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Page 1: Almanaque #23

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F EDITORIAL H

F BOAS PRÁTICAS H

A 40° Semana de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa aconteceu entre os dias 1 e 4 de novembro, período no qual muitas abordagens atingiram temas diversos, mas em todas as datas houve uma conferência principal relacionada ao tema central do encontro “Religião, Cultura e Identidades”. “O evento é tradicionalmente de cunho

científico e atinge as mais diversas pesquisas na área das ciências humanas e sociais, criando a interdisciplinaridade entre os demais temas de estudo”, opina

Bianca Viviane Barão, aluna da UEPG e membro da equipe técnica da Catalogação e Pesquisa do acervo do Parque Histórico de Carambeí. No terceiro dia de evento, professores e

alunos que participaram da 40° Semana de História realizaram uma visita técnica ao PHC, buscando o aprofundamento na história da colonização holandesa que marca a região e, principalmente, a cidade de Carambeí. O presidente da Associação do Parque Histórico, Dick Carlos de Geus, ministrou uma palestra em que contou sobre as dificuldades enfrentadas pelos

primeiros imigrantes, ressaltando que a religião, um dos três pilares da colonização holandesa, foi fundamental para a permanência deles no Brasil.

PHC participa da 40° Semana de História da UEPG

F VARIEDADES H

F LEITURA • Centenário Holandês H

Vou contar uma históriaFala da Casa MemóriaJá descobri o que éÉ a história de CarambeíQue orgulha todos daqui.Escute com atenção

A turnê da Philips Symfonie Orkest (PSO), intitulada Brazil Tour 2011, aconteceu no mês de outubro, e passou por Ponta Grossa, Curitiba e São Paulo. A orquestra holandesa apresentou um repertório variado, que incluiu o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. A turnê foi uma iniciativa da Associação do Parque Histórico de Carambeí para promover,

em outas localidades, o Centenário da Imigração Holandesa e o Ano da Holanda no Brasil. Para isso, contamos com patrocínios especiais, que acreditaram neste evento e na viabilidade cultural do projeto. A turnê se transformou em um produto cultural de grande valor agregado, que pode ser medido por seus números:

Realizamos 4 concertos: 2 em Ponta Grossa, 1 em Curitiba e 1 em São Paulo.

Recebemos 3,3 mil espectadores nos concertos, 156 acompanhamentos pelas redes

sociais e 100 mil telespectadores por meio de exibição na RTVE.

Distribuímos 3,3 mil programas para a plateia e outros 1,8 mil para bibliotecas,

patrocinadores e divulgação.

Repercutimos em mídia nacional, estadual e regional, impressa, televisiva e web,

em valor, o resultante aproximado de R$ 1 milhão, com um investimento em mídia

inferior a 10%.

Desenvolvemos 14 novos patrocínios exclusivamente para a promoção deste evento.

Estamos produzindo um documentário audiovisual para dar perenidade ao produto

cultural, a ser distribuído por meio da web e mídias portáteis.

Sucesso da PSO Brazil Tour 2011

•Visando parcerias futuras, o PHC recebeu a visita do diretor geral do campus Curitiba, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Marcos Schiefler, e o professor Evandro Razotto, do setor de Educação e Economia. Ambos ficaram muito impressionados com o potencial de cooperação entre as instituições.

•A Associação das Empresas de Base Florestal do Paraná (APRE), uma das parceiras do PHC, comemorou no Parque seu aniversário, com a presença dos diretores das empresas associadas. Muitos não conheciam pessoalmente o local onde será montado, pela Associação, o Museu da Madeira.

•O PHC recebeu a visita de diretores da empresa ABC Cargas, líder de mercado no transporte de caminhões e ônibus no Brasil e América Latina, e da holandesa J.H.C De Rooy Holding, líder de mercado no setor de transporte de caminhões daquele país. Ambas as empresas estudam abrir uma filial na região.

•A jornalista do Sescoop Nacional (Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo), Daniela Lenke, esteve na região visitando a Batavo, a Castrolanda e o PHC, para conhecer a integração das cooperativas na área leiteira.

Visitas e parcerias

Aart Jan de Geus é neto de pioneiros e recebeu o mesmo nome do avô. O segundo filho do casal de holandeses Leendert de Geus e Cornélia Verschoor nasceu na colônia de Carambeí no dia 16 de fevereiro de 1916, quando poucas casas formavam a comunidade e a vida ainda era muito difícil. Conhecido como Arthurzinho, hoje ele tem 95 anos e é o homem mais velho da colônia, sempre muito bem humorado e vaidoso, gosta de contar histórias e é adepto de uma boa leitura para passar o tempo.Arthurzinho conta que estudou dos

6 aos 12 anos de idade, quando seu pai o fez sair da escola para trabalhar na leiteria da família. “Meu pai me fez sair da escola com 12 anos, ele dizia que se eu sabia ler, escrever e somar já era o

É a história de 100 anos de imigraçãoQue todos vêm prestigiarConhecer a cidade e se encantarE quem vem nos visitarEncontra um pedacinho da Europa no Paraná.

Com seus campos verdes e céu azul anilEmbeleza o nosso querido BrasilVisite o Parque HistóricoE conheça muito maisNesse município vencedor e heroicoQuem conhece não esquece jamais.

Autores: Raiane dos Santos, Pamela Eduarda e Rafaele Alves - C. E. Eurico B. Rosas

suficiente, e então eu deveria trabalhar”, conta. O personagem foi alfabetizado em holandês, só aprendeu o português depois e o que sabe aprendeu com os brasileiros que trabalhavam para seus pais. Ele só lê livros em holandês, pois não compreende perfeitamente o que lê em português.Em 1941, casou com Adriana Vermeulen,

com quem teve três filhos. Após seu casamento, deixou de trabalhar com o pai e passou a tocar sua própria leiteria, mas nunca esteve contente com o negócio e vinte anos mais tarde decidiu ser agricultor. Vendeu todo seu gado leiteiro e investiu no novo negócio, chegando a ser um dos maiores agricultores de Carambeí, nesta época. “O serviço que gostamos de fazer, fazemos bem feito e assim prosperamos”, afirma Arthurzinho.

Anos depois, já com idade avançada, trabalhou como marceneiro, fornecendo móveis aos moradores de Carambeí. Autodidata, Arthurzinho conta que aprendeu o ofício observando outros marceneiros. Bem humorado, ele brinca que se não

esquecer de tomar fôlego chegará aos 100 anos. “Só morremos quando esquecemos de respirar”, graceja.

O mês de outubro esteve repleto de atividades no Parque Histórico de Carambeí. As apresentações da Orquestra Philips da Holanda movimentaram toda a comunidade nos Campos Gerais, Curitiba e São Paulo. Nesta edição, apresentamos um breve relatório desta turnê,

contamos um pouco das visitas ilustres que o Parque recebeu e lançamos o quarto livro da Coleção Imigrantes. Publicamos, ainda, mais algumas redações das crianças do Projeto “Vamos Ler”, de incentivo à leitura na rede pública estadual de ensino em Carambeí, projeto apoiado pelo Parque.

A entrevista desta edição merece destaque. Procuramos o vice-governador e secretário estadual da Educação, Flávio Arns, que nos oferece uma visão positiva sobre o projeto do Parque Histórico como elemento formativo das novas gerações. Boa Leitura.

PERSONAGEM • AART JAN DE GEUS •

Periodicidade: Quinzenal

- Distribuição -1.800 exemplares:

Alunos do “Projeto Vamos Ler” na rede estadual de ensino de Carambeí2.200 exemplares:

Distribuição dirigida9.000 exemplares:

Região dos Campos Gerais na edição de domingo do Jornal da Manhã

- Na WEB - www.parquehistoricodecarambei.com.br

e em redes sociais.ERRATAS NO SITE.

www.parquehistoricodecarambei.com.brwww.parquehistoricodecarambei.com.br

APHC - Associação do Parque Histórico de Carambeí

Presidente: Dick Carlos de GeusVice-Presidente: Franke DijkstraSecretário: Gaspar João de Geus

Curadoria Executiva:

Fábio André Chedid Silvestre - Núcleo de Mídia e ConhecimentoGuilherme Klopffleisch - Mind Promo Business

Almanaque Imigrantes:

Realização:APHC - Associação do Parque Histórico de CarambeíMind Promo BusinessNúcleo de Mídia e Conhecimento

Editores:Fábio A. Chedid Silvestre - Núcleo de Mídia e ConhecimentoTarás Antônio Dilay - Núcleo de Mídia e Conhecimento

F EXPEDIENTE H

Estagiários:André Felipe Pereira Martins - Núcleo de Mídia e ConhecimentoFernanda Cheffer Moreira - Núcleo de Mídia e Conhecimento

Revisão:Cláudia Fonseca - Estúdio TextoNúcleo de Mídia e Conhecimento

Colaboração:Ana Paula Bonfim - Jornalista APHCAri Lemos - Jornalista NMC

Projeto Gráfico:Núcleo de Mídia e ConhecimentoArte e Um Pouco Mais Estúdio Gráfico

Diagramação:Ari Lemos - NMC

Jornalista Responsável: Tarás Antônio Dilay - MT 22787

novembro de 2011 • Fascículo Nº 23

2011ANO HOLANDA-BRASIL

Almanaque Imigrantes é uma publicação do Programa de Patrimônio Cultural do Parque Histórico de Carambeí

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Ruth e Willen Kiewiet acompanhados pelo presidente da APHC, Dick de Geus.

F ENTREVISTA H

A encenação da peça “Os 100 anos de História de Carambeí” abrilhantou o lançamento do livro A Colônia de Gonçalves Júnior e emocionou os descendentes de holandeses.Apresentada por 30 atores [foto] do Grupo Teatral de Carambeí,

acrescido de representantes das primeiras famílias de imigrantes, a peça de autoria do carambeiense Peter Bosh trouxe a dramaticidade e a comédia para compor um amplo resgate histórico da imigração ao município.

Livro retrata a chegada dos holandeses ao Paraná

Encenação emociona plateia

F PATRIMÔNIO CULTURAL HF PRESENÇA HOLANDESA H

F MARKETING CULTURAL H

O quarto volume da Coleção Imigrantes foi lançado no início deste mês, com grande festa em Carambeí. A obra intitulada A Colônia de Gonçalves Júnior, de Willen e Ruth Kiewiet, conta a saga dos primeiros imigrantes no Paraná e sua passagem pelas terras de Irati, na Colônia Gonçalves Júnior.Retirado do relato encontrado no diário de Leendert Verschoor,

bisavô da autora, este resgate histórico trata das mazelas que afligiram os recém chegados nas terras paranaenses, que ocasionaram o retorno de grande número destes à Holanda e também a ida, de outro contingente, para Carambeí.O lançamento do livro contou com a participação de representantes

dos poucos holandeses que permaneceram em Gonçalves Júnior, da diretoria da Associação do Parque Histórico de Carambeí, da diretoria da Cooperativa Agroindustrial Batavo e de aproximadamente 600 pessoas que lotaram o Clube Social de Carambeí.

O Parque Histórico de Carambeí venceu o prêmio TOP de Marketing do Paraná, da ADVB-PR, na categoria Hotelaria, Turismo e Cultura. O prêmio é destinado a projetos que apresentam resultados concretos e será entregue no próximo dia 30.“Este prêmio se deve aos nossos parceiros, que acreditaram e

investiram nesse projeto de sucesso, que trouxe resultados efetivos em diversos segmentos como turismo, sustentabilidade, educação, além do desenvolvimento sociocultural da região”, disse Guilherme Klopffleisch, curador Mind/NMC da Associação do Parque Histórico de Carambeí.De acordo com Guilherme, o prêmio prova que o Parque é muito

mais do que um simples museu e que este espaço conta com uma boa administração e assessoria. Para ele, a premiação amplia o leque sobre o projeto, que passa a ser percebido pelas pessoas sob outros pontos de vista.

Parque Histórico de Carambeí, um “case” de sucesso

O Parque tem sido destaque desde a sua inauguração em diversas áreas, a exemplo da ambiental, quando recebeu o selo Carbono Neutro, do Instituto Socioambiental Chico Mendes, em junho passado. Em julho, atraiu os olhares de diversas partes do Brasil no V Salão do Turismo, em São Paulo, entre outras ações que acabaram resultando no seguinte dado: segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares dos Campos Gerais, desde a inauguração do Parque, em abril, até setembro, o turismo dos Campos Gerais foi sensivelmente afetado, com o aumento da permanência dos visitantes na região.

Mostrando a que veio

O Parque Histórico de Carambeí conta com a parceria de diversas empresas que, através da Lei Rouanet, contribuem para promover o turismo, a cultura, a educação e o resgate histórico na região dos Campos Gerais. Esses patrocínios são fundamentais no processo de concretização das alas e otimização do Parque. Mas não apenas pessoas jurídicas podem

contribuir: a Lei Rouanet permite que qualquer pessoa física possa doar até 6%

Entenda como funcionaSe uma pessoa ganha R$ 100 mil em um ano, ela recolhe R$ 27,5 mil ao imposto de renda. Logo, seriam 6% desses R$ 27,5 mil que o contribuinte poderia doar, tendo uma contrapartida de dedução do imposto, ou seja, R$ 1,65 mil. Para renda de R$ 50 mil, o valor dedutível seria de R$ 825, e para renda de R$ 1 milhão, o potencial de doação sem custo direto é de R$ 16,5 mil.

do valor que deve ao Imposto de Renda, fazendo a declaração completa, e este recurso lhe será totalmente devolvido pelo governo, através de uma restituição maior ou de um desconto, conforme seu perfil. Nesse ano, os interessados devem fazer a doação até o dia 31 de dezembro. Informe-se com seu contador e venha

participar desse projeto.Valorize sua região, seja um parceiro do

Parque Histórico de Carambeí!

Capital

Imposto de renda

Percentual do imposto que você pode doar ao PHC

Invista seu imposto de renda na sua comunidade

Almanaque - Qual a importância da educação para a preservação do patrimônio cultural? Como isto está sendo feito no Paraná? Flávio Arns - A educação transforma a vida das pessoas. A preservação da memória de um povo é essencial para que as pessoas compreendam que elas fazem parte da sua própria história. No Paraná, a comunidade escolar trabalha para que os nossos alunos tenham conhecimento sobre patrimônio histórico em conteúdos ministrados pelas disciplinas. Isto contribui para preservar o patrimônio cultural e resgatar valores e cidadania. Iniciativas como o Parque Histórico de Carambeí podem colaborar nesta importante tarefa?F.A. - A criação do Parque Histórico é fundamental para que não apenas a própria comunidade valorize sua cultura e suas tradições, mas também permite que outros tenham a possibilidade de conhecer, admirar e respeitar a história de um povo. Este parque retrata a influência holandesa no município e a história dos colonizadores que chegaram a Carambeí. Qual foi sua impressão sobre as comemorações do Centenário da Imigração Holandesa em Carambeí, como parte do Ano da Holanda no Brasil?F.A. - As comemorações mostram a força de uma comunidade que se uniu e se organizou por meio do trabalho e contribuiu para o desenvolvimento de nosso Estado. O exemplo dos imigrantes holandeses contribuiu de maneira decisiva para que o cooperativismo no Paraná se transformasse em referência nacional.

Flávio Arnsvice-governador e

secretário de Educação

REALIZAÇÃO:PATROCÍNIO: PATROCÍNIO INSTITUCIONAL: APOIO INSTITUCIONAL: APOIO:

Secretaria do Turismo

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