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ISAE/FGV - MBA EM GESTÃO DE PROJETOS

2° FÓRUM

ANÁLISE DAS METODOLOGIAS

PARA DEFINIÇÃO DE ESCOPO

EM LEAN STARTUPS

CURITIBA

2010

ALEXANDRE ROCHA LIMA E MARCONDES

ANÁLISE DAS METODOLOGIAS

PARA DEFINIÇÃO DE ESCOPO

EM LEAN STARTUPS

Trabalho da disc ip l ina de 2°

Seminário de Aquisição e Aplicação

d e C o n t e ú d o s d o M B A e m

Gerenciamento de Projetos, Turma

3/2010 da ISAE/FGV.

Orientador: Rui Wagner R. Sedor

CURITIBA

2010

ÍNDICE

...........................................................................................................RESUMO! 4

...........................................................................................PALAVRAS-CHAVE! 4

...........................................................................................................SINOPSE! 4

..................................................................................................INTRODUÇÃO! 4

................................................................................................BASE TEÓRICA! 5

.......................................................................PROJETO CRIAR PROTÓTIPO! 7

..................................................PROJETO DE DESCOBERTA DE CLIENTES ! 8

.....................................................PROJETO DE VALIDAÇÃO DE CLIENTES ! 8

.....................................................PROJETO DE VALIDAÇÃO DE CLIENTES ! 9

..............................................PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE CLIENTES! 10

...............................................PROJETO DE CONSTRUÇÃO DO NEGÓCIO! 10

........................................................................................ESTUDO DE CASO! 11

..................................................................................................CONCLUSÃO! 13

...............................................................................................REFERÊNCIAS! 14

RESUMO

Lean Startups trabalham em ambientes de extrema incerteza. Tem,

usualmente, problemas e requisitos desconhecidos por trabalharem com inovação e,

geralmente, tecnologia de ponta. A compreensão de como é trabalhado o escopo em

ambientes de extrema incerteza traz novas ferramentas para a comunidade de

gerenciamento de projetos tradicionais.

PALAVRAS-CHAVE

Startup, Lean, Lean Startup, Toyota, escopo, incerteza, inovação

SINOPSE

Este artigo tem como objetivo estudar as técnicas e metodologias utilizadas

por líderes de Lean Startups para definir o escopo de seus programas e projetos nos

ambientes de incerteza em que atuam.

Uma Startup é uma instituição humana criada para entregar um novo

produto ou serviço sob condições de extrema incerteza, não tem relação com o

tamanho, setor ou tempo de vida da empresa (BLANK, 2006).

INTRODUÇÃO

Startups são empresas com uma história operacional curta. Estas empresas

novas estão numa fase de pesquisa e desenvolvimento em seu mercado e,

geralmente, apresentam uma alta taxa de crescimento e são voltadas para

tecnologia de ponta. São geralmente mais escaláveis do que empresas

estabelecidas, pois podem potencialmente crescer muito com um pequeno

investimento. Este tipo de empresa geralmente tem várias opções de financiamento

e seu principal desafio é validar, compreender e desenvolver suas idéias ou

conceitos de negócio, assim como seu potencial comercial (MOORE, 2002).

Lean Startups baseiam-se nas seguintes premissas: operam sem gastar

mais do que o necessário em cada fase, otimizando custos e aumentando o retorno

sobre o investimento; adotam o gerenciamento ágil de projetos e tecnologia de

ponta; tem foco no cliente em todos os seus processos (OSTERWALDER et al.,

2010).

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O estudo dos processos de definição de escopo usado por Lean Startups e

proporciona a compreensão de como lidar com projetos inovadores que na maioria

da vezes não tem requisitos definidos, consistindo apenas de uma idéia promissora.

Com este conhecimento podemos definir melhor como transformar idéias em

projetos e estes em produtos.

BASE TEÓRICA

Para compreender o conceito de Lean Startup é necessário compreender

primeiramente o que é Lean. O modelo Lean de produção foi criado por Sakichi

Toyoda, o fundador da Toyota, seu filho Kiichiro Toyoda e o engenheiro Taiichi Ohno

entre 1948 e 1975, como um meio para combater o desperdício (muda), a

sobrecarga (muri) e a inconsistência (mura), de forma a acelerar e melhorar o

processo de produção preservando valor com o menor esforço possível (ŌNO,

1988) (SHINGŌ, 1989).

Este conceito é aplicado diretamente em Lean Startups de forma que se

obtenha um modelo de negócios com o maior rendimento possível com a menor

quantidade de esforços. Este modelo pode ser encarado como um grande programa

composto por projetos e subprojetos. Dá-se um início com uma idéia, segue com a

descoberta de clientes para esta idéia, a validação destes clientes e possíveis

ajustes no modelo de negócios. Com um modelo de negócios definido inicia-se a

criação de uma base de clientes, aumento da escala de produção e de estrutura

para a finalização com a saída dos investidores / fundadores (BLANK, 2006).

O modelo tradicional de gerência de projetos trabalha com a premissa de

que o problema e a solução são conhecidos. Este modelo trabalha com maneiras

conhecidas de satisfazer um conjunto de requisitos conhecidos e usa práticas como

as encontradas no Guia PMBOK (4a Edição, 2008) ou PRINCE2 (5a Edição, 2009).

Metodologias ágeis como o Scrum, abordam um problema conhecido, mas

fazem iterações para descobrir como solucioná-lo. Este modelo tem um conjunto

conhecido de requisitos, mas não uma maneira clara de alcançá-los (SCHWABER,

2004).

O modelo de Lean Startups trabalha com um conjunto desconhecido de

requisitos (o modelo de negócio) que não tem uma maneira clara de satisfazê-los (o

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produto). Dentro da maioria dos subprojetos usam-se metodologias ágeis em sua

execução (BLANK, 2006) .

O ciclo de vida de uma Lean Startup pode ser representado por um

programa que consiste em vários projetos. O escopo, que inicialmente é um

completo mistério, é definido gradualmente com a progressão dos projetos.

Diagrama 1. Projetos no ciclo de vida de uma Lean Startup (GUTHRIE, 2010)

Na primeira linha do Diagrama 1 vemos uma lista ordenada de objetivos que

a Startup deve alcançar. Na segunda linha vemos quatro projetos que compõe a

parte operacional do programa. A terceira linha representa um grande projeto de

coleta de informações e opiniões dos clientes e usuários do produto/serviço. Já a

última linha mostra os projetos de captação de investimentos para financiar todo o

projeto (GUTHRIE, 2010).

Cada linha de projetos no Diagrama 1 é constituída por projetos que seguem

as recomendações e metodologias de um modelo diferente, são todas

complementares entre si, mas provenientes de fontes diversas. Todos os projetos

operacionais que compõe: criar um protótipo, encontrar o mercado adequado,

aprender a escalar e ganhar escala vêm da metodologia de Lean Startups de Steven

Blank e Eric Ries, unidos aos objetivos e marcos definidos por Sean Ellis. A coleta

de informações e métricas é proveniente das métricas AARRR criadas por Dave

MacClure e os projetos dos conceitos de Venture Capital tradicionais no Vale do

Silício nos EUA (GUTHRIE, 2010).

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PROJETO CRIAR PROTÓTIPO

Qualquer Startup inicia com uma idéia, ou um conjunto delas. Este início se

dá apenas com os empreendedores iniciais ou fundadores da empresa. Apenas uma

idéia não é o suficiente, assim, os fundadores têm três opções: investir apenas seu

próprio tempo ou dinheiro, procurar investidores ou sócios e fazer atividades

paralelas para manterem-se e dedicar apenas parte de seu tempo na idéia principal

(o que é chamado de Bootstrapping). Assim que a idéia toma forma e tem-se o

protótipo, ou um pouco antes disso, há a necessidade da criação de uma equipe

para trabalhar na empresa recém formada (BLANK, 2006).

Neste cenário não há outros stakeholders além dos próprios fundadores, no

início, e daqueles que são adicionados ao empreendimento, num segundo momento.

Sendo assim, não faz sentido uma autorização formal para início do projeto ou de

definir quem são os envolvidos. Não há como definir o escopo ou limites do projeto,

pois há mais incertezas do que definições e a própria idéia inicial irá mudar várias

vezes. Uma das atividades desta fase é eliminar ao máximo possível as incertezas e

fazer testes de hipóteses para elaborar melhor e transforma a idéia inicial em algo

plausível de se tornar um negócio (BLANK, 2006).

O principal objetivo deste projeto é criar um protótipo funcional da idéia, não

apenas desenhar a estrutura ou o projeto técnico, mas realmente criar algo que

possa ser usado por possíveis clientes. Este projeto encerra-se quando há um

modelo de negócios inicial que tenta capitalizar a idéia, um protótipo que possa ser

usado por clientes e testado. Em paralelo com este projeto no programa, há outro

projeto cujo objetivo é conseguir fundos para a criação deste protótipo e para manter

a empresa durante a próxima fase, o investimento de Capital Semente. É comum

refazer o protótipo totalmente algumas vezes ou refazer boa parte de sua estrutura

até alcançar o objetivo do protótipo funcional para o cliente, nestes casos faz-se

necessário alterar a idéia original (BLANK, 2006).

É bem perceptível que neste projeto a incerteza é extrema, pois os

fundadores não conhecem quem são os clientes, o que estes querem e quais as

características que a idéia deve ter para tornar-se um produto. Steve Blank e Eric

Ries indicam o uso de metodologias ágeis como o Scrum na execução de tarefas de

todos os projetos operacionais (MARCONDES, 2010).

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PROJETO DE DESCOBERTA DE CLIENTES

Nesta fase, a empresa necessita fazer várias iterações que consistem em

levantar, testar e verificar hipóteses com o objetivo de descobrir clientes e validar a

necessidade e requisitos que estes impõem à idéia desenvolvida. Idéia esta que

sofrerá muitas alterações, podendo até mesmo ser totalmente refeita, com algo que

não tenha relação alguma com a idéia inicial (BLANK, 2006).

O grande objetivo desta fase é desenhar o modelo de negócios, por meio da

descoberta de clientes e do feedback constante. O feedback neste modelo vai além

de simplesmente ouvir o cliente, abrange também reagir de acordo, implementando,

corrigindo ou retirando o que foi pedido (BLANK, 2006).

Em termos de serviço ou produto, cada iteração abrange os feedbacks dos

clientes e testa hipóteses usando um conceito chamado de Minimum Viable Product,

ou MVP. Nele, é construído ou realizado o menor produto para satisfazer os

requisitos do negócio para o cliente. A cada iteração o produto gradualmente ganha

recursos e cresce com a colaboração de todos os envolvidos. Desta forma cada

iteração pode testar uma, ou mais hipóteses ou modelos de negócio e a empresa

ganha velocidade para reagir e buscar o modelo de negócio ideal (BLANK, 2006).

Em paralelo com este projeto, inicia-se um projeto para coletar informações

em métricas aplicáveis a este ponto do modelo de negócios. Aqui devemos registrar

informações que nos permitam acompanhar aquisição, retenção, monetização de

clientes, margem de lucro, rentabilidade e cresciento (GUTHRIE, 2010).

Durante todo este processo, dá-se início à busca de novos investidores,

agora com um ou dois aportes de valores consideravelmente maiores, o

investimento de anjos e uma Série A de investimentos. Ao término deste projeto já

são conhecidos os requisitos básicos do produto/serviço, sabe-se quem são os

clientes e tem-se uma idéia do que eles querem e como eles compram e usam o

produto/serviço.

PROJETO DE VALIDAÇÃO DE CLIENTES

Com um modelo de negócio definido, uma boa idéia de quem são os clientes

para o produto e um bom protótipo ou uma versão inicial, a Startup deve passar para

uma fase de crescimento, com a criação de uma base de clientes, a formalização do

modelo de negócios e a criação de uma estrutura robusta para a empresa. Neste

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ponto, devem haver várias maneiras de medir e coletar informações sobre o uso,

hábitos de compra e tudo o que está relacionado, direta e indiretamente, ao modelo

de negócios. Quando se fizer necessário, o modelo de negócios e a idéia devem ser

alterados como resposta ao ambiente de mercado num processo chamado de

pivoteamento do modelo de negócios (BLANK, 2006).

O grande objetivo das Startups é construir uma empresa para vender,

portanto uma das principais diferenças entre uma Startup e uma empresa recém

criada comum é que enquanto a primeira surge com um fim definido: a venda, a

última geralmente tem como objetivo o sustendo dos fundadores, sem a intenção de

vender a empresa a terceiros (BLANK, 2006).

Este projeto visa melhorar o produto, passando de Minimum Viable Product

(MVP) para Minimum Desirable Product (MDP). O conceito de Minimum Desirable

Product é o de construir o menor produto/serviço possível que desperte desejo de

uso ou consumo no cliente. Diferentemente do MVP este conceito não almeja

apenas funcionar ou fazer o mínimo que é esperado pelo mercado, mas construir

novos recursos de forma que o cliente queira adquirir ou consumir o produto/serviço

(BLANK, 2006).

É neste ponto que a empresa aprende o que o cliente realmente quer, qual a

atual situação do mercado e satisfação dos clientes com os concorrentes diretos e

indiretos. O escopo do programa, após o fim deste projeto, não mais tem foco nos

aspectos técnicos e tecnológicos da solução, pois todo escopo técnico e tecnológico

foi explorado até o momento. Incrementa-se as métricas coletadas e provavelmente

é neste ponto que a série A de investimentos será mais necessária.

PROJETO DE VALIDAÇÃO DE CLIENTES

O grande objetivo deste projeto é aprender a cativar o cliente. Para isto são

usadas as métricas coletadas até o momento, com comunicação direta por email,

pesquisas, grupos de foco, discussões com clientes e até mesmo a criação de um

grupo de conselho de clientes, além de diversas outras formas de entrar em contato

com os clientes (BLANK, 2006).

Este é o momento onde o modelo de negócio criado é colocado à prova com

diversas formas de se criar demanda visando aprender como se ganha escala no

mercado em questão. Simultaneamente a usabilidade e design do serviço/produto

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serão repetidamente incrementados a partir do Minimum Desirable Product (BLANK,

2006).

O escopo do programa, desde o início deste projeto, foi alterado do foco nos

aspectos técnicos e tecnológicos para os aspectos de negócio e operacionais. Neste

ponto as incertezas técnicas e tecnológicas são mínimas e a maior parte do esforço

de agora à diante será dedicada a fazer a empresa crescer, se tornar estável e

confiável.

PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE CLIENTES

Quando este projeto é iniciado, a empresa já conhece bem os problemas e

as necessidades dos clientes, aprendeu como vender repetidamente o produto/

serviço e o melhorou consideravelmente desde a idéia inicial. Este projeto tem por

objetivo fazer a empresa crescer e ganhar escala na produção ou na prestação do

serviço, com tarefas como otimizar o processo de produção e prestação de serviços,

fazer parcerias para ganhar escala e organizar a estrutura produtiva (BLANK, 2006).

Em paralelo com este projeto, inicia-se um novo projeto de captação de

investimentos, buscando uma série B de investimentos. Os fundos deste

investimento serão aplicado neste e no projeto de construção do negócio.

PROJETO DE CONSTRUÇÃO DO NEGÓCIO

O último projeto tem por objetivo otimizar os processos administrativos da

empresa, organizar a estrutura e fazer parcerias, criando uma companhia estável e

sólida. A finalização do projeto de uma Startup não é o fechamento da empresa, mas

sim, a transferência da propriedade da empresa (por meio de venda de ações ou

IPO) e a saída dos fundadores. Muitas vezes os fundadores continuam a trabalhar

na empresa, mas como funcionários, altos gerentes, vice-presidentes, mas não mais

são sócios. As três saídas mais comuns após o estabelecimento de uma empresa

escalável num mercado em crescimento são fusões e aquisições por empresas

maiores, concorrentes ou não, o investimento de grandes quantias de dinheiro por

fundos conhecidos como Equity Funds ou a abertura de capital na bolsa de valores,

ou IPO (MOORE, 2002).

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ESTUDO DE CASO

Para compreender melhor como o programa todo funciona, lançarei mão do

estudo de caso de uma empresa chamada IMVU, considerada a primeira Lean

Startup, fundada em 2004. Esta empresa tem como produto um software que

proporciona conversar com mensagens instantâneas (como o MSN) e visualizar os

seus interlocutores em 3D, cada um com seu corpo virtual (avatar 3D). A empresa

lançou o primeiro protótipo funcional do produto em 6 meses, chegando a ter até 20

novas versões (com correções ou melhorias) por dia, com cobrança pelo uso do

produto desde o primeiro dia de lançamento. Não houve investimento em acessoria

de imprensa e o crescimento inicial foi natural, por meio de boca-a-boca, também

chamado de crescimento orgânico (BLANK, 2006) (RIES, 2011).

Diagrama 2. Análise dos resultados da empresa IMVU (RIES, 2010)

Podemos ver no Diagrama 2 três grandes eventos de investimento, um

investimento de anjos no início do projeto (US$ 300.000,00), um investimento de

série A, de US$ 600.000,00, logo antes da empresa começar a crescer e um

investimento de série B, no valor de US$ 8.000.000,00 durante a fase de

crescimento da empresa.

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Em Novembro de 2004 a empresa finaliza o primeiro protótipo funcional, que

é um sistema de mensagens instantâneas em 3D, integrado a outros aplicativos de

mensagem instantânea, como o MSN, usando o conceito de add-on. Durante o

período foram coletadas métricas e foi entrado em contato com clientes, levando-os

a descobrir que o conceito de add-on é confuso e os clientes querem um programa

separado para terem suas conversas em 3D, houve muita aprovação do conceito de

avatar em 3D por parte do cliente, o que validou a idéia original. Até Fevereiro de

2005 a empresa jogou fora o conceito de add-on e desenvolveu o sistema

novamente, agora como um software próprio para mensagens instantâneas em 3D.

Em Março de 2005 um novo produto começa ser testado pelos clientes, já

no projeto de descoberta de clientes. A empresa agora oferece um serviço de

mensagens instantâneas em 3D para os clientes se encontrarem com os amigos e

foi introduzido um novo recurso, o encontro instantâneo, onde a pessoa pode

encontrar novos amigos baseado nas características de seu perfil. A resposta de

seus clientes foi de que encontrar novos amigos é tão importante, para eles, quanto

conversar com seus amigos atuais, mas que ainda há poucas pessoas usando o

sistema. A empresa descobriu também, com base nas métricas coletadas, que a

retenção de clientes é um problema. Até Junho de 2005 a empresa investiu bastante

em propaganda para aumentar a sua base de clientes e buscou aprender como reter

clientes com expoentes neste quesito na época (MySpace e Cyworld).

Em Julho de 2005 o produto passa a ser um serviço de mensagens

instantâneas em 3D com páginas em 2D para os avatares. As páginas de avatar

contam com recursos para o envio de mensagens, troca de presentes, galeria de

imagens e blog. Os clientes aprovaram o novo conceito e relataram que as páginas

de avatar são viciantes e que o 2D e 3D se complementam, assim como as

mensagens nas páginas de avatar e a interação em tempo-real. Os clientes pediram

a possibilidade de se termais de dois avatares juntos, criando o conceito de sala de

bate-papo em 3D.

O estudo detalhado termina em Setembro de 2005 com uma renda de quase

US$ 80.000,00 e quase 9.000 usuários, mas alcança quase US$ 1 milhão de renda

ao final de 2006 e quase US$ 8 milhões ao final de 2009.

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CONCLUSÃO

O processo proposto é complexo, mas abrange a totalidade da criação da

empresa, englobando os aspectos organizacionais, financeiros, operacionais,

técnicos e de negócio. Por ser ainda um conceito em formação, vários autores

propuseram uma abordagem para cada diferente aspecto e cabe ao empreendedor/

fundador fazer a união das diferentes técnicas.

O gerente de projeto neste caso é o empreendedor que fundou a empresa e

deve gerenciar não só um projeto na empresa, mas todo um programa com objetivos

diferentes, mas complementares. Todo processo pode ser resumido no Diagrama 3,

ou seja, a transformação da idéia inicial num protótipo funcional, este num produto/

mercado adequado para a empresa, cumprir a promessa feita para clientes, otimizar

o processo e ganhar escala de produção ou prestação de serviços.

Não é simples, mas todo o programa proposto consegue descobrir o escopo

e definir o produto final da empresa, descobrir quem são os clientes e vender para

eles, assim como criar uma estrutura para a empresa e fazê-la crescer para vender.

Todo este programa precisa ser melhor estudado e formalizado, mas representa

uma abordagem eficiente para se estrutura projetos em ambientes de extrema

incerteza como no caso de projetos de inovação e a criação de novas tecnologias.

Diagrama 3. Adaptação própria baseado no conceito de Pirâmide de Startups (ELLIS, 2011)

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REFERÊNCIAS

BLANK, Steven. The four steps to the epiphany: successful strategies for

products that win. Foster City, California: Cafepress.com, 2006. ISBN 0976470705.

ELLIS, Sean. The Startup Pyramid. Acessado em Fevereiro de 2011. http://

startup-marketing.com/the-startup-pyramid/

GUTHRIE, Gordon. Dashboards for Startups. Acessado em Feveiro de 2011.

http://hypernumbers.com/howto/dashboards-for-startups/ .

MACCLURE, David. Startup Metrics For Pirates. Acessado em Fevereiro de

2011. http://www.slideshare.net/dmc500hats/startup-metrics-for-pirates-sf-jan-2010

MARCONDES, Alexandre. Uma Correlação entre Lean Startups e

Gerenciamento de Projetos. Curitiba, Paraná. Fundação Getúlio Vargas, 2010.

MOORE, Geoffrey A. Crossing the chasm: marketing and selling disruptive

products to mainstream customers. New York, New York: HarperBusiness Essentials,

2002. ISBN 0060517123.

ŌNO, Taiichi. Toyota production system: beyond large-scale production.

Cambridge, Massashushets: Productivity Press, 1988. ISBN 0915299143.

OSTERWALDER, Alexander, Yves PIGNEUR, e Tim CLARK. Business

model generation: a handbook for visionaries, game changers, and challengers.

Hoboken, New Jersey: Wiley, 2010. ISBN 0470876417.

RIES, Eric. Startup Lessons Learned. Acessado em Fereiro de 2011. http://

www.startuplessonslearned.com/

SHINGŌ, Shigeo e Andrew P. DILLON. A study of the Toyota production

system from an industrial engineering viewpoint. Cambridge, Massashushets:

Productivity Press, 1989. ISBN 0915299178.

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