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Page 1: A origem das espécies

ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................1

A ORIGEM DAS ESPÉCIES...........................................................................................2

ARGUMENTOS BIOGEOGRÁFICOS...........................................................................4

ARGUMENTOS BIOQUÍMICOS....................................................................................5

ANÁLISE DAS PROTEÍNAS..........................................................................................6

ANÁLISE DO DNA..........................................................................................................7

REAÇÕES IMUNOLÓGICAS / DADOS SOROLÓGICOS...........................................8

AS IDEAIS EM QUE ESTE ARGUMENTO SE BASEIA, SÃO AS SEGUINTES:.....8

CONCLUSÃO...................................................................................................................9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................10

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INTRODUÇÃO

Como é sabido, a publicação de A Origem das Espécies teve um impacto muito

para além da esfera da Biologia. Muitos leitores acreditavam que esta obra desafiava as

concepções religiosas mais profundas. No entanto, Charles Darwin foi sempre um

homem respeitado e uma das figuras científicas mais veneradas do seu tempo,

inclusivamente no seu país natal. Como tal, foi sepultado na Abadia de Westminster, em

Londres, em 1882, uma honra raramente concedida a homens de Ciência.

Desde então, a Biologia Evolutiva floresceu e desenvolveu-se a ponto de, em

1973, Theodosius Dobzhansky escrever: “Nada em biologia faz sentido excepto à luz da

evolução”. Nos nossos dias, a comparação em várias espécies, incluindo a humana, de

um dado gene, órgão, ou sistema, é comummente praticada a fim de se tentar solucionar

os mais variados problemas nas áreas da Biologia e da Medicina.

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A ORIGEM DAS ESPÉCIES

Muito se tem escrito com grande profundidade sobre a vida e obra de Charles

Darwin, ao que não é alheio o facto de, para muitos autores, A Origem das Espécies ser

um dos mais importantes livros científicos alguma vez escrito. Por esta razão, é uma

honra para qualquer investigador prefaciar a tradução em português de uma obra que

dispensa qualquer prefácio.

Enquanto obra científica, A Origem das Espécies é peculiar. Note-se que a

primeira edição, publicada a 24 de Novembro de 1859, tinha um título diferente, Sobre

a Origem das Espécies através da Selecção Natural, ou a Preservação das Raças

Favorecidas na Luta pela Sobrevivência. No entanto, o aspecto mais importante deste

trabalho científico será porventura o carácter de resumo necessariamente imperfeito que

o próprio autor atribui na introdução.

São muitas as alusões espalhadas por toda a obra a dados e conclusões que

Darwin tenciona publicar em data oportuna. Teve várias edições, todas elas – sem

surpresa para um trabalho continuamente em construção – com correcções e alterações

significativas introduzidas pelo autor. A expressão “sobrevivência do mais apto”, por

exemplo, ocorre pela primeira vez apenas na quinta edição. A sexta edição inglesa de

1872, a última exaustivamente revista pelo autor, inclui um capítulo totalmente novo,

que Darwin aproveita como espaço para dar resposta a múltiplas críticas. Em 1876,

Darwin fez ainda algumas correcções à sexta edição; é esta a edição aqui traduzida. O

seu carácter de resumo talvez justifique a ausência das muitas tabelas, figuras, gráficos e

equações matemáticas que se espera encontrar em qualquer texto científico.

A ausência de uma linguagem científica especializada em muito terá contribuído

para o interesse mostrado por um público não especialista relativamente ao seu

conteúdo. Note-se, a título de exemplo, que a segunda edição (a de maior tiragem) foi

de 3.000 exemplares, e que durante a vida do autor foram publicadas traduções em onze

línguas. Talvez Darwin tenha feito um esforço deliberado neste sentido.

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É sabido, por exemplo, que Charles Darwin pretendia que a sexta edição fosse uma

edição popular e muito menos dispendiosa do que a primeira. Mas não só.

Porque tudo faz mais sentido à luz da evolução das ideias, aconselho a leitura de

A Origem das Espécies a todos os especialistas e não especialistas que sempre tenham

querido entender como nasce e como se apresenta com uma clareza surpreendente uma

teoria revolucionária.

ARGUMENTOS BIOGEOGRÁFICOS

A Biogeografia analisa a distribuição geológica dos seres vivos. Esta ciência

conclui que as espécies tendem a ser tanto mais semelhantes quanto maior é a sua

proximidade física e, por outro lado, quanto mais isoladas, maiores são as diferenças

entre si, mesmo que as condições ambientais sejam semelhantes. Darwin teve

oportunidade de verificar esta situação ao conhecer as ilhas de Cabo Verde e o

arquipélogo das Galápagos.

Outro exemplo que apoia a concepção evolucionista relaciona-se com os

mamíferos australianos. Neste continente, os mamíferos são significativamente

diferentes dos mamiferos dos restantes coninentes. Actualmente, todos os mamíferos

australianos são marsupiais (nascem num estado embrionário e completam o seu

desenvolvimento no interior de uma bolsa materna), não existindo mamíferos

placentários (todo o desenvolvimento embrioário tem lugar no útero materno), à

excepção dos que foram introduzidos pelo Homem.

Há cerca de 200 M.a., a Austrália estava ligada aos restantes continentes,

formando a Pangeia. Por isso, o mamíferos podiam deslocar-se por todo este

supercontinente. Mas, após a separação dos continentes, os mamíferos evoluíram

independentemente. Enquanto na Austrália os marsupiais persistiram e diversificaram-

se, nas restantes regiões do Mundo sofreram intensa competição tendo, quase,

desaparecido.

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Assim, a evolução permite compreender distribuição geográfica das espécies.

Imagem retirada do livro "Biologia 11" da Areal.

ARGUMENTOS BIOQUÍMICOS

Durante muitos anos, a Paleontologia, a Anatomia Comparada e

a Embriologia foram as principais fontes de dados que permitiram estabelecer relações

de parentesco entre os seres vivos, constituindo, assim, argumentos a favor do

evolucionismo.

Nos últimos anos, os estudos de natureza bioquímica vieram dar um impulso

notável à argumentação evolucionista, não só quantitativamente mas também

qualitativamente. 

As provas bioquímicas apoiam a evolução na medida em que reforçam a ideia de

origem comum dos diferentes grupos de seres vivos.

Os argumentos bioquímicos baseiam-se no facto de todos os seres vivos

serem constituídos pelos mesmo tipos de biomoléculas (proteínas, lípidos, glícidos,

ácidos nucleicos, aminoácidos), pelo DNA e RNA serem centrais no mecanismo global

de produção de proteínas onde intervém um código genético universal, a universalidade

do ATP como energia biológica utilizada pelas células e a existência de outras vias

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metabólicas comuns para além da síntese proteica como os processos respiratórios e

modos de atuação das enzimas. O facto de haver semelhanças quer no que respeita as

biomoléculas quer no que respeita aos mecanismos vitais das células, pode ser

relacionado com uma provável origem comum.

Assim as variações entre seres apresentam uma gradação, sugerindo uma

continuidade evolutiva (quanto mais afastados filogeneticamente se encontrarem dois

organismos, mais diferem na sequência de DNA, na sequência de proteínas e, portanto,

nos processos metabólicos que essas proteínas controlam). Como tal existem 3

processos que permitam fazer uma comparação bioquímica entre seres (e

consequentemente estabelecer uma relação filogenética) sendo estes:

 ANÁLISE DAS PROTEÍNAS

  

As proteínas são as moléculas mais numerosas no corpo dos seres vivos,

condicionando, com a sua sequência de aminoácidos específica, as características

fenotípicas desses mesmos seres. Deste modo, é de prever que quanto maior for

a semelhança entre as proteínas de indivíduos de diferentes espécies, maior é também o

seu grau de parentesco.

           Estudos sobre a molécula da insulina, uma hormona produzida pelo pâncreas

formada por duas cadeias polipeptídicas, revelaram que as várias moléculas

características das espécies teriam derivado, por pequenas mutações, de um ancestral

comum.

               

            Exemplo: A molécula de insulina dos Mamíferos considerados (homem, boi,

porco, cavalo e carneiro) é formada por 51 aminoácidos. A cadeia A desta molécula

difere, no máximo 3 aminoácidos de uma animal para outro. Este facto, sugere a

existência de uma molécula ancestral comum. Isto é, se duas espécies apresentam

sequências de genes e de aminoácidos muito próximas, muito provavelmente essas

sequências foram copiadas a partir de um ancestral comum.

           Estudo semelhante foi realizado com o citocromo C, uma proteína respiratória

que se encontra em todos os seres aeróbios. No decurso da evolução, mutações

alteraram aminoácidos em determinadas posições mas todas as espécies têm uma

estrutura e função semelhantes. Assim, a ideia de Darwin de que todas espécies estariam

ligadas por árvores filogenéticas tem apoio neste tipo de estudo pois mesmo entre seres

tão distantes evolutivamente como o Homem e uma bactéria podem ser encontradas

proteínas comuns. As proteínas são produtos da informação contida no DNA, pelo que

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estes estudos podem ser ainda mais precisos estudando a própria fonte dessa

informação.

 

Fig. 1 - Comparação entre o nº de aminoácidos de alguns animais com a evolução ao

longo do tempo.

ANÁLISE DO DNA 

                     Outra forma de estimar a proximidade entre espécies é analisando o DNA,

através da hibridação do mesmo. Nesta técnica,  procede-se inicialmente á desnaturação

das cadeias de DNA. Essas cadeias “desenroladas” são recombinadas com outras de

espécie diferente, previamente isoladas e marcadas radiactivamente  e espera-se que

ocorra o emparelhamento.

                    Quanto mais rápida for a formação de moléculas híbridas e quanto maior

for a quantidade de bases complementares, mais próximas serão as espécies do ponto de

vista filogenético.

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                    O grau de hibridação é proporcional ao grau de parentesco entre as

espécies.

 

Fig. 2 - Hibridação de uma molécula de DNA.

 REAÇÕES IMUNOLÓGICAS / DADOS SOROLÓGICOS.

 

         É também possível estabelecer um grau de parentesco entre diferentes grupos de

animais são a partir de dados sorológicos que se baseiam-se nas reacções específicas

entre anti-genes e anticorpos, através da interpretação dos mecanismos de aglutinação.

                    

As células dos animais possuem antigenes e anticorpos. O sistema imunitário de

um qualquer indivíduo reconhece como estranhas proteínas diferentes das suas,

respondendo com a produção de anticorpos específicos. Os anticorpos são proteínas

produzidas nos leucócitos, como resposta à introdução no meio interno de um indivíduo

de uma substância estranha, o antigene. A reacção antigene-anticorpo é específica, ou

seja, as duas moléculas são complementares, daí resultando a inactivação do antigene e

a formação de um precipitado visível. Deste modo, quanto maior for a diferença entre

os anti-genes de duas espécies, menor é o grau de parentesco.

 

ARGUMENTOS CITOLÓGICOS

Este argumento, sendo considerado o segundo grande princípio da Biologia do

século XIX, foi apresentado pelos cientistas Schleiden e Schawnn em 1839. Ambos os

cientistas propuseram ''que todos os animais e plantas são formados por pequenas

unidades fundamentais designadas células''.

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As ideais em que este argumento se baseia, são as seguintes:

A célula é a unidade básica, estrutural dos seres vivos, isto é, todos os seres

vivos são constituidos por células.

A célula é a unidade fisiológica de um ser vivo, isto é, as reacções que ocorrem

ao nível da célula.

A célula é a unidade reprodutora, isto é, uma célula tem origem noutra célula

pré-existente.

A célula é a unidade transmissora das características hereditárias.

Os mecanismos celulares, tais como a meiose e a mitose, são semelhantes em qualquer

célula, logo, em qualquer ser vivo.

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CONCLUSÃO

Em conclusão, todos os seres vivos são constituídos por células, que apresentam

a mesma morfologia e a mesma fisiologia, significando assim que todos os seres vivos

evoluíram da mesma célula procariótica ou eucariótica.

Convém realçar que se analisaram apenas alguns argumentos e que, por outro

lado, esta análise foi efetuada de forma compartimentada. Na realidade, na

reconstituição do processo evolutivo há necessidade de recorrer, ao mesmo tempo, ao

maior número possível de dados obtidos nas diferentes áreas do conhecimento. Para

além da Paleontologia, da Anatomia Comparada e da Citologia, também

a Embriologia e, sobretudo, a Bioquímica fornecem, actualmente, argumentos

essenciais que apoiam o evolucionismo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://bioterra-catarina.blogspot.com/2010/01/argumentos-favor-do-

evolucionismo_8069.html

http://www.netxplica.com/

Terra, Universo de Vida - Biologia - 11º Ano, Porto Editora

http://maisbiogeologia.blogspot.com/2008/12/argumentos-do-

evolucionismo.html

http://11biogeogondomar.blogspot.com/2010/09/hibridacao-de-dna-uma-

revolucao-na.html

http://teoriaevolucionistadelamarck.blogspot.com/2008/03/argumentos-

bioqumicos.html

http://11biogeogondomar.blogspot.com/2010/09/hibridacao-de-dna-uma-

revolucao-na.html

http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/citolgicos

http://www.ajudaalunos.com/cn/capi6.htm

http://www.simbiotica.org/argumentosevolucao.htm

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