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ALTERAES AO DECRETO-LEI N. 292/2000, DE 14 DE NOVEMBRO
REGULAMENTO GERAL DO RUDO
Decreto-Lei n. 259/2002, de 23 de Novembro
Texto integral
A Lei n. 159/99, de 14 de Setembro (que estabelece o quadro de transferncia de atribuies
e competncias para as autarquias locais), nomeadamente na alnea a) do n. 2 do artigo 26,
estabelece ser igualmente da competncia dos rgos municipais: a) Participar na fiscalizao
do cumprimento do Regulamento Geral sobre o Rudo.
O Decreto-Lei n. 292/2000, de 14 de Novembro, procedeu reviso do Regulamento Geral do
Rudo, aprovado pelo Decreto-Lei n. 251/87, de 24 de Junho, com alteraes introduzidas pelo
Decreto-Lei n. 292/89, de 2 de Setembro. No mbito desse diploma foi atribudo ao Ministrio
das Cidades, Ordenamento do Territrio e Ambiente, mxime atravs do Instituto do Ambiente,
um papel preponderante cabendo-lhe, nomeadamente, centralizar a informao relativa a rudo
ambiente no exterior, prestar apoio tcnico s entidades intervenientes, incluindo a indicao
de directrizes para a elaborao de planos de reduo de rudo, planos de monitorizao e
mapas de rudo e promover a formao de recursos humanos. Mas, para que as disposies
estabelecidas no Regulamento Geral do Rudo obtenham total eficcia torna-se necessrio
atribuir a outros agentes, e cada vez mais, funes que eles esto numa posio privilegiada
para desempenhar. Neste enquadramento surgem as autarquias locais.
Assim, o presente diploma pretende dar cumprimento ao disposto no Programa do XV Governo
Constitucional, que estabelece como prioritria a necessidade de tornar efectiva a
descentralizao ao transferir novas atribuies e competncias para as autarquias locais e
respectivos rgos, acompanhando essa transferncia dos meios e recursos financeiros
adequados ao pleno desempenho das novas funes, sem aumento da despesa pblica global,
nomeadamente atravs da defesa da extino da figura do governador civil transferindo parte
das suas competncias para as autarquias locais, ao mesmo tempo que procede a uma
adequao formal do contedo do, ora alterado, Regulamento Geral do Rudo.
Em consequncia, foram introduzidas alteraes ao Decreto-Lei n. 292/2000, de 14 de
Novembro, de entre as quais se salientam: a licena especial de rudo, no mbito das
actividades ruidosas temporrias, passa a ser atribuda pela cmara municipal; em matria de
fiscalizao e de processamento e aplicao de coimas os municpios passam a ter um papel
mais relevante, nomeadamente em matria de rudo de vizinhana.
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Foram ouvidos os rgos de governo prprio das Regies Autnomas e a Associao Nacional
de Municpios Portugueses.
Assim:
Nos termos da alnea c) do n. 1 do artigo 198 da Constituio, o Governo decreta, para valer
como lei geral da Repblica, o seguinte:
ARTIGO 1
Os artigos 9, 17, 19, 20, 22, 24, 26 e 27 do Regulamento Geral do Rudo,
aprovado pelo Decreto-Lei n. 292/2000, de 14 de Novembro, passam a ter a seguinte
redaco:
Artigo 9
Actividades ruidosas temporrias
1 - ...
2 - O exerccio das actividades referidas no nmero anterior pode ser autorizado durante o
perodo nocturno e aos sbados, domingos e feriados, mediante licena especial de rudo a
conceder, em casos devidamente justificados, pela cmara municipal.
3 - ...
4 - A licena referida nos n.os 2 e 3 concedida, em casos devidamente justificados, pela
cmara municipal, e deve mencionar, obrigatoriamente, o seguinte:
...
5 - ...
6 - No caso de obras de infra-estruturas de transportes cuja realizao corresponda satisfao
de necessidades de reconhecido interesse pblico, pode, por despacho fundamentado do
Ministro das Obras Pblicas, Transportes e Habitao, ser dispensada a exigncia do
cumprimento dos limites referidos no nmero anterior por prazo no superior ao perodo de
durao da correspondente licena especial de rudo.
7 - ...
8 - ...
9 - ...
10 - ...
11 - ...
12 - A suspenso prevista no nmero anterior determinada por deciso do presidente da
cmara, depois de lavrado, e devidamente comunicado, auto da ocorrncia pela autoridade
policial, oficiosamente ou a pedido de qualquer interessado ou reclamante.
Artigo 17
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Trfego areo
1 - ...
2 - Em situaes de reconhecido interesse pblico, por portaria dos Ministros das Obras
Pblicas, Transportes e Habitao e das Cidades, Ordenamento do Territrio e Ambiente, a
proibio constante do nmero anterior pode no ser aplicvel a aeroportos em que se
encontre instalado e em funcionamento um sistema de monitorizao do rudo.
3 - ...
4 - ...
5 - ...
Artigo 19
Entidades fiscalizadoras
1 - A fiscalizao do cumprimento das disposies constantes do presente diploma incumbe
entidade licenciadora competente da administrao central do Estado ou, na sua falta,
Inspeco-Geral do Ambiente, s direces regionais do ambiente e do ordenamento do
territrio e aos municpios, sem prejuzo dos poderes das autoridades policiais.
2 - ...
Artigo 20
Formao, apoio tcnico e financeiro
1 - Incumbe ao Ministrio das Cidades, Ordenamento do Territrio e Ambiente, atravs do
Instituto do Ambiente, promover, em colaborao com as entidades referidas no artigo anterior,
a formao de recursos humanos.
2 - Cabe ao Instituto do Ambiente centralizar informao relativa a rudo ambiente no exterior e
prestar apoio tcnico, incluindo a elaborao de directrizes para a elaborao de planos de
reduo de rudo, planos de monitorizao e mapas de rudo.
3 - Os mapas de rudo, conforme definio da alnea d) do n. 3 do artigo 3 do Decreto-Lei n.
292/2000, de 14 de Novembro, so custeados, em partes iguais, pelo Ministrio das Cidades,
Ordenamento do Territrio e Ambiente e pelas cmaras municipais, que, em conjunto, definem
previamente custos de elaborao dos mesmos.
4 - (Anterior n. 3.)
5 - O Ministrio das Cidades, Ordenamento do Territrio e Ambiente comparticipar na
aquisio, a efectuar pelas cmaras municipais, do equipamento necessrio ao cumprimento
das disposies do Regulamento Geral do Rudo.
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6 - A comparticipao na aquisio de equipamentos prevista no nmero anterior ser
efectivada atravs de protocolo assinado entre cmara municipal e o Ministrio das Cidades,
Ordenamento do Territrio e Ambiente.
7 - (Anterior n. 4.)
Artigo 22
Sanes
1 - Constituem contra-ordenaes punveis com coima de (euro) 499 a (euro) 2494, quando
praticadas por pessoas singulares, e de (euro) 1247 a (euro) 24940, quando praticadas por
pessoas colectivas:
a)...
b)...
c)...
d)...
e)...
f)...
g)...
h)...
2 - Constituem contra-ordenaes graves punveis com coima entre (euro) 1247 e (euro) 3741,
quando praticadas por pessoas singulares, e entre (euro) 2494 e (euro) 4488, quando
praticadas por pessoas colectivas:
a)...
b)...
c)...
d)...
e)...
3-...
4 -...
Artigo 24
Processamento e aplicao de coimas
1 - O processamento das contra-ordenaes e a aplicao das respectivas coimas e sanes
acessrias da competncia das entidades licenciadoras da actividade ou, na sua falta, das
direces regionais do ambiente e do ordenamento do territrio e dos municpios.
2 - competente para o processamento das contra-ordenaes e para a aplicao das coimas e
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sanes acessrias em matria de rudo de vizinhana a cmara municipal competente em
razo do territrio, que, para o efeito, informada da ocorrncia pelas autoridades policiais da
rea.
3-...
4-...
5 - Compete Inspeco-Geral do Ambiente e s direces regionais do ambiente e do
ordenamento do territrio o processamento das contra-ordenaes e aplicao das coimas e
sanes acessrias no mbito da fiscalizao a que alude o n. 1 do artigo 19, bem como das
contra-ordenaes previstas no n. 2, alnea a), do artigo 22.
Artigo 26
Cauo
Por deciso conjunta do membro do Governo competente em razo da matria e do Ministro
das Cidades, Ordenamento do Territrio e Ambiente pode ser determinada a prestao de
cauo aos agentes econmicos que se proponham desenvolver, com carcter temporrio ou
permanente, actividades potencialmente ruidosas, a qual pode ser devolvida caso no surjam,
em prazo e condies a definir, reclamaes por incomodidade imputada actividade ou,
surgindo, venha a concluir-se pela sua improcedncia.
Artigo 27
Medidas cautelares
1 - O presidente da cmara municipal, o inspector-geral do ambiente e o director regional do
ambiente e do ordenamento do territrio, no mbito das respectivas competncias, podem
ordenar fundamentadamente as medidas imprescindveis para evitar danos graves para a
segurana das populaes ou para a sade pblica, neste caso ouvido o director regional de
sade, em consequncia de actividades que presumivelmente violem o disposto no presente
diploma.
2 - ...
3 - ...
ARTIGO 2
O presente diploma entra em vigor a 1 de Janeiro de 2003.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 de Setembro de 2002. - Jos Manuel Duro
Barroso - Lus Francisco Valente de Oliveira - Isaltino Afonso de Morais.
Promulgado em 13 de Novembro de 2002.
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Publique-se.
O Presidente da Repblica, JORGE SAMPAIO.
Referendado em 14 de Novembro de 2002.
O Primeiro-Ministro, Jos Manuel Duro Barroso