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Análise de Conjuntura > 4º.trim.2013

Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção pag. 1

Análise de Conjuntura do Setor da Construção 4º trimestre 2013

Apreciação Global A análise dos diversos indicadores relativos ao quarto trimestre de 2013 voltou a confirmar a tendência de abrandamento da intensidade do processo de recessão que se tem vindo a observar desde o início do ano, particularmente a partir do 2º trimestre. Não obstante o índice de produção no setor da construção e obras públicas ter caído ligeiramente (-3,2%), como aliás acon-tecera no período anterior apesar dos dados provisórios indiciarem à data, erradamente, um ligeiro aumento, a taxa de variação homóloga e a taxa média anual apresentaram reduções menos significativas, respetivamente, 14,6% e 16, 4%, contra -15,9% e -16,8% no terceiro trimestre. Esta diminuição foi mais acentuada no segmento de construção de edifícios, -3,4%, enquanto no segmento de obras de engenharia a variação foi de apenas -2,9%. A evolução trimestral das obras licenciadas foi ligeiramente negativa, também ela inferior à do trimestre anterior, com a variação a ficar pelos -2,2% (contra -3,5% no 3º trimestre), condicionada, sobretudo, pela evolução desfavorável no licen-ciamento das construções novas (-8,3%). Por sua vez, a variação homóloga trimestral registou uma diminuição de 14,3% (-20,1% no trimestre anterior). O número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar voltou, depois do um inusitado compor-tamento favorável registado no trimestre anterior, a apresentar uma evolução fortemente negativa em cerca de 23,3%, situando-se em 1.613 fogos (contra 2.102 fogos no trimestre anterior). A variação homóloga foi ainda mais negativa, cifran-do-se em -30% e a variação média anual nos -32,2%. O número total de fogos licenciados em construções novas para habitação no ano terminado de 2013 caiu para 7.565, contra os 11.156 no ano de 2012. Contrariamente ao que se verificou no domínio da construção nova, o número de licenças para obras de reabilitação aumentou, face ao trimestre anterior, 7,2%, pondo fim a uma sequência de quebras que vinha desde o primeiro trimestre de 2012. Todavia, tal não foi suficiente para compensar as descidas mais recentes, pelo que a variação homóloga das licenças para obras de reabilitação no quarto trimestre foi de -15,4%, e a variação anual média foi de -21,8%. A evolução trimestral das vendas de cimento para o mercado interno apresentou uma tendência de estabilização. Em ter-mos homólogos a diminuição foi de 9,8%, bem menor que a do último trimestre (14,7%) e significativamente inferior às quebras homólogas registadas nos trimestres antecedentes (20,5% no 2º trimestre e 39,2% no 1º trimestre). Apesar destes sinais e de outros que têm origem no acréscimo da procura do setor imobiliário, ainda é cedo para anunciar o fim da recessão. Como a evolução do licenciamento deixa perceber, a esperança, para já encontra-se do lado da reabilita-ção e das pequenas obras de renovação que a estatística não releva. No domínio das Obras Públicas, os sinais são mais preocupantes e a previsão de diminuição do investimento público em mais de 200 milhões de euros para 2014 não deixa dúvidas sobre as dificuldades que este segmento irá enfrentar enquanto não começarem a chegar os “dinheiros” de Bruxe-las. Pode ser que na primeira metade de 2014 já se comecem a desenhar sinais de melhoria da atividade, sobretudo se o finan-ciamento do país passar para uma perspetiva positiva e se o rendimento das famílias estabilizar. Algum investimento em construção, a verificar-se, deverá vir sobretudo das atividades ligadas ao turismo. Obras Licenciadas Comparativamente com o 3º trimestre de 2013, o número de edifícios licenciados diminuiu 2,2%. A variação homóloga trimestral registou uma diminuição na ordem dos 14,3%.

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Edifícios Licenciados

(Valores Trimestrais nº)

O número de edifícios licenciados no quarto trimestre de 2013 registou uma redução média anual de 19,9%, fixando-se em 4 mil edifícios licenciados.

Edifícios Licenciados (Variação média anual)

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A variação trimestral do número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar voltou, depois do um inusitado comportamento favorável registado no trimestre anterior, a ser negativa em cerca de 23,3%. A variação homó-loga foi ainda mais negativa, cifrando-se em -30% e a variação média anual nos -32,2%.

Licenciamento de Obras (Valores Trimestrais nº)

No que diz respeito ao número de licenças de obras de reabilitação, verificou-se, finalmente, um aumento, em termos tri-mestrais, de 7,2%, situação que já não ocorria desde o 1º trimestre de 2012.

Licenças para Obras de Reabilitação (Valores Trimestrais nº)

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Todavia, tal não suficiente para compensar as descidas mais recentes, pelo que a variação homóloga das licenças para obras de reabilitação no quarto trimestre foi de -15,4%, e a variação anual média foi de -21,8%. Produção na Construção e Obras Públicas O índice de produção no setor da construção e obras públicas voltou a descer 3,17€ no quarto trimestre de 2013 quando comparado com o trimestre anterior. A descida no segmento de construção de edifícios foi de 3,35%, e no segmento de obras de engenharia foi de 2,93%. Em termos homólogos, verificou-se uma diminuição de 14,6% no índice total da produção na construção e obras públicas, o que correspondeu a uma diminuição de 14,7% na construção de edifícios e de 14,5% nas obras de engenharia.

Índice de Produção na Construção e Obras Públicas Índice corrigido de sazonalidade

Índice médio mensal no trimestre em referência (Base 2005=100)

A variação média anual no índice de produção total foi de -16,4%, verificando-se uma quebra de 16,7% no setor dos edifí-cios e uma quebra de 16% nas obras de engenharia.

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Vendas de Cimento No quarto trimestre de 2013 as vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno diminuíram, em termos homólogos 9,8%, verificando-se uma certa atenuação face às variações negativas observadas nos trimestres anteriores. De acordo com os Inquéritos de Opinião da Comissão Europeia, o índice de confiança no setor da construção foi menos negativo que terceiro trimestre do ano, fixando-se nos -51 pontos. Aliás, a trajetória relativa ao índice de confiança tem sido sempre positiva desde o último trimestre de 2012, data em que o índice se situava nos -72 pontos.

Vendas de Cimento e Indicador de Confiança na Construção (Indicador no Trimestre em Referência)

Emprego No quarto trimestre do ano de 2013, o emprego na construção e obras públicas registou uma taxa de variação homóloga trimestral de -12,9% e uma taxa de variação trimestral de -2,4%. A variação média nos últimos 12 meses terminados em dezembro foi de -15,86%.

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Remunerações No quarto trimestre de 2013, o índice de remunerações registou uma taxa de variação homóloga de -14,1% e uma variação trimestral positiva de 3,3% (o que inclui os efeitos do pagamento dos subsídios de natal). A variação média nos últimos 12 meses terminados em dezembro foi de -15,93%. Taxas de Juro A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em dezembro o valor de 1,419%, o que traduz um aumento trimestral de 0,009 pontos percentuais face ao mês de setembro. Nos contratos para “Aquisição de Habitação”, a taxa de juro implícita observada em dezembro foi de 1,434%, aumentando 0,009 p.p. em relação à taxa observada no mês de setembro.

Taxa de Juro do Regime Geral

_____________________ Fontes: Banco de Portugal, Instituto Nacional de Estatística


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