ANÁLISE BIOGEOGRÁFICA DO PARQUE MUNICIPAL SÃO FRANCISCO DE ASSIS –
ASSIS CHATEAUBRIAND – PR
Adilson Favarinin Nito, CTESOP, [email protected]
Andrey Harmatiuk Olinto, [email protected]
Lucimara Liberali, CTESOP, prof. [email protected],
RESUMO O presente estudo foi realizado na região oeste do estado do Paraná, mais precisamente no município de Assis Chateaubriand, no Parque Municipal São Francisco de Assis situado nas coordenadas 24°24’11’’ latitude sul e 53°31’35’’ longitude oeste, sendo este constituído por fragmento florestal secundário da floresta estacional semi-decidual que foi resgatada ante sua total destruição dentro do sitio urbano. A pesquisa realizada no parque teve como finalidade estudar o processo geo-historico interrelacionando com a fitossociologia e as relações fitogeográficas, bem como as condições ambientais dentro dos parâmetros da legislação ambiental para unidades de conservação. Esse estudo foi desenvolvido por meio de fundamentação teórico e empírica com a observação “in loco”, pré identificação do material botânico, fitossociologia segundo Bertrand e levantamento dos problemas da fauna e da flora ocasionados pela ação antrópica no parque. Esta pesquisa foi realizada neste parque, por ser uma unidade de conservação de suma importância na preservação e conservação da biodiversidade, haja visto que esta inserido numa área economicamente agrícola. Neste estudo foi possível concluir que há uma grande diferença na composição florístico e estrutural dos estratos nos pontos de estudo, além de graves problemas ambientais internos, como presença de espécies exóticas invasoras, especialmente da flora e desequilíbrio causado pela superpopulação de alguns animais, por exemplo macacos, estes fatos tem influenciado no desenvolvimento das espécies nativas do parque. Portanto, esse estudo servirá de suporte técnico - cientifico útil na elaboração do plano de manejo da unidade de conservação, assim possibilitando melhor gerenciamento e mantendo o equilíbrio ecológico do parque. Palavras Chave: biogeografia, espécies exóticas invasoras, unidade de conservação. ABSTRACT This study was conducted in the western region of Paraná State, specifically in the city of Assis Chateaubriand, in the Parque Municipal São Francisco de Assis located at coordinates 24°24'11'' South latitude and 63°31'35'’ west longitude , which is composed of secondary forest fragment of semi-deciduous seasonal forest has been redeemed before its total destruction in the urban site. The research conducted in the park aimed at studying the geo-historical process with the interrelated plant and phytogeographic relations and environmental conditions within the parameters of legislation for environmental conservation units. This study was developed through theoretical reasoning and empirical observation with the "spot", pre botanical identification of the material, and Bertrand phytosociology second survey of the problems of flora and fauna caused by human action in the park. This research was done in this park, as a conservation unit of great importance in the preservation and conservation of biodiversity, as it is inserted in an agricultural area economically. This study can conclude that there is a big difference in floristic composition and structural points of the strata in the study, in addition to domestic environmental problems, such as presence of invasive alien species, especially of flora and imbalance caused by the overpopulation of some animals, for example monkeys, these facts have influenced the development of native species of the park. Therefore, this study serves as a technical support - useful in scientific development of the management plan of the conservation unit, thus enabling better management and maintaining the ecological balance of the park. Keywords: biogeography, invasive alien species, conservation unit.
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo analisou as condições biogeográficas e ambientais do Parque Municipal São
Francisco de Assis está localizado na região Oeste do Estado do Paraná mais precisamente no
perímetro urbano do município de Assis Chateaubriand – PR, com área total de 65,04 hectares. Nesta
área do parque ficou pequenos remanescentes com matrizes de espécies nativas que deram condições
para uma sucessão ecológica, possibilitando a reconstitui do ambiente com os fragmentos florestais
secundário da Floresta Estacional Semi-Decidual.
Mapa 1: Localização
As condições climáticas deste município é favorável a distribuição da floresta estacional semi-
decidual, segundo Koppen é o Cfa, ou seja, subtropical úmido com verões quentes possuindo
pluviosidade bem distribuída durante o ano com uma leve concentração no verão. Segundo os dados
fornecidos pelo IAPAR pode-se observar no gráfico que as menores temperaturas ocorrem nos meses
de junho e julho e a média da mínima nos meses de inverno é superior a 16ºC, contudo as extremas são
responsáveis por 3 a 5 geadas esporádicas por ano. Quanto as maiores temperaturas, considerando a
média da temperatura do ar do gráfico é acima de 25ºC, porém os termômetros já registraram extremas
de máxima acima de 38ºC, no município de Assis Chateaubriand.
GRÁFICO 1 - ASPECTO TERMO-PLUVIOMETRICO NO MUNICÍPIO DE ASSIS
CHATEAUBRIAND – PR (SERIE HISTÓRICA DE 1973 A 2008)
020
4060
80100
120140
160180
200
0
5
10
15
20
25
30
Precipitação (mm)
temperatura (°C)
Fonte: IAPAR, monitoramento agroclimático do Paraná.
Segundo o Atlas geomorfológico do Estado do Paraná o município de Assis Chateaubriand localiza-se
na unidade morfoestrutural da bacia sedimentar do Paraná. Este município pertence ao terceiro
planalto paranaense e sua sub-unidade morfoescultural ao planalto de Cascavel, possuindo declividade
inferior a 12%, com relação a forma do relevo predomina topos alongados e aplainados, vertentes
convexas e vales em “V”.
Quanto ao arcabouço geológico o município localiza-se dentro da formação serra geral, onde durante a
era mesozóica ocorreu um extenso derrame basáltico cujas lavas acenderam a superfície por meio de
fendas tectônicas de tração num vulcanismo de fissura, ou seja, as lavas assumiram direção SE a NW,
(MAACK, 1968), essa condição geológica garante ao município de Assis Chateaubriand a formação
de solos férteis, sendo os identificados na área de estudo como Nitossolo com elevado teor de argila.
Portanto, as condições climáticas, geológica, geomorfológica e pedológicas favoreceram o
desenvolvimento da agricultura, e esta gerou a fragmentação do ecossistema local. A base econômica
do município de Assis Chateaubriand é agrícola, segundo LIMA (2005) o município surge já tendo
como direcionamento econômico a agricultura. “Assis Chateaubriand nasceu a partir de um projeto
urbanístico diretamente associado a um empreendimento agrícola e imobiliário” na década de 50, onde
a expansão agrícola no oeste do estado começa a crescer em grandes proporções para suprir a demanda
de alimentos no sudeste do país.
Por causa desta pressão econômica a formação vegetal da área de estudo que compreende a floresta
estacional semi-decidual foram sendo suprimida por meio de cortes e queimadas. A vegetação foi
substituída num primeiro momento com a implantação da cultura da hortelã nas “cinzas” da floresta e
posteriormente o soja, trigo e milho, restando apenas fragmentos isolados.
Desses fragmentos isolados foi preservado uma área que no primeiro momento foi denominada de
horto municipal São Francisco de Assis que posteriormente passa a à categoria de Unidade
conservação por intermédio da lei municipal 1.658/2001 com o objetivo de preservar o ecossistema
natural, possibilitar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de
educação ambiental, recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico, sendo classificado
como unidade do tipo Parque assim denominado de Parque Municipal São Francisco de Assis.
Segundo a lei 9.985/2000 Parque Nacional, Estadual ou Municipal é uma unidade de conservação de
proteção integral, ou seja, não pode haver exploração direta dos recursos, de domínio publico, onde as
atividades de visitação e pesquisa devem obedecer a normas contidas em seu plano de manejo.
O Parque Municipal São Francisco de Assis ainda não tem um plano de manejo efetivamente
implantado, encontra-se com sérios problemas ambientais decorrentes da falta de ordenação da
visitação e as poucas pesquisas sobre as condições ambientais dos elementos abióticos e bióticos torna
difícil o manejo do mesmo. Com base nestes problemas realizou-se um estudo biogeográfico, bem
como análise da condição do parque e suas infra-estruturas com relação à política ambiental brasileira.
2 MATERIAL E MÉTODO
No Parque Municipal São Francisco de Assis foi estabelecida duas áreas de coleta na forma de
quadrado possuindo 20 metros de largura por 20 de comprimento, ou seja, área de 400m², dentro
dessas áreas foi realizada a coleta de amostras de plantas e contagem dos indivíduos bem como a
análise dos paramentos abundancia e dominância, o que segundo Passos, 2003 representa a superfície
coberta pelas plantas. Também analisou-se ao grau de sociabilidade, ou seja o modo de agrupamento
das plantas.
Após a coleta dos dados foi elaborada a pirâmide de vegetação segundo a proposta de Bertrand,1966
(in PASSOS,2003) sendo esta conforme Passos, 2003 “uma representação gráfica da estruturação
vertical de uma formação vegetal qualquer”.
Foi realizada também uma análise visual da área para caracterização dos processos atuantes na mesma
além da condição natural da área em face a atuações antrópicas.
Para a analise dos extratos vegetacional foram classificados artificialmente em arbóreo com altura
superior a 4 metros, extrato arborescente com altura entre 2 e 4 metros, extrato arbustivo com até 2
metros, o extrato sub-arbustivo aqueles segundo a forma de vida e estrato herbáceo que possuem caule
não lignificado.A análise do solo foi realizada em dois pontos do parque por meio de tradagem e
trincheira a qual possibilitou analise empírica e a classificação.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com a análise de dois pontos distintos no Parque Municipal São Francisco de Assis,
verificou uma diversidade de flora. As áreas avaliadas apresentaram os extratos vegetacionais arbóreo,
arbustivo, subarbustivo e em menor proporção herbáceas. No estudo fitogeográfico foram identificadas
em famílias, gêneros e as espécies, representadas no Quadro 01.
A primeira área de estudo localiza-se na latitude 24°24'11.56"S e longitude 53°31'38.69"W, nesta foi
identificada a presença de melastomatáceas e muitos liquens de coloração esbranquiçada o que nos
leva a supor uma boa qualidade do ar na área, alem disto foi identificado também a presença de
musgos e também saprófitos decompondo matéria orgânica.
O solo da área foi caracterizado como nitossolo, segundo a EMBRAPA este tipo de solo possui boa
fertilidade natural, acrescida a esta fertilidade natural há na área boa quantidade de serrapilheira que
evidencia estabilidade vegetacional, havendo, portanto biociclagem suficiente de nutrientes, pois
conforme vai se fechando o dossel a incremento na quantidade de serrapilheira que acumula grandes
quantidades de nitrogênio, fósforo, potássio e magnésio. Esta elevada quantidade de serrapilheira
evidencia que não houve recentemente o corte da floresta, pois o corte não permite que seja
estabelecido um ciclo bioquímico equilibrado e suficiente, em casos de corte nota-se prevalecimento
do ciclo geoquímico, ou seja da fertilidade natural do solo.
Quadro 01 – Fitogeografia do Parque São Francisco de Assis
FAMILIA GENERO ESPECIE NOME VULGAR ACANTHACEAE Justicia brasiliana junta-de-cobra
ANACARDIACEAE
Astronium graveolens guaritá Mangifera indica mangueira Schinus terebinthifolius aroeira
ANNONACEAE Rollinia emarginata ariticum
APOCYNACEAE
Aspidosperma polyneuron peroba-rosa Forsteronia thyrsoidea cipó-de-leite Tabernaemontana australis leiteiro
BIGNONIACEAE
Macfadyena unguis-cati unha-de-gato Tynnanthus micranthus cipó-cravo
BORAGINACEAE
Cordia trichotoma louro-pardo Patagonula americana guajuvira
CAESALPINIACEAE
Caesalpinia peltophoroides sibipiruna Holocalyx balansae alecrim Peltophoum dubium canafístula Senna macranthera aleluia
CARICACEAE
Carica papaya mamoeiro Jacaratia spinosa jaracatiá
CECROPIACEAE
Cecropia glazioui embaúba-vermelha Cecropia pachystachya embaúba-branca
CONVOLVULACEAE Jacquemontia cf. blanchetti corda d viola
EUPHORBIACEAE Actinostemon concolor laranjeira-do-mato
FABACEAE
Lonchocarpus subglauscecens feijão-cru Machaerium paraguariense sapuvão
LAURACEAE Ocotea diospyrifolia canela
LORANTHACEAE
Phoradendron crassifolium erva-de-passarinho Phoradendron martianum erva-de-passarinho
MIMOSACEAE Leucaena leucocephala leucena MORACEAE Ficus glabra figueira
MYRTACEAE
Eugenia uniflora pitangueira Psidium guajava goiabeira
PASSIFLORACEAE Passiflora alata maracujá PIPERACEAE Piper gaudichaudianum jaborandi PROTEACEAE Grevilea robusta grevílea RHAMNACEAE Hovenia dulcis uva-do-japão
ROSACEAE
Eryobotria japonica nêspera Rubus urticifolius amoreira-preta
RUTACEAE
Balfourodendron riedelianum pau-marfim Citrus sinensis laranja-do-mato Esenbeckia febrifuga pau-de-cutia
SOLANACEAE Solanum microrbitum joá-manso ARACEAE Philodendron bipinnatifidum banana-de-macaco
Quanto à cobertura vegetal estudou as condições fitossociológica, levando em consideração a situação
da vegetação após a preservação do Parque São Francisco de Assis verificou que na atualidade (2008)
sua associabilidade está em progressão. Isto esta expresso e melhor detalhado na pirâmide
biogeográfica 1 que representa os extratos arbóreo, arborescente, arbustivo e sub-arbustivo
encontram-se em estagio de progressão enquanto o estrato herbáceo encontra-se em regressão. O
extrato herbáceo tem dificuldade de expansão, pois esta área recebe pouca irradiação solar, isto pode
ser observado na pirâmide 1 onde há predomínio do extrato arbustivo, cobrindo a maior parte da área
de estudo, desta forma causando sombreamento que na concorrência fitossociológica leva a regressão
deste extrato.
Apesar de a área estudada estar em fase de reconstituição de sua flora, nota-se que este ambiente esta
caminhando para um equilíbrio, pois há predomínio do ciclo bioquímico que supre as necessidades de
nutrientes da vegetação, portanto a área pode ser considerada progressiva pode ser acompanhado pelo
grande numero de indivíduos em frase de crescimento, pois conforme já afirmado a grande quantidade
de serrapilheira supre a necessidade de nutrientes dos vegetais e caminha para um estagio de equilíbrio
(ciclo biogeoquímico).
A segunda área estudada localizada na latitude 24°24'22.58"S e longitude 53°31'12.88"W percebeu-se
um desequilíbrio nas condições ambientais, devido a elevada presença da espécie Leucaena
leucocephala, popularmente conhecida como Leucena que adaptou-se facilmente ao lugar, pois,
segundo a EMBRAPA, “as leucenas crescem nos trópicos e subtrópicos em regiões de até 500 m de
altitude, suportando grandes diferenças de precipitação, luminosidade, salinidade do solo, inundações
periódicas, fogo, geadas leves e seca”, constituindo-se então num espécie exótica invasora. No Parque
São Francisco de Assis a Leucaena leucocephala encontra-se em estagio de expansão como pode ser
notado na pirâmide biogeográfica 2, por adaptar-se facilmente ao solo fértil, ocorre a floração durante
o ano todo, sementes são em grandes quantidades e são dispersa pelo vento esses são alguns fatores
que contribuem para desenvolvendo rápido, assim, estas exóticas invasoras vão suprimindo a
vegetação natural. Essas exótica vem causando um desequilíbrio no ambiente e reduzindo a
biodiversidade.
PIRÂMIDE DE VEGETAÇÃO 2
Percebe-se que a cobertura arbórea e subarbustiva representada nesta pirâmide demostra um processo
de progressão, mas estes extratos estão formados basicamente pela Leucaena leucocephala, que
cobrem 85% da área estudada, gerando um sombreamento que dificulta o crescimento das espécies
nativas, o avanço da Leucaena leucocephala pode ser visualizado nas figuras n° 07 e 08.
Outro fator que contribui para o desenvolvimento da Leucaena leucocephala é a condição climática de
Assis Chateaubriand que facilitou sua adaptação. Segundo ZILLER e GALVÃO esta espécie possui
maturação precoce, crescimento rápido, pioneirismo e adaptação a áreas degradadas e produção de
toxinas biológicas que impedem o crescimento de plantas de outras espécies nas imediações, um
fenômeno intitulado alelopatia. Contam também com a ausência de inimigos naturais para facilitar a
sua adaptação, produz grande quantidade de sementes que facilitam sua disseminação na área
estudada.
Para confirmar esse rápido desenvolvimento foi realizado uma analise de amostragem de uma área de
1m², nesta foram coletadas 2511 sementes de Leucaena leucocephala foram encontradas na parte
superficial do solo e na serrapilheira, isto pode ser observado na figura 01.
Figura 01 – Sementes de Leucaena leucocephala,
Foto: Adilson F. Nieto
Esta área esta sofrendo uma forte pressão pela exótica invasora encontrou 200 indivíduos Leucaena
leucocephala, enquanto de outras espécies foram 14 indivíduos de melastomatácea e 04 indivíduos de
myrtaceae. Estas diferenças no numero de indivíduos deixa claro que a Leucaena leucocephala esta
avançando sobre a vegetação nativa, carecendo de cuidados imediatos para que esta área não perca a
sua biodiversidade.
Apesar de constituir-se uma Unidade de Conservação o Parque São Francisco de Assis apresenta
varias situações conflitantes com o objetivo de preservação ambiental. Este sofre com a influência da
ação antrópica, pois localiza-se dentro do perímetro urbano, recebendo diariamente grande quantidade
de visitantes que deixam lixo espalhados no seu interior, provocando a degradação de áreas que estão
em fase de recuperação.
Quanto à formação vegetal o parque enfrenta problemas com a espécie exótica invasora Leucaena
leucocephala que se adaptou facilmente ao local, observa-se que estas são predominantes nas porções
sul e nordeste do parque, porção nordeste tem ainda problemas na margem esquerda do rio Baiano
onde este se encontra assoreado e a mata ciliar degradada.
Dentro dos limites do Parque Municipal São Francisco de Assis nascem dois córregos Nashi e Asilo e
o córrego Baiano cortado o parque no sentido nordeste. O córrego Baiano nasce dentro da
Associação dos funcionários públicos municipais de Assis Chateaubriand e segue o seu curso em
sentido NO, segundo a classificação de Strahler apud Christofoletti(1980) é um canal de 1° ordem.
Este córrego é muito influenciado pela área urbana do município devido a sua proximidade, por isso
encontra-se com muito lixo flutuando em seu curso, alem de possuir uma coloração acinzentada da
água.
O Córrego Nashi nasce dentro do Parque municipal São Francisco de Assis e segue seu curso em
sentido N, até o lago artificial, segundo a classificação de Strahler apud Christofoletti(1980) é um
canal de 1° ordem. Este córrego encontra-se eutrofizado principalmente próximo ao duto que o leva até
o lago, pois nesta área a velocidade do fluxo é menor e não havendo assim a dispersão dos nutrientes
principalmente nitratos e fosfatos utilizados na agricultura, estes nutrientes são carreados pela chuva,
quando chegam neste ponto à baixa velocidade de fluxo os faz estagnar-se levando a proliferação
excessiva de algas, isto pode ser observado na figura 03.
Observa-se o Córrego do Asilo na figura 02 nasce dentro do Parque municipal São Francisco de Assis
e segue seu curso em sentido NE confluindo-se com o córrego Baiano (Figura n°01) e com a saída da
comporta do lago, segundo a classificação de Strahler apud Christofoletti(1980), é um canal de 1°
ordem. Este córrego é o que melhor possui sua qualidade hídrica, pois se encontra com a mata ciliar
mais conservada, isto pode ser observado na figura 02, apesar de ainda não estar dentro do que é
exigido pelo código florestal brasileiro, ou seja, 30 metros em cada margem.
Alem destes córregos o parque possui ainda dois lagos naturais, um açude e dois lagos artificiais. Os
dois lagos naturais são canalizados e alimentam o lago artificial menor conforme foto. Este lago menor
apresenta forma arredondada e compreende uma área de aproximadamente 10Km² e perímetro de
370m.
Próximo a via de acesso ao Parque, ou seja, nas margens da via existe uma área do solo compactada
em função do processo erosivo , existem plantas que estão com cerca de 21 cm de raízes expostas,
alem disto a porção oeste do parque sofre com focos de erosão que podem ser observados na figura
n°05.
Outro problema relevante do Parque São Francisco de Assis esta relacionado a fauna observou uma
fauna diversificada, mas que mais chamou atenção foi a superpopulação de macacos, pois não há
predadores e ainda são alimentados com frutas todos os dias, assim proporcionado crescimento rápido
no numero de indivíduos. Mesmo sendo alimentados pelos tratadores muitas vezes saem da área do
parque causando problemas com as propriedades rurais e urbanas vizinhas ao parque. Neste parque
tem uma área com animais presos em ambientes inadequada, isto pode ser observado na foto do pavão
e arara que deveria estar em seu meio natural ou mesmo num ambiente que tivesse as mínimas
condições ecológicas exigida para cada espécie.
Os problemas identificados estão especializados no mapa 2.
Figura N° 02: Córrego Baiano
Foto: Adilson F. Nieto
Figura N° 03: Eutrofização do Córrego Nashi Foto: Adilson F. Nieto
Figura N° 04: Córrego do Asilo
Fonte: Adilson F. Nieto
FiguraN° 05: Focos de Erosão Fonte: Adilson F. Nieto
Figura N°06: Leucaena leucocephala e falta de mata ciliar no PMSFA Fonte: Andrey Harmatiuk Olinto
Figura N° 07: Leucaena leucocephala na parte sul do PMSFA Fonte: Andrey Harmatiuk Olinto
4 CONCLUÕES
No Parque São Francisco de Assis observa-se que o fragmento remanescente da floresta estacional
semi-decidual encontra-se degradado, mesmo assim resguarda matrizes florestais importante para
preservação e conservação de uma boa diversidade biológica. Nesta unidade de conservação é
necessário que o poder público municipal intervenha com a finalidade de regularizar o uso do Parque
Municipal e tome medidas urgente como a remoção das espécies exóticas invasoras, recuperação de
área degrada reflorestando-as com as espécies nativas, especialmente nas proximidades dos cursos de
água, haja visto que este parque tem três córregos, como forma de conservar os recursos hídricos bem
como a biodiversidade local.
Algumas ações devem ser tomadas prioritariamente como a remoção da Leucaena leucocephala,
realizar a revegetação e monitorar e remover possíveis reaparecimentos de Leucaena leucocephala.
Recomenda-se que a revegetação seja feita com espécies nativas da região com metodologias que
assemelhem a sucessão natural. Essas ações são no momento de suma importância para manutenção
equilíbrio da geobiocenose do Parque, se isto não for realizado em caráter de urgência a tendência
deste parque é o empobrecimento da biodiversidade.
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