Transcript
  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    1/21

    Irineu Fabichak

    Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata

    Distribuidora ExclusivaNOBEL

    Copyright by Irineu Fabichak

    PROIBIDA A REPRODUONenhuma parte desta obra poder ser reproduzida sem a permisso por escrito do autoratravs de qualquer meio: xerox, fotocpia, fotogrfico, fotomecnico. Tampouco poder sercopiada ou transcrita, nem mesmo transmitida atravs de meios eletrnicos ou gravaes. Osinfratores sero punidos atravs da Lei 5.988, de 14 de dezembro de 1973, artigos 122-130.Impresso no Brasil/Printed in Brazil

    Aos netosDaniloBrunoAlexandra CristinaFlvia ReginaDouglas Jr. que na sua tenra idade j entendem o que amor natureza, emsua quarta gerao dos Fabichak.O AutorSUMARIO

    1

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    2/21

    Apresentao ........................................................................09Introduo ............................................................................11ABELHAS SEM FERRO JATA ...............................13A rainha ................................................................................17O ninho .................................................................................18Abrigo para as caixas ...........................................................21O enxame .............................................................................24

    O mel ....................................................................................25A extrao do mel ................................................................27Os mtodos de trabalho ........................................................29ONDE SE ENCONTRAM AS JATAS ...........................30Caixas para as jatas .............................................................31A inspeo ............................................................................35Os inimigos das abelhas .......................................................36A valentia da jata .................................................................37ABELHAS SILVESTRES .................................................38Abelha-mirim (Trigona minima) ..........................................40Abelha-mosquito (Trigona mosquito) ..................................40

    Abelha-mulata ......................................................................40Arama (Trigona heideri) ......................................................41Barra-fogo ............................................................................41Bijuri ....................................................................................41Caga-fogo (Trigona cagafogo) ............................................41Camuengo (Melipona (Trigona) testaceicornis) ..................42Frecheira (Melipona (Trigona) timida) ................................42Guarupu (Melipona nigra) ....................................................43Ir-mirim ..............................................................................43Irapu (Trigona rufricus) .....................................................43Iraxim ...................................................................................45

    Iruu (Trigona subterranea e Trigona quadripunctata) ......45Jandara (Melipona interrupta) ............................................45Lambe-olhos (Trigona duckei) .............................................46Mandaaia (Melipona anthidioides) ....................................46Mandurim (Melipona marginata) ........................................48Mel-de-pau ...........................................................................48Mirim-preguia (Trigona schrottkyi) ...................................49Moa-branca (Trigona varia) ...............................................49Mombuca (Trigona capitata) ...............................................49Tapiu (Trigona tubina) .....................................................50Tubi ......................................................................................50Tubiba (Trigona tubiba) .......................................................50Tubuna (Trigona postica) ....................................................50Tujuba (Melipona rufiventris) ..............................................51Tujumirim (Trigona dorsalis) ..............................................51Vamos-embora .....................................................................52Vor (Trigona clavipes) .......................................................52Bibliografia .........................................................................53

    APRESENTAO

    2

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    3/21

    No raro encontrarmos pessoas procura de um bom "mel caseiro", pois seh mel que no inspire um mnimo de confiana, so aqueles vendidos embeira de estrada ou em suspeitssimas casas de artesanato. De modo que obom mel se compra em apirios, casas confiveis ou a gente mesmo produz. o que sugere Irineu Fabichak neste seu verstil trabalho sobre os produtoresdo mais requintado suquinho doce que a natureza jamais produziu. De fatoIrineu, a exemplo do que realiza na maioria de seus livros, nos prope o

    desafio de criar. Na simplicidade dos mtodos de criao e extrao, no "faavoc mesmo" das caixa-ninhos que imitam os hbitats das abelhas, naconstruo dos abrigos para os apirios, Irineu nos conduz certeza e aoprazer de que iremos manejar a famlia dos melipondeos adequadamente ecolher dela um excelente, gostoso e nutritivo mel.

    Inofensivas e tmidas em relao ao homem, as JATAS, que do ttulo a estelivro no so to fracas como seu corpinho franzino faz supor, nem sua ndole to pacfica. 0 cientista Rodolpho von lhering, registra em seu "Dicionriodos Animais do Brasil" o que lhe relatou o Pe. M.N.Martins sobre esses pequeninos seres. Conta ele: "Ao abrir uma colmia de

    jata, partiu-se um dos pequenos favos do delicioso mel, que atraiu logo duasabelhas do reino. Imediatamente as jata, voando em roda e observando,aguardavam o momento certo de investir e punir as duas ladras. Atacaramento estrategicamente o ponto fraco das abelhas europias, que eram asasas, amarfanhando-as e inutilizando-as para o vo".Mas, em relao a voc leitor, que vai produzir o seu prprio mel de Jata, fiquetranqilo. Aprendendo a manej-las, como ensina Irineu Fabichak neste livro,voc s ir colher satisfaes em criar no apenas jatas, mas tambmalgumas espcies mais dessa super famlia dosmelipondeos. Afinal, tudo levar voc a viver horas ainda mais gostosas emais produtivas na chcara, no stio, na fazenda ou at mesmo em sua prpria

    casa. Faa a experincia. Adoce sua vida.SYNESIO ASCENCIO

    ABELHAS INDGENAS SEM FERRO JATA

    INTRODUO

    Existe uma grande diferena entre as abelhas indgenas sem ferro e aseuropias importadas (Apis mellifera). As abelhas indgenas fazem seus ninhos(cortios) em plena natureza, procurando os lugares mais adequados, comoocos de troncos de rvores, fenda de pedras, buracos no solo, ou penduradosem galhos de rvores. As abelhas europias, entretanto, so criadas em

    colmias racionais.Os favos ou clulas das abelhas Apis so construdos no sentido vertical,justapostos, enquanto que das abelhas silvestres so feitos horizontalmente,uns sobre os outros, tipo assobradados. As abelhas silvestres depositam oplen nas clulas, misturando-o com mel. Depois que a abelha-mestra ourainha deposita os ovos, as clulas so fechadas e logo que as larvas nascemj encontram alimento suficiente para se desenvolverem e tornarem-seadultas.

    3

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    4/21

    Nas abelhas silvestres, os machos, aps cumprirem sua misso, que a defecundar a rainha, so enxotados dos cortios. Os mais insistentes soinutilizados. S se criam novos machos por ocasio do nascimento da novarainha.

    Nas abelhas do gnero Apis, os zanges vivem nabalescamente, comendo omel produzido pelas obreiras. Os machos no exercem nenhuma funo at o

    nascimento da nova rainha. Os zanges realizam passeios internos e externos,sem serem molestados.As abelhas silvestres tambm podem se adaptar em caixas racionais, feitaspelo homem, desde que imitem o seu hbitat de origem.Mas nem todas as espcies se prestam para o sistema racional.Com esse pequeno trabalho, desejamos transmitir aos leitores algunsconhecimentos a respeito dessas abelhas, principalmente a jata.Sendo bem manejadas, essas abelhas podero perfeitamente nos proporcionarprazer e alegria, alm de nos fornecer um mel de excelente qualidade, emboranunca comparado, em quantidade, com o da Apis mellifera.O Autor

    ABELHAS SEM FERRO JATA

    Pessoas alrgicas a picadas de abelhas, ou seja, as abelhas europias ouafricanizadas (Apis mellifera), que so mais ferozes, se gostarem deapicultura, podero perfeitamente dedicar-se criao de abelhas indgenassem ferro como terapia, tornando-se meliponicultor.Como exemplo de abelha sem ferro, citamos a jata (Trigona jaty)*, muitomansa, medrosa e sem veneno. A jata produz um mel de sabor bastanteagradvel, possuindo at algum valor medicinal.Para se dedicar criao da abelha jata, no necessrio especializao em

    apicultura, no se necessitando de vestimentas especiais, nem de fumigadorou de outros apetrechos. Com um pouco de boa vontade e muita dedicao, j meio caminho andado.Uma colmia deApis mellifera (abelha africanizada) bem manejada podeproduzir mais de 20 kg de mel por ano, podendo-se chegar at a 50 kg.A jata, no entanto, produz apenas 1 litro, ou pouco mais, desde que haja umaboa florada em seu campo de ao.Portanto, se algum vendedor de mel lhe oferecer litros de produto da jata, porpreo pouco superior ao mel comum, desconfie de sua autenticidade.As abelhas indgenas sem ferro pertencem s mais variadas espcies demelipondeos cada uma delas produz um determinado tipo de mel, que no

    possui sacarose, como acontece com o mel da Apis, que contm at 10% deacar.

    * Nota do digitalizador: Atualmente o nome cientfico da jata Tetragonisca angustula.

    O mel produzido pela abelha jata composto essencialmente de levulose,uma substncia mais doce que a sacarose, numa concentrao de 45%; dedextrose, menos doce que a sacarose, com uma mdia de 25%;

    4

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    5/21

    Contm ainda pequena porcentagem de outras substncias e muita gua. Omel puro da Apis contm menos de 25% de gua.A jata conhecida, no Nordeste, por "jati". Essa abelha constri sua pequenacolmia entre as fendas de pedras, em vos de muros, entre tijolos, em ocosde troncos de rvores. Encontrando lugar adequado para se instalar com anova famlia, no se faz de rogada.

    Alm da jata, existem outras minsculas abelhas, como a "seteportas", a"trs-portas", a "mirim", e ainda a "lambe-lhos", esta ltima, a menor abelhado mundo, semelhando-se a uma cabecinha de alfinete.A abelha "torce-cabelos" chega a atacar o homem, enroscando-se nos seuscabelos. No possui ferro.A "caga-fogo" possui um lquido custico que, em contato com a pele, produzuma ardncia muito forte.A abelha jata bem menor que a Apis e mede entre 3,75 a 4 mm.Possui a cabea e o trax pretos, o abdmen com o primeiro segmentoamarelo e as patas brumo-amareladas.Existem dezenas de espcies de abelhinhas, algumas parecidas com

    mosquitos. Algumas dessas espcies preferem construir suas colmias naterra, invadindo canais de formigueiros abandonados, cupinzeiros extintos,instalando-se nos ocos maiores.Algumas vezes tivemos oportunidades de transferir algumas colmias paracaixas racionais. Os ninhos dessas abelhas chegam a atingir mais de um metrode profundidade.

    Colmia de jata-da-terra. O tubinho de cera de entrada esada fica bem rente ao cho, com mais de um metrode profundidade.

    Para se fazer a transferncia dos ninhos para as caixas racionais, deve-secavar o cho com uma p de pedreiro para se encontrar o canal. Se por acasoperde-se o canal de vista, aguardam-se um ou dois dias at que as abelhinhasdesobstruam o local de sada. Abrindo novamente o canal, elasconstroem um tubino de cera na entrada, podendo-se, assim, localizar-se acolmia facilmente.

    5

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    6/21

    Outra prtica tambm recomendvel introduzir-se um arame no orifcio,empurrando-o at aonde se encontra o cortio. Quando qualquer pessoa seaproxima do tubinho de cera, asabelhas se retraem, apenas espreitando entrada, em nmero de duas, trse, s vezes, at quatro. Essas abelhas so conhecidas como "jata-da-terra",entre outras.

    A RAINHAA abelha-mestra ou rainha de uma colmia de jata ou mirim bem maior queas obreiras (operrias). Possui o corpo disforme em relao cabea,parecendo-se com um besouro. Para exemplificar, pode-se dizer que aabelhinha ficou presa pela traseira a um grande reboque, pois nessa parteque est localizado o ovrio.A rainha, uma vez instalada com a famlia, jamais abandonar a caixa, porque,de forma alguma, poder alar vo, permanecendo na colmia, at sua morte,quando ento ser substituda por outra.Quando a jata enxameia, procura de um local a fim de abrigar, produziralimentao (mel e plen) e para aumentar a famlia, a nova rainha quemdever abandonar a casa, o que no acontece com a Apis, cuja colmia ficaem polvorosa quando isso acontece. A rainha que deu origem nova mestranem se preocupa com o seu nascimento, pois a natureza e a ndole dessasabelhas ensinaram-lhe que ela est perpetuando a sua espcie. Quem sa,portanto, a nova mestra, a qual poder alar vo at a nova morada.A nica funo da rainha da jata depositar os ovos para aumentar a famlia.Perambula sempre s, sem ser acompanhada pelas operrias, para lhe daremassistncia, como acontece com aApis.Nas clulas ou favos depositado o plen, misturado com um pouco de mel,onde a rainha deposita os ovos. Depois disso, as clulas so fechadas com o

    alimento de que necessitam at o seu estado adulto, quando ento se abrempara conviver com a famlia. As obreiras da famlia dosmelipondeos vivem em mdia de 30 a 40 dias, quando a coleta de plen enctar intensa.

    O NINHOO ninho (colmia), construdo pela jata, para a famlia se reproduzir, praticamente em forma de disco. Cera e resina separam o ninho como sefossem uma proteo, tanto na parte superior como na inferior do ncleo. Essamistura de cera com resina conhecida por "batume", uma pasta pegajosa.Muito diferente do que acontece com a Apis, as clulas ou favos soconstrudos no sentido horizontal, em camadas sobrepostas. Quando asltimas clulas ainda esto com ovos na parte superior, as que esto na parteinferior arrebentam-se para conviver com as demais, formando,assim, uma seqncia nareproduo.

    6

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    7/21

    Caixas racionais de abelhas jata em prateleiras, com proteo na cobertura de brasilite

    Na entrada da caixa ou ninho construdo um tubo de cera, o qual fechadodurante a noite, deixando-se pequenos orifcios, como uma espcie de teia, afim de permitir o arejamento interno.J tivemos oportunidades de retirar vrios ninhos de jata, instalados numcogumelo de cimento (desses que se costuma enfeitar jardins e praaspblicas), os quais so iluminados durante a noite.

    Cogumelo de cimento, onde vriosenxames de abelhas jata j se alojaram. Asabelhinhas construram o tubo de cera desada e entrada, abaixo do chapu, noorifcio de entrada dos fios eltricos.

    O nosso cogumelo estava desativado, colocado simplesmente como decoraono gramado. 0 centro que sustenta o chapu do cogumelo oco e, atravs doorifcio por onde passavam os fios eltricos, as abelhas conseguiram ganhar oseu interior, completamente protegido das chuvas. No fundo do oco, as jatasconstruram a colmia.Para transferir o ninho para uma caixa racional, viramos o cogumelo de cabeapara baixo, com o auxilio de um espeto e cortamos todas as partes fixadas nas

    paredes. O enxame saiu inteiro como se fosse uma bola.Transportamos o ninho para a parte mais espaosa da caixa e os potinhos demel foram colocados nas prateleiras para tal fim. A caixa racional permaneceupor alguns dias no local onde estava instalado o cogumelo, a fim de que asabelhas que estavam colhendo plen e nctar nos campos sereunissem novamente famlia. Aps esse tempo, a caixa foi transferida,durante a noite, para o local definitivo. O trabalho das jatas continuavaintenso.

    7

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    8/21

    ABRIGO PARA AS CAIXASNa natureza, as abelhas jata alojam-se em abrigos devidamente seguros, isto, protegidos das chuvas, do sol direto e das correntes de ar.Para quem est interessado em criar jata, deve proporcionar-lhe umambiente, o mais parecido possvel com o seu habitat natural. Por isso, umavez instaladas em caixas racionais, preciso que fiquem bem alojadas. Ascaixas racionais devem ter, de preferncia, a entrada voltada para o nascente

    e permanecerem sobre prateleiras, ou penduradas com correntes, mas bemfirmes, para evitar que balancem com o vento.A distncia entre as caixas no precisa ir alm de 30 ou 40 cm.Em um abrigo coberto e com prateleiras, deixa-se a sada (linha de vo)completamente livre de qualquer arbusto.

    Caixa racional de jata, abrigada em alpendre,com boa proteo contra chuvas e ventos.

    As caixas destinadas s abelhas jatatambm podem ser abrigadas em

    alpendres, ou em varandas, desde queisso seja favorvel a elas.

    Alm delas fornecerem um melsaboroso, proporcionam tambm umbonito aspecto, desde que as caixassejam construdas com capricho e bempintadas.As caixas podem tambm ser instaladasao ar livre, sobre cavaletes ou suportes,protegidas com telhas de barro,

    brasilite,ou por qualquer outro material.

    8

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    9/21

    O ENXAMENo existe praticamente comercializao de enxames das abelhas jata.Portanto, a melhor maneira de adquiri-los, apanhando-os no mato, compega-enxames, como se faz com a Apis. Pode-se tambm procur-los em ocosde rvores, ou em alguma construo onde estejam alojados e ainda obt-losatravs de pessoasque residam no interior,

    onde existe facilidadede se encontr-los.

    Pode-se construir, tambm, pequenas caixas, com paredes com espessura depelo menos 25 mm, nas seguintes medidas: 20 cm de largura, por 18 cm defundo, por 19 cm de altura para serem colocadas em vrios pontos do stio ouda chcara, e at mesmo ao redor da mata onde existemenxames de jata. Sobre essas caixas deve ser colocada uma chapa, a fim deproteger as abelhas da chuva, principalmente quando esto ao ar livre. Essascaixas devero ser fechadas com uma tampa removvel na parte superior,para se proceder transferncia dos enxames para as caixas racionais.Por meio desse processo, pode-se conseguir muitos enxames dessas abelhas,as quais nos proporcionam prazer e alegria em mant-las to prximas enuma boa convivncia.

    O MELAs abelhas indgenas sem ferro produzem um mel saborosssimo e muitomenos enjoativo que o da Apis. um mel de textura fina, de sabor meio cido,isto , azedinho, e at com algum valor medicinal. Como foi mencionadoanteriormente, muitas vezes encontram-se vendedores de mel apregoando serde jata e com um preo no muito mais elevado que o mel comum. Nestecaso, deve-se desconfiar, porque um litro de mel da jata no se consegue coma mesma facilidade que o da Apis.

    9

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    10/21

    Uma famlia de jata pode produzir, por ano, quando a florada boa, um litroou mais, enquanto que abelha africanizada pode perfeitamente superar 20litros em um ano.Rodolpho von Hering afirma que, depois de ter visto em Pernambuco umcaboclo, montou um colmeial com 250 caixas de jata, das quais tiravaanualmente uma mdia de 10 garrafas por caixa.Os machos da colmia so criadas durante o vero e a nica finalidade deles

    fecundarem a rainha, levando consigo parte da famlia para a formao donovo cortio. A produo da colmia um trabalho das obreiras. Portanto, nose aceitam colmia com "parasitas" consumindo oalimento sem nada produzirem.O mel produzido pela jata armazenado em pequenos potes, confeccionadoscom cera, independentes do ninho. Na poca da entressafra, ou mesmo porocasio do inverno, as provises estaro garantidas para o sustento da famlia.

    A EXTRAO DO MELA extrao do mel deve ser feita em pleno vero, quando o trabalho dasabelhas intenso, escolhendo-se um dia de

    sol aberto e sem vento.

    Formo de apicultor para abrir as caixas.

    Para a remoo do mel, abre-se, com muito cuidado, a parte superior da caixa,utilizando-se um formo, ou at mesmo uma chave de fenda, erguendo atampa de um lado para o outro, at se despregar, pois est selada com

    prpolis e resina.Para quem mantm um pequeno meliponrio por distrao, pelo prazer daobservao, ou por simples curiosidade, uma vez que criar abelhas no tomamuito o tempo de quem cuida delas, o trabalho da extrao do mel requermuita cautela. Para isso, utiliza-se uma seringa de injeo, com uma agulhabem grossa, mas tomando-se cuidado para no danificar os potinhos dearmazenamento, porque o trabalho das abelhas para produzirem mais ceradestinada confeco de novos potes seria redobrado.

    Seringa para extrao de mel sem danificar os potinhos.

    A extrao s deve ser feita quando h excesso de mel, mesmo assim, nuncaretir-lo totalmente, mas apenas 50%, deixando-se o restante para aalimentao da famlia. Caso falte alimento na colmia, o enxame podersucumbir. A medida que as abelhas vo produzindo mais mel, pode-se fazernova coleta, deixando-se sempre uma reserva para o consumo da colmia.

    10

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    11/21

    Alimentador artificial, confeccionando com tubo de plstico transparente, de meia polegada,onde se introduz mel, tapando os dois extremos com um chumao de algodo. As abelhasvo-se alimentando de mel, que absorvido pelo algodo.

    As abelhas jata tambm podem ser alimentadas artificialmente, isto ,fornecendo-se mel daApis. Pega-se um pequeno tubo de plstico de 30 a 40cc. e enche-se com mel, tapando-se os dois extremos com um chumao dealgodo. Coloca-se o tubo na prateleira superior, no sentido horizontal, ondeas abelhas armazenam o mel. Este escorrer do tubo atravs do algodoassim elas vo-se alimentando e transformando-o em reservas. Isso dever serfeito principalmente noinverso, quando as abelhas tm pouca reserva de alimento. 0 alimentadordeve ser sempre observado, para no haver vazamento para dentro da caixa.

    OS MTODOS DE TRABALHOAs abelhas jata, por ocasio do inverno, ou at mesmo com tempo nublado,no costumam sair para o campo, com a mesma freqncia de quando otempo est bom e com sol. Neste perodo, ficam completamente inativas parao trabalho externo, porque so medrosas; com qualquermovimento, deixam de sair da colmia. Mas as abelhas que se encontram fora,continuam entrando na caixa. Geralmente, na entrada do tubo de cera, ficamde trs a quatro abelhinhas espreitando, at que o estranho saia do seucampo de viso, para continuarem o seu trabalho.Como j foi mencionado, a entrada do tubinho de cera fechada durante anoite e aberta de manh. Isso feito naturalmente para se evitar a entrada de

    intrusos ou de saqueadores de alimento.ONDE SE ENCONTRAM AS JATASAs abelhas jata so encontradas emchcaras stios, fazendas, no mato, eat mesmo em casas urbanas Para asabelhinhas produzirem seu alimento,que constitudo de plen, nctar emel, necessrio que se tenhacampo com flores melferas, ou seja,de plantas ctricas cabeludas,

    pintangueiras, jabuticabeiras,girassis eucaliptos, assa-peixes,onze-horas, gernio, beijo e tantasoutras, isto , plantas nectarferas epolinferas.

    11

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    12/21

    P de doliondra vermelho, cujas flores so muito procuradas pelasabelhas.

    As abelhas sem ferro tambm ocupam papel importante na fecundao dasplantas, porque existem algumas espcies que no so visitadas pela Apis, esim petas abelhas minsculas, por este motivo que as abelhas silvestresdevem ser protegidas, porque, atravs da polinizao, propiciam o aumento

    da produtividade.

    CAIXAS PARA AS JATASAs caixas para se abrigar as abelhasjata so bem diferentes daquelasusadas para as abelhas europias ouafricanizadas. So divididas em trssees, ficando sobrepostas.

    Caixas racionais para abrigar colmias dasabelhas jata ou mirim.

    A madeira a ser utilizada para a confeco deve ser, de preferncia, o pinho-do-paran, que no solta cheiro, com 25 mm de espessura, a fim de manter atemperatura interna estvel, atravs do calor produzido pela famlia.As caixas devem medir 300 mm de comprimento, por 160 mm de largura e 40

    mm de altura, para as trs sees, internamente.

    Caixa racional para abelhas jata, composta de trs sees,assoalho e tampa, vista no sentido vertical. As sees sosobrepostas; aquela que vai sobre o assoalho, tem o fundofechado, deixando-se apenas 20 mm livres no orifcio deentrada e sada.

    12

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    13/21

    A seo sobre o assoalho contm uma tbua de 5 mm de espessura, com 280x 160 mm, chanfrada na parte da entrada das abelhas, a fim de facilitar alocomoo interna, deixando-se 20 mm de folga no orifcio de entrada e sadadas abelhas. A medida desse orifcio de 10 x 10 mm de dimetro.

    A seo do meio e a superior tambm tm tbuas, com 5 mm de espessura,mas suas medidas so de 180 x 160 mm, deixando-se tambm 20 mm de

    folga, como na primeira seo.

    Modelo da caixa racional com asrespectivas medidas.

    Nas trs sees, abaixo da parte superior mais larga das caixas, num espaode 4 mm, deve ser feito um rebaixo de 5 mm, nos dois sentidos, para se

    encaixar quatro sarrafinhos, deixando-se um espao de 35 mm entre eles,colocados a partir da abertura de entrada das abelhas. A as abelhasvo construir os potinhos para o armazenamento do mel.

    O assoalho para a caixa e a tampa deve ter as seguintes medidas:350 x 210 mm e ficar rente s paredes da caixa. Na parte que fica vazia entreas duas sees superiores instala-se o ncleo de reproduo. Quando umenxame transferido para uma caixa racional, deve ser colocado,cuidadosamente, no maior espao da caixa, deixando-se que as abelhascoloquem a casa em ordem, para depois iniciarem suas atividades. Nunca se

    deve colocar os potinhos de mel nas caixas racionais antes de estaremperfeitos, a fim de evitar possveis saques.To logo as caixas estajam prontas, deve-se pint-las, de preferncia comcores claras, como o branco, o verde-claro, o azul-claro, o cinza-claro, mas sexternamente, podendo-se dar duas ou trs demos, porque, alm de ficaremcom uma bonita aparncia, duraro por mais tempo. Quando se colocam ascaixas em abrigos ou alpendres, bem prximas umas das outras, convm quea pintura seja de cores diferente, e at com desenhos, por exemplo, umtringulo de cor diferente da tinta que se aplicou como fundo, porque essapintura ajuda as abelhas a identificarem melhor a sua caixa. A distncia

    13

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    14/21

    mnima recomendada para essas abelhas de um metro, entre as caixas,principalmente quando esto ao ar livre.

    Caixa racional com trs sees,vendo-se os sarrafinhos que sedestinam ao armazenamento do mel.A parte vazia da caixa onde se alojao compartimento de criao.

    To logo as abelhas se instalem na colmia, uma das primeiras providncias selar com resina e prpolis a tampa da caixa, ou mesmo qualquer fresta quepossa ter.

    A INSPEODe vez em quando, necessrio fazer-se uma inspeo das caixas, a fim deverificar se tudo est correndo bem, isto , se a famlia est aumentando, seos potes para o armazenamento esto sendoconfeccionados, se os favos esto sendo construdos, se tem alimentosuficiente e fartura de mel, que possa ser retirado sem que venha fazer falta.Deve-se observar ainda se existem vespas pilhadoras de mel, ou formigas que

    possam atacar a colmia. Este servio deve ser feito durante o vero, quandoo trabalho externo das abelhas bem mais intenso.

    OS INIMIGOS DAS ABELHASEm toda a vida animal existem inimigos (predadores), pois um depende dooutro para sobreviver, tanto no meio aqutico como no terrestre e no ar.

    Caixa racional de jata em abrigo antiformiga, com cobertura detelhas de plstico.

    Neste ponto, porm, a natureza to sbia, porque areproduo

    14

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    15/21

    dos que servem de alimento aos inimigos bem mais numerosa do quedaqueles que atacam, mantendo-se assim o equilbrio biolgico.

    As abelhas, de um modo geral, so atacadas por aranhas, formigas,passarinhos, rpteis, batrquios, vespas, traas, e at por abelhasmaiores, entre muitos outros predadores.A abelha "irapu" e a "sanharo" atacam e danificam brotos novos

    de plantas, sugando a seiva, chegando a retirar a casca de certas plantas paraproduzir a resina utilizada em seus cortios. O Pinus eliotis, quando aindanovo, atacado por essas espcies de abelhas e, muitas vezes, os psacabam morrendo.

    A VALENTIA DA JATASegundo um relato do Dr. H. von Ihering, cientista que melhor estudou oshbitos das abelhas indgenas, revelou-se o seguinte. A obesa e desajeitadaabelha-mestra queria transpor um corredor, porm no pde prosseguir, poisalgumas obreiras, que l se achavam no lhe davam passagem; a muito custo,conseguiu ento o seu intento, escolhendo outro caminho. Nunca uma tal

    grosseira e tamanha falta de respeito se verificou entre asApis.O Pe. M. N. Martins conta, a respeito da jata, dois casos bem interessantes:Abrimos, por acaso, uma colmia de jata, rompendo-se umas cpsulas dodelicioso mel, o que foi o bastante para atrair uma ou duas abelhas do reino.Observaramnas as jatas e, voando em roda, espreitaram o momento paradarem boa paga s ladras; tornando-as pelo seu lado fraco, inutilizaram-naspor completo.Este lado fraco das europias eram as asas, que as jatas prendiam eamarfalhavam, tornando-as, assim, inteis para o vo. Quando, depois, asApis iam voar, j no o podiam, e ficaram assim, como um barco sem vela, merc das jatas, que depois, mais numerosas, oito contra uma, acabaram de

    inutilizar as duas europias e as outras que ainda sobrevieram a roubar mel".Relata, ainda, o mesmo observador um fato passado com a abelha uruu(alis, mais corpulenta que a jata): "Tem a uruu sempre uma sentinela deguarda porta. Vo as jatas e fazem-lhe negaa e ela avana, saindo umpouco do orifcio para colher alguma. ento que uma jata vai por trs e sepega a uma das asas; e o mesmo fazem outras, e do comeo refrega, queaumenta com a vinda de outras de dentro a secundar a primeira e das de foraque acodem pilhagem. Duram dias, creio, estas lutas, dias seguidos, ficando,decerto, triunfantes as jatas".

    ABELHAS SILVESTRES

    As abelhas silvestres do Brasil compem-se de mais de 180 espcies, porm aproduo de mel da maioria delas insignificante.Existem determinadas espcies que produzem mais, porm nunca seigualando Apis mellifera abelha europia ou africanizada.As abelhas silvestres, de modo geral, preferem ocos de paus, ou seja, troncosapodrecidos, para constiturem suas famlias. ali que do incio sua novamorada. Os vos de pedras tambm so utilizados para a formao doscortios, assim como os buracos de formigueiros, cupinzeiros

    15

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    16/21

    desativados, ou embaixo de palmeiras, desde que o local escolhido sejaprotegido das chuvas.Muitas espcies podem ser mantidas em caixas especiais, mais como umadecorao, do que como explorao comercial. o caso, por exemplo, da jata,da mandaaia, moa-branca, guarupu, tujuba, mosquito, uruu, desde quesejam manejadas com muito tirocnio. Igualando-se o maispossvel ao seu habitat natural, as abelhas podero produzir satisfatoriamente.

    A seguir, daremos uma relao de algumas abelhas silvestres, no em suatotalidade, porque, para isso, precisaramos fazer um verdadeiro dicionriodessas abelhinhas, para elucidar o assunto.

    ABELHA-MIRIM (Trigona minima)Este tipo de abelha, de tamanho diminuto, mede 2,5 mm de comprimento.Ainda assim no se trata da menor abelha do mundo, pois a "lambe-olhos" ainda menor, porm tem grande semelhana com a "abelha-mosquito", ouainda com a "mirim-preguia". Nidifica em postes ou em minsculas cavidadesde rvores. As clulas no formam favos, mas sim cachos. Como muitas outras

    de sua famlia, faz um fino canudinho de cera amarela, na entrada da colmia,vedando-a durante a noite.

    ABELHA-MOSQUITO (Trigona mosquito)Pertence famlia dos melipondeos. Mede 3,75 mm de comprimento. Sua cor escura, com desenhos amarelos. Constri seu cortio em ocos de paus, nosvos das pedras, em muros. O seu mel delicioso, cido, porm a quantidade muito pequena. No Cear, conhecida por "jata-mosquito" ou simplesmente"jata".

    ABELHA-MULATATambm conhecida por "iruu-mineiro" ou ainda por "guiruu".

    ARAMA (Trigona heideri)Trata-se de uma abelha muito comum na Amaznia. No nordeste de MatoGrosso, seu nome "vor-boi" ou "vor-cavalo". Essa espcie procura os ocosde grandes rvores para construir o seu cortio, fazendo um grande tubo decera na entrada, com resina de cheiro forte. 0 mel enjoativo e azedo. Mede10 mm de comprimento. Sua cor preta, possuindo asas amareladas.

    BARRA-FOGO uma abelha social, da famlia dos melipondeos.

    BIJURI uma abelha social, de gnero Trigona. preta e menor que a "irapu".Tambm conhecida por "boju". Constri o seu ninho em ocos de rvores.

    CAGA-FOGO (Trigona cagafogo) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Mede 5 mm decomprimento. Possui cabea e abdmen ferrugneos. 0 corpo preto. Nidifica

    16

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    17/21

    em trocos de rvores, cuja entrada simplesmente uma fenda. Essa espcie agressiva.

    CAMUENGO (Melipona (Trigona) testaceicornis) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. conhecida no Sul por"jata-preta" ou "jata-mosquito". No Cear foi batizada por "camuengo". Trata-se de uma abelhinha que mede 4 mm de comprimento, preta, possuindopilosidade grisalha e asas esfumaadas no tero apical. Produz mel de boaqualidade, porm muito tmida.

    FRECHEIRA (Melipona (Trigona) timida) uma abelha social. Faz o seu ninho em ocos de paus. Mede de 3 a 3,5 mm decomprimento. preta com parte das patas, antenas e abdmen avermelhada.Faz um tubinho de cera na entrada da colmia. No produz favos, mas simpequenos pednculos. Costuma pousar sobre a pele suada,mas inofensiva. Trata-se de uma espcie da Amaznia, Mato Grosso do Sul enorte de Minas.

    GUARUPU (Melipona nigra) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Mede de 8 a 9 mm decomprimento. A cabea apresenta desenhos amarelos. Seu ninho feito emocos de rvores, bem rente ao cho. Muitas vezes, sua entrada uma espciede canudo de barro, aprofundando-se entre as razes. O melproduzido por essa abelha de boa qualidade. Diz-se que j houve quemtirasse at 15 litros de mel de um ninho de guaruru.

    IR-MIRIMTrata-se de uma abelha que s conhecida no Rio Grande do Sul. Vive em

    buracos no cho. Produz mel de boa qualidade.

    IRAPU (Trigona rufricus) uma abelha social, da famlia dos melipondeos.Mede entre 6,5 a 7 mm de comprimento. preta,reluzente. Seu ninho pendurado em rvores, com 50cm de dimetro e revestido por fora com folhasquebradias. O mel no de boa qualidade. A "irapu"se presta para a polinizao de determinadas flores,

    apreciando muito as bananeiras. J severificou mais de 40 abelhas num nico

    cachinho de bananas. Fustigando-se oseu ninho, as abelhas se enroscam noscabelos, mas so inofensivas. Tambmso conhecidas por "arapu" ou"arapu".

    Cacho de banana em flor, com mais de 40abelhas arapu coletando plen.

    17

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    18/21

    Mscara com visor e chapu, usada principalmente quando se lida com as abelhas irapu, asquais se enrolam no cabelo

    IRAXIM uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Tambm conhecida por"iratim" e "erati". Seu ninho construdo de barro, preso entre os galhos de

    rvores. Em certas regies, seu nome "limo" ou ainda "limo-canudo".

    IRUU (Trigona subterranea e Trigona quadripunctata) uma abelha social, da famlia dos melipondeos, cujo ninho feito a quatrometros de profundidade, no cho. A mesma abelha conhecida tambm por"uruu" e "guiruu".

    JANDAIRA (Melipona interrupta) uma abelha social, da Amaznia e da Paraba. O seu ninho, geralmente, feito junto s casas, em qualquer tipo de caixa. Mede 12 mm de comprimento.

    Sua cor preta, listrada de amarelo sobre o abdmen, como a mandaaia. Omel boa qualidade.

    LAMBE-OLHOS (Trigona duckei) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. a menor abelha do mundo,medindo 1,75 mm de comprimento. Em Mato Grosso e Amaznia, umaverdadeira irritao, como corpo estranho nos olhos, e ainda desprende umasecreo cida. Seu ninho feito em troncos de rvores (ocos), cujas clulasde incubao so isoladas. Tambm conhecida por "lambe-papo".

    MANDAAIA (Melipona anthidioides) uma abelha da famlia dos melipondeos, medindo de 10 a 11mm de comprimento. Essa abelha produz um mel de finaqualidade, o qual armazenado em "cachopinhas". Quando separte uma delas, parecem cristais, com o reflexo do sol. E deuma textura fina, de sabor azedo, pormdelicioso.O ninho da mandaaia feito em ocos de rvores, cuja entrada um nico orifcio, guarnecido por "batume", uma massapegajosa, de cor escura. No inteior do oco da rvore soconstrudos os favos, no sentido horizontal, independentes dereserva de mel, cujos potes ficam na parte superior e inferior dacolmia. Diramos que essa abelha intermediria entre a Apise a jata. de cor preta,e o abdmen possui faixas amarelas. No PantanalMatogrossense, onde se encontram rvores de porte mdio,encontram-se com certa facilidade colmias dessas abelhas.

    Corte do cortio da abelha mandaaia, feito em um oco de rvore.

    18

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    19/21

    J houve muitas tentativas para criar a mandaaia no sistema racional, queproduz mel de tima qualidade. Acredita-se que ainda chegar a vez damandaaia ocupar papel importante na apicultura nacional. Apesar dastentativas, existem pessoas que mantm ncleos caseiros de mandaaia.Alm da mandaaia que nidifica em rvores, existe um outro tipo de

    mandaaia, muito parecido com esta, que faz a sua colmia em buracos nocho e conhecida como "mandaaia-do-cho", como a "Jata-da-terra".

    MANDURIM (Melipona marginata) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Faz seu ninho em ocos dervores, como a mandaaia. Mede entre 6 e 7 mm de comprimento. preta,com penugem grisalha, e o abdmen possui listras amarelas. O seu mel deboa qualidade. H quem crie essas abelhas racionalmente, com bonsresultados.

    MEL-DE-PAUTodos os mis produzidos por abelhas silvestres so chamado "mis-de-pau",porque, geralmente, a famlia dos melipondeos, gneros Melipona e Trigona,costuma edificar suas colmias em ocos de rvores, bem diferente dasabelhas europias ou africanizadas.

    MIRIM-PREGUIA (Trigona schrottkyi) uma abelha social, da famlia dos melipondeos, cujo comprimento noultrapassa 3 mm. Sua cor parda, com plos esbranquiados. Constri o seucortio em paus pobres, em postes, em batentes. O mel armazenado emminsculos potes, de 5 a 6 mm de dimetro. Como as demais abelhas da suafamlia, fecham a entrada da colmia com cera, durante a noite. A "mirim-preguia", muitas vezes, s abre a porte depois das 10 horas, para iniciar otrabalho de coleta do plen; por isso, o seu nome "preguia".

    MOA-BRANCA (Trigona varia) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Constri o seu ninho emparedes de taipa ou em ocos de rvores. conhecida da Bahia ao Norte doBrasil. As clulas de incubao dessa espcie ficam agrupadas em cachos ourosrios, como as da "frecheira".

    MOMBUCA (Trigona capitata) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Sua cor preta, compenugem grisalha. O abdmen brumo, com orlas amarelas nos respectivossegmentos. Seu comprimento de 8 mm. A "mumbuca" uma abelhasilvestre muito mansa, no atacando nem mesmo quando o ninho aberto.Constri o seu ninho em ocos de rvores, sendo guarnecido por pequena portade entrada.

    TAPIU (Trigona tubina)

    19

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    20/21

    uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Seu comprimento de 5,5mm. de cor brumo-escura e suas asas so esfumaadas nas pontas. Edificaem ocos de troncos de rvores. A entrada uma simples abertura, rodeada de cera misturada com barro. A "tapiu"irrita-se facilmente, mas pica pouco. No Piau, conhecida por "tupi" e no Riode Janeiro, por "tubiba".

    TUBINo Piau, conhecida por essa designao. Trata-se de uma abelha social, dafamlia dos melipondeos, gnero Trigona, como a "tapiu".

    TUBIBA (Trigona tubiba)No Rio de Janeiro, conhecida por esse nome. uma abelha social, da famliados melipondeos. De So Paulo para o Sul, conhecida como "tapiu".

    TUBUNA (Trigona postica) uma abelha social indgena, idntica "mandaguari". Sua cor preta, com

    abdmen brumo e asas esfumaadas, com nervuras claras. Mede 6 mm decomprimento. Constri sua colmia em ocos de rvores. A entrada um tubode cera com mais ou menos 15 cm de comprimento irregular. O mel dessaabelha no se presta, em virtude de visitar matrias em decomposio.Tambm conhecida por "sete-portas".

    TUJUBA (Melipona rufiventris)Trata-se de uma abelha social indgena, da famlia dos melipondeos. Sua cor preta, com muitos desenhos amarelo-ruivos. Constri sua colmia em ocos dervores. Armazena o mel em potes de 4 a 5 cm. Alguns ninhos podem ter at2 litros de mel, muito doce e aromtico. uma abelha mansa, podendo-se

    acostumar perto da casa.

    TUJUMIRIM (Trigona dorsalis) uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Sua cor vermelho-amarelada. Como as demais constri o seu ninho em ocos de paus. Quandoencontra espao suficiente para aumentar a sua famlia, chega a formar umapopulao com mais de 70 mil abelhas.O ninho pode alcanar at um metro de comprimento, por 20 cm de largura.Constri um canudo de cera na entrada da colmia. Essa espcie de abelha agressiva, mais ou menos igual "torce-cabelo".

    VAMOS-EMBORA uma abelha social, da famlia dos melipondeos. Diz-se que quem extrai omel dessa abelha, e depois disser "vamos embora", no encontrar o caminhode volta, ficando perdido. O mel dessa espcie, segundo se diz, txico.

    VOR (Trigona clavipes) uma abelha social, da famlia dos melipondeos, que mede 6 mm decomprimento. preta, com desenhos amarelos, e as asas so esfumaadas na

    20

  • 7/30/2019 Abelhas Indgenas Sem Ferro Jata - Irineu Fabichak

    21/21

    base e mais brancas no pice. O ninho feito nos ocos de paus, no muitodistante do cho. bastante tmida, assim como as outras da sua famlia.

    BIBLIOGRAFIAFABICHAK, Irineu. "Revista Vida" nmero 19. Editora Trs Ltda.NOGUEIRA NETO, Paulo. "A criao de abelhas indgenas sem ferro". EditoraChcaras e Quintais, 1953 So Paulo.

    IHERING, Rodolpho von. "Dicionrio dos Animais do Brasil". EditoraUniversidade de Braslia, 1968.

    DO AUTORABC DO PESCADORAPRENDA A PESCARCODORNA- CRIAO-INSTALAAO-MANEJOCOELHO - CRIAO CASEIRACRIAO RACIONAL DE RSCRIAO DE RSGALINHA - CRIAO PRATICAGUIA DO PESCADOR AMADORHORTICULTURA AO ALCANCE DE TODOSMANUAL PRTICO DO PESCADORPATOS & MARRECOSPEQUENAS CONSTRUES RURAISPESCA ESPORTIVA MARTIMAA PESCA NO PANTANAL DE MATO GROSSOPLANTAS DE VASOS E JARDINSO POMAR CASEIRO


Top Related