventions for low-fat diet with middle school students. Journal of Pediatric Nursing, 2003; vol. 18, nº 1, p. 36-45.•HOY et al. Implementing a Low-Fat Eating Plan in the Women’s Intervention Nutrition Study. Journal of the American Dietetic Association, v. 109, p.688-696, 2009.
Referências Bibliográficas