A GESTÃO E O PROGRAMA DE
PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
NO MANEJO DE EUCALIPTO
Cintia Manfredini
(Unitau)
Helen Beatriz de Oliveira Fai
(Unitau)
Jorge Luiz Knupp Rodrigues
(Unitau)
Resumo A cultura do eucalipto representa uma fonte de energia 87% mais
barata que a de combustíveis fósseis, por outro lado, é devastadora:
reduz a biodiversidade, afeta os lençóis freáticos, altera a qualidade do
solo e destrói a capacidade futurra de produção de alimentos. O
impacto desta cultura sobre as terras agricultáveis, recursos hídricos,
fauna e flora, provoca também a inviabilidade da agricultura familiar.
As comunidades tradicionais campesinas e em alguns casos índios,
sem-terra e pescadores estão tendo seus modos de vida inviabilizados
pela ação deste complexo agro-exportador que mantém a inadequação
do uso dos recursos naturais no mesmo paradigma de desenvolvimento
hegemônico nos quinhentos anos de exploração do Brasil. A
implantação de florestas de eucalipto envolve um conjunto de
operações que pode iniciar com o preparo do terreno e terminar com o
último trato cultural. Estas operações podem ser realizadas por meio
de métodos manuais, semi-mecanizados ou mecanizados, dependendo
da topografia do terreno e de fatores econômicos, ambientais e sociais.
Anualmente ocorrem muitos acidentes na exploração florestal, grande
parte deles nas operações de derrubada, desgalhamento, destopamento
e toragem com motosserras, sendo a falta de experiência na atividade e
a falta de treinamento do pessoal as principais causas de acidentes. A
causa dos acidentes também está vinculada à forma de realizar as
tarefas. Assim sendo, é necessário que a empresa responsável pelo
plantio e corte de eucaliptos, estimule a conscientização dos
empregados, no que diz respeito a as condições de trabalho e os riscos
existentes no mesmo, isto pode acontecer se a empresa tiver um
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA.
12 e 13 de agosto de 2011
ISSN 1984-9354
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
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Palavras-chaves: Palavras chaves: Plantação e corte de eucalipto;
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; Equipamentos de
proteção
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1. Introdução
Nos últimos anos os conceitos de gestão passaram por grandes
transformações e o entendimento do papel do homem nas
alterações dos sistemas produtivos torna-se de suma
importância para o alcance dos objetivos organizacionais,
principalmente, dos relacionados à produtividade e qualidade.
Aumentar a produção e manter a qualidade do produto ou
serviço com menos esforço humano tem sido por longo tempo
um objetivo das organizações que buscam formas de gestão
que considerem na organização do trabalho: materiais,
máquinas, equipamentos e procedimentos. As novas
necessidades produtivas e seus impactos no trabalho humano
têm sido abordados sob vários aspectos, variando de acordo
com as diferentes áreas de conhecimento e com a natureza do
problema analisado.
O melhor caminho para alcançar a produtividade fundamenta-se em planejar as áreas de
trabalho para que os trabalhadores somente necessitem alcançar objetos e se deslocar em
certos limites, porque se as limitações e capacidades desse trabalhador forem consideradas em
sua atividade, isso poderá proporcionar um desempenho mais criativo, mais inteligente e,
portanto mais eficiente (KAZARIAN, 1989; KOTSCHEVAR E TERRELL, 1985). Neumann
et al (2006) complementam que os elementos escolhidos na fase inicial de projeto dos
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sistemas produtivos têm conseqüências para a produtividade.
Em função dessa demanda a ergonomia tem sido requerida para atuar na análise de processos
de reestruturação produtiva, sobretudo, no que se refere às questões relacionadas à
caracterização da atividade e à inadequação dos postos de trabalho. Os conhecimentos
ergonômicos buscam compreender a relação entre o homem e seu trabalho, equipamento e
ambiente, com o objetivo de proporcionar segurança, saúde e conforto para o trabalhador.
Moraes (2007) defende que na sociedade industrial, o aumento tecnológico apresenta pelo
menos três metas básicas, quais sejam: a redução dos esforços físicos, o aumento da
produtividade e a melhoria da qualidade dos produtos.
A análise sobre os avanços alcançados com o objetivo de aperfeiçoar os processos para
produzir mais e melhor e, ao mesmo tempo, prevenir transtornos, preservando a integridade
física e psicológica do trabalhador, merece especial atenção.Uma das atividades econômicas
de fundamental importância para nosso País nos dias atuais, ou seja, o processo de plantio e
corte de eucalipto é uma atividade que envolve grande massa de trabalhadores, direta ou
indiretamente. Além disso, para que os trabalhadores possam atingir um bom desempenho nas
suas funções de plantio e corte do eucalipto, deve-se procurar adaptar o trabalho às
características do trabalhador, buscando reduzir a sobrecarga física, a fadiga, o absenteísmo,
os erros, os acidentes de trabalho, bem como propiciar maior conforto, satisfação no trabalho
e bem-estar social.
Mas a introdução dos conhecimentos e das práticas ergonômicas na maioria das empresas é
dificultada, principalmente porque tem sido observada sua aplicação para o cumprimento da
legislação vigente. Esse fato reside em função dos benefícios financeiros gerados pela
ergonomia muitas vezes serem de difícil mensuração (IIDA, 2005). Percebe-se ainda uma
maior preocupação com a máquina do que com o homem, o que pode ser comprovado pelo o
alto índice de acidentes de trabalho e de problemas de saúde sofridos pelos trabalhadores.
Muitas vezes o trabalhador está fisicamente no ambiente de trabalho, porém de forma
improdutiva, desmotivado ou com problemas de saúde física e psíquica.
Este artigo visa apresentar e analisar a importância da gestão, o conhecimento a aplicação do
PPRA (programa de prevenção de risco ambiental) no plantio e corte de eucalipto. É
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importante também analisar e identificar, na aplicação prática, a contribuição que a utilização
dessas máquinas e equipamentos, ergonomicamente adequados, podem oferecer para a
melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e do desempenho na gestão de empresas que
atuam neste ramo de atividades.
2. Problema
Como a gestão deve buscar a conscientização dos empregados sobre a importância dos
Programas de Prevenção de Risos Ambientais?
3. Objetivo
Estimular a reflexão sobre a cultura, o plantio e o corte do eucalipto e também sobre a
importância da elaboração e utilização do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
4. Metodologia
Para a realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de
campo na empresa Ocre através de observações do manejo do eucalipto, de entrevista com
envolvidos (gestores, empregados etc.). A coleta de dados foi iniciada em maio de 2010 e
concluída em outubro de 2010, realizada em áreas de corte de eucalipto dos municípios de
Taubaté e Caçapava, no Vale do Paraíba do estado de São Paulo. Verificou-se a aplicação do
PPRA em uma amostragem composta por 53 operadores de motosserra (47 % do total),
trabalhando em sistema um mais um, ou seja, com um ajudante, em operações de derrubada e
traçamento, e ainda, machados que efetuam o desgalhamento.
5.Uma reflexão sobre o eucalipto no Brasil e suas conseqüências
O eucalipto é tipo de vegetal, cuja espécie exótica é originária da Austrália, possuindo 600
espécies. Suas árvores e podem alcançar em média 50 metros de altura. Pode ser plantado
tanto à beira-mar, quanto a 4.000 metros de altitude, sob temperaturas que variam de 35°C a -
18°C. Quando em 1770, o eucalipto foi introduzido na Europa, havia uma crença de que ele
possuía poder milagroso quanto à malária e outras doenças. No Brasil data de 1825, o plantio
e cultivo das primeiras mudas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em 1882, foi
considerado o causador da febre amarela e, literalmente, arrancado pela população de
Vassouras/RJ. O cultivo destinava-se à produção de lenha para locomotivas, dormentes para
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ferrovias, postes para eletrificação, matéria-prima para produção de celulose e produção de
carvão vegetal.
O cultivo em larga escala, teria iniciado em 1903, pela Companhia Paulista de Estrada de
Ferro em seu primeiro Horto Florestal, Jundiaí/SP, pelo silvicultor Edmundo Navarro de
Andrade. A espécie cultivada era a denominada de eucalyptus globulus, com sementes
trazidas de Portugal. Vecchi e Andrade (1918) afirmaram em seu livro que seria muito difícil
encontrar uma planta que podia ser utilizada tão completamente. Porém, destacam os
referidos autores que quando em momentos de falta de chuvas, as raízes destas árvores abriam
verdadeiros drenos para retirar do solo grande quantidade de água, em função de seu
extraordinário poder de absorção através das raízes e grande poder de evaporação pelas
folhas.
Entre 1909 a 1966, a cultura do eucalipto se expandiu e surgiu a Lei de Incentivos Fiscais ao
Reflorestamento nº 5.106, de 1966, que permitia ao agricultor aplicar 50% do Imposto de
Renda, em áreas de reflorestamento. O IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal), não conseguia definir e testar as essências florestais de maior conveniência para o
reflorestamento brasileiro, assim sendo, nos estados do sul do País, foi introduzido, pelos
interesses da iniciativa privada visando à obtenção do retorno de seu investimento em curto
prazo, a espécie Pinus Elliotti, um tipo de pinheiro americano, e o Taeda, um tipo de pinheiro
brasileiro. Já nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, a preferência para
reflorestamento era do eucalipto, apesar de muitas críticas e indicações de técnicos
especialistas que afirmavam que o cedro, o mogno e o jacarandá, se devidamente tratados,
alcançariam um acelerado processo de crescimento e também valor de mercado internacional
em função de serem madeiras muito procuradas.
Neste período a média de árvores derrubadas já era de centenas de milhares por ano, e não
havia um plano para recuperar o saldo negativo deixado pelo corte das reservas naturais. Em
poucos anos, a produção madeireira alcançou níveis altíssimos, e paralelo a isto, ocorria a
instalação de várias fábricas de pasta mecânica de celulose e papel no Brasil. Segundo dados
neste período já existiam cerca de 470 mil hectares destinado a plantação de eucalipto, sendo
que 80% deste total estava no Estado de São Paulo. A FAO (Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e Alimentação), em 1973 obteve os dados para a elaboração do clássico
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Eucalypt for Planting (FAO, 1981), demonstrou que a área total plantada de eucalipto no país
tinha ultrapassado 1 milhão de hectares, o que representava a maior área de cultura de
eucalipto do mundo, sendo mais que o dobro da área plantada pela Índia, que ocupava o
segundo lugar em tal cultura.
O governo Geisel em 1974, com a criação de três subsidiárias com a finalidade de apoiar o
empresário brasileiro, estimulou enormemente a o desenvolvimento de grandes projetos e um
deles foi realizado pela empresa Aracruz Celulose S.A, que possuía como acionistas o próprio
BNDE, o grupo Walter Moreira Salles, a Cia. Souza Cruz (BAT-British Tobacco), Erling
Lorentzen e Billeruds Aktiebolag. Sobre este investimento feito na empresa privada, o
governo brasileiro através do BNDE Notícias dizia que o contrato assinado em 21 de agosto
de 1975 fora "A maior colaboração financeira já concedida a uma empresa do setor privado.
Em 1975, começa a entropia dos produtores brasileiros, decrescendo a produção brasileira em
16,1%, sobreviveram ou continuaram ativas apenas as empresas que haviam providenciado o
replantio.
Segundo Rudolf (1977), a produção nacional de celulose deverá, em longo prazo, crescer
substancialmente, devido ao esgotamento de reservas florestais de outros países, porém a
preocupação é principalmente, com o controle da expansão e com os resultados da mesma. A
FAO por volta de 1985 alertava sobre os problemas sociais e ambientais do eucalipto, dizendo
que "o eucalipto não deve ser plantado em larga escala sem uma avaliação de suas
conseqüências econômicas e sociais". No Brasil por volta de 1986, e função dos incentivos
fiscais concedidos pelo Governo Federal, possuímos cerca de 3,2 milhões de hectares
plantados.
A partir de 1987, os incentivos deixaram de existir. No estado da Bahia, em 1988, vários
grupos como produtores rurais, clero, parlamentares e autoridades estaduais e federais,
manifestaram-se favoráveis ao cessar o plantio de eucalipto no estado, pois as extensas
plantações estavam ocupando terras agricultáveis e expulsando os pequenos produtores de
suas terras. O estado do Espírito Santo em 2001 criou uma lei que proíbe novos plantios de
eucalipto no estado. Já no estado de Minas Gerais a paisagem foi transformada pela
monocultura, desaparecendo pássaros, mamíferos e plantas, inclusive em áreas de Mata
Atlântica e cerrado (LIMA, 2005).
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6. O plantio e corte do eucalipto
O setor florestal brasileiro tem crescido muito na última década, sendo importante buscar
novas alternativas de implantação florestal com sistemas mais adequados para alcançar a
sustentabilidade econômica, ambiental e social, garantindo a saúde e a segurança. A cultura
do eucalipto representa uma fonte de energia 87% mais barata que a de combustíveis fósseis,
por outro lado, é devastadora: reduz a biodiversidade, afeta os lençóis freáticos alteram a
qualidade do solo e destrói a capacidade futura de produção de alimentos. A expansão da
monocultura do eucalipto para produção de celulose e carvão vegetal construiu um complexo
agroindustrial exportador, que ao longo das últimas quatro décadas no Sudeste vem
impactando os rios dessa região que foram degradados pela contaminação por uso intensivo
de agrotóxicos e por um processo de secamento relacionado ao plantio em larga escala,
comprometendo a pesca e a qualidade e quantidade da água potável. A empresa Aracruz
Celulose desviou o Rio Doce para garantir o consumo abusivo de 248.000 metros cúbicos
diários, inclusive gratuitos, das suas três fábricas de celulose (FASE, 2003).
A fabricação de celulose produz resíduos que lançados nos rios contribuem para a
contaminação do lençol freático. A mais recente fábrica a ser inaugurada no Nordeste
localiza-se no território do município de Eunápolis, próximo a sede do município de Itapebi e
estará utilizando a água do Jequitinhonha, a água do Santo Antônio será utilizada para
abastecer a vila operária da fábrica e não estará livre de riscos de poluição, já que a população
em sua cabeceira, junto à fábrica, deverá aumentar. Os efluentes do processamento da
celulose serão despejados no rio Jequitinhonha, pouco mais ao norte, pois, o Santo Antônio
não tem vazão suficiente para dar conta dos dejetos, e o movimento ambientalista teme e
denuncia que o Jequitinhonha também não o tenha (SAMPAIO, 2003).
O impacto desta produção sobre as terras agricultáveis, recursos hídricos, uma fauna e flora.
Sem vem provocando a inviabilidade da agricultura familiar. As comunidades tradicionais
campesinas e em alguns casos índios, sem-terra e pescadores tem seu modo de vida
inviabilizados pela ação deste complexo agro-exportador que mantém a inadequação do uso
dos recursos naturais no mesmo paradigma de desenvolvimento hegemônico nos quinhentos
anos de exploração do Brasil. Para alguns autores como Oliveira et al. (1991, ZANUNCIO et
al, 1991; SANTANA, ANJOS, 1989; SANTANA, COUTO, 1990), a ampliação da área
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plantada com eucalipto modificará as condições para todas as formas de vida da região, e o
impacto se inicia pela mirmecofauna com a proliferação das pragas típicas do eucalipto,
especialmente saúvas cortadeiras e desfolhadeiras do eucalipto.
A atividade florestal brasileira participa com 4% do PIB nacional, gera muitos empregos e é
considerada uma das principais atividades para responder aos desafios da exportação. Das
áreas de floresta brasileiras, 64% são ocupadas com o plantio de eucalipto e 36% com pinus,
distribuídas pelas regiões Sudeste (56%), Sul (27%), Nordeste (9%), Centro-Oeste (4%) e
Norte (4%). Minas Gerais é o estado que apresenta maior área plantada, com 1.678.799
hectares, seguido de São Paulo, com 776.160 hectares e Paraná, com 672.130 hectares
(INCAPER, 2006).
A implantação de florestas de eucalipto envolve um conjunto de operações que pode iniciar
com o preparo do terreno e terminar com o último trato cultural. Estas operações podem ser
realizadas por meio de métodos manuais, semi-mecanizados ou mecanizados, dependendo da
topografia do terreno e de fatores econômicos, ambientais e sociais. O conhecimento do perfil
e das condições de trabalho dos trabalhadores envolvidos na atividade florestal relacionada ao
eucalipto é útil na implementação de novas técnicas de treinamentos, de melhorias das
condições de trabalho e da satisfação em uma determinada empresa. Os trabalhadores
desempenham diferentes tipos de funções que exigem diferentes habilidades sendo de suma
importância o levantamento do perfil do trabalhador.
7. Prevenção de riscos ambientais
Para SILVA (1989), a causa dos acidentes está vinculada à forma de realizar as tarefas. O
acidente é percebido em sua relação com a forma pela qual o trabalhador realiza ou é
obrigado a realizar o seu trabalho. A configuração dos acidentes está vinculada à configuração
da atividade em que eles ocorrem. O acidente desvinculado do processo, também chamado de
azar, ocorre em número mínimo e sua prevenção é praticamente impossível. Entretanto,
geralmente os trabalhadores se acidentam durante as atividades para as quais estão previstos,
com os equipamentos previstos e, na maioria das vezes, de forma absolutamente previsível.
Os problemas econômicos acarretados pelos acidentes de trabalho atingem o acidentado, a
empresa, a sociedade e o País. A redução da capacidade de trabalho, em virtude de acidente,
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diminui a produtividade do trabalhador, reduzindo assim as suas possibilidades de progressão
na empresa, limitando o aumento salarial e a motivação de uma futura promoção. Além do
custo do equipamento danificado, salários pagos para treinar o substituto, despesas médicas e
farmacêuticas e queda da produção, muitos outros fatores contribuem para aumentar os custos
de um acidente de trabalho (PEREIRA E MACHADO, 1989).
As avaliações ergonômicas contribuem para revelar as reais condições de trabalho, bem como
para detectar os erros e procurar adaptar as condições de trabalho ao homem, visando
harmonizar e trazer benefícios ao trabalhador. Assim sendo, é necessário que a empresa
responsável pelo plantio e corte de eucaliptos, estimule a conscientização dos empregados, no
que diz respeito a as condições de trabalho e os riscos existentes no mesmo, isto acontecer se
a empresa tiver um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA.
O desenvolvimento gerencial resulta na aquisição, expansão ou reformulação de
conhecimentos, habilidades e atitudes, de forma planejada, sistemática, para aperfeiçoamento
do desempenho atual. E, ao mesmo tempo, preparação para posições de maior
responsabilidade, demonstrando assim, a importância do autodesenvolvimento através do
interesse e esforço com relação a dificuldades, desafios e oportunidades.
Carvalho (1995) alega que os gerentes são os verdadeiros gestores de recursos humanos,
dessa forma, sua visão acerca do indivíduo, seus modelos condicionam suas ações. Mudanças
significativas no comportamento gerencial, portanto, implicam em modificações de
concepções. De acordo com seus objetivos, diretrizes e planos, cada organização define quais
conhecimentos, habilidades e atitudes, são necessários e desejáveis para o desempenho atual e
futuro. Assim, a abordagem de sistemas é inevitável se o desenvolvimento gerencial for
compreendido como um processo abrangente de interação entre o homem, o trabalho e o
ambiente intra e extra-organizacional, ao invés de somatório de alguns cursos e seminários.
8. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
Este programa é baseado na Norma Regulamentadora 9 (NR- 9) da Portaria 3.214/78. Seu
objetivo é estabelecer uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e
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integridade dos trabalhadores frente aos riscos dos ambientes de trabalho. Dentre os riscos
ambientais citamos os agentes físicos, químicos e biológicos, variáveis quanto a natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição. A organização precisa conhecer e utilizar
as determinações do programa de prevenção de riscos ambientais para que possa orientar o
seu empregado na realização de suas atividades, evitando ocorrência de acidentes do trabalho.
O montante das despesas decorrentes de acidente do trabalho é pago pelo empregador por
meio do recolhimento de uma taxa ao INSS cuja variação percentual obedece a graduação de
risco da empresa (TAVARES, 1996). Além de orientar o empregado em relação aos riscos
ambientais, a organização deve exigir o cumprimento das normas para evitar possíveis
problemas com acidentes. Conforme o artigo 158, inciso 2º da CLT, o empregado deve
observar as normas de Segurança e Medicina do Trabalho colaborando com a empresa na
aplicação das ordens de serviço quanto a precauções a tomar no sentido de evitar acidentes.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais baseado na NR 9 no seu item 9.3.1, deve ter
as seguintes as etapas:
a) antecipação e reconhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.
Para identificar um determinado risco, a organização deve fazer uma análise prévia de novos
processos a serem implantados, e normalmente esta análise é feita por uma equipe própria e
através de um ato impositivo da alta administração. Já o tópico relativo ao reconhecimento de
riscos é comumente realizado por consultorias, que vão até o local e buscam e verificam os
riscos existentes. O estabelecimento de prioridades e metas de avaliação, bem como a própria
realização da avaliação dos riscos, por sua vez, depende diretamente da empresa, pois envolve
custos de exames, inclusive laboratoriais, envolvendo assim a necessidade de prever e
disponibilizar recursos junto à estrutura de custos da empresa (CROTTI, 2010).
A implantação das medidas de controle e a avaliação da eficácia das medidas adotadas
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dependem de um estudo técnico, há a necessidade de a empresa disponibilizar recursos
financeiros, os quais em certos casos podem ser de valores considerados. O mesmo ocorre
com o monitoramento, pois há a necessidade de estudos técnicos constantes e, em muitos
casos, são fundamentais exames laboratoriais. Portanto, a empresa de consultoria pode apenas
atuar, conforme contrato, nas ações não estratégicas. Assim sendo, acaba por executar apenas
parte de o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), cabendo à empresa sua
realização plena. Logicamente, as consultorias podem auxiliar a empresa na execução destas.
(CROTTI, 2010).
Os documentos emitidos pelas consultorias possuem um prazo de validade e isto pode ser
comprovado através do item 9.2.1.1 da NR9 que afirma que "Deverá ser efetuada, sempre que
necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu
desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e
prioridades". Assim, temos a obrigação legal de, ao menos uma vez por ano, realizar uma
análise global, que deve compreender todas as etapas do PPRA. Nesta análise, dentre outros
aspectos, deverão ser: definidos quais áreas serão mais bem analisadas, quais testes
laboratoriais serão realizados, onde serão investidos recursos para a melhoria das condições
ambientais etc.
Se fizermos uma analogia com os sistemas de qualidade, é o mesmo que a análise critica,
onde, uma vez por ano, há uma reunião onde se verifica o que vai ser feito e o como vai ser
conduzido o assunto "segurança do trabalho", naquele período. Em outras palavras, é a
oportunidade de verificar se o que foi planejado foi realizado. E aí realizarem as correções de
rumo, se necessário, definindo os próximos passos etc. Assim sendo, a obrigatoriedade de ser
realizada uma análise global por ano, para se definir metas e corrigir eventuais rumos e não
ter um documento com validade anual (CROTTI, 2010). É importante entender que o PPRA,
como o nome já diz, é um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, ou seja, é um
programa contínuo de melhorias das condições ambientais.
Os equipamentos de proteção individual (EPI) recomendados pelo PPRA para os
trabalhadores que desenvolvem atividades de corte de eucalipto são o capacete conjugado
com protetor auricular e viseira para proteção da cabeça, olhos e a audição em especial, o
equipamento motosserra tem um nível de ruído acima do limite de tolerância permitido pela
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NR 15 que é 85 db. A calça de motosserrista tem fios de náilon para proteção de corte com o
equipamento, em caso de rebote do mesmo a calça protege evitando o corte nos membros até
mesmo amputamento.
O coturno cano longo com metatarço protege os pés e a canela do corte do equipamento em
caso de rebote, além disso evita picada de animais peçonhentos como cobra, aranha,
escorpião, etc. A luva protege das vibrações do equipamento conforme a norma da ACGIH
(Americana de Higienistas Industriais Governamentais) é permitido apenas Z= 4,00 m/s2 e
das picadas de animais peçonhentos . Ao manusear óleo e gasolina o Creme protetor Luvex
protege a pele das doenças por produto químico, o creme é utilizado em todo abastecimento
da motoserra.
Os Equipamentos de Proteção Individual devem ser adequados tecnicamente ao risco exposto
o trabalhador e o equipamento usado numa atividade/operação, níveis de exposição a certo
agente de risco e a atividade exercida, levando em conta a eficiência para o controle da
exposição ao risco e o conforto do trabalhador na correta utilização dos EPI’s e orientados
sobre suas limitações. Deve haver normas e procedimentos sobre a guarda, a higienização, a
conservação, a manutenção e a reposição dos EPIs. Deve ainda existir a caracterização das
funções ou atividades dos trabalhadores com a identificação dos EPIs utilizados para os riscos
ambientais. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais discute a avaliação realizada na
função operador de motosserra e as medidas de controle a cada avaliação, conforme exemplo
da Figuras 1 e 2 abaixo, realizado na empresa Ocre.
PPRA - ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS
Empresa: Data: 10/09/2009
Função: Operador de Motoserra Folha: 01
Setor: Colheita Expostos: 18
Descrição da Função: Responsável pela inspeção e abastecimento da moto serra, executa e abate (corte de árvore), auxilia outros
operadores de moto serra durante o abate de árvore com gancho, verifica inclinação, direção do vento, direção do abate, elimina grandes
saliências, verifica primeiro o corte verticalmente e depois horizontalmente, e o corte de cunha, responsavel pela montagem do cabo
deslizante utilizando talhas.
Risco Agente / Fonte Nível Ambiental Gradação Gradação Medidas de
Avaliado LT Nível Ação efeito exposição Controle
FIS
ICO
Ruído 98 db(A) 85 db(a) 80 db(a) 1 2 EPI e Controle
médico
Radiação Solar Qualitativo N/A N/A 2 Variável EPI( creme protetor
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solar FPS 30,
camisa manga
longa, toca árabe) e
Controle medico.
Vibração de mãos e
braços 3,337 M/S2
Z=4,00m/s2(limite
de exposição) N/A 2 2
EPC e Controle
médico
QU
IMIC
O
Gasolina\ Lubrificante Qualitativo N/A N/A 1 1 EPI e Controle
médico
Poeira de Madeira 0,667 mg/m3 1,00 mg/m3 0,5 mg/m3 1 1 Controle médico.
Bioló- Ausência de agente
nocivo
gicos
Categ. Gradação Efeitos à saúde Categ. Gradação Qualitativa de Exposição
0 Efeitos reversíveis e pequenos 0 Nenhum contato com o agente ou desprezível
1 Efeitos reversíveis à saúde, preocupante 1 Contatos esporádicos com o agente
2 Efeitos severos à saúde, preocupante 2 Contato frequente c/ agente à baixa concentração
3 Efeitos irreversíveis à saúde, preocupante 3 Contato frequente c/ agente à alta concentração
4 Ameaça à vida, lesão incap. Ocupacional 4 Contato frequente à altissima concentração
Figura 2 – Analise de Risco da função Operador de Motoserra, 2009/10.
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Medidas de controle e recomendações
Setor Função Risco Agente EPI EPC Recomendações
Colheita Operador de
Motosserra
Físico
Ruído Protetor auricular N/A
Vibração N/A
Cabo anti-
vibratório;
amortecedores
*
Químico Gasolina\ Óleo
Lubrificante
Luva nitrilica;Creme
protetor N/A
Treinamento de
uso de EPI
Manutenção Mecânico
Físico Ruído Protetor auricular N/A Treinamento de
uso de EPI
Químico Fumos Metalicos
Avental,mangote,protet
or facial,oculos,creme
protetor
N/A Treinamento de
uso de EPI
Lubrificante,graxa N/A N/A Controle Medico
Colheita \
Arraste Tratorista
Físico
Ruído Protetor auricular N/A Treinamento de
uso de EPI
Vibração N/A Banco com
estofado **
Químico Óleo Lubrificante
Luva de
borracha;Creme
protetor
N/A Treinamento de
uso de EPI
Transporte Motorista Físico Vibração N/A
Banco com
estofado **
Ruído N/A N/A Controle Medico
Transporte Supervisor de
Transporte Físico
Vibração N/A Banco com
estofado **
Ruído N/A N/A Controle Medico
Ruído N/A N/A Controle Medico
Ruído N/A N/A Controle Medico
Treinamento adequado sobre o uso do equipamento.
Pausas e escalas de trabalho
Promover um programa de manutenção preventiva priorizando o uso de complemento
Uso de luvas para atenuação da vibração.
** Recomendações: Medidas técnicas preventivas visando a redução da intensidade da vibração dirigida ao corpo inteiro
Além das recomendações acima, uso de assento com uso de suspensão a ar, cabine com suspensão, manutenção no
sistema de suspensão, calibração adequada do pneu, utilização de banco com descanso para braços, apoio lombar e
ajuste do apoio para as costas
Observação: 1) Para a função de Tratorista recomendamos que as pausas e escalas de trabalho respeitem o limite
máxima de exposição que é neste caso 2,5h de trabalho efetivo por dia.
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Figura 3 – Medidas de controle e recomendações, 2009/10
Deve existir um plano de ação recomendado para cada risco e os empregados devem ser
treinados quanto à correta utilização dos EPIs e orientados sobre suas limitações. Deve ainda
existir a caracterização da função de operador de motoserra com a identificação dos EPIs
utilizados para os riscos ambientais. O protetor auricular tipo concha são classificados com
taxas de redução de ruído (NRRs, de Noise Reduction Rates, ou SNR na União Européia), que
possibilitam a escolha do tipo de protetor de acordo com o nível de decibéis ao qual o
empregado esta exposto.
Para o risco de vibração avaliado é recomendado o cabo anti-vibratorio da motosserra
conforme a ACGIH (Americana de Higienistas Industriais Governamentais). O protetor solar
conforme o trabalho em céu aberto é de extrema importância para proteção das radiações não
ionizantes que os empregados estão expostos. A exposição do empregado ao risco de
gasolina/óleo lubrificantes é recomendada o uso da luva nitrílica e creme protetor para a
proteção da pele contra doenças, o empregado deve ser treinado para utilizá-lo de maneira
eficaz ao risco.
Verifica-se nas empresas, o SST (Sistema De Segurança no Trabalho), de acordo com as
exigências das normas regulamentadoras. Cada acidente é projetado de uma massa de
comportamentos de risco ocorrido em que há uma demonstrável de Classificação dos
acidentes de trabalho, a taxa de freqüência e a taxa de gravidade dos acidentes e doenças
ocorridos durante o ano com afastamento e sem afastamento conforme exemplo das Tabela 1,
2, 3, e Figuras 4, 5 e 6 abaixo, seguindo as portarias que determinam a documentação
necessária.
DATA DO MAPA 08.01.2010
Setor N. de acidentes Perda Avaliada
(R$1000,00)
Acidente sem vítima Observação
Dias Perdidos
Administrativo 00 R$ 00 00 00
Colheita 02 R$ 00 00 00
Colheita 01 R$ 00 00 00
Total 03 R$ 00 00 00
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Responsavel pela informação:
Fonte: Empresa Ocre 2009/2010
Tabela 1 – NR - 4 mapa do ano de 2009/2010
Figura 4 – Acidentes com vítima, 2009/10
Fonte: Empresa Ocre 2009/2010
A Portaria 3.214/78 NR-4, também determina o registro atualizado mensalmente dos
acidentes do trabalho que deve ser encaminhado um mapa contendo avaliação anual dos
mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até 31 de Janeiro, através
do órgão Regional do Ministério do Trabalho, conforme Tabelas 2 e 3.
DATA DO MAPA 08.01.2010
INSALUBRIDADE
Setor Agentes
Identificados
Intensidade ou
concentração
N. de trabalhadores
expostos
Administrativo 00 R$ 00 00
Colheita 02 R$ 00 00
Colheita 01 R$ 00 00
Total 03 R$ 00 00
Obs: não temos atividades insalubres em nossa empresa de acordo com PPRA, PCMSO e LTCAT.
Fonte: Empresa Ocre 2009/2010
Tabela 2 – NR - 4 mapa do ano de 2009
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DATA DO MAPA 08.01.2010
DOENÇAS OCUPACINAIS
Tipo
de
doenç
a
Nº
absoluto
de casos
Setor de
atividade
do portador
Nº Relativos de
casos
(% Total
Empregados)
Nº de
obitos
Nº de
Trabalhadores
Transferidos
p/outro setor
Nº de Trabalhadores
definitivamente
Incapacitados
00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00
Fonte: Empresa Ocre 2009/2010
Tabela 3 – NR - 4 mapa do ano de 2009
DATA DO MAPA 08.01.2010
ACIDENTE C/ VITIMA
Setor Nº
Absoluto
Nº Absoluto
C/
Afastamento≤
15 Dias
Nº Absoluto
c/afastamento
> 15 dias
Nº Absoluto
Sem
Afastamento
Índice
Relativo
Total de
Empregados
Dias
/Homem
Perdidos
Taxa de
Freqüência
Óbitos Índice de
Avaliação
da
gravidade
Administrativo 03 00 00 00 02 00 37500 00 00
Colheita 105 00 00 02 64 00 13125 00 00
Colheita 57 00 00 01 35 00 71250 00 00
Total do
Estabelecimento
165 00 00 03 100 00 20625
00 00
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Fonte: Empresa Ocre 2009/2010
Figura 4: Evolução mensal com taxa de freqüência e dia da semana que ocorreu o acidente.
Figura 5: Taxa de Freqüência de Acidentes com Afastamento e Sem Afastamento, 2009/10
EQUIPAMENTO
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Nome do Funcionário N° Registro
- EPI - Função Setor
DECLARAÇÃO
A - Declaro haver recebido, nesta data, para o meu uso e proteção pessoal, em serviço, os equipamentos abaixo descritos, os quais me comprometo a utilizar de
acordo com orientações técnicas que me foram dadas quanto ao seu uso, tarefa e locais determinado
B - Responsabilizo-me também pela guarda e conservação dos equipamentos, respondendo pelo eventual desaparecimento e/ou danos causados por descuido ou
mau uso - NRR4 da Portaria 3067/88 Item 4.6 - Letra A e B.
C - Comprometo-me ainda a apresentar para troca, todo o equipamento que no decorrer do uso apresentar defeito ou desgaste naturais da utilização, tão logo
estes forem constatados.
D - Declaro também, estar ciente, de que o não uso dos equipamentos abaixo discriminados, constitui ato faltoso cabível a aplicação de medidas disciplinares,
por parte da Empresa, conforme a lei 6514 de 22.12.77, artigo 158, parágrafo único e NR6 item 6.7
_____/_____/______ __________________________
Assinatura
EQUIPAMENTOS RECEBIDOS
DATA DESCRIÇÃO FABRICANTE CA ATENUAÇÃO QUANT. ASSINATURA DATA DEVOLUÇÃO
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Figura 6: Ficha de Controle de Entrega e Devolução de EPI (equipamento de proteção individual), 2009/10
9. Conclusões
Durante muito tempo as empresas não se preocupavam com a Segurança de seus
colaboradores, não fornecendo o EPI (equipamento de proteção individual) nem o EPC
(equipamento de proteção coletiva) e seus colaboradores se acidentavam, perdia membros, a
capacidade laborativa e ate mesmo chegavam a óbito e as empresas. O Brasil apresenta um
porcentual de 90% para causas de acidentes relacionadas a atos inseguros e 10% a condições
inseguras, não havendo valores para fator pessoal de insegurança (GONÇALVES, XAVIER E
KOVALESKI, 2005).
As empresas começaram a se preocupar quando a fiscalização
passou a punir com freqüência e também com a entrada dos
certificados de qualidade como a ISO. Tornou-se necessário
que as estatísticas de acidentes diminuíssem, desde então as
empresas iniciaram um trabalho forte em Segurança nos
setores da empresas, palestras e treinamentos identificando os
riscos e necessidades a serem realizadas.
Através desse levantamento iniciou-se um PPRA (programa
de prevenção de riscos ambientais) na empresa estudada, esse
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programa evolui a cada dia, acrescentando o EPI adequado, o
EPC ideal para cada equipamento, as ações nas avaliações dos
riscos físicos, químicos e biológicos e até mesmo o conforto
dos colaboradores nos postos de trabalho. Considerou-se
também a área da saúde, através dos riscos foi identificado à
importância dos exames para cada função, levantado a
importância das ações de um medico nos postos de trabalho e
planejando os próximos exames complementares para cada
função. Com essa conquista os trabalhadores passaram a ter
uma vida mais saudável, sem doenças ocupacionais, sem
acidentes. Com o PPRA o corte de árvores com motosserra
permitiu que se atingisse produtividade individual
relativamente elevada, com baixo investimento inicial, além
de poder ser feito em locais de difícil acesso.
Toda e qualquer empresa de papel e celulose precisa se certificar com a ISO para se manter no
mercado internacional, lucrando e se mantendo sem prejuízos para a mesma e seus
colaboradores. Nessa evolução a área de Saúde e Segurança do Trabalho na empresa
pesquisada teve-se um aliado fundamental - o departamento de Recursos Humanos, que
ministra treinamentos e palestras educativas na área de saúde educando a cada um a ter uma
vida mais saudável e conseqüentemente sem Acidente no Trabalho. O conhecimento desses
fatores é fundamental para que a área de trabalho, o seu arranjo, os equipamentos e as
ferramentas sejam bem adaptados às capacidades do trabalhador. Para atingir um bom
desempenho, deve-se adaptar o trabalho às características do trabalhador, buscando reduzir a
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sobrecarga física, a fadiga, o absenteísmo, os erros, os acidentes de trabalho e propiciando
maior conforto, satisfação no trabalho e bem-estar social.
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