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Direito Administrativo IIProf. Rita TourinhoBibliografia: Celso Antonio Bandeira de Mello, Jos dos Santos Carvalho Filho e Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Aula extra dia 05 de setembro (segunda feira) das 19:00 s 20:30. Aqueles que estudaram Administrativo I com Modesto estudar os Poderes da Administrao e responsabilidade civil do estado e agentes pblicos. Provas: 1 prova 15.09; 2 03.11 ; 3 prova 06.121. ATO JURDICO ADMINISTRATIVOH no Direito Administrativo, assim como no Direito Civil, uma diferena entre fato e ato. No Direito Civil, ato imputvel ao homem, enquanto o fato (sentido restrito) deriva de acontecimentos naturais, que independem do homem ou que dele dependem apenas indiretamente. Quando o fato corresponde descrio contida na norma legal, ele chamado de fato jurdico e produz efeitos no mundo do direito. Quando o fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do direito administrativo, ele um FATO ADMINISTRATIVO, como ocorre com a morte de um funcionrio, que produz a vacncia em seu cargo; como o decurso do tempo, que produz a prescrio administrativa. No ato jurdico administrativo temos uma declarao de vontade que produz efeitos jurdicos. Porm, a vontade no ato administrativo uma vontade administrativa, dependendo muitas vezes da presena de um agente. Vontade administrativa que pode ou no coincidir com a vontade do agente. Vale lembrar que muitos atos administrativos que no possuem a declarao de nenhum agente. (e como se d a declarao de vontade ento?)Se o fato no produz qualquer efeito jurdico no Direito Administrativo, ele chamado de FATO DA ADMINISTRAO. 1.1. Evoluo Histrica A noo de ato administrativo s comeou a ter sentido a partir do momento em que se tornou ntida a separao de funes, subordinando-se cada uma delas a regime jurdico prprio.A teoria do ato administrativo inicia-se no Estado Liberal de Direito. Com ela se queria legitimar o exerccio do poder perante os cidados. Nesta poca os atos administrativos eram restritivos de direitos, j que o objetivo principal do Estado era manter a ordem.Com o tempo, e achegada da crise do Estado Liberal, uma nova teoria desenvolvida contestando essa postura do Estado. O Estado passa a se voltar ao atendimento das expectativas sociais. Assim, ele passa a intervir tanto na vida social quanto na econmica. As funes estatais tambm crescem.A partir da, com essa nova postura estatal os atos administrativos deixam de ser apenas restritivos de direitos, passando a ser tambm constituintes de direitos. Por isso, tambm se fala que houve nessa poca uma mudana no conceito de ato administrativo. Continuou sendo uma declarao unilateral, mas no mais auto executria. Deixou de ter a importncia que tinha antigamente, por conta do surgimento da administrao consensual (oi? O que isso?). O autor Dcio Carlos Ulla indica certos pressupostos institucionais considerados necessrios para a existncia e o conceito de ato administrativo: Existncia de vrios Poderes do Estado, um dos quais pode definir-se como Poder Executivo; Existncia de certa diviso de atribuies entre esses Poderes, para que exista a funo administrativa; Submisso do Estado s normas jurdicas por ele mesmo emanadas (Estado de Direito) com o que a ao administrativa tambm fica sob o primado da lei (Princpio da Legalidade); Conjunto autnomo de normas jurdicas preestabelecidas pelo ordenamento jurdico e que sejam prprias e exclusivas da Administrao Pblica, constituindo um regime jurdico administrativo distinto do direito comum; onde no haja o reconhecimento de um regime jurdico administrativo no existe o conceito de ato administrativo, pois, nessa hiptese, todos os atos praticados pela AP so atos jurdicos do direito comum, ou seja, iguais aos praticados por particulares, sob regime jurdico de direito privado.OBS.: A noo de ato administrativo, tal como conhecemos, nos sistemas que adotam o common law no aceita. O direito comum para as duas espcies de sujeito: tanto para a AP, como para os particulares.1.2. ConceitoSENTIDO AMPLO O ato administrativo a declarao do Estado ou de quem lhe faa s vezes no exerccio de prerrogativas pblicas atravs de providncias jurdicas complementares a lei ou a Constituio a ttulo de lhe dar cumprimento sujeita ao controle de juridicidade exercido pelo rgo jurisdicional. Declarao = compreende sempre uma exteriorizao do pensamento.do Estado = abrange tanto os rgos do Poder Executivo como os dos demais outros Poderes, que tambm podem editar atos administrativos, desde que estejam desempenhando a funo administrativa.Prerrogativas pblicas = quer dizer que submetido ao regime de direito pblico.Complementares a lei ou a CF = isto , os atos administrativos so feitos complementando leis ou mesmo a constituio. Eles devem estar previstos em qualquer um desses diplomas.Sujeita a controle de juridicidade = quer dizer que no est sujeita apenas ao controle da lei, mas tambm de todos os princpios que regem a AP. Observe-se que o Princpio da Legalidade em sentido amplo abrange tanto a lei como os princpios, sendo denominado de princpio da Juridicidade.SENTIDO RESTRITO uma declarao UNILATERAL do Estado ou de quem lhe faa as vezes no exerccio das prerrogativas pblicas atravs de providncias CONCRETAS complementares a lei ou a Constituio a ttulo de lhe dar cumprimento sujeita ao controle de juridicidade exercido pelo rgo jurisdicional. Ato administrativo em sentido amplo abrangeria os contratos administrativo, pois estes so firmados pelo Estado ou por outro ente, sendo sujeito a regime de direito pblico, decorre de norma legal, e tambm est sujeito ao controle judicirio. Mas no um ato administrativo em sentido restrito por no ter natureza UNILATERAL, dependendo da vontade das partes. J um decreto do governador do estado no produz providencias concretas, sendo ento um ato jurdico em sentido amplo, mas no em sentido restrito. Produzir efeito concreto ao ser praticado o ato jurdico, uma consequncia jurdica ocorre imediatamente. Todos os atos feitos no mbito dos Poderes so atos administrativos em sentido amplo, mas no em sentido restrito. No entendi bem o que ter efeitos concretos.No h apenas atos administrativos apenas no mbito da administrao pblica. No podendo caracteriza-los como sendo aqueles praticados pela Administrao Pblica. Como tambm existem atos praticados no mbito AP (tanto direta como indireta), que no so atos administrativos, so chamados de ATOS DA ADMINISTRAO. Partindo-se da ideia da diviso de funes entre os trs Poderes do Estado, pode-se dizer, em sentido amplo, que todo ato praticado no exerccio da funo administrativa um ato da Administrao.Essa expresso ato da administrao tem sentido mais amplo do que a expresso ato administrativo, que abrange apenas determinada categoria de atos praticados no exerccio da funo administrativa. Assim, todo ato administrativo por ser praticado dentro da funo administrativa um ato da administrao (confirmar com rita).A doutrina divide esses atos da administrao em:a) ATOS REGIDOS PELO DIREITO CIVIL Muitos autores contestam essa classificao hoje em dia, pois mesmo esses atos so regidos tambm pelo direito administrativo em alguns casos. Exemplos: a doao, permuta, compra venda, locao, etc.No ato administrativo, nem em sentido restrito ou amplo, pois no est no exerccio das prerrogativas pblicas.b) ATOS MATERIAIS OU FATOS ADMINISTRATIVOS so aqueles que no contm manifestao de vontade, mas que envolvem apenas execuo. Exemplos: quando a SUCOM determina que determinada empresa execute a demolio de uma construo em local pblico. Este ato da empresa que demole no ato administrativo por no estar presente uma vontade, e sim um ato material. Quando um tenente d a ordem para dissolver uma passeata a uns soldados, o ato material de dissolver a passeata dos soldados, o ato administrativo a ordem expedida pelo tenente.Exatamente por no conterem uma manifestao de vontade que eles no so considerados um ato administrativo, tanto em sentido estrito como em sentido amplo.c) ATOS DE GOVERNO OU ATOS POLTICOS So aqueles atos expedidos por altas autoridades, decorrentes da CF que tratam da conduo da vida poltica do Estado com ampla margem de discricionariedade. Esto restritos s chamadas relaes internacionais dos estados (como tratados internacionais). Tambm esto presentes em alguns atos emitidos na relao legislativo-executivo, como sano e veto de lei. Nestes atos no h a possibilidade de controle pelo poder judicirio, por isso no so considerados atos administrativos nem em sentido restrito, nem em sentido amplo.d) CONTRATOS ADMINISTRATIVOS no ato administrativo, em sentido restrito apenas, por no ser uma declarao de vontade unilateral, e sim bilateral.e) ATOS NORMATIVOS DA ADMINISTRAO Abrangem decretos, portarias, resolues, regimentos, de efeitos gerais e abstratos. Por no produzem efeitos concretos e imediatos, por isso no so atos administrativo em sentido restrito apenas. No entendo porque no produzem efeitos concretos e imediatos.

1.3. Atributos do ato AdministrativoVisto que o ato administrativo espcie de ato jurdico, cumpre apresentar os atributos que o distinguem dos atos de direito privado, ou seja, aas caractersticas que permitem afirmar que ele se submete a um regime jurdico de direito pblico. a) PRESUNO DE LEGITIMIDADE Significa que se presume que os atos administrativos so sempre criados, atendendo aos princpios administrativos (Legalidade em sentido amplo), isto , de acordo com os devidos preceitos legais. Essa presuno juris tantum, ou seja, admite prova em contrrio, assim possvel arguir em a ilegalidade de determinado ato administrativo.Os fundamentos desse atributo listados por autores so muitos, entre eles: O procedimento e as formalidades que precedem a sua edio, os quais constituem garantia de observncia a lei; O fato de ser uma das formas de expresso da soberania do Estado, de modo que a autoridade que pratica o ato o faz com o consentimento de todos; A necessidade de assegurar celeridade no cumprimento dos atos administrativos, j que eles tm por fim atender ao interesse pblico, sempre predominante sobre o particular; O controle a que se sujeita o ato quer pela prpria Administrao, quer pelos demais Poderes do Estado, sempre com a finalidade de garantir a legalidade; A sujeio da Administrao ao princpio da legalidade, o que faz presumir que todos os seus atos tenham sido praticados de conformidade com a lei, j cabe ao poder pblico a sua tutela.Pessoalmente, os argumentos mais lgicos so a vinculao da AP ao princpio da juridicidade, tendo, assim, como pressuposto de todos os seus atos a lei e a predominncia do interesse pblico sobre o privado, visto que no razovel que todo ato administrativo seja questionado.Maria Sylvia separa a presuno de legitimidade da presuno de veracidade. Na primeira quer dizer que o ato foi praticado de acordo com o direito. Enquanto a segunda significa que as declaraes contidas no ato so verdadeiras. OBS.: o chamado ato inexistente no tem presuno de legitimidade, pois o vcio to flagrante que no poderia gozar dessa caracterstica.As CONSEQUNCIAS dessa presuno so:- Que os atos administrativos produzem efeitos at que seja declarada a sua invalidade. Por isso em regra os recursos administrativos no tem efeitos suspensivos, apenas devolutivos (o que so efeitos devolutivos?). O efeito suspensivo de recurso administrativo s ocorre quando a lei determina ou quando h uma determinao da autoridade competente em virtude de risco de dano. - A inverso do nus da prova. A prova tem que ser feita TODA pelo indivduo que foi acionado pelo judicirio, salvo em algumas situaes. Quer dizer que cabe a quem alegar no ser o ato legtimo a comprovao da ilegalidade.Por exemplo, em processos administrativos disciplinares, por conta do princpio da inocncia que est em patamar superior ao da inverso da prova, o acionado no precisa provar que no cometeu o que disse a administrao que tem que provar tudo. No processo civil eu tenho que provar atos constitutivos do meu direito, enquanto a outra parte prova atos modificativos, extintivos ou suspensivos do meu direito (eu acho).Todos os atos administrativos possuem essa presuno.b) IMPERATIVIDADE Significa a possibilidade que tem a Administrao Pblica de impor obrigaes ou limitaes aos administrados independente do seu consentimento. S existe essa caracterstica nos atos administrativos restritivos de direitos, no faz sentido que os atos administrativos constitutivos de direito tivessem tambm essa caracterstica. Esse atributo decorre da prerrogativa que tem o Poder Pblico de, por meio de atos unilaterais, impor obrigaes a terceiros. chamado no direito italiano de Poder Extroverso, poder este que permite a AP editar atos que vo alm da esfera jurdica do sujeito emitente, ou seja, que interferem na esfera jurdica de outras pessoas, constituindo-as, unilateralmente, em obrigaes. A imperatividade uma das caractersticas que distingue o ato administrativo do ato de direito privado; este ltimo no cria qualquer obrigao para terceiros sem a sua concordncia.O princpio da supremacia do interesse pblico justifica a coercibilidade dos atos administrativos. Decorre, ainda, da imperatividade o poder que tem a Administrao de exigir o cumprimento do ato. No pode, portanto, o administrado recusar-se a cumprir ordem contida em ato administrativo quando emanada em conformidade com a lei. A exigibilidade, assim, deflui da prpria peculiaridade de ser o ato imperativo.18.08.11c) EXIGIBILIDADE A possibilidade que tem a administrao de exigir o cumprimento de obrigao contida em ato administrativo utilizando-se de MEIOS INDIRETOS de coero, como a multa ou outras penalidades administrativas impostas em caso de descumprimento do ato.Outro exemplo que administrativamente no posso obrigar a empresa a pagar tributos, mas se ela no pagar, ela no poder participar de processos de licitao. Esses meios indiretos de coero vem sempre definidos em lei. d) EXECUTORIEDADE OU AUTO-EXECUTORIEDADE o atributo pelo qual o qual o ato administrativo pode ser posto em execuo pela prpria Administrao Pblica, sem necessidade de interveno do Poder Judicirio.Aqui a AP utiliza-se de MEIOS DIRETOS de coero para obter o cumprimento da obrigao contida em ato administrativo, compelindo materialmente o administrado a fazer alguma coisa, utilizando-se inclusive da fora. Apesar de j ter sido frequente essa caracterstica nos atos administrativos, hoje em dia essa caracterstica no existe para todos os atos administrativos; ela s possvel: Quando for expressamente prevista em lei.EX.: em matria de contrato, a AP dispe de vrias medidas auto-executrias, como a reteno da cauo, a utilizao dos equipamentos e instalaes do contratado para dar continuidade execuo do contrato, etc.

Quando se trata de medida urgente que, caso no adotada de imediato possa ocasionar prejuzo maior para o interesse pblico. Ex.: isso acontece tambm no mbito da polcia administrativa, podendo-se citar a demolio de prdio que ameaa ruir, o internamento de pessoa com doena contagiosa, a dissoluo de reunio que ponha em risco a segurana de pessoas e coisas.A SUCOM se chegar ao local e este no tiver autorizao para funcionar, ela pode liminarmente fechar o local. A polcia militar pode em certas situaes dissolver uma manifestao sem ordem judicial, isto tudo por conta da auto-executoriedade de certos atos. um plus da exigibilidade. Pois nesta se busca o cumprimento dos atos administrativos por meios indiretos. J Executoriedade obriga materialmente. Esses meios diretos de coero podem ser utilizados independentes de previso legal, para atender situao emergente que ponha em risco a segurana, a sade ou outro interesse da coletividade.Hoje em dia, porm existe certa situao que o STF tem certas reservas quanto a Executoriedade: a violao de domiclio. Esta, segundo ele, s pode ser violada com ordem judicial. Entendendo como domiclio todo compartimento fechado ao pblico. Ento entre a violao de domiclio e a Executoriedade, o STF vem preferindo o primeiro.OBS.: Embora se diga que a deciso executria dispensa a Administrao de ir preliminarmente a juzo, essa circunstancia no afasta o controle judicial a posteriori, que pode ser provocado pela pessoa que se sentir lesada pelo ato administrativo, hiptese em que poder incidir a regra da responsabilidade objetiva do Estado.

e) TIPICIDADE OU LEGALIDADETipicidade o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Pra cada finalidade que a Administrao pretende alcanar existe um ato definido em lei.Quer dizer que a AP s pode atuar com base na lei ou na Constituio. Esse atributo representa uma garantia para o administrado, pois impede que a Administrao pratique atos dotados de imperatividade e excutoriedade, vinculando unilateralmente o particular, sem que haja previso legal; tambm fica afastada a possibilidade de ser praticado ato totalmente discricionrio, pois a lei, ao prever o ato, j define os limites em que a discricionariedade poder ser exercida. ATENO! A tipicidade s existe com relao aos ATOS UNILATERAIS; no existe nos contratos porque, com relao a eles, no h imposio de vontade da Administrao, que depende sempre da aceitao do particular; nada impede que as partes convencionem um contrato inominado, desde que atenda melhor ao interesse pblico e ao do particular.1.4. Elementos do ato administrativoAssunto extremamente divergente na doutrina. Alguns chamam de elementos do atos, outros requisitos, outros pressupostos. Chamam de requisitos, por quando um ato administrativo publicado no dirio oficial s vemos a forma e o objeto.a) Sujeito/Competncia

No direito administrativo no basta capacidade; necessrio tambm que o sujeito tenha competncia.O sujeito do ato administrativo aquele que a lei atribui para a prtica do mesmo. Celso Antnio chama de pressuposto subjetivo do ato administrativo. sempre um elemento vinculado do ato administrativo, ou seja, em qualquer situao tenho que saber quem a autoridade competente. No direito brasileiro, quem tem capacidade e competncia para a prtica de atos administrativos so as pessoas pblicas polticas (Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal).Ocorre que as funes que competem a esses entes so distribudas entre rgos administrativos (como os Ministrios, Secretarias e suas subdivises) e, dentro desses, entre seus agentes, pessoas fsicas. FONTE A LEI a fonte normal da competncia. nela que se encontram os limites e a dimenso das atribuies cometidas a pessoas administrativas, rgos e agentes pblicos. Para rgos e agentes de elevada hierarquia, ou de finalidades especficas, pode a fonte da competncia situar-se na prpria CF. E, em relao a rgos de menor hierarquia, pode a competncia derivar de normas expressas de atos administrativos organizacionais (nesse caso, sero tais atos editados por rgos cuja competncia deriva da lei).A competncia IRRENUNCIVEL. Isto , toda vez que surgirem todos os elementos para aquela competncia ser exercida, no pode o agente deixar de faz-lo. Por exemplo, se o fiscal da SET no pode acordar um dia e dizer que no est afim de multar quem estacionar em local proibido, ou dizer que no multar carros brancos.A competncia ainda INTRANSFERVEL salvo em casos de delegao. Os casos de delegao esto no art. 12 ao 14 da lei 9784/99. Observe-se, todavia, que o ato de delegao no retira a competncia da autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada.Art. 12. Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial. IMODIFICVEL salvo caso de avocao. Lembre-se que na avocao o ente superior chama a competncia de um ente inferior para si. Art. 15 da lei 9784. Isto quer dizer que a incompetncia no se transmuta em competncia, ou seja, se um rgo no tem competncia para certa funo, no poder vir a t-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada.AVOCAO = o rgo superior atrai para si a competncia para cumprir determinado ato atribudo a outro inferior.Art. 15. Ser permitida, em carter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocao temporria de competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior.b) Forma (pressupostos formalsticos)Todos entendem forma o revestimento externo do ato administrativo, isto , o modo pelo qual a declarao se exterioriza. Nesse sentido, fala-se que o ato pode ter a forma escrita ou verbal, de decreto, portaria, resoluo, etc. Mas, autores como Maria Sylvia, que creem ser esta a concepo restrita de forma. Podendo esta expresso significar tambm todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de formao da vontade da Administrao, e at os requisitos concernentes publicidade do ato.Celso Antnio entende que essas formalidades exigidas para a prtica do ato seriam os pressupostos formalsticos.Por exemplo, o resumo do contrato tem que ser publicado no dirio oficial para que tenha eficcia. OBS.: No direito administrativo, o aspecto formal do ato de muito maior importncia do que no direito privado, j que a obedincia a forma (no sentido estrito) e ao procedimento constitui garantia jurdica para o administrado e para a prpria administrao; pelo respeito forma que se possibilita o controle do ato administrativo, quer pelos seus destinatrios, quer pela prpria administrao, quer pelos demais Poderes do Estado.A forma, como revestimento externo do ato administrativo, considerada um elemento discricionrio, quer dizer, que tem situaes que tem situao que a lei diz como deve ser praticado, e outras que ela no diz.Em regra os atos administrativos assumem a forma escrita, para que tudo fique documentado e passvel de verificao a todo momento. Entretanto, hoje j temos os atos administrativos digitais. Mesmo essa publicao digital, no substitui a verso escrita. Existem algumas situaes em que se permite o ato administrativo no escrito. Assim, admitem-se ordens verbais, gestos, apitos, sinais luminosos. So situaes onde existe: A transitoriedade do ato o semforo. A urgncia da prtica do ato a ordem dada para dissolver uma passeata normalmente verbal por conta da sua urgncia. A irrelevncia do ato suspenso de algumas horas do expediente, por conta da greve de transporte etc. A suspenso do expediente adm normalmente relevante, mas s algumas horas no.EXEMPLOS Superior dando ordens ao seu subordinado ou do policial dirigindo o transito. H, ainda, casos excepcionais de cartazes e placas expressarem a vontade da administrao, como os que probem estacionar nas ruas, vedam acesso de pessoas a determinados locais, probem fumar.O SILNCIO pode ser considerado ato administrativo? O silencio da administrao Pblica um ato que ofende a constituio em dois dispositivos: no art. 5, XXXIV (se tenho o direito de petio, a AP tem o dever de responder dever simtrico) e XXXV (o acesso ao judicirio). LER N0VAMENTE SOBRE O SILENCIO EM CARVALHO FILHO, MARIA SYLVIA N TEM MUITA COISA.A doutrina apresenta uma classificao para o silncio:SILENCIO POSITIVO aquele que a lei atribui consequncias jurdicas ao silncio. Normalmente essa consequncia pelo indeferimento, pois quando h o deferimento de um ato, normalmente o indivduo precisa de um documento do ato, como a autorizao para uma obra. SILENCIO NEGATIVO quando a lei no atribui consequncias jurdicas ao silncio. O grande problema que existem medidas para adotar contra isso. Se a administrao no responde eu posso entrar com um mandado de segurana, mas no existe prazo razovel estabelecido para a administrao me responder. Nos dois casos nada impede que se v ao judicirio. No caso do silencio negativo vou ao judicirio para buscar uma resposta. J no positivo, discuto as consequncias do silncio proferido pela administrao.O silncio pode at constituir prtica de ato de improbidade administrativa.A maioria dos autores entende o silncio como um fato administrativo, pois este no contm uma declarao de vontade. Mas um autor chamado Massau Justen filho entende que o silencio positivo um ato administrativo, mas a prof no concorda.Tem autores que admitem a existncia de atos administrativos tcitos. Ato tcito seria o caso de duas pessoas pedirem a autorizao para realizar certo evento numa rea na mesma data. A AP aprecia s o pedido de uma, e defere este. Houve o indeferimento tcito do outro.A ausncia do pressuposto formalstico pode levar a ineficcia do ato.c) Finalidade o resultado que se pretende com a prtica do ato administrativo. Ela pode ser imediata ou mediata. A finalidade IMEDIATA prpria de cada ato, isto , cada ato administrativo tem uma finalidade imediata, que sua caracterstica. A finalidade MEDIATA sempre a satisfao do interesse pblico, ou na opinio de alguns autores, a satisfao de direitos fundamentais. DVIDA Porque a finalidade imediata no se confunde com o contedo, j que este segundo maria ylvia o efeito jurdico do ato, que encontrado no que esta prescrito? Entendi que a finalidade a funo a que se presta o ato, para que ele utilizado. E o contedo seria o efeito jurdico que gera, como a cessao da relao entre o servidor e a administrao no caso da demisso.Quando a administrao aplica uma suspenso sano a finalidade imediata a punio do servidor, a mediata que esse servidor sirva melhor os administrados, atendendo melhor ao interesse pblico. Muitas vezes s podemos alcanar determinada finalidade atravs de certo ato administrativo. No podemos punir o servidor com a remoo para um lugar longe de sua residncia, pois sua finalidade imediata no a punio. Mesmo que a finalidade mediata tambm sirva ao interesse pblico, esta no pode ser aplicada. O vcio na finalidade imediata facilmente detectado, o grande problema quando o vcio est na finalidade mediata. Isto quer dizer, que o LEGISLADOR que define a finalidade que o ato deve alcanar, no havendo liberdade de opo para a autoridade administrativa; se a lei coloca demisso entre os atos punitivos, no pode ela ser utilizada com outra finalidade que no a de punio; se a lei permite a remoo ex officio do funcionrio para atender a necessidade do servio pblico, no pode ser utilizada para finalidade diversa, como a de punio.A finalidade chamada por Celso Antonio como pressuposto teleolgico. A maioria da doutrina acredita ser a finalidade um elemento vinculado do ato administrativo. Pois todos eles sempre tero a finalidade mediata, isto , o atendimento do interesse pblico. 23.08.11d) Objeto/ContedoAlguns autores tratam essas expresses como sinnimas. Para estes o contedo ou objeto seria aquilo que o ato expressa. Segundo Maria Sylvia Objeto ou contedo o efeito jurdico imediato que o ato produz; e a forma de identifica-lo observar o que o ato enuncia, prescreve e dispe. Conferir com Rita, se essa definio dela bate.OBS.: Sendo o ato administrativo espcie do gnero ato jurdico, ele s existe quando produz efeito jurdico, ou seja, quando, em decorrncia dele, nasce, extingue-se, transforma-se determinado direito. Mas hoje prevalece a distino entre contedo e objeto, seguindo um doutrinador italiano chamado Guido Zanobini. Segundo os autores que seguem esta vertente o objeto a coisa, a atividade, a relao de que o ato se ocupa e sobre a qual vai recair o contedo do ato.EXEMPLO A demisso do servidor pblico, em que o objeto a relao funcional do servidor com a Administrao e sobre a qual recai o contedo do ato, ou seja, a demisso. Na desapropriao, o contedo do ato a prpria desapropriao e o objeto o imvel sobre o qual recai.Segundo Celso Antnio o contedo elemento do ato, mas o objeto seria um pressuposto de existncia. Existem elementos chamados de elementos acessrios que alteram o contedo do ato administrativo:TERMO quando se estabelece uma data para que aquele ato comea a produzir efeitos, ou deixe de produzir efeitos. O contedo condicionado a um termo.CONDIO o contedo tambm pode ser condicionado a uma condio suspensiva ou resolutiva. Clusula que subordina o efeito do ato a evento futuro e incerto. MODO Pode condicionar ainda o contedo a um modo, isto , para que aquele ato produza efeitos o sujeito ter de realizar alguma exigncia (nus) para ser beneficirio. Voc tem a autorizao se voc pavimente tal ato. Eu queria autorizao para utilizar determinado casa pblica, ai o municpio da autorizao contanto que eu realize determinadas reformas. OBS.: o contedo pode ser discricionrio. Isto , ele pode ser vinculado ou discricionrio. Por exemplo, se eu for punir algum por cometer uma falta contratual, a lei admite vrias sanes e a AP tem a discricionariedade de escolher qualquer uma das enumeradas na lei. At quando um ato discricionrio necessrio observar o princpio da legalidade. e) MotivosMotivos so os pressupostos (ou fundamentos) de fato e de direito que levam prtica do ato administrativo. O MOTIVO DE DIREITO o dispositivo legal em que se baseia o ato.O MOTIVO FTICO corresponde ao conjunto de circunstncias, de acontecimentos, de situaes que levam a Administrao a praticar o ato. Art. 132 A demisso ser aplicada nos seguintes casos: VI insubordinao grave em servio. (Lei 8112).EXEMPLO O dispositivo anterior ser o motivo de direito, de uma eventual demisso por insubordinao. E o ato do servidor que foi insubordinado, o motivo de fato.O motivo antecede a prtica do ato, a finalidade surge aps o ato.O motivo pode ser discricionrio. A lei pode no dizer o motivo que leva a prtica daquele ato. A discricionariedade vem d prpria lei. Motivo e motivao so diferentes. Esta a exposio dos motivos, ou seja, a demonstrao, por escrito, de que os pressupostos de fato realmente existiram. Entende-se, hoje, pelo Princpio da Motivao, que todos os atos administrativos tem de ser motivados, com exceo dos casos em que a prpria Constituio abre mo da motivao e os atos administrativos que a prpria motivao seja explcita, como a aposentadoria compulsria.A lei 9784 em dois de seus dispositivos prev a observncia do referido princpio, como aferimos das seguintes transcries: Art. 2oA Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e eficincia.Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando:I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;II imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; (...)TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES Essa teoria estava em voga na poca em que no consideravam que a administrao era obrigada a expor todos os seus motivos. Hoje pelo princpio da legalidade em sentido amplo, ela obrigada a observar tambm o princpio da motivao. De qualquer forma, esta teoria dizia que a validade do ato administrativo se vincula aos motivos indicados como seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade. Por outras palavras, quando a Administrao motiva o ato, mesmo que a lei no exija motivao, ele s ser vlido se os motivos forem verdadeiros.EXEMPLO na exonerao ad nutum, para a qual a lei no define motivo, se a Administrao praticar esse ato alegando que o fez por falta de verba e depois nomear outro funcionrio para a mesma vaga, o ato ser nulo por vcio quanto ao motivo.Celso Antnio chama-os de pressupostos objetivos de validade. O mvel para ele a finalidade.f) CausaAlguns autores acham que causa sinnimo de finalidade. Para aqueles que no concordam, a causa seria uma relao de coerncia (ou de proporcionalidade) entre os motivos e o contedo do ato, para se atingir a finalidade.A causa s tem sentido de existir quando estamos diante de um ato discricionrio em relao aos motivos. O elemento causa s seria violado quando os motivos e o contedo no so suficientes para alcanar a finalidade do ato. Contedo que no tem sentido para alcanar a finalidade.Exemplo: polcia ao se deparar com uma manifestao pode atirar ou jogar jatos dgua para cont-la. Se ela atira, a causa ser violada.Tem autores que chamam de contentorizao do ato. Ver algum autor que fale disso, talvez celso antonio.

VINCULAO E DISCRICIONARIEDADEExistem elementos do ato que so sempre vinculados e outros que podem ser vinculados ou no, ento no bom falar-se em ato vinculados ou discricionrios. Alguns autores chamam de poder discricionrio ou de poder vinculado. Tambm no muito correto, pois a vinculao e a discricionariedade so, de fato, formas de manifestao do Poder Administrativo. A discricionariedade e a vinculao so, na verdade, formas de atuao da administrao. ATUAO VINCULADA Nesta, a lei no deixa opes. Ela estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administrao deve agir de tal ou qual forma. No deixa espao para a anlise subjetiva do administrador. No h margem para ponderaes subjetivas. Seria o processo aplicativo da lei, simplesmente. Por isso mesmo, se diz que diante de uma atuao vinculada, o particular tem um DIREITO SUBJETIVO de exigir da autoridade a edio de determinado ato, sob pena de no o fazendo, sujeitar-se correo judicial.EXEMPLO Por exemplo, se vocs querem uma licena para construir, se tem os documentos necessrios, se tem direito permisso. A vinculao gera direitos subjetivos prtica do ato, em consequncia um controle amplo do judicirio.ATUAO DISCRICIONRIA Nesta, a lei confere ao administrador uma margem de liberdade de deciso diante do caso concreto. Desse modo, a autoridade poder optar por uma dentre vrias solues possveis, todas vlidas perante o direito. Nestes casos, a adoo de uma ou outra soluo feita segundo os critrios de oportunidade, convenincia, justia, equidade, prprios da autoridade. Porm, mesmo a, o poder da ao administrativa, embora discricionrio, no totalmente livre, porque, sob alguns aspectos, em especial a competncia, a forma e a finalidade, a lei impe limitaes.Da porque se diz que a discricionariedade implica liberdade de atuao nos limites traados pela lei; se a Administrao ultrapassa esses limites, a sua deciso passa a ser arbitrria, ou seja, contrria a lei. JUAREZ FREITAS concebe a discricionariedade como expediente operacional fruto de opo do legislador com o propsito de otimizar a prtica administrativa impondo deveres de motivar as escolhas assumidas com probidade e correo tcnica. A discricionariedade, mesmo com essa margem de liberdade, sofre diversos controles, pois o administrador ao praticar o ato administrativo no tem de observar as leis, mas todo o ordenamento jurdico, assim, o judicirio controla essa atuao. FUNDAMENTO MATERIAL DA DISCRICIONARIEDADE o Legislativo no poderia simplesmente prever uma soluo para todas as situaes possveis que o administrador pode enfrentar, isto seria materialmente invivel.FUNDAMENTO JURDICO DA DISCRICIONARIEDADE seria resguardar o princpio da separao dos poderes, pois se o Legislativo fosse pautar toda atuao do executivo, este seria mero executor das ordens daquele. FUNDAMENTO LGICO PARA A DISCRICIONARIEDADE seria para aqueles que creem que h discricionariedade nos conceitos jurdicos indeterminados (prof. No concorda). Conceitos jurdicos indeterminados so aqueles que comportam diversos significados. Alguns autores sustentavam que quando a administrao se deparasse com um conceito indeterminado, poderia atribuir a este qualquer significado, no podendo ento sofrer qualquer controle pelo Judicirio. Hoje em dia se diferencia o conceito indeterminado da discricionariedade. Nesta existiria um processo volitivo do administrador pblico, dentre das opes dadas, o administrador pode escolher qualquer uma destas. No caso do conceito jurdico indeterminado no h um processo volitivo, mas interpretativo do conceito. Por exemplo, situao de emergncia. Temos que observar a situao ftica para saber se esta se enquadra no conceito de situao de emergncia. Mas quando se fala em conceitos jurdicos indeterminados h autores que falam em ncleo conceitual e alo conceitual. Situaes que ficam no alo do conceito so aquelas em que no se sabe se a situao pertence ou no a ao conceito indeterminado. Nestas situaes, admite-se que h discricionariedade, pois o administrador pblico ter de fazer uma escolha. RESUMINDO, a discricionariedade seria necessria para que o administrador agisse em situaes que se encontrassem no alo dos conceitos jurdicos indeterminados.A DISCRICIONARIEDADE tambm no se confunde com ARBITRARIEDADE. Esta desprovida de motivao, baseada apenas na vontade subjetiva do administrador, e, normalmente, no observa os limites jurdicos na sua atuao. Pode-se questionar juridicamente um ato discricionrio. Mas o Judicirio quando controla a atuao discricionria do administrador pblica no pode fazer as vezes de um administrador positivo, ou seja, substituir o administrador. Ele s pode fazer as vezes de um administrador negativo. Isso quer dizer, que o Judicirio s pode dizer que a escolha que ele fez violou determinado princpio, entretanto, no pode dizer qual a escolha que o Administrador pode fazer. Isto s no ocorre quando s h duas opes. 30.08.11CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

QUANTO A VONTADE ADMINISTRATIVA n trata carvalho filho1. Atos NegociaisSo aqueles cujos efeitos so queridos tanto pela administrao como pelos administrados. Por exemplo, uma licena para construir, uma autorizao de uso de bem pblico. No se confunde com contrato, pois no caso dos atos negociais, quando voc quer a licena de construir, no h a possibilidade de deciso para a administrao ou administrados, os efeitos so preestabelecidos. A licena ser dada ser nos termos que dita a lei. 2. Meros atos administrativosSo aqueles que no produzem efeitos imediatos. Como o parecer, que por si s no produz efeitos. O voto em deciso de rgo colegiado, individualmente no produz nenhum efeito imediato. 3. Atos imperativosSo aqueles que impe obrigaes ao administrados independente a sua concordncia.QUANTO COMPOSIO DE VONTADEA vontade administrativa pode exteriorizar-se de forma uma ou mltipla. O objetivo posto pela Administrao pode ser alcanado atravs de processo de formao do ato em que intervenha uma ou vrias manifestaes administrativas.1. Atos simplesSo aqueles que se completam, se formam, com a manifestao de vontade de um nico agente ou rgo administrativo. Esse rgo pode ser individual ou colegiado. 2. Atos complexos So aqueles que se perfazem com a manifestao de mais de um rgo ou agente. Segundo CARVALHO FILHO atos complexos so aqueles cuja vontade final da Administrao exige a interveno de agentes ou rgos diversos, havendo certa autonomia, ou contedo prprio, em cada uma das manifestaes.EXEMPLO - A nomeao do procurador geral de justia aqui no estado, o MP escolhe uma lista trplice, ai vai para o governador que escolhe um dos trs. A investidura do Ministro do STF se inicia pela escolha do Presidente da Repblica; passa, aps pela aferio do Senado Federal H divergncia entre os autores se este tipo de ato de nomeao, como os descritos, complexo ou composto. A professora acha que complexo.3. Atos compostosVoc tem a participao de dois rgos, sendo que um pratica o ato principal, e o outro pratica um ato acessrio que apenas confere eficcia ao ato principal. So atos que um rgo faz o ato e o outro rgo s d o visto. Segundo CAVARLHO FILHO, os atos compostos no se compem de vontades autnomas, embora mltiplas. H na verdade, uma s vontade autnoma, ou seja, de contedo prprio. As demais so meramente instrumentais, porque se limitam verificao de legitimidade do ato de contedo prprio. Apenas com a segunda vontade que este tipo de ato se aperfeioa, mesmo que este j tenha contedo antes disso, assim, a vontade acessria representa uma condio de eficcia do ato.COM RELAO AOS DESTINATRIOS1. Atos administrativos geraisSo aqueles que se dirigem a um nmero indeterminado de pessoas, que se encontram na mesma situao jurdica. Como por exemplo, o edital de concurso pblico, ou o ato que determina a dissoluo de uma passeata. Alguns autores tambm colocam como gerais os atos normativos, como regulamentos. Mas sabemos que estes seriam atos administrativos em sentido amplo. OBS.: Atos gerais tambm so chamados de atos normativos. Alm disso consideram que tenham natureza legislativa, por trazerem em si aspectos de generalidade, abstrao e impessoalidade.2. Atos administrativos individuaisTambm chamados de concretos, so aqueles que se dirigem a pessoas determinadas. Eles regulam situaes jurdicas concretas, j possuem seus destinatrios determinados, e no determinveis. Exemplo: nomeao, licena, autorizao, demisso, etc. QUANTO AOS EFEITOSEste tipo de classificao leva em considerao o tipo de efeitos que o ato administrativos podem produzir. 1. DeclaratriosDeclaram uma situao jurdica preexistente. EXEMPLOS - uma vistoria em um imvel, uma certido (ato administrativo em sentido amplo); um ato que declara que certa construo provoca riscos. integridade fsica dos transeuntes, ou o ato que constata irregularidade administrativa em rgo administrativo.2. ConstitutivosSo aqueles que criam uma situao jurdica nova. CARVALHO FILHO os define como aqueles que alteram uma situao jurdica, criando, modificando ou extinguindo direitos. EXEMPLO - uma permisso de uso de bem pblico, uma autorizao de porte de arma; sano disciplinar, o ato de revogao, etc. Maria Sylvia e Carvalho filho, entendem que todos os atos vinculados so declaratrios, pois j existiria a situao jurdica, que s precisaria do reconhecimento do poder pblico para produzir efeito. Como a admisso do estudante aqui (ato vinculado). Mas para a professora no entende que a situao preexistente mesmo.QUANTO AS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAO PBLICA NA PRTICA DO ATO1. Ato de imprioAqueles que administrao pblica pratica com supremacia de poder. Isto , a administrao se vale da coero, no intervindo a vontade dos administrados para sua prtica.EXEMPLOS os atos de polcia, como apreenso de bens e embargo de obra.2. Ato de GestoSo aqueles praticados pela administrao em situao de igualdade com a iniciativa privada. Se isso fosse possvel isto seria ato de administrao e no ato administrativo, esta classificao j caiu em desuso, pois muitos autores no concordam com ela. Os atos de gesto na maioria das vezes reclamam solues negociadas, no dispondo o Estado da garantia da unilateralidade que caracteriza sua atuao. Seria o caso dos negcios contratuais como aquisio ou alienao de bens.QUANTO AOS RESULTADOS NA ESFERA JURDICA DOS ADMINISTRADOS (n tratado por carvalho filho)1. Restritivos de direitoSo aqueles que impem aos administrados deveres, nus, obrigaes. Multas, por exemplo.2. Ampliativos de direitoSo aqueles que ampliam ou aumentam a esfera de ao jurdica do administrado. Como a licena, as autorizaes, etc. OBS.: Como regra temos a revogabilidade dos atos administrativos, vale dizer, a possibilidade de deixar com a administrao o poder de avaliar, de forma discricionria, quando um ato deve perdurar, ou quando h interesse de suprimi-lo do universo jurdico. ESPCIE DE ATO ADMINISTRATIVOQUANTO AO CONTEDO (n tratado por carvalho filho)Ns temos os atos administrativos negociais e de controle.1. Atos Administrativos negociaisNo ordenamento jurdico aliengena a autorizao seria o gnero de todos esses. Seria como remover um obstculo para exercer um direito. Encerram uma declarao da Administrao conjugada com a vontade do particular (CARVALHO FILHO).a) Admisso um ato administrativo vinculado atravs do qual AP defere a ordem ao administrado prestao de um servio pblico. Segundo, Carvalho Filho, admisso o ato administrativo que confere ao indivduo, desde que preencha os requisitos legais, o direito de receber o servio pblico desenvolvido em determinado estabelecimento oficial. Trata-se, portanto, de um ato vinculado.EXEMPLO - Admisso em universidade, em hospital pblico, etc. SANTI ROMANO diz que a admisso seria um ato administrativo normalmente praticado no interesse do administrado. Podemos dizer, ento, que h o interesse preponderante do administrado.b) Licena um ATO VINCULADO atravs por meio do qual a Administrao confere ao interessado consentimento para o desempenho de certa atividade. Vale dizer, que no so todas as atividades que reclamam licena do Poder Pblico, s algumas que o indivduo s pode exercer de forma legtima se obtiver o necessrio ato administrativo de licena.Na definio de Rita: licena um ato administrativo vinculado atravs do qual a AP faculta quele que preencheu os requisitos legais o exerccio de uma atividade ou a prtica de um ato. Por exemplo: a licena para construir, a licena de funcionamento, a licena de trnsito, etc.Atravs da licena o Poder Pblico exerce seu poder de polcia fiscalizatrio, verificando em cada caso se existem ou no bices, legais ou administrativos, para o desempenho da atividade reivindicada.Trata-se de ato vinculado, porque o agente no possui qualquer liberdade quanto avaliao de sua conduta. Se o interessado preenche os requisitos legais para a concesso da licena, tem ele direito de obt-la, e, se houver denegao, admissvel ser at mesmo mandado de segurana para superar o abuso.O Poder Pblico no age ex officio para outorgar licenas. Depende sempre da deflagrao processada pelo interessado, que solicita o consentimento.OBS.: a LICENA, a AUTORIZAO e a PERMISSO so espcies de atos administrativos que se aproximam, pois: (a) todos decorrem de anuncia do Poder Pblico para que o interessado desempenha a atividade; (b) nunca so conferidos ex officio: dependem sempre de pedido dos interessados; (c) so sempre necessrios para legitimar a atividade a ser executada pelo interessado.c) Autorizao o ato administrativo pelo qual a Administrao consente que o particular exera atividade ou utilize bem pblico NO SEU PRPRIO INTERESSE. Trata-se de um ato DISCRICIONRIO e PRECRIO. necessria a autorizao quando a atividade solicitada pelo particular no pode ser exercida legitimamente sem o consentimento do Estado. No exerccio de seu poder de polcia, porm, o Poder Pblico d o seu consentimento no que se refere ao desempenho da atividade, quando no encontra prejuzo pra o interesse pblico. EXEMPLO autorizao de porte de arma, autorizao para a comercializao de produtos blicos (art. 21, VI, CF).A autorizao de uso de bem pblico que pode ser gratuita ou onerosa, com ou sem prazo. Nesta o interesse na utilizao do bem pblico do autorizatrio exclusivamente, ou seja, daquele que pede a autorizao. Normalmente a autorizao de uso de bem pblico no precedida de licitao, j que no normalmente do interesse da AP o uso do bem. Esta gera uma faculdade e no uma obrigao de uso, pois a AP no tem interesse na utilizao. O instituto de autorizao discricionrio por sua natureza, mas existe no nosso ordenamento, equivocadamente, uma autorizao vinculada na lei de telecomunicao de nmero 9472/91, art. 131, 1. uma distoro legislativa. Existe tambm a autorizao do servio pblico, previsto em alguns dispositivos do art. 21 da CF. dada ao particular essa autorizao que permite que ele preste uma atividade que tem caracterstica de ser pblica, mas para seu prprio interesse, isto , para beneficiar apenas a ele. Algum que produz energia eltrica para si prprio. Assim autorizao e no concesso que o particular o faa.d) PermissoPERMISSO em seu sentido originrio o ato administrativo DISCRICIONRIO e PRECRIO (*) atravs do qual o Poder Pblico defere ao particular o uso do bem pblico ou a prestao do servio pblico. PRECRIO = no ser conferido ao permissionrio o direito continuidade do que foi permitido, de modo que poder o consentimento ser posteriormente revogado sem indenizao ao prejudicado.OBS.: Segundo Carvalho Filho, no atual sistema constitucional (art. 175) e na disciplina fixada na mencionada lei a permisso de servios pblicos h de ser precedida de licitao, o que, reduz em muito o mbito da precariedade do ato. que, se a escolha do permissionrio resulta de um procedimento formal, no pode o permitente, a seu exclusivo juzo, dar fim ao ato, salvo se houver interesse pblico devidamente justificado.A permisso de uso de bem pblico se difere da autorizao do uso de bem pblico, pois nesta o interesse de quem pede a autorizao, na permisso de uso, alm do interesse do particular beneficiado, h o interesse da Administrao Pblica na utilizao do bem.Existe a discusso se a Permisso De Uso De Bem Pblico precedida de licitao ou no. Existe uma srie de posicionamentos. Celso Antnio acha que houver interesse de mais de um administrado, haver licitao. Mas a lei de licitaes (n 8666, art. 2) estabeleceu que as permisses devem ser precedidas, obrigatoriamente por licitao. Prevalece hoje que a permisso de uso deve ser precedida no mnimo de um chamamento pblico. Art.2oAs obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes, concesses, permisses e locaes da Administrao Pblica, quando contratadas com terceiros, sero necessariamente precedidas de licitao, ressalvadas as hipteses previstas nesta Lei.EXEMPLOS a CEASA. Todos aqueles que tm barracas ali possuem permisso de uso, j que tambm h um interesse da AP. Tanto que na autorizao de uso h uma faculdade de uso, enquanto na permisso h uma obrigao, j que a AP tambm tem interesse neste uso. Se ela constri a CEASA, e faz os boxes, obviamente ela ter o interesse que estes sejam utilizados.A permisso de servios pblicos complicada, pois originariamente estas eram atos administrativos, e normalmente no eram realizadas licitaes. Mas quando o art. 175 da CF, esta disse que a permisso e a concesso de servio pblico seriam precedidas de licitao, ainda falou de seu carter de contrato administrativo e no como ato.Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos.Pargrafo nico. A lei dispor sobre:I - o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios pblicos, o carter especial de seu contrato e de sua prorrogao, bem como as condies de caducidade, fiscalizao e resciso da concesso ou permisso; (...)

Ai veio a lei dos servios pblicos ( n 8987/95) no art. 40, quando tratou na permisso de servio pblico, disse que ser feito por contrato de servio pblico. Ento a lei reconheceu a natureza contratual desta permisso. Art. 40. A permisso de servio pblico ser formalizada mediante contrato de adeso, que observar os termos desta lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitao, inclusive quanto precariedade e revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.Assim originariamente este termo tinha a natureza de ato administrativo, mas no nosso ordenamento ela tem natureza contratual.Assim, temos duas modalidades de permisso:1. PERMISSO DE USO DE BENS PBLICOS qualificada como ato administrativo unilateral, discricionrio e precrio.Deve existir um processo seletivo em favor do permissionrio. Esse processo seletivo necessariamente um licitao? Nem sempre, pode ser feito, por exemplo, um chamamento pblico. Deve-se escolher critrios que demonstrem que a escolha no uma escolha pessoal.OBS.: Difere da concesso de uso, que necessariamente precedida de licitao.2. PERMISSO DE SERVIOS PBLICOS com a natureza legal de contrato administrativo, bilateral e resultante de atividade vinculada do administrador em virtude da exigncia normal de licitao para escolha do contratado.Permisso para comercializao de rdio istopo, art. 21, XXIII, b - Podemos perceber que o consentimento federal neste caso ter foco as atividades de comercializao, produo e utilizao, todas normalmente objeto dos atos de LICENA ou AUTORIZAO, j que no se trata de servio pblico ou bem pblico. Trata-se de atividade privada, de carter econmico (embora sob severo controle federal), para cujo consentimento no a permisso instrumento adequado. 2. Atos de controlea) Aprovao o ato que se manifesta quanto CONVENINCIA e OPORTUNIDADE de outro ato administrativo. Ou seja, aprovao um ato discricionrio de controle de outro administrativo realizado a priori ou a posteriori.EX.: aprovao a priori: o Senado se manifesta antes da nomeao de alguns membros da Magistratura, Governador de territrio etc. (art. 52, III e IV - CF). O mesmo tambm aprova anteriormente a escolha dos chefes de misso diplomtica de carter permanente.Aprovao a posteriori: art. 49, IV, da CF. O Congresso se manifesta aps a declarao do estado de defesa e da interveno federal.OBS.: A aprovao, a homologao e o visto tem algo em comum: nenhum deles existe isoladamente, mas, pressupem sempre a existncia de outro ato administrativo.b) HomologaoAto de controle de legalidade de outro ato administrativo ao sistema normativo. Em outros termos, um ato administrativo atravs do qual h a manifestao quanto a adequao de um ato ou processo ao sistema normativo. Significa que a homologao ato vinculado, ou seja, quando ao analisar o ato ele preencher os requisitos legais necessariamente a homologao tem que ocorrer. sempre a posteriori. Exemplo, quando se homologa um concurso pblico, de processo licitatrio. Quando a autoridade superior homologa o concurso, quer dizer que no h nenhum vcio de legalidade. Diferentemente da aprovao que aprecia a convenincia e a oportunidade do ato. c) Visto o ato administrativo atravs do qual a AP se manifesta quanto a REGULARIDADE FORMAL de outro ato administrativo. Normalmente o agente que d o visto no se manifesta sobre o contedo do ato, ele se manifesta dizendo se voc apresentou ou no o documento. Ele no comenta se pelo contedo eu estou praticando uma atividade que no devia. Regularidade formal. S se manifesta sobre aspectos formais.d) Parecer, na verdade, um ato opinativo, alguns autores o consideram como ato de controle, mesmo que em algumas situaes ele no vincule, apesar de se manifestar sobre o assunto. No produz efeitos por si s. Segundo CARVALHO FILHO, pareceres consubstanciam opinies, pontos de vista de alguns agentes administrativos sobre matria submetida sua apreciao. uma manifestao de rgos consultivos quanto a questes de ordem tcnica ou jurdica. Existem trs tipos de pareceres: Facultativo quando a lei no exige a manifestao do rgo consultivo, s se o administrador requerer a manifestao do rgo facultativo. No h obrigatoriedade do parecer para a prtica do ato.

Obrigatrio quando h a obrigao da manifestao do rgo consultivo no processo de emanao de certo ato administrativo, por determinao legal. O parecer faz parte do processo de formao do ato, mas o administrador pode no acolher ou no seu contedo. Quando ele no acolhe tem de motivar. Isto , a obrigatoriedade no implica em vinculao. A ausncia do parecer neste caso e no seguinte ofende o elemento formal, inquinando, assim, o referido ato administrativo de vcio de legalidade.

Vinculante este vincula o administrado pblico, no podendo este decidir de modo diverso do contedo do parecer. Ex.: Parecer sobre aposentadoria por invalidez; junta mdica.OBS.: os rgos consultivos so procuradoria tcnicas, as juntas mdicas pode ser um rgo consultivo. Ns temos hoje em dia uma certa divergncia doutrinria quanto a responsabilidade solidria de certos agentes responsveis por emitir pareceres vinculantes para os administradores. Isto surgiu por conta de pareceres sem fundamento algum do processo vinculante. Segundo CARVALHO FILHO no seria coerente aplicar a responsabilidade solidria do parecerista nos casos dos pareceres obrigatrios, visto que este no decidiria nada de fato, apenas emitiria uma opinio, cabendo ento a autoridade administrativa escolher como proceder. Esta responsabilidade caberia, porm se fosse o caso de conduta dolosa por parte do parecerista, ou por erro grosseiro injustificvel.Por outro lado, de acordo com o mesmo autor, os pareceres vinculantes acabam dando ao parecerista a vestimenta de autoridade decisria, cabendo ao agente vinculado papel meramente secundrio e subserviente concluso do parecerista. Portanto, neste caso seria coerente atribuir ao autor do parecer vinculante responsabilidade solidria, em funo do poder de sua deciso, compartilhado com a autoridade vinculada. Assim, j decidiu o STF.OBS.: Quando o ato decisrio se limita a aprovar o parecer, fica este integrado naquele como razo de decidir, ou seja, corresponde ao motivo do ato. Se, ao revs, o ato decisrio define a questo de modo contrrio ao parecer, dever a autoridade expressar formalmente as razoes que a levaram a decidir de modo contrrio ao opinamento do parecer, sob pena de ser considerado abuso de poder o ato que praticar justamente por no render ensejo verificao de sua legalidade.ATOS ADMINISTRATIVOS EM RELAO FORMA DE EXTERIORIZAOA) DECRETO: Revestimento externo dos atos praticados pelos chefes do executivo, ou seja, so atos que provem da manifestao de vontade privativa dos Chefes do Executivo, o que os torna resultantes de competncia administrativa especfica. A Constituio Federal alude a eles no art. 84, IV, como forma pela qual o Presidente da Repblica d curso fiel execuo das leis. De acordo com o art. 87, nico, I, da CF, cabe aos Ministros (Secretrios, nos Estados e Municpios) referendar os decretos, segundo a correlao entre o contedo dos atos e a rea de competncia a seu cargo. Cuida-se de atos COMPOSTOS, que reclamam a manifestao de ambas autoridades, frmula oriunda do prprio texto constitucional. Dependendo do contedo, podemos classifica-los em decretos GERAIS e INDIVIDUAIS: A.1) Gerais: Aqueles tm carter normativo e traam regras gerais; Ex.:.Decretos regulamentares, que podem ser de execuo (art. 84, IV CF; complementam a lei) ou autnomo (art. 84, VI CF). A.2) Individuais: Estes tm destinatrios especficos, individualizados. Ex.: Decreto expropriatrioEXEMPLO um decreto geral seria aquele que regulamenta uma lei; j um individual seria aquele que determina a nomeao de um servidor pblico. O ALVAR a forma de toda licena e autorizao. o instrumento formal expedido pela Administrao, que, atravs dele, expressa aquiescncia no sentido de ser desenvolvida certa atividade pelo particular. Seu contedo de consentimento dado pelo Estado, e por isso se fala em alvar de autorizao, alvar de licena, etc.Na RESOLUO, para DI PIETRO, seria a forma dos atos emitidos por altas autoridades que no chefes do executivo: secretrios, ministros, presidentes dos tribunais de justia, etc, ou determinados rgos colegiados. Assim como a autora citada, CARVALHO FILHO diz que as resolues so atos, normativos ou individuais, emanados de autoridades de elevado escalo ou de algumas pessoas administrativas ligadas ao Governo. Constituiria matria das resolues todas as que se inserem na competncia especfica dos agentes ou pessoas jurdicas responsveis por sua expedio. J CELSO ANTNIO a forma dos atos praticados por rgos colegiados, como resolues do CNJ por exemplo. A forma dos atos administrativos que visam a produzir efeitos internos, na conduo das atividades internas da administrao, no mbito do rgo, tem a forma de PORTARIA, INSTRUO OU CIRCULAR. Estes atos servem como instrumentos de organizao da Administrao.Instruo uma norma geral de orientao interna nas reparties. Esclarecimento quanto forma de conduo de servio destinada aos subordinados.A Circular visa dar ordem aos subordinados. Forma do ato atravs do qual so dadas ordens aos subordinados.Portaria o ato dirigido aos subalternos. A permisso como ato administrativo tem forma de termo de permisso.FORMAO DO ATO ADMINISTRATIVOO ato passa por trs etapas para ser formado: perfeio, validade e eficcia. Um ato PERFEITO o ato que j completou seu ciclo formativo. Um ato que tem contedo e forma, a princpio seria um ato perfeito. Se digo que o ato perfeito, em regra um ato existente. Mas no h uma relao 100% direta. O ato VLIDO aquele que no tem vcio de legalidade. Ento no basta ele completar o ciclo formativo, ele tem que ser ainda vlido. H de se analisar outros elementos que no a existncia de contedo e forma. Uma permisso/concesso de uso, que no tenha processo de licitao invlido. O ato EFICAZ aquele apto a produzir efeitos jurdicos, no est sujeito a nenhum dos elementos acessrios: condio, termo E modo. Carvalho Filho entende diferente, dizendo que o ato pronto para atingir o fim a que foi destinado. Se o ato completou seu ciclo de formao, podemos considera-lo eficaz, e isso ainda que dependa de termo ou condies futuros para ser executado. Acho que essa concepo diferente, deriva da diferenciao entre eficcia e exequibilidade.EXTINO DO ATO ADMINISTRATIVOFormas de extino: EXTINO NATURAL - quando o ato cumpre os seus efeitos h a sua extino natural. Ex.: A aplicao da multa, quando a pessoa paga, h a sua extino. Outro exemplo o caso de uma autorizao por prazo certo para exerccio de uma atividade, sobrevindo o temo, h a extino natural do ato.

EXTINO POR DECURSO DO PRAZO se aplicam a atos que se submetem a um prazo, como a autorizao de uso de um bem por determinado tempo. Passado o tempo, extingue-se a autorizao.

EXTINO POR IMPLEMENTAO DE CONDIO RESOLUTIVA - Quando o ato est sujeito a condio, a implementao da condio resolutiva extingue o ato eficcia. Uma autorizao de uso de um rio, por exemplo, extinguem-se os efeitos se o rio chegar a certo nvel.

EXTINO PELO DESAPARECIMENTO DO OBJETO Objeto aquilo a que o ato se refere. Um bem pblico desaparece por uma tempestade, sua permisso de uso desaparece. Outro exemplo seria o ato de interdio de estabelecimento que desaparece, se o estabelecimento vem a desaparecer. Ex.: Licena de porte de arma na qual o dono da licena morre.

RETIRADA quando o administrador pratica um ato que tem efeito extintivo sobre outro ato anterior. Existem alguns tipos de ato de retirada (todos so atos administrativos):a) Invalidao vai alegar a extino do ato administrativo, por vcio de legalidade. Desacordo do outro ato com o sistema jurdicob) Revogao a extino do ato administrativo por motivo de inconvenincia e inoportunidade. Atinge especialmente atos discricionrios.c) Cassao A cassao ocorre em virtude do descumprimento por parte do beneficirio do ato, de condies que permitem a manuteno do ato e de seus efeitos. Em outras palavras, o descumprimento do quantum estabelecido na prtica do ato administrativo. Trata-se de ATO VINCULADO, j que o agente s pode cassar o ato anterior nas hipteses previamente fixadas em lei. Exemplo: cassao de licena para exercer certa profisso; ocorrido um dos fatos que a lei considera gerador da cassao, pode ser editado respectivo ato. d) Caducidade ou decaimento A caducidade ocorre quando o ato administrativo se torna incompatvel com norma jurdica posterior. Quer dizer a perda de efeitos jurdicos em virtude de norma jurdica superveniente contrria quela que respaldava a prtica do ato. O ato, que passa a ficar em antagonismo com a nova norma, extingue-se.

Autorizao para porte de determinada arma, depois uma lei, tal arma passa a ser proibida, assim emitido um ato de caducidade da autorizao dada. Existem atos de decaimento geral no prprio ato que provoca a caducidade. Lembrando que no existe direito adquirido em regime administrativo.

Uma permisso para uso de bem pblico; se supervenientemente, editada lei que probe tal uso privativo por particulares, o ato anterior, de natureza precria, sofre caducidade, extinguindo-se.

e) Contraposio ou derrubada quando praticado um ato que tem efeito contraposto a outro ato administrativo. Por exemplo, a demisso um ato contraposto nomeao. EXTINTO PELA INICIATIVA DO PARTICULAR chamado tambm de RENNCIA. Por iniciativa do beneficirio do ato. Ele recusa uma situao que o beneficia. A exonerao de um cargo de um secretrio uma renncia. Sempre que for pedido pelo beneficirio renncia. Alguns autores ainda dividem este tipo de acordo com a produo de efeitos ou no. No faz sentido, segundo Rita.

TEORIAS DA NULIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS A adaptabilidade da teoria das nulidades que vigora no Direito Privado ao Direito Administrativo provocou funda ciso na doutrina, dividindo-a em dois plos diversos e antagnicos. De um lado a TEORIA MONISTA, segundo a qual inaplicvel a dicotomia das nulidades ao Direito Administrativo. Para estes autores, o ato nulo ou vlido, de forma que a existncia de vcio de legalidade produz todos os efeitos que naturalmente emanam de um ato nulo. Se um ato tem um vcio, ele no pode estar no ordenamento. Heli Lopes Meireles um adepto. , hoje em dia, uma teoria completamente superada.Do outro est a TEORIA DUALISTA, prestigiada por aqueles que entendem que os atos administrativos podem ser nulos ou anulveis, de acordo com a maior ou menor gravidade do vcio. Para estes, possvel que o Direito Administrativo conviva com os efeitos no s da nulidade como tambm da anulabilidade, inclusive, neste ltimo caso, com o efeito da convalidao dos atos defeituosos.Em nosso ordenamento prevalece a TEORIA DUALISTA dos atos administrativos. Esta teoria diz existir atos nulos e anulveis no mbito do direito administrativo.Fala-se em:1. ATOS INEXISTENTES ato que no completou seu ciclo formativo inexistente. Um ato que no tem forma, ou sem contedo (um no ato!). Tambm um ato sem objeto, ou com objeto incerto, ou ainda com um objeto ilcito, objeto impossvel (pela impossibilidade jurdica ou material) inexistente. Ele tambm pressuposto de existncia do ato.

UM ATO INEXISTENTE NO PODE PRODUZIR NENHUM EFEITO NO ORDENAMENTO JURDICO. No apto a produzir efeitos jurdicos e no tem aparncia de legalidade, ou eficcia social.O objeto pode ser ainda juridicamente impossvel. Um municpio no pode juridicamente desapropriar bem da unio. Portanto se o municpio resolver expedir um decreto desapropriando um bem da unio, este ato no ter repercusso alguma no ordenamento jurdico. Ex.: Licena de um lugar para a venda de drogas.O ATO INEXISTENTE NO TEM PRESUNO DE LEGITIMIDADE. De cara se sabe que ele no tem nenhum sentido. Por exemplo, uma autorizao para o funcionamento de uma casa de explorao sexual de menores. A nulidade do ato pode ser alegada a qualquer tempo no prescreve.A usurpao de funo pblica tambm pode levar a inexistncia do ato. Por exemplo, algum que se passa de agente de trnsito e multa um monte de gente. O ato praticado por usurpao de funo pblica ainda um crime.Se apresenta, portanto, em casos de: vcios de contedo, vcio de forma, usurpao funo pblica e vcio do objeto.01.09.112. ATOS NULOS A principal caracterstica que ele no passvel de convalidao, ou seja, ele possui um vcio insanvel. Por exemplo, desvio de finalidade um vcio insanvel de um ato administrativo.

3. ATOS ANULVEIS - J os atos anulveis so aqueles passveis de convalidao, possuindo assim um vcio sanvel. Por exemplo, um ato praticado por uma autoridade irregularmente investida na funo pblica.

4. ATOS IRREGULARES so aqueles que possuem vcios irrelevantes, que no atingem sua validade. Assim, no se declara a invalidade de atos irregulares.

PARALELO ENTRE ATOS INEXISTENTES, NULOS E ANULVEISQuando o ato inexistente ele imprescritvel. Este vcio arguido a qualquer tempo. Os atos nulos e anulveis, em nosso ordenamento, so prescritveis, seu prazo de reviso de 5 anos, , do contrrio, o ato adquire estabilidade no sistema jurdico. O ato inexistente no produz efeitos jurdicos. A produo de efeitos ou no dos atos nulos e anulveis vai depender da boa f do beneficirio do ato. Se o ato praticado for RESTRITIVO DE DIREITO a invalidao do ato anulvel ou nulo produz efeitos retroativos (ex tunc), como se o ato nunca praticado. Se o ato for CONSTITUTIVO DE DIREITO/ AMPLIATIVO DE DIREITO a invalidao, ou melhor, os efeitos da invalidao dependero da boa f do beneficirio do ato. Se ele estiver de boa f, quando o ato invalidado, a invalidao produz efeitos ex nunc, ou seja, no retroagem, preservando os efeitos do ato j produzidos. Mas se o beneficirio estiver de m f, a invalidao produz efeitos ex tunc, isto , retroagem. Decorre do princpio da proteo confiana.Obs.: Difere da boa f, que uma mo dupla, tanto do administrado para a administrao, como da administrao para o administrado. A proteo da confiana mais amplaObs.: Teoria da aparncia: Pessoa aparenta ser do servio pblico, e algum pratica um ato com ele. cabvel pedir a validade do ato.Obs.: Teoria do fato consumado: Ato praticado na ilegalidade, mas que j produziu tantos efeitos, que mais desvantajoso declarar a nulidade do ato.O ato inexistente no gera direito de indenizao, pois no h presuno de legitimidade. J a invalidao pode gerar direito de indenizao a depender da boa f do beneficirio.EXEMPLO se uma empresa ganha um processo de licitao para a construo de uma obra, e ganhou s porque os outros participantes eram inimigos de certos administradores, se a empresa no souber, e o ato for invalidado, a empresa receber todo o dinheiro que gastou, mais o lucro, que advm da taxa administrativa. Se a empresa estiver de m f ela s receber o que ela gastou at o momento com a obra.O ato inexistente admite resistncia ativa e passiva contra a prtica do ato. Resistencia ativa a fsica, pelo uso da fora no permitir a realizao do ato. Uma pessoa, por exemplo, que no fiscal entra em seu estabelecimento, voc pode expulsar. A resistncia passiva quando, por exemplo, aplica-se uma multa sem o contraditrio, eu no pago a multa porque o ato nulo. J o ato nulo e anulvel s admite a resistncia passiva.No existe quase diferena alguma entre atos anulveis e nulos em nosso ordenamento. WEIDA ZANCANELI apresenta uma outra CLASSIFICAO em que ela fala em: ATOS ABSOLUTAMENTE INSANVEIS seriam os atos inexistentes. ATOS RELATIVAMENTE INSANVEIS so os nulos. Pois no podem ser convalidados, mas podem adquirir estabilidade pelo decurso do prazo. No se diz que ele foi convalidado, mas que adquiriu estabilidade. Prescreveu a possibilidade de se arguir o vcio. No se pode dizer que ele convalidado por o vcio no foi sanado. ATOS RELATIVAMENTE SANVEIS so os anulveis. Se ele tem um vcio que poder ser convalidado. Se aquele ato passvel de convalidao causar prejuzo ao interesse pblico ou for objeto de impugnao administrativa ou judicial, por prejuzo causado a terceiro, ele tambm no poder ser convalidado. Ou seja, ela os chama de relativamente sanveis, porque via de regra eles podero ser sanados, salvo se houver uma das 3 hipteses listadas anteriormente. ATOS ABSOLUTAMENTE SANVEIS os atos irregulares.

OBS.: Entende-se no direito administrativo que quando o ato pode ser convalidado, ele deve ser convalidado. Ex.: Algum contesta um vcio sanvel, provando que este lhe causa prejuzo. O ato no pode mais ser convalidadoINVALIDAO DO ATO ADMINISTRATIVOInvalidao a supresso com efeito retroativo (nem sempre) do ato administrativo praticado em desacordo com o ordenamento jurdico. // Extino do ato administrativo com efeito retroativo em funo de sua ilegalidade.De acordo com Rita, no necessariamente ele vai ter esse efeito retroativo. A administrao pblica pode exercer o poder de invalidar o ato tanto pelo exerccio do dever de autotutela (permite que o prprio agente reconhea a nulidade do ato), como pelo dever de tutela ( a possibilidade da administrao indireta regular atos da administrao indireta; Requer uma determinao legal). Alm da administrao pblica, a invalidao pode ser feita pelo Poder Judicirio.O prazo decadencial de 5 anos. Lei 9.784Atente-se para o fato de que a invalidao uma forma de extino dos atos administrativos por manifestao volitiva, manifestao esta contida no ato superveniente pela supresso anterior.VCIOS NOS ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO1. VICIOS DE COMPETNCIA Esse tipo de vcio decorre da inadequao entre a conduta e as atribuies do agente. a) USURPAO DE FUNO PBLICA/COMPETNCIA considerado crime presente do art. 328 do CP. A pessoa no foi investida em nenhuma funo, cargo ou emprego pblico, mas comea a atuar como se agente pblico fosse. No possui vnculo com o ente pblico que a pessoa diz atuar. Para configurar o crime, a pessoa tem que ter recebido alguma vantagem com a usurpao, porm, a vantagem prescindvel para se configurar o vcio. Este leva a inexistncia do ato.b) FUNO DE FATO ( ou funcionrio de fato)Neste caso, o agente est irregularmente investida no exerccio da funo pblica. Seria o caso do funcionrio pblico ao qual foi aplicado sano de suspenso de 15 dias, e continua praticando atos. O sujeito tem algum vnculo com a funo. Ela tem a aparncia de legalidade. vcio de competncia. O ato anulvel.c) EXCESSO DE PODERO agente pblico extrapola o limite de suas atribuies, o exerccio da sua competncia. Inicialmente este est dentro das atribuies que ela tinha, mas em determinado momento ela extrapola o limite de suas atribuies. um vcio que pode constituir crime de abuso de autoridade. vcio de finalidade. O ato praticado nulo.OBS.: A questo da capacidade psquica do agente, se ele capaz de praticar atos na vida civil, no influencia muito a prtica de atos. Na lei 9784, art. 18, lista impedimentos. Estes impedimentos afetaram a capacidade processual do agente para participar do processo administrativo, deve ser reconhecido, leva a nulidade do ato. A suspeio no processo administrativo est no art. 20, e deve ser arguida. Esta tambm atinge a capacidade de participar do processo do sujeito.2. VCIOS DO OBJETO a) Objeto incerto: Um decreto expropriatrio sem a indicao do bem a ser desapropriado. Por exemplo, deferir frias para Joo dos Santos sem o nmero do cadastro, existindo vrios funcionrios com esse nome no ente. O ato inexistente.b) Objeto Ilcito: Hiptese em que o ato permite que o indivduo exera atividade proibida, como a autorizao para menores em local vedado a sua presena. O ato inexistente.c) Objeto Impossvel (material e jurdica ): Por exemplo, demisso de servidor falecido, e desapropriao de imvel da unio pelo municpio, respectivamente. O ato inexistente.

3. VCIOS DE FORMAO vcio de forma provm do ato que inobserva ou omite o meio de exteriorizao exigido para o ato, ou que no atende ao procedimento previsto em lei como necessrio deciso que a Administrao deseja tomar.No h uma regra para os vcios de forma. No que diz respeito a este elemento, para se saber se aquele vcio vai levar a invalidao, temos que levar em conta a essencialidade da forma ou formalidade no observada. A essencialidade da forma que definir as consequncias do vcio (nulidade, anulabilidade ou inexistncia).Ex.: Ato praticado verbalmente Inexistente; No houve publicao de edital de licitao no dirio oficial Ato nulo; Ato praticado por portaria no lugar de instruo Erro irrelevante, no constitui vcio.4. VCIOS DE MOTIVO Normalmente, inexistncia e falsidade dos motivos se confundem.a) Inexistncia De Motivos: Praticar um ato com fundamento em uma lei revogada. Leva a nulidade do ato. b) Falsidade de motivos: Motivos falsos. Leva a nulidade do ato.

5. VCIOS DE FINALIDADEA) Desvio de finalidadeO desvio de finalidade pode estar na finalidade prxima (imediata) ou na finalidade remota (mediata). Ambos levam a nulidade do ato.O VCIO NA FINALIDADE IMEDIATA (aquela tpica do ato) ocorre quando se busca atingir uma finalidade que no pode ser alcanada com a prtica daquele ato. Quando, por exemplo, algum remove um servidor para puni-lo. A finalidade da remoo atender uma finalidade do servio pblico, no aplicar punio. Outro exemplo determinado bem com decreto expropriatrio para evitar que o bem seja alienado.O VCIO NA FINALIDADE REMOTA ocorre quando se pratica o ato voltado para prejudicar ou beneficiar algum, distanciado do interesse pblico. Este mais difcil de ser detectado, pois um vcio de inteno, subjetivo. A constatao difcil, pois as provas sero meramente indicirias. Na mesma situao da remoo do servidor, por exemplo, ocorreria numa hiptese do superior hierrquico o fazer sem tornar expresso que o motivo puni-lo (por algum motivo pessoal), para que o ato seja aparentemente legal.6. VCIOS DE CONTEDOGeralmente so nulos. Podem ser convalidados, porm, atravs de converso, que consiste na alterao do contedo do ato.

CARACTERSTICAS DA INVALIDAO1. SUJEITO DA INVALIDAO - A administrao pblica pode invalidar atravs da autoridade que emitiu o ato ou de autoridade superior. Alm disso, o Judicirio tambm poder declarar atos administrativos invlidos.Assim, discutida numa ao judicial a validade de um ato administrativo e verificando o juiz a ausncia de um dos requisitos de validade, profere deciso invalidando o ato. Para isto podero ser utilizado: o mandado de segurana, a ao popular, a ao civil pblica, e, sobretudo o princpio que assegura o recurso ao Judicirio quando haja leso ou ameaa ao direito ddo indivduo. Alm disso, o art. 103-A, CF, institui o regime da smulas vinculantes, e nele se encontra instrumento de anulao de atos administrativos. O dispositivo foi regulamentado pela Lei n 11.417, e neste diploma est prevista a reclamao ao STF para formalizar o pedido de anulao de atos administrativos que contrariem enunciado de smula vinculante, ou lhe neguem vigncia, ou, ainda, o apliquem indevidamente, sem prejuzo do emprego de outros meios de impugnao (art. 7). Porm, h de se chamar ateno para o fato de que se exige como requisito de admissibilidade o esgotamento das vias administrativas (art. 7, 1).

2. OBJETO DA INVALIDAO - Ato que tenha vcio de legalidade

3. FUNDAMENTO DA INVALIDAO Princpio da legalidade em sentido amplo.

4. EFEITOS DA INVALIDAO se o ato for restritivo de direitos a invalidao gera efeitos ex tunc. Se for ampliativo de direitos, depende da boa f. Se o beneficirio estiver de boa f os efeitos produzidos sero preservados, tendo efeitos ex nunc. Se estiver de m f os efeitos sero ex tunc.

OBS.: A teoria da aparncia beneficia o terceiro de boa f. A manuteno dos efeitos em relao a terceiro de boa f, pode ser feito pela aplicao da teoria da boa f. A lei 9784, art. 54 traz o prazo quinquenal para a invalidao dos atos administrativos. Mas hoje prevalece o entendimento que o prazo seria de 5 anos independente da boa f. prazo decadencial (sem divergncias), direito potestativo. Decai o poder de alterar o direito de outra pessoa independente da vontade dela. J o prazo prescricional de uma pretenso ligada ao direito subjetivo de obteno de reparao de danos, da porque este prazo ligado ao processo judicial. OBS.: CARVALHO FILHO ainda traz a discusso se h o dever ou a faculdade de anular o ato administrativo. Segundo ele, a melhor posio seria considerar como regra geral aquela segundo a qual, em face de ato contaminado por vcio de legalidade, o administrador deve realmente anul-lo (se contrape ao fato de ser a convalidao um ato vinculado). Mas existem situaes que importam limites a esta regra: o decurso do tempo (5 anos) e a consolidao dos efeitos produzidos. Neste ltimo caso haver a prevalncia do princpio do interesse pblico sobre o da legalidade estrita.OBS.2: Tambm observa o mesmo autor que o exerccio da autotutela (corrigir os prprios atos) ex officio, quer da legalidade, quer do mrito, corolrio regular e natural dos poderes da Administrao, de modo que, a princpio, podero ser anulados e revogados por iniciativa do Poder Pblico. Porm, em casos especiais, devero ser observados o contraditrio e a ampla defesa antes da tomada de deciso administrativa. So casos em que estiverem em jogo interesses de pessoas, contrrios ao desfazimento do ato. Tais, casos, no entanto, devem ser vistos do ngulo da excepcionalidade, por conta da supremacia do interesse pblico. H casos em que se relegara para fase posterior o direito de defesa.05.09.11CONVALIDAO DE ATOS ADMINISTRATIVOS a supresso do vcio de legalidade com EFEITO RETROATIVO (ex tunc) data que o ato foi praticado. expressa, no tcita. como se aquele ato nunca tivesse vcio algum.Esta diferente da estabilizao do ato pelo decurso do prazo. O ato com vcio sanvel no poder ser convalidado quando:1. Gerar leso ao interesse pblico ou prejuzo a terceiros.2. Existir recurso administrativo ou judicial em face daquele ato. (Impugnao)3. O prazo decadencial (5 anos) haver se esgotado. Este limite tambm se impe a invalidao.Art. 55. Em deciso na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem prejuzo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanveis podero ser convalidados pela prpria Administrao. (Lei 9784)Se o ato for convalidado pela mesma autoridade que o praticou, esta convalidao chama-se de RATIFICAO. Se for pela autoridade hierarquicamente superior, chama-se CONFIRMAO. Existe ainda uma terceira forma de convalidao chamada CONVERSO. Esta ocorre quando a Administrao retira a parte invlida do ato anterior, processa a sua substituio por uma nova parte, de modo que o novo ato passa a conter a parte vlida anterior e um anova parte, nascida esta com o ato de aproveitamento.A convalidao discricionria ou vinculada? O entendimento atual dominante que toda vez que a administrao puder convalidar, deve convalidar, em respeito ao princpio da segurana jurdica. Cabe exceo a tal regra, configurando uma situao em que a autoridade pode escolher se vai convalidar ou no: atos discricionrios praticados por autoridade incompetente. , portanto, vinculada. COMPETNCIA PARA CONVALIDAR - No cabe ao judicirio convalidar ato administrativo, apenas a administrao pode faz-lo, atravs da prpria autoridade que praticou o ato, ou por sua autoridade hierarquicamente superior. VCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO QUE PODEM LEVAR A CONVALIDAOEm relao COMPETNCIA, somente em situao de funcionrio de fato admite a convalidao, isto se no for situao de competncia exclusiva. No admite convalidao o caso de excesso de poder e usurpao de funo. Com relao FORMA, elemento externo ou formalidades, para saber se admite ou no, temos que saber se a forma u a formalidade essencial prtica do ato. s vezes a no observncia da forma pode no gerar um prejuzo. Verificar se a no observncia da forma ou da formalidade gera um prejuzo, at porque se gerar no possvel a convalidao. Se ela gerar prejuzo essencial, se no gerar no . Exemplo, se tinha que publicar trs dias no dirio oficial, e s publicaram duas, e ningum recorreu, sinal que no houve prejuzo. Ento, h de se analisar no caso concreto. MOTIVO vcio de motivo em regra no admite convalidao. Se damos 3 motivos a pratica de um ato, e dois deles so verdadeiros, e apenas 1 falso. Sendo qualquer um dos motivos verdadeiros suficientes para realizar o ato, no importa que um deles seja falso ou inexistente. FIANLIDADE Desvio de finalidade no admite convalidao.OBJETO Vcio no objeto no admite convalidao, mesmo porque o vcio no objeto leva a inexistncia do ato. CONTEDO No podemos convalidar em relao ao vcio no contedo. O que pode ocorrer no vcio no contedo a CONVERSO. Esta alterao do contedo do ato. Por exemplo, nomeio Cristiane a um cargo efetivo, mas ela ainda no pode exerc-lo por no ter feito concurso pblico, ento eu converto o ato, para ato comissionado que ela pode exercer. Obs.: como se fosse uma alterao do ato.

REVOGAO DE ATO ADMINISTRATIVO a extino do ato administrativo VLIDO por motivo de convenincia e oportunidade, resguardados os efeitos produzidos. Em nosso ordenamento, s revogamos ato VLIDO, porm inconveniente e oportuno. Mas em outros pases, tambm usado quando ocorre a alguma nulidade do ato administrativo.Trata-se de um poder inerente Administrao. Ao mesmo tempo em que lhe cabe sopesar os elementos de convenincia e oportunidade para a prtica de certos atos, caber-lhe- tambm fazer a mesma avaliao para tir-los do mundo jurdico. A revogao vem exatamente ao encontro da necessidade que tem a Administrao de ajustar os atos administrativos s realidades que vo surgindo em decorrncia da alterao das relaes sociais.A REVOGAO DE ATO TEM QUE SER MOTIVADA. Inclusive em algumas situaes, assegurado o contraditrio e a ampla defesa, se houver possibilidade de causar dano. A princpio, antigamente se dizia que a revogao poderia ocorrer a qualquer tempo, no haveria prazo. Hoje a doutrina j comea a se movimentar em relao a isso, existem duas correntes novas: Alguns autores acham que deveriam utilizar o mesmo prazo da invalidao para a revogao, ou seja, 5 anos, contados desde a prtica do ato. Sergio Ferraz. Ela acha furada essa teoria, pois engessaria a Administrao Pblica. Raquel Carvalho acha que deve haver o prazo de 5 anos, mas no contados da prtica do ato, mas da situao que ocorreu que tornou inoportuna e inconveniente o ato. Na prtica a Administrao acha que pode revogar a qualquer tempo. E o judicirio baiano adota a mesma posio.ASPECTOS DA REVOGAOQUEM PODE REVOGAR A prpria autoridade que praticou o ato, ou a autoridade superior a esta, e se houver previso legal administrao direta pode revogar atos da administrao indireta. Pois a administrao indireta no subordinada hierarquicamente, j que o vnculo entre elas de controle, ento h uma terceira situao. vedado ao judicirio apreciar os critrios de convenincia e oportunidade administrativas, isto porque se assim o fizesse estaria exercendo funo administrativa, j que no lhe compete valorar estes preceitos. Alm disso, acabaria por controlar a administrao e administrando por si prprio. OBJETO DA REVOGAO O que ser revogado o ATO VLIDO. MOTIVO DA REVOGAO Inconvenincia ou inoportunidade do ato administrativo. Esta ter de ser demonstrada no ato da revogao.EFEITOS DA REVOGAO Os efeitos da revogao so ex nunc, ou seja, os efeitos j produzidos so mantidos. Se o ato revogado tinha validade, o ato de revogao s pode produzir efeitos ex nunc, ou seja, a partir de sua vigncia, de modo que os efeitos produzidos pelo ato revogado devem ser inteiramente respeitados.NATUREZA DO ATO DE REVOGAO Sua natureza de ato constitutivo. ATOS IRREVOGVEIS1. ATOS DECLARADOS EM LEI COMO IRREVOGVEIS

2. ATOS EXAURIDOS j que a revogao no retroage, e os atos exauridos j tiveram seus efeitos cessados, estes no podem ser revogados. Por exemplo, um ato que deferiu frias ao servidor; se este j gozou as frias, o ato de deferimento j exauriu seus efeitos.

3. ATOS DE CONTROLE no tem sentido serem revogados, pois os efeitos da revogao no retroagem. Atos de controle so a homologao, aprovao.

4. ATOS QUE GERAM DIREITOS ADQUIRIDOS Smula 473 do STF. Os atos que geram direitos adquiridos, garantidos por preceito constitucional (art. 5 XXXVI, CF). Por exemplo, o ato de conceder aposentadoria ao servidor, depois de ter este preenchido o lapso temporal para a fruio do benefcio.

SMULA 473 - A Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.

5. ATOS VINCULADOS existe uma divergncia. Falou-se por todo tempo que os atos vinculados no seriam passveis de revogao. Mas se o ato vinculado se tornasse inconveniente ou inoportuno, o que se poderia fazer? No poderia ser revogado, o que poderia ocorrer a DESAPROPRIAO DE DIREITO, com pagamento de prvia indenizao. Mesmo existindo essa posio, houve uma posio do STF dizendo que seria possvel revogar LICENA PARA CONSTRUIR (licena = ato vinculado), se no houver sido iniciada a obra. Os posicionamentos mais modernos, como no existem atos totalmente discricionrios, h quem sustente a revogao de atos vinculados poderiam existir. MAS EM REGRA NO CABE A REVOGAO DE ATO VINCULADO, O QUE CABE A EXPROPRIAO DE DIREITO, mas no que concerne a licena para construir, se no houver sido iniciada a obra e ainda, ela pode ser revogada, mas esta revogao pode gerar direito a indenizao. A doutrina tradicional diz que teramos que observar se o ato discricionrio que se quer revogar foi concedido com prazo ou sem prazo, e se eu revogo antes do esgotamento do prazo, sempre haveria a obrigao de indenizar. Mas se foi deferido o ato sem prazo, ele no teria direito a indenizao, pois ele sabia que o ato poderia ser revogado a qualquer tempo. S que hoje ns temos a prpria TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO, assim, para que o estado seja obrigado a indenizar apenas necessrio demonstrar o nexo causal entre o dano e a atuao do Estado. Ento h aqueles que defendem a posio de que por conta desta teoria, o estado poderia ser obrigado a indenizar mesmo nos atos concedidos sem prazo. Obs.: hoje j no se pem atos vinculados contra atos discricionrios, pois estes tem seu mbito de liberdade muito diminuta hoje em dia, por conta do princpio da legalidade em sentido amplo. Isto , eles tm que observar os princpios administrativos. Ento se fala hoje em atos com diferentes nveis de vinculao e no em atos vinculados e discricionrios.

6. ATOS QUE GERARAM DIREITOS SUBJETIVOS Houve uma deciso do STF que considerou irrevogvel o ato que gerou direito subjetivo ao administrado. Por exemplo, no caso de homologao de concurso, se fala que quando vc homologa o concurso, vc no pode revogar, pois violaria o direito subjetivo do administrado. Foi dado isso no caso do concurso pblico, mas no caso de processos licitatrios, a professora j viu vrios serem revogados.

06.09.11LICITAESLICITAO o procedimento administrativo atravs do qual o Poder Pblico, no exerccio da funo pblica, abre a todos os interessados que preencham os requisitos constantes no ato convocatrio a possibilidade de ofertarem propostas dentre as quais ser escolhida a mais conveniente ao atendimento do interesse pblico. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL Art. 37, XXI. Alm disso, o art. 22, XXVII.Art. 37, XXI - A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: Ressalvados os casos especificados na legislao, AS OBRAS, SERVIOS, COMPRAS E ALIENAES SERO CONTRATADOS MEDIANTE PROCESSO DE LICITAO PBLICA que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.Art. 22, XXVII - COMPETE PRIVATIVAMENTE UNIO legislar sobre:NORMAS GERAIS DE LICITAO e contratao, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e


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