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Page 1: Amigo urso

7Jornal do Comércio - Porto Alegre6

CINEMA

salas+PRÉ-ESTREIAMy Way: O mito além da música – de Florent Emilio Siri (FRA/

BEL, 148min). Na Sala NT (sáb 21:00). 12 anos.Polissia – de Maiwenn (FRA, 127 min). No Espaço Itaú 8 (sáb

11:00), na Sala NT (sex 21:00). 14 anos.

ESTREIADredd – de Pete Travis (EUA/GBR, 95 min). No Espaço Itaú 1

(3D 13:00, 20:00 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 5 (3D dub 14:00, 16:30 e 18:45; 3D leg 21:20 sexta e sábado também 23:50), no Cinemark BarraShoppingSul 7 (3D 14:00, 16:10, 18:30, 20:40 e 23:00), no GNC Iguatemi 4 (3D dub 17:15; 3D leg 19:40 e 22:00), no GNC Praia 1 (3D dub 17:30; 3D leg 19:40 e 21:50), no Cineflix Total 2 (3D dub 18:00 e 20:00; 3D leg 22:00) e no Cinespaço Wallig 4 (3D dub 13:00; 3D leg 19:30 e 21:30). 18 anos.

Elles – de Malgoska Szumowska (FRA/POL/ALE, 110min). No Guion Center 1 (14:30, 16:20, 18:10 e 20:00; sexta e sábado também 22:00). 16 anos.

Moacir – de Tomás Lipgot (ARG, 75min). Na Sala Eduardo Hirtz (18:15) e na Sala P.F. Gastal (17:00). 14 anos.

Os infiéis – de Jean Dujardin e Gilles Lellouche (FRA, 109min). No Espaço Itaú 3 (14:40, 17:00, 19:20 e 21:40; sábado também 11:00; em todos os horários antecedido do curta O céu no andar de baixo) e no Guion Center 2 (14:45, 16:50, 19:00 e 21:05). 16 anos.

Poder paranormal – de Rodrigo Cortés (EUA/ESP, 113 min). No Cinemark BarraShoppingSul 8 (17:15, 20:00 e 22:30), no GNC Praia 5 (14:00, 16:30, 19:00 e 21:30) e no Cinespaço Wallig 3 (dub 13:30, 16:00, 18:30 e 21:00). 12 anos.

Referendo – de Jaime Lerner (BRA, 75min). Na Sala NT (11:30), no Santander Cultural (15:00, 17:00 e 19:00) e na Sala P. F. Gastal (15:00 e 19:00). Livre.

Ted – de Seth MacFarlane (EUA, 106 min). No Espaço Itaú 6 (13:10, 15:20, 17:30, 19:40 e 21:50; sábado também 11:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 3 (14:10, 16:40, 19:00 e 21:40; sexta e sábado também 00:00; sábado e domingo 11:55), no Cinemark BarraShoppingSul 4 (11:30, 14:15, 16:30, 18:50 e 21:20; sexta e sábado também 23:50), no GNC Iguatemi 3 (14:15, 16:30, 19:00 e 21:30), no GNC Lindóia 1 (dub 14:00, 16:30, 19:00 e 21:30), no Cineflix Total 5 (14:20, 16:40, 19:30 e 21:50) e no Cinespaço Wallig 2 (13:40, 15:40, 17:40, 19:40 e 21:40). 16 anos.

Tinker bell: O segredo das fadas – de Ryan Rowe (EUA, 75min). No Espaço Itaú 1 (3D dub 15:00, 16:40 e 18:20; sá-bado também 11:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 1 (dub 12:45, 14:30, 16:15 e 18:15), no Cinemark BarraShoppingSul 2 (3D dub 12:40, 14:30, 16:20 e 18:20; sábado e domingo também 11:00), no GNC Iguatemi 4 (3D dub 13:30 e 15:20), no GNC Iguatemi 5 (3D dub 18:10), no GNC Praia 1 (3D dub 13:30 e 15:20), no GNC Praia 2 (3D dub 18:00), no Cineflix João Pessoa 3 (3D dub 14:20 e 16:20), no Cineflix Total 1 (3D dub 14:00), no Cineflix Total 2 (3D dub 14:30 e 16:20) e no Cinespaço Wallig 4 (3D dub 15:00, 16:30 e 18:00). Livre.

CONTINUAÇÕES13 assassinos – de Takashi Miiken (JAP, 126min). Na Sala NT

(17:00; domingo também 21:00). 16 anos. 31 minutos – de Álvaro Diaz e Pedro Peirano (CHL, 87min).

No Cinemark BarraShoppingSul 1 (13:00 e 15:00) e no GNC Praia 3 (13:00). Livre.

360 – de Fernando Meirelles (GBR/BRA/FRA/AUS, 115min). Na Sala Paulo Amorim (16:10 e 20:00). 16 anos.

À beira do caminho – de Breno Silveira (BRA, 102min). No GNC Iguatemi 2 (13:00) e na Sala Norberto Lubisco (15:50). 12 anos.

A era do gelo 4 – de Steve Martino e Mike Thrumeier (EUA, 100min). No Cinespaço Wallig 1 (dub 14:20 e 16:30). Livre.

Abraham Lincoln: Caçador de vampiros – de Timur Bek-mambetov (EUA, 119min). No Cinemark BarraShoppingSul 2 (3D 20:20 e 22:40), no GNC Iguatemi 5 (3D 13:50), no GNC Praia 2 (3D dub 13:50), no Cineflix João Pessoa 4 (dub 14:30, 16:50, 19:10 e 21:30), no Cineflix Total 3 (dub 16:55 e 19:10) e no Arcoíris Rua da Praia 2 (dub 13:30, 15:30, 17:30 e 19:30). 14 anos.

Aqui é o meu lugar – de Paolo Sorrentino (FRA/ITA/IRL, 120min). No Sala Norberto Lubisco (17:45). 12 anos.

Bem amadas – de Christophe Honoré (FRA, 135min). Na Sala Eduardo Hirtz (19:30). 16 anos.

Cara ou Coroa – de Ugo Giorgetti (BRA, 110min). No Espaço Itaú 8 (17:40). 12 anos.

Cosmópolis – de David Cronenberg (FRA/ITA/CAN/POR, 106min). No Espaço Itaú 2 (19:30; sábado também 11:00). 16 anos.

E a vida continua... – de Paulo Figueiredo (BRA, 99 min). No Espaço Itaú 8 (13:20, 15:30, 19:50 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 7 (13:00, 15:00, 18:00 e 20:10; sexta e sába-do também 22:40), no GNC Iguatemi 1 (14:30, 16:45, 18:45 e 21:00), no Cineflix Total 4 (14:30, 17:00, 19:20 e 21:40) e no Cinespaço Wallig 6 (13:30, 15:30, 17:30 e 19:30). 10 anos.

E aí, comeu? – de Felipe Joffily (BRA, 102 min). No Cinemark Bourbon Ipiranga 6 (13:10 e 15:20). 14 anos.

Fausto – de Alexandr Sokurov (RUS, 134min). Na Sala Eduardo Hirtz (15:45). 14 anos.

Febre do rato – de Cláudio Assis (BRA, 110min). Na Sala Norberto Lubisco (20:00). 18 anos.

Headhunters – de Morten Tyldum (NOR, 100min). Na Sala NT (15:10 e 19:15). 12 anos.

Intocáveis – de Eric Toledano e Olivier Nakache (FRA, 112min).

No Espaço Itaú 5 (13:00, 15:10, 17:20, 19:30 e 21:50; sábado também 11:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 2 (17:05, 19:30 e 22:20), no Cinemark BarraShoppingSul 3 (16:35, 19:05 e 21:30), no GNC Iguatemi 2 (17:00 e 21:20), no GNC Praia 6 (17:20 e 20:00), no Guion Center 3 (15:00, 17:05, 19:10 e 21:15) e no Cinespaço Wallig 7 (16:50 e 21:20). 14 anos.

O gato do rabino – de Joann Sfar (FRA/AUS, 100min). Na Sala Norberto Lubisco (14:00). 12 anos.

O Legado Bourne – de Tony Gilroy (EUA, 135min). No Espaço Itaú 4 (16:30 e 21:30), no Cinemark BarraShoppingSul 3 (sex e sáb 00:10), no GNC Iguatemi 6 (21:50), no Cineflix João Pessoa 2 (16:20, 19:05 e 21:50), no Arcoíris Victória 2 (18:40) e no Cinespaço Wallig 1 (18:50 e 21:20). 14 anos.

O Liberdade – de Cíntia Langie e Rafael Andreazza (BRA, 71min). Na Sala Eduardo Hirtz (14:30). Livre.

Os Mercenários 2 – de Simon West (EUA, 102min). No Es-paço Itaú 4 (14:00 e 19:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 1 (21:00; sexta e sábado também 23:30), no Cinemark Bourbon Ipiranga 6 (dub 17:40, 20:00 e 22:10), no Cine-mark BarraShoppingSul 1 (17:10, 19:30 e 21:50), no GNC Iguatemi 6 (13:40, 15:45, 17:50 e 19:50), no GNC Praia 3 (14:50, 17:00, 19:10 e 21:20), no GNC Lindóia 2 (dub 13:30 e 19:40), no Cineflix João Pessoa 3 (19:30 e 21:45 ), no Cineflix Total 3 (14:40 e 21:25), no Arcoíris Boulevard 2 (dub 17:00, 19:00 e 21:00), no Arcoíris Victória 2 (dub 14:40 e 16:40) e no Arcoíris Bourbon 2 (15:00, 17:00, 19:00 e 21:00). 16 anos.

Outback - Uma galera animal – de Kyungho Lee (JPN/KOR, 85min). No Arcoíris Bourbon 1 (dub 14:00 e 15:50). Livre.

Para Roma com amor – de Woody Allen (EUA/ESP/ITA, 107 min). Na Sala Paulo Amorim (14:10 e 18:00). 12 anos.

ParaNorman – de Sam Fell e Chris Butler (EUA, 93min). No Cinemark Bourbon Ipiranga 5 (3D dub sáb e dom 12:00),

no Cinemark BarraShoppingSul 7 (3D dub 11:50) e no Cinespaço Wallig 5 (3D dub 14:00). Livre.

Projeto Dinossauro – de Sid Bennett (EUA, 83min). No Cineflix João Pessoa 2 (dub 14:30). Livre.

Resident Evil: A retribuição – de Paul W. S. Anderson (ALE/ EUA, 97 min). No Espaço Itaú 7 (14:00, 16:00, 18:00, 20:00 e 22:00; sábado também 11:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 4 (3D dub 13:40 e 16:00; 3D leg 18:20 e 20:40; sexta e sábado também 23:00), no Cinemark BarraShoppingSul 5 (3D 13:50, 16:25, 18:45 e 21:00; sexta e sábado também 23:30), no GNC Iguatemi 5 (3D dub 16:00; 3D leg 20:00 e 22:10), no GNC Praia 2 (3D dub 16:00; 3D leg 19:50 e 22:00), no GNC Lindóia 2 (dub 15:40, 17:40 e 21:50), no Cineflix João Pessoa 1 (3D dub 18:00 e 19:55; 3D leg 21:50), no Cineflix Total 1 (3D dub 15:40, 17:40 e 19:45; 3D leg 21:50), no Arcoíris Boulevard 1 (dub 14:00, 15:50, 17:40, 19:30 e 21:20), no Arcoíris Rua da Praia 1 (dub 14:00, 15:50, 17:40 e 19:30), no Arcoíris Victória 1 (dub 14:00, 15:50, 17:40 e 19:30) e no Arcoíris Bourbon 1 (dub 17:40, 19:30 e 21:20). 16 anos.

Totalmente inocentes – de Rodrigo Bittencourt (BRA, 90min). No Cinemark BarraShoppingSul 8 (13:15 e 15:10). 14 anos.

Tropicália – de Marcelo Machado (BRA, 82 min). No Espaço Itaú 2 (13:00, 15:50, 17:40 e 21:50), no GNC Praia 6 (13:40 e 15:30) e no Cinespaço Wallig 6 (21:30). 12 anos.

Um divã para dois – de David Frankel (EUA, 92min). No Cinemark Bourbon Ipiranga 8 (14:50, 17:30, 19:50 e 22:00; sábado e domingo também 12:30), no Cinemark BarraShop-pingSul 6 (17:20, 19:50 e 22:10) e no GNC Iguatemi 2 (15:00 e 19:20). 12 anos.

Um homem qualquer – de Caio Vecchio (BRA, 90min). Na Sala NT (13:30). 12 anos.

Valente – de Mark Andrews e Brenda Chapman (CHN, 100 min). No Arcoíris Boulevard 2 (dub 15:00). Livre.

Vizinhos imediatos de 3º grau – de Akiva Schaffer (EUA, 102 min). No Cinemark BarraShoppingSul 6 (sex e sáb 00:20), no GNC Praia 6 (22:10), no Cineflix João Pessoa 3 (dub 14:40 e 17:20) e no Cinespaço Wallig 7 (dub 14:30 e 19:10). 12 anos.

PROGRAMAÇÃO ESPECIALClubinho de Cinema: Ponyo uma amizade que veio do mar (sáb

11:00). Na sala 4 do Espaço Itaú.Jornalismo e ética: Síndrome da China (sex 14:30), Ausência

de malícia (sex 17:30), Frost/Nixon (sex 19:30 e sáb 14:30), A montanha dos sete abutres (sáb 17:30), O Informante (sáb 19:30), A embriaguez do sucesso (dom 14:30), Rede de intrigas (dom 17:30) e Nos bastidores da notícia (dom 19:30). No CineBancários.

Mostra 50 Anos LC Barreto: Inocência (sex 16:00) e Beijo no Asfalto (sex 19:00). Na Sala Redenção.

Sessão Replay: As aventuras de Agamenon, o repórter no Cine-mark Bourbon Ipiranga 2 (13:15 e 15:10) e no Cinemark BarraShoppingSul 3 (13:05 e 14:55). Paraísos artificiais no Cinemark BarraShoppingSul 6 (13:10 e 15:15).

TELEFONESArcoíris Boulevard: 3344-1483; Arcoiris Rua da Praia: 3225-

7602; Arcoiris Victoria: 3225-7602; Bourbon Assis Brasil: 3299-0102; Cineflix João Pessoa e Total: 3299-0339; CineBancários: 3433-1200; Cinespaço Wallig: 3084-6422; Cinemark Ipiranga: 3315-4299; Cinemark BarraShop-pingSul: 3257-9023; Espaço Itaú de Cinema: 3299-0624; GNC Praia de Belas: 3299-0505; GNC Lindoia: 3299-0505; GNC Moinhos: 3299-0505; GNC Iguatemi: 3299-0505; Guion: 3221-3122; Salas da CCMQ: 3221-7147; Sala P. F. Gastal: 3289-8133; Santander Cultural: 3287-5718; Sala Redenção: 3308-3034; Sala NT: 3361-3111.

Viver21, 22 e 23 de setembro de 2012

+ MAISl Com custo passando dos € 20 milhões, My way: o mito além da música acompanha a verdadeira história de Claude François, ícone da música popular francesa. Mulherengo e vaidoso, o artista é autor da canção Com-me D’Habitude, cuja versão em inglês (My way) foi imortalizada pela voz de Sinatra. O elenco inclui Jérémie Renier e a direção é de Florent-Emilio Siri.

l Em Polissia, o dire-tor Maïwenn explora a rotina da Brigada de Proteção ao Menor, em Paris. Além de realizar o trabalho de investigação de aliciadores de meno-res, pais abusivos e pedofilia, os oficiais da trama têm de conviver com outra realidade: a presença de uma fotógrafa im-passível, enviada pelo Ministério do Interior para desenvolver um livro sobre o trabalho da corporação. l No filme de ação ja-ponês 13 assassinos, os tempos de paz são ameaçados pelo sanguinário Lorde Naritsugu. Dirigido por Takashi Miiken, o longa-metragem se passa na época feudal e acompanha um grupo de assassinos com a missão suicida de tentar impedir o tirano.

CRÍTICA

HÉLIO [email protected]

A questão colonial teve momentos mais expressivos na história do cinema, entre eles Queimada, de Gillo Pontecorvo, e Sentado à sua direita, de Valério Zurlini. Mas este A rebe-lião, de Mathieu Cassovitz, está longe daqueles relatos que, só por abordarem temas relevantes e se colocarem ao lado dos que sofrem as consequências de um processo exploratório, se julgam cineastas merecedores da maior atenção. Desde que realizou Ódio, em 1995, filme premiado em Cannes, no qual abordava a miséria e a revolta na periferia parisiense, o cine-asta estava entre aquelas esperanças não concretizadas. É que resolveu dar outro rumo à sua carreira, focalizando temas de mais fácil aceitação pelos produtores. Os resultados poderiam ser apreciáveis, mas o diretor parece não ter se adaptado a certas exigências. Porém, ao trabalhar como ator em Munique, de Steven Spielberg, ele deve ter percebido que a voz de um cineasta pode ser ouvida mesmo que cercada pelas exigências da indústria. Neste seu novo filme, no qual também interpre-ta o papel principal, ele conta com expressivos recursos de produção e realizou uma obra distante da panfletagem e das simplificações. Só num momento, quando permite ao líder dos rebeldes recitar uma espécie de manifesto, o realizador adota o tom do discurso. Mas ele pode dizer, com razão, em sua defesa, que o grande John Ford fez o mesmo em Forte Apache, na cena em que o chefe índio diz para o personagem de Henry Fonda e para o espectador verdades nunca antes ouvidas no cinema americano.

Adepto do mais rigoroso realismo cênico, Cassovitz, num determinado momento, mesmo permanecendo fiel à sua forma de encenação, utiliza um recurso antes empregado por Alf Sjöberg e Ingmar Bergman. É quando uma narração coloca diante do protagonista o que havia acontecido no início da revolta. Há uma volta ao passado, com os personagens como que interferindo no presente. No restante do tempo, a ação transcorre sem qualquer gênero de interferência. Em alguns momentos, o tom é semelhante a um documentário, como nas cenas da tomada da caverna. Tudo leva a crer que o realizador parece ter reencontrado seu rumo neste filme, realizado no ano passado. A Nova Caledônia é um território dominado pela França e no qual o níquel é o grande produto de exportação. A questão toda se relaciona com os lucros obtidos com tal expor-tação. O tema do colonialismo se presta a inúmeras variações que, dependendo da forma como são desenvolvidas, podem encaminhar o espectador para uma maior familiaridade com o problema, crucial para o mundo desde que as colônias foram obtendo a independência política das metrópoles. A rebelião centraliza o foco no conflito criado não apenas por um proces-so que ignora questões humanas como tenta resolvê-lo pelo uso da força. Cassovitz ao eleger como protagonista o capitão en-carregado de negociar com os rebeldes acompanha assim uma trajetória que termina concluída pela derrota dos que haviam procurado uma solução racional para o problema enfrentado.

Ao adotar os recursos do cinema de guerra, o cineasta está mostrando ao espectador a perda das ilusões de seu protagonis-ta. A palavra cede espaço para a ação. Mas não estamos aqui diante de uma ação regeneradora. Cassovitz procura sintetizar o que Coppola havia focalizado em Apocalipse. Sem a mesma grandeza, o filme nos fala sobre essa força maligna que habita o ser humano e por vezes dá origem ao horror que somos obri-gados a contemplar não apenas numa tela de cinema. Os fatos são verídicos e por mais que tenham sido dramatizados não perdem sua força reveladora. Ao escolher um personagem que pensa estar atuando como um agente da civilização e termina se deparando com outra realidade e outros interesses, o reali-zador não está apenas adotando uma posição anticolonialista. Seu filme critica os métodos através dos quais as metrópoles construíram sua riqueza. É toda uma civilização questionada.

A grande ilusão

Com direção de Ryan Rowe, Tinker Bell: o segredo das fadas conta a história de um grupo de amigos - Tinker Bell, Periwinkle e outros - que se aventuram no mundo mágico e proibido do Misterioso Bosque do Inverno.

É neste lugar que Tinker Bell e seus parceiros exploram o bosque em busca da ajuda de uma fada para revelar o segredo de suas asas. A descoberta mudará suas vidas para sempre e unirá, finalmente, o Refúgio das Fadas.

O longa Poder paranormal, do diretor Rodrigo Cortés (Enterrado vivo), conta a história de dois investigadores de boatos paranormais, a veterana Dra. Margaret Matheson (Sigourney Weaver) e seu jovem assistente, Tom Buckley (Cillian Murphy). Eles estudam os mais variados fenômenos metafísicos com o objetivo de provar suas origens fraudulentas.

Simon Silver (Robert De Niro), um

lendário vidente cego, reaparece depois de uma ausência enigmática de 30 anos e torna-se o maior desafio internacional tanto para a ciência ortodoxa quanto para os céticos profissionais. Tom começa a ficar obcecado por Silver, cujo poder de atração cresce a cada nova manifestação de eventos sem explica-ção. Ao aproximar-se cada vez mais do vidente, a sua percepção de mundo é ameaçada.

Mundialmente conhecido após vencer o Oscar de me-lhor ator por O artista, Jean Dujardin é um dos astros de Os infiéis. Dividido em esque-tes, o longa é composto por si-tuações cômicas na visão dele e de mais seis realizadores: Gilles Lellouche, Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Eric Lartigau, Alexandre Courtès e Michel Hazanavicius.

Todas as sete esquetes têm como tema a infidelidade masculina, assunto abordado tanto através de uma confe-rência de negócios quanto por um grupo de apoio a

viciados em sexo. Jean Dujar-din e Gilles Lelouche lideram o elenco da obra, que, na pri-meira semana em cartaz na França, foi assistida por mais de um milhão de pessoas.

No seu país de origem, a campanha de lançamento da obra incluía dois cartazes que foram retirados de circulação por serem considerados ofen-sivos. As imagens mostrando os protagonistas em situações sexuais aliadas a dizeres como “estou entrando em uma reunião” aumentaram a curiosidade e a polêmica sobre o título.

Poderes contra fraudes

Mariana Amaro, especial JC

O filme Ted, que mistura animação digital e atores “de carne e osso”, marca a estreia de Seth MacFarlane, criador do desenho politicamente incorreto Uma família da pesada (exibido no canal FX), no cinema. A base da trama se assemelha aos contos de fadas hollywoodianos: um menino sem amigos pede a uma estrela, na vés-pera de Natal, que seu urso de pelú-cia crie vida. E, para sua surpresa, seu desejo se torna realidade.

Anos se passam e John Bennett (Mark Wahlberg), o garoto do desejo, se manteve sempre ao lado do seu eterno companheiro de pelúcia, Ted (voz de Seth MacFar-

lane). Porém, ser adulto não é uma tarefa fácil para um homem que vive grudado em seu brinquedo de infância - por mais fanfarrão que este seja - e sua amizade com Ted começa a afetar seu emprego e o namoro com Lori (Mila Kunis).

A descrição simplista do enre-do aproxima o longa de MacFarla-ne mais às produções da Pixar e da Disney do que a Família da pesada ou American dad (outra animação de sua autoria). Mas a presença de misoginia, drogas, piadas escatoló-gicas, xenófobas e racistas (princi-palmente sobre judeus) mostram que o diretor se mantém “fiel” aos preceitos politicamente incorretos sempre presentes em suas criações para tevê. Ninguém está a salvo no

roteiro, nem mesmo Norah Jones, que faz uma ponta como ex-parcei-ra sexual de Ted. Sim, do urso.

Porém, diferentemente do que se pode imaginar, o filme talvez decepcione os fãs mais radicais do humor escrachado de MacFar-lane. Apesar de conter elementos propícios para produzir um perfeito coquetel molotov humorístico, o filme é piegas. As lições sobre ami-zade, responsabilidade e perdão se sobrepõem aos palavrões e insinu-ações sexuais, tornando o longa--metragem uma grande aventura sobre amadurecer. A lição de moral supera o politicamente incorreto, ao mostrar que Ted e John são apenas dois adolescentes perdidos com medo de enfrentar o mundo real.

Amigo urso

Traição em sete atos

Mistério e fantasia no bosqueDredd mostra a história de Mega City, cidade violenta a 120 anos no futuro. Lá, a polícia tem autoridade para agir como juiz, júri e carrasco. O juiz Dredd, o mais temível deles, recebe uma missão: fazer um teste com uma novata, a médium Cassandra Anderson.

No que seria apenas um dia de treinamento, os juízes aparen-temente seguem para uma cena rotineira de crime, num cortiço conhecido como Peach Trees, administrada pelo clã da Ma-Ma. Quando eles tentam prender um dos capangas da organização cri-minosa, ela manda fechar o prédio de 200 andares e sai na captura dos juízes, que agora se encontram encurralados.

Autoritarismo e crime

John Bennett e seu companheiro de pelúcia Ted

UNIVERSAL PICTURES E TIPPETT STUDIO/DIVULGAÇÃO/JC

Os infiéis aborda deslealdade masculina

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Investigadores estudam fenômenos metafísicos e boatos

paranormais

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Tinker Bell se aventura no

Bosque do Inverno com seus amigos

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