Download - A Castro - António Ferreira
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
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Ir-
A
Castro
'^
}'
-
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2/136
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
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XVBl
I
CASTRO
A.VrONIO
KEkKElKA
CONFORME
A
COIXO
DB ISQS
'$
COIMBRA
.9i5
-
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4/136
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
5/136
CASTRO
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
6/136
Sm
PMfvIra BoffM,
II
-
Colabra-
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
7/136
A
CASTRO
ANTNIO
PCRRnRA
CONFORMB
A
IDIXO
DB
laOS
COIMBRA
191S
-
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8/136
H>
:
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
9/136
PRLOGO
I
OA
CASTtO
I
MU
SUBQflCAOO
MA
rrOLOO da
UmATUIA rOKTVGOtSA
Ser
precito
iuttificAr
reimprcMlo
da
luMM
obra t
Aocoio
Ferreira, que vem
a
obrememc
enfileirar
ao
lado
daa
que
cons-
hmoi a
oot cfrffffe
S^ktUo
jMm
o
ctfHo
db
Hitioria d Liirimr
PrtmgmtaT
Todoa
quaotoa le tntercssam
por
este goero
de eatudoa
aabcm
pcrfeitamenie
o
alto valor,
o
dgpuficado
extraordinrio que na evolulo
da
aoaaa
Uuratura,
e
nocDcadaoiente
na
dra-
osaturgia portuguesa,
traduz
a
obra
do
poeu
em
nnic
,
qot
te
chamou
Aniaio
Ferreira.
Mab de
trenatoa
t
dncoen
U aiioa
volvidoa
obre
o
aparecimento
dessa
obra
ofo
empana
ram
em
nada nem
o seu brilho, nem o
seu
merecimento.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
10/136
VI
Castro
Trag
dU
O
fundo de
emofo
que
nos
despertt
aindi o
mesmo
que
poderia
despertar
ruma
inteligncia
culta
e
delicada
do
sculo em que
pela
primeira
vez
surgiu
luz
da
publicidade.
A
Castro,
aparte
o
seu
lado
afectivo
c
icii-
timental, que
ser sempre
idntico,
quaisquer
que
sejam as
vicissitudes das
cousas
e
dti
pessoas,
porque assenta sobre o
que
estru-
tural
no
pensamento e
no
corao,
tem
o
destinto mento
de ser a
obra
que
iniciou,
numa
forma
moderna
e
perfeita,
cheia
de
con-
ctso e
de
eloquncia,
a serie
dos
numerosos
poemas,
dramas,
romances,
msicas,
poesias
soltas
e
contos,
devidos
inspirao
de
tantos
autores
nacionais
e
estranjeiros
(i). A
concisfio
dos
pensamentos
junta
elegncia
de
dizer
revelase
em
cada
scena
da
Castro,
que
por
isso uma verdadeira
obra
prima
na
nos9a
lite-
ratura
e
uma
das belas
manif
estacais
do
gnio
da sua
poca e
da
gerao
artstica
em
que
se
filia.
(i)
Vejase
a
Nota un
Intsiana
da
obra
d Antaro
da
Figueiredo
D.
Pedro
D. Mi,
pg.
3i
i.
Ustt
organisada
pelo
deatinto
eacritor
teria
precito
agora
acratceotar
a
foraaotit
t
ima
conferencia
realtiada
oo
clauttro
do
Motteiro
dt
Alcobaa
Mi
d
Castro
na
pouia
M
/ufa,
da
Alnto
Lopat
Viaira, 191 S.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
11/136
VII
AFAncmnrro
dm
rtuonot bmaim
DA TlACDU
m
HUA
I
FtAUA
QiModo
O
oouo
Poct
empreendeu
e
levou
a cabo a
tua
imoaa
tragdia iniciava
um
fotro
a qut
perduraTclmenie
ligaria
o
seu
ooait.
E
eMa glria
definitivameotc cooquia-
tada^ 00010 pepumoa
e
o
d
ciB
o
na
trarcmoa,
para
Portugal e
E^antia, pde
mesa
esten-
dcf-ac a
ioda
a
Europa,
ac
a
Sofim
u
b
a
de
Triaaioo, nica que
fiaputa a
primaaia
Cstro,
fr
avafiada
como
de
dtrcico.
Aa
tenutiras para
a
crcaio do
teatro
mo-
derno
inidaramse
oa Itlia
e
remooum
a
lar-
go
aiKM
antea de
Tnsaioo.
Foi com
efeito
IMD
pncuraor
de
Petrarca,
Albertino
MusMto
(+
>3t9)
qacm
ngnintl
D
cm
ludo
ia
pJMdi
de_
mtor~
latino
deixou oito
tragdias
com-
plccaa
Hercula
furem.
Troada
ou
Hecub,
Mtm,
Pkatdra
ou
Hippol/iits,
OeJtpus,
Aga-
wmmmM, Tkjratn
e
Heratla
OHmm, alm
da
i
n
c
o
m
p
k
tt Pkemme
oa
Tktknt, Imtadaa de
fiQvOQCS
C
&I1biD8CICS
MCSb
OOfftS
DCAIIB flBDiSO
quem
das
doa
scoa
modelos.
A
narra^
difusa
e retrica, aa
pcrsooigeoa
tnd
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
12/136
Vni
Castro
Trif
dte
ceiot
morais
purssimos
t
variedade
doa
melros
d ao
verso
vivacidade
e
harmonia
(i).
Estas qualidades
que
fizeram
tomar que-
ridos o
nome
e
n obra de Sneca.
E
foi
por
\t
e
atravs
dele
que
se
fizeram
todas
as
tentativas
de
adapta2o
e
de
creao do
teatro
dos
tempos
modernos.
So
a
principio
meras
iradu68f
o
latim a lingoa nica
e exclusiva-
mente
empregada,
sfio os
temas
os mesnnos.
Dentro
desse crculo
de ferro
giram
todos
oa
autores
que foram aparecendo
sucessivamente
desde
os fins
do
sculo
xv
e
por
todo
o
sculo
XVI.
E,
para
nSo
citar
seno os
princi-
pais,
Rucellai
(i47S-iS3S) com a
sua
Rosmunda^
que
no
senSo,
no
seu
episdio
principal,
uma
reminiscncia
da Aniigone
de
Sfocles,
e
a
OreteSt
que uma lembrana da
IJignia
em
Turide;
c
Alamani
(149S-1SS6)
com
a sua
Aniigone,
que
nSo
passa
duma traduo da
obra do
mesmo
titulo
de
Sfocles;
Pietro
Aretino
(1493-1532)
com
a sua
Oraria;
ainda
Giambatiata
Giraldi Cinzio
(1
304-1573)
com
a
sua
Orbecche;
,
enfim,
Trissino
(1478-1330),
o
famoso
autor
da
Sofattisba,
que
foi publicada
em
i3i3
e
que
desde
o
seuapa-
recimento chamava
as
atenis
de
todos os
contemporneos
(a).
O
verso ensecasilabo
(1)
Vid.
minha introduo Historia
a
Uifratwrm
Portugui$a,
Coimbra,
1911,
pg.
188.
(i)
Na
Biblioteca
da
Lbboa
ha a
edifo
de
s
^
.
^uc
cootultai
:
La
SofomUba
D
Trissmo.
No fim :
>/.;';.>-
j/j
Ir
Vicmf
par
Tolamao iaaitmh,
tl'ammo
MDXXiX.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
13/136
que
dcrTava
j
dos
trovadores
e
remoouva
at
Bninctto
Latioi,
OMSire de
Dante,
repr
sentava
uma
fdtz iokiathra, de
que Trsatao
sentia
bem
lodo
o
arro)o.
D
cdkia
do
a soa
obra ao
PootiAcc
Lifo
X
(i) espera
que
le
dar o
seu
)usto valor
a esse
vcrio, tcndo-o
como
o
melhor
e
o
mais
nobre, e
memo$
fcil
do
que
pnnnetra
mu se afigura
(i).
A
obra
era
compoau em
itmiiamo
t
esse
facto
traduia em
si
um
p
to
y
e
aao enorme.
O
mrito
de
reconhecer qoe
oova
dvilizalo
espen-
dida
oo teatro
era
prcdso
acomodar
um
Im
foa
moderna
vinha
a
caber-lh
por
completo.
Dante tambcm cooMara
por
compor
em
latim
oa
prmeiroa
tercetos
da
sua genial
epo-
peia.
Maa TrsaiDO nio compreendeu todo
o
alcance
das
novas evohiflb
dramticas
e, ae
espunge
o
latim,
conserva
ainda
um
assunto
aotifo
aitranlin
aloM
c
curiosidade
doa
acua
cooddadfoa.
S
ofe
o
iba^ rainha
da Nonl
dia,
molher de
Sifai
e
depois
de
Maasnima,
sacrificada
a
glria
de
Roma.
Scipifo
receisndo
as
auaa
imrigas
iunto
do
marido,
aliado
doa
romanos,
ailhe
perder
todo
6aae ascendeiNe
c
a
rainha
prefere
vergonha
de
ser escrava,
(i)
A
dadkstris
i
faiifUiM
Nmtro Stgmrw
P^
Lomt
IVrmio
Gaifm
Gmgim
T^hm
Mm ao
t%a
mteltt
gitrw,
Bthmm Pmn,
JMM0
mmm
trmgtim,
ti tmi
Mtlo
Spmt^..,
(a)
k Boickhafdi,
La
tiptltunmm
m
itit
mu
ttmpt
t
U
itiarf
II, a,
3r
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
14/136
X
Cuiro
Traf(4U
entrtndo
ni
capitai
do
imprio
atrs do
triun-
fador,
a
altiva- coragem
de
empunhar
a
taa
do
veneno e
de
se
matar
(i).
O
assunto
tinha
grandeza,
no
ha
dvida,
e o
conflicto
doa
caracteres
opostos
e
dos
episdios
de
duas
civilizais
inimigas
era
para
tenur
um
espi-
rito
de eleiio,
e
tanto que
ie
foi ainda
reto-
mado,
s
na
literatura
francesa
e
em
pocas
bem
diferentes,
por Maret
(1629),
Corneille
(i663)
e
Voltoire
(1770).
Onde
fora Trssino
buscar as
personagens
da
sua
tragdia? A
obra
de Tito-Livio.
K se
o
assunto era
assim
fornecido
pelo
historiador
latino,
a
estrutura
da
obra,
a
sua
marcha,
a
conduta das
personagens,
os
dilogos
e
coroa
eram
todos tirados dos
triicos
gregos.
Era
uma
ingenhosissima demonstraio
do
meca-
nismo
do
teatro,
diz Hauvette,
a
que s
fal-
tava uma
alma
(2).
O
que
sucedera
em
Itlia
sucedeu
identica-
mente
em Frana.
Os
primeiros
que
empreen-
deram
imitar os
dramas latinos
imitaram-nos
at no
seu idioma,
escreve Chassang.
A
esta
imitafio veio
mais
tarde
juntar-se
a
represen-
tao dos
prprios
modelos, desempenhados
a
principio
na sua
lingoa
original,
e
mais
tarde
em
versis feitas na
lingoa
vulgar
(3).
De
sorte
(I)
H.
Hauvette,
IMt.
Iialieime,
1910,
pg.
s5a
(s) M^
pg.
s5o.
(3)
Dn Essais
drmmatfum
bmiti
d* l'amtifuit aux
XJV*
H
XV*
siides,
tioL
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
15/136
XI
que quando
aptreceram a
tragdias
de
Jodelle
c
La
Perou
um
largo
periodo
havia
j
traoa-
orndo
de
tentativaa
c
de
eiperendat
que
prepararam
o
advento
das
formas dramticaa
rcguiafca
(i).
At
primeiras tragdias francesas
foram
tradu&a,
depob
vieram as
imitaflb,
mata
urde
alfooi
emak
origDais
e
eb
iodo
o
teatro trgico
do
sculo
xvi,
diz
Faguet.
E*
JodcUt qocm marca
b
rilhaiinmcnte
o in-
cio
o
nwv
i
m
en
io
de reoovaio,
como cm
Itlia
SIDO.
A
sua
CMpatra
de
iSSi
aeguida
alguns
depois
de
Dido,
Em i5S3
apareceu
a
de
La
Peroosc.
O
impulso
csura
dado.
Era
dai
por
deante
procurar a
corrente
duodo-se conduzir por
ela,
destacando
cada
qual
na
forma de exforo
pessoal
que
podesse
dispender,
at
chegar
poca gloroaa da tra-
gdia
francesa
com
Comeille
e
Racine.
Mas
Bcataa
alturaa
a
qoe
s
oa
genioa
remontam
ofo
ac devem
oooca
e
sq
ccf
oa qtie
aodami
a
subir tam
alto,
como um
Buchanan
(por
1S40)
com aa
soaa tragdias latisaa,
um
Muret
com a sua JuU Cmar, tambm
em
latim,
e
at
o
telogo
Teodoro
de Beza com
o
Abrkmm
iHami,
em
francs, do ano
de
1S47.
O)
Cap.
II
Pnoitori
nab
:
Im
wm
tm.
FagMt,
U
T>mg^
Jnmaimm
XVitlek,
Parti,
191a,
pg.
L
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
16/136
Xn
Castro
TragadU
III
A
INICIAO
DA
TRAGDIA EM
PORTUGAL
Portugal
tambm
pagava
o
seu
tributo
influncia
latinizante,
e
antes
que
as
estrofes
da Castro
surgissem
na
sua
estrutura
martTi-
IboM, muitas
tentativas,
melhor
ou peior
suce*
didas,
deveriam
ser
feitas.
C
verificamos
a
mesma
marcha
j
observada
nas
paes
que
nos
precederam
;
primeiro
as traduis
e
imiu-
is,
at
chegarmos
forma
autnoma
da
CUpatra
de Miranda,
talvez,
e
Castro
de
Ferreira,
com
certeza.
Por
Azurara
e
Rui
de
Pina
sabemos
dalguns
dos
livros
que formavam
a
livraria de
D.
Afonso
V
(i) e
l
vemos
figurarem
entre
eles
as
tragdias
Fedra
e
Hiplito
de
Sneca,
que
era
um
dos
mestres
da scena
antiga
mais vul-
garizado
entre
os
humanistas,
como
dissemos.
Proximan)ente
pela
mesma
poca
em que na
mente de
Ferreira
se
debuxava
a
Castro,
apa-
recia
em
Lisboa
em
tSS5
a traduo
duma
das
tragdias
de
Esquilo
(2)
empreendida
por
Hcn-
(1)
Cfir.
5ouM
VittrbOfil
Lhrrirttnfteiaimmt
ma
rnmado
*
D.
Manoel,
Lisboa,
1901.
(3)
E nio
de
Sfodaa.
A
Ocsfia
trilogia do
faonao
sqoilo
rompfaaadando
A
ga
mtm
m
om,
Cko-
fkormi
EwmmUtt.
O
trecho
transcrito
no
'
la
dos
distrts
dos
ttulos,
elucida
esu
esmtu^...^
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
17/136
rif)OC
Aves
ViCtOfw
-*
IfgWdi
m
PUtfft^
qim
fof
A*^'
'^^
'
mortt
dei Rejr
A
g
m
m
oH.
Agora
moi^amtml
tirada
do
Grego
em
Imgoa-
gtm:
fi^DMiiii
por
Amriqae
Ajrm
Vidaria.
gnga.
Agora
tegama m^
imprena
e
emem-
aa e
amkadida
pelo
mesmo
autor.
No
verto do rctto
e
im
alto da
pgina:
c
Comea
a
tragedia
de
Orestes
tirada
de
grego
em
Rom
an
ce
trimada
por
Amrriqwe
Ar-
rei
Victoria,
natural
do
porto
e
derrigida
a
mmy
maaijka
emkora
doma
VioUmif
de
Ta-
morm
.
No
fim
traz
a
aabacrio:
A^Jemct
a
Tragedia d
Ore%tes. .
Fojr
impressa
na
mmy
nobre
e
sempre
leal cidade de
Lixboa
por
JemSo
Galhardo.
.
Acahoou
aot
VI
dias
d*
No
rn
ro
do
mil
e
q
u
in
kintm e
ncoenia
e
ciaeo
amos
.
De
Inocncio,
o
laborioto btbli-
ilo,
cnrataiDoa a
acena
i
.*
para
ae
faxer id
dcata originria itotatva
dratntica
tam
inierct-
aante
para a
ooaaa
htatria
da
liuratura (i):
qm
mH*
focil a
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datu
rpa
r
por
parta
da
aotoraa
aoionsadoa
( )
Dke.
BM
.
m,
i^
eoda m podam Mr
ooirag
par>
riealaridadta.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
18/136
XIV
CMiro
Triftdit
Uttt
dtMjot
acabado*,
M|oUa
gram
cidad,
qtM
outra
parta
vaa,
ba
Argnot
da
aotaguidade
a
da
granda
potattada,
a olha
c
ho
raves
:
E
Tcrat
hOa
etpaaaura
por
esta
parte
estar
soo,
que
ha
o
bosque
de
lo,
qoa
cobrou
tua
figura,
no
NOa
feito
da
poo.
a
a
tua
esquerda
mio
aparecem
bQs
edificioa,
honde
os
sacerdotes
vo
dApollo,
com
deuaam,
a
fater
seus
sacrifcios.
Reconhece,
pois,
agora
a
cidade
de
Micenas,
oode
a
tua
alma
mora,
e
descancem
nesta
hora
tuas
fadigas
e
penas.
Porque
esta
he
aquella,
onde
os
teus
pensamentos
sempre
tinhas
sem
cautela,
e
pois
te
ves
a
par
delia
acabem
j
teus
tormentos.
E
aqui
fostci
liurado
por
Elecha,
ifmia
tua,
daquelle
tredor
maluado,
de
Egisto
reprouado
qua
M
dera
morte
crua . .
Passados
poucos
anos,
em
i56o,
foram
tam-
bm
impressas
em
Lisboa
por Joo
Barreira
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
19/136
IVloiD
XV
ts
tradudb do Htrada
/Wrrm
e
da
AMm
dt
Scocca.
e
Joio
de
Barrot na
Rpica
cha
algn-
maa
outras tragdias
do
ineaiDO
autor. Maa
lodaa
estas
tentativas
iao)
ser
suplanudas
pela
obra
dt
Amnio
Ferreira,
que tpartccu
pela
p
riai
eifa vci
cm
i S87, onze
aooa amta
da
cdi
io das
suas
obras
completas. Com efeito,
oiaa
loram
publicadaa
pstumas merc das
dtHgDCtaa
de seu
filho
Miguel
Leite
Ferreira.
Saram
com cate
titulo
Poema
LuntatiM
do Doutor
Antnio Fer-
rtrm Arficaiot
por
srw
/iho
Mipitl Late
Fer-
rdrt
o
Primpe
D.
Filippe
ono
Semkor,
Liaboa,
por Pedro
Craesbeck,
ibgS,
4.*
de iv
140
As.
numeradas
s
pela frente.
Ora
a
data
da
morte
do
insigne poeta,
tida
como
incontroversa
por
todos
os bigrafos,
o
ano I
SO9.
Ha por conseguinte
um
longo perodo
de
vinte
e
nove
aooa
aotes
que
apareoeaacm
a
lume
excmplarca
tam
hopraoa doma
bela
ia.
Porqu ? Eis
o
que naturalmente
saberemoa.
Foi o
filho
quem
publicou
aa
obras
do
Pai
como
se
v
acima. Na
dcdicairia,
que
tem a dau
de
iS
de maio
de^JS^
declara
Eite
Itpro
estere
por
espao
e
qumremi
amos, ami
em
vida
de
amr
pm,
como
depois
do
sem
/hitoaawio,
ojkrwcido
por
we^es a
te
imprimir,
e
sem
te
entender
a cansa
qne
o impedisse,
na
onve
tffeito
.
Isto
absolutamente
exacto,
porque
o
Sooeto
prkneiro
da
bela
colcc^
do Poeta
diz
o se-
giote:
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
20/136
XVI
Cmito
Traftdte
Livro,
lui
dMiai, mtl
t'eof(ant
Quanto
melhor
%tr
dtotro
em
ttu
muro
Quieto
e
humilde
ttar.
indeque escuro,
Onde
ningum
t'empee,
ningum
denat
I
Sufdtas
enpre
lo ttmpo obras humanas
Co
a
oovidada apraaam,
logo
a
duro
dio
a
daspreso
ficam :
anu
o
seguro
Silencio,
fuge
o
povo,
e
mios
profanas.
Ah,
nio te
posso
ter t deixa ir
comprindo
Primeiro lua idade
;
quem te
move
Te
defenda
do tempo e de
seus
danos.
Dirs
que
a
pezar meu foite
fugindo.
Reinando
Sebastio,
Ret
de
quatro annos
Anno
eincoenta e
sete
:
eu vinte
e
nove.
Contava,
por
conseguinte,
o
Poeta vinte
e
nove anos
quando tinha
pronta
para
a
inapres-
alo
uma
parte
da sua obra.
No
que
le
aspirasse
com entusiasmo nem
sequer
com
muito contentamento
a
vela
im-
pressa.
Do
soneto
transparece bem
evidncia
que
le
preferia
conservar as
suas
composi
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
21/136
HrwQgo XVV
de
poetar,
de
fcrvorotot
admiradorct do bdo.
E
Femira
raaigoa
ac,
como
o
iodicani
clara-
meou oa tcrcctot
acima
tranacrioa.
Embora
a coato, cooaente oa
publica^io
do
que
j
havia
coopoaio
c era
amenie apreciado
oo
drcoto
doa acua adoBiradorca.
Aqudc
fiMM
t
mam
icnctra
a
rdutloda
do
Pu
e
a
ua
obra
ia
finalmente
ver a
luz
pblica.
Mio
anccdctt,
porm, aaaim.
Ferreira vtveu
deade i5S7, data
fiiada
por
le ao
que
acima fica,
doze
aooa, pob
veio
a
falecer
em
iS6.
Que
teria
aobrevmdo
que impedin a pobii-
otyin,
alia
reaohrida,
pobBfi^
qot
nio
a
^
olo vio,
mas
denrMrou
ainda
o larguiasinK>
pcfiodo
de vinte
e nove
aooa,
poia
a em
1S98,
Anal,
ac
quebrou
o misterioao
encanto
do
rilfocio
r
Aquele que esuva
em
melhores
condies
de
00a
preau*
alfMot
cadaraoHDioa nfo
o
fez,
porque
o alo tonbu,
ou
ofo qnb.
Stm
m
tntmdtr
m
cuuM.
.
c
nada
mais
acrescenta,
oem
sequer,
que
(tet,
mero titulo cooje-
tural.
Decerto, ncaac ano
de
1S57 nlo
esuva
Marrada a
actividade
potica de
Ferreira.
Oa
doze aooa
qnt ioda
viftu
facain
preaodri*
doa
liicrriaiDcou
pela
fomp
oa
ii
o
lavor
dot
doa
bvroa
de Carts
e
pelas
i^iiiWgj,
seolo
a
sua
mdbor
obfB
aparte
a
trafdta
~
ver-
dadeiro
pmmcimm
mlitm da tudo
quaato
escre-
veu
decerto,
pelo
oiCDoa,
a
mais
reflectida.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
22/136
XVni
CMtro
Tragtdla
t
mait
ponderada,
a mais
subtil,
a
que
encerra
maior
intensidade
filosfica.
Sabe-se
que
Fer-
reira
morreu novo,
com
43
anoa de
edade.
A
sua
produo
literria
no
podia,
pois,
ser abundante, o
que
no
admira,
quando
a
comparamos
com
a
dos
seus
admiradores
e
amigos
Miranda,
Caminha
c
Bernardes,
pois
esses
lograram
maia dilatados
anos de
vida,
sobretudo
o mavioso
cantor
do
Lima,
que
morreu
octogenrio,
c afinal
nenhum
deles
se
pde dizer modelo
e exemplar
de
acfo
intensa extraordinria.
Essa
actividade
de Ferreira foi ainda
des-
viada
para
o
exerccio
do
cargo
de
Desembargo
do
Pao
e, afinal,
abruptamente
cortada
pela
morte sobrevinda,
na
cidade
de
Lisboa,
com
a
epidemia
do
ano
de
1569,
que
tudo devorara,
ajuntando
Ose,
diz
o
seu
antigo
bigrafo,
aos
outros
muitos
estragos
com que
a
assolava
(1).
Muito temos
que
agradecer
memria
de
Miguel Leite
Ferreira,
que salvou o
nome de
seu pai
de
quase eterno
esquecimento,
que
doutra forma
ficaria
memorado
apenas
nas
obras
com
que o encomiaram,
agora
o sabe-
mos
com toda
a
razo,
os
estros
de
S
de
Miranda,
Pedro
de
Andrade
Caminha,
Diogo
Bernardes,
Corte-Real
e outros.
(1)
N
.
fcDpressfo dot Foems
Lusitanot.
I.Uboa,
ifBCCLasi,
pg.
at.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
23/136
ivi
opo
xnc
Ao
vr
o primeiro
duirikr
lhe
ngnko
prom-
po
twr9f
ao
vr
CamtnhA
cborlo
omdo
rttrate
l
da
idadt
ao mediur
nas
palavra
de
Bernardes,
que
o
apelida
de
imgnko
ptregrimo,
de
Sbita
da
Ltmimi,
ao
rememorar
o
soneto
de
Corte-
Real, em
que
%c
lhe
dirse
como
atrbuirtamoa
loosamioidade de pous,
que
entre
ai
adlmciiie
se
ioclinavan
no
pendor
o
dogio,
aquilo
qoc olo era
seoio um
justo
preito ao Mestre advertido,
ao critico
j
udicioaD
c
abio,
ao poeta de aiei6ia
tcmaa
c
suaves,
coo o Ktnm oa
aeoa
sonetos, as
auaa
elegias,
odes,
glogas cartaa,
e
de
inspira-
fio
akvanuda
e
doqucnte,
que
vinculou
cm
Ictraa
de
brooxc
c
ooro
oa
poruda
da Castro
o sen
nome
de
autor insoredonra
mente or>
ginal.
Maa icna
sido a
edi^o
de i^b, qoc dcua*
OMM
acima
mencionada,
a primeira
qm
rvloii
o
pMieo
o
cttro
do
Pou
?
Na
aua
totali-
dade
oio ha
dttvida
qot
foi,
OMa
no
ae pde
afirmar o
mcaom pito
qot
rcap tita,
peto
me-
nos, a uma
daa
auaa
obras
a
Outro,
poia
desta
lenaos a seguinte
edi^lo
Tragedia
1
itmjr
wtd
e
tU
\
gtttdeJJomm
Imes
de
OiMtro a^uai
fay
rtprt
\
ttnid
nm
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
24/136
XX
CMiro
Triftdto
cuUuie 4i
Coimbr
'\
agora
noifomenle acm-
centada.
(
Vinhett
)
Impresu
com
licena
por
Manoel
de
Lira
de tSSj.
8.*
pequeno,
de 3i
fls. inum.
O
nico
exemplar
conhecido
desta
ediio,
estudado
e
confrontado
com
os
da
ediSo
de
1S98,
permitio
ao
sr.
Visconde de
Castilho
no
seu
magnifico
trabalho
sobre
o
Poeta
afir-
mar
com
toda
a
razfo
.
Entre
esses exemplares
ha grande
diferena,
c
ha
mais
mestria no
de
1S98,
o
que
mostra que
esse
cdice
conservado
em
casa
do
Poeta
era
o
que
ele
perfilhava
e
onde
a
sua
lima teria
trabalhado
com man
eficcia
(1).
Temos,
portanto,
que
a edio
de
1398,
organizada,
dirigida
e
publicada
pelo
filho
do
Poeta, perto
de trirta
anos
depois
da
mone de
seu
pai,
se
nfio
a
mais
antiga,
evidente-
mente
a
mais
autorizada
e a
que por
isso
deve
ser
dada como
o
texto
definitivo.
(t)
Uvrari Clitk,
vola. XHsm.
Cfr. o
voL
i.,
pf.su.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
25/136
Pro0
XXI
IV
A
mu
LACMMOfA
M BIBMVDIZ
tmnjUMttm
m
nJUuo
da
castbo
Eoireuoto que a pedra
tumular
fechava
pan
SMDpfe
o
cklo
da
iainci
a do
aaotidis-
aimo
catrior
t
qut a
m-rina cataadJa ainda
por
aAtrc
ela
o
pcaado
vo
do esquecimento,
aparecia
em
Etpanlia a
aeguinte
edilo:
Pritmeras
tragediai
ttp/ioi
dt
Amouo
da
Silp.
Dirigid
ai lMtrmimo ar4or
dom
Ftnumdo
Rujrx
dt
Castro
r
Andrade
primo-
gmlio
UKt
M
U
or
tm
lot
estados
do
Lemos,
Alterada,
y
Sorria
y
Villatra,
Qm priptlo-
gu>.
Impressas em
Madrid
em casa de
Fram-
dso
Samckei
iiiyi
impi
.
AMode
MDLXXV.
S.*
de
VUl^iHMKBCfadasVio
folha*
nume-
radas oa
frantCt
e
msh uma
oo
fim
com
a
designalo
da
tmpresslo e ano (i).
Antnio
da
Silva
nfo
era
acnio
o
pseudnimo
de Frd
Jernimo Bcnnodct,
natural
s
Galiza
e
reli-
gioao
d
o
t
i
nic
a
fw
,
naactdo,
segundo
a
opinilo
do
coladonador
do
El
Parnaso
EspaUol depoia
do
ano
de
i
b3o
e
que
ainda
riria
em i S89.
(I)
ifas
laoa,
Dkc
BM.,
1,
S04 Oalarda,
Emsois e
mm
BlL
Espoola,
voL
i.*,
Madrid,
1866.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
26/136
XXn
Ctttfo
-
Trmdfa
A
obra
de
Bermudez aparecia assim
le{
anot
antes que
visse
a
luz
pblica
a
obra de Ferreira,
e
talvez
esse
grosseiro
cmputo
levasse
alguns
a
falar
em
plgio,
sem
se
lembrarem
de que
o
nosso
autor tinha morrido havia oi7o
anos
quando
a
Nise
lacrimosa
vinha estadear
a
descaradssima
imitao da tragedia portu-
guesa.
Imitao,
melhor
diremos
cpia,
e
cpia
servil,
que
chega
s
mesmas frases,
s
mesmissimas
palavras,
alm
de
no haver
em
toda
a obra
espanhola
uma scena,
um trecho,
um
episdio, que possa
reputar-se
original.
O
confronto
j
foi
feito
de principio com
suficiente
nitidez
por
Costa
e
Silva
para
que
seja
neces-
srio repeti-lo
aqui
de
novo.
Para
elucidao
do
leitor,
quem
a
consulta
do
Ensaio
Biogrfico-
critico no seja
fcil,
poremos
aqui
apenas alguns trechos da
obra
de
Ferreira,
em
frente
daqueles
sobre
os
quais
Bermudez
calcou
servilmente
os
seua
(i).
Logo
de
comeo
a
obra
espanhola
se denun-
cia,
abrindo
por um
fastidioso
e
difuso
rgu-
mtnto
em
prosa,
explicando o
factum
da
tra-
gedia, que no
existe na
obra de
Ferreira.
O
autor
espanhol compreendeu que
era
necessrio
explicar
aos
seus
leitores
o
facto
histrico
que
motivara
o
seu
trabalho,
e
expi-o
como a
(i)
Sirvo-
me da
reprodulo qu
vem
no
voL i.*
de
Origmn
Jcl
TMlra
EtfM
gtgmoi t
mm eoicm
9$eogidm t
pi*fs
Somticas
atteriorn
Lop
4*
Vtgm
por
dom
L. F. t
Moratin
com
%m
pmdict
for
om
E,
Ockoa,
Paris,
s. a.,
pgg.
3i4*356.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
27/136
xxm
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
28/136
XAIY
Catiro
Trtg
tdia
toda
luz
no decurso
da
obra.
Logo
na
acena
i.*
do
i.*
acto,
Bermudez
introduz
a
falar
o Infante
D.
Pedro
que,
em monlogo
que
nio
conta menos
de ctnio
e
trinta
e
seit
endecasilaboa,
assim
comea
a
expor
a tua
paixo
por Ins de
Castro
Otro
cielo,
otro
ol,
me
pirece
ete,
Del
qu goMba
yo
tcreno
j
claro
Alli
de
donde
vengo
;
ay, tritie
ciclo.
Como
en
ri
veo cl
trance
de mia
hadoa
I
Ay
que
donde
non
vco
aquellet
o)oa
Que alumbran
esioi mios, cuanto veo
Ma
pone
horror
y
grima,
y
se
me
antoja
Ma
triste
que
la
noche,
y
mis
escura
All
(
ay
dolor
I
)
los de)o, all en Coimbra,
AIK
tan claro
es todo, que aun la
noche
Ms
dia
me
parece que
de
dia
O
que
cm
Bermudez
incio,
em
Ferreira
quase
o
fecho
do
drama.
O
fim
da
catstrofe
presente-se
prximo
quando,
ao abrir
o
S.* acto,
o Infante
exclama
Outro
ceo, outro
sol
me parece
este
DifTereote daquelle,
que
l
deio
Douda
parti, aaaia
daro,
e
mais
fermoso.
Onda
nfo rasplandacan
os dous
claros
Olhos
da
minha
lui,
tudo be
escuro.
Aquelle
he
s
rmu
sol,
a minha
estrella.
Mais
clara,
maia
fermota,
mats lutente
Que Venu,
quando
mais
clara
se
mostra.
I>aquelles
olhos
salumia
a
terra,
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
29/136
XXV
Td
M IM Ml
ckra.
^M
l
Tenu o
Sccreuno
ditauadir
D.
Pedro
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
30/136
XXVI
t^aitro
-^
i
rtSfOl
CocD
qtM
HM
vtjo,
v|o
que
o
qu
fao,
NSo
he
tamanho
mal.
coom
vt
vadM.
Ku
no
fao
erro
alguiD
*.
sigo
o
qua
o
sprilO
Me
du,
e
me
revela,
a
quem
eu
creo
Cos
Prncipe
tem
Deot
outro*
segredos.
Que vo
niio
alcanaet,
e
como
cego
Nos
juiiot
erraes
de
seu
misteros.
Olhay
eta
molhar,
vede
o
que
ha
oalla.
IVum
sangue
no formou
a
natureta
:
Real
he,
de
Reys
vem,
de
Reys
he
digna.
No
acio
2.*
a mesma
cpia
servil.
Antnio
Ferreira
escreveu
pondo
na
boca de
D.
Afonso
IV:
Oh
cetro rico,
quem
te
nlo conhece.
Como
fermoso,
e belio I
e
qu| soubeaae
Ben
quan
differtote
s
do
que
prometei.
Neste
chio
que te
achasse,
quereria
Pitar-ta
antes
cos
ps,
que levantar-
te.
Nto louvo, os
que se
louvam por
imprios.
A ferro,
sangue,
e
fogo destruyrem,
O
seu
prprio
esteodeodo
:
mas
aquellea
(
O
grandeza
espantosa,
e animo livre
Que
teado-o
muito
grandes,
os
deixaram.
Mr
altexa,
e
mr
animo
he
as grandesas
Desprezar, que aceitar
: e
mais
seguro
A si
cada
hum
reger,
que o
mundo todo
O
resplaodor
deste
ouro nos engana.
E
he
terra
em
fim,
e
terra
a
mais pesada
De hOa
alta
fortaleza estamos
sempre
Postos
por ataiayas
fortuna
:
Por
escudos
do
povo,
offerecidos
A receber
seus
golpes
; nio
fazl*lo
He
usar
mal do
cetro,
e
bem faal-lo
He
nio
ter
vida
mais segura, e
cert|.
Que
quanto
estes
perigos
nio
protoetem.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
31/136
E
loo
Bcrmudct
te
apropriou
de
tu^
etcre-
rtoo:
AqvkanoM
coooca
psr^M
ctorttti
QalMi
viiM
lia
pMidO
y
da Miolot,
Coan
oiro
d lo
qat
partOM
ttat;
GoMo m
0Mt Mlo ^oo
W
botbM
AoM
dtfaria
coo
lo*
pi
hoHtru,
Qm
loTaotOfftt
d4l
aooca
yo
bbo
A lot
oy
altbodo*
df
%
cettt
Dt
MOfra
^M,
iapwiot
doMrvyroc,
Por
Mttodir
ti propio; otot
lo
AomIUm
ooc
coo
4tt*iff*f
critlitoo
XOfllMldO
fttlM
H
,
tH^Kttftt
los
Mayor
fraodoa
4o
oisK)
Dwprtdar
qo
aceur,
y
ois
Mguro.
Q
rotpUoiSor,
dei
nuodo oot
doslooBhra
T t*
tkrra
1
cbo,
y
tkrra aoy
p
po
wmt
loT4a
ai
Mfora
D
lo
qoo
los
poUgro*
oot
prooMtto.
O
acto
fecha com
a
tntenreolo
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
32/136
XXVUI
Castro
Trigtdfe
Qtiam
pouc
vcm
vimos
Tardtr grf
justia
Qu
nio
daacaaaa
sobre
Aquallas
livras
Albos
Bennudez,
na
mesma
frma
estrfca,
foi
seguindo
pari
passu,
como
se
v6
Cunto
mit libre,
cunto
ms
sagnro
En
el esisdo,
que
de
si contento
No
te levanta,
roas
de
cunto
hujra
Grande
misria
Quien
ms
desea,
las
ms
veces
se
haUa
Triste
y
burlado,
poas
veces
duenna
El
fuego
tieme,
vientos,
aires,
sombras,
Teme
los
hombres.
Con
raras
veces
vemos
Tardar
en su
venida
La
justicia
dei
cielo
Sobra
los maios
hi)oa
Qua
dan trabajo
y
muerte,
Nagando
la
obedincia
A
sus
prprios
padres
:
Pecado
torpe
y
feo
A los
divinos
o)o
Pacado
qua
padaca
Mas
da
hircanos
tigraa,
Mas
de
leooes bravos,
Que de
bombre
semejaosa
Da
su
Hacador criado.
Aqaal
amor
tamaflo
Da
padres que
te engeodran
Da
iMdraaqoa
ia
erlao
Coo
sangra
da
sa pecho.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
33/136
Prtofo
XXK
^
C4o
olvidar u
pMdH r
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
34/136
3LXX
Castro
Trtgtdto
Por
cUa era
apagado.
Por
ti
tomaba
arder
Agora ardes
en
este,
Juitida
de Diot viro.
O
confronto, se fdsse
levado
por
deante,
dIo
nos
elucidaria
mais.
E assim em
tudo (i). Bermdez imitou, copiou na
maior
parte
dos
casos,
e
longe
de
evitar
os
defeitos
de Ferreira,
que
os tem, mais
pela
natureza
dos
tempos
em
que
escrevia,
do
que
pela
falta
de
veia potica
ou
de talento, antes
os
agrava
e
afeia. Quando consegue
ser elevado,
a sua
lingoagem no tem
a
nobre
eloquncia,
o
vigor
e
conciso
da
do
autor
portugus.
No
admira,
pois,
que os
crticos
tenham de
h
muito sentenciado
o
pleito
em
favor
de
Ferreira.
oooda
de
Castilho,
servio-se
dalguma cpia
da ed.
da
1587,
pois qae
esse
plgio
mais
descarado, nais
COOipleto,
quando o
confronto
entre
i\ite s
fsi
com
diio.
LiV.
Clssica,
ot>.
i.,
pg.
331-141.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
35/136
Prtflofo
XXXI
dolo
todo, hasta
loa
ddecioa,
loa
adomoa
Uricoa,
y
lot
pcmamiastoa
dcmaaiado
amUo
CO
boca
dei
prtoeipe
(i). Ootra no
4
m
opioiia
de Martiocz
de la
Rota
que,
naa
oocaa
i
tua Arie
Poetcm,
terminara
aa aoaa
comida
ro6ca
adbre
o
ataonio UM fitna decre-
lrta:
c
cocciando
ambaa
aa
obraa
parece me
qac
na
portuguesa
te
daacobrc
o
verdadeiro
(a).
oio
creio
que
oa
cnticoa
modificado
tse modo de
vr,
pott
qoa
Fitzmaorce
Kelly pdde escrever nio
h muito
Fm
de
mtots
mjfiramt
po^r
U
dominicim gaii-
eim
Gtrmiimo
Brwmdr^
iSSo?
1^90
O
q
ptMia
mu
le
mom
dAMtomio
dt
Sjripa
ie$
Primtera tragtdiu
mpooloi, Niu
lattimota
y
Sm
latnad.
.
.
f
^Vr
Imtnmma
'es/
f'MW
IradmciHm d
primor
trgico,
M
Nise
laureada que
na
Nise
lacrimosa.
Nalguns
personagens
ate
sumamente
impr>
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
39/136
XXXV
prio
c iadcotBCt.
O
urctcr
do rti,
por
ciemplo,
ofo
pode
tr
nuit iadwofoto,
nem
mait bateo, cm
imiiui
dt
mm tcflct, c
em
Bio
poucAs
das tau
iiprmfTn.
Sinra
da
aiamplo a tcaoa
S.*
do
acto
V
em que
sa
aipfla o Mipiieio doa tfraaaorat
da
D.
Ins
de
Caacro. Nlo
hafw acaaa
otiaia
ridcula
em
tftftdte
alguma, por maia
diaparauda
que
af)
00
antradio draaeo. O
rei
o
verdugo,
t
oa
rua,
todoa
Uhm
antra
com
cipraaatt
groatciras,
burieacas,
ultrajaotea, iroicat,
pie-
baa
e
iodigBaa
da
magcattda
dramtica.
Naatc
poofo
nfo
pode
haver
maior
daacoofor-
mdade
naa
duas
\ite$
(i).
Maa
ofo
ser
agora
um
autor ooaso
que
ciiar
aaoa,
icr,
tim,
um
espanhol
ilustre,
que
ao
aatudo do
uatro
antigo
do aeu
pais dedicou
uma
grande
parte
da tua
actividade.
Ou^ase,
peia,
a
Moratin
que,
noa
Orgmn
dl
Teatro
EtpafM
feguidot
de una eoecdm
neogida
de
pie\as
dramaiics
anerioret a
Lope
de
Vega
aaaim
te
exprime
referindo-
te
Si$t
Umnada:
N
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
40/136
XAAVl
CMtro
Tnftdia
estimacin,
todo
lo
restante
et
en
extremo
defeciuoso
(i)
.
Por outro
lado,
como
poderia
admitirsc
que
um
homem austero c probo,
considerado
como
exemplar
de sisudez e
honestidade pelos
seus
contemporneos,
aceitasse
os
encmios
que
lhe
dirigiam
pela
tragdia Castro, sendo
ela oio
obra
sua,
mas
dum
estranjeiro?
O
famoao
soneto
de Diogo
Bernardes
disso uma prova
iireragvel.
Vejase
Se
Dona
Ins
dt
Castro
presumira.
Que
tinha
o largo ceo
determinado
Ser
o seu
triste
fim
to
celebrado
Co
raro
engenho
da
tua
doca lira.
Ioda
que de
mais
duros golpes vira
O
seu
tio
b'
ito
traspassado.
Do corpo
o
t
_
:
ito
desatado
Leda,
desta
baizeta
se
partira.
Alegre
-se
no
Ceo,
pois
que
na
terra
O
seu nome
por
ti
seri famoso,
O
qual
i
nSo lembrava
em
Portugal.
C
O
teu
esulo fex
i.
morte
guerra,
dona
los ditosa,
tu
ditoso,
QtM
daodo
vida,
ficas
immortal (a).
Antnio
Ferreira
no
s aceita
estes
elogios,
mas responde
ao
admirador
e amigo
cooao
que
(i)
CCr. voL
1,
pig.
loS.
(s)
o n.*
xciY
das
Ftorts
do Lima.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
41/136
XXX
VQ
enlevado
ainda
no
grande
objecto
,
aentiDdo
nio
ter
interpretado eofi
toda
a
sua
eloquncia
a
imeoaa
dr
de D.
Ptdro.
Aaaim
escreve
etfo
tprlio Apolo
iospira,
Volv
fs
doeo caaio
a
iai
Mtfl
dado
Ao
y
a
nd
t
o
b
ts
c
to
mv^^m kTaatade
Por
ti
Mr
a
aka
tMria,
qua
{
Mprt.
falda ooda qotr qo'tt,
chora
tuipira
O
trtaa Ubita,
tm
vor
ifo
omI cbondo
8m
doca
aoMr,
da
qo
c
nandaa
Piabcifo
00
estudo
que
precede
a
aua
diSo
dcli
de
coodaamente
a origtoalidadc
da
Cttro,
carcttr qoe
estende
igualmeotc
a
duaa
GMDdiaa
Britio e
Cioao,
00
que
ooa
nfo
parece ter
a mesma razio.
6.*
DewMM mgBctoaar
oeste breve
elenco
dta
cdifies
Ferrctranas a
que
amprwndca
o Sr.
Viacoode de
Castilho
(Jlio)
ooa
ola
zMBi
da
c
Limrri
Oamca
Excerpic
dm
primcipan
atHoret
dt
boa mota
ptMiedm
mk C
uipiaoi d S.
M.
F.
ElPet
D.
Fer^
Wmdo
II,
obrm
eoiabormda
por
tmttiot
dot
p
r
i
m
if
u
acripiorm
da
Imgaa
portuguesa
e
dirigida
por
Amiouio
Fdiciano
de
Castilho
9
Jo
Feiidaito
de
Catilko
Barreio
e
N
oro
mkm
,
Rio
de
Janeiro, 187S,
qoe
cooaagroo
o mL
1.*
ao
estudo
biogriico
liuerrio da
Vida
do
Poeu,
cacrio
iuquela lingoagem
de
Mestre,
qoe
todoa
admiramoa,
e
os vela. 3/ e
3.*
ao
citracto daa
obraa
maia
fbrmoaaa
do
ilustre
Quinheotiata.
O
systema
seguido
nesu
Litnraria
Clanica
obriga-noa,
diz
o ilusa cacritor,
a dar
somente
t
m
rp
t
o
a
,
ofo
podcodo
ponaoio csu
publica-
o
ser
considerada
ediio oova
( )
-^
' --
--
'
-
^^-^
--'-'
(i)Pg.36a
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
46/136
XLD
CMtro
Tragedia
V-te,
poU,
que a noMt ed.
a
sdina
na
ordem
das que
aairam
da celebrada
Castro,
nio
contando
a
espra^
de
que
acima
falamos.
Moldmo-la
rigorosamente
pela
edifio de
1S98
pelos motivos,
que
atrs
deixamos expostos.
Uma nota
interessante
se
colhe
do
titulo
deau
edio
autenticada,
hoje,
por
um nico
exemplar. E'
a
de
que
a
tragedia
foi
repre-
sentada na cidade de
Coimbra
>.
Ferreira
procedera
como Cames
e
como
S
de
Miranda,
que
tambm
composeram
as suas Comdias
em Coimbra,
onde
naturalmente
foram
repre-
sentadas.
Os
ecos
da
Itaiia
do
Renascimento
reprodu-
ziam-se
em Coimbra,
a
famosa
Atenas
lusitana,
em
cujas
goas
santas do
saber vinham
retm-
perar-se todas as almas
nobres
e
elevadas, que
no
se
contentavam
somente
com
o fragor
das
armas.
A
paisagem
doce
desta encantada
terra
havia
de
repercutir-se
nos
cambiantes
mais
diversos dos
melhores
espritos,
tais
como
o
prncipe
de
todos, Cames,
e
Miranda, e
Bernardes,
e
este mesmo
Ferreira,
cujo
poder
rico de evocao
simplesmente
admirvel.
Vinham
atrados pela
fama
das
suas
escolas,
onde
ensinavam
os
Gouveias,
e
Diogo
de
Teive,
e
Buchanan
e
todos
quantos
D.
Joo
3.*
man*
dera
chamar de
Salamanca,
Alcal,
Paris,
Bor-
deoa,
daa
Frandea,
de Itlia
e
da
Alemanha
(1).
(O
Canacalo,
Mtmtrimi
kttar.
o
mist.
PulpH,
pg.
i4
Mg.;
Pedro
d
Maria,
Diogo
4
Varia
kittria^
Dial.
v,
cap.
m,
pg.
476
segg.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
47/136
xuo
Era
Oturtl
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
48/136
XUV
Castro
Tra4it
dto comear
a habituar
nos
a isso:
primeira
tragdia clssica,
primeiro
sonho;
e assim
de
seguida
durante
trs
sculos.
Ifis vio,
pois,
em sonho
uma
ovelha
despedaada
por
lobos.
Storgio
consola-o.
Um
coro
de raparigas
faz
subir ao
ceo elegantes
oraes,
um
pouco
tri-
riais
y.
A
anlise
dos
outros
actos
d
a
mesma
impreaslo
desta
tragdia
sbria,
bem
condu-
zida,
bem
delineada
e,
termina
Faguet,
Jef
era bem digna
de
servir
de
modelo
aos
trgi-
cos
do
sculo
XVI (i).
Haver
absurdo
em
supdr
que uma
indivi-
dualidade
de
tam
grande
relevo,
coroo
Bucha-
nan,
a
quem
Florem
Chrtien,
um
dos seus
tradutores,
chamou,
alis
com exagero,
o
prncipe
dos
poetas
do
nosso
tempo
,
ti-
vesse
inluido
na direo
do
teatro
em
Portu-
gal,
em
Ferreira,
na
composio
da
sua
Castro,
talvez
tambm
em
S
de
Miranda,
autor
duma
tragdia,
a
Clepatra,
que
se
perdeu
?
Buchanan
entrou em Portugal
no
ano
de
1S47
quando
j
havia
composto
as tragdias,
que
mencionamos.
Em
Bordus, para
onde fora a
convite de
Andr de Gouveia,
o
mesmo
que
tambm
o
trazia
para
Portugal,
que
o
eru-
dito
escosss
composera
as
suas tragdias.
Era em
1S39, vindo esses
trabalhos
a
ser
pu-
{%)
Li trmgit
frammU*
au
XVI
sieU,
j
cil..
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
49/136
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
50/136
\LV
Cmuo
Tragdla
DCiccdivel.
Teive quero
hide
decidir
entre
a
contenda dos
dou.
Diz
Aonio,
um
dlet:
Tret
foram
empr* GrtM nomeada*,
Em
quanto
i minha
Ulia
nlo
natceo,
Tanto que
Lilia
ao
mundo
apareceo,
Por
quatro
ato
as
Graas
)
contadas.
Respondeihe
o
companheiro
Vincio
Nove
do
claro
Sol foram chamadas
Sempre as
irmls, que
o
mundo
conhcceo
Tanto que
Clia
nos
resplandeceo,
Por
dez
sSo
j
as irmis Jo Sol
cantadas.
E
enio
que Teive
intervm
Cesse
j
dos
Pastores
de
Arno a fama.
Doce me
vosso
canto, e doce seja.
Meus Pastores, a quem
mal vos desama
Ambos iguaes no canto,
inda
ambos veja
Muitos
annos
cantar, e vejais cedo
A
alma
chea cada
um
do
que
deseja
Sem paodar
d'aspcraoa, nem de
medo.
Na
Carta
que
dirige
de Lisboa
ao
mesmo
grande
Mestre
(i)
lamenta-se de no o
ter
perto de si,
saudoso
da terra onde
ele
vive
e
onde
lhe
pede
que
continue
a
trabalhar
No
teu verso
latino nos
renova
Ora
outro Horcio,
ora
outro
grande
Maro
Na
grave prosa
Pdua,
Arpyno
em
nova.
(I)
a
earta
IV,
Livro
II,
p^.
76
do
t.
a.*
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
51/136
XLVO
Ferreira
estudou
profundimum
m
Utinat
e
grtfu
dcioutt
pmtt
t
r
da
aM
inimiUTcl bekta. Sa
k
ofo
flaaa
fam tardo
can
conpor,
qudiando^tc de
que
veta
uca
empre
Ibe decorria
propicia,
oooo
a
outrot.
Se.
.
.
ale
mi
qu
strclA
oo
A
Mafoe
om
ta
^
oie
toe
de
E
faMU bM eM
alo
chtt^
M
r^ff
(D-
que
belas, que for
m
o
iWiimat .
t*eiro.
E sac crime, que Hcar
eternamente
gravado
naa
pf^inas
da
histria
da
nossa
terra,
conte*
teu*sc
Como interpretou
Aatomo
hcrreira,
dentro
da
atmosfera
do seu
tempo
e
do
seu
meio.
catas
acontecjmentoa
?
Aqueles
crticos
qtie eiigcm
que
le
visse
aa
cousas a outro prisma,
apootando^lhe
decitoa
at
de
lingoagem
e
o
emprego
de
locoea
por
dcmaia familiares
e
incompaiiven
com a
gravidade trgica
,
que
quereriam qoe
le
tivcaae
ioiroduzido
outro andamento, novas
accsaa,
hms
pcnonagMai
c
fucm
ver
quanto
a
tragdia
gibaria
eom
tais
ou
tais
modifica*
6ca
por'
ticmploi
com
o
cocooiro
de
D. Pedro
(i)
A
faa
ssMMhMa da
Cofloie
4a
Castro
pr-
aiiahee mo
o aCstiaqM
a
ses aMia
podia
a
waac
a
i
a
lua
delaaaa
nam
m aai o
peaaa
md
vwioa
oitofl
Cwiit
9n
Coabrai
900^
1
voL
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
54/136
L
Cwiro
1 rigadic
e
D.
lai,
o
que
nunca
se
d
(i), com
outro
desenho
de
D.
Afonso
IV,
que
classificam
de
personagem
c
ignbil
>
e
que at
quem
o
diria
censuram
a
introduo de lindos
trechos liricot
intermeiados
na
aclo,
que a
entibiam,
no
acu
modo de
ver,
e lhe
imponi-
bilitam a
repreaentalo,
tais crticos nlo
tmm
razo
alguma
e
esquecem
a
obrigao
de
remontar
poca
e
circunstncias,
em que
o
trabalho
foi executado. E'
uma
insensatez.
E'
querer
que
Antnio
Ferreira
delineasse
e
realizasse
a
sua
obra,
como o fez,
por exemplo,
o Sr.
Poizat escrevendo a
sua
Ins
de
Castro
para
ser
representada
no
teatro
de
Paris
no
ano
da graa
de
1913.
Nio.
A
obra
de
Ferreira
no
impecvel,
naturalmente,
mas a
lingoagem
dele
c
a lio-
goagem
do
seu
tempo,
aconoodada
cultura
e
educao
das
personagens,
que
a empregam.
Qassificar
de
cacofonia
o alma
minha,
de
expresso
menos
decorosa tetas^
de
termos
obsoletos
fuge,
despide,
etc,
um
contrasenao,
porque a
lingoagem
no se
inventa,
nem se
emprega
ao sabor
de
cada
um. E
se
se reco-
nhece
esta afirmao
como
um
truismo,
porque
se
hade
continuar
a
apontar
como
um
defeito
o
que
o no
?
c
Nenhum
escritor, diz o
velho
bigrafo,
por
mais
elegante que
seja, ae
(1)
O
rpro
vioha
de
kmga, poU
Mto
{i por
Oarrttt,
no
Bqufo
lstri a
Umgoa
poetm
ptrtmgwsa,
fOtrmt
e
mHpimM
^
xti
),
pg
i3.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
55/136
qoiado
csttt tannot,
que ot
qoum
ouvidos
prcMOttacait wtrinhaia,
(dram pdoa
melho-
rta
autoras
conttmporloaoa
amprtgadoa
em
aaauDtoa
jgmlim
ft
t^
w
il
imoa.
co
bio o
ctaiD
ao
ceno
todoa oa
do
noMo
Poda,
qualquar
censura
6car
scodo indiscrcu
e
iojusu
(i).
Isto
qusoto
a
liiy
a
frns
quanto ao
estilo.
Pelo que
respdu
ao
dcaenho
doa
caracteres
o
que
o
arcc
a
anaanchas
a csnmra
,
aobrttudo,
o
da
D.
Aiboso
IV, #
odioso
e
at ignbil
.
Aaaim
devia
ser,
assim tinha
de
ser. Do
nonarca
dependeu
em
um
dado
momento
a
vida da
msera e
mesquinha
.
Mas
o
assassnio
de
D.
los
i
apresenisdo
na
tragedia
nlo como
um
rrm^
'gsr,
no
como a exploslo
dums
pa
.ai,
mas
como o
fsctor
inJ
i
jpsz
dum
povo
inteiro.
KJ
iTMKiarca
ciitc
^c
'SSinnsdo
pela nKKidade
e
beleza
de
D.
In.
Diante
daquela
frigil
crestura,
que
um
grsnde
amor sublima,
o
seu
cors^io
nlo
i
duma
aenslbilklade
petrificada.
V'a
dcil,
submissa,
aniquilada.
Os
filhinhos rodeiaaa-oa.
E
na
imiMdadi
toa
dr nlo
j
de
si
que
ela
tratt, nfo
meamo de
si
que
se
preocupa,
maa
aponundo
para
o
destino
do
seu
amado,
qnt
pode ao
rd
que
s poupe
Pwa
li para
o
iaioo
qpa
CS
Siftt
(I)
na dss Olnaf, ad.
i^tt
Hg.
Si.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
56/136
LU
Cmito
>
Tnftdit
V)o
oqult
amor, qu
me
cauM.
Nfo
viftr
MU
filho,
d
lhe
vida
Senhor,
Jando-ma
a
mini
Esia
nota
e pcrlcitamentc
exacta
e atinge
pela
sua verdade
e
pela
intensidade
psicol-
gica a
grandeza
do
sublime.
Assim
mesmo
se
exprime
Ins
na
obra
de
Poizat,
o (inissimo
dramaturgo
francs
da
atualidade
Ce n'ct pai
tur
roa mori,
que
je
verte
dei
pleurs,
Sire,
puiique autii
bien
c'e>t
pour lui, que je
meun.
El
ce
me serait
mmc une
joie
ataea
grande
D pouToir,
da
ma via, ainsi,
lui
Cara
offrandc
Seignaor,
coutei :
Si i'adret>e un
appcl
tuprfme ft
vos boota,
Ce
n'asi
point que
roon
me, encore jeuna, 'anivra
Da
la
lumicre,
tout
laquelle
il aii doux
vivra.
Ou que
>'attende ni
richet&et, ni profilt.
Ce n'ett
point,
comme
poutc, hlas
de
voire
filt.
Et
ce
n'e>t
pat
non
plu,
pour
la
douleur
amcre
Da
laitaer
mes
petiia
enfants privt
de
mre.
Non,
c'est
parca
qu'il
ast
deux
Ctra, dont la cocur
Est
ainti fatt, que
Tun
mourra,
ai Tautre meurt
Deux
luth,
si
justement accords, que personne
Na
saurait
blesser
Tun,
sans
que
Pautre
rsonne.
Eofin,
SeifBtar,
anfin,
saava-moi
du trepas
Pour
qua votra
Padro, dtt
moina,
na
meura
pas
(
i
).
que
o corao
humano
foi sempre
o
meamo
atravs
de
todaa
a
idades,
los
de
(i) A. PoUai,
Sopkomkt, tragk.
.
. iuhm t hi
9
Catto
m
Mimgrt
H AtmiMtt,
Paris,
1913,
pg.ioB.
-
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57/136
CaMro
anui
D.
Afooto
como
aiiMin
as
graodtt
calcvaado^tc c
cooauiiiiiido>t
na
prpria
qiM
MMram.
Quando o
CStfro
Ycm dar
a D. loa a nodck
da Mia mone
haver
tido
resolvida
c cont^
Trtet
NoTM
mon
u
iragOi
D.
Im
Ak cotada
dt d, tb triia,
triM
I
um
l
pensamento
a
domina,
e
por
mo
oio
na
soa prpria
morte que
pensa.
Ao
^zer-lbc
o
coro
...
HaiM
retorquto
tmmedistamcnte
H
Mcto
o
mttm MolMr?
o
Amnio
Ferreirs
conduzio
bem
o
entrecho
dramtico
e
maravilha
at que, sem modelos,
acm
guias,
ilm dos
que
lhe
ofcrtda
a sne
grega
e
latina,
e
escassamente
o
teatro
moderno
na obra de
Triaaino
se
que
lc
a coobc-
cno
,
tivcaac
raafiado obra
tam
parfcitt (i).
D.
Afonso
IV
luu
entre
os scntimentoa
de
homem c
oa
deveres de rei, c chega
a
maldizer
a
sorte
que em
ul situa-lo o
colocou. Todoa
lhe
gritam
que
se
trau
d salva^
do
paia.
(I) GsrraK,
Jtafa^i
a
kim. t
pottug^ fO.
emH^Hs.
sxi
).
pe
ia.
-
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UV
Ctstro
Trtgtdte
que a
morte
desM
moiher
dtr
to reino a
paz
em
vez
da
guerra^
o
sotsgo e o
bem
estar
em
logar
da
revoluo.
Instigado
pelos
seua
conselheiros
a
assegurar
a
salvao pblica,
escreve
Sismondi,
pela
morte
duma moiher,
nfio
inspira
j
nem
horror, nem
repugnncia;
le
mistura
sua fraqueza
um
carcter
de
dignidade
e
de
bondade
;
e
quando
cedendo
a
conselhos
que
lhe
repugnara
deplora
as
mis-
rias
da
realeza
julgar-se
hia
reconhecer
em
Ferreira
a
lingoagem de
Alficri
(i).
Eu
dou
mais
pelos elogios
de
Sismondi
do
que
pelas censuras
de
Bouterweck.
A
obra
de
Ferreira
est
definitivamente
consagrada
como
uma
das
mais
belas
da
Literatura
Portuguesa,
de
que
flagrante
testemunho
o
perodo
trans-
corrido,
que,
repetimo-lo,
lhe
nfio
empanou
nem
o
brilho, nem a
formosura.
Mendes
dos
Remdios.
(i)
Dt
la
Httttatw
da
Miai
4v
rEurtpe,
4-*
oL
pf.Sia
-
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-
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-
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CASTRO
TRAGEDIA
-
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62/136
t
.
-^^-
-
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PESSOAS
DA
TRAGEDIA
Cisno
Ama
CNOtO
DAS
MOAS DC COIMMtA
IrrAKTC D. Pfao
SicarTAiio SCO
ElRit
d.
Aroicso
lUI
Piao
CocLMo
Diogo
Lorts
Pachico
-
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-
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ACTO I
CASiBo
AiAA.
CHoaa
CAsraa
Colhcy,
colhey
legrcs,
DooxcIUs
minhas, mil chciroMs
flores.
Teccy
frctCAs
capcIUt
De
Ivrot,
t
de
roMs;
coroty
lodM
As
dooradss
cabcss.
Espirem
susves cheiros,
De
que
s'efichs
este
r
iodo.
Soem
doces
logeres, doces cotos.
Honray
o
claro
dia.
Meu
dia
tam
dioao
a
**'>
gUrf*
,
Com
brandas
liras,
com
suares
vozes.
Que
ooTss festas,
novos
eocanuis
pedes
CAsraa
Ama,
oa cria-lo
ama,
fM> aonor
mly,
Aiuda-m'ao
praier.
Novos
etrem
os
veio.
Nas
palavrss
praicr,
agoa
ooa
olhos.
Quem
u
(az juaumcou
leda,
e
tn^ie
>
-
CASTtO
Triste dIo
pde
esur,
quem
vs
alcfrt.
-
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Cmito
->
Tragtdia
AMA
Mistura s yrtzti a fortuna tudo.
CASTtO
Riso,
prazer,
brandura
n'alma
tenho.
AMA
Lagrimas
sinaes
so da
m
fortuna.
CASTRO
Tambm
da
boa
fortuna
companheiras.
AMA.
A dor so
naturaes.
CASTRO.
E
ao
prazer
doces.
AMA.
Que
fora
de
prazer
tas
traz
aos
olhos
?
CASTRO.
Vejo
meu
bem
seguro,
que
receava.
AMA.
Que
novo caso foy
?
que bem
ic
veo
?
Porque me
tens
suspensa ?
Abre
me
j,
Senhora,
essa alma
tua.
O
mal
s'abranda,
o bem
coniando-o
cresce.
CASTRO.
Ama,
amanheceo-me
hum alvo
dia.
Dia
de meu
descanso.
Sofre
hum pouco
Repetir
de
roais alto
a
minha
historia,
Km quanto
o
sprito ledo
co
a lembrana
De
seu
temor,
de
que
j
est seguro,
Ajunta
ao
mal
passado
o
bem
presente.
Daquelle
grande
Afonso
fone,
e
aancto
-
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67/136
Cmcto
TrifiiMi
For
poderosa
mfo
de
Daot
alcodo
Kntrc armas,
ant^imifot
o
Real
cetro
Do
grande
Ponugal,
que
ioda
caU
tinto
Do
sangue
de inficit
por
teu
boa
brao.
Por
legitima
bcraaa
rne,
e
manda
O
booi
velho
cbrioao da
victoha,
E
oome
do
SaUdo,
Afooao
Quarto,
Doa
Reys
de
Portugal
stimo em
ordem,
Kilho
do
grande
Dinis,
de
Isabel
sancu.
Ambos
j
no
alto
eco
claras
estrellas.
Cuia
alta casa,
e
acrecenudo
Impeno
Pelos
grandes
ava,
espera
alegre
Seu
desejado herdeiro o
Iffante
Pedro,
Meu
doce amor,
minha
esperana, e
honra.
Sabes
como,
em aaiodo
dos
teus
brsoa.
Ama,
na
ma
flor
da
omilia
idade,
(
Ou
foaae
fado
seu, ou
estrclla minha
Cos
olhos
lhe acendi
no
peito
fogo.
Fogo,
que
sempre
ardeo,
e
ioda arde agora
Na
primeira
vireaa
iniciro,
c puro.
Por
mim
lhe
aborreaam
altos
es
tados.
Por
mim
os nomes
de
Princesas
gr
aadei,
Por
tam
grande me
avia
nos seus
olhos.
Hum
tempo
duro,
mas
em
fim
forado
[>eu
a
CoMana
a
mio,
Costana
aquella
Por
untas
armas, e
furor
trazida.
J
quaai do
seu
fado
triste
agouro
Deu
a
Costana
a
mio,
mas
a
alma livre
Amor,
deseio,
e
f
me
guardou
sempre.
Quantas
vezes
quisera
honestamente
nidla
dar
a
mim
quantas
mais
vezes
S'srTepciideo
despois
de
ac
ver preso
Nfo
lhe
spaaoo
o
amor a
nova esposa
Nlo
o
um
teateiado
nascimento
Do
deseiado
parto :
anus
mais
vivo
Co
tempo,
e
co
deseio
ardia
o
fogo.
Qua
far
? se
o
aooobre,
entio
mais
qat.
Descobri-lo
nam
quer,
nem
lhe
bt
-
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8
C*tro
Traftdia
Mas
quem
o
fogo
guardar
no
seo
?
Quem
esconder amor, que
em
seus
sinaea
A
pezar
da
vontade
se descobre
?
Nos
olhos, e
no
rosto
chamejava.
Nos
meus olhos os
seus
o
descobriam.
Suspira, e geme, c
chora a
alma
cativa
Forada da
brandura,
e
doce fora,
Sogeita
ao
cruel ju^o,
que
pesado
A
seu
desejo
sacodir deseja.
No
pode, no
convm
:
a fria
cresce.
Lavra
a doce peonha
nas entranhas.
Os
homcs
foge.
foge a
luz,
e
o
dia.
S
passea, s
fala,
triste cuida
Castro
na
boca,
Castro
n'alma. Castro
Em
toda
parte tem
ante
si
presente.
Elle
molhcr
cuidado,
eu
dio,
e
ira.
Arde
o
peito
a
Costana
em
furor novo.
Nem
me ousam
descobrir, nem
vedar
nada.
D'antiga Casa
Castro
em
toda Hespanha,
J dantes do
Real
cetro
deste
Reyno
Por
grande
conhecida,
inda
meu
sangue
Do
Real
sangue
seu
tinha
gr
parte.
Mas
inda
natureza
dobram
fora,
Arte
ajuntando,
e
manha
:
el
Rey
ao
neto
Por madrinha
me
d,
comadre
ao
filho.
AMA.
Cegos, que
quanto mais
vedam,
mais
chamS.
Cresce
co a
fora Amor: e
o
que
vontade
Se
fa2
mais.
impossvel,
roais
descia.
CAsriio.
Em
fim,
fortuna, que
me
j
chamava
Esta gloria tam grande,
quebra
o
n
Daquelle
jugo
a
meu
amor
contrario.
Leva ante
tempo
a
morte
a
IfTante
triste.
Herdo eu
mais livremente
o
amor
constante.
Que
a mim
se
entregou
todo,
e
todo
vive
-
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Na
mtiili
iliiil.
onde
mt
iMuro
e
Arme,
J
cooB
doMt
penhore
coottrmado.
Mat o
tprito
inquieto
co*
clemort
Do
povo,
e
rogos
graves,
que
trabalham
Apartar
otamor
iiucbrar
tua
fora.
Me
traziam
medrosa
receando
A
volta
da
fortuna,
que
hora amiga
Hora
imiga
cruel aka.
e
derriba
Que
sempre
do
oftr
bem,
mr
mal
promeue
Falsa,
incooatMNt,
ccgi,
vana,
e
fone.
Lograva
cooio
a medo
oa
meus
amores.
Criava
o
grande
amor
dcacooftaaa
f
'
OMidencia
errada
sempre
teme.
Quem
te
segurou
j
? quem
novo
sprto
Te
deu
aoa
temores ?
CAsrao.
O
meu
medo.
Contrarias
cousaa
Calas.
CASTBO.
O
medo
ousa
As
veze^
mai
que
o
esforo:
tooM oa
filhos
Co
as
lagrymas
nos
olhoa,
roaio
braoco
A
lingua
quasi
muda,
em
choro soha
Antelle
ast
comeo
:
meu
Senhor,
Soam
me
as
cruis
voies
deste
povo,
Ve)o
delRey
a
fora,
e
impcno
grave
Armado
contra
mim,
contra
a
constncia.
Que
em
meu
anrwr
tcgora
tena
mostrado.
Nlo
receo.
Senhor,
que
a
f
tam
hrme
Queiras
quebrr
a
quem
tua
alma
deste
',
Mas
receo
a
fortuna
que
mais
poaaa
Com
seu
furor,
que
tu
com
teu
amor
brando.
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
70/136
IO
Cttiro
Tr
if
i4b
Por estas minhns
tagrymas,
por
esta
Mo
tua,
que
em
sinn
de
fc
me deste.
Pelos
doces
amures,
doce
fruiio.
Que delles
tens
diante, nho firme,
e
fixa
Mioh'alma;
por
IHante
te
nomeo,
-
7/23/2019 A Castro - Antnio Ferreira
71/136
CMtr
Tr||t4lt
ii
Do
meu
amor
Senhora, c
do
alto
estado.
Que
OM
captra,
t
teu
nome
me
faz
doce.
O
graodc
movcdor doa ceot,
e
terras
Invoco,
c
chamo
aqui : o
alto
ceo m'oiKa,
E
meu
intento
tancto approve,
e
cumpra.
Entendo
o