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a visão das embrapas Opiniões

a pesquisa e osinvestimentos

Os questionamentos sobre temas ligados às ações quedevem ser consideradas para que o sistema florestal man-tenha-se competitivo nos fazem refletir sobre a forma ins-titucional de provimento e desenvolvimento de pesquisano Brasil e qual lição proveitosa podemos tirar. Os inves-timentos aplicados e que contemplam o quesito P&D&lestão estimados em aproximadamente 1% do PIB, e a pes-quisa florestal não está entre as áreas mais beneficiadas.Os investimentos são baixos comparativamente àqueles depaíses desenvolvidos.

No Brasil, nos últimos 40 anos, os esforços privilegia-ram o treinamento e a consolidação da tecnologia. Pode-sedizer que a maior conquista brasileira reside no seu capitalhumano. Nas últimas quatro décadas, foram consolidadosos setores de papel e celulose, energia à base de madeira,móveis, chapas de fibras, entre outros. A produtividade doseucaliptos passou de 12 a 15 m3/ha/ano para a média na-cional de 45. No caso do pinus, de 15 para 45 m3/ha/ano.

Discute-se o "negócio florestal" nas pequenas emédias propriedades rurais, nos sistemas integraçãoLavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), na expansão da fron-teira agrícola e nos processos da recuperação de áreasdegradadas. Na nova conjuntura, podemos constatar eafirmar que a forma de ocupação é quase idêntica àque-las praticadas nas décadas passadas, nas quais o materialgenético tem que ser testado, e as técnicas silviculturais,adaptadas a essa nova realidade.

Para atender a essa nova demanda, possivelmente oscaminhos serão melhores, exatamente pelos conhecimen-tos acumulados. Devemos, sim, refletir sobre o aporte derecursos atuais. No passado, as diretrizes, as demandas depesquisa, as participações institucionais e o uso de recur-sos humanos eram discutidos de forma multi-institucional,com grandes ganhos para a ciência florestal. Dessa for-ma, a estratégia de desenvolvimento de projetos em rede,multidisciplinares e multi-institucionais deve ser conti-

Aparceria entre as instituições públicas,privadas eo setorde base florestal foi a mola propulsora que garantiu melhoresresultados e otimização dos recursos materiais, financeirose humanos. Os conhecimentos sobre silvicultura e ciênciascorrelatas presentes nas instituições ainda é urna referênciamundial. Evoluiu-se nas diversas áreas afetas à silviculturae que influenciam diretamente na produção sustentável dasflorestas, como melhoramento genético, solos e nutrição,manejo, inventário, viveiros, sementes, mudas, clonagem,técnicas de plantio, controle de pragas e doenças.

No cenário nacional, observamos que a demanda pormadeira é uma realidade assustadora, pois o atendimentodo déficit de madeira que é suprido pela vegetação nativanecessitaria do triplo da área atualmente plantada. Dentrodessas perspectivas, novas fronteiras se estabelecem, atra-em os investidores, mas também surgem novas demandas.Novos atores são incluídos, o tema florestal não se resumemais aos empreendimentos verticalizados.

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nuamente estimulada, para que reflitam no uso racionaldos recursos. A análise com base no padrão seguido paraos investimentos mundiais indica que a participação pú-blica no aporte de recursos está entre 50% e 63% do total,enquanto os fundos internacionais colaboram com 3%, eos fundos de apoio existentes nos países investem entre33% e 47%. A ordem mundial indica que os investimen-tos europeus devem ser decrescentes, e os americanos,moderadamente ascendentes nos próximos anos. Comoalerta, a situação vigente nos convoca a discutir, em con-junto, o que queremos para o sistema florestal no futuro.Temos desafios, pessoal capacitado, recursos limitados,instituições confiáveis, programas de governo audaciosospara o setor, mas o que nos falta? Em minha opinião, háuma oportunidade para investimentos privados, há neces-sidade de uma estratégia comum e objetiva que nos torneainda mais eficientes na geração de resultados e no usootimizado dos recursos tão escassos.

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