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01-Análise Técnica - Definição

É um método de avaliação de activos pela utilização de gráficos, tendo em conta a evolução passada de cotações. O objectivo principal deste tipo de análise é o de prever a evolução futura de cotações, considerando que determinados tipos de comportamentos, movimentos ou padrões se repetem historicamente.

Trata-se portanto de um método empírico e não de uma ciência exacta, que de forma sistemática e metodológica estuda os comportamentos passados para os aplicar ao futuro.

A análise técnica surgiu no Japão no século XVII, mas começou a ser utilizada e difundida nos mercados em 1895 nos EUA por Charles Dow (fundador do Wallstreet Journal), no início da década de 70 com os avanços informáticos e tecnológicos, teve um grande crescimento e desenvolvimento, sendo actualmente usada e reconhecida mundialmente como um importante e poderoso instrumento de análise. Existe alguma controvérsia ou rivalidade entre os utilizadores da analise técnica e da analise fundamental, mas caminha-se actualmente para uma complementação entre os dois métodos (e outros como a psicoanálise de mercado, as teorias caóticas, etc).

02-Formações Gráficas

Trata-se mais uma vez de uma utilidade gráfica, que consiste em traçar determinadas “figuras” gráficas sobre um gráfico de cotações.

O objectivo principal das figuras gráficas é o de identificar padrões comuns em determinadas fases da evolução de uma cotação (mudança de tendência).

Desta forma, tenta-se em primeiro lugar encontrar uma figura técnica comum de onde se tentará extrair alguma informação sobre o comportamento futuro da cotação (normalmente no rompimento da figura). É de notar que este tipo de informação foi obtido ao longo do tempo de forma empírica por analistas técnicos, que após exaustivas observações, análises de gráficos, e de testes estatísticos de grande escala, conseguiram identificar alguns padrões comuns em determinadas fases da evolução das cotações (o estudo de padrões gráficos tem já mais de 100 anos).

Exemplos de formações gráficas: Canais, Triângulos, Cabeça e Ombros, Fundos e Topos Duplos, Pendões, Cunhas, Formações em Alargamento, Formações Arredondadas, etc.

Consideramos importante salientar que as figuras gráficas, bem como os indicadores técnicos são apenas instrumentos de análise, e não podem de forma alguma substituir outros indicadores / métodos de análise. Por outras palavras, não concordamos com investimentos feitos exclusivamente a partir de figuras gráficas.

Exemplo de formações Gráficas

Manual Didáctico - Análises Técnicas

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«Momentum» Oscilator

03-Momentum

Apesar do seu nome, não é um indicador muito conhecido ou utilizado, sendo muito parecido com o “Price ROC”.

Trata-se de um rácio (enquanto que o Price ROC é uma percentagem) que tem a seguinte fórmula: Momentum = (última cotação) / (cotação N períodos atrás) X 100

(os N períodos costumam ser 12 dias para curto prazo, 25 para médio prazo e 225 para longo prazo)

Interpretação: (semelhante ao Price (ROC))

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04-Momentum e indicadores de “momentum”

Trata-se de um dos mais complexos conceitos da Análise Técnica. O “momentum” é uma espécie de medida da “velocidade” da cotação, que serve para detectar a “aceleração” ou “desaceleração” do preço.

Martin Pring (reconhecido analista técnico e inventor de vários indicadores de “momentum”), descreve “momentum” da seguinte forma: -“Lançada a bola ao ar, o movimento inicial é de grande rapidez e aceleração (isto é: um forte “momentum”). Depois a velocidade vai diminuindo ou desacelerando (isto é: perda de “momentum”), até que pára quando as forças opostas se equilibram, finalmente a força de gravidade provoca a inevitável queda.”

O objectivo dos indicadores de “momentum” é detectar possíveis “arranques” ou acelerações dos preços, o “topo” de um movimento ascendente bem como a consistência de um “arranque” dos preços. Através destes indicadores é possível também determinar zonas de “oversold” (sobre venda) e “overbought” (sobre compra) definindo zonas “baratas” ou “caras” para determinada cotação.

Exemplos de indicadores de “momentum”: -Momentum oscilator, Price ROC (Rate of change), Stochastic Oscilator, RSI (relative strengh index, MACD (Moving Average Convergence/Divergence), CCI (Commodity Channel Index), Parabolic SAR, Stochastic Momentum Oscilator, entre varias centenas de outros indicadores.

Price ROC

05-Resistência ou linhas de resistência

Existem muitas definições e explicações para resistências, mas muito basicamente uma resistência é um preço ao qual a cotação tem “historicamente” (aqui pode ser curto, médio ou longo prazo) reagido em baixa não subindo acima dele.

Uma resistência poderá ser considerada “oficialmente” quando pela segunda vez seguida o preço sobe até um determinado valor e reage negativamente.

Linha de resistência: “utilidade gráfica” que consiste em traçar uma linha para assinalar a resistência da cotação.

Tipos de resistências: -Resistências (ou resistências horizontais): são resistências cujo “valor” é sempre o mesmo temporalmente. -Resistências ascendentes: são resistências que sustentam uma tendência ascendente, ou seja, à medida que se avança temporalmente, o valor da resistência aumenta. -Resistência descendente: são resistências que sustentam uma tendência descendente, ou seja, à medida que se avança temporalmente, o valor da resistência diminui.

Interpretação: Considera-se que quando uma resistência é quebrada, a tendência que a resistência sustenta será alterada. Resumidamente, considera-se “empiricamente” “benéfica” uma ruptura de resistência.

Suporte e Resistência

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Suporte e Resistência

06-Suporte ou linhas de suporte

Existem muitas definições e explicações para suportes, mas muito basicamente um suporte é um preço ao qual a cotação tem “historicamente” (aqui pode ser curto, médio ou longo prazo) reagido em alta não descendo abaixo dele.

Um suporte poderá ser considerado “oficialmente” quando pela segunda vez seguida o preço desce até um determinado valor e reage positivamente.

Linha de suporte: “utilidade gráfica” que consiste em traçar uma linha para assinalar o suporte da cotação.

Tipos de suportes: -Suportes (ou suportes horizontais): são suportes cujo “valor” é sempre o mesmo temporalmente. -Suportes ascendentes: são suportes que sustentam uma tendência ascendente, ou seja, à medida que se avança temporalmente, o valor do suporte aumenta. -Suporte descendente: são suportes que sustentam uma tendência descendente, ou seja, à medida que se avança temporalmente, o valor do suporte diminui.

Interpretação: Considera-se que quando um suporte é quebrado, a tendência que o suporte sustenta será alterada. Resumidamente, considera-se “empiricamente” “perigoso” uma ruptura de suporte.

07-Price Rate of Change (ROC)

As acções têm movimentos cíclicos de subida alternados com descidas, este indicador permite filtrar esses movimentos para um valor percentual (que é facilmente analisável sobe a forma de um oscilador) dando ênfase aos períodos de overbought e oversold. Sendo estudado historicamente para cada acção podem-se encontrar “comportamentos” padrão de antecipação deste indicador ao movimento da cotação.

Fórmula: Price ROC = (ultima cotação) / (cotação N períodos atrás) X 100-100

(os N períodos costumam ser 12 dias para curto prazo, 25 para médio prazo e 225 para longo prazo)

Price ROC

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Stochastic Oscillator

Interpretação: A sua interpretação é diferente de acção para acção e difere também conforme o ambiente do mercado. Mas por exemplo, as zonas overbought e oversold costumam ser definidas acima de +5 e abaixo de –5 respectivamente (em períodos de Bullmarket por vezes adoptam-se por vezes as zonas +5 e –10). O que quer isto dizer em termos práticos (neste exemplo)? – compra-se quando o ROC se encontra abaixo dos –5 (oversold) e cruza a linha –5 para cima; vende-se quando o ROC se encontra acima de +5 (overbought) e cruza a linha +5 para baixo.

08-Stochastic Oscilator (SO)

Trata-se de mais um popular indicador de Momentum usado pela quase totalidade dos analistas técnicos (e pseudo analistas técnicos) para determinar o “timing” de entrada e de saída no curto prazo (sendo também utilizado para Longo prazo e Day Trading) determinando mais uma vez zonas de overbought e oversold num gráfico de oscilação.

Fórmula: (versão simples) SO = (última cotação – mínimo do últimos N dias)/(máximo dos últimos N dias – mínimo do últimos N dias)

Interpretação: Os valores do SO serão entre 0 e 100, pelo consideram-se duas linhas horizontais a 20 e a 80. Considera-se que quando o SO se encontra abaixo de 20 que a acção está “oversold” e quando está acima de 80 a acção está “overbought”. Os sinais técnicos são dados da seguinte forma: - o SO passa para cima da linha 20 (deixa de estar oversold) - o SO passa para baixo da linha 80 (deixa de estar overbought) Nota: costuma-se usar o SO para períodos de 12 dias (ou 12 minutos em Day trading de futuros)

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09-Tendência e linhas de tendência

Tendência é tal como o nome indica o “rumo” predominante de uma cotação ao longo de um determinado período de tempo. Existem tendências ascendentes, descendentes e laterais ou indefinidas, bem como temporalmente existem tendências de curto, médio e longo prazo.

Uma linha de tendência é uma “utilidade gráfica” que consiste em traçar uma linha que marque a tendência predominante num determinado período temporal.

Tecnicamente, considera-se uma tendência invertida ou alterada quando a cotação “corta” a linha de tendência traçada.

Tendências primárias e secundadárias

10-Volume, como interpretar?

O volume é a quantidade transaccionada de um determinado activo (pode ser expresso em dinheiro ou nº de acções). O volume é um indicador importantíssimo na análise do comportamento de um activo, ajudando a “medir” a força da procura ou da oferta num determinado momento ou horizonte temporal.

Interpretação:

A interpretação do volume ao contrário do que possa parecer é uma das mais complexas da análise técnica, essencialmente porque em momentos diferentes uma variação semelhante de volume pode ter significados completamente diferentes. É difícil de generalizar ou “estandardizar” a análise de volumes, contudo pode-se deixar uns pequenos exemplos de interpretações:

1-Uma ruptura de resistência acompanhada de um volume forte é um sinal técnico de compra.

2-Volume crescente acompanhado por um aumento ligeiro de cotação é um importante indicador de “arranque” de um preço.

3-Uma acção pouco líquida, costuma aumentar significativamente o seu volume com um ou dois dias de antecedência a um movimento especulativo de alta (ou de baixa).

4-Um movimento de alta de vários dias costuma ser caracterizado por volume alto durante o arranque e volume fraco no fim do movimento antes da correcção técnica.

5-Um movimento de baixa rápida costuma ser caracterizado por volume muito forte ao atingir um “fundo” (contudo o volume pode ser alto durante toda a descida, tornando difícil de definir um volume “muito forte”).

6-Quando se gera volume alto num suporte ou resistência, estes passam a ganhar maior significado técnico.

De qualquer forma, estes são apenas exemplos de casos mais gerais, que muitas vezes em determinadas circunstâncias técnicas não devem ser considerados.

Exemplo do efeito antecipador do Volume

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11-Accumulation/Distribution

Introdução: È um indicador de Momentum que associa mudanças nos preços e nos volumes. A premissa básica para este indicador é que quanto mais volume acompanha o movimento do titulo mais significativo é este movimento.

Interpretação: Este indicador é semelhante ao On Balance Volume, ou seja quando um movimento altista é acompanhado por forte volume existe acumulação, quando o movimento é baixista e volume alto mostra que está havendo distribuição.

Quando existem divergências no indicador, normalmente os preços tendem a ajustar-se ao sentido do indicador.

Formula:

Análise Gráfica:

12-ZIG ZAG O Zig Zag funciona como um filtro para pequenas mudanças nos preços ou em qualquer outro indicador. O Zig Zag só mostra mudanças significativas.

Interpretação O indicador de Zig Zag é usado para verificar as mudanças que se produzem num gráfico, e mostrar as mudanças de direcção mais significativas num gráfico. Este é o único indicador em que uma mudança nos preços pode fazer com que haja uma mudança no indicador. Neste indicador temos uma percepção do que está a acontecer no mercado, não uma previsão. Por isso aconselha-se a que não se crie um Trader system baseado neste indicador

Este é um indicador muito útil para contar as ondas de Elliot

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13-Williams %R Introdução: O Williams %R é um indicador de momentum que mede o nível de oversold e overbought. O seu autor foi Larry Williams.

Interpretação: A interpretação do Williams %R é semelhante á do Estocástico, só que o Williams %R encontra-se invertido em relação ao Estocástico. Para se utilizar o Williams %R numa escala invertida normalmente utilizam-se valores negativos do tipo ( vg. –20%). Quando se estiver a analisar um valor convém ignorar os símbolos negativos. As leituras no chart em que o valor esteja entre 80 e 100% indica que se está oversold, para valores entre 0 e 20% indica que se está overbought. È muito frequente que os indicadores de oversold/overbought permaneçam muito tempo em locais de oversold/overbought e o preço da acção continue a subir/descer. Vender porque simplesmente o valor parece oversold/overbought pode levar a que se saia do titulo muito antes de ele demonstrar sinais de declínio.

O Williams %R tem a capacidade de prever com alguns dias de antecedência mudanças no preço da acção, dai reside a diferença para o Estocástico.

Fórmula:

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Análise gráfica:

14-Parabolic Sar Introdução: Este é um indicador stop- and- reversal e foi concebido por um senhor chamado Welles Wilder.

Interpretação: O Parabolic Sar proporciona excelentes pontos de saída, deve-se por isso fechar posições longas quando o preço cai para baixo do SAR e fechar posições curtas quando os preços passam para cima do SAR. Se estás largo é o mesmo que dizer que os preços estão por cima do SAR, se estás curto é o mesmo que dizer que os preços estão por baixo do SAR.

Análise gráfica:

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15-Teoria de Fibonacci Introdução: Fibonacci foi um dos mais importantes matemáticos de sempre, publicou as suas obras em 1200 DC, a mais conhecida de todas é o “Livro de Cálculo”, no qual consta uma das maiores descobertas de todos os tempos o sistema décimal.

Problemática: A sucessão de números de Fibonacci 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144 e a continuação até ao infinito é uma das problemáticas abordadas no Livro de Cálculo de Fibonacci.

Se tivermos num primeiro mês um n.º 1 ele mantém-se durante esse primeiro mês, no mês seguinte vamos manter o 1 do primeiro mês e adicionar outro 1, isto só acontece para os dois primeiros meses, onde temos só um par. Este par ordenado dobra o seu valor ao terceiro mês e então a nossa sucessão fica 1,1,2. Da sucessão atrás o par mais velho dá lugar a um terceiro par para que no mês quatro tenhamos uma sucessão do tipo 1,1,2,3. Destes três os dois pares mais velhos reproduzem-se para que o número de pares se estenda a cinco. No mês seguinte três pares reproduzem-se para que a sucessão tenha a seguinte forma 1,1,2,3,5,8 e assim por diante.

Para ilustrar esta problemática fica aqui uma árvore de família de sucessões:

Em resumo: Temos que 1 mais 1 igual a 2; 1 mais 2 igual a 3; 2 mais 3 igual a 5; 3 mais 5 igual a 8 e assim por ai adiante até infinito.

Teria muito mais a dizer sobre a teoria matemática de Fibonacci, mas como este compêndio é sobre análise técnica de investimentos vou deixar aqui para os interessados um autor onde podem ler mais sobre Fibonacci: - Robert R. Prechter

A proporção Dourada: Numa fase da sucessão mais adiantada, a proporção de um número ao seguinte é cerca de .618 a 1, e ao próximo número mais baixo é cerca de 1.618 a 1.

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Ver tabela de sucessão:

Este .618 é o único número em que: 618+1= 1 ÷ .618

Esta aliança do aditivo com o multiplicativo produz o seguinte sistema de equações: .6182 = 1 - .618, .6183 = .618 - .6182, .6184 = .6182 - .6183, .6185 = .6183 - .6184, etc.,

ou alternativamente

1.6182 = 1 + 1.618, 1.6183 = 1.618 + 1.6182, 1.6184 = 1.6182 + 1.6183, 1.6185 = 1.6183 + 1.6184, etc.,

È através de um sistema de equações mais complexo que não vou estar aqui a retractar que se obtém os mais que conhecidos números de Fibonacci:

Introdução á análise da proporção: Num mercado hipotético em que temos 5 ondas + 3 ondas conseguimos através do estudo da proporção dourada saber quanto vai ser o retrocesso de uma onda correctiva. Ficamos então a saber que a correcção em tempo e valor de uma onda ascendente será de 3/5. Convém salientar que isto raramente acontece, estamos única e exclusivamente a tratar de exemplos académicos.

Retracements:

1- Quando o retrocesso é feito numa onda 1 esse retrocesso pode ser 50 a 61.8% da onda. 2- Quando o retrocesso é feito numa onda 3 ele tende a ser 38.2%

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Convém realçar que os retracements podem ser de todas as formas e feitios.

Impulsos e múltiplos de ondas correctivas

1- Quando uma onda 3 se estende temos que as ondas 1 e 2 são iguais ou apresentam uma relação .618. 2- Todas as ondas podem ser relacionadas pela teoria de Fibonacci através da igualdade 1.618 ou 2.618, ou o seu inverso .618 e .382. 3- Uma quinta onda estendida tem as características de uma onda 1 mais uma onda 3 ou seja .382 e .618. 4- Quando é a onda 1 que se estende na maioria dos casos esta subdivide-se numa secção dourada.

Quando nenhuma das ondas impulsivas estiverem estendidas a proporção da onda 5 será .382. Caso a quinta onda esteja estendida então ai a proporção será de .618. Resumo: A técnica de Fibonacci não se aplica só para ver até onde podem ir as quedas num mercado Bear, mas também para prever ainda que com uma margem de erro, até onde poderá ir uma onda impulsiva tendo em conta a natureza e a extensão de outras ondas impulsivas anteriores.

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16 - Stop´s para ganhos e perdas Este artigo explica-nos a técnica do limite de perda, para que um erro nunca seja catastrófico.

Stop´s para ganhos e perdas: uma forma racional de se operar num mercado muito volátil.

Todo e qualquer investidor deve ter um sistema racional para investir, nem que esse sistema passe só por uma máquina calculadora e um papel, para isso deve utilizar adequadamente o sistema de stop´s. Resumidamente vou esclarecer 4 tipos de stop´s.

Stop Gráfico

Como se sabe a análise técnica é uma observação estática de pessoas que negoceiam no mercado, logo não é 100% fiável. Para isso deve-se limitar as perdas através de ordens de stop, pois existem sempre fortes hipóteses que o mercado caminhe em sentido contrário às nossas expectativas.

Exemplo: Suponhamos que os preços cortam o triângulo ascendente no qual teremos um ponto de compra em p1.

Pela análise Gráfica os preços poderiam ir até p2, mas eles reverteram. Podemos então supor que eles baterão na linha de suporte podendo fazer um pull back e atingir p2, mas também poderão romper o suporte e reverter uma tendência, ai teríamos que colocar o nosso stop um pouco abaixo da linha de suporte. Neste caso a figura de projecção não funcionou. É a chamada armadilha.

Stop móvel

Este é um stop importante para investidores iniciados e que ainda não dominem correctamente a análise técnica.

Este stop é um stop que acompanha os movimentos de preços. Estamos comprados numa fase de alta e decidimos não devolver ao mercado mais que um certo valor percentual sobre o nosso ganho. Ex: Temos uma acção X a 10€ e decidimos não perder mais que 40% do que ganharmos, por força de uma reversão inesperada, assim, se a acção sobe para 11€ temos um ganho de 1€, colocando um stop móvel nos 10.6€, se o mercado continuar em subida e a acção X sobe para 12€, então iremos subir o nosso stop para 11.2 € e assim sucessivamente.

Stop de ganho

É normalmente utilizado para mercados em alta, pois ao comprarmos determinada acção limitamos o ganho logo a x, mesmo não havendo sinalização gráfica.

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Este tipo de procedimento não é muito indicado, já que nos exclui de bons desenvolvimentos de alta logo no seu inicio.

Stop de perda

Quando compramos uma acção temos naturalmente uma expectativa de subida para essa acção. Mas nem sempre acertamos, ou seja, algumas vezes (ou bastantes vezes?) compramos uma acção e ela começa a cair. Para não corrermos o risco de termos uma perda avultada, podemos limitar a perda, através de um stop loss.

Definimos um nível em que admitimos que estávamos errados. Por exemplo, 10%. Se uma acção cair 10% do preço a que comprámos, vendemos admitindo um erro. Assim o nosso risco é limitado a 10% do capital. Repare que o mais importante no trading é preservar o capital, para quando a altura dourada ou Bull Market chegar termos capital para investir.


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