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MAPEAMENTO PARA CURSO DE DESENHO POR

CORRESPONDÊNCIA: Relato de processo

Andréa Tavares1

Resumo:

Esta comunicação pretende apresentar a estratégia de pesquisa e estudo de uma seleção do

levantamento bibliográfico para a tese de doutorado em poéticas visuais “Curso de desenho por

correspondência” um estudo sobre os caminhos trilhados pela prática desenho na arte ocidental

tomando como ponto de partida minha produção poética. O presente texto relata este processo em

andamento, examina as estratégias de pesquisa desenvolvidas na sua composição. Palavras-chave: desenho. Arte contemporânea. Mapeamento. Bibliografia.

Curso

É preciso traçar um curso, um caminho. E não se sabendo o destino é preciso atentar

para o ponto de partida. O ponto de partida de “Curso de Desenho por Correspondência” é

minha produção poética. Utilizando-me de diversos meios constitui na última década uma

produção que lida com imagens apropriadas da história da arte, do cinema, da mídia de massa,

justapostas a imagens mais pessoais, relacionadas mais com a memória pessoal e afetiva do

que com a coletiva. Nesta justaposição surge a tensão entre o individual e o coletivo, a

fronteira se torna visivelmente porosa. Para realizar este diálogo entre diferentes fontes de

referência uma das estratégias é o desenho, seja sobre o papel ou sobre a chapa de cobre

envernizada na produção de águas-fortes. Desenhar imagens que já existem, é uma forma de

apropriação, de tornar, por meio do gesto que copia, a imagem que é da cultura, do

consciência coletiva, uma memória pessoal. Minhas memórias ao se tornarem públicas, são

coletivizadas e seus “vazios” completados, seus significados primeiros esvaziados e/ou

reificados.

Este caminho percorrido leva a outro curso, o que indaga sobre como as imagens chegam a

nós. E chegam através de reproduções, traduções, interpretações entre meios e linguagens.

Uma pintura é fotografada, transformada em informação digital, daí pode se tornar um fotolito

que gera uma imagem impressa, ou uma imagem luminosa na tela do computador, do tablet

ou do celular. Em “Prints and Visual Communication” William Ivins conta que Ephraim

1Doutorando em poéticas visuais pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.

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Lessing escreveu sua teoria estética, “Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da

poesia”, sem nunca ter visto a obra cuja a análise das figuras esculpidas no conjunto

Laocoonte é fundamental para seu raciocínio contava em sua época com a possibilidade

acessar cerca de 9 reproduções, em gravura em metal e xilo, não muito maiores do que uma

folha A4, em branco e preto, da escultura de mármore. (IVINS, 1969. pp, 90, 174)

Lessing com a imagem gráfica que a tecnologia de seu tempo colocava a sua disposição e nós

hoje com o que temos a mão olhamos as imagens como transparências. Dominamos um

vocabulário que nos permite ver direto a coisa representada antes do que a representação,

ignoramos o processo de tradução e interpretação.

Não é apenas no ato de traduzir uma imagem de um meio para outro que existe a

interpretação, isto acontece no próprio ato de desenhar a partir da observação. O historiador

Ernst Gombrich defendeu em muitos de seus textos, contrários a idéia romântica de gênio

criador ou de criatividade autêntica e original, que sempre desenhamos com o desenho de

alguém.

“Não há naturalis mo neutro. O artista, não menos que o escritor, precisa ter umvo cabulário

antes de poder aventurar-se a uma “cópia” da realidade.

(...)

O estilo, como veículo, cria uma atitude mental que leva o artista a procurar napaisagem

que o cerca elementos que seja capaz de reproduzir. A pintura é umaatividade, e o artista

tende, conseqüentemente, a ver o que pinta ao invés de pintar oque vê”

(GOMBRICH,1995. pp. 91,92)

A produção de “Curso de Desenho por Correspondência” quer tornar visível caminhos,

cursos. Alumbrar correspondências entre tempos e espaços. Antes de desvelar uma linha

unindo dois pontos, o projeto desvela um emaranhado de linhas. Identifica-se um conjunto de

nós na rede, para em seguida perde-los. Estes nós da rede que compõem a concepção e as

práticas de desenho na arte ocidental são sublinhados tanto pelas imagens contidas no projeto,

como na análise bibliográfica e nos textos (como este). Um processo contínuo de produção, a

ação do artista que se utiliza de diversas estratégias de trabalho, da pesquisa acadêmica, da

organização biblioteconômica, do desenho, da fotografia, do design gráfico, se apresentará

como pesquisa de pós graduação, em diversas formas, um série de 7 álbuns de gravura, ou

fascículos, um livro de ensaios sobre a origem da idéia de desenho na arte ocidental, e uma

exposição.

A exposição tornará publico os álbuns em um espaço construído como ateliê, onde

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acontecerão atividades como aulas, palestras e performances que digam respeito as práticas do

desenho na arte contemporânea. Ainda em fase de pré-projeto a exposição recebe o nome de

“Sala de Exercícios”. A proposta deverá ser apresentada no momento da qualificação. O local

e a programação das atividades serão definidos na sequência.

Os sete álbuns de gravura, por sua vez, simulam fascículos, cada um se constituindo numa

aula sobre um determinado aspecto do desenho que é ensinado através das imagens, ou da

cópia delas. Assim no fascículo “Desenho de modelo vivo” podemos encontrar uma

reprodução da “Origem do Mundo” de Gustave Courbet (fig.1), uma foto de um rapaz

qualquer na grama (fig. 2) e uma imagem fotográfica de um tubarão (fig.3). Todas estas

imagens tendo sido impressas com matrizes de cobre. Todas as imagens gravadas partem de

imagens pré-existentes. Estes fascículos serão finalizados antes da banca de qualificação.

O livro de ensaios é uma forma de discutir e refletir sobre todo o processo, apontando

além das referências plásticas as teóricas. Este repertório de imagens acompanha, produz e é

produzido com escolhas, me interessa mapear estas escolhas. Como parte da estratégia de

trabalho o projeto conta com uma pesquisa bibliográfica, assim como em qualquer outro

projeto de pesquisa de doutorado. No entanto a pesquisa bibliográfica aqui será também texto

e imagem no sentido que sua estrutura, ou parte dela, será incluída no “Livro do Curso”,

exposta como mais um dos nós da rede sobre o conceito e as práticas de desenho na arte

Fig.1: Courbet, 2010. Estampa de

gravura em metal. 42 X 42 cm.

Fig.2: Alê na grama , 2010. Estampa

de gravura em metal. 10 X 15 cm.

Fig.2: tubarão, 2010.

Estampa de gravura em

metal. 9 X 15 cm.

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ocidental. O que pretendo examinar a seguir é o processo de levantamento e análise

bibliográfica que antecede o momento da banca de qualificação do projeto.

UM CURSO

“Um caminho é uma interpretação a priori da melhor maneira de se atravessar uma

paisagem, e esguir uma rota é aceitar a interpretação, ou perseguir seu predecessor nele

como eruditos, rastreadores e peergrinos fazem.”2 – (SOLNIT, 2000. p.68)

Rebecca Solnit, em “Wanderlust”, escreve sobre como seguir uma trilha de peregrinação é

uma maneira de acessar a estrutura que compôs o trajeto que o peregrino está trilhando, o que

ela diz sobre percorrer um caminho antes trilhado se aplica a leitura de qualquer mapa, ao

planejamento de um curso para uma viagem. O “Livro do Curso” quer traçar uma rota,

mapear um caminho. Indicar e tornar visível um caminho muitas vezes trilhado.

Seguindo os conselhos de Umberto Eco pode-se comecei a pesquisa a partir de informações e

dados, previamente conhecidos, daquilo que está acessível (ECO.1993). Parti de dois autores

que me interessam, Ernst Gombrich, e Nicolas Bourriaud, que entendi defenderem duas

hipóteses complementares, sendo que a minha hipótese é a relação complementar entre eles.

Gombrich defende principalmente em “Arte e Ilusão” a idéia de que desenhamos com um

“desenho” que pré-existe, um repertório de soluções como citado acima. Bourriaud explora a

necessidade de trabalhar com o pré-existente, tomando consciência do que se tem a mão, re-

significando imagens, formas e conceitos, criando novos modelos de ação no mundo, ele

afirma que “a arte é um estado de encontro”(2006.p.17) e que “produzir uma forma é inventar

encontros possíveis, é criar condições de um intercâmbio, algo assim como devolver a bola a

uma partida de tênis.” (2006.p.24). Em “Estética Relacional” o autor se apropria da idéia de

Michel de Certau compactuando com ele ao entender que o artista contemporâneo é um

inquilino da cultura. Um inquilino não coloca a casa a baixo, pinta as paredes, troca o piso,

redefine o lugar dos móveis, talvez até quebre uma parede,... lida com o que já existe sem a

pretensão de fazer tabula rasa. No glossário do livro há o verbete semionauta onde se lê que

todo o artista contemporâneo inventa trajetos entre os signos (BOURRIAUD, 2006.p.141). E

2

Tradução da autora. No original: “A path is a prior interpretation of the best way to traverse a landscape, and

to follow a route is to accept an interpretation, or to stalk your predecessors on its as scholars and trackers and

pilgrims do.”

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se procurarmos o verbete artista encontraremos: “o artista de hoje se apresenta como um

operador de signos, que modela as estruturas de produção com o fim de alcançar duplos

significados”.(2006.p.136)”. Em “Pós-Produção”, Bourriaud analisa justamente as formas de

apropriação de linguagens e signos inerentes as práticas artísticas contemporâneas, e a

respeito de Pierre Huyghe oferece o que para mim é a hipótese complementar a de Go mbrich,

a idéia de que em nosso cotidiano dispomos de um número restrito de imagens-forma que se

repetem a exaustão e que portanto caberia ao artista esvaziar, e re-significar essas formas

causando mesmo o surgimento de outras neste processo.

“(...)contrariamente a idéia comum, não estamos saturados de imagens, mas, sim, submetidos

a miséria de umas poucas imagens, portanto trata-se de produzir contra a censura.” (Bourriaud,

2009.p.63)

O autor enfatiza a necessidade do artista trabalhar para dar consciência desta censura, usando

os signos e também as dinâmicas que as produzem, acredita ser necessária a adoção de “uma

concepção de arte como produção de modelos re-atualizáveis infinitamente, como cenários

possíveis para a ação cotidiana.”(2009.p.65). Uma opinião que pode se aliar com facilidade a

teoria exposta por Gombrich:

Toda a arte tem origem na mente humana, em nossas ao mundo mais que no mundo visível

em si, e é exatamente por ser toda arte “conceitual” que todas as representações são

reconhecíveis pelo seu estilo.

Sem algum ponto de partida, sem algum esquema in icial, nunca poderíamos captar o fluxo

da experiência. Sem categorias, não poderíamos classificar nossas impressões. Verificou-se

que, paradoxalmente, pouco importa que categorias sejam essas.Podemos sempre ajustá-las

às nossas necessidades. Na verdade se o esquema mantém-se elástico e flexível, essa

imprecisão inicial pode vir a ser não um obstáculo, mas um trunfo.” – (1995. P.93)

Modelos flexíveis que nos servem conforme a nossa necessidade, estão a serviço do artista, e

não o contrário. Sendo a ação dele crítica e libertadora, quando retira as formas de seu fluxo

habitual, corriqueiro. O artista também é um produtor de tempo (BOURRIAUD, 2006. p.137).

Utilizar os modelos é torná- los visíveis, utilizar as imagens preexistentes é uma forma de

interpretação.

“Se toda arte é conceitual, então a questão é simples. Porque os conceitos, como as

pinturas,não podem ser verdadeiros ou falsos. Podem ser apenas mais ou menos úteis à

formação de descrições.” (GOMBRICH,1995)

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A este dois autores somou-se outro, Plínio, autor romano do século III que é identificado na

história da arte como quem narrou o nascimento do desenho, da pintura e da escultura, em um

único gesto, o de uma mulher, conhecida apenas como a filha de Butades.

O Suficiente já foi dito aqui sobre a arte da pintura. Agora é hora de dizer algo sobre

modelagem. Tirando partido da própria terra, Butades, um oleiro de Sicyon, foi o primeiro

a introduzir a modelagem de retratos em arg ila em Cor into. Isto foi graças a sua filha. Ela

estava apaixonada por um rapaz, e quando ele estava indo para o exterior, ela desenhou

uma silhueta na parede ao redor da sombra da face dele produzida pela lamparina. Seu pai

prensou o barro sobre a marca para fazer um relevo e o queimou com o restante da

cerâmica. Dizem que este foi preservado no Santuário das Ninfas até Mummius saquear

Corinto.3 (PLINY, 2004.p.336)

A experiência vivida por eles, principalmente por ela, a saudade, se constitui em um objeto,

que presentifica a ausência. O objeto, o retrato modelado em argila, não ficou circunscrito

àquele pequeno círculo familiar, Plínio termina relatando que a pequena escultura havia sido

preservada no Santuário das Ninfas. O que seria valorado apenas num pequeno círculo, passa

para um domínio maior, o da coletividade. Segundo John Dewey (2005), as obras de arte são

constituídas a partir e com a experiência, a partir de um indivíduo ou grupo para as

experiências de outros indivíduos e grupos. O que faz com que a arte inclua em si a

comunicação, mas não só isso, pois não se trata apenas de comunicar uma experiência, se

trata de constituir experiências. Aqui posso voltar a Gombrich para terminar de identificar

meu campo de partida para a constituição da pesquisa:

“...aquilo que a linguagem faz não é dar nome a coisas ou conceitos preexistentes, mas

articular o mundo da nossa experiência. As imagens da arte, suspeitamos, fazem a mes ma

coisa.” – pp96 (GOMBRICH 1995)

Caberia então seguir um curso que buscasse os antecedentes da idéia de desenho, de seu

ensino e aprendizagem, dentro do campo da arte contemporânea, ou da arte ocidental. Traçar

correspondências, buscar os diálogos da tradição. Levantar uma bibliografia. Ainda seguindo

3Tradução da autora. No Original: “Quite enough has been said here about the art of painting. It is now time to

say something about modeling. By taking advantage of earth itself, Butades, a potter from Sicyon, was the first to

introduce modeling of portraits in clay at Corinth. These was thanks to his daughter. She was in love with a

young man, and when he was going abroad she drew a silhouette on the wall round the shadow of his face cast

by the lamp. Her father pressed clay on this to make a relief and fired it with the rest of the pottery. This is said

to have been preserved in the Shrine of the Nymphs until Mummius sacked Corinth.”

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os conselhos de Eco, delimitar meu foco, buscar uma bibliografia recente sobre o desenho na

arte contemporânea. Um grande número de textos foi se avolumando em minha biblioteca, e a

pesquisa começava a identificar textos, autores, artistas, locais, instituições coleções citados

de forma recorrente. Como identificar e dar visibilidade para estas recorrências? Visualmente

gráficos e mapas poderiam fazer isso. Selecionei 6 fontes recentes, tomadas como fontes

primarias dentro da pesquisa, publicadas nos últimos 13 anos. Elas são:

“On Line”(2010), de Catherine De Zegher e Cornelia Butler;

“The Primacy of Drawing”(2009), de Deanna, Petherbridge;

“Disegno. Desenho. Desígnio” (2007), de Derdyk, Edith;

"Vitamin D. New perspectives in drawing.”(2005), de Emma Dexter;

“The Stage of Drawing: Gesture and Act (2003)” de Catherine de Zegher;

"Afterimage: Drawing through Process.”(1999) de Cornelia Butler.

Cada uma ao seu modo busca entender como a tradição do desenho na arte ocidental se

manifesta na produção artística hoje. Como estratégia de investigação desta bibliografia uso

os fundamentais fichamentos e mais além investigo a estrutura dos textos, e da composição da

seleção de artistas e de imagens na bibliografia de cada uma, primeiro listando as bibliografias

de cada volume, que nem sempre estão disponíveis como apêndices ou anexos, e depois

transformando isso em listas, gráficos ou mapas. A análise desta bibliografia cria campos de

referências teóricas, geográficas, históricas.

O mapeamento responde a questões simples, como a nacionalidade e local de trabalho dos

autores e artistas incluídos em cada volume, o período em que se concentra a bibliografia

utilizada. Este é um princípio para um mapeamento uma vez que cada mapa poderia levar a

outro, cada gráfico levanta outro. Assim se crio um mapa sobre a nacionalidade e local de

trabalho dos artistas (fig.4), me interesso em fazer outro com a nacionalidade e o local de

trabalho dos curadores, e ainda um terceiro sobrepondo ambos (fig.5). A pesquisa atualmente

se encontra neste processo de levantamento e cruzamento de informações constituindo-se

mapa e território ao mesmo tempo. Uma bibliografia leva a outra, um gráfico leva a outro em

uma proporção aritmética. O mapa não cria uma rota para algum lugar, mas um labirinto.

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Dar forma visual a este mapa-território é desafiador. A princípio optei por utilizar

materiais de papelaria para compor os gráficos e mapas como colagens. Utilizei um painel de

feltro e cortiça, um atlas velho, alfinetes, tachinhas, linhas e lãs, papéis coloridos, post- it,

canetinhas para me distanciar de gráficos limpos e higiênicos, parecidos com os utilizados por

revistas como Veja ou Época. As colagens são então fotografadas (fig.6). São estas fotos que

farão parte do trabalho. Ampliadas em tamanho real ou na escala do livro, decisão que ainda

não está tomada. Um relato de processo é um relato sobre as incertezas e insucessos. Fica a

Fig.3: mapa da nacionalidade e do local de trabalho dos artistas presentes na publicação

VItamin D.

Fig.4: mapa da nacionalidade e do local de trabalho dos artistas e dos curadores presentes na

publicação VItamin D.

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idéia de criar um pequeno livro com inúmeros gráfico, absolutamente obsessivos, na forma

daqueles utilizados pela impressa. As colagens e as fotos são um nó da rede em “Curso”.

Nós da Rede: seleção bibliográfica

Prosseguindo com o relato do processo apresento a bibliografia selecionada em ordem da data

de publicação.

DE ZEGHER, Catherine e Cornelia Butler. On Line. A century under the sign of line.

New York, MOMA, 2010;

Catálogo de Exposição. A autora, Catherine de Zegher é atualmente diretora do The Drawing

Center em Nova Iorque. Nesta curadoria para o MOMA ela conta com a ajuda de Cornelia

Butler é a chefe do departamento de desenho do mesmo museu. Juntas elas elegem a linha,

elemento essencial do desenho para alinhavar as suas práticas no século XX (e inicio do

XXI), a exposição apresenta obras feitas entre 1910 e 2010, de 107 artistas de 23 países. As

obras estão reunidas porque utilizam a linha como elemento autônomo, ou que adquire

autonomia nas práticas destes artistas selecionados.

“Justapondo mais de 300 obras, On Line examina diferentes estágios da exploração estética

Fig.5: linha do tempo indicando a relação entre a quantidade de artistas nascidos no período, para a

publicação Vitamin D.

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da linha no plano (tensao de superficie); da linha libertada do espaço ilusionista para o

espaço real (linha extendida); e finalmente seu aparente retorno para o espaço relacional do

real e do imaginário, mas com cada um deles transformado no processo. Ao seguir a

dilatação dos significados da linha, nós também a traçamos no movimento, entre

disciplinas, e sua conectividade e continuidade ao ser desalinhada a realinhada no tempo e

no espaço..” 4(2010. p.24)

O percurso da montagem da mostra era quase cronológico, descrevendo um certo

desenvolvimento da autonomia da linha e do desenho, em meios diversos, como desenho

sobre papel, pintura, escultura, instalação, fotografia e vídeo.

Um primeiro levantamento da publicação lista:

Referente aos artistas na exposição:

Total: 107 artistas

Nascidos entre: 1866 (Paul Klee) – 1979 (Nina Canell)

Origem: 23 países

Distribuição:

País Quant.arts

USA 31

França 10

Itália 9

Bélgica 6

Russia 6

Inglaterra 5

Índia 4

Brasil 4

Canada 4

Alemanha 4

Argentina 3

Suécia 2

Venezuela 2

República Tcheca 2

Espanha 2

Chile 2

Japão 2

Uruguai 1

Lituânia 1

Austrália 1

Polônia 1

4 Tradução da autora: No original: Justaposing over 300 works, On Line examines different stages of the

aesthetic exploration of line in the plane (surface tension); the line broken free from that illusory surface into

real space (line extension); and finally its apparent return to the relational space of the real and the imaginary,

but with each now transformed in the process. In following the dilation of line’s meaning, we also trace it in

movement, across disciplines, and in its connectivity and continuity as it is drawn out and rewoven in time and

space.

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Holanda 1

Suiça 1

Referente a bibliografia:

publicações:138

textos citados: 149

autores citados: 114

Quantidade de

citações

5 4 3 2

Autor(ES) KRAUSS,

Rosalind;

KANDINSKY,

Vasily

BUCHLOH,

Benjamin;

DE ZEGHER,

Catherine

ETTINGER,

Bracha;

RODCHENKO,

Alexander;

CLARK, Lygia:

MATISSE,

Pierre

LIPPARD,

Lucy;

TUTTLE,Richar

d; UMLAND,

Anne; KLEE,

Paul; BRETT,

Guy

Período em que foram publicadas: 1918-2010

Década 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

Quantidad

e de textos

1 3 0 4 3 3 10 17 34 54

Local de publicação:

Total de Países: 13

LOCAL

USA ING FR ES AL BR AUSTRL AR BEL HOL IT REP. TCH.

SUI

QUANT

69 18 11 5 3 3 2 1 1 1 1 1 1

DERDYK, Edith. Disegno. Desenho. Desígnio. São Paulo, SENAC, 2007;

A autora, pesquisadora do ensino e aprendizagem do desenho e artista, tem publicados outros

títulos especificamente sobre o desenvolvimento cognitivo da criança e sua relação com o

desenho. Em “Disegno. Desenho. Desígnio” a autora reúne textos e ensaios visuais pré

existentes e/ou encomendados de outros 31 autores oriundos de diversas áreas do

conhecimento além das artes plásticas, sendo que todos trabalham no Brasil.

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“(..) em cada texto as reflexões e conceitos sobre o desenho são apresentados da maneira

como são vividos e formalizados de acordo com as necessidades e os desejos que cada área

de atuação demanda. (...)

A convivência dessas faces e interfaces se soma, configurando contornos mais fluidos para

a compreensão de experiências tão distintas, porem compartilháveis.”(p.24)

É a experiência, o desenho vivido que guia o relato destes profissionais, que falam do seu

próprio ponto de vista, da sua prática cotidiana, não confinando a idéia de desenho, ou

tentando defini- la de forma universalizante, se a definem o fazem em sua prática dentro de um

determinado campo que é poroso sujeito a influências de todo o tipo. Assim temos textos os

seguintes autores nesta coletânea:

Autor Profissão

1. Evandro C. Jardim Artista Plástico, Professor

2. Alberto A. Martins Artista Plástico, Escritor, Ed itor

3. Waltercio Caldas Artista Plástico

4. Cecilia de A. Salles Professora (Semiótica)

5. Alexandre Wollner Designer

6. José Resende Artista Plástico, arquiteto

7. Antonio Lizárraga Artista Plástico

8. Paulo Pasta Artista Plástico, professor

9. Sergio Fingermann Artista Plástico, professor

10. Flávia Ribeiro Artista Plástico, professor

11. Ester Grispum Artista Plástico, arquiteto

12. Arnaldo Battaglin i Artista Plástico, designer

13. Luiz Tatit Músico, professor

14. João Bandeira Artista Plástico, poeta

15. Cristina Freire Curador, professor

16. Tadeu Chiarelli Curador, professor

17. Geógia Kyriakakis Artista Plástico, professor

18. Regina Silveira Artista Plástico, professor

19. Gal Oppido Artista Plástico, fotografo

20. Osvaldo Gabrieli Artista Plástico, dramaturgo, diretor de teatro

21. Helena Katz Filosofa, crít ica de teatro, professora

22. Tadeu Jungle Artista Plástico, videomaker

23. Ary Perez Engenheiro, Art ista Plástico, cenógrafo

24. Marcelo Ferraz Arquiteto, professor

25. Laerte Sodré Jr. Físico, astrônomo

26. Tom Marar Matemático e professor

27. David Sperling Arquiteto, professor

28. Guto Lacaz Artista plástico, arquiteto

29. Mirian C. Mart ins Educadora

30. Peter P. Pelbart Filósofo, professor

31. Miriam Chnaidermann Psicóloga, documentarista

A autora cita como referência para a empreitada os textos reunidos e publicados pelo Grêmio

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FAU-USP em 1975, um pequeno volume que reúne textos de Mário de Andrade, Vilanova

Artigas e Flávio Mota. Estas três referências por sua vez se utilizam de conceitos tradicionais

da historia da arte no Ocidente, como a idéia de linha como estrutura “óssea” de todo o

pensamento plástico.

Um primeiro levantamento da publicação lista:

Referente aos artistas com imagens reproduzidas:

Total: 27

Paises de origem e trabalho: 5

país BR AR FR AL USA

artista 25 2 1 1 1

Período compreendido entre o nascimento do artista mais velho e do mais jovem:

1882-1961

Referente a bibliografia:

autores: 114 publicações: 112

Quantidade de publicações por autor

Quantidade de

citações

5 4 3 2

Autor(ES) MARTINS, Mirian Celeste

DELEUZE, Giles ARNHEIM, Rudolf; GARDNER, Howard,

ANDRADE, Mário

ARTIGAS, Vilanova; BARBOSA, Ana Mae;

BOURGEOIS, Louise;

KLEE, Paul; DAWKINS,

Richard; GUATTARI,

Felix; DERDYK, Edith; FREIRE, Cristina,

PILLAR, Annalice

Período da publicações: 1949 – 2006

Déc. 40 50 60 70 80 90 2000

quantidade

2 2 6 11 18 6 26

DEXTER, Emma. Vitamin D. New perspectives in drawing. Phaidon Press, 2005;

Esta publicação faz parte de uma série da editora Phaidon que tem por objetivo mapear um

panorama atualíssimo das práticas artísticas divididas por meios, assim há um volume sobre

pintura, escultura e desenho. Foram chamados 77 autores de 20 países para indicar artistas

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cujo meio principal de produção fosse o desenho, sendo selecionados 109 artistas. A curadora

Inglesa Emma Dexter organiza a publicação e escreve o texto de introdução. A autora enfatiza

a essencialidade do ato de desenhar como inerente ao processo do pensamento e da

comunicação, que nos fazem humanos, assim o desenho está presente em todo o lugar. Em

vista do crescente interesse do mercado, do circuito de arte e dos artistas pela prática do

desenho, Dexter escreve:

“A escrita teórica recente sobre o desenho tende a concentrar-se sobre a natureza conceitual

e orientada para o processo da linguagem, portanto, ignorando uma tendência subjetiva,

associativa e prevalescentemente liderada pela narrativa no desenho contemporâneo. Se faz

necessário, no entanto, explorar além das características primariamente ontológicas do

desenho para investigar as razões para a crescente ascendência do desenho. Descrevendo

cruamente: os pós-conceitualismos e o pós-romant ismo. Crucialmente, é dentro do campo

do desenho que as tensões e contradições inerentes são encenadas” 5 (p.6)

A autora termina sua introdução enfatizando a característica autográfica do desenho como

meio essencial de comunicação, o ato de desenhar como um ato cotidiano banal e por isso um

campo de liberdade para a produção artística.

A partir do levantamento dos dados bibliográficos deste volume cheguei a formular dois

mapas e três gráficos (figuras 4-6) como pode ser visto nas ilustrações. Sua forma, a maneira

de organizar visualmente os dados servirá de modelo para os outros que serão montados.

Um primeiro levantamento da publicação lista:

Referente aos artistas:

Total: 109

Período: 1944 (Roland Flexner) – 1981(Devendra Banhart) Provenientes de: 34 países

Quantidade de artistas nascidos ou que trabalham por país País Quant. Art

1) USA 48

2) Inglaterra 18

5 Tradução da autora. No original: Recent theoretical writing about drawing tends to concentrate

on the conceptual and process-oriented nature of the medium and hence ignores a very prevalent narrative-led,

associative, and subjective tendency in contemporary drawing. It is necessary, however, to explore beyond the

primal ontological qualities of drawing in order to look at other reason´s for drawings recent ascendancy.

Described crudely: the post-Conceptual and the neo-Romantic. Crucially, it is within the field of drawing that

the inherent tensions and contradictions are intriguingly played out”

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3) Alemanha 16

4) Japão 5

5) Canada 4

6) França 4

7) África do Su l 3

8) Bélgica 3

9) México 3

10) Suiça 3

11) Brasil 2

12) China 2

13) Cuba 2

14) Espanha 2

15) Itália 2

16) Peru 2

17) Suécia 2

18) Uruguai 2

19) Venezuela 2

20) Austrália 1

21) Austria 1

22) Bulgária 1

23) Colombia 1

24) Eslovenia 1

25) Etiopia 1

26) Holanda 1

27) Islandia 1

28) Lituânia 1

29) Noruega 1

30) Paquistão 1

31) Quênia 1

32) Romênia 1

33) Rússia 1

34) Turquia 1

Referente a bibliografia:

autores: 13 publicações: 10

Período da publicações: 1925 - 2003

Déc. 1920 1960 1980 1990 2000

quantidade 1 1 1 6 4

DE ZEGHER, Catherine. The Stage of Drawing: Gesture and Act. TATE, 2003.

De Zegher organiza uma mostra de desenhos a partir do acervo da TATE com a ajuda da

artista Avis Newman que é a real responsável pela seleção das obras, 120 desenhos e 30

estampas, cobrindo um período que vai do século XVIII a década de 80 do século XX. A

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organizadora reúne na publicação textos dos seguintes autores: Norman Bryson, Jean Fischer,

Michael Newman e Yves Bonnefoy além da transcrição de um longo diálogo entre ela e Avis.

Esta última entende o desenho como um “espaço geracional de pensamento” assim a seleção

pretende dar visibilidade às obras como evidencias de um processo mental do qual o desenho

é índice.

“Em última análise, The Stage of Drawing é também uma tentativa de discutir o

que Newman acredita ser uma crise na arte, como os artistas se relacionam de

uma forma não-literal com o sentido de humanidade, o que para ela é parte da

essência do projeto artístico” 6(p.278)

A exposição segundo De Zegher se interessa pela característica quase obssessiva do desenho

como ferramenta de investigação do mundo, uma atividade sem fim, sempre um processo. As

obras estão concentradas, na exposição e na publicação, em três módulos, “The mirrored

self”, “Coded Imprints” e “Invented Bodies”. Estes subtítulos enfatizam as características

autográficas e subjetivas do ato de desenhar bem como a identificação entre um processo

interno de pensamento, constituição da imagem, com um processo de exteriorização, o ato de

marcar uma superfície.

Um primeiro levantamento da publicação lista:

Referente aos artistas:

Total: 69 artistas

Provenientes de 11 países.

Nascidos entre 1665 (Albert Seba) e 1947 (Giuseppe Penone)

Total de Obras: 150

Referente a bibliografia:

Total de autores: 72

Total de publicações: 76

Publicadas entre: 1934-2001

Autores mais citados: Agambem, Artaud, Baudelaire, Benajmin, Derrida, Didi-

6 Tradução da autora. No orig inal:“Ultimately, The Stage of Drawing is also an attemp t to discuss what

Newman believes to be a crisis in art as to how artist deals in a non-literal way with the sense of humanity,

which for her is part of the essence of the artistic project”.

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Huberman, Freud, Nietzsche, Kristeva, Krauss

BUTLER, Cornelia H. Afterimage: Drawing through Process. The MIT Press, 1999.

A exposição da qual a publicação é catálogo, aconteceu no Museu de Arte Contemporânea de

Los Angeles, organizada por Cornelia Butler e Pamela Lee reúne obras de artistas americanos

cujas as poéticas estão relacionadas ao que podemos chamar de arte processual e as

manifestações artísticas originadas nos anos 60 e 70, a arte conceitual e ao minimalismo. Lee

inicia seu texto com uma frase de Richard Serra como epígrafe: “não há maneira de se fazer

um desenho – existe somente o desenhar. A ênfase então recai no processo ou no verbo e não

no substantivo, no objeto. A autora examina historicamente as acepções e funções do desenho

e do ato de desenhar para alcançar as estratégias dos artistas que utilizam a prática com suas

características entrópicas, transitivas e contingentes, como processo aberto cujo resultado, se é

que podemos chamar assim é indicial. Butler por sua vez propõe em seu texto uma atenção

maior a materialidade das obras destes artistas que configuraram a desmaterialização do

objeto de arte, sua epígrafe é uma frase de Smithson onde ele diz que sua obra é “uma

catástrofe entre mente e matéria”. Ela enfatiza justamente esta aparente contradição temporal,

no mesmo momento em que a arte conceitual surge, e praticamente no mesmo lugar,

desmaterializando os objetos de arte, surgem também “trabalhos de terra” como os de

Smithson, noções de anti forma se materializam em obras gigantescas. Butler analisa as obras

e os textos dos artistas de maneira minuciosa, entendendo que os desenhos são o lugar onde

essas complexas diferenças aparecem.

PETHERBRIDGE, Deanna. The Primacy of Drawing. Yale University Press, 2009. Ou

por uma conclusão.

Petherbridge é a artista e pesquisadora do desenho. Seu livro, de 523 páginas de 30 X 25

centímetros é o resultado de duas décadas de pesquisa e está baseado no princípio de que o

desenho é a base de toda a arte e pensamentos visuais (2009.p.2).

Aqui meu relato de processo chega ao fim, um pequeno fracasso. A listagem dos 6 volumes

selecionados da bibliografia para serem examinados em sua estrutura está em processo, não

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está pronta. O livro Petherbridge está em processo de leitura, não podendo ter seus dados

revelados aqui, porque ainda são desconhecidos. Outras falhas podem ser vistas nos

levantamentos e listagens publicados aqui, ainda não encontrei um padrão para o

levantamento por exemplo e os mapas e estatísticas ainda não estão todos prontos. Um

processo que leva a outro e outro e que não termina, mas é parado por virtude do tempo, das

responsabilidades frente as datas de entrega, deste texto mesmo, da qualificação ou do

depósito da tese. Até aqui 29.326 caracteres com espaço, sem caixas de texto, notas de

rodapé, bibliografia e resumo.

Referências Bibliográficas

BOURRIAUD, Nico las. Estética Relacional. Buenos Aires, Adriana Hidalgo Editora, 2006.

______. Postproducción. Buenos Aires, Adriana Hidalgo Editora, 2009.

BUTLER, Cornelia H; LEE, Pamela. Afterimage: Drawing through Process. The MIT Press, 1999.

GOMBRICH, E. H. Arte e Ilusão. São Paulo, Martins Fontes, 1995.

DE ZEGHER, Catherine; BUTLER, Cornelia e. On Line. A century under the sign of line. New York,

MOMA, 2010.

DE ZEGHER, Catherine; NEWMAN, Avis. The Stage of Drawing: Gesture and Act. TATE, 2003.

DERDYK, Edith. Disegno. Desenho. Desígnio. São Paulo, SENAC, 2007.

DEXTER, Emma. Vitamin D. New perspectives in drawing . Phaidon Press, 2005.

IVINS, W illiam, Jr. Prints and Visual Communication . Cambridge, Londres, The MIT Press, 1969.

PETHERBRIDGE, Deanna. The Primacy of Drawing. Yale University Press, 2009.

PLINY (the Elder). Natural History a selection. Londres, Penguin Books, 1991.

SOLNIT, Rebecca. Wanderlust. A history of walking. Londres, Penguin Books,2000.


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