Download - andreia
Está em primeiro lugar entre os meios mais eficientes de comunicação humana.
Esta eficiência acontece em virtude do poder de ultrapassar o tempo e o espaço.
A mensagem escrita não se perde na memória humana.
A inteligência humana inventou a linguagem escrita para lidar, entre outras coisas, com a sua memória.
A humanidade vive novos hábitos. A Educação busca se ajustar às novas concepções
de aprendizagem. Pesquisas na área estão cada vez mais bem
fundamentadas... Hoje faz-se ciência na Educação. Fala-se em aprendizagem significativa e letramento. Percebe-se que não se consegue mais educar da
mesma forma como se fazia a bem pouco tempo atrás...
Professores e interessados no processo de educação querem partilhar suas práticas.
É um momento de troca e de orientação. Educar significa interferir no processo de
desenvolvimento, proporcionando maiores condições de socialização.
Não podemos esperar que as crianças aprendam sozinhas, apesar de estimularmos a autonomia.
É a fase da escolaridade em que formamos a base para o aprendizado da linguagem escrita.
É NESTE MOMENTO QUE APRESENTAMOS O USO SOCIAL DA ESCRITA NA LIDA COM OS DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS.
Por que é tão comum as pessoas preferirem falar em vez de escrever quando tratam sobre variados assuntos ou são avaliadas?
Por que as pessoas de uma forma geral dizem cada vez mais frequentemente que “não gostam de ler”, apesar de continuar existindo os “apaixonados por leitura”?
Por que grande parte dos educadores ainda diz não gostar de ler?
O que acontece com os educadores e outros profissionais que leem títulos de auto-ajuda, de lazer, periódicos que os atualizam, mas não leem livros técnicos de suas áreas?
Recentes em relação à oralidade.
É importante observar que as diferenças entre oralidade e escrita não estão nos conteúdos, mas nos recursos que cada linguagem utiliza para garantir o entendimento, a transmissão da mensagem ou da informação.
Se na oralidade fazemos uso da mímica, dos gestos, dos sons, da entonação, dos olhares e de outros recursos prosódicos, na escrita há tipos, cores e tamanhos de letras, pontuação, formato dos textos e iconografia geral a serviço da composição da mensagem ou da informação.
A escrita deve ser uma necessidade criada pelo professor na sala de aula, pela escola na vida sociopolítica da criança e pela família nos relacionamentos diários.
Contextualização: é o trabalho que antecede a produção ou a análise do texto gráfico.
- Crianças produzem textos pensando em ações, em práticas, em situações reais, nunca em coisas utópicas, que não existem, que não são de seu domínio.
Estrutura textual: quando o aluno vai descobrindo e se apossando do processo que visa clarear e objetivar aquilo que se quer dizer.
- O que não poderá faltar num recado?- O que deverá ser dito num comunicado?- O que deverá ser dito se quisermos vender um
produto?
Criatividade: é o resultado das soluções “criadas” diante dos desafios propostos. Portanto os professores precisam pensar em desafios!
OBS: A intervenção do professor deve ser dosada para não provocar dependência, limitação ou medo dos alunos.
É um processo cognitivo e linguístico e não motor e mecânico.
A criança só aprenderá a escrever escrevendo.
É apoderar-se de diversas formas de linguagem.
O primeiro é sem dúvida o narrativo, mas não é o único.
Usaremos aqui a classificação de gêneros feita por Bernard Schneuwly Dolz (1996):
- Da ordem narrar,- Da ordem relatar,- Da ordem argumentar,- Da ordem expor,- Da ordem instruir ou prescrever.
Conto Fábula Conto de fadas Narrativa de aventura Narrativa de ficção Narrativa científica Romance Policial Histórico Crônica Lendas Causos Piadas
Diários Relatos de experiências Testemunhos Autobiografia Biografias Notícias Reportagens Crônicas jornalísticas Relato histórico Depoimentos Inventários Relatórios
Diálogos Cartas Carta de reclamação Carta de petição Carta de repúdio Debate Editorial Ensaio Resenha Tese Artigo Dissertação
Seminário Conferência Verbete Texto argumentativo Tomada de notas Resumo Relato de experiência
Receitas Manual de instruções de uso e montagem Regras de jogos Bulas de remédios Regimentos Estatutos Constituições Manifestos Avisos Convocações
Textos semióticos ou iconográficosEstão em toda parte por onde a criança anda.- Pode compor um portfolio individual ou coletivo destes
textos a partir das pesquisas das crianças e da professora.
- Resgatar primeiramente os símbolos que as crianças já conhecem.
- Veja a localização destes, para que e para quem servem.
- Questione como saber o que significam quando não os conhecemos?
: 1
=
+ $ .
@ ? %
O aluno poderá até confeccionar um rótulo para produto similar.
As embalagens dos produtos-OBS: Estas também fazem referência a unidades de
medida e de tempo.- Qual é o produto contido nela?- Tempo de validade?- Quanto há de conteúdo?- É líquido, sólido, pastoso ou gasoso?- Em quais situações é usado.- Quem é o fabricante?- Como deve ser armazenado?- Em quais versões pode ser encontrado?
Caixa mágica- Contém utensílios diversos: brinquedos de uma
forma geral (bichos, meios de transporte, telefone, celulares, bonecos, bolas, armas, panelinhas), produtos de higiene, materiais escolares, bijuterias, chapéus, máscaras, etc.
- Contém ainda placas com perguntas do tipo: quem está falando, com quem fala, o que fala, o que acontece, onde acontece e placas em branco.
O professor, assim como o psicopedagogo, deverá começar a história com expressões do tipo: “Em uma manhã de domingo”, “Na festa de aniversário do...”, “Quando ele estava no parque...”. Evite o “Era uma vez...”
Em seguida retira uma placa para auxiliar a estrutura...
CAIXA MÁGICA
Listas Criar textos a partir delas (individuais ou coletivos)- Usar as permanentes e as temporárias, com cuidado para variar os
estilos, as dimensões e as contextualizações.- Primeiramente defina o título que dará origem à sua lista:• O que devemos levar para o passeio?• Ingredientes para nossas receitas.• Coisas que adoro comprar.• Coisas que adoro comer.• Coisas que detesto fazer.• O que vejo no caminho da escola.• Os atletas que eu conheço.• Meus times preferidos.• O que assisto na televisão.
Dominó de complementaçãoAs frase vão se constituindo à medida que o jogo
vai se desenvolvendo.Pode haver cartões com pedaços de frases que se
complementem e cartões em branco para que seja criado o complemento na hora.
Os tempos verbais e as preposições também devem ser considerados para que haja concordância entre as pedras.
Ontem do aniversáriofoi o dia da
.
Andréa
amiga melhor
Ela é
Encontre a narrativaMonte narrativas divididas em períodos.Misture os cartões com os períodos de cada uma.Peça para que as crianças montem como quebra-
cabeças.Pode fazer com textos conhecidos ou não, caso
queira aumentar o grau de dificuldade.
Encaixe e desencaixeMonte sílabas com cartões que formem frases absurdas e
outros que formem frases coerentes.Peça para as crianças identificarem as que combinam ou não.Depois peça para que elas façam modificações na
combinações para que todas fiquem adequadamente pareadas.
Caso alguma não tenha par, peça para que a própria criança crie o que está faltando, oferecendo-lhe cartões em branco.
no banco dapraça
o ferrolho daporta
O menino caiuquando subiu
feitas porcrianças
Todas foramproezas
Portanto vocêque é criança
E eu conseguiarrancar
Improvisação Cada inventor ou cientista maluco precisa descobrir uma maneira
de resolver o problema apresentado.
Fazer ponta em um lápis sem apontador ou estilete
Entrar em casa sem a chave
Pegar uma fruta no pé sem escada
Fazer um bilhete sem caneta, lápis ou computador
Redefinindo utilidades A criança procurará o uso não convencional para
objetos concretos
Ponta de caneta
Caixa de fósforo vazia
Garrafa pet
Tampinha de tubo de pasta de dente
Álbum de sementesOs álbuns podem ser de muitas coisasFaz-se a catalogação (por cor, tamanho, forma) e,
em seguida os registros.A que planta pertence?Qual o tamanho da planta adulta?Onde vive a planta?De que família a planta faz parte?Quantas sementes possui uma fruta?
Como afirmou Jolibert (1994): “Ler não é técnica. A criança aprende a ler lendo
e, para isto, é que deveríamos colocar livres para elas os livros dos quais elas necessitam, todos”
Esta teoria pesquisou como as crianças pensam quando lidam com a linguagem escrita.
Através da identificação das fases em que as crianças se encontram temos indicações de como intervir adequadamente.
Acontece entre o Infantil IV e o V. A criança diferencia a escrita do desenho. Mas ainda acredita que a escrita, assim como o
desenho, tem uma identidade direta com o que se percebe visualmente do objeto (realismo nominal).
Ela utiliza traçados diversos para escrever ou letras organizadas de forma aleatória.
Realismo Nominal
Traçados aleatórios
Estimular a criança a identificar rótulos e outros portadores de texto, para comparar quais os símbolos gráficos que aparecem e se repetem, assim como observar as diversas formas de apresentação de cada um.
A escrita espontânea se caracteriza como uma possibilidade da criança levantar suas hipóteses e testá-las (como os cientistas fazem).
Deixar as crianças escreverem do “seu jeito”.
Em alguns momentos os adultos poderão ser escribas das crianças em produções coletivas, como para elaborar um recado.
No trabalho com a escrita espontânea, levar a criança a refletir sobre quantas vezes a boca abre para falar as palavras que estão sendo exploradas.
Identificar palavras que começam com o mesmo som.
Estimular a percepção de rimas.
Realizar jogos e brincadeiras com letras.
Também acontece principalmente entre o Infantil IV e o V, mas não se deve recriminar a criança que chega ao primeiro ano (“alfabetização”) com este tipo de produção, é natural ainda e não se caracteriza atraso ou dificuldade de aprendizagem.
Percebendo agora que a escrita tem relação com o que se fala, a criança passa a representar “cada vez que a boca abre” utilizando uma letra, que pode ou não ter relação com o valor sonoro convencional.
Com o valor sonoro convencional
Valor sonoro convencionalapenas na primeira sílaba
Sem o valor sonoro convencional
A escrita espontânea continua sendo a principal forma de pesquisar a eficiência da sua escrita.
À medida que vai percebendo que nem sempre consegue se fazer compreendida, a criança busca uma nova forma de escrever; pode acontecer de voltar a fazer produções que já havia superado.
Jamais dar a resposta pronta para a criança, mas fazê-la pensar sobre os sons que consegue perceber quando fala as palavras a serem escritas.
Ex:- Se você escreveu gato e pato, “AO” e “AO”, como vou
saber qual é cada um?- Você conhece outra palavra que começa com o
mesmo som de gato? E de pato?
Acontece entre o Infantil V e o 1º. ano (“alfabetização”).
Agora as crianças já sabem que quando a boca abre pode associar mais de um som, portanto ela deverá usar mais de uma letra para cada sílaba, podendo ou não ter o valor sonoro convencional.
As produções variam entre as representações,temos a impressão de estar faltando letras.
Estimular as crianças a escreverem espontaneamente em condições diversas, que leiam o que produziram e que comparem suas produções com outros portadores de texto (livros, receitas, bilhetes, etc).
As produções coletivas e os jogos com sílabas são muito úteis.
Estimular reflexões do tipo:- Fulano escreveu assim vejam:A MININA LVO UA KEDA- E Beltrano escreveu...A MINA XRO* Qual é a forma que as pessoas vão compreender
melhor o que vocês escreveram? Por que?
É possível que as crianças perguntem:- “Com qual letra eu escrevo “ca” de “xícara”?
Respondemos então... “você conhece outra palavra com este “ca”? Vou lhe dizer duas palavras e só uma tem o “ca”... “casa” e “fada”. Agora veja como escreve... (mostra no papel). Veja se agora você descobre o que quer...
Apesar de algumas crianças terminarem o Infantil V nesta fase, esperamos que apenas no 1º. ano ela seja atingida.
Nesta fase as sílabas completas aparecem com mais frequência, sendo estimuladas principalmente por meio de brincadeiras ou jogos.
Não usamos mais as famosas “famílias” da nossa época, mas os trabalhos tanto com o texto quanto com fragmentos das palavras (sílabas e grafemas) são de fundamental importância.
No 1º. ano ainda algumas noções ortográficas poderão ser introduzidas, mas não cobradas, pois o mais importante é que desenvolvam suas idéias escritas. Quanto mais criativo e elaborado o texto, melhor.
Nesta fase damos continuidade às intervenções da fase anterior, pois a percepção sonora da fala deve ser incentivada.
Deve haver situações em que as crianças escrevam com diferentes objetivos (façam reportagens, escrevam cartas, façam listas de compras, procurem palavras que rimam e façam poesias, contem histórias, elaborem regras, etc).
O mais importante neste momento é que as crianças adquiram mais fluência e não tenham “medo” de escrever.
Quando se corrige demasiadamente a ortografia nesta fase, corre-se o risco de bloquear a disponibilidade de escrever, por “medo de errar”.
Princípios básicos que apontam desde a época em que a criança ainda não escreve convencionalmente.
Processo interminável
O processo de letramento requer o desenvolvimento da leitura significativa.
Estimulamos o gosto e a fluência na leitura, desde o trabalho com a leitura de figuras até a leitura de textos em diferentes gêneros.
A escola elabora projetos com a ciranda de livros e as atividades da sala de leitura, com produções de texto coletivos e de peças de artes.
Ser construtivista e moderno não é desprezar esta consciência quanto à sonoridade das palavras e a relação com a representação escrita
Esta é ainda outra questão...
A CRIANÇA DEVERÁ DESENVOLVER HABILIDADES RELACIONADAS A:
- Noção de relação Grafema-fonema- Compreensão de regras contextuais- Memorização das irregularidades da língua
É um tesouro que passa a ser desvendado aos poucos, mas só usufrui dele quem tem a habilidade de pensar e não tem medo de errar, pois este tesouro não tem fim, é memória viva; por ele podemos ir e vir pelo tempo e pelo espaço até compreendermos uma ideia.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!BOM TRABALHO!
Andréa Aires Costa