A droga é um problema social
que, segundo a ONU, atinge mais
a população no mundo todo. As
estatísticas mostram que só as
ilícitas têm 200 milhões de
usuários, e suas vítimas estão entre
15 e 64 anos. As licitas (álcool e
tabaco) representam por ano sete
milhões na taxa de mortalidade.
Sendo o tabagismo o líder no
ranking, com cinco milhões.
Ambas chegam a ter 1,1 bilhão de
usuários. Se uma é legal e a outra
não é, o fato é pouco considerável.
Pois, todas as drogas quando não
levam a morte trazem sérios
problemas de saúde, familiares e
principalmente à sociedade.
Esses dados indicam que acabar
com seu consumo, aparentemente,
é algo impossível. Se pensarmos
que, a maior parte dessas drogas,
são de origens naturais. Então, por
que não acabar com o mal pela raiz.
O extermínio dessas ervas, no seu
plantio, acabaria com a
industrializada, que nada mais é do
que o natural quimicamente
tratado.
Diariamente vemos o
confronto, pouco convincente, da
polícia com traficantes. Mas, o que
fica claro, é que,se acaba com tudo
nesse mundo, menos com o crime
organizado. Não generalizando,
mas parte da nossa segurança tem
parceria direta ou indireta com o
trafico. Nem a mídia fica fora de
sua participação para a
proliferação do vício. Uma vez
que, já faz até parte da cultura
nacional a cana, a cerveja, que é
recorde em propagandas sensuais
de celebridades, passando a
imagem esportiva de saúde, sempre
de forma criativa e ao mesmo
tempo apelativa. Agora quem
começa com drogas ilícitas. Pelo
contrário, do cigarrinho
inocente é que vem o baseado, e
por aí vai.
A maioria dos usuários de
drogas ilícitas começa pelo cigarro
ou o álcool. Porque então não
diminuir o problema a partir daí?.
A lei n.º 10.167/2000 que restringe
a publicidade geral de produtos
derivados do tabaco, já em vigor
há seis anos, mostra que no Brasil
em 2000, os usuários de cigarros
eram 32,7%, e no ano passado
passou para 21,7%. Fica claro a
influência da propaganda nos
vícios. Por outro lado, essa queda
também teve um número
significativo de prejuízo para as
agências de publicidade, para
empresas de cigarro e também para
os cofres públicos. Outra forma de
diminuir seria a criminalização das
drogas lícitas.
O álcool maior causador de
homicídios involuntários, mata
mais de mil brasileiros por ano,
número assustador. Pois, só os
acidentes são 60% de mortes de
vítimas que estão entre 16 e 24
anos de idade. Ou seja, se não fosse
pelos motoristas que bebem, seis
de cada dez jovens, que morreram
em acidentes automobilísticos,
estariam vivos. A mesma mídia que
veicula comerciais de bebidas, se
contradiz com slogan “Se beber
não dirija”. Essa que insere dentro
das casas uma droga legal.
Se sabemos que essa influência
da mídia é um dos maiores
agravantes, entre adolescentes, o
jeito e fazermos a nossa parte
dentro de casa, e não ignorarmos a
superpopulação da Fundação Casa
(ex-Febem). Que está cheio
menores que nasceram dessa
influência. E isso não é um
criminaliza no consumo e na
distribuição de entorpecentes, tal
qual seu crescimento em
comunidades carentes.
Pelo que já sabemos, licitas ou
não, todas são drogas. Nem tem
pior, nem melhor. As
conseqüências de um dependente
são as mesmas. Além de se
destruírem levam a destruição dos
outros ao redor. Isso quando não
param nas páginas policias ou nas
de obituários. As autoridades assim
como os governantes, não só
alimentam como sobrevivem do
seu comércio. Culpar quem? As
propagandas, os problemas
familiares, as más companhias, ou
apenas aceitar que essa
marginalidade é o espelho da nossa
realidade.
Não podemos esperar que a
ajuda do governo vá além das
inúmeras campanhas antidrogas
veiculadas anualmente. Pois, esse
mercado representa na economia
100 bilhões de dólares (cerca de
2% a 5% do PIB mundial). Só a
Ambev, produz 35 milhões de
garrafas por dia. Por isso, por mais
que se queira acabar com as drogas,
elas sempre vão existir porque é
rentável. As apreensões, os
plantios, e o comércio ilegal ou
legal nunca acabará. O que
podemos fazer é um trabalho de
conscientização da criança,
educando, informando e tirando de
nós a venda da hipocrisia.
agravante de pobres. Cada vez
mais, a alta sociedade se
LP III- 09/04/2007
Drogas Lícitas e Ilícitas
A venda da hipocrisiaA venda da hipocrisiaA venda da hipocrisiaA venda da hipocrisiaA venda da hipocrisia
Por Guilene Matos