A Eletroterapia Aplicada na Estética Facial
A eletroterapia vem sendo cada vez mais utilizada nos
tratamentos estéticos faciais e corporais, sendo até considerada
como fundamental por muitos profissionais da área. Por esse fato, é
imprescindível o conhecimento pleno das técnicas e sua correta
utilização evitando lesões, assim como sua aplicação.
Esse texto tem como objetivo definir as técnicas, no sentido de
elucidá-las sem aprofundar detalhes técnicos sobre as mesmas,
nem mesmo detalhes de sua aplicação.
O ideal é que as técnicas apresentadas a seguir devem ser
utilizadas por profissionais capacitados, ou seja esteticistas,
médicos e fisioterapeutas, entre outros profissionais da área da
saúde, que tenham em seu currículo matérias básicas, como
anatomia, fisiologia e principalmente eletroterapia.
Corrente Galvânica: É uma corrente do tipo contínua e com sentido
unidirecional, ou seja, os elétrons caminham num só sentido do pólo
negativo para o positivo. São utilizados dois eletrodos, um positivo
(vermelho) outro negativo (preto), havendo necessidade de ambos
estarem em contato com o cliente fechando o circuito. Com a
corrente galvânica são realizadas as seguintes técnicas faciais:
• Ionização.
• Desincruste
• Eletrolifting ou Galvanopuntura
• Eletrólise ou EletrocoagulaçãoProporciona alguns efeitos
fisiológicos no organismo, tais como: • Hiperemia local
• Vasodilatação local
• Elevação da temperatura local
• Elevação do metabolismo
• Otimização da circulação sangüínea
• Analgesia
Ionização
É uma técnica que facilita a penetração das substâncias ativas dos
cosméticos através da pele. A química a define como o processo
pelo qual um átomo ganha ou perde elétrons transformando-se em
íon. Quando ganha torna-se um íon negativo ou ânion e quando
perde torna-se positivo ou cátion. A utilização da corrente elétrica
“quebra” as moléculas do princípio ativo do produto transformando-
as em íons, os quais possuem massa e tamanho menores que a
molécula.
Essa dissociação facilita a passagem do produto pela pele, pela
membrana celular e pelos folículos pilo-sebáceos, permitindo
melhores absorção e penetração. Sabemos que substâncias com
cargas iguais se repelem e substâncias com cargas opostas se
atraem; o mesmo ocorre entre os íons e os pólos da corrente.
Ionizando o produto com o pólo de mesma carga, estamos
provocando uma repulsão entre o produto e o eletrodo e uma
atração entre o produto e o organismo, facilitando sua penetração.
Geralmente os produtos utilizados são ampolas nutritivas à base de
uréia, colágeno, elastina, extrato placentário, DNA, vitamina C,
entre outros.
Além de favorecer a penetração de substâncias nutritivas, também
estimula os tecidos promovendo um aumento do metabolismo e
melhora da atividade celular.
Essa técnica é indicada para tratamentos preventivos de
envelhecimento ou involução cutânea ou mesmo para atenuar os
sinais do envelhecimento.
Podem ser utilizados os dois eletrodos em esfera, movimentados ao
mesmo tempo, ou um esfera e o outro bastonete, ou com e eletrodo
caneta, especial para linhas de expressão, e o bastonete.
Desincruste
É uma técnica que utiliza a corrente galvânica para facilitar a
retirada do excesso de secreção sebácea da superfície da pele.
Geralmente é utilizado um produto com ativos à base de carbonato
de sódio, salicilato de sódio ou lauril sulfato de sódio, que possuem
características alcalinas.
Esses produtos realizam saponificação ou efeito detergente com os
ácidos graxos presentes na secreção sebácea, transformando-o em
sabão, o qual é facilmente removível com água. A função da
corrente é facilitar a penetração do produto, por isso a polaridade
selecionada no aparelho deve ser a mesma do produto, seguindo o
mesmo princípio da ionização.
A diferença entre a ionização e desincruste é que este último atinge
a camada mais superficial da pele. A aplicação do desincruste deve
ser feita principalmente na zona T, ou seja, testa, nariz e queixo.
Os eletrodos que devem ser utilizados são o gancho (jacaré)
envolvido por algodão embebido na solução e o bastonete, que a
cliente deve segurar durante a aplicação.
Essa técnica também tem sido bastante utilizada nos tratamentos
capilares para redução da oleosidade nos quadros seborréicos.
Eletrolifting ou Galvanopuntura
É uma técnica que utiliza a corrente galvânica juntamente com uma
agulha de 5mm no pólo negativo, com o objetivo de atenuar vincos
e linhas de expressão. Não se caracteriza por um método invasivo,
pois a agulha atinge apenas a superfície da pele sem aprofundar-
se.
Esse método consiste em provocar uma sutil agressão na camada
superficial da epiderme, sobre as rugas ou linhas de expressão nas
regiões naso-labiais, perioculares, frontal, entre outras, com o intuito
de estimular a produção de novas células, de colágeno e elastina e
ainda incrementar a nutrição do local, agindo sobre os tecidos que
se encontram desnutridos e desvitalizados.
O resultado varia de acordo com a profundidade da ruga, a idade e
os cuidados que se tem com a pele. A técnica também pode ser
utilizada em estrias, apresentando ótimos resultados.
Para a aplicação, são utilizados os eletrodos bastonete e porta-
agulhas e o profissional deve estar especializado neste tratamento.
Eletrólise ou EletrocoagulaçãoTambém denominada por depilação
“definitiva”, é uma técnica que utiliza a corrente galvânica e uma
agulha metálica de 7mm como um recurso para destruir a raiz do
folículo pilo-sebáceo, bloqueando, assim, o crescimento do pêlo.
Essa destruição ocorre devido a uma descarga elétrica através da
agulha, pois é na raiz que se encontram os nutrientes necessários
para o crescimento do pêlo.
Não é um método invasivo pois, a agulha atravessa a epiderme e
chega à derme onde atinge a capa germinativa do bulbo e a papila,
sem portanto ultrapassá-la. Para localizar o bulbo é necessário o
auxílio de uma lupa.
Pode ser utilizada em qualquer região do organismo onde se deseja
a eliminação de pêlos indesejáveis tanto da face como do corpo,
porém é utilizada com mais freqüência no buço, peito, virilhas e
sobrancelhas.
Os eletrodos utilizados são o porta-agulhas, o bastonete e um pedal
que libera a passagem da corrente, sendo que esta não passa de
forma contínua para o cliente e sim quando o pedal é acionado pelo
profissional.
Para a aplicação desta técnica é necessário localizar com precisão
o bulbo piloso, sendo imprescindível que o profissional esteja
capacitado, tornando a técnica eficaz e sem causar lesões
cutâneas.
Embora seja denominada por definitiva, a técnica pode não eliminar
por completo o folículo e o pelo pode vir a crescer novamente,
porém com muito menos resistência e espessura, facilitando sua
retirada posteriormente. Além disso, sabemos que o termo definitivo
é muito comprometedor, visto que não existe um método cem por
cento definitivo.
Legenda: Eletrodos Utilizados na Galvânica: Porta Agulha, Gancho,
Bastão, Caneta, Esfera
Microcorrentes
É um tipo de corrente galvânica modificada, modulada em tipos de
ondas, com valores de freqüência e com amperagem medida em
milionésimos de Ampére (mA). Essas variáveis quando
combinadas, efetuarão trabalhos específicos.
O objetivo da técnica é promover a revitalização cutânea,
melhorando a flacidez muscular, elasticidade, a viçosidade e o
brilho da pele. Isso ocorre devido à formação de um campo
bioelétrico natural, que promove revitalização celular.
A seleção do tipo da onda se deve a cada etapa de trabalho, ao
grau de flacidez e ao estado geral da pele, sendo algumas
utilizadas para flacidez mais leves e outras para flacidez mais
acentuadas.
Os problemas ocasionados pelo mau funcionamento das vias de
intercâmbio em decorrência da má circulação e da disfunção do
sistema linfático, ocasionam ineficácia na nutrição e na eliminação
de toxinas. Esses aspectos associados a fatores relacionados com
o modo de vida do paciente e sua forma individual de utilizar os
músculos da face, também refletem no tônus muscular, responsável
pelo aspecto viçoso da juventude, ocasionando, por exemplo, o
aparecimento de sulcos nasogenianos, linhas de expressão e
outras exteriorizações.
A técnica atinge tanto a camada superficial da pele, possibilitando a
movimentação dos líquidos intersticiais, como a camada superficial
da musculatura facial, estimulando as fibras.
Para o nosso aparelho, o Syncros, orientamos que a técnica seja
aplicada em três etapas: na primeira fase o objetivo é promover a
movimentação de líquidos, na segunda promover a estimulação
muscular e na terceira ionizar um produto com características
nutritivas e hidratantes, próprias para revitalização cutânea.
A movimentação dos líquidos proporciona alguns efeitos fisiológicos
bastante importantes para a restauração dérmica, tais como:•
Elevação da temperatura local
• Formação de hiperemia
• Otimização do metabolismo
• Aumento da síntese de ATP e de colágeno
• Incremento da drenagem
• Desobstrução ganglionar
• Aumento das trocas iônicas intracelulares
• Mobilização de líquidos provenientes das circulações linfática e
sangüínea
• Aumento da reabsorção de hematomas, edemas e cicatrização em
pós-cirúrgicos
Já na segunda etapa, priorizamos a estimulação da musculatura
com movimentação no sentido das fibras, seguindo-as em um mapa
anatômico.
A terceira consiste em ionizar um produto cujos benefícios estão
diretamente relacionados com o princípio ativo do produto.
Essa técnica representa um avanço significativo em relação aos
tratamentos disponíveis até há pouco tempo, uma vez que o
equipamento possibilita alcançar melhorias visíveis desde a
primeira aplicação.
É certo que essas melhorias são temporárias mas conforme o
tratamento vai sendo realizado, os benefícios tornam-se mais
duradouros, pois o efeito da corrente continua agindo mesmo após
a aplicação. Esses benefícios não são definitivos visto que os
efeitos do tempo continuarão a incidir sobre o organismo.
Para a aplicação são utilizados dois eletrodos porta-cotonetes junto
com uma solução aquosa, geralmente solução N.M.F., (Natural
Moisturizing Factor, fator hidratante sintético semelhante ao
encontrado na pele, rico em aminoácidos, lactato e sais), conhecida
por Uréia, nas duas primeiras etapas e dois eletrodos em esfera
para ionização com algum produto ionizável.
Corrente Farádica
É uma corrente do tipo alternada, ou seja, que muda sua polaridade
em um determinado tempo pré-estabelecido, e que realiza uma
estimulação muscular por excitação nervosa. Cada estímulo
provoca uma contração e em seguida há um período de repouso.
A sucessão de impulsos segue uma determinada ordem
denominada freqüência, cuja unidade de medida é Hertz. Traduz o
número de impulsos em cada segundo, por exemplo, uma
freqüência de 10Hz significa que estão passando dez estímulos em
cada segundo.
Esta técnica tem por objetivo proporcionar um trabalho isométrico
passivo melhorando o contorno facial e reduzindo o quadro de
flacidez muscular com conseqüente melhora da circulação
periférica. É aplicada por eletrodos de borracha siliconada e
chamex (esponja vegetal) umedecida para facilitar a transmissão da
corrente.
Além de estimular a musculatura, a aplicação da corrente farádica
promove a otimização do metabolismo e da circulação sangüínea
do tecido muscular. A intensidade deve ser ajustada de acordo com
a sensibilidade da cliente e o tempo médio de aplicação deve ser
em torno de 5 a 10 minutos.
A região a ser estimulada deve seguir o mapa muscular, porém não
por pontos motores mas sim por grupos que apresentem maior
tendência à flacidez (regiões mentoniana, zigomática, entre outras).
Alta-Frequência
A alta-freqüência é um tipo de corrente de elevada tensão e baixa
intensidade que passa de uma peça chamada bobina para os
eletrodos de vidro que contém gás nobre. Os gases utilizados são
geralmente Neônio ou Argônio. Quando é acionado, emite uma
coloração alaranjada, no caso do neônio, ou azulada, no caso do
argônio.
Possui ação bactericida sendo muito importante na limpeza de pele;
ativadora, vasodilatadora e térmica, que proporcionam melhor
absorção de cosméticos nutritivos nos tratamentos de revitalização
cutânea, provocando hiperemia e elevação da temperatura local.
Nos tratamentos capilares é importante como um elemento ativador
da circulação sangüínea do couro cabeludo acentuando também a
penetração de produtos nutritivos pelos folículos pilo-sebáceos,
sendo utilizados nos tratamentos antiqueda.
Pode ser utilizado tanto na estética facial, corporal e capilar.
O tempo de utilização depende do local e do tipo da aplicação,
geralmente em torno de 3 a 8 minutos. Possui seis tipos diferentes
de eletrodos, que variam de acordo com a função a ser
desempenhada. São eles: pente, fulgurador, standarts pequeno e
grande, forquilha e saturador.
O eletrodo pente é utilizado nos tratamentos capilares para a
descontaminação e ativação do couro cabeludo. O fulgurador
(cauterizador), é utilizado durante a limpeza de pele, após
extrações.
Os standarts pequeno e grande (cebolinha e cebolão), são
utilizados nos tratamentos faciais.
A forquilha é utilizada após depilações no corpo e também para
relaxamento da cervical. Já o saturador (ionizador indireto) é
utilizado nos tratamentos faciais e capilares, associado a
massagens de tamborilamento, facilitando a penetração de
substâncias nutritivas.
Os efeitos fisiológicos que essa técnica possui são:· Bactericida e
antisséptico
· Vasodilatador, provocando hiperemia
· Térmico
· Ionização indireta
· Cauterização após extrações de pústulas
· Ativador do metabolismo, utilizado principalmente em tratamentos
capilares
· Oxigenante
· Relaxamento da região cervical
Vaporização
É uma técnica que utiliza os princípios do calor através do vapor
com o objetivo de provocar emoliência. Pode ser utilizado com o
gás ozônio que possui ação bactericida e oxidante, sendo a água
um veículo para o gás. O efeito oxidante é no sentido de aumentar
o aporte de oxigênio para as células, oxigenando os tecidos.
Promove emoliência devido a uma elevação da temperatura local e
vasodilatação periférica, provocando hiperemia e dilatação dos
óstios. O conjunto desses efeitos facilita a extração de pápulas,
pústulas, miliuns e principalmente comedões.
Para auxiliar e tornar a extração mais eficiente, deve ser utilizado
um bom cosmético com características emolientes. O tempo de
aplicação deve ser em torno de dez minutos aproximadamente. As
indicações terapêuticas são:· Dilatação dos óstios foliculares
· Tratamento de pele acnéica
· Penetração mais rápida de produtos nutritivos e ativos
· Bactericida e oxigenante
Vacuoterapia
É uma técnica bastante utilizada na estética facial e corporal.
O princípio de trabalho é uma sucção sobre a pele através de
ventosas de vidro que tem formas e diâmetros diferentes e com
diversos valores de sucção, reguláveis por um potenciômetro de
acordo com as diferentes funções.
Ocorre mobilização do estrato cutâneo profundo com deslocamento
do tecido de sulcos favorecendo a produção de colágeno.
Sua aplicação pode ser realizada quando se pretende atingir os
planos mais profundos da pele como nas cicatrizes, tecido fibroso,
vincos, linhas de expressão e após intervenções cirúrgicas.
Durante o processo de envelhecimento encontramos algumas
alterações, como: · Redução do número de fibroblastos, e
conseqüentemente redução da síntese de colágeno, elastina e
fibras reticulares
· Disfunções do sistema linfático
Provoca intensa hiperemia em pouco tempo, facilitando a circulação
sangüínea e linfática. Suas aplicações na estética facial
são:· Extração de comedões, pápulas, pústulas e miliuns, após
peeling e emoliência
· Massagem facial modeladora
· Massagem de drenagem linfática, incluindo o pós-operatório
· Ativação de linhas de expressão e vincos, provocando hiperemia
e, preparando para ionizar soluções nutritivas e ainda estimulando a
produção de colágeno e elastina
· Atuação em tecidos fibrosos e cicatriciais com aderências no
sentido de atenuá-las.
Pulverização ou Nebulização
É uma técnica que realiza a pulverização de uma solução aquosa,
como loções, tônicos, com baixa pressão e jato difuso.
A pulverização é importante em todos os tipos de pele e pode ser
utilizada:
· após um peeling suave ou limpeza profunda da pele, auxiliando na
remoção dos resíduos do produto esfoliante utilizado
· durante o tratamento facial, na revitalização cutânea favorecendo
a penetração de loções hidratantes e nutritivas
· após a massagem facial, proporcionando efeito refrescante
· após a máscara facial, facilitando sua remoçãoOs efeitos
fisiológicos que a pulverização promove estão relacionados com o
tipo de princípio ativo contido na solução utilizada sendo,
geralmente, bactericida ou fungicida, e com a temperatura e a
pressão empregadas tendo, geralmente, efeito descongestionante,
e estimulante da circulação sangüínea.
Peelings químicos no rejuvenescimento facial
Avaliações Clínica do Envelhecimento Além da classificação das
rugas, Richard Glogau elaborou uma classificação do
fotoenvelhecimento que varia do tipo I ou tipo IV.
A sua escala fornece os seguintes parâmetros para avaliação:
Tipo I: mínimas rugas, fotoenvelhecimento inicial, alteração suave
na pigmentação, ausência de queratoses ou lentigos senis;
acomete pessoas dos 20 aos 30 anos que geralmente não
necessitam de maquiagem;
Tipo II: a pele permanece lisa na ausência de movimentos, mas
durante a movimentação (sorriso, franzir a testa etc.) as rugas
aparecem, presença de lentigos senis e telangectasias iniciam, mas
não possui queratoses visíveis; acomete pessoas dos 30 aos 40
anos que necessitam de uma maquiagem leve;
Tipo III: rugas visíveis mesmo na ausência de movimentação,
presença de lentigos senis, telangectasias e queratoses solares;
acomete pessoas acima dos 50 anos que necessitam de
maquiagem constantemente;
Tipo IV: rugas generalizadas, diminuição da espessura da
epiderme, pele com coloração amarelo-acizentado (pelo aumento
da espessura da camada córnea), maior tendência a câncer de
pele; acomete pessoas acima dos 60 anos que a maquiagem não
deve ser utilizada porque resseca e fragmenta. (CARRUTHERS et.
al., 2002).
Os principais sinais do envelhecimento são as rugas, hipercromias,
pele seca, perda de luminosidade e ptose tissular (BUCHIL, 2002).
Esses sinais são consequências do processo fisiológico de declínio
das funções do tecido conjuntivo, no qual o colágeno vai tornando-
se mais rígido, com uma porcentagem perdida anualmente e uma
diminuição no número de ancoragem de fibrilas; as fibras elásticas
perdem força pela diminuição da elasticidade; há uma diminuição
das glicosaminoglicanas, associada a uma redução da água, que
por sua vez, diminui a adesão, migração, desenvolvimento e
diferenciação celular (SADICK, 2002).
Essa decadência do tecido conjuntivo impossibilita a manutenção
de uma camada de gordura uniforme sobre a pele, e a degeneração
das fibras elásticas, somada à menor velocidade de troca e
oxigenação dos tecidos, leva a uma desidratação da pele,
resultando em rugas (GUIRRO, 2004). Quando classificadas
clinicamente, as rugas podem ser: superficiais e profundas. As
superficiais são aquelas que desaparecem com o estiramento da
pele, diferindo das profundas que não sofrem alteração quando a
pele é estirada (KEDE; SABATOVICH, 2004).
As rugas recebem ainda outra classificação: rugas estáticas,
dinâmicas e gravitacionais. As estáticas são consequências da
fadiga das estruturas que constituem a pele, em decorrência da
repetição dos movimentos e aparecem mesmo na ausência deles.
As dinâmicas ou linhas de expressão surgem como consequência
de movimentos repetitivos da mímica facial e 8 aparecem com o
movimento. Já as rugas gravitacionais são consequentes da
flacidez da pele, culminando com a ptose das estruturas da face
(GUIRRO, 2004).
Mecanismos de Ação De acordo com Guerra (2013), o peeling
causa alterações na pele por meio de três mecanismos. O primeiro
é a estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção do
estrato córneo. Segundo por provocar a destruição de camadas
especificas da pele lesada. Ao destruir as camadas e substituí-las
por tecido mais normalizado, obtém-se um melhor resultado
estético. Terceiro por induzir no tecido uma reação inflamatória mais
profunda que a necrose produzida pelo agente esfoliante.
A esfoliação remove partes da epiderme acima da camada basal.
Esses procedimentos são uma correção temporária da qualidade da
epiderme, mas não tem efeito algum em processo que têm origem
em regiões mais profundas da pele como rugas e cicatrizes, mesmo
se usados por varias vezes. A recuperação é bastante rápida, de
três a seis dias após a esfoliação (OBAGI, 2004). Utilizam-se vários
tipos de ácidos para realizar um peeling, de forma isolada ou
associações.
O objetivo é que essa substância penetre na pele não apresentando
toxidade ao organismo e, conforme a profundidade atingida seja
capaz de conseguir benefícios nos tratamentos estéticos.
Dependendo da alteração clínica a ser tratada a escolha das
substâncias devem ser compatíveis com o grau de penetração que
se deseja, podendo o esteticista utilizá-lo superficialmente
(PIMENTEL, 2008).
Indicações do Peeling Químico De acordo com Rotta (2008), esse
tipo de tratamento tem várias aplicabilidades, dentre elas: casos de
rugas, melanoses, queratoses actínicas, melasma,
hiperpigmentação pósinflamatória, acnes e suas seqüelas,
cicatrizes atróficas, estrias, queratose capilar, para clareamento da
pele e foto envelhecimento.
Esta indicada na ocorrência das seguintes situações: lesões
epidérmicas, melasmas, lentigos, discromias actínicas, rugas
oderadas, efélides, cicatrizes de acne, queratose actinicas, rugas
finas, hiperpigmentação pós-inflamatória, fotoenvelhecimento.
Remove a camada superficial da pele ou até a própria derme,
(dependendo da concentração), fazendo emergir um novo tecido.
Estimula a produção de fibras colágenas substancias que garantem
a elasticidade e a firmeza da pele (Zanini, 2007; Velasco, 2009).
Nos tratamentos tópico da acne vulgar, especialmente nos graus I,
II e III, nos quais predominam comedões, pápulas e pústulas, ictiose
lamelar (doença cutânea hereditária rara que ocorre em recém-
nascidos), fotoenvelhecimento cutâneo, queratose folicular,
psoríase e líquen plano (KOROLKOVAS, 2008).
É indicado no clareamento de manchas hipercrômicas, no pós-
peeling como antiinflamatórios, cremes antienvelhecimentos,
despigmentantes. Pode ser incorporado em géis, cremes e loções
não iônicas.
Para peles oleosas recomenda-se o uso de sabonete adequado,
antes da aplicação do ácido fítico, para facilitar a permeabilidade
(DOMÍNGUEZ, 2002). Indicado também para pele fotolesada,
complementando o peeling superficial continuado, após duas a
quatro semanas. Fazer a cada duas a três semanas, uma série de
seis a oito peelings com ácido glicólico 70% (SAMPAIO, 2000).
Contra Indicações do Peeling Químico
É contra indicada de forma absoluta pele com ferimentos, cicatrizes
de pós-operatório recente, herpes zoster, alergia aos ácidos, dente
outros. As relativas são para peles sensíveis, eritema solar ou após
depilação imediata.
A exposição ao sol durante o 9 tratamento com peeling é proibida
para prevenção de manchas na pele como também seu
envelhecimento precoce (BORGES, 2005). No entanto é contra
indicado nos casos de fotoproteção inadequada, gravidez, estresse
ou escoriações neuróticas, uso de isotretinoína oral há menos de
seis meses, cicatrização deficiente ou formação de quinóides,
história de hiperpigmentação pós-inflamatória permanente (ROTTA,
2008).
Não devem ser aplicadas sobre a pele inflamada, eczematosa ou
com queimaduras de sol; igualmente, não devem ser utilizados
simultaneamente outros tratamentos tópicos, especialmente outros
agentes queratolíticos, na gravidez e na lactação (KOROLKOVAS,
2008). 5.2 Tipos de Ácidos 5.2.1 Ácido Glicólico (C2H403) Ácido
glicólico (ácido hidroxietanóico, ácido hidroxiacético) é o AHA mais
curto, com apenas dois átomos de carbono. Extraído da cana-de-
açúcar, éextremamente hidrofílico, tem pH de 0,5,o pH de uma
solução de ácido glicólico determina seus poder de acidificação
sobre a pele: uma solução de ácido glicólico a 3%em pH 3 é capaz
de acidificar as primeiras cinco camadas de corneócitos, em quanto
a 10%e pH 3, causa acidificação mais profunda e mais rápida da
epiderme (DEPREZ, 2009).
O acido glicólico além de estimular a produção de colágeno, reduz a
produção de melanina, sendo úteis no combate as
hiperpigmentações.
O peeling de acido glicólico mostra-se benéfico para peles com
propensão à acne, pois ajuda a manter os poros livres do excesso
de queratinócitos e também para diminuir sinais e manchas da
idade, bem como a queratose actínica, em longo prazo demonstra
melhora gradual na qualidade e no tônus da pele, se tornando mais
macia e uniforme; por se tratar de um peeling não toxico ao
melanócito, pode ser utilizado em peles escuras e em todas as
estações, lembrando-se de utilizar sempre o filtro solar (DEPREZ,
2007).
Ácido glicólico age no envelhecimento, promovendo melhoras em
relação ao tratamento de rugas superficiais, médias e profundas,
manchas senis, flacidez de pele, pele seca, entre outras. O acido
glicólico age na atenuação das rugas, por aumentar a síntese de
glicosaminoglicanas, que tem capacidade de fixar a molécula de
H2O nos tecidos, aumentando assim o turgor da pele, melhorando o
aspecto das rugas superficiais e médias, entre outras substancias
intercelulares da derme que aumentam sua síntese, estimulando
por exemplo os fibroblastos a produzir colágeno e elastina (MENE;
ANDREONI; MORAES; MENDONÇA, 2012).
O ácido glicólico é utilizado no rejuvenescimento da pele, diminui a
espessura e na compactação do extrato córneo, estimula a síntese
de colágeno e é hidratante. Este ácido é usado no tratamento da
acne, queratose actínica, hipercromia e atenuação de rugas finas e
linhas de expressão. Pode ser usado de 2 a 70%, dependendo do
caso.
É aplicado como peeling numa concentração de
70%,concentrações mais baixas, usado no tratamento da acne,
queratose actínica, hipercromia e atenuação de rugas finas, como
2%, são utilizadas em cremes faciais (EFICÁCIA, [200-]). 5.2.2
Ácido Mandélico (C8H803) Ácido mandélico é considerado o AHA
de maior peso molecular, com absorção lenta da pele, favorecendo
um efeito uniforme, indicado principalmente a peles sensíveis, é
obtido do extrato de amêndoas amargas, bastante utilizado para
combater, hiperpigmentações, além de ser utilizado como peeling, o
acido mandélico é bastante utilizado em cremes rejuvenescedores
com combinações de vitaminas A,C e E, para tratamento de rugas
finas, linhas de expressão, melhora da textura da pele e para
clarear manchas (agindo na inibição 10 da síntese de melanina,
bem como na melanina já depositada); inclusive vantajoso para o
rejuvenescimento de peles mais morenas. (PIMENTEL, 2008). O
ácido mandélico é capaz de melhorar a textura da pele porque sua
pequena molécula penetra além da camada córnea, atingindo a
derme, na camada mais superficial. O ácido mandélico atua
dissolvendo o cimento intercelular, promovendo a descamação e
tornando a superfície da pele homogênea, proporcionando um
toque suave.
Na camada mais profunda estimula a produção de colágeno e inibe
a formação de melanina, demonstrando efeito no tratamento de
melasma e cloasma. O ácido mandélico também tem atividade
bactericida, o que o torna eficaz no tratamento da acne,
combatendo o Propionibacterium acnes. Este ácido é uma opção
entre os alfa-hidroxiácidos. Pode ser usado em formulações a 5%
uso diário e 20% para peelings no consultório (EFICÁCIA, [200-]).
5.2.3 Ácido Retinóico (C20H2802) Ácido retinóico, tretinoína ou
vitamina A ácida é um agente anti-acnéico e anti-psoríasico eficaz,
que atua sobre receptores nucleares nas células-alvo, estimulando
assim a mitose e a renovação das células.
Esta ação propicia a formação de uma camada córnea menos
aderente, que ao mesmo tempo facilita a eliminação dos comedões
existentes e dificulta sua aparição. Sua apresentação para
aplicação tópica, conhecida como vitamina A ácida, ou tretinoína, é
de primeira escolha para o tratamento da acne e do
fotoenvelhecimento cutâneo.
É um dos compostos atuais utilizado contra os efeitos do
envelhecimento. Promove a esfoliação e estimula a produção de
colágeno, substância que é responsável pela firmeza da pele. Outra
função atribuída é a de reorganizar as fibras elásticas danificadas
pela exposição solar e ainda melhorar a irrigação da pele. Esse
tratamento pode ser feito no rosto, pescoço, colo e mãos, em
concentrações diferentes.
Melhora a qualidade da pele, ajudando na prevenção ao processo
de envelhecimento. A eficácia apresentada pelo ácido retinóico é
explicada por algumas de suas características, como facilita à
eliminação dos comedões (cravos) e evita a formação de outros.
O ácido retinóico faz com que os queratinócitos no poro percam a
coesão e soltem-se uns dos outros à medida que atingem a camada
córnea. Aumentando o fluxo sanguíneo nas áreas onde é aplicado,
aumentado o aporte de glóbulos brancos (leucócitos) para o local. O
seu uso em cosmiatria vem da observação de pacientes em
tratamento de acne, em que após certo tempo a pele se
apresentava mais macia e menos enrugada, apesar da vermelhidão
e irritação causadas pelo ácido retinóico.
Desde então, numerosas observações vem sendo feitas com o uso
do ácido retinóico a 0,05% para a redução de rugas e linhas de
expressão, para a prevenção do envelhecimento cutâneo e para o
tratamento da pele danificada pelo sol. Nessas observações,
verificou-se melhora nas características da pele, diminuição da
queratose actínica, dispersão mais uniforme dos grânulos de
melanina, formação de novas fibras de colágeno na derme,
aumento do fluxo sanguíneo e aumento da permeabilidade da
epiderme.
No caso das rugas, o efeito mais evidente foi constatado em rugas
finas e em linhas de expressão. Aplicação em (concentração de 5%
a 8%) é aplicado sobre a área afetada. Depois de duas horas, o
médico retira o produto com água ou soro fisiológico.
A ação da substância estimula uma maior produção de colágeno
que interrompe o processo inflamatório e preenche a depressão
caso ela já esteja se formando, os resultados após a quarta sessão,
que devem ser de seis a dez, feitas quinzenalmente. Para o
tratamento da acne, não se deve associar o ácido retinóico e
operóxido de benzoíla na mesma formulação, uma vez que o
primeiro é oxidado pelo segundo (KOROLKOVAS, 2008). Ácido
retinóico é um dos compostos atuais utilizado contra os efeitos do
envelhecimento.
Promove a esfoliação e estimula a produção de colágeno, também
denominado vitamina A 11 ácida, seu uso é justificado por promover
uma compactação da camada córnea, espessamento epidérmico e
aumentar a síntese de colágeno. Estimulando queratinócitos por
melhorara a distribuição dos melanócitos e por produzir uma
normalização epidérmica, elimina os queratinócitos atípicos e
impede a formação de queratoses, sendo indicado para o
tratamento do fotoenvelhecimento, portanto atua em patologias
onde há hiperqueratinização pós-inflamatoria, garante uma
uniformidade na aplicação do agente do peeling e promove uma
reepitelização mais rápida ( Leveque,1997; Velasco, 2009; Múcio,
2008). 5.2.4 Ácido Salicílico (C7H603) Ácido salicílico é um beta-
hidroxiácido ou ácido 2-hidroxibenzóico, extraído do Salix Alba
(salgueiro branco), usado em concentração de no máximo 20%
(PIMENTEL, 2006).
A ação esfoliante deste ativo induz a esfoliação da camada córnea
provavelmente por dissolução das lamelas (cimento celular) e/ou ao
aumento da proteólise dos corneodesmossomas (RIBEIRO, 2010).
Ácido salicílico em peelings, para os casos de queratose actinicas e
seborreicas, lentiginose no dorso da mão e do ante-braço; na face
utilizado em solução alcoólica a 35% por cerca de 5 minutos,
seguida de neutralização com água, neste caso indicado para
clareamento da pele, atenuação das rugas e tratamento de
comedões.
A descamação se inicia em torno do 4-5º dia prolongando-se por
cerca de 10 dias, com eritema mínimo podendo ser repetidos entre
2 a 4 semanas. Alguns cuidados devem ser observados após o
peeling durante as primeiras semanas: Colocar compressas de
água frias, Hidratações semanais que ajudará a retirar as crostas
residuais, diminuir o edema e facilitar a reepitelização (Esteve,
1990; Leveque, 1997; Múcio, 2008). Àcido Fítico (C6H18O24P6) O
ácido fítico (hexafosfato de inositol) é um ácido orgânico
componente natural da maioria das sementes de leguminosas e
cereais. Apresenta-se como um líquido viscoso a 50% levemente.
Tem ação inibidora sobre a tirosinase, apresentando ação
despigmentante, antiinflamatória, antioxidante, hidratante e agente
quelante. É efetivo na prevenção da caspa. O ácido fítico é um bom
quelante para o cálcio e acelera o transporte de oxigênio, facilitando
o metabolismo celular. O tratamento médio de manchas
hipercrômicas é de 3 semanas a 2 meses. Recomenda-se usar de
0,5 a 2,0 %.O pH de estabilidade é de 4,0 a 4,5. É compatível com
ácido glicólico, ácido kójico, ácido retinóico.
Este composto também vem sendo estudado por apresentar
qualidades benéficas na prevenção de doenças cardiovasculares,
devido ao seu efeito hipocolesterolêmico e antioxidante.
É sabido, também, que fitatos são importantes na prevenção do
câncer de intestino grosso, devido a seu efeito complexante sobre
os íons ferro, que parece inibir o processo carcinogênico. O ferro
geraria radicais livres, os quais estão associados ao
desenvolvimento de câncer. Porém, ao serem complexados pelos
fitatos, inibiriam produção destes radicais livres.
Deste modo, o fitato atuaria como um antioxidante similar à
Vitamina C. Esse efeito antinutriente dos fitatos pode, no entanto,
ser considerado como protetor (DOMÍNGUEZ, 2002). Ácido fítico é
obtido do farelo de arroz, aveia ou gérmen de trigo. Tem ação
inibitória sobre atirosinase (enzima importante na produção de
pigmentos melanínicos que dão cor à pele humana) e por isso é
usado como despigmentante.
Tem também ação antiinflamatória, antioxidante e hidratante. É
usado para o clareamento de manchas hipercrômicas,
eventualmente associado ao ácido glicólico, e no “pós-pelling” como
antiinflamatório. É um potencial clareador de pele por que além de
inibir a tirosinase.
Pode-se 12 usar o ácido fítico como clareador de peles com alto
grau de sensibilidade, como peles brancas e sensíveis ou peles que
sofreram grandes agressões por qualquer processo químico ou
físico, pois ele tem um alto poder hidratante.
O ácido fítico substitui hoje a hidroquinona, substância utilizada nas
últimas décadas como clareadora da pele (NICOLETTI, 2002).
Ácido Kójico (C6H604) Ácido kójico é uma substância produzida por
um cogumelo japonês chamado koji, utilizado também na
fermentação do arroz para produção de saque. O ácido kójico não
causa irritação nem fotossensibilização no usuário, possibilitando
seu uso até mesmo durante o dia. Além disso, o ácido kójico não
oxida como muitos clareadores cutâneos e pode ser associado ao
ácido glicólico. Propriedades: as hiperpigmentações são, em geral,
distúrbios caracterizados pelo aumento de melanina e outros
pigmentantes na pele. Os principais desencadeadores são as
radiações solares, os hormônios sexuais e agentes externos, fontes
de radicais livres.
O ácido kójico é um dos despigmentantes naturais mais eficientes
do mercado, por isso tem sido muito usado com excelentes
resultados; tem ocupado posição de destaque entre as substâncias
usadas para o clareamento de vários tipos de hipercromias
cutâneas. Indicações: Além do seu efeito despigmentante, o ácido
kójico também atua como antiséptico impedindo a proliferação de
fungos e bactérias na pele.
Ele também tem ação anti-oxidante ajudando na prevenção do
envelhecimento cutâneo e pode ser usado em formulações junto
com ácido glicólico, vitamina C, entre outros ativos. Mecanismo de
ação: ácido kójico age inibindo a formação da melanina. Ele quela
os íons cobre e bloqueia a ação da tirosinase, acabando com as
manchas.
O efeito do ácido kójico ocorrerá após 2 a 4 semanas de uso
contínuo. Algumas pessoas podem demorar um pouco mais,
especialmente aquelas com pele oleosa ou muito espessa. Os
resultados vão melhorando à medida que se continua a aplicação
por até 6 meses. Vantagens: a vantagem desse produto está na
suavidade de ação sobre apele.
O ácido kójico não causa irritação nem fotossensibilização no
usuário, possibilitando seu uso até mesmo durante o dia. Além
disso, o ácido kójico não oxida como muitos clareadores cutâneos e
pode ser associado ao ácido glicólico (BATISTUZZO, 2002). Ácido
kójico é um potente despigmentante natural. Ele inibe a ação da
tirosinase como quelante de íons, promovendo a diminuição da
formação de melanina, acabando com as manchas, principalmente
as faciais, não são estéticas e causam alguns transtornos que
dificultam o bem-estar do indivíduo no âmbito psicossocial. Nota-se
que todas as partes do corpo não exibem a mesma cor.
A espessura da pele, os vasos sanguíneos superficiais
(dependendo do número e estado de sua dilatação, bem como a
sua aproximação com a superfície da pele) e pigmentos como
carotenóides afetam a percepção da cor, a quantidade de melanina
produzida pelos melanócitos determina a cor. As hiperpigmentações
são, em geral, distúrbios caracterizados pelo aumento de melanina
e outros pigmentantes na pele. Os principais desencadeadores são
as radiações solares, os hormônios sexuais e agentes externos,
fontes de radicais livres.
Por esta razão, pesquisas para o desenvolvimento de produtos
clareadores focam, principalmente, a redução da produção de
melanina nos melanócitos. São utilizados em concentrações
compreendidas entre 0,005 e 4% em cremes e loções não iônicas,
géis, géis-creme e loções aquosas clareadoras. Como o ácido
kójico é menos irritante, mais suave e não causa fotossensibilização
no usuário possibilita seu uso até mesmo durante o dia, além disso,
o ácido kójico não oxida, podendo ser associados com outros
agentes despigmentantes como o ácido glicólico (Soler, 2004;
Roca, 2006).
Ácido Tricloroacético (C2HCl3O2) Ácido tricloroacético ou TCA é
um produto orgânico, ocorrendo na forma de cristais deliqüescente,
solúveis em água, álcool etílico e éter. O produto tem ação cáustica.
O ácido em concentrações de até 30% é usado para o tratamento
de cicatrizes da acne e do envelhecimento cutâneo. Em
concentrações maiores é usado no condiloma acuminado, verrugas
e “peelings”.
O ácido tricloroacético como agente para peeling químico é uma
substância química cauterizante capaz de provocar necrose da pele
causando uma epidermólise profunda com um processo inflamatório
residual que pode ter duração de até oito semanas. É quando a
lesão tratada adquire cor branca (frost) assim que aplicada na pele.
Quanto mais profundo for o peeling, mais intenso e mais rápido será
a formação do frost.
Para o peeling médio, o frost ideal é o frost nível II (ZAMARIAN,
2011). TCA tornou-se o ácido preferido para os peelings químicos
de profundidade superficial e média, apesar de que pode ser
utilizado nos peelings mais profundos, mas existe um consenso de
que nesta ultima situação, é, geralmente um procedimento mais
arriscado do que o peeling profundo de fenol. O peeling de TCA
pode ser considerado de superficial e média profundidade se usado
a 50 %.
Esta indicada na ocorrência das seguintes situações: melasmas,
efélides, cicatrizes de acne, queratose actinicas, rugas finas,
hiperpigmentação pós-inflamatória, fotoenvelhecimento. Remove a
camada superficial da pele ou até a própria derme, (dependendo da
concentração), fazendo emergir um novo tecido. Estimula a
produção de fibras colágenas substancias que garantem a
elasticidade e a firmeza da pele (ZANINI, 2007).
Ácido Carbólico (C6H5OH) Ácido carbólico ou Fenol é derivado do
coaltar. Trata-se de uma esfoliação química profunda da pele, que
utiliza o ácido carbólico (substância química conhecida como fenol),
o qual provoca destruição de partes da epiderme e derme, seguida
de posterior regeneração dos tecidos são inegavelmente os mais
eficazes.
É um peeling de exclusividade médica. Possui um grande poder de
esfoliação, pois penetra profundamente até a derme reticular, sendo
assim indicado para rugas profundas, peri-orais e para tratar as
queratoses mais severas (Zanini, 2007; Velasco, 2009).
Fenol quando aplicado à pele induz a uma queimadura química,
que ao longo do tempo resulta no rejuvenescimento da pele. A
aplicação por período de tempo maior ocasiona sua penetração na
derme superior, resultando na formação de uma nova camada de
colágeno estratificado.
A regeneração epidérmica inicia-se 48 horas após a aplicação da
formulação e se completa no intervalo de sete a 10 dias. A
formulação de Baker-Gordon utilizada no peeling pode causar
hipopigmentação cutânea permanente em alguns indivíduos, bem
como levar à absorção do fenol, resultando em arritmias cardíacas
e danos renais.
O fenol é tóxico para todas as células, penetra e permeia a pele,
sendo absorvido e excretado pela urina. Concentrações elevadas
no sangue podem ter efeito tóxico no miocárdio, provocando
taquicardia, contrações e dissociação eletromecânica. Por isso, ao
utilizar o peeling de fenol, a face é dividida em pelo menos cinco
regiões.
Assim, aplica-se o produto em cada região com intervalo de tempo
de 15 minutos, de modo que a concentração absorvida seja
eliminada pela urina, sem causar problemas cardíacos. Nas
terminações nervosas da pele, age como anestésico local. Como
composto químico, o fenol é solúvel em óleos e gorduras, e pode
ser removido rapidamente da pele com glicerina, óleos vegetais ou
álcool etílico a 50%, no caso de entrar em contato acidentalmente.
A formulação para peeling mais conhecida que utiliza o fenol é a de
Baker-Gordon (1962), em que o fenol é diluído à concentração que
varia de 45 a 55% ( MOYet al, 1996).
Podemos observar a aplicabilidade dos ácidos segundo os estudos
pesquisados, e avaliar os resultados considerados satisfatórios por
todos os autores.
Classificação dos peelings químicos Para Borges (2010), a
classificação dos peelings químicos pode se basear no nível de
profundidade que conseguem atingir: muito superficiais, superficiais,
médio e profundo, isso permite ao médico e ao fisioterapeuta
intervirem de acordo com seu objetivo terapêutico.
Muito superficiais (estrato córneo), esses peelings afinam ou
removem o estrato córneo e não criam lesão abaixo do estrato
granuloso. Superficial (epidérmicos), esses peelings produzem
necrose de parte ou de toda epiderme, em qualquer parte do estrato
granuloso 15 ate a camada de células basais. Médios (derme
papilar), esses peelings produzem necrose da epiderme e de parte
ou de toda a derme papilar.
Profundos (derme reticular), esses peelings produzem necrose da
epiderme e da derme papilar que se estende até a derme reticular.
Peeling Facial Superficial Este peeling se limita a uma remoção do
estrato córneo da pele (camada mais superficial) (Marquet, 2007),
(Cunha, 2003).
A descamação inicia-se cerca de vinte e quatro a quarenta e oito
horas após o procedimento e perdura por cinco a sete dias. A
aparência da pele é normal com uma leve descamação, sendo que
o paciente pode continuar seu dia-a-dia normal (ALMEIDA DE SÁ,
2006).
O resurfacing superficial é indicado para casos de acne, foto
envelhecimento leve, eczema hiperquerostático, queratose actínica,
rugas finas e melasma.
No peeling superficial utilizam-se substâncias ativas como os alfa-
hidroxiácidos (AHA), beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido
tricloroacético (TCA), resorcinol, ácido azelaico, solução de jessner,
dióxido de carbono (CO2) sólido e ácido retinoico (tretinoína). Este
tipo de peeling pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em
qualquer área do corpo, pois esta quimioesfoliação dificilmente
apresenta risco de complicação ao paciente (VELASCO, 2004).
Este procedimento apresenta bons resultados quando feito em
várias sessões repetidas em pequenos intervalos. Seu principal
resultado é uma melhora na textura da pele, clareamento das
manchas e atenuação das rugas finas, além de estimular a
renovação de colágeno, assim dando melhor firmeza a pele. É
importante ressaltar que o peeling cutâneo superficial não é, e não
deve ser considerados como uma terapêutica definitiva para os
problemas cutâneos do paciente, sendo antes, uma etapa de um
esquema progressivo onde as descamações costumam ser
repetidas para que se obtenham e se mantenham melhores
resultados (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
Peeling Facial Médio O peeling médio consiste na destruição das
camadas específicas da pele, dependendo do agente utilizado e
sua concentração (CUNHA, 2003). Tem as mesmas indicações que
o peeling superficial, além de ser indicado em lesões epidérmicas.
No procedimento utilizam-se como substâncias ativas combinações
de TCA (ácido tricloroacético) com CO2, TCA com solução de
jessner, TCA com ácido glicólico ou somente o TCA e a resorcina
(VELASCO, 2004).
Assim como o peeling superficial, o resurfacing médio atingiu maior
popularidade na década de 80. Neste procedimento as
descamações também costumam ser repetidas para que se
obtenham e se mantenham melhores resultados. São mais
indicados quando a pele já apresenta asperezas como as ceratoses
(lesões pré-cancerosas) e rugas mais pronunciadas (ALMEIDA DE
SÁ, 2006).
Peeling Facial Profundo O peeling profundo induz uma reação
inflamatória no tecido mais profundo causando uma necrose pelo
agente esfoliante (CUNHA, 2003).
A quimioesfoliação profunda é bem mais agressiva que os demais,
provocando a formação de muitas crostas na pele. O procedimento
exige uso de curativos e a recuperação deste pode durar até um
mês. Seus resultados são considerados muito bons, com renovação
importante da pele e diminuição até mesmo de rugas profundas
como as rugas ao redor da boca e dos olhos (ALMEIDA DE SÁ,
2006).
É indicado para os casos de lesões epidérmicas, manchas,
cicatrizes, discromias actínicas, rugas, queratoses, melasma e
lentigos. São utilizados como componentes ativos o TCA a 50% e o
fenol (solução de Baker-Gordon), entre outros (VELASCO, 2004).
Logo após o procedimento é indicado recobrir a pele com pomada
de corticóide para aliviar o ardor.
O corticoide evita o processo inflamatório que por sua vez induziria
maior pigmentação. É interessante associar um antiviral, como o
aciclovir, quando tiver história de herpes recente, assim como
também utilizar prednisona 10 mg por dia, via oral durante uma
semana, quando apresentar probabilidade de hiperpigmentação da
pele. Por ser um processo muito invasivo, é preciso ficar alerta
quanto a possíveis infecções secundárias e escoriações (ALMEIDA
DE SÁ, 2006).
Complicações Algumas complicações podem ocorrer, em geral,
essas estão relacionadas à indicação incorreta do procedimento,
orientações deficientes ou não obedecidas pelo doente e/ou má
técnica de aplicação, dentre estas podemos citar: carreamento do
agente para áreas não tratadas com risco de cicatrizes, diluição do
agente pela lagrima, conjuntivite e ulcera de córnea, escoriações
levando a infecções e hiperpigmentação, erupção acneiforme,
hipopigmentação, linhas de demarcação, dermatite de contato
irritativa ou alérgica, eritema ou prurido persistente, cicatrizes
atróficas ou hipertróficas e efeitos tóxicos (GUERRA, 2013). As
complicações mais comuns de um peeling químico são as lágrimas
que escorrem pelo pescoço (levando o produto químico junto),
esfoliação prematura, infecção, erupções acneiformes, equimoses,
hiperpigmentação pós-inflamatória, hipopigmentação, reações
alérgicas, eritema persistente e fibrose.
Na maioria dos casos estas complicações são reversíveis
(ALMEIDA DE SÁ, 2006). As reações adversas ocasionais são
bolhas, crosta, queimadura grave ou rubor, edema na pele,
escurecimento, ou clareamento da pele, sensação de calor ou
urticante, descamação da pele pode ocorrer depois de poucos dias
de tratamento (KOROLKOVAS, 2008).
Terapias Complementares Esta forma de ver o indivíduo de forma geral, levando em consideração seus aspectos físicos, psicológicos e energéticos, é também conhecida como terapia holística. Entendendo as terapias complementares O nome terapia alternativa vem aos poucos sendo substituído por terapia complementar, uma vez que, este tipo de prática, vem se tornando cada vez mais comum no ocidente. A medicina tradicional chinesa comprova o reconhecimento e o espaço que este tratamento vem conquistando em muitos países fora do oriente, inclusive, no Brasil. Uma de suas terapias mais conhecidas, a acupuntura, apesar de já ser utilizada pelos chineses a cinco mil anos, conquistou finalmente seu reconhecimento pelo Conselho Regional de Medicina brasileiro. Cada vez mais e mais pessoas buscam a acupuntura para tratar de
muitas situações de enfermidade causadas por desequilíbrios orgânicos, que são tão comuns ao homem moderno. Hoje, este tratamento já pode ser encontrado, inclusive, no SUS. Além da acupuntura, que já é utilizada em muitas clínicas e consultórios médicos, fazem parte da medicina tradicional chinesa outras terapias complementares como a massoterapia e a fitoterapia.
Além da medicina tradicional chinesa, fazem parte também da terapia holística outros tipos de “tratamentos” como a Iridologia, Holoterapia, Aromaterapia, Arteterapia, Musicoterapia entre muitas outras. Apesar de sua grande contribuição ao bem-estar geral do indivíduo, é muito importante que as pessoas que já possuem algum tipo de problema de saúde não deixem de informar seu médico, caso decidam procurar um destes tratamentos. Além disso, sendo um tratamento complementar, estes tratamentos não devem substituir o tratamento da medicina tradicional. Seu médico deverá ser sempre informado sobre tudo que você venha buscando como forma complementar de tratamento.
Sentir dor é ruim, ter de conviver com ela pode ser ainda pior. Para
acabar com o incômodo, as pessoas, geralmente, recorrem a
comprimidos por conta da praticidade. Porém, estudos mostram que
a mente, junto com outras técnicas não farmacológicas, pode ser
uma poderosa ferramenta no tratamento de dores agudas e
crônicas.
O neurocirurgião e especialista em dor James Campbell. Ele sugere que não devemos assumir que a dor representa algo catastrófico que nos manterá longe de viver como queremos. "Se a dor não é uma indicação de que algo está seriamente errado, você pode aprender a viver com ela", afirma.
E conviver com a dor não precisa ser sofrido. Com as chamadas terapias complementares e integrativas, é possível controlar e aliviar a dor a fim de ter uma qualidade de vida melhor. Algumas delas são bem conhecidas: acupuntura, massoterapia, dança terapia e reflexologia, por exemplo.
Esses tratamentos podem atuar em conjunto com a medicina tradicional, mas buscam também reduzir o consumo de fármacos e a automedicação. "Cada uma age de uma determinada forma, mas
todas têm uma característica comum: pensam na prevenção, no tratamento da pessoa em desequilíbrio", explica Maria Belén Posso (SBED).
A partir do entendimento da pessoa como um ser completo e cheio de energias, as terapias complementares trabalham com o reequilíbrio da essência energética do corpo. Embora o termo 'energias' possa remeter a um campo alternativo e não factual, Maria Belén explica que, sendo formados por átomos, somos carregados de energias positivas e negativas. Estas, quando eliminadas, aliviam a dor.
De acordo com técnica de redução do estresse com base na atenção plena e terapia cognitiva comportamental (TCC) provaram ser mais efetivas do que cuidados tradicionais no tratamento de dor lombar.
Enquanto a atenção plena é voltada para identificar os sinais que o corpo emite (uma dor de cabeça pode ser resultado de tensão dos músculos da face), a TCC ensina a reestruturar a forma como pensamos os problemas. "As práticas integrativas preparam o organismo e a mente das pessoas para mostrar a importância delas mesmas no entorno. É muito mais fácil absorver a energia que te reequilibra com os canais de energia abertos", diz Maria Belén.
Entre as recomendações estão calor superficial, massagens, acupuntura, reabilitação, tai chi e ioga.
Uma vez que o consumo constante de remédio pode provocar o efeito rebote, em que o próprio medicamente causa dor e doses cada vez mais altas são necessárias, as terapias complementares vêm como métodos pouco ou nada invasivos e livres de drogas.
O Ministério da Saúde disponibiliza 19 praticas.Elas fazem parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do sistema e são voltadas para cura e prevenção de doenças. Os tratamentos terapêuticos são baseados em conhecimentos tradicionais.