1
Análise do PLCL 008-17.
(os textos abaixo, em negrito com fundo amarelo, foram extraídos do documento do
Sr. Vereador, ou das emendas apresentadas, para serem comentados)
Introdução importante:
Escrevemos o presente documento em razão do Vereador Moisés Maluco do
Bem, apesar de membro da COSMAM, passar por cima desta Comissão e tentar aprovar
um Projeto de Lei AMBIENTAL direto no Plenário da Câmara, passando por cima dos
cidadãos que participam daquela Comissão e tem interesse em discutir o assunto. Isto
só pode ter ocorrido porque o Sr. Vereador sabe que sua proposta vai em direção
contraria aos discursos de sustentabilidade que o Vereador diz sustentar, o que seria
demonstrado em discussão da COSMAM.
Estranhamos que nosso parecer sobre o Projeto de Lei, assinado por dois ex-
Secretários de Meio Ambiente de Porto Alegre, entregue oficialmente ao COSMAM em
11/04/2017, não faça parte dos documentos constantes no site da Câmara Municipal de
Porto Alegre (pelo menos até 15/09/2017) para que o público interessado tenha acesso
a informação.
Cremos que a exigência de transparência nos atos públicos obriga a publicação
destes documentos nos anexos ao projeto que constam no site da Câmara.
Em 26/05/2017 o Vereador Moisés Maluco do Bem se posicionou sobre o
documento apresentado pelos Ex-Secretários, este documento, rebatido pelos Ex-
Secretarios, também não é público (e não sabemos se ambos estão no processo em
andamento na Câmara Municipal, para conhecimento dos demais vereadores).
Somente no documento apresentado pelo Vereador em 26/05/2017 há alguma
justificativa ao seu Projeto de Lei, pois a apresentada originalmente é genérica, quando
protocolado o Projeto de Lei.
Sugerimos ler a justificativa apresentada a Câmara de Vereadores quanto a Lei
nº 757/15. Lá sim está pormenorizado a razão daquela Lei. Tão bem justificada que foi
aprovada por unanimidade dos vereadores de Porto Alegre. Acontecimento raro em
uma Lei Complementar.
Encontra-se em:
(http://200.169.19.94/documentos/draco/processos/120035/026862013PLCE_PROJET
O_50944116_881.pdf)
Como comentário final desta introdução, este documento é longo, mas para os
que entendem da matéria, o foco da Projeto de Lei complementar nº 008/17 é, em nossa
opinião, retirar os recursos extra orçamentários previstos na LC nº 757/15 destinados a
proteção da biodiversidade em Porto Alegre (mudança do inciso V do art. 5. 7º da LC
757/15) e utilizar estes recursos para os serviços de rotina de manutenção da SMAM,
2
que deveriam ser realizados com recursos orçamentários. Todas as demais mudanças
apenas tiram o foco da proposta, pela discussão de assuntos adjacentes.
Análise do documento.
1) Quanto a ARBORIZAÇÃO URBANA ser ou não equipamento público.
O documento elaborado pelo Sr. Vereador usa a seguinte definição da ABNT:
“A NBR 9284/1986 ressalta que equipamento urbano é
um termo que designa todos os “bens públicos ou
privados, de utilidade pública, destinados a prestação de
serviços necessários ao funcionamento da cidade,
implantados mediante autorização do poder público, em
espaços públicos e privados” e não define árvores como
sendo equipamentos públicos.
Inicialmente queremos ressaltar que o “equipamento urbano” a que nos
referimos é a “arborização urbana” e não “árvore”.
E, dentro da própria definição da NBR 9284/1986, todos sabemos que
arborização urbana proporciona às cidades inúmeros benefícios relacionados à
estabilidade climática, ao conforto ambiental, na melhoria da qualidade do ar, bem
como na saúde física e mental da população, além de influenciar na redução da poluição
sonora e visual e auxiliar na conservação do ambiente ecologicamente equilibrado.
O próprio Vereador se contradiz quando, no item 2 de seu documento, afirma
que a arborização urbana presta serviços ambientais à cidade, logo, “equipamento
urbano”, conforme definido na NBR citada.
Podemos acrescentar ainda que a própria Constituição Federal atribui
importância a “arborização urbana” (e não só a ela) quando defende o bem-estar da
população e propõe a proteção ao meio ambiente: Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações. Incumbe ainda ao Município definir “espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e
a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. (art. 225, § 1º,
inc. III, da CF).
Ora, assim como os equipamentos urbanos tais como redes de água, de esgoto
cloacal, pluvial, viadutos, pontes e vias públicas devem ser construídas e mantidas pelo
Município através de sua receita ordinária (orçamentária), pelo bem-estar e saúde da
população, o mesmo se pode afirmar da arborização urbana.
3
Porque cuidamos da rede de esgoto cloacal (cuidado com meio ambiente,
poluição) com recursos orçamentários e não queremos cuidar da arborização urbana
(serviços ambientais já citados) também com recursos orçamentários?
Orçamento público:
Ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza, em
pormenor, a administração pública a realizar as despesas
necessárias ao funcionamento dos serviços públicos e a outros
fins necessários às políticas públicas estabelecidas, assim
como arrecadas as receitas legalmente instituídas (Aliomar
Baleeiro).
2) Quanto a afirmação “Alegar que plantar árvores nas calçadas “não compensa
o serviço ambiental que o terreno prestava [...] {fl.01, letra “b”}.
O Sr. Vereador faz as seguintes afirmações neste item, que iremos analisar frase a
frase.
2.1). É uma falácia, pois qualquer árvore plantada cumpre sua função ambiental
de melhora da qualidade do ar, da drenagem do solo, da diminuição do calor
auxiliando o microclima, ampliando a beleza paisagística, etc. Se isto não fosse
verdade porque compensar? Qual o motivo que o legislador preocupou-se em
regrar o manejo e a compensação vegetal?
Vamos deixar claro, em nenhum momento se afirmou que a arborização urbana
não presta serviços ambientais. Há necessidade de uma leitura atenta ao que
afirmamos.
Não se pode equiparar os serviços ambientais prestados em uma determinada
área (aqui estamos falando em terrenos, na unidade m2), com os serviços ambientais
prestados – em linha – pela arborização urbana. O terreno, não importa seu tamanho,
enquanto não possui benfeitorias (prédio construído), presta serviços ambientais muito
mais relevantes do que a arborização urbana (e esta é importantíssima, mas sob outro
prisma, como afirmamos no item 1). Há maior possibilidade da existência de diferentes
espécies de flora (não só árvores) e fauna – o que a arborização urbana não permite. As
áreas de infiltração de água no solo são maiores (não esqueçamos que as calçadas são
impermeáveis). O “resfriamento” da zona de entorno é maior. Entre outros.
É falso afirmar que a Lei 757/15 se propõe a extinguir a “arborização urbana”.
Apenas diz que ela é um equipamento urbano e, como tal, deve ser mantida e ampliada
através de recursos orçamentários, assim como qualquer outro equipamento urbano.
Basta ler a justificativa enviada à Câmara de Vereadores quando da proposição da Lei.
Aliás, a Lei 757/15 não trata de arborização de vias urbanas.
4
Porque compensar? Qual o motivo que o legislador preocupou-se em regrar o
manejo e a compensação vegetal? É uma exigência da “constituição” do Município de
Porto Alegre. A Lei nº 757/15 visa a atender ao disposto no parágrafo único do art. 243
da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que determina que Lei Complementar
definirá os casos em que, por risco à pessoa, dano ao patrimônio ou necessidade de obra
pública ou privada, se admitirá o abate, a poda ou o corte, e definirá sanções para os
casos de transgressão ao disposto no “caput” e, ainda, atender ao que dispõe a Lei
Complementar nº 65/81, estabelecendo um sistema de compensação vegetal, que até
então vinha sendo regulado por meio de decretos, que fosse harmônico com os
princípios constitucionais (texto retirado da justificativa ao PLC 13/2013, que
posteriormente transformou-se na Lei nº 757/15).
2.2). Consta a seguinte afirmação neste item: o PL nº 008/17 não visa somente o
plantio em calçadas. Ele busca que o plantio seja executado primeiramente na área
suprimida, depois na mesma sub-bacia onde se localiza o terreno e por último em
qualquer das 27 sub-bacias da cidade.
Esta afirmação é estranha. Pois quem faz esta exigência de plantio
primeiramente na área interna é a Lei 757/15 e não no PL 008/17. A alteração proposta
pelo Vereador refere-se ao item “transplante” de árvores, quando propõe alteração no
art. 11:
Art. 11. O transplante de vegetal, nativo ou exótico, dependerá da autorização da Smam, por meio da expedição de documento denominado Autorização Especial de Transplante de Vegetal – AETV. § 4º Os vegetais indicados para transplante deverão ser destinados preferencialmente para o mesmo imóvel. § 5º Na impossibilidade de cumprimento do disposto no § 4º deste artigo, caberá ao interessado sugerir outro local no Município para destinação dos vegetais indicados para transplante, e, sendo esse local área pública, caberá ao responsável anexar planta de local de destino e aceite do órgão competente. Proposta do Vereador de nova redação: § 5º. Na impossibilidade de cumprimento do disposto no § 4º deste
artigo, os vegetais poderão ser destinados a áreas disponíveis na
mesma microbacia hidrográfica onde se localiza o imóvel e, caso
inexista possibilidade nestas, nas demais existentes na cidade.
2.3). Consta a seguinte afirmação neste item: a compensação fortalece o serviço
ambiental anteriormente executado no terreno onde ocorreu o manejo da vegetação,
pois há um aumento considerável dos espécimes plantados.
5
Esta afirmação não é verdadeira. Como já dissemos anteriormente, não há
comparação entre a qualidade do serviço ambiental prestado em “áreas” e o prestado
“em linhas” (linhas tornadas impermeáveis pelo calçamento). Como pode ser visto na
justificativa da Lei nº 757/15, há grandes dificuldades no plantio de arvores nas vias já
intensamente arborizadas da cidade ou que, pelas exigências sociais, possuem serviços
embaixo da calçada que impossibilitam o plantio (largura de calçadas, sistemas
subterrâneos de água, esgoto, pluviais, gás, fiação aérea, entre outros).
3) Dizer que “quando se autoriza o uso de determinado terreno para fins urbanos, tendo ou não árvores, amplia-se as unidades de conservação [..]” (fl.02).
Nota (do Vereador) É uma afirmação que merece cuidados, pois as Unidades de Conservação – UC
administradas pelo município de Porto Alegre são: a) o Parque Natural Municipal Saint’Hilare, b) o Parque Natural Morro do Osso; c) a Reserva Biológica do Lami e d) o Refugio da Vida Silvestre São Pedro.
A cidade por estar 100% urbanizada comportaria criar uma nova UC ou ampliar a área das existentes?
Quantas ampliações existiram a partir da publicação da LC 757/2015? O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental contempla esta
afirmação? Sim, conforme o art. 89 o Município estabelecerá restrições ou limitações administrativas, assim como criará Unidades de Conservação, tais como Reserva Biológica e Parque Natural.
A proposta cerne da Lei nº 757/15 é esta. Arborização Urbana realizada com
recursos orçamentários e ampliação e novas UC’s através da compensação vegetal
(recurso extra-orçamentário).
Dizer que o município é 100% urbanizado é desconhecer a recente legislação
sobre a Zona Rural de Porto Alegre.
Dizer que Porto Alegre não tem áreas disponíveis para novas UC’s ou ampliação
das existentes é desconhecer a área territorial do Município. No momento há duas
propostas em andamento na administração municipal, a compra de uma área lindeira a
Reserva do Lami e outra junto ao Morro do Osso. E com recursos específicos reservados
no Fundo Municipal de Meio Ambiente para a compra de uma destas áreas. Agora, a
Administração Central e a Secretaria Municipal da Fazenda autorizarem é o problema.
Lembramos que, se a Lei nº 757/15 não for cumprida não haverá mais
licenciamento ambiental no Município de Porto Alegre.
Se o Sr. Vereador desejar, a área técnica da SMAM pode informar dezenas de
áreas que poderiam ser transformadas em UC’s em Porto Alegre. Seria irresponsável de
nossa parte propor a Lei 757/15, se esta possibilidade não existisse.
Quanto a pergunta sobre o PDDUA, o próprio vereador esclarece a possiblidade
da criação de novas UC’s e a legislação que a apoia. Ou não entendemos a
argumentação!
6
4). Quanto a retirada dos 15% do Fundo Municipal de Meio Ambiente dizem
que este recurso financeiro” para serviços que deveriam ser feitos com recursos
orçamentários” (caixa único) se for “aprovada, vai significar que todo o recurso da
compensação vegetal (prestação de serviços ambientais) irá para a rotina de
conservação e manutenção de praças” contrariando a LC 757/2015(fl.02).
Nota do vereador:
É uma visão errônea, porque o objetivo da referida LC no art. 7º, V, não foi
desvirtuado. Isto é, quem fará a gestão deste FUNDO?
Quem é responsável pelo Plano Diretor de Arborização Urbana – PDUA de
Porto Alegre? A SMAMS, segundo a Resolução COMAM nº 05/2006, art. 3º, no qual a
“implementação do Plano Diretor de Arborização Urbana, ficará a cargo da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (SMAM), nas questões relativas a elaboração, análise e
implantação de projetos e manejo da arborização urbana.
O PDAU destaca que a instrumentação será através de Viveiro Municipal, do
plantio que deverá ser feito de acordo com o Anexo II; das mudas para plantio deverão
atender as especificações do anexo I; dos passeios públicos no qual o proprietário do
imóvel deverá atender a legislação vigente; e, das áreas privadas deverão ser
atendidas as condições aprovadas no art. 14 (arts. 10 a 15).
Alegar que haverá a extinção do Fundo Municipal de Meio Ambiente é algo
estranho ao conteúdo da LC 757/2015, bem como ao PL n. 008/17 que prima pela
segurança dos atos administrativos, pela proteção ambiental e pela celeridade de
eficiência do serviço público da SMAMS.
Não é possível entender a argumentação do Sr. Vereador neste ponto. Os 15%
falados são para a manutenção/recuperação de praças, nada tendo a ver com a
arborização urbana.
A argumentação quanto a este assunto está bem documentada no documento
que protocolamos no COSMAM na data de 11/04/2017.
Apenas a fim de mais um esclarecimento, o art. 7º da Lei nº 757/15 era para ser
uma cópia fiel das propostas de proteção a biodiversidade que constam na Lei do
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). E que são as medidas aceitas
nacionalmente para a proteção da biodiversidade. O § 5º - que não consta no projeto
inicial enviado pela PMPA à Câmara - foi acrescentado pela Câmara de Vereadores de
Porto Alegre, desviando 15% dos recursos que eram destinados a proteção da
biodiversidade em Porto Alegre pela proposta original de origem no Executivo, para uso
orçamentário.
Continuamos afirmando que a aprovação desta modificação irá desvirtuar
completamente a finalidade da Lei nº 757/2015 e parece ter mais origem no setor
fazendário da PMPA (que nunca aceitou esta Lei, por motivos óbvios) do que de alguém
com visão ambiental.
7
A última frase (de efeito) do Sr. Vereador é apenas uma informação de que
qualquer lei, seja ambiental ou não, deve primar pela segurança dos atos
administrativos e pela celeridade e eficiência do serviço público.
Aliás, a própria Procuradoria da Câmara de Vereadores, em análise prévia do PL
008/17, informa que este quesito, em alguns pontos da proposta, não está sendo
atendido, como veremos adiante.
5). O argumento que a inclusão no art. 4º do § 13 “não tem sentido” mostra o
equívoco na interpretação (fl. 04).
Nota do Vereador:
O §9º trata das atividades que necessitam de Licença de Instalação e haverá se
não existir indivíduo arbóreo a ser compensado a cobrança de 0,5% do valor do
imóvel.
O §13, V, retrata a não incidência da compensação sobre determinadas
situações e dentre elas foi incluída os casos de risco de queda ou estado fitossanitário
onde não há interferência do proprietário ou possuidor a qualquer título. Portanto,
não há de se confundir um parágrafo com o outro.
O § 9º fala das compensações quando do licenciamento ambiental e o § 13 das
dispensas de compensação quanto ao licenciamento ambiental. A inclusão do inciso V é
estranha a matéria, pois generaliza o assunto para situações fora do licenciamento
ambiental.
Além disto, o art. 51 da Lei 757/15 já trata deste assunto.
Art. 51. A compensação vegetal de que trata
esta Lei Complementar poderá ser dispensada
por decisão fundamentada, nos casos de
manejo de espécies exóticas invasoras, manejo
da vegetação para atividades relacionadas à
produção primária, manejo de vegetação por
risco iminente de queda ou por riscos diversos,
ou o manejo de vegetais mortos, hipóteses
devidamente atestadas por profissional
habilitado.
6). A alteração do art. 4º, § 15 (fl.04) – correto.
O Sr. Vereador concordou com nosso parecer anterior que a modificação é
desnecessária.
7). Inclusão no art. 7º do inciso IX (fl. 04) acusa ser um erro grave por desvio de
finalidade da lei, em destaque: “Contratação de terceiros para atendimento as
situações de risco iminente”.
8
Nota do Vereador:
Não há erro algum, pois se houvesse a LC 757/2015 não teria contemplado a
SUPRESSÃO DE VEGETAIS EM SITUAÇÃO DE RISCO em área privada (art. 9º, §3º). A
inclusão visa a intervenção do Poder Público em áreas públicas (parques, praças, áreas
verdes, etc.), porque o intuito do Certificado de Compensação por Transferência de
Serviços Ambientais – CCTSA é a MANUTENÇÃO e a CONSERVAÇÃO da
BIODIVERSIDADE (Art. 6º).
Nos parques, praças, áreas verdes, unidades de conservação não existe
biodiversidade? Não há relevância ambiental?
Se praças, parques, áreas verdes etc não são relevantes porque está inserido no art.
7º V da seção II que trata do CCTSA?
O PPDUA(2010) considerou estas áreas como de QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL.
Art. 13. A Estratégia de Qualificação Ambiental tem como objetivo geral qualificar o
território municipal, através da valorização do Patrimônio Ambiental, promovendo
suas potencialidades e garantindo sua perpetuação, e de superação de conflitos
referentes à poluição e degradação do meio ambiente, saneamento e desperdício
energético.
Art. 14. Integram o Patrimônio Cultural, para efeitos desta Lei Complementar, o
conjunto de bens imóveis de valor significativo – edificações isoladas ou não,
ambiências, parques urbanos e naturais, praças, sítios e áreas remanescentes de
quilombos e comunidades indígenas -, paisagens, bens arqueológicos – históricos e
pré-históricos -, bem como manifestações culturais – tradições, práticas e referências,
denominados bens intangíveis, que conferem identidade a estes espaços (Alterado
pela Lei 646, de 22 de julho de 2010).
Art. 18. Constituem a Estratégia de Qualificação Ambiental:
III – Programa de Implantação e Manutenção de áreas Verdes Urbanas, que envolve
ações permanentes de implantação e manutenção de parques e praças, de
disciplinamento da arborização nos passeios públicos e de criação de incentivos à
arborização e ao ajardinamento em áreas privadas.
O artigo 7º fala sobre a emissão de CCTSA:
Art. 7º Serão compensados pela emissão de CCTSA os seguintes bens e serviços adquiridos, contratados ou executados pelo Fundo Pró-Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre: I – Aquisição, regularização fundiária e demarcação de terras de Unidades de Conservação Municipal existentes ou a serem criadas, implantadas e mantidas pelo Poder Público;
9
II – Aquisição de bens e serviços necessários à implantação, à gestão, ao monitoramento e à proteção de Unidades de Conservação Municipal ou áreas verdes urbanas, suas áreas de amortecimento e seus corredores ecológicos; III – aquisição de áreas e implantação de área verde urbana, definida no art. 3º, inc. XX, da Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012 – Código Florestal –, ou o que vier a substituí-lo; IV – Elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo de Unidades de Conservação Municipal; V – Serão destinados 15% (quinze por cento) para projeção, construção, conservação e manutenção de praças, parques, jardins e balneários, inclusive com a instalação de equipamentos de ginástica híbridos ao ar livre; VI – Elaboração do projeto e implantação do parque Arroio do Salso, conforme gravame já existente no PDDUA; VII – elaboração dos estudos e implantação dos corredores ecológicos no Município de Porto Alegre; e VIII – elaboração dos estudos e gravame de todas as APPs no Município de Porto Alegre.
O Sr. Vereador quer incluir o seguinte inciso:
IX – Contratação de terceiros para atendimento as situações de
risco iminente.
A SMAM – e Defesa Civil - tem a obrigação de ter quadro próprio ou terceirizado para as situações de risco iminente na cidade. E sempre tiveram. Querer usar recursos extra orçamentários, destinados a proteção da biodiversidade (os incisos do art. 7º, a exceção do inciso V, incluído pela Câmara de Vereadores) é um contrassenso, ainda mais vindo de vereador ligado a causa ambiental. O conteúdo da Nota apresentada pelo Sr. Vereador, em nada justifica o inciso por ele proposto, acreditamos ter havido um mal-entendido de sua assessoria na elaboração da Nota. 8). Altera o art. 9º, § 3º afirmam que a expressão “imediatamente” é inócua, pois os técnicos da SMAMS definem o prazo de acordo com a gravidade (fl. 04). A expressão imediatamente sugerida na LC 757/2015 visa imputar ao cidadão uma conduta: “sem perda de tempo ou sem mais delonga; de imediato” ou “no mesmo instante, instantaneamente”, independentemente da definição de qualquer técnico. ou seja, visa pela rapidez e eficiência da ação humana em afastar o risco. A sugestão de incluir a palavra “imediatamente” consta do PL 008/17 e não na Lei nº 757/15. Voltamos a comentar. Alteração desnecessária. É chamar os técnicos da SMAM de incompetentes em não saber avaliar o risco de determinada situação e dar prazo adequado para remoção.
10
9). Inclusão no art. 9º do §§ 8º e 9º - Quanto a supressão alegam erro grave, pois a SMAMS “dará a resposta rápida ou lenta na medida de seus recursos humanos e materiais” (fls. 04-05). Nota do Vereador: A exposição de motivos do PLCL nº 008/17 sustenta tal necessidade de prazo baseado na Emenda Constitucional nº 19/1998 que incluiu no texto do art. 37 da Constituição da República de 1988 o PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA. Este que SUBMETE a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a este princípio. Além do que, segundo a ZH (12/03/17): “mais de 10,8 mil pedidos de poda e remoção de árvores em Porto Alegre aguardam por execução. Há solicitações protocoladas desde 2014. Prefeitura afirma que deve voltar a terceirizar o serviço. [...]. Demora pode causar riscos à população. Logo, não há como melhorar a prestação de serviço à população se não houver tempo mínimo de entrega deste serviço. Isto fará que o Poder Público reveja seus processos e procedimentos e, se necessário, faça os investimentos na medida da disponibilidade dos recursos financeiros. O cerne da questão prima pela SEGURANÇA no qual a solicitação de supressão será encaminhada com o requerimento, laudo técnico (vegetais existentes, execução do manejo e compensação e o cronograma de trabalho etc.) com CRBio ou ART. A não resposta da SMAMS no prazo não impede a execução do serviço e NÃO AFASTA A RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO, PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR descrito no Código Civil Brasileiro (2002).
A argumentação do Sr. Vereador é interessante, mas não é racional. É interessante extrapola-la, por exemplo, para os serviços públicos ineficientes na área de saúde, de esgotamento sanitário, o sistema pluvial, entre outros.
É muito simples para a Administração Municipal se este item for aprovado: não contratar mais ninguém para exercer esta atividade.
Na área da saúde, quando não há atendimento, há pressão pública e da mídia para que aconteça. Nesta área de supressão de vegetação não haverá pressão, pois o proprietário será atendido pela ineficiência do serviço da SMAMS e ficará satisfeito. E se a SMAMS não tiver técnicos para emitir os laudos, terá muito menos para verificar que os serviços foram realizados de acordo com a lei e a boa técnica, contribuindo para degradação da biodiversidade no Município no longo prazo.
O PARECER Nº 188/17, da Procuradoria da Câmara, dada no processo nº 896/17,
sobre o PLCL Nº 8/17 é claro quanto a ilegalidade da mudança:
a) os conteúdos normativos dos §§ 8º do art. 9º e 4º do artigo 15, na redação
dada pelo projeto de lei, porque consubstanciam interferência no funcionamento da
administração municipal, com a devida vênia, incidem em violação ao disposto no artigo
94, inciso IV, da Lei Orgânica; b) os preceitos dos §§ 9º do artigo 9º e 5º do artigo 15, na
redação dada pela proposição, autorizam manejo de vegetação sem manifestação de
órgão ambiental e, vênia concedida, afrontam o disposto na legislação federal que
regula matéria (LC 140/11, art. 9º, inciso XV).
11
O Sr. Vereador ainda acrescenta uma sugestão, adicionar um § 10 ao artigo 9º. SUGESTAO: Incluir §10 com o seguinte texto: As compensações decorrentes da supressão vegetal serão executadas preferencialmente no mesmo imóvel onde ocorreu o manejo vegetal, caso não haja condições técnicas ao plantio da totalidade das mudas, poderá ocorrer na mesma microbacia e na impossibilidade nas demais microbacias existentes na cidade concomitantemente às expensas do requerente. Com esta sugestão o Sr. Vereador “rasga” a Lei nº 757/15, pois haverá somente o plantio de árvores nas calçadas da cidade (que não comporta mais este volume de plantios) e não haverá mais CCTSA, ou seja, não se gerará mais recursos para a proteção a biodiversidade no Município. Para a inclusão deste parágrafo há necessidade de revogação quase completa da Lei nº 757/15, bem como suas consequências, uma delas é a paralização do licenciamento ambiental no Município de Porto Alegre, pela impossibilidade técnica de compensação prevista no inciso sugerido. Acreditamos que está ocorrendo algum problema na Assessoria do Sr. Vereador, que não percebe a profundidade deste assunto e as razões que levaram o Município de Porto Alegre a enviar o Projeto de Lei à Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que mais tarde gestou a Lei nº 757/15. Mais adiante, ao discutir a EMENDA apresentada pelo Sr. Vereador, complementamos o assunto. 10). Altera o art. 11 no § 5º - Correto parcialmente (fl.05). Nota do Vereador: A legislação deve possibilitar ao cidadão promover o transplante tanto em área pública quanto privada, mediante autorização prévia, na mesma microbacia hidrográfica ou em qualquer outra microbacia existente na cidade. Não há necessidade de comentar, já que o Sr. Vereador aceitou a sugestão do documento que protocolamos junto a COSMAM, na data de 11/04/2017. 11). Inclusão no art. 11 do § 9º - Sobre o prazo de 30 dias para análise das solicitações de transplante alegam “um erro grave” e questionam se o plantio ocorrer em área pública não autorizada? (fl.05). Nota do Vereador: A exposição de motivos do PLCL nº 008/17 sustenta tal necessidade de prazo baseado na Emenda Constitucional nº 19/1998 que incluiu no texto do art. 37 da Constituição da República de 1988 o PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA. Este que SUBMETE a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a este princípio. Além do que, segundo a ZH (12/03/17): “mais de 10,8 mil pedidos de poda e remoção de árvores em Porto Alegre aguardam por execução. Há solicitações protocoladas desde 2014. Prefeitura afirma que deve voltar a terceirizar o serviço. [...]. Demora pode causar riscos à população. Logo, não há como melhorar a prestação de serviço à população se não houver tempo mínimo de entrega deste serviço. Isto fará que o Poder Público reveja seus processos
12
e procedimentos e, se necessário, faça os investimentos na medida da disponibilidade dos recursos financeiros. O cerne da questão prima pela SEGURANÇA no qual a solicitação de supressão será encaminhada com o requerimento, laudo técnico (vegetais existentes, execução do manejo e compensação e o cronograma de trabalho etc.) com CRBio ou ART. A não resposta da SMAMS no prazo não impede a execução do serviço e NÃO AFASTA A RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO, PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR descrito no Código Civil Brasileiro (2002). Destaca que o manejo obrigatoriamente deverá ser feito por técnicos habilitados estes e os requerentes conhecem a figura da PROPRIEDADE descrita no Código Civil Brasileiro (2002). E todos conhecem suas implicações legais se utilizarem a propriedade de outrem (público ou privado) sem prévia autorização e ninguém pode alegar desconhecimento da lei (Lei de Introdução ao Código Civil – LICC/2002). Se ocorrer os custos será as expensas do requerente responsável pelo manejo da vegetação. Além do que serve a analogia ao art. 14 da LC 757/2015, que requer autorização do proprietário do imóvel. O Código Civil (2020) afirma que: Art. 1.196. Considera-se possuir todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício ou obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Nesta linha o possuidor, o locatário, o usufrutuário, o arrendatário, o comodato e o proprietário no momento da solicitação deverão apresentar a documentação que comprove a condição descrita no Código Civil Brasileiro (2002). Se o possuidor a qualquer título poder figurar no polo passivo da cobrança do IPTU, porque não solicitar o manejo da vegetação quando devidamente comprovada sua posse? A resposta foi dada no item 9. Trata-se do mesmo assunto. Na nota, o Sr. Vereador faz extensão narrativa sobre quem é ou não proprietário/possuidor de um imóvel, assunto que nada tem a ver com a proposta de inclusão do inciso que propôs. Tem a ver com outro item proposto pelo Sr. Vereador mais adiante. Trataremos do assunto no momento adequado. 12). Revoga o § 3º do art. 14 – Alegam a desnecessidade da revogação, pois basta somente a SMAMS se organizar para acompanhar o transplante. Nota do Vereador A SMAM não precisa acompanhar a execução do transplante, porque o requerente ao entregar o requerimento, o laudo técnico e o CRBio e ART deverá fiscalizar após a
13
execução do serviço, ou sejam se atende as ações definidas no laudo e no cronograma, segundo o art. 10 e no Termo de Compensação Vegetal assinado previamente pelo requerente caso o transplante não venha a ter êxito atendento o art. 4º, 3º da LC 757/2015. Ora, se a SMAMS não consegue atender a demanda de “Mais de 10,8 mil pedidos de poda e remoção de árvores em Porto Alegre aguardam por execução, Há solicitações protocoladas desde 2014. A Prefeitura afirma que deve voltar a terceirizar o serviço”. [...]. Demora deve causar riscos à população”. ZH (12.03.2017). Terá tempo suficiente para acompanhar todos os transplantes que são “bastante irrelevantes frente a arborização da cidade”? Alegação feita pelos Ex-secretários da SMAMS (fl. 05).
O que diz o 3º do art. 14: Art. 14. Em caso de o transplante de vegetal ocorrer em imóvel que não seja de propriedade do requerente, o laudo de transplante deve ser acompanhado de anuência do proprietário desse imóvel.
.......... § 3º A data e o horário da realização do transplante deverão ser comunicados à Smam com, no mínimo, 5 (cinco) dias úteis de antecedência.
Não entendemos a argumentação do Sr. Vereador. O parágrafo apenas pede que o transplante seja comunicado a SMAM com 5 dias de antecedência. Não diz se a SMAM irá acompanhar ou não. Em caso de necessidades especiais, como num licenciamento ambiental importante, ou transplante de espécie rara, por exemplo, a SMAM informada poderá acompanhar. Cremos que houve um entendimento errado por parte da assessoria do Sr. Vereador quando a interpretação do texto do parágrafo. 13). Revoga parte do §1º do art. 15 – quanto as podas questionam o motivo da solicitação de revogação parcial: “salvo se houver manifestação técnica fundamentada da SMAM” (fl.06). Nota do Vereador: A poda dentre os tipos de manejo é menos agressivo aos espécimes vegetais. Além disso, a poda deverá ser acompanhada de laudo técnico (art. 17 e 19 da LC 757/2015), bem como acompanhado de ART (arts. 17 e 19, § 2º da LC 757/2015). Outro ponto a ser considerado é que o próprio artigo veda a compensação, mas dispõe “SALVO SE HOUVER MANIFESTAÇÃO TÉCNICA FUNDAMENTADA [...]. Pergunta-se:
a) Quais os critérios e circunstâncias que autorizam esta manifestação? b) Quando será solicitado?
Isto gera insegurança jurídica e dificulta que o cidadão ou empreendedor possa formatar seus custos pertinentes ao manejo da vegetação.
14
Texto original do art. 15, § 1º da Lei nº 757/15:
Art. 15. A poda de vegetal, nativo ou exótico, dependerá de autorização da Smam, mediante manifestação técnica fundamentada, por meio da expedição de documento denominado Autorização Especial de Poda de Vegetal (AEPV). § 1º A poda vegetal autorizada não estará sujeita à compensação ambiental, salvo se houver manifestação técnica fundamentada da Smam.
O Sr. Vereador quer tirar a expressão: “salvo se houver manifestação técnica fundamentada da Smam”. Não é um assunto de maior importância. Ao que saibamos nunca foi solicitado pela SMAM compensação por poda. Na ocasião os técnicos deixaram a salvaguarda para questões especiais que possam surgir. Nós, que já dirigimos a SMAM, não temos “desconfiança” quanto a capacidade de tomada de decisão dos técnicos da SMAM e sobre a qualidade de sua formação pelas nossas Universidades. No mesmo item o Sr. Vereador sugere nova redação ao §1º: SUGESTÃO: Alteração integral do §1º do art. 15 – A poda vegetal autorizada não estará sujeita à compensação ambiental, exceto se o vegetal venha a sucumbir equiparado a supressão. Devendo atender os dispositivos desta Lei Complementar. A sugestão é interessante, e deveria ser um novo parágrafo, sem alteração do § 1º. Mas como os casos de poda onde haja sucumbência do vegetal são raros, não há necessidade de mudança da Lei nº 757/15 para assunto de tão pouca relevância. 14). Revoga todo o §2º do art. 15 – A resposta está acima no item 12. Alegam que “dá uma regra para o assunto” (fl.06). Nota do Vereador: Que assunto? Quais os critérios e circunstâncias? Texto da Lei:
Art. 15. A poda de vegetal, nativo ou exótico, dependerá de autorização da Smam, mediante manifestação técnica fundamentada, por meio da expedição de documento denominado Autorização Especial de Poda de Vegetal (AEPV). § 1º A poda vegetal autorizada não estará sujeita à compensação ambiental, salvo se houver manifestação técnica fundamentada da Smam. § 2º Havendo a manifestação referida no § 1º deste artigo, caberá à Smam definir a quantidade de mudas para compensação, a qual
15
não ultrapassará o descrito na tabela constante do Anexo I desta Lei Complementar.
O Sr. Vereador quer revogar o §2º. Realmente não é um assunto de maior importância. Ao que saibamos nunca foi solicitado pela SMAM compensação por poda. Na ocasião os técnicos deixaram a salvaguarda para questões especiais que possam surgir. Nós, que já dirigimos a SMAM, não temos “desconfiança” quanto a capacidade de tomada de decisão dos técnicos da SMAM e sobre a qualidade de sua formação pelas nossas Universidades. 15). Altera o § 3º do art. 15 – troca a expressão “poderá ser concedida” por “será concedida” e “impediria “o indeferimento do pedido quando julgado necessário pela AMAM, o que é ilegal” (fl. 06). Nota do Sr. Vereador: Não há qualquer ilegalidade, pois quando se faz a interpretação da norma deve-se observar toda a Seção VI. Dito de outra forma, o caput art. 15 da LC 757/2015 determina que ‘DEPENDERÁ DE AUTORIZAÇÃO DA SMAM, MEDIANTE MANIFESTAÇÃO TÉCNICA FUNDAMENTA, por meio da expedição de documento denominado Autorização Especial de Poda Vegetal (AEPV)”. Ora, se dependerá de autorização fundamentada da SMAMS que não há o que se falar em insegurança jurídica e tão pouco ilegalidade, pois está descrito no texto da própria lei. Logo, se houver a combinação do art. 15 caput e seu §3º pode-se extrair que será “concedida a autorização para poda regular” caso haja uma autorização técnica fundamentada da SMAMS. M sentido inverso, não caberá aplicação automática do §3º se a decisão fundamentada da SMAMS indeferir o pedido. Portanto, a interpretação da norma requer uma leitura sistêmica do texto, nunca de forma isolada. O Sr. Vereador, em usa nota, explica exatamente a razão de não modificar o texto do § 3º como propõe. Na forma atual o texto está claro, na forma pretendida haverá necessidade de “interpretação sistêmica do texto”. Para que deixar a Lei sujeita a “interpretações”, quando o texto da Lei n º 757/15 está claro? 16). Acrescenta os §§ 4º e 5º no art. 15 – quanto a poda questionam o prazo de 30 dias e alegam ser um erro grave (fls. 06-07). Nota do Vereador: Resposta descrita nos itens 09 e 11. Discordamos do Sr. Vereador. Resposta nos mesmos itens (09 e 11).
16
O PARECER Nº 188/17, da Procuradoria da Câmara, dada no processo nº 896/17,
sobre o PLCL Nº 8/17 é claro quanto a ilegalidade da mudança:
a) os conteúdos normativos dos §§ 8º do art. 9º e 4º do artigo 15, na redação
dada pelo projeto de lei, porque consubstanciam interferência no funcionamento da
administração municipal, com a devida vênia, incidem em violação ao disposto no artigo
94, inciso IV, da Lei Orgânica; b) os preceitos dos §§ 9º do artigo 9º e 5º do artigo 15, na
redação dada pela proposição, autorizam manejo de vegetação sem manifestação de
órgão ambiental e, vênia concedida, afrontam o disposto na legislação federal que
regula matéria (LC 140/11, art. 9º, inciso XV).
17). Altera 16 – inclui juntamente com o proprietário a figura do “possuidor do imóvel em que se situa o vegetal ou vizinho interessado [...] e afirmam a necessidade de uma “análise jurídica séria”. E questiona se o Município estará “autorizando invasores a fazer requerimentos [...] e “legitimando a invasão [...] (fl. 07). Nota do Vereador: Cabe destacar que houve intensa discussão com o corpo jurídico do Gabinete e com técnicos da área ambiental, juntamente com a PGM. Outro ponto a ser considerado é que a figura do possuidor está descrita no Código Civil Brasileiro de 2002 e que deverá comprovar sua situação mediante os critérios estabelecidos por este Código. Dizer que o possível invasor estará autorizado a solicitar o manejo da vegetação é ledo engano ou profundo desconhecimento da legislação vigente. Até porque o invasor mediante conduta irregular na propriedade de terceiros(s) exercendo a posse ilegal jamais se preocupara com as questões ambientais e, tão pouco, com os demais requisitos legais existentes junto ao Poder Público. Art. 1.196. Considera-se possuir todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício ou obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Nesta linha o possuidor, o locatário, o usufrutuário, o arrendatário, o comodato e o proprietário no momento da solicitação deverão apresentar a documentação que comprove a condição descrita no Código Civil Brasileiro (2002). Se o possuidor a qualquer título poder figurar no polo passivo da cobrança do IPTU, porque não solicitar o manejo da vegetação quando devidamente comprovada sua posse? CAMPOS entende que 1º. A posse sempre decorre de um direito obrigacional, como a locação ou o comodato, bem como de um direito real, como o usufruto ou a promessa de compra e venda, contudo, apesar de sua origem é a posse em si mesma é um direito real;
17
2º. O possuidor está permitido exercer a faculdade de usar e gozar, ou o direito de sequela, de acordo com a sua espécie de propriedade, por exemplo, o possuidor indireto locador pode perceber os frutos do bem (alugueres), ou seja, gozar, enquanto o locatário somente pode usar ou reaver o bem, podendo gozar se por ventura realizar uma sublocação, em vista disso que pode ser esses poderes cumulativamente ou não. 3º. A posse está limitada somente no tocante ao dispor, isto é, não pode um possuidor vender, doar ou transmitir o bem sob qualquer forma, sob pena de incorrer na evicção, por outro lado, os poderes que a espécie de posse garante, deverão ser exercidos ilimitadamente, até mesmo contra o proprietário, como no caso de locador que pretende expulsar locatário injustificadamente, permitindo então o exercício de manutenção da posse.
O texto original do art. 16 da Lei nº 757/2015:
Art. 16. A solicitação da AEPV caberá ao proprietário do imóvel em que se situa o vegetal ou ao vizinho interessado, o qual poderá fazê-lo em caso de os galhos que pretende podar adentrarem os limites de sua propriedade, e na hipótese da viabilidade de execução da poda em seu imóvel.
O Sr. Vereador sugere a seguinte modificação no PL 008/17:
Art. 16. A solicitação da AEPV caberá ao proprietário ou possuidor do imóvel em que se situa o vegetal ou ao vizinho interessado, o qual poderá fazê-lo em caso de os galhos que pretende podar adentrarem os limites de sua propriedade, e na hipótese da viabilidade de execução da poda em seu imóvel.
Como bem descrito pelo Sr. Vereador, Propriedade é o direito real que dá a uma pessoa (denominada então "proprietário") a posse de uma coisa, em todas as suas relações.
O Código Civil de 2002, traz em seu artigo 1.228 caput um conceito histórico do que seja a propriedade, assim como seu parágrafo primeiro traz um conceito analítico:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor
da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou a detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância
com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que
sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei
especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada
a poluição do ar e das águas.
18
Extraimos o seguinte texto de “O direito à propriedade”
Cássia Celina Paulo Moreira da Costa Mestranda em Direito na UNESA Professora de Direito Civil e Direito Constitucional na Universidade Castelo Branco Professora de Direito Civil na UniverCidade Advogada
Diante à representativa dificuldade de conceituar o vocábulo propriedade,
Scialoja nos viabiliza três opções:
a) limitar a propriedade a fls seus elementos constitutivos: direito
de usar (jus utendi ), gozar (jus fruendi) e dispor (jus abutendi).
b) enfatizar que a propriedade vem a ser a exteriorização da
vontade livre do proprietário; e,
c) relevar o momento estático da relação jurídica da propriedade
sem preocupar-se com a possível manifestação da vontade do
proprietário.
Nosso Código Civil adotou a primeira opção mencionada, ou seja, aquela que tem
como alicerce o conteúdo da propriedade, ao prescrever os poderes do proprietário
(usar, gozar e dispor de sua propriedade).
Como vimos, em nossa legislação civil pátria, assim como no Código Civil alemão
(art. 903) e no suíço (art. 641), o conceito legal de propriedade não foi prescrito (grifo
nosso), apenas sendo descrito o seu conteúdo, ao qual, foram fornecidos elementos para
sua compreensão, sendo que, tais elementos são compostos pela integralização de
princípios jurídicos que exprimem valores fundamentais ou imanentes dum sistema
jurídico, dotados de funções normogenética e sistêmica.
Pelo que concluímos que a expressão dada originalmente na Lei nº 757/2015
está clara (até porque foi intensamente analisado pela PGM a época da elaboração do
Projeto de Lei). Como o texto do Sr. Vereador não está claro com relação a quem tem
direito de peticionar (o que é afinal “possuidor?”), este artigo deveria receber
regulamentação por Decreto, informando a Administração quem tem o direito de
peticionar junto ao Serviço Público Municipal (e não só em relação a Lei nº 757/15).
18). Altera o art. 18 – Criticam a troca da “expressão ‘poderão” por “serão” e alegam
que há situações em que o laudo/ART não poderá ser dispensado, seja pela situação
do local (APP..) ou pela espécie. E questionam “porque novamente se dispensa a
análise da SMAM?” (fl. 07).
19
Nota do Vereador:
Inexiste qualquer discrepância, porque na SUPRESSÃO o texto da LC 757/2015, art. 9º, §2º, é claro no sentido que a “justificativa não decorra de construção civil, não será necessário laudo técnico ou ART, salvo em caso de quantidade superior a 8 (oito) espécimes”. A supressão é o tipo de manejo da vegetação mais agressivo que as demais, pois a vegetação deixa de existir. E neste caso não qualquer menção a local e/ou espécie alegada pelos Ex-secretários. Na poda art. 18 da LC 757/2015 querem construir algo que não está descrito na lei, ou seja, atuam ao arrepio da lei, impondo algo ilegal. Ora, em todas as modalidades de manejo é exigido laudo com ART e neste são identificadas as espécies vegetais que serão analisadas pela SMAMS. Então não cabe qualquer alegação de que a SMAMS está fora do processo de análise determinado pela Lei Complementar 140/2011. Na realidade a LC 757/2015 é mal escrita, confusa e trás insegurança jurídica que enseja interpretações equivocadas ou exigência fora do contexto legal.
Texto do art. 18 da LC nº 757/2015:
Art. 18. Para a poda vegetal cuja justificativa não decorra de construção civil, poderão ser dispensados o laudo técnico e a ART, salvo em quantidade superior a 8 (oito) espécimes, ocasião em que deverá ser juntada ao requerimento planta ou croqui da área com a distribuição espacial das árvores, o diâmetro à altura do peito, a altura total, o nome popular e o nome científico.
Texto sugerido pelo Sr. Vereador no PL 008/17:
Art. 18. Para a poda vegetal cuja justificativa não decorra de construção civil, serão dispensados o laudo técnico e a ART, salvo em quantidade superior a 8 (oito) espécimes, ocasião em que deverá ser juntada ao requerimento planta ou croqui da área com a distribuição espacial das árvores, o diâmetro à altura do peito, a altura total, o nome popular e o nome científico.
Não vemos maiores dificuldades na mudança proposta pelo Sr. Vereador, até
porque não temos lembrança da SMAM exigir os laudos quando o número de vegetais
é inferior a 8.
No entanto, ressaltamos:
a) Não há a mínima necessidade de mudança na LC 757/2015 por causa deste
artigo, até porque os técnicos da SMAM são sérios e não solicitam laudos por
motivos fúteis;
b) Alegar que “Na realidade a LC 757/2015 é mal escrita, confusa e traz insegurança
jurídica que enseja interpretações equivocadas ou exigência fora do contexto
20
legal” é agressivo, pois esta Lei foi discutida com os técnicos da SMAM e da PGM
por mais de um ano e, posteriormente foi discutida com a Sociedade por mais
um ano dentro da Câmara de Vereadores e, repetimos, aprovada por
unanimidade pelos Srs. Vereadores.
19). Altera o art. 20 – Asseveram ser uma alteração desnecessária (fl. 07).
Nota do Vereador:
A proposta de alteração retirou a expressão “ou arbustivos” e acrescentou “e/ou” na
relação de profissionais e empresas, cuja alteração modifica substancialmente o
sentido e objetivo do caput do art. 20 da LC 757/2015.
Vejamos:
Com a retirada da expressão arbustivo esta não estará nos casos especiais de poda e
supressão, porque o arbusto encontra-se em estágio inicial de crescimento dos
vegetais. Logo, não há necessidade de tutela do Poder Público e sua retirada e
inexpressiva no manjo da vegetação e o impacto ambiental é baixo ainda mais quando
se trata de um terreno para instalação de uma unidade unifamiliar. Entretanto, se a
atividade for passível de licenciamento a situação será analisada no processo próprio
junto a SMAMS.
Outro ponto é a inclusão do “e/ou” que no texto original diz que a poda e a supressão
poderá ser realizada por profissionais e empresas habilitadas. Ao ler o texto original
observa-se que a letra “e” é uma conjunção coordenada aditiva, ou seja, somente
poderá executar o profissional vinculado a uma empresa habilitada, sem estar
vinculada não pode. Se assim mesmo a SMAMS autorizar que faça sem o vínculo estará
atuando em contrariedade a LC 757/2015.
A inclusão do “e/ou” (conjunção coordenada aditiva e alternativa) resolve o problema
no qual o profissional poderá executar o manejo independentemente de estar ou não
vinculado a uma determinada empresa. Qualquer profissional devidamente
registrado no CRBio ou CREA acompanhado de ART poderá assumir o planejamento e
a execução do manejo vegetal.
Texto original do art. 20:
Art. 20. A poda ou a supressão de espécies de vegetais arbóreos ou arbustivos, em áreas privadas, poderão ser realizadas por profissionais e empresas habilitadas, na forma descrita nesta Seção.
Texto proposto pelo Sr. Vereador no PL 008/17:
Art. 20. A poda ou a supressão de espécies de vegetais arbóreos, em áreas privadas, poderão ser realizadas por
21
profissionais habilitados e/ou empresas habilitadas, na forma descrita nesta seção
Arbustos, são plantas que possuem um porte menor que o das árvores, normalmente não ultrapassando os 3 metros de altura. A estrutura lenhosa ou semi-lenhosa, de galhos encorpados e rijos, por vezes é semelhante a das árvores. Algumas, como por exemplo, a Buxus Sempervirens, podem atingir até 5 metros. Como a Lei 757/2015 trata de espécimes superiores a 2 metros de altura, não vemos porque a discussão do assunto e retirada da expressão.
Quanto ao “e” e “e/ou”. Isto requer uma análise técnica de Português, entendemos que o uso do “e” está
correto. Veja a seguinte frase: “Pode tomar chá e/ou café” ERRADO. Basta o E: pode tomar chá e café. A escolha está implícita: sei que posso
tomar chá e, se quiser, café. Só se um excluísse realmente o outro se usaria “ou”, isto é,
quem tomasse café não poderia tomar chá, e vice-versa. (Como usar corretamente o
“e/ou” e outras dicas de português - Heraldo Moreira / 2016).
Aliás, novamente estamos discutindo coisas de pouca importância, o foco
realmente está na mudança do inciso V do art. 5. 7º da LC 757/15. Todas as demais
“mudanças” nos parecem distrações para que esta mudança passe e destrua o cerne da
Lei nº 757/15.
20). Revoga o inciso XI do §1º do art. 20 – Questionam o motivo da retirada (fl.07).
Nota do Vereador:
Poda de cerca viva para fins de manejo vegetal é algo irrelevante e não mercê estar
sequer descrito na LC 757/2015. E a poda poderá ser executada da maneiro que o
proprietário ou possuidor quiser por se tratar de espécie vegetal para fins de
embelezamento e paisagismo.
A lei deve contemplar assunto de relevância ainda numa LC que deveria tratar de
assuntos específicos na norma.
Texto do inciso XI do § 1º do art. 20:
Art. 20. A poda ou a supressão de espécies de vegetais arbóreos ou arbustivos, em áreas privadas, poderão ser realizadas por profissionais e empresas habilitadas, na forma descrita nesta Seção.
§ 1º Desde que atendidas as restrições e aos regramentos desta Seção, é permitida a poda de qualquer espécie de árvore ou arbusto, em qualquer número, em áreas privadas, nos seguintes casos:
XI – podas de cerca viva, sendo assim
consideradas, para os fins desta Lei
Complementar, espécimes vegetais plantados
em linha, adensados, com função de barreira.
22
O Sr. Vereador sugere a supressão do inciso XI.
Não entendemos porque, já que facilita a vida do cidadão. A menos que esteja
confundindo com pequenas cercas vivas existentes nas residências para fins
ornamentais.
Cremos que o art. 50 é claro sobre a abrangência da Lei nº 757/2015:
Art. 50. Esta Lei Complementar não é aplicável para vegetais
com altura inferior a 2m (dois metros), ressalvadas as
situações de resgate e transplante de mudas, se
determinado pela Smam.
21). Nova redação ao §2º do art. 20 e revoga o art. 25 – reclamam pela revogação do
art. 25 que facilitaria a vida do cidadão e mesmo com a possível revogação ainda
precisaria de autorização da SMAM (fl. 08).
Nota do Vereador:
Reitera-se que a retirada dos espécimes “arbustos” e “ornamentais” do regramento
do manejo da vegetação não afeta a qualidade ambiental, porque estas são
destinados ao paisagismo e ornamentação dos imóveis.
SMAMS mal cumpre sua obrigação em tempo hábil e querem, por preciosismo ou idéia
de centralização, cuidar de situações irrelevantes que está mais afeta a área de
arquitetura e não as questões de qualidade ambiental, bem como a manutenção de
ecossistemas.
Se está na norma que qualquer forma uma relação de obrigação e maior atenção do
cidadão. Mas não consideram o § único do art. 25 de LC 757/2015 que diz que o Poder
Executivo poderá por “decreto, modificar, ampliar a listagem das espécies”.
Ora, se o Poder Público reduzir a listagem ou não a ampliar em que facilitará o
cidadão? Situações irrelevantes não devem estar figurando em Lei Complementar e,
tão pouco, regar situações que estão fora da matéria e da importância do instrumento
legal.
Convidamos o Sr. Vereador a ler o livro: Cores e Formas no Bioma Pampa –
Plantas Ornamentais Nativas, de Elisabeth Regina Tempel Stumpf, Rosa Lía Barbieri e
Gustavo Heiden. Porto Alegre é basicamente composto pelo Bioma Pampa e as arvores
ornamentais (nativas) fazem parte do nosso ecossistema.
Lembramos novamente onde a Lei 757/2015 se aplica:
Art. 50. Esta Lei Complementar não é aplicável para vegetais
com altura inferior a 2m (dois metros), ressalvadas as
situações de resgate e transplante de mudas, se
determinado pela Smam.
23
A revogação do Art. 25 obrigará o cidadão a procurar autorização para podar os
suprimir as espécies ali listadas, causando o efeito contrário a justificativa do Sr.
Vereador.
Logo, a modificação do §2º do art. 20 não tem justificativa.
22). Nova redação ao § 5º do art. 20 o art. 25 – reclamam pela revogação do art. 25
que facilitaria a vida do cidadão e mesmo com a possível revogação ainda precisaria
autorização da SMAM (fl.08).
Nota do Vereador:
São os mesmos motivos do 21.
Mesma resposta do 21. O Vereador tem que perceber que está exigindo
autorização da SMAM para os vegetais do artigo 25, caso este seja revogado.
23). Altera art. 24 – alegam mudança desnecessária com a mudança da nomenclatura
da SMAM para SMAMS (fl. 08).
Nota do Vereador:
É uma simples autorização do nome da secretaria.
Não há necessidade de mudar uma LC por causa das mudanças de nomes na
estrutura da Prefeitura.
24.) Revoga o art. 25 – Discutem a revogação do art. 25 e argumentam que esta
revogação impedirá que a PMPA emita decreto com novas dispensas (fl. 08).
Nota do Vereador:
A justificativa da solicitação de revogação do art. 25 está descrita no item 21.
Quanto a impossibilidade de futuros decretos do Poder Executivo baseado em novas
dispensas técnicas, não procede porque tais dispensas podem ser publicadas por
decretos ou resolução do COMAM quando necessário em atendimento a seção VII da
LC 757/2015.
Qual motivação de regulamentar situações irrelevantes ao tema do manejo da
vegetação e que tratam de mateira afeta ao embelezamento dos imóveis (plantas
ornamentais, cercas vivas e arbustos) na área de arquitetura e não influenciam na
qualidade ambiental (ar, solo e água)?
Se o legislador originário tivesse preocupação em regulamentar futuras situações
pertinentes aos “casos especiais de poda ou supressão em área privada” onde não há
exigência de licença ambiental teria deixado um dispositivo. Tanto é verdade que o
art. 21 da LC 757/2015 definiu que a construção civil e a produção comercial estão fora
desta especialidade.
O Sr. Vereador deve entender que, na legislação brasileira, ao Estado é permitido
tudo que a lei permite e a Iniciativa Privada é permitido tudo que a Lei não proíbe. É
24
como água e azeite. A Prefeitura e o COMAM só podem elaborar decretos ou normas se
a lei permitir, por isto consta a permissão na LC 757/2015.
As demais argumentações estão nos itens anteriores.
Esta exigência está em consonância com o art. 50 da Lei nº 757/15:
Art. 50. Esta Lei Complementar não é aplicável para vegetais
com altura inferior a 2m (dois metros), ressalvadas as
situações de resgate e transplante de mudas, se
determinado pela Smam.
Apenas para citar a altura de algumas das espécies listadas no art. 25 da Lei nº
757/15:
Amarelinho (Tecoma stans): atinge de 3,0 a 3,6 metros;
Areca-bambu (Dypsis lutescens): atinge de 3,0 a 9,0 metros;
Cheflera (Schefflera arboricola): atinge de 3,0 a 3,6 metros
Espirradeira (Nerium oleander): atinge de 2,4 a 3,0 metros.
25). Altera o inciso VIII do art. 27 – reclamam pela inclusão da expressão “ou
possuidor” e a possível autorização aos invasores requerem o manejo e legitimar as
invasões (fls. 08-09).
Nota do Vereador:
Cabe destacar que houve intensa discussão com o corpo jurídico do Gabinete e com técnicos da área ambiental, juntamente com a PGM. Outro ponto a ser considerado é que a figura do possuidor está descrita no Código Civil Brasileiro de 2002 e que deverá comprovar sua situação mediante os critérios estabelecidos por este Código. Dizer que o possível invasor estará autorizado a solicitar o manejo da vegetação é ledo engano ou profundo desconhecimento da legislação vigente. Até porque o invasor mediante conduta irregular na propriedade de terceiros(s) exercendo a posse ilegal jamais se preocupara com as questões ambientais e, tão pouco, com os demais requisitos legais existentes junto ao Poder Público. Art. 1.196. Considera-se possuir todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício ou obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Nesta linha o possuidor, o locatário, o usufrutuário, o arrendatário, o comodato e o proprietário no momento da solicitação deverão apresentar a documentação que comprove a condição descrita no Código Civil Brasileiro (2002).
25
Se o possuidor a qualquer título poder figurar no polo passivo da cobrança do IPTU,
porque não solicitar o manejo da vegetação quando devidamente comprovada sua
posse?
Resposta no item 17.
26). Altera o § único do art. 31 – Questionam a figura do possuidor (fl.09).
Nota do Vereador:
Ver justificativa dos itens 11, 17 e 25
Resposta no item 17.
27). Altera o art. 32 – Questionam a figura do possuidor (fl.09).
Nota do Vereador:
Ver justificativa dos itens 11, 17 e 25
Resposta no item 17.
Sobre as emendas apresentadas ao projeto de lei:
Emenda nº 01 do Vereador Felipe Camozzato:
O Sr. Vereador quer acrescentar a expressão “mediante decisão
fundamentada”, nos art. 9º, §8º; 11, §9º e 15, §4º.
A motivação dos atos administrativos é obrigação dos agentes públicos, não
havendo necessidade de, a cada legislação, “lembrar” esta obrigação.
Para citar uma das dezenas de artigos sobre o tema:
Um dos básicos princípios constitucionais que regem a
Administração de todos os Poderes da República e
Instituições públicas nacionais é, sem dúvida, o da
motivação dos atos administrativos. Na Constituição
Federal brasileira de 1988 (CF), o princípio da motivação
aparece de diversas formas: ora explicitamente, como o
é para a atividade administrativa do Judiciário, ora
implicitamente, quando decorre, de forma lógica,
racional, doutrinária e jurisprudencialmente aceita, da
legalidade, moralidade, publicidade, impessoalidade,
eficiência administrativas e, fundamentalmente, da
controlabilidade judiciária dos atos administrativos. A
exigência de fundamentação dos atos jurisdicionais e
administrativos tem raízes no princípio constitucional
implícito de interdição à arbitrariedade dos Poderes
Públicos, nos princípios democrático, do devido processo
26
legal, da segurança jurídica, igualdade,
proporcionalidade e direitos de defesa de posições
jurídicas (SCARCIGLIA, Roberto, La motivazione dell´atto
amministrativo, Giuffrè ed., Milano, 1999, pp.23 e ss;
SALINA, Pedro Gonzalez, La motivación arbitraria de las
sentencias, in Revista Española de Derecho
Administrativo número 082, abril-junho de 1994, Civitas,
Madrid; BERGHOLTZ, Gummar, “Ratio et Auctoritas”:
algunas reflexiones sobre la significación de las
decisiones razonadas, in DOXA, Cuadernos de Filosofia
del Derecho número 8, Departamento de Filosofia del
Derecho, Universidad de Alicante, Alicante, 1990, pp.75-
85).
Fábio Medina Osório Promotor de Justiça do Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Sul e Doutorando em
Direito Administrativo na Universidade Complutense de
Madrid, Espanha
Emenda nº 02 do Vereador Moisés Barbosa-Maluco do Bem:
Modifica o § 15 do art. 4º:
Art.4º
§15. O vegetal tombado que coloque em risco a população poderá ser suprimido
mediante laudo técnico emitido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade
– SMAMS – e deliberação do respectivo secretário municipal desta Secretaria, em
caráter de urgência mediante a ciência do fato, caso em que deverá ser realizado o seu
destombamento.
Parágrafo da Lei nº 757/15:
§ 15. O vegetal tombado que coloque em risco a população poderá ser suprimido após laudo assinado por técnico da SMAM e deliberação do secretário municipal do meio ambiente, caso em que deverá ser realizado o seu destombamento.
Desnecessária a mudança. Como já comentado anteriormente. Cremos que o Sr.
Vereador não tem experiência em administração pública. É chamar de irresponsável,
tanto os técnicos da SMAMS, quanto o Secretario, em vendo uma situação crítica não
27
tomar as medidas cabíveis. Inclusive, se não tomarem, responderão civil e
criminalmente pela falta de iniciativa.
II – Fica incluído o §10 do art. 9º da Lei Complementar 757, de 14 de janeiro de 2015,
modificado pelo art. 3º do PLCL nº 008/17 com o seguinte texto:
§ 10º. As compensações decorrentes da supressão vegetal serão executadas
preferencialmente no mesmo imóvel onde ocorreu o manejo vegetal, caso não haja
condições técnicas ao plantio da totalidade das mudas, poderá ocorrer na mesma
microbacia e na impossibilidade nas demais microbacias existentes na cidade às
expensas do requerente.
Inicialmente cabe esclarecer que toda a Lei nº 757/15 está construída a partir do
seguinte artigo:
Art. 4º A supressão de vegetal deverá ser ambientalmente compensada.
...................... § 2º A compensação estabelecida no caput deste artigo dar-se-á por meio de plantio de espécies vegetais nativas no imóvel em que se deu a supressão, conforme o previsto nos Anexos I e II desta Lei Complementar. ...................... § 4º Quando não for possível a compensação total, na forma prevista no § 2º deste artigo, deverá haver a compensação do total ou da fração faltante por meio da obtenção de Certificado de Compensação por Transferência de Serviços Ambientais – CCTSA – com o valor equivalente às mudas que deveriam ser plantadas, conforme tabela de compensação constante do Anexo I desta Lei Complementar.
A partir deste ponto se constrói toda a Lei nº 757/15. A proposta do Sr. Vereador
simplesmente aniquila a possibilidade do cumprimento jurídico da Lei e, na prática,
suspende todo o processo de licenciamento urbano/ambiental de Porto Alegre, que se
encontrava paralisado exatamente porque a legislação anterior dizia o que o Sr.
Vereador está propondo e era impossível seu cumprimento.
Tentando resumir. O licenciamento ambiental em Porto Alegre começou a
paralisar, principalmente a partir de 2012 e 2013, pois o sistema de compensação
adotado por Decretos era plantar o excedente, que não pudesse ser plantado no próprio
terreno, em arborização urbana.
A SMAM determinava que o requerente do licenciamento achasse locais para o
plantio do excedente em uma área de raio 2 Km (círculo de 37 Km2) no entorno de seu
28
empreendimento (já que há empreendimentos em todas as áreas da cidade, estas áreas
se sobrepõem). Por existir a sobreposição se limitava a área de abrangência do plantio
a um raio de 2Km, dando oportunidades de localização a todos os empreendedores.
Exemplos de alguns empreendimentos existentes em Porto Alegre em 2014 e a
área de abrangência de cada um para escolher locais para plantio nas calçadas
(arborização urbana):
Área de abrangência da escolha dos locais de plantio:
29
Para termos uma ideia do significado vamos exemplificar com o licenciamento
da ampliação do Hospital de Clinicas de Porto Alegre. E não esqueçamos que a área de
plantio abaixo é praticamente a mesma do Shopping a ser construído na Rua Alcides
Cruz (que também teria que achar locais para o plantio).
A compensação era em torno de 2.000 árvores (não recordamos o número
exato), que deveriam ser acrescidas a arborização urbana no raio de 2 Km do hospital.
A grosso modo a área abaixo:
A consultoria técnica do HCPOA, fiscalizados pelo Ministério Público Federal,
somente localizou 135 (de memória) locais onde poderiam plantar (em muitos locais
apenas a substituição de árvores mortas ou “suprimidas”). Porquê? Porque Porto Alegre
já é uma cidade intensamente arborizada e, nos locais onde faltam árvores, o sistema
subterrâneo de serviço (água, luz, esgoto, pluvial, fibra ótica) e largura de calçada não
permite seu plantio, conforme norma técnica do Plano Diretor de Arborização Urbana,
aprovado pelo COMAM. Vários processos junto a SMAM de licenciamento ambiental
levavam meses, as vezes mais de um ano, para que os empreendedores localizassem
locais para plantio. Estes locais, em grande quantidade, praticamente inexistem nas
áreas urbanizadas da cidade.
A proposta do Sr. Vereador – além de rasgar a Lei nº 757/15 – informa que todos
os particulares (e não só quem procura o licenciamento ambiental) deverão procurar
áreas para plantio. Isto coloca todos em uma sinuca de bico. O empreendedor e o
particular não irão conseguir locais para plantio e a SMAMS não emitirá autorizações
para supressão e nem licenciamento ambiental.
Além disto, há uma questão importantíssima com relação a arborização urbana.
A cidade tem 1.200.000 árvores em áreas públicas, que não estão tendo manutenção
por parte da SMAMS, por falta de orçamento adequado há décadas. A grosso modo, de
20 a 30% destas árvores apresentam doenças diversas (principalmente erva-de-
passarinho) e podemos esperar, para os próximos 5 anos, dezenas de milhares de
30
perecimentos de árvores “públicas” por falta de orçamento para sua manutenção.
Então, o problema primeiro de Porto Alegre não é o plantio de novas árvores, mas a
urgente manutenção das existentes. Recomendamos um passeio pelo Parque Marinha
do Brasil, junto ao viaduto da Rua José de Alencar, e a contagem de árvores com
problemas fitossanitários.
A erva-de-passarinho é uma planta parasita que infesta
rapidamente as árvores frutíferas, e até mesmo plantas
ornamentais. A erva está presente em todas as regiões do
país e o seu desenvolvimento se dá por meio dos
nutrientes que rouba das plantas hospedeiras. Ela pode
levar a morte arvores mal cuidadas. Não existe nenhum
herbicida recomendado para acabar com a erva-de-
passarinho. A única maneira de se livrar dessas ervas
daninhas sem comprometer a saúde da árvore, é mesmo
podando os galhos com infestação. Se não forem
retiradas, as ervas parasitas podem até causar a morte
da planta hospedeira, ao longo dos anos. Pesquisas
indicam que uma árvore infestada por erva-de-
passarinho viva entre 2 e 10 anos, dependendo de sua
idade e estado fitossanitário.
Um cálculo rápido, se fizéssemos uma vistoria de manutenção a cada árvore, a
cada 2 anos, considerando 240 dias uteis/ano, e o atendimento de 4 árvores por
equipe/dia, de quantas equipes necessitaríamos hoje para manutenção da arborização?
625 equipes (5 homens, um caminhão com cesto e um caminhão transportador de
resíduos). Se fosse uma vistoria a cada 10 anos, seriam125 equipes.
Outro cálculo: se uma árvore vive em média 70 anos, quantas deveríamos estar
substituindo por dia? Cerca de 80 árvores (como uma equipe consegue substituir uma
árvore por dia, teríamos que ter somente para substituição por idade – e não problemas
fitossanitários – 80 equipes trabalhando na rua). Isto também implica em pelo menos
uma equipe da EPTC, por turma da SMAMS, para controle do tráfego na região de
trabalho.
Em ambos os casos, ainda todo o apoio de uma equipe técnica orientando onde
e quando realizar o serviço.
A arborização urbana existente hoje em Porto Alegre está sendo perdida, dia-a-
dia. É como um carro novo que não faz manutenção alguma, não troca óleo, os pneus
estão carecas.
E, por cálculo semelhante, podemos afirmar que a SMAMS hoje não tem as
mínimas condições de manter as 625 praças sob sua responsabilidade.
Estamos falando em recursos orçamentários da ordem de mais de 70/80 milhões
reais/ano somente para a arborização urbana. A Lei nº 757/15 criou recursos extra
31
orçamentários (para basicamente ampliação das UC’s) da ordem de 5/6 milhões anos,
valor ínfimo para as necessidades da SMAM que cuida (deveria cuidar) de 1.200.000
árvores, 625 praças (mais cinco acrescentadas a cada ano), 8 parques, 4 unidades de
conservação e 3 cemitérios. A SMAM apesar de possuir este imenso “equipamento
urbano”, só conta com 1% do orçamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre para
sua manutenção.
A arborização urbana é um EQUIPAMENTO PÚBLICO, que deveria ter RECURSOS
ORÇAMENTÁRIOS para sua ampliação e manutenção, como os têm os outros sistemas
públicos (água, esgoto, vias públicas, pontes, viadutos, etc.).
Caso a Câmara de Vereadores de Porto Alegre queira paralisar o licenciamento
ambiental no Município e impossibilitar a SMAMS dar autorização para particulares
fazerem poda, supressão e transplantes em seu terreno, basta aprovar o PL008/17.
III- Fica alterado o § 1º do art. 15 da Lei Complementar 757, de 14 de janeiro de 2015,
modificado pelo art. 5º do PLCL nº 008/17, conforme segue:
Art. 15....................
§ 1º. A poda vegetal não estará sujeita à compensação ambiental, exceto se o
vegetal venha a sucumbir equiparado a supressão devendo atender os dispositivos
desta Lei Complementar.
A sugestão é interessante, e deveria ser um novo parágrafo, sem alteração do § 1º. Mas como os casos de poda onde haja sucumbência do vegetal são raros, não há necessidade de mudança da Lei nº 757/15 para assunto de tão pouca relevância.
Emenda nº 03 do Vereador Aldair Oliboni:
Art 1º No art. 2º do PLCE nº 008/17, que altera o artigo 7º, da Lei Complementar nº
757, de 2015, fica excluído a alteração do inc. V do caput.
Vai ao encontro do que comentamos. Ok
Art. 2º No art. 3º do PLCE 008/17, que altera o art. 9º da Lei Complementar nº 757, de
2015, fica alterado os §§ 8º, conforme segue:
§8º Protocolado o requerimento com os documentos referidos nos arts. 8º e 10 desta
Lei Complementar, a SMAMS decidirá sobre a supressão vegetal no prazo de 120
(cento e vinte) dias.
Tanto o prazo de 30 dias proposto pelo Vereador Felipe Camozzato, como o de
180 dias proposto pelo Vereador Aldair Oliboni, estão vinculados diretamente a
capacidade de recursos humanos/financeiros que a Prefeitura coloca a disposição da
área ambiental. Discordamos de ambas as propostas, pois a população que deve fazer
32
pressão para ser atendida no menor prazo possível, sendo ônus da Administração o
cumprimento de prazos longos. Na realidade, a formulação de prazos neste tipo de Lei
não tem eficácia sobre o serviço público.
Art. 3º No art. 4º do PLCE 008/17, que altera art. 11 a Lei Complementar nº 757, de
2015, fica alterado o §5º, e fica alterado §9º, conforme segue:
§ 5º Na impossibilidade de cumprimento do disposto no §4º deste artigo, os
vegetais deverão ser destinados as áreas pública, disponíveis na mesma microbacia
hidrográfica em que se localiza o imóvel ou, caso inexista possibilidade nessas, nas
demais existentes no Município de Porto Alegre.
§ 9º Protocolado o requerimento com os documentos referidos no artigo 12
desta Lei Complementar, a SMAMS decidirá sobre o transplante vegetal no prazo de
90 (noventa) dias.
Quanto a mudança proposta para §5º. A mudança não é substancial a Lei 757,
pois o número de transplantes é bastante irrelevante frente a arborização da cidade.
Apenas outra sugestão de redação:
§ 5º Na impossibilidade de cumprimento do disposto no §
4º deste artigo, caberá ao interessado sugerir outro local
no Município para destinação dos vegetais indicados para
transplante, preferencialmente na mesma microbacia
hidrográfica onde se localiza o vegetal a ser transplantado
e, sendo esse local área pública, caberá ao responsável
anexar planta de local de destino e aceite do órgão
competente.
Quanto ao §9º, já comentamos sobre a irrelevância de dar prazos no item
anterior.
Art. 4º Fica excluído o art. 7º do PLCE 008/17, que altera o caput do art. 18 da Lei
Complementar nº 757, de 2015:
Já analisamos anteriormente. Concordamos com o Vereador. Ok.
Art. 5º Fica acrescido o art. 13º ao PLCE 008/17, conforme segue, renomeando o art.
13 para 14.
Art. 13. Todas as solicitações protocoladas, junto a SMAMS, nos casos de
transplantes, supressão e podas de espécies vegetais no município, que não foram
atendidas até a publicação dessa lei, deverão respeitar os mesmos prazos previstos
nesta Lei.
Já analisamos. O artigo é inócuo. A administração (Executivo) deve se preocupar
em dar recursos adequados (aqui envolve o Legislativo na aprovação dos Orçamentos)
para que a SMAM atenda adequadamente suas demandas.
Emenda nº 04 do Vereador Moises Barboza Maluco do Bem:
33
Art. 1º Fica excluído da redação do PLCL N. 008/17 no art. 1, o inciso V e
incluído o § 18 no art. 4º da redação da Lei Complementar 757, de 14 de janeiro de
2015, conforme segue:
“ Art. 4º...
§18. Fica a SMAMS autorizada, utilizando-se de sua prerrogativa de planejar a
arborização urbana, a determinar o plantio de árvores em vias públicas do Município,
limitadas às espécies constantes desta Lei Complementar, mediante sua prévia
autorização, respeitadas as normas de plantio estabelecidas pelo Plano Diretor de
Arborização Urbana”.
A exclusão do inciso V, conforme comentamos, está adequada. Ok.
O acréscimo do art. 18 deixa ao arbítrio da SMAMS, e as vezes do Secretário da
Pasta, decidir se o empreendedor irá utilizar o CCTSA ou fará arborização urbana. Em
primeiro lugar isto foge ao espirito da Lei Complementar que diz duas coisas básicas:
arborização urbana é questão orçamentária e não extra-orçamentária e vai de encontro
ao foco da Lei, que é a troca de serviços ambientais por serviços ambientais. Esta
mudança também pode servir a eventuais interesses não republicanos de troca de
favores (pois os CCTSA resolvem em curto prazo os problemas de licenciamento
ambiental, enquanto achar áreas de plantio pode levar até mais de um ano,
prejudicando substancialmente um empreendedor). Somos contrários a este parágrafo.
Art. 2º Fica alterado o inciso V da Lei Complementar nº757, de 14 de janeiro de 2015,
conforme segue:
“Art. 7º ...........
V- serão destinados 30% (trinta por cento) para projeção, construção, conservação e
manutenção de praças, parques, jardins e balneários, inclusive com a instalação de
equipamentos de ginástica híbridos ao ar livre;
Comete o mesmo erro o Vereador Maluco do Bem. Este texto contraria o espirito
da Lei Complementar nº 757/15, que é aumentar a sustentabilidade no Município de
Porto Alegre. Isto já foi exaustivamente comentado em itens anteriores. O inciso V do
artigo V deveria ser suprimido. A conservação e manutenção de praças e parques
(equipamento público) deve ser feito com recursos orçamentários e não extra-
orçamentários.
Art. 3º No art. 9 da Lei Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015, fica alterado
o §2º incluído o §8º, conforme segue:
“Art. 9º......................
§2º Para a supressão cuja justificativa não decorra de construção civil, não é
obrigatório apresentar laudo técnico ou ART, salvo em quantidade superior a 8 (oito)
espécimes, mediante comunicado prévio a SMAMS por escrito eletronicamente ou por
34
qualquer meio disponível. Entende-se por construção civil a área construída referente
ao prédio e/ou a garagem coberta.
§8º Protocolado o requerimento com os documentos referidos nos arts 8º e 10 desta
Lei Complementar, a SMAMS decidirá sobre a supressão de vegetal no prazo de 90
(noventa) dias”.
Não há razoabilidade na mudança do §2º. Decreto irá dizer, a cada momento histórico
com relação a evolução dos meios de comunicação, como o cidadão irá se relacionar
com a Prefeitura para tratar deste e outros assuntos. Querer colocar isto em uma Lei
Complementar é engessar o futuro.
Repetindo, quando ao §8º. Tanto o prazo de 30 dias proposto pelo Vereador Felipe
Camozzato, como o de 180 dias proposto pelo Vereador Aldair Oliboni, e o agora de 90
(dias), estão vinculados diretamente a capacidade de recursos humanos/financeiros que
a Prefeitura coloca à disposição da área ambiental. Discordamos de ambas as propostas,
pois a população que deve fazer pressão para ser atendida no menor prazo possível,
sendo ônus da Administração o cumprimento de prazos longos. Na realidade, a
formulação de prazos neste tipo de Lei não tem eficácia sobre o serviço público.
Art. 4º No art. 10 da Lei Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015, fica alterado
o inciso II, conforme segue:
II – apresentação de registro fotográfico e ilustrações em planta baixa, contemplando
as dimensões de projeção de ramos e as interferências com a ocupação.”
Não há sentido nesta modificação. É praticamente o mesmo texto da atual da Lei
Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015
Art. 5º No art. 11 da Lei Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015, fica incluído
§9º, conforme segue:
§9º Protocolado o requerimento com os documentos referidos no art. 12 desta Lei
Complementar, a SMAMS decidirá sobre o transplante de vegetal no prazo de 90
(noventa) dias.
Art. 6º No art. 15 da Lei Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015, fica alterado
o §4º, conforme segue:
“Art. 15.....
§4º Protocolado o requerimento com os documentos referidos no art. 12 desta Lei
Complementar, a SMAMS decidirá sobre o transplante de vegetal no prazo de 90
(noventa) dias.
Repetindo. Tanto o prazo de 30 dias proposto pelo Vereador Felipe Camozzato, como o
de 180 dias proposto pelo Vereador Aldair Oliboni, e o agora de 90 (dias), estão
vinculados diretamente a capacidade de recursos humanos/financeiros que a Prefeitura
coloca à disposição da área ambiental. Discordamos de ambas as propostas, pois a
população que deve fazer pressão para ser atendida no menor prazo possível, sendo
35
ônus da Administração o cumprimento de prazos longos. Na realidade, a formulação de
prazos neste tipo de Lei não tem eficácia sobre o serviço público.
Art. 7º No art.16 da Lei Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015, fica incluído
o Parágrafo único, com a seguinte redação:
Art. 16.....
Parágrafo Único – os espécimes arbóreos localizados em áreas pública, quando
solicitado por particular, em caso de risco ou incomodidades, desde que comunicado
previamente e por escrito eletronicamente ou por qualquer outro meio disponível, a
SMAMS poderá conceder autorização dentro do prazo de 30 dias a contar da
solicitação, prorrogável, uma única vez, por igual período desde que fundamentado.
Acréscimo sem sentido. O artigo se refere a poda em terrenos particulares. Se a intenção
é autorizar terceiros a dar manutenção de árvores em áreas públicas, isto deve ser feito
em outra Lei, pois há interferências no trânsito, riscos com a rede elétrica, etc.
Art. 8º No art.20 da Lei Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015, fica excluído
a alteração do caput pelo PLCL N. 008/17, alterando o §§2º e 5º e incluído o § 9,
conforme segue:
§ 2º Os casos de supressão previstos nesta Seção aplicam-se somente na forma e para
as espécies de árvores referidos no art. 23, 24 e 25 desta Lei Complementar, sendo
que, para todas as demais espécies de árvores, a supressão deverá obedecer ao
previsto nas Seções IV, V e VI deste Capítulo.
§5º Para supressão vegetal prevista nesta Seção, será dispensada compensação
vegetal para as espécies elencadas nos art. 24 e 25 desta Lei Complementar.
§9º o requerente informará previamente a SMAMS sobre os dados do transportador
e a destinação dos resíduos proveniente da poda e supressão descritos nesta seção.
O Sr. Vereador tenta acrescentar ao § 5º o artigo 23 da Lei Complementar, em prejuízo
ao cidadão. Cremos que ainda não houve entendimento, por parte do Sr. Vereador, do
alcance deste parágrafo. O assunto já foi comentado anteriormente neste documento.
O mesmo vale para a mudança no §5º.
Quanto a sugestão do §9º, isto já consta no artigo 32 da Lei Complementar.
Art. 9º No art. 28 da Lei Complementar nº 757, de 14 de janeiro de 2015, fica alterado
o caput, conforme segue:
Art. 28 Cabe aos técnicos da SMAMS, em sua respectiva área de ação, quando couber
a fiscalização sobre os serviços realizados e a notificação ou autuação da empresa
executora dos serviços ou do profissional legalmente habilitado, por descumprimento
de aspectos técnicos e legais relacionados à pode ou à supressão.
Nada muda em relação ao texto existente. Caberia a quem fiscalizar? Aos técnicos da
FAZENDA, da INDUSTRIA E COMERCIO?
36
Art. 10 Fica excluído da redação do PLCL N. 008/17 no art. 15 o inciso VI, conforme
segue:
I – o §3º do art. 14;
II – o §2º do art. 15;
III – o inc. XI do § 1º do art. 20;
IV – o §4º do art. 20 e
VI – o §4º do art. 27.
Não é possível entender a redação desta sugestão. Na redação do PLCL nº 008/17 só
existem 13 artigos.
Emenda nº 05 do Vereador Felipe Camozzato:
Art. 1º Inclui, onde couber, a seguinte disposição:
“Art. Os prazos previstos no art. 9], §8º, art. 11, §9º e art. 15, §4º serão reduzidos para
dois (2) dias, úteis em casos de urgência em função do risco à incolumidade pública”.
Acréscimo desnecessário em uma Lei Complementar. Os técnicos da SMAMS tem
responsabilidade funcional de verificar se um fato é grave e tomar as providencias
imediatas para o fato.
Emenda nº 06 do Vereador Moisés Barboza:
I - Inclui o §10 no art. 9º da Lei Complementar 757, de 14 de janeiro de 2015, conforme
segue:
“§10º A autorização para supressão em área pública poderá ocorrer mediante emissão
de autorização prévia da SMAMS, por solicitação do proprietário ou possuidor do
imóvel a qualquer título do imóvel lindeiro ao passeio onde situa-se o vegetal.”
A supressão em área pública requer cuidados, como o que ocorre no subsolo (redes de
gás, água, esgoto, pluvial), assim com cuidado com a rede elétrica entre ou sobre as
árvores. O assunto não pode ser tratado desta maneira, em uma Lei Complementar que
não trata de arborização urbana. Mais uma vez o Sr. Vereador quer dar ares de
legalidade – permitindo pedidos oficiais ao Governo – de pessoas que podem ter
invadido propriedades de terceiros ou públicas.
II – Inclui o §6 no art. 15 da Lei Complementar 757, de 14 de janeiro de 2015, conforme
segue:
“§6º A autorização para poda em área pública poderá ocorrer mediante emissão de
autorização prévia da SMAMS por solicitação do proprietário ou possuidor a qualquer
título do imóvel lindeiro ao passeio onde situa-se o vegetal”
37
A poda em área pública requer cuidados principalemente0 com a rede elétrica entre ou
sobre as árvores. O assunto não pode ser tratado desta maneira, em uma Lei
Complementar que não trata de arborização urbana. Mais uma vez o Sr. Vereador quer
dar ares de legalidade – permitindo pedidos oficiais ao Governo – de pessoas que podem
ter invadido propriedades de terceiros ou públicas.
Emenda nº 08 do Vereador – Não identificado:
Art. 1º Altera a redação do Art. 3º do PLCL 8/17 que inclui o §9º do Art. 9º da Lei
Complementar 757, de 2015, conforme segue:
§9º Transcorrido o prazo estipulado nesta Lei, em caráter excepcional, quando houver
risco de queda ou de danos, provocados pelo vegetal objeto da solicitação de
supressão, poderá o proprietário ou responsável pelo imóvel executar a supressão.
Caso em que deverá protocolar na SMAMS documento informando que realizará a
supressão vegetal. Transcorridos cinco dias do protocolo, sem que a SMAMS tenha
negado a autorização, o proprietário ou responsável pelo imóvel poderá executar a
supressão do vegetal.
Repetindo. Aqui se comete um erro grave. A SMAMS dará a resposta rápida ou lenta na
medida de seus recursos humanos e materiais, e isto é o que deve ser garantido. Por
esta proposta basta não dotar a SMAMS de recursos e deixar as supressões ocorrerem
sem controle algum. Imaginemos se a moda pega em outros setores públicos quando a
segurança, a saúde, entre outros, não cumprirem os prazos legais dados em diversas
legislações existentes. Aliás, a Lei oferece solução para isto na seção Seção VII - Casos
Especiais de Poda ou Supressão em Área Privada.
38
Art. 2º Altera a redação do art. 5º do PLCL 8/17 que inclui o 5º no ARt. 15 da Lei
Complementar 757, de 2015, conforme segue:
§9º Transcorrido o prazo estipulado nesta Lei, em caráter excepcional, quando houver
risco de queda ou de danos, provocados pelo vegetal objeto da solicitação de poda,
poderá o proprietário ou responsável pelo imóvel executar a poda. Caso em que
deverá protocolar na SMAMS documento informando que realizará a supressão
vegetal. Transcorridos cinco dias do protocolo, sem que a SMAMS tenha negado a
autorização, o proprietário ou responsável pelo imóvel poderá executar a supressão
do vegetal.
Repetindo. Aqui se comete um erro grave. A SMAMS dará a resposta rápida ou lenta na medida de seus recursos humanos e materiais, e isto é o que deve ser garantido. Por esta proposta basta não dotar a SMAMS de recursos e deixar as podas ocorrerem sem controle algum. Imaginemos se a moda pega em outros setores públicos quando a segurança, a saúde, entre outros, não cumprirem os prazos legais dados em diversas legislações existentes. Aliás, a Lei oferece solução para isto na seção Seção VII - Casos Especiais de Poda ou Supressão em Área Privada.
Porto Alegre, 03 de outubro de 2017.
Mauro Gomes de Moura Ex- Secretario de Meio Ambiente de Porto Alegre
Léo Antônio Bulling Ex- Secretario de Meio Ambiente de Porto Alegre