A PESQUISA COMO METODOLOGIA PARA O ESTUDO DE BOTÂNICA NO
ENSINO FUNDAMENTAL
Rosemary Aparecida Gazola1
Mariza Barion Romagnolo2
Resumo
Em busca de encontrar novas formas de organização para o processo ensino e aprendizagem, o objetivo deste trabalho foi refletir sobre a pesquisa como possibilidade metodológica nas aulas de Ciências e investigar suas contribuições para o estudo de Botânica no Ensino Fundamental. Foi desenvolvido com alunos do 7º ano, do Colégio Estadual Rodrigues Alves – Ensino Fundamental e Médio, localizado no município de Maringá – Paraná. A partir dos conhecimentos prévios dos alunos sobre as plantas, foram organizadas atividades que permitissem a participação ativa dos mesmos na construção de conhecimentos e o desenvolvimento de sua autonomia. A abordagem do conteúdo de Botânica, por meio de diferentes formas de pesquisa, proporcionou momentos de observação, diálogo, leituras, descobertas, comparação e seleção de informações, elaboração de conceitos e mostrou que há diferentes caminhos para se chegar a um conhecimento. A participação e o envolvimento dos alunos permitiram que eles se tornassem também responsáveis pela busca de conhecimentos e pela aprendizagem. Os resultados mostraram que a pesquisa, planejada e orientada a partir do nível de desenvolvimento dos alunos, é uma maneira de organizar o ensino dos conteúdos escolares e de possibilitar o aperfeiçoamento de habilidades que favorecem a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual.
Palavras-chave: Educação; Ciências; Botânica; Pesquisa.
1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). 2 Professora Orientadora. Professora do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá.
INTRODUÇÃO
As rápidas mudanças observadas no mundo atual propõem inúmeros
desafios a todos os indivíduos. Cada vez mais a apropriação do conhecimento
científico se torna indispensável para o desenvolvimento intelectual que permite
a compreensão da realidade e a sobrevivência numa sociedade com tantas
mudanças. Para enfrentar os desafios propostos, é necessário que a escola,
espaço de socialização e de produção de conhecimentos, passe por
adaptações a partir de reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem,
revendo suas concepções e metodologias de ensino.
O ensino tradicional, ainda muito presente no ambiente escolar, reforça
a ideia de que é possível aprender apenas por meio da transmissão de
conhecimentos. Nas aulas de Ciências, observamos grande desinteresse dos
alunos em relação a alguns conteúdos e temas propostos para estudos e
também dificuldades de leitura, compreensão e produção de textos. Os alunos
não demonstram hábitos de estudo e apresentam como resultados de suas
atividades de pesquisa, textos copiados e muitas vezes sem sentido, que não
contribuem para a ampliação de conhecimentos e construção de novos
conceitos. Percebemos que, apesar de alguns avanços e mudanças, não
temos obtido bons resultados em nossas salas de aula. Não estamos atingindo
os principais objetivos estabelecidos para a formação de indivíduos capazes de
pensar, argumentar e reconstruir o conhecimento.
Dentre os conteúdos de Ciências a serem abordados no Ensino
Fundamental, destaca-se o estudo de Botânica, muito próximo do ensino
tradicional, baseado em aprendizagens de nomenclaturas, regras e definições
distantes da realidade dos alunos. É um desafio para muitos professores
organizar atividades que despertem o interesse e possibilitem a participação
ativa dos alunos na construção de conhecimentos e estes, por sua vez, não se
interessam pelas aulas de Botânica e não percebem a importância desses
estudos. Nesse sentido, foram objetivos desse trabalho refletir sobre a
utilização da pesquisa como metodologia nas aulas de Ciências e investigar
suas contribuições para a aprendizagem de Botânica no Ensino Fundamental.
REVISÃO DE LITERATURA
A Pesquisa como princípio educativo
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 2005, p. 29).
Inúmeras pesquisas buscam contribuir com reflexões e esclarecimentos
sobre o desenvolvimento do pensamento humano e o processo ensino
aprendizagem. Propostas metodológicas inovadoras sugerem o
aperfeiçoamento das atuais práticas pedagógicas, porém é preciso reconhecer
que na maior parte das salas de aula continuam sendo praticados antigos
hábitos, historicamente construídos. Segundo Moran (2012), a sociedade atual
requer uma escola mais flexível, aberta e inovadora, com currículos ligados à
vida dos alunos e com metodologias mais participativas.
A esse respeito, Cachapuz et al. (2011) argumentam que é preciso
envolver os alunos na construção de conhecimentos, com o objetivo de tornar
possível uma aprendizagem significativa e duradoura. Além disso, destacam
que somente a partir reflexões críticas sobre o processo de ensino e
aprendizagem e formações contínuas é possível superar um ensino baseado
na transmissão de conhecimentos já elaborados.
De acordo com as Diretrizes Curriculares de Ciências do Estado do
Paraná (DCE), desde que foi inserida no currículo escolar, a disciplina de
Ciências passou por muitas alterações em seus fundamentos teórico-
metodológicos e na seleção de conteúdos de ensino. Isso ocorreu devido aos
avanços na produção do conhecimento científico e aos diferentes interesses
econômicos, políticos e sociais sobre a escola básica (PARANÁ, 2008).
Krasilchik (2005) relata que, apesar dos esforços individuais e coletivos,
o ensino está longe de ser satisfatório. Além das mudanças já sugeridas em
muitos estudos, que se referem aos objetivos e conteúdos curriculares, há
necessidade de transformações nas metodologias utilizadas em sala de aula,
buscando maior envolvimento e participação dos alunos. Em todas as áreas de
conhecimento, é possível reorganizar as práticas pedagógicas e propor novos
desafios.
Ensinar e aprender hoje exigem diferentes propostas pedagógicas
principalmente porque aprendemos o tempo todo e de várias formas. Conforme
Moran (2012, p.10), “Podemos aprender sozinhos ou em grupos, podemos
aprender no mesmo tempo e ritmo, ou em tempos, ritmos e formas diferentes”.
É necessário organizar atividades que permitam a aprendizagem por meio de
diversas situações. Neste sentido, Freire (1984) afirma que a escola pouco
contribui para conduzir o aluno a uma postura mais questionadora, inquieta,
criadora. Por meio da memorização, ao contrário, conduz à passividade, não
exigindo elaboração ou reelaboração, imprescindíveis para a apropriação do
conhecimento.
Na perspectiva de Paulo Freire (2005, p. 27), o professor deve assumir o
papel de propor e orientar uma leitura de mundo e não de organizar e repassar
os conhecimentos: “[...] faz parte da tarefa docente não apenas ensinar os
conteúdos, mas também ensinar a pensar certo”. Para ele, fazem parte da
ação pedagógica a indagação, a busca, a pesquisa, diferente do que ocorre
tradicionalmente, onde o ensino está centralizado na transferência de
informações.
Para Freire (1984), ensinar e pesquisar fazem parte de um mesmo
processo; prática e teoria encontram-se em permanente diálogo. Dessa forma,
a educação vai além do ato de ensinar a ler e escrever. Leitura e escrita são
instrumentos para a transformação da realidade. Vale ressaltar que, de acordo
com o autor, os conteúdos discutidos na escola devem estar conectados com a
realidade, respeitando sempre os conhecimentos prévios de cada indivíduo. A
partir da problematização, investigação e compreensão dos fenômenos da
natureza são desenvolvidas habilidades importantes para a tomada de
decisões em busca de tornar o mundo um lugar melhor (FREIRE, 1984).
Conforme as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCE), a
pesquisa é uma estratégia de ensino que tem como principal objetivo a
construção do conhecimento a partir da produção própria, onde o estudante
tem a oportunidade de organizar e sistematizar ideias, explicitando oralmente
ou por escrito, seu entendimento sobre o conteúdo (PARANÁ, 2008).
Leitura e escrita são habilidades permanentemente aperfeiçoadas e
fundamentais para o ensino e aprendizagem por meio da pesquisa. De acordo
com Marques (2006), a pesquisa pode ser definida como uma forma de
aprendizagem que tem a escrita como fio condutor, possibilitando a contínua
construção e reconstrução de conhecimentos. O autor destaca também a
importância de um professor que pense, reflita sobre sua realidade a fim de
transformá-la por meio de sua ação pedagógica.
Em busca de currículos mais adequados e novas formas de organização
do ensino, muitos estudos sugerem atividades escolares baseadas em problemas
que darão origem a projetos de pesquisa que posteriormente serão desenvolvidos
pelos alunos, com a supervisão e orientação do professor. De maneira
semelhante, Gil (2010) define pesquisa como um procedimento racional e
sistemático, que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que
são propostos. Para o autor, a pesquisa é desenvolvida ao longo de um processo
que envolve várias etapas: a definição de um problema, a busca e análise dos
conhecimentos disponíveis a partir da utilização de métodos e técnicas de
investigação científica e a apresentação dos resultados.
Demo (2011), em seu livro “Educar pela pesquisa”, menciona a questão da
pesquisa tanto na Universidade quanto na Educação Básica. Para ele, a pesquisa
precisa ser internalizada como atitude cotidiana, realizando-se de diversas
maneiras, conforme o estágio de desenvolvimento das pessoas. O autor destaca,
ainda, o papel do professor que por meio da pesquisa busca aperfeiçoamento,
constrói e reconstrói seu projeto pedagógico.
A partir de sua abordagem, fica claro que a pesquisa precisa ser
compreendida sob duas faces complementares, definidas como princípio
educativo e como princípio científico. Na Educação Básica, segundo o autor, a
pesquisa destaca-se como princípio educativo dentro do contexto do “aprender
a aprender”. Nesta fase, o objetivo principal não é a produção científica, mas a
construção de uma metodologia, um caminho que conduza à aprendizagem
(DEMO, 1990).
É importante compreender, de acordo com Demo, que a pesquisa como
princípio educativo permite ao estudante, por meio de atitude investigativa, a
descoberta de conhecimentos que fazem parte de um processo histórico e que
podem trazer respostas aos seus questionamentos. Nesse sentido, a pesquisa
poderia ser definida como questionamento que orienta a construção e
reconstrução de conhecimentos conduzindo à percepção de que nada é
definitivo e que sempre há algo a mais para descobrir, para entender e para
propor (DEMO,1990).
Para Demo, a pesquisa é a base da educação escolar, capaz de formar
um sujeito atuante, crítico e criativo:
Não é possível sair da condição de objeto (massa de manobra), sem formar consciência crítica desta situação e contestá-la com iniciativa própria, fazendo deste questionamento o caminho de mudança. Aí surge o sujeito, que o será tanto mais se, pela vida afora, andar sempre de olhos abertos, reconstruindo-se permanentemente pelo questionamento. Nesse horizonte, pesquisa e educação coincidem, ainda que, no todo, uma não possa reduzir-se à outra (DEMO, 2011, p. 9).
Entre os autores que se dedicaram aos estudos sobre a pesquisa,
destacamos a definição adotada por Bagno:
Pesquisa é uma palavra que nos veio do espanhol. Este por sua vez herdou-a do latim. Havia em latim o verbo perquiro, que significava procurar, buscar com cuidado; procurar por toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem, aprofundar na busca (BAGNO, 2014, p. 17).
A pesquisa é uma atividade essencial e faz parte de atividades
rotineiras, mesmo que não seja evidente. Ler a bula de um remédio antes de
tomá-lo é pesquisar. Buscar um endereço, consultar um dicionário, verificar o
preço e as características de um produto em diferentes locais também são
exemplos de pesquisas. “É difícil imaginar qualquer ação humana que não seja
precedida por algum tipo de investigação” (BAGNO, 2014, p.18).
Na escola, a pesquisa pode ser entendida como um caminho para a
busca de novos conhecimentos. De acordo com Bagno (2014), o professor tem
o papel fundamental de orientador da aprendizagem de seus alunos e deve
criar oportunidades para que uma criança chegue sozinha às fontes de
conhecimento que estão à sua disposição na sociedade. Segundo o mesmo
autor, o papel mais importante do professor não é “transmitir conteúdos”, mas
sim ensinar a aprender.
Como muitos autores, Bagno (2014) destaca a pesquisa como fundamento
de toda e qualquer Ciência e afirma que é indispensável que o aluno aprenda a
pesquisar, pois disso depende o seu bom desempenho em qualquer atividade
futura. Para o autor, o hábito da pesquisa, assim como valores indispensáveis a
qualquer ser humano, deve ser aprendido muito cedo para que não seja ignorado
na vida adulta.
Knauss (2004), em seu artigo “Sobre a norma e o óbvio: a sala de aula
como lugar de pesquisa”, destaca a pesquisa como um caminho privilegiado
para a construção de autênticos sujeitos que se propõem a realizar uma leitura
de mundo. A sala de aula, neste contexto, é entendida como lugar de diálogo,
investigação e pesquisa, onde se produz conhecimento de maneira coletiva. O
professor, como mediador desse processo, orienta a construção e reconstrução
de ideias, conceitos, discursos e textos que são essenciais para a superação
do senso comum e para a apropriação de novos conhecimentos.
É importante salientar que o processo ensino aprendizagem é bastante
complexo e sofre interferência de diversos fatores, entre eles os objetivos
estabelecidos para cada etapa, os conhecimentos que os estudantes possuem
a respeito dos conteúdos abordados na escola, a metodologia escolhida, a
realidade social e a interação entre os indivíduos que participam desse
processo. Para Silva, Alquini e Cavallet (2006), não se pode restringir a
melhoria do ensino aos recursos didáticos e metodologias utilizadas, é preciso
refletir profundamente sobre os objetivos do trabalho educativo e sobre o
aprimoramento do método de ensino. Segundo estes autores, o mais
importante é que os alunos aprendam os conhecimentos necessários de forma
articulada porque só assim esses farão sentido para eles. Além disso, é
fundamental que aprendam o caminho que devem percorrer caso necessitem
aprofundar seus conhecimentos sobre um assunto. Nesse sentido, a maior
aprendizagem que um professor pode proporcionar é a construção da
autonomia intelectual.
Caminhos para o estudo de Botânica
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais a Botânica,
inserida no campo das Ciências, é reconhecida como um dos conhecimentos
conceituais ensinados no Ensino Fundamental e Médio das escolas, com o
intuito de permitir ao estudante desenvolver habilidades necessárias para a
compreensão do papel das plantas na natureza (BRASIL, 1998).
No ensino fundamental percebe-se grande desinteresse por parte dos
alunos em relação aos conteúdos de Botânica. Apesar dos vegetais estarem
diretamente relacionados à sobrevivência de outros seres vivos, o conteúdo
escolar ainda está distante da realidade do aluno. Kinoshita et al. (2006), ao
relatarem uma experiência sobre o ensino de Botânica, caracterizam-no como
muito teórico e pouco valorizado dentro do ensino de Ciências e Biologia.
Assim como em outros conteúdos de Ciências e Biologia, a
nomenclatura científica usada nas aulas de Botânica dificulta a compreensão
contextualização das informações. Para Santos e Ceccantini (2004), muitos
professores encontram dificuldades para abordar os conteúdos de Botânica e
desenvolver atividades que despertem a curiosidade dos alunos e os levem a
relacionar o assunto às suas atividades cotidianas.
Segundo Freitas et al. (2012), o ensino de Botânica ocorre de forma
descontextualizada, por meio de abordagens que não consideram a relação
evolutiva e ecológica com outros seres vivos. São utilizadas estratégias
didáticas bastante restritas, com aulas teóricas, algumas vezes seguidas de
práticas ilustrativas que não requerem participação ativa dos estudantes. Para
as autoras, a seleção de conteúdos e a metodologia utilizada deverão
proporcionar, além de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades, como
observar, registrar o que se observa, estabelecer relações, interpretar fatos,
realizar sínteses, atuar de forma solidária e ética e comunicar-se com clareza e
precisão.
Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2011) afirmam que o professor, em
sua ação docente, é desafiado a planejar e organizar a atividade de
aprendizagem do aluno mediante adequadas interações, de modo que seja
possível a apropriação de conceitos, modelos, teorias e também do processo
de produção do conhecimento científico. Ressaltam ainda que, quando
trabalhados de maneira estratificada, os conteúdos não permitem a
compreensão das correlações e interdependência do mundo natural.
Tradicionalmente, nas aulas de Ciências e de outras disciplinas, os fenômenos
são descritos de forma descontextualizada dificultando seu entendimento e
articulação com outros conhecimentos.
Ainda que professores e alunos considerem os assuntos de Botânica
abordados em sala de aula, monótonos e desestimulantes, a escola ainda é um
local visto como importante para os estudantes. Krasilchik (1980) destaca a
escola como um dos espaços relevantes para a ampliação de conhecimentos
dos alunos sobre Ciências, além de contribuir na formação de cidadãos críticos
capazes de analisar, discutir e tomar decisões.
Na interpretação de Guarim Neto e Guarim (1996), o conteúdo de
Botânica permite a abordagem interdisciplinar de diferentes temas,
proporcionando maior contextualização e percepção do significado dos
conhecimentos estudados. A partir do momento que as plantas são percebidas
como parte integrante do ambiente, evidencia-se a importância destes
conteúdos para o desenvolvimento de uma postura ética e comprometida com
a preservação do ambiente.
Como podemos perceber, o ensino de Botânica precisa ser
reorganizado. É preciso despertar o interesse e fazer com que os alunos
percebam que esses conhecimentos são indispensáveis para viver num mundo
cada vez mais preocupado com as questões ambientais. Com a mediação do
professor ou de um colega, o aluno pode descobrir novas maneiras de
perceber as plantas e sua interação com outros seres vivos. A escola tem a
responsabilidade de tornar acessíveis informações e conhecimentos
necessários para a formação de uma população consciente e crítica diante das
escolhas e decisões a serem tomadas.
Nesse contexto, a pesquisa configura-se como um dos caminhos para a
aprendizagem no Ensino Fundamental. Segundo Moran (2012), torna-se cada
vez mais importante propor atividades didáticas que provoquem,
problematizem e incentivem a pesquisa. Os materiais produzidos e divulgados
devem trazer menos respostas prontas e focar mais a pesquisa, caminhando
dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos. As opiniões
de Vasconcellos (2002) avalizam essa reflexão, quando o autor destaca a
relevância de atividades pedagógicas que superem a cópia, a reprodução e a
exercitação mecânica e que ofereçam oportunidades de reflexão e interação.
Assim entendemos que, como afirma Demo (1990), o desafio de educar
pela pesquisa requer organização do ambiente escolar, participação ativa do
aluno, tarefas individuais e coletivas e consequentemente diferentes e variadas
formas de avaliação e acompanhamento da evolução dos alunos. Para o autor, se
queremos um aluno autônomo, que saiba pensar e que consiga reconstruir
conhecimentos, é fundamental propor desafios que levem a isso.
Modalidades de pesquisa
De acordo com os objetos de estudo e os objetivos almejados, as
pesquisas podem ser classificadas de diferentes maneiras. Gil (2010) afirma
que, para que essa organização seja coerente, é necessário estabelecer
previamente o critério adotado, definindo a pesquisa segundo a área de
conhecimento, a finalidade, o nível de explicação e os métodos adotados. Entre
as muitas modalidades de pesquisa, destacamos a pesquisa bibliográfica, a
pesquisa de campo e a pesquisa ação.
Na definição proposta por Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é
elaborada com base nos materiais impressos e também nos materiais
disponibilizados na rede mundial de computadores. É importante destacar que
todas as modalidades de pesquisa exigem busca de conhecimentos sobre os
fenômenos investigados em bibliografia especializada (TOZONI-REIS, 2009).
A pesquisa de campo tem a fonte de dados no próprio campo em que
ocorrem os fenômenos. Para Tozoni-Reis (2009), a coleta de dados, levando
em conta a pesquisa a que se pretende, pode valer-se de diferentes técnicas e
instrumentos, segundo os critérios do pesquisador e segundo as condições,
objetivos e práticas de sua realização.
Podemos compreender que, como afirma a autora, a metodologia da
pesquisa-ação associa a produção de conhecimentos com a ação educativa.
De um lado, investiga, produz conhecimentos sobre a realidade a ser estudada
e, por outro, realiza um processo educativo, conduzindo a uma ação social.
Essa modalidade de pesquisa qualitativa também é conhecida como pesquisa
participante, pesquisa participativa ou pesquisa-ação-participativa (TOZONI-
REIS, 2009).
Segundo Demo (1990), a pesquisa-ação representa uma alternativa de
pesquisa que coloca a Ciência a serviço da emancipação social, trazendo
duplo desafio: o de pesquisar e o de participar, o de investigar e o de educar,
realizando a articulação entre a teoria e a prática no processo educativo.
METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido com alunos do sétimo ano do Ensino
Fundamental do Colégio Estadual Rodrigues Alves – Ensino Fundamental e
Médio, localizado no município de Maringá, estado do Paraná. A pesquisa foi
desenvolvida dentro de uma abordagem qualitativa, visto que, nesse caso,
seria difícil explicitar quantitativamente os avanços individuais e o
desenvolvimento do pensamento. Ludke e André (2012), destacam que na
pesquisa qualitativa há uma preocupação maior com o processo do que com os
resultados. Nela, o pesquisador pode obter dados que lhe proporcionam um
olhar sobre diferentes aspectos da realidade escolar. Os autores afirmam
também que cada vez mais pesquisadores da área de Educação demonstram
interesse pelo uso das metodologias qualitativas, buscando conhecimentos que
contribuam com a compreensão e o aperfeiçoamento da complexa realidade
educativa.
De acordo com os conteúdos curriculares propostos para o 7º ano do
Ensino Fundamental, foi elaborada uma Proposta Didático Pedagógica com
atividades que permitissem a abordagem do conteúdo de Botânica, por meio
de diferentes modalidades de pesquisa, buscando a participação ativa e o
envolvimento do aluno na construção de conhecimentos, o desenvolvimento de
formas mais elaboradas de pensamento e o aperfeiçoamento de habilidades
importantes para a realização de atividades individuais e em grupos.
Subsidiaram este trabalho as concepções sociointeracionistas, nas quais
a mediação é fundamental para a construção de conhecimentos. Conforme
Vasconcellos (2002), cabe ao professor, enquanto mediador e organizador do
processo ensino aprendizagem, colocar o pensamento do aluno em movimento
por meio de atividades em que o mesmo possa atuar, oferecendo subsídios
que contribuam para a construção de conhecimentos. Dessa forma, foram
organizadas as atividades, criando diversas situações que possibilitassem a
interação e a mobilização dos alunos para o estudo de Botânica.
Entre as atividades propostas, podemos destacar: leituras, observações,
aula de campo, coleta de materiais, aulas práticas, produções de textos e
cartazes e colorização de figuras. A turma foi dividida em equipes com quatro
alunos e foram utilizados como espaços para realização das atividades a sala
de aula, o pátio, o laboratório da escola e um parque, onde foi realizada a aula
de campo.
Antes de iniciar a implementação, com carga horária de trinta e duas
horas aulas, foram apresentados aos alunos o projeto, os objetivos da
pesquisa, o roteiro, as formas de organização e a avaliação das atividades que
seriam desenvolvidas.
Para obter dados referentes aos conhecimentos prévios dos alunos
sobre as plantas, foi aplicado um questionário descritivo. A participação nas
atividades e os materiais produzidos pelos alunos também forneceram dados
importantes sobre o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita e
sobre a ampliação de conhecimentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Responderam ao questionário inicial 30 alunos matriculados no 7º ano,
do período matutino. Os resultados mostraram que os alunos apresentavam
alguns conhecimentos básicos sobre as plantas, identificando como principais
diferenças entre elas apenas o tamanho e a cor. Ao serem questionados sobre
a importância das plantas para outros seres vivos, evidenciaram apenas a
utilização das mesmas como fonte de alimento. As respostas dos alunos
apontaram, ainda, dificuldades para interpretar questões simples e elaborar
suas respostas.
Com o objetivo de mobilizar os alunos para o estudo de Botânica,
aconteceu um momento de reflexão, a partir de questionamentos feitos
oralmente pelo professor sobre as diversas plantas presentes nos ambientes,
suas características e importância. Os alunos puderam relatar sobre plantas
encontradas em suas casas, na escola e em outros ambientes. De acordo com
Guarim Neto e Guarim (1996), o conteúdo de Botânica permite a abordagem
interdisciplinar de diferentes temas e a partir do momento que as plantas são
percebidas como parte integrante do ambiente, evidencia-se a importância
deste conteúdo para o desenvolvimento de uma postura ética e comprometida
com a preservação do ambiente.
Para que descobrissem razões para conhecer melhor as plantas, cada
equipe leu diferentes textos sobre a importância das plantas e apresentou para
a turma as ideias centrais do texto. É importante destacar que, por meio desta
atividade, ficaram conhecidas plantas usadas como matéria prima para
produzir combustíveis menos poluentes; embalagens comestíveis produzidas a
partir de plantas; espécies vegetais aquáticas usadas para despoluir rios
contaminados; materiais produzidos a partir de resíduos vegetais como a casca
de coco e importantes interações entre plantas e outros seres vivos, como a
dispersão de sementes e o sequestro de carbono. Devido às dificuldades de
leitura e interpretação, os alunos necessitaram da ajuda do professor para
compreender os textos e destacar as principais informações. Segundo Moran
(2012), é fundamental que o professor, como mediador, ajude os alunos a
questionar, procurar novos dados e informações e a tirar conclusões. Conforme
o autor, temos muitas informações à nossa disposição, mas não conseguimos
escolher as que são significativas e devem fazer parte da nossa vida.
A aula de campo foi organizada com o objetivo de observar e conhecer
algumas espécies de plantas, perceber a interação entre as plantas e outros
seres vivos e também coletar materiais para a realização de uma aula prática
no laboratório da escola. Todos os alunos se envolveram nesta atividade e
percebemos que, como afirma Demo (1990), a pesquisa, na Educação Básica,
define-se como caminho de aprendizagem, permitindo ao estudante a
descoberta de conhecimentos que fazem parte de um processo histórico e
também de respostas para seus questionamentos. Ao observar, comparar,
coletar materiais, questionar sobre as características das plantas, os alunos
ampliam seus conhecimentos e estabelecem relações com seus
conhecimentos prévios, permitindo a formação de novos conceitos.
Na aula prática, realizada com os materiais coletados na aula de campo,
os alunos puderam analisar diferentes tipos de folhas, identificando suas partes
e diferenciando folhas simples e compostas. Perceberam também que, por
meio da contagem das folhas, foi possível identificar mais de cinquenta
espécies de plantas que podem ser encontradas no local visitado. Os
exemplares de Briófitas coletados permitiram a identificação das principais
características desse grupo e a comparação com outras plantas observadas.
De acordo com Bizzo (2009), mesmo que a escola não tenha um espaço
físico especial, como um laboratório didático, os experimentos devem fazer
parte das atividades rotineiras da sala de aula. Dessa forma, segundo o autor,
os estudantes tem a oportunidade de realizar observações, comparar,
esclarecer dúvidas e construir conclusões. As aulas de Botânica, por exemplo,
podem ser enriquecidas com materiais simples, como folhas, sementes, flores
e frutos coletados pelos próprios alunos.
Com a finalidade de conhecer os diferentes órgãos vegetais e suas
funções, os alunos e o professor trouxeram para a sala de aula exemplares de
plantas usados na alimentação. Após a identificação de raízes, caules, folhas,
flores, frutos e sementes, cada grupo de alunos pesquisou no livro didático
adotado pela escola e em outros livros disponíveis na biblioteca, a função dos
órgãos vegetais. O resultado das pesquisas foi apresentado para a turma em
forma de cartazes e cada aluno registrou o conteúdo estudado no caderno por
meio de desenhos e anotações. Para Knauss (2004), a sala de aula pode ser
entendida como lugar de diálogo, investigação e pesquisa, onde se produz
conhecimento de maneira coletiva. Como afirma o autor, as construções e
reconstruções feitas em sala de aula, sob a orientação do professor, são
essenciais para superação do senso comum e a apropriação de novos
conceitos.
Por não estarem habituados a realizar atividades em que precisam
buscar conhecimentos e produzir textos próprios e outros materiais,
inicialmente, os alunos precisaram de um tempo maior do que o previsto para
concluir suas atividades. Percebemos que, aos poucos, sentiam-se mais
seguros para expor seus trabalhos e dialogar sobre suas dúvidas. Ao longo de
todo o processo de ensino e aprendizagem, alguns alunos não se envolveram
nas atividades propostas e não demonstraram interesse pelos conteúdos
abordados, seja por não compreenderem o assunto ou por não perceberem
relação deste com o seu cotidiano. Pozo e Crespo (2009), destacam que além
da falta de interesse, muitos alunos assumem posições passivas, não
questionando e esperando respostas prontas. Para os autores, estas e outras
atitudes inadequadas dos alunos podem comprometer sua aprendizagem.
O estudo sobre reprodução vegetal despertou o interesse da turma. Os
alunos fizeram muitas perguntas ao observar as flores com a lupa e colorir as
figuras que ilustravam o ciclo reprodutivo de algumas plantas. É importante
destacar que desenhos e colorização de figuras podem contribuir de forma
significativa com a construção de conhecimentos, especialmente com alunos
do Ensino Fundamental. Mesmo os mais alienados costumam se envolver
nestas atividades, obtendo bons resultados. Notamos que, como afirmam
Cachapuz et al. (2011), é preciso explorar diferentes alternativas, criando
possibilidades para que o aluno se envolva e participe ativamente da
construção de conhecimentos.
Com base em Moran (2012), ressaltamos que é importante propor
atividades que provoquem, problematizem e incentivem a pesquisa,
caminhando dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos.
Nota-se que o desafio de encontrar respostas pode abrir caminhos para a
ampliação de conhecimentos e construção de novos conceitos.
A partir das pesquisas sobre o processo da fotossíntese, realizadas no
laboratório de informática da escola, foram produzidos desenhos e textos que
demonstraram realmente o que cada um entendeu e apontaram a necessidade
de retomada do conteúdo por meio de aula expositiva para esclarecer algumas
dúvidas. Para Silva, Alquini e Cavallet (2006), é fundamental que os alunos
aprendam o caminho que devem percorrer caso necessitem aprofundar seus
conhecimentos sobre um assunto.
Para construir um mural sobre plantas medicinais, cada aluno trouxe as
informações de uma pesquisa realizada com os familiares e apresentou para
os colegas. Em seguida, sob a orientação do professor, que trouxe para a sala
de aula outros textos sobre plantas medicinais e sua utilização, as equipes
elaboraram folhetos informativos com ilustrações, nomes científico e popular,
propriedades medicinais e formas de utilização de diferentes tipos de plantas.
Com os folhetos produzidos pelos alunos foi organizado um mural com o título:
“Cuidando da saúde”. O resultado desta atividade trouxe grande satisfação aos
alunos que, ao longo da implementação, perceberam a importância da sua
participação para a sua aprendizagem e também para que o grupo obtivesse
bons resultados. Segundo Schuvartz (2011), a participação ativa nos grupos é
fundamental para a formação de cidadãos responsáveis que, no futuro,
poderão agir de maneira crítica na compreensão dos problemas coletivos e
lutar por causas comuns.
Com o objetivo de coletar dados para a avaliação dos resultados da
implementação, os alunos responderam novamente ao questionário inicial. De
acordo com suas respostas, foi possível perceber avanços em relação ao
conteúdo abordado. Os alunos passaram a utilizar em suas respostas termos
anteriormente desconhecidos e relacionados à morfologia e reprodução
vegetal. Apontaram a presença ou ausência de flores, frutos e sementes como
principais diferenças entre as plantas e identificaram várias plantas com
propriedades medicinais. Outro ponto importante que precisamos destacar é
que os alunos perceberam a interdependência entre os vegetais e outros seres
vivos, destacando em suas respostas a participação das plantas nas cadeias
alimentares, a produção de medicamentos e outros produtos utilizando
vegetais como matéria prima. Comparando com os questionários respondidos
no início da implementação, notamos que as respostas do segundo
questionário eram mais elaboradas, com informações mais claras e
relacionadas ao conteúdo estudado, demonstrando a ampliação de
conhecimentos e também o aperfeiçoamento da capacidade de construir
respostas.
A seguir, as respostas iniciais e finais de alguns alunos para as
principais questões propostas:
1 – Como se formam novas plantas?
N,A.S. (1ª resposta): “As plantas já crescidas tem sementes dentro e com o
tempo as sementes vão caindo e criando as raízes e crescendo como plantas.”
N.A.S. (2ª resposta): “Quando são assexuadas elas se formam a partir de
partes de outras plantas. Quando são sexuadas ocorre a união de células
reprodutoras, masculinas e femininas.”
J.C.H. (1ª resposta): “Não sei.”
J.C.H. (2ª resposta): “Algumas plantas se desenvolvem por partes de outra
planta e outras plantas se desenvolvem pela união de células.”
2 – Aponte algumas semelhanças e diferenças que você já observou entre as
plantas.
G.D.P.C. (1ª resposta): “Semelhança - clorofila e de todas precisarem de
fotossíntese. Diferença - várias plantas nascem debaixo do solo outras só
criam raízes.”
G.D.P.C. (2ª resposta): “Algumas não dão frutos, mesmo produzindo sementes
( gimnospermas). Outras sim (angiospermas), algumas se reproduzem a partir
de um broto, outras por sementes.”
E.K.S. (1ª resposta): “Algumas são grandes outras pequenas são de cores
diferentes.”
E.K.S. (2ª resposta): “Algumas plantas tem flores outras não, algumas dão
frutos, outras não, tem diferença entre as folhas.”
3 - Quais produtos/objetos usados em sua casa são de origem vegetal (
produzidos a partir de plantas)?
Y.V.F. (1ª resposta): “Alface, Repolho, Babosa, Feijão, suco de soja, maçã,
erva mate, erva sidreira, hortelã,”
Y.V.F. (2ª resposta): “Os móveis, as roupas, os alimentos, os remédios, os
produtos de limpeza e os produtos de beleza.”
B.R.G. (1ª resposta): “A alface, a cebolinha, o almeirão, a couve, a salsinha,
tudo através da planta.”
B.R.G. (2ª resposta): “Roupas, comida, remédios como arnica, chás.”
4 – O desaparecimento das plantas poderia interferir na vida de outros seres
vivos? Por quê?
F.B.O. (1ª resposta): “Sim porque há muitos animais que se alimentam delas.”
F.B.O. (2ª resposta): “Porque muitos animais se alimentam de plantas, ou seja
se elas sumissem os herbívoros morreriam e com isso os carnívoros também
iam desaparecer.”
M.C.S. (1ª resposta): “Não. Porque os outros seres vivos não precisam das
plantas.”
M.C.S. (2ª resposta): “Sim. Porque eles morreriam.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem do conteúdo de Botânica por meio de diferentes formas de
pesquisa proporcionou momentos de observação, diálogo, leituras,
descobertas, comparação e seleção de informações, elaboração de conceitos e
mostrou que há diferentes caminhos para se chegar a um conhecimento. A
participação e o envolvimento dos alunos permitiram que eles se tornassem
também responsáveis pela busca de conhecimentos e por sua aprendizagem.
As aulas tornaram-se mais dinâmicas e atrativas, sendo possível notar maior
satisfação dos alunos na realização das atividades propostas. Vale ressaltar
que o acompanhamento, orientação e avaliação de todo o processo foram
fundamentais para que melhores resultados fossem alcançados.
A pesquisa, planejada e orientada a partir do nível de desenvolvimento
dos alunos, é uma maneira de organizar o ensino dos conteúdos escolares e
de possibilitar o aperfeiçoamento de habilidades que favorecem a
aprendizagem e o desenvolvimento intelectual. Nas atividades de pesquisa, os
alunos precisam pensar sobre o que estão fazendo, fazer escolhas, construir
materiais próprios e podem demonstrar de diferentes maneiras seus avanços e
dificuldades.
A partir dos estudos durante o período do Programa de desenvolvimento
Educacional (PDE) e dos resultados da implementação, percebemos a
importância de buscar metodologias que permitam o envolvimento dos alunos
na construção e estruturação do conhecimento e contribuam com o
desenvolvimento do pensamento. É um caminho que precisa ser percorrido
aceitando os desafios, superando as dificuldades e, acima de tudo,
aprimorando e construindo novas ideias, novas formas de ensinar e aprender.
O professor que, a partir da pesquisa, busca constante aperfeiçoamento, pode
orientar adequadamente seus alunos para que compreendam o verdadeiro
sentido da pesquisa e a utilizem como caminho para descobertas e construção
de conhecimentos. Acreditamos que a formação continuada precisa ser
organizada a partir de estudos e reflexões críticas sobre a prática pedagógica,
buscando identificar problemas relacionados à realidade escolar, redirecionar
ações e criar novas possibilidades para a superação dos mesmos.
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