UFSM/CAL/PPGLetras/LABLER Disciplina: Seminário de Leituras Orientadas em Linguística Aplicada
Professoras: Désirée Motta-Roth e Graciela Rabuske Hendges
ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ariane Escobar Rossi
Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica
Organização do artigo:
1º Leitura histórica sobre a discussão do tema ao longo dos anos;
2º Habilidades para ser considerado letrado cientificamente;
3º Estudo do conceito a partir de trabalhos que focalizam a educação formal;
4º Eixos estruturantes da alfabetização científica (caminhos a serem seguidos para promover a Alfabetização Científica (AC)).
Introdução:
- Como o processo pode ser iniciado em sala de aula e se está em desenvolvimento.
- Obstáculos no estudo da AC devido as controvérsias e múltiplos caracterizações do termo.
- Revisão de estudos na área do ensino de Ciências sobre AC a fim de tornar o conceito mais claro.
O termo “Alfabetização Científica”
Variações no uso do termo na literatura em língua estrangeira:
- Scientific Literacy em Inglês:
- Outras línguas -> “Literacy”=“Cultura”
Ensino de Ciências que almeja a formação cidadã para o domínio e uso dos conhecimento científicos e seus desdobramentos nas várias esferas da vida humana.
Enculturação Científica: alunos possam fazer parte de uma cultura em que as noções, ideias e conceitos científicos sejam parte de seu corpus, participando daquela cultura, trazendo informações e fazendo-se comunicar;
Alfabetização Científica
Letramento Científico
Letramento Científico – Alfabetização Científica – Enculturação Científica
-Alfabetización Científica em Espanhol: capacidades e competências que permitam ao aluno participar nas decisões do dia-a-dia (p. 60): - Alphabétisation Scientifique em Francês:
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A escolha pelo termo Letramento Científico, nas pesquisas nacionais, se justifica com base em Soares e Kleiman:
• Soares (1998) -> Letramento = “resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever: estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita” (p.18)
• Kleiman (1995) -> Letramento = “conjunto de práticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos para objetivos específicos” (p.19).
• Saessaron e Carvalho adotam a expressão Alfabetização Científica com base na ideia de alfabetização de Paulo Freire (p.61):
• Alfabetização: 1) desenvolver no individuo a capacidade de organização do pensamento de maneira lógica e ter consciência crítica em relação ao mundo que o cerca; 2) permitir o estabelecimento de conexões entre o mundo e a palavra escrita, daí surgem os significados e as construções de saberes.
• Autores utilizam o termo Alfabetização Científica para designar as ideias que temos em mente ao planejar um ensino que permita ao aluno interagir com outra cultura, e uma nova forma de ver o mundo e seus acontecimentos, podendo modificá-lo e a si próprio através da prática consciente propiciada pela sua interação cercada de saberes científicos (p. 61).
Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica
O conceito de alfabetização científica Partindo da Didática das Ciências, salientando preocupações em relação à
proposição da AC com o propósito de formar cidadãos críticos.
Uma leitura histórica do conceito de AC
- Paul Hurd quem primeiro utilizou o termo scientific literacy no livro “Science Literacy: Its Meaning for American Schools” (1958).
- No artigo Scientific Literacy: New minds for a changing world (1998) Hurd contextualiza a AC com base em momentos históricos importantes para o ensino de Ciências:
- 1620: Bacon -> preparar as pessoas intelectualmente para fazerem bom uso de suas faculdades intelectuais que, segundo Hurd, se dá por meio do conhecimento científico;
- 1798: Thomas Jeferson reivindicava o ensino de ciências nas escolas seja qual for o nível de ensino oferecido;
- 1859: Spencer mostrava a necessidade de ensinar o que faz parte do cotidiano dos alunos, uma vez que a sociedade depende dos conhecimentos construídos pela ciência e, portanto, deve estar informada sobre o tema;
- 1847: Wilkinson – resultados dos trabalhos de cientistas são somente apresentados mas não ensinados na prática, tornando a compreensão da ciência algo difícil (p. 61).
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- Laugksch -> considera o conceito de AC difuso e controverso. Apresenta as ideias de outros autores por meio de uma abordagem histórica em busca de um maior consenso no seu artigo Scientific Literacy: a conceptual overview (2000) :
- 1966: Pella e colaboradores consideravam que para uma pessoa ser considerada alfabetizada cientificamente deveria ser capaz de fazer relações entre Ciência e Sociedade dentre outros saberes.
- Hazen e Trefil: distinguem “fazer ciência” de “usar ciência”. Defendem que a população não necessita saber realizar uma pesquisa científica, mas saber como as descobertas podem trazer consequências para suas vidas e sociedade. AC tem a ver com os conhecimentos que devemos ter para entendermos os resultados divulgados pela ciência (p. 62)
- Para Sasseron e Carvalho, as ideias explicitadas convergem para a cultura científica e suas especificidades:
• Há a necessidade de entendermos as regras e características de uma cultura a fim de nos comunicarmos com seus membros.
• Conhecer os temas de interesse daquela cultura , como eles foram trabalhados e quais relações mantêm com outros conhecimentos;
• Reconhecer a estrutura por meio da qual os conhecimentos foram produzidos, o que nos permite reconhecê-los como próprios de uma dada cultura.
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Desemaranhando a ideia de AC
• A ideia de AC possui vários vieses que devem ser observados a fim de que a vislumbremos em suas várias situações e ocasiões (p.63).
Laugksch menciona Miiller que apresenta 3 dimensões para a AC: 1ª Entender a natureza da ciência;
2ª Entender termos e conceitos chave das ciências;
3ª Entender o impacto das ciências e suas tecnologias.
Laugksch também cita Shamos que apresenta 3 extensões para a AC: 1) cultural – cultura-científica <-> sociedade
2) funcional – pessoa utiliza adequadamente conceitos científicos
3) verdadeira – pessoa entende uma investigação científica
Ideia semelhante é mencionada por Rodger Bybee no artigo “Achieving Scientific Literacy” (1995), apresentando 3 dimensões da AC, centradas no processo de incorporação do conhecimento científico em sala de aula:
1- AC funcional – aluno é capaz de ler termos específicos/vocabulário da ciência
2- AC conceitual e procedimental – aluno estabelece relações
3- AC multidimensional – aluno entende a relação entre as 2 primeiras dimensões
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- Gerard Fourez no seu livro “Alphabétisation Scientifique et Technique - Essai sur les finalités de l’ enseignement des sciences” (1994) também preocupa-se com a formação escolar dos cidadãos, trazendo valiosos argumentos sobre a relevância da Alfabetização Científica e Tecnológica:
1) Compara a importância da AC nos dias atuais e no final do séc. XIX;
2) AC é a promoção de uma cultura científica e tecnológica, sendo importante para a inserção dos cidadãos na sociedade atual.
Fourez lembra momentos históricos marcantes para o currículo de ciências no século passado:
-> objetivo de formar indivíduos especializados em suas funções;
-> produção de novos conhecimentos sobre o mundo natural e a criação de novas tecnologias;
-> ensino dogmático de conceitos e teorias sem espaço para entender como a ciência e seus significados são construídos;
-> Fourez afirma a necessidade de renovação do ensino de ciências combinando três eixos: econômico político, social e humanista.
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A alfabetização científica e o currículo de ciências
• Hurd (1998) – modificações nos currículos de ciências nos EUA no século XX.
• 1930 – manifestações que defendiam um currículo que levasse em conta as dimensões sócio-culturais das ciências;
• Pós 2ª Guerra Mundial – alterações na prática científica com impactos nas dimensões social, política e econômica de países e na vida das pessoas;
- programas de ensino de Ciências visavam a formação de jovens cientistas;
- décadas de 50 e 60 – currículos de ciências enfatizavam entendimento de estruturas clássicas de disciplinas científicas.
• Laugksh (2000) – anos 1950 e 1960 período de legitimação do conceito de AC, mas estava longe do foco da atenção de pesquisadores em ensino;
• Nas duas décadas seguintes começam as tentativas de interpretar o significado de AC.
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• Preocupações com a competitividade econômica faz com que os EUA volte a se preocupar com os rumos do ensino de ciências, fazendo com que a AC se torne um objetivo nas escolas do país.
• 1990 – preocupação com aspectos funcionais da relação Ciência/Tecnologia e suas consequências para o progresso da sociedade (p.65);
• 1994 – Bybee e DeBoer “Research on Goal for the Science Curriculum” - preocupação com o tipo de ciência a ser aprendida e o porquê de aprender ciências.
-Aprendizagem de como o processo de construção do conhecimento se desenvolve e a aplicação das ciências na vida dos alunos.
-Currículo de ciências deve acompanhar as mudanças sócio-históricas e ser voltado para a formação pessoal;
-Alfabetizado cientificamente não precisa saber tudo sobre ciências;
-Desenvolvimento pessoal como o objetivo maior das ciências (NSTA);
-O foco recai na natureza das ciências e suas implicações para a sociedade e ambiente;
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• Diaz, Alonso e Mas (2003) – AC é uma atividade que se desenvolve ao longo da vida de acordo com as características sociais e culturais de cada indivíduo. Por isso, seria impossível ter um modelo universal para execução da AC.
• Jiménez- Aleixandre (2004) – “Lá Catástrofe del Prestige – Racionalidad Crítica versus Racionalidad Instrumental”. AC é essencial para participar na prática social.
-ensino de Ciências para promover o acesso as decisões referentes a assuntos que afligem os alunos.
-currículo de Ciências com disciplinas que dialogam entre si.
• Sasseron e Carvalho propõem, com base nas discussões apresentadas, um ensino de ciências partindo de atividades problematizadoras.
-estreita relação entre Ciência e a nossa vida.
-pensar em AC significa conhecer as relações entre conhecimento científico, adventos tecnológicos e seus efeitos para a sociedade e o meio-ambiente.
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Alfabetizado cientificamente: O que é? Quem é? Quais as habilidades?
• Norris e Phillips (2003) no artigo “How literacy in its fundamental sense is central to scientific literacy” exploram a ideia de alfabetização e a importância fundamental de ler e escrever para que haja AC (p.66).
- conhecimentos científicos aceitos pela comunidade científica são avalizados e julgados por meio de artigos e teses;
- leitura e escrita são habilidades necessárias, mas não suficientes para a AC;
- leitura e escrita nas aulas de Ciências (texto escrito traz elementos do “fazer científico”);
- leitor interpreta o texto escrito relacionando as informações apresentadas com seu conhecimento prévio de outras leituras. Esses conhecimentos devem ser tratados como “rastros” encontrados na leitura e que levam à compreensão;
• Fourez ( 1994) apresenta em seu livro algumas habilidades necessárias para se considerar uma pessoa alfabetizada cientificamente. Critérios propostos pela NSTA.
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Uma pessoa alfabetizada científica e tecnologicamente:
1) Utiliza conceitos científicos e integra valores, sabendo tomar decisões responsáveis;
2) Compreende que a sociedade exerce controle sobre as ciências e as tecnologias (Cs e Ts), assim como essas refletem a sociedade;
3) Compreende que a sociedade exerce controle sobre as Cs e Ts por meio do viés das subvenções (apoio financeiro) que a elas concede;
4) Reconhece os limites da utilidade das Cs e Ts para o progresso do
bem-estar humano;
5) Reconhece os principais conceitos, hipóteses e teorias científicas e é capaz de aplicá-los;
6) Aprecia as Cs e Ts pela estimulação intelectual que elas suscitam;
7) Compreende que a construção dos saberes científicos depende, ao mesmo tempo, de processos de pesquisas e de conceitos teóricos;
8) Faz a distinção entre os resultados científicos e a opinião pessoal;
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9) Reconhece a origem da ciência e que o saber científico é provisório, e sujeito a mudanças a depender do acúmulo de resultados;
10) Compreende a aplicação das tecnologias e as decisões implicadas nestas utilizações;
11) Possua suficientes saber e inteligência para apreciar o valor da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico;
12) Extraia da formação científica uma visão de mundo mais rica e interessante;
13) Conheça as fontes válidas de informação científica e tecnológica e recorra a elas quando diante de situações de tomadas de decisões;
14) Uma certa compreensão da maneira como as Cs e Ts foram produzidas ao longo da história.
*Pensar e planejar o ensino de ciências com vistas ao desenvolvimento de cada uma dessas 14 habilidades nos estudantes;
*AC não pode ser considerada completa no Ensino Fundamental (EF), pois está em constante transformação. O trabalho com essas habilidades já pode começar nos primeiros anos do EF (Lorenzetti; Delizoicov, 2001).
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A Alfabetização Científica na Escola Básica • Ações que podem ser tomadas para que o ensino na Ed. Básica permita que os
alunos sigam ruma à AC.
• Lemke (2006) – artigo “Investigar para el futuro de la educación científica: nuevas formas de aprender, nuevas formas de vivir” – tecnologias da informação permitem o contato com o mundo das ciências e com fenômenos do mundo natural;
• Repensar o ensino de Ciências, considerando os diferentes níveis de ensino e especificidades dos alunos – ênfase no efeito inesperado dos fenômenos naturais;
• Preocupação em tornar o ensino de ciências prazeroso e adequado às especificidades de cada faixa etária;
• Ensino de ciências não somente para a formação de cientistas, mas para formar cidadãos que tomem decisões pessoais e políticas de maneira inteligente sobre questões médicas ou tecnológicas;
• Os jovens terminam seus estudos e não estão alfabetizados cientificamente;
• Lemke propõe um currículo que dê conta dos objetivos mencionados acima, mas o autor reconhece que não existe um caminho único a seguir para a resolução desses problemas, uma vez que os fenômenos educacionais são mais complexos que os do mundo natural;
• “Educação científica ainda tem grande potencial para o bem”(p. 71).
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• Jiménez-Aleixandre (2004) (no artigo já citado): discussão sobre uma catástrofe ambiental nos arredores da escola e suas consequências – derramamento de óleo no mar por um navio e os danos que isso causou à população local (p.72);
- O debate envolve professores e profissionais da escola, pais e responsáveis pelos alunos em busca de uma solução para amenizar ao efeitos desse desastre;
• Lemke e Jiménez-Aleixandre tem em comum as ideias relativas ao ensino de Ciências para promover a reflexão dos alunos sobre problemas que os afetam a fim de buscarem soluções;
• Gil-Pérez e Vilches-Penã (2001) – “Uma alfabetización científica para el siglo XXI: obstáculo e propuestas de actuación”- currículo que leve à imersão na cultura científica e ao mesmo tempo prepare aqueles que pretendam seguir carreira científica e técnica;
- Por meio da AC os alunos poderão tomar decisões e realizar opções levando em conta o que conhecem sobre ciência, compreendendo como se constrói o conhecimento científico;
- Ensino de ciências que explore a relação entre ciência/tecnologia/sociedade.
- Currículo baseado em situações problemáticas para que os alunos busquem respostas.
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• Lorenzetti e Delizoicov (2001) - “Alfabetização científica no contexto das séries iniciais” – ensino de ciências para capacitar o aluno a fim de que ele compreenda e discuta os significados dos assuntos científicos e os aplique no seu entendimento do mundo;
• Ênfase em habilidades que dizem respeito aos processos de construção do conhecimento científico. Ensino que faça o aluno ver a relação entre o conhecimento sistematizado pela escola e os assuntos do seu dia-a-dia;
• Lorenzetti e Delizoicov listam algumas atividades que podem promover a AC nas aulas de Ciências nos primeiros anos do EF:
1) visita a museus e teatros;
2) leitura de revistas e suplementos de jornais;
3) excursões e saídas a campo;
4) computador e internet como fontes de informação;
5) aulas práticas com atividades experimentais.
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• Reigosa Castro e Jiménez-Aleixandre (2000) – “La cultura científica em la resolución de problemas em el laboratório”.
- Atividades de Física;
• Levantamento, teste, discussão e registro são necessários ao ensino de Ciências para aproximar os alunos da prática científica.
• Carvalho e Sasseron julgam que o ensino de ciências em todos os níveis deve fazer uso de atividades e propostas instigantes: 1) resolução de problemas e; 2) discussões que trazem temas referentes a assuntos do dia-a-dia dos alunos e fazem pensar na possibilidade de um futuro sustentável;
- Atividades que permitam argumentações entre professores e alunos em diferentes momentos da investigação;
- Discussões e questionamentos entre alunos, trazendo à pauta as múltiplas e mútuas influências entre o fenômeno em si, conhecimento, uso e implicações dele para sociedade;
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Algumas outras considerações importante sobre AC
• Krasilchik e Marandino (2004) – “Ensino de ciências e cidadania”
- Ampliar a compreensão da ciências e o que seus conhecimentos representam para a sociedade;
- Proposta interdisciplinar com envolvimento de diferentes campos do conhecimento e de diversas parceiras rumo à AC;
- Cidadãos capazes de discernir assuntos sobre ciências e emitir julgamentos concernentes sobre tais saberes e suas implicações;
• AC = ciência como parte da nossa cultura – envolver-se nas discussões sobre a construção desse conhecimento assim como avanços e prejuízos que suas tecnologias podem ter nos trazido;
• Souza, Bastos e Angotti (2007) “Cultura Científico/Tecnológica na Educação Básica” – discutem o distanciamento entre o conhecimento das ciências e suas tecnologias e a cultura da população em geral. Propõem uma mudança curricular no ensino de ciências para que os alunos percebam a ciência como parte integrante de sua cultura.
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• Zanetic ( 1989) – “Física também é cultura” – possibilidade de trabalhar essa disciplina em sala de aula pensando-a como um empreendimento humano.
• Auler e Dilizoicov (2001) – “Alfabetização Científico/Tecnológica para quê?” – formação de professores de Ciências como o objetivo de mencionar as temáticas Ciência/Tecnologia/Sociedade como parte do currículo.
- Existência de 3 “mitos” dos professores na compreensão das interações CTS: 1) superioridade do modelo de decisões tecnocráticas; 2) perspectiva salvacionista da CT; e 3) determinismo tecnológico.
- Esses mitos tornam-se determinantes para a construção de uma postura passiva dos professores ao optarem somente pelo ensino de conceitos científicos;
- Necessidade de “construção de uma compreensão mais consistente sobre a produção e apropriação do conhecimento C&T” (2001, p.12) - (p.74)
- Ensino planejado na problematização, envolvendo aspectos da C&T assim como a compreensão das interações CTS.
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Nossas últimas considerações
• 1) Pluralidade semântica sobre o conceito discutido por diversos autores;
- Tanto os trabalhos no âmbito nacional quanto internacional dizem respeito as mesmas finalidades almejadas na educação científica;
• 2) Preocupação em colocar a AC como objetivo central do ensino de Ciências:
- Necessidade de formar aluno para atuação na sociedade atual cercada por artefatos da sociedade C&T;
• 3) Por meio da revisão percebemos diferentes habilidades listadas pelos autores para que se considere alguém cientificamente alfabetizado.
• - Ponto de partida para entender como deve se acontecer a construção do ensino para iniciação da AC no EF.
• 4) Sasseron e Carvalho sugerem 3 blocos que englobam todas as habilidade anteriormente listadas pelo diversos autores:
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Eixos estruturantes da AC - fornecem bases necessárias para a elaboração de aulas que visem a AC:
1) Compreensão básica de termos, conhecimentos e conceitos científicos fundamentais:
• Trabalhar conceitos científicos necessários para a vida diária dos alunos.
• Conceitos-chave para entender informações do dia-a-dia.
2) Compreensão da natureza das ciências e dos fatores éticos e políticos que circundam sua prática:
• Fornece subsídios para que o caráter humano e social inerente à ciência seja colocado em pauta.
• Contribuição para o comportamento de alunos e professor frente a situações em que se deve levar em conta o contexto antes da tomada de decisão.
3) Entendimento das relações existentes entre ciência, tecnologia, sociedade e meio-ambiente:
• Identificar o entrelaçamento entre essas esferas, entendendo o encadeamento e dependência de uma esfera em relação à outra.
Uma proposta didática que considere esses três eixos é capaz de promover a AC, pois terá criado oportunidades de trabalhar problemas evolvendo sociedade
e ambiente .
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