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Trocas gasosas em seres multicelulares Biologia e Geologia

10º Ano

2009/2010

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TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

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Trocas gasosas nas plantas • Como já foi visto anteriormente, o

órgão das plantas onde ocorrem as trocas gasosas são as folhas.

• Estas apresentam estruturas especializados que permitem as trocas de: • Vapor de água;

• O2

• Expulso durante a fotossíntese mas capturado durante a respiração;

• CO2 • Expulso durante a respiração mas

capturado durante a fotossíntese;

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Estomas

• Ao nível das folhas existem estruturas que permitem estas trocas…

• Os estoma.

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Estomas

• Os estomas controlam as trocas gasosas entre o meio exterior e a planta, graças à capacidade que têm em abrir e fechar.

• Quando as células guarda estão túrgidas, aumentam o volume fazendo aumentar a pressão ao nível das paredes (pressão de turgescência).

• Como a parte mais fina das

paredes se deformam mais facilmente do que a parte espessa, este fenómeno leva à abertura do estoma.

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Estomas

• O grau de turgescência das células guarda permite controlar o grau de abertura do estoma.

• Os principais factores que fazem variar o grau de turgescência são por exemplo: • Concentração de certos iões;

• Concentração de CO2;

• Luz;

• Temperatura;

• Vento;

• Quantidade de água no solo.

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Controlo dos estomas e o ião K+

• O transporte activo de K+ é actualmente o mecanismo aceite para explicar a variação da pressão de turgescência das células guarda. • A passagem, por transporte activo de

K+ para o interior das células guarda, faz com que ocorra passagem de água por osmose para o interior das células guarda e por conseguinte o aumento da pressão osmótica que leva à abertura dos estomas.

• Por outro lado, quando o transporte activo cessa, ocorre a saída de K+ das células guarda, mas também de água, o que por sua vez diminui a pressão de turgescência e por conseguinte levando ao fecho dos estomas.

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Controlo dos estomas e a concentração do CO2. • A concentração de CO2 nos

espaços intercelulares são também um mecanismo de controlo do grau de abertura dos estomas.

• Baixas concentrações de CO2 nos

espaços intercelulares estão normalmente associados a períodos de fotossíntese, uma vez que este composto é consumido.

• As células guarda são também fotossintéticas, pois possuem cloroplastos, assim durante os períodos de fotossíntese há acumulação de solutos que levam à entrada de água e por conseguinte à abertura dos estomas.

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TROCAS GASOSAS NOS ANIMAIS

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Respiração celular • Respiração celular é um processo que consiste

nas trocas gasosas ao nível celular.

• Trata-se de um processo de difusão.

• Ocorre através de superfícies respiratórias.

• As trocas gasosas entre as superfícies respiratórias e as células podem ser feitas directamente – difusão directa.

• Ou de forma indirecta – difusão indirecta – uma vez que os gases respiratórios são transportados até às celulas por um fluído circulante.

• As trocas gasosas ao nível das superfícies respiratórias adquirem o nome específico de hematose.

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Superfícies respiratórias

• Existe uma grande diversidade de superfícies respiratórias, no entanto todas têm características em comum: • Pouco espessas, normalmente apenas uma

camada de células separa o meio externo do interno;

• Encontram-se sempre húmidas, lembrar que os materiais que atravessam as membranas plasmáticas têm que se encontrar dissolvidas;

• São densamente vascularizadas para facilitar o contacto com o fluído circulante;

• A sua morfologia permite uma grande superfície de contacto entre o meio interno e o meio externo.

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Superfícies respiratórias

• A diversidade de superfícies respiratórias deve-se a diversos factores como o tamanho do organismo, o ambiente e história evolutiva.

• Vai-se no entanto estudar as seguintes superfícies respiratórias:

• Superfície Corporal;

• Brânquias;

• Traqueias;

• Pulmões.

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Superfície Corporal

• Em seres vivos muito simples como as Hidras ou as Planárias as trocas gasosas fazem-se directamente através da superfície corporal.

• Esta situação é possível pois os seus corpos são constituídos por poucas camadas de células.

• No caso da Hidra, com apenas duas camadas de células, a camada externa realiza trocas directamente com o meio aquático.

• Por seu lado a camada interior realiza trocas com a água que circula na cavidade gastrovascular.

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Superfície Corporal • A planária apresenta uma forma achatada (plana) o

que facilita o contacto de todas as células com o meio externo.

• Em animais mais complexos, com mais camadas de células, tal como as minhocas, o aparecimento de um sistema circulatório aumentou a eficácia das trocas gasosas através do tegumento.

• Tegumento é a camada de células que cobre o corpo.

• Em animais que realizam as trocas gasosas através do tegumento diz-se que realizam hematose cutânea.

• Embora estes animais existam em ambientes secos (terrestre) a hematose é possível pois ao nível da pele existem numerosas glândulas produtoras de muco que mantêm a pele húmida.

• Além disso o sistema circulatório encontra-se muito próximo da pele, o que permite a hematose cutânea.

• Alguns peixes e anfíbios conseguem também realizar hematose cutânea além da hematose branquial e pulmonar.

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Brânquias • As brânquias/guelras são os órgãos

respiratórios da maioria dos animais aquáticos.

• São normalmente evaginações da superfície do corpo.

• Apresentam normalmente um aspecto plumoso/filamentoso, representando uma zona onde o epitélio se divide muito, constituindo uma grande superfície de contacto para a hematose.

• Podem encontrar-se no exterior do corpo ou, na maior parte dos casos, dentro de uma cavidade.

• Nos peixes ósseos as brânquias encontram-se na câmara branquial a qual é protegida por uma estrutura óssea denominada de operáculo.

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Brânquias

• Nos peixes ósseos as brânquias estão permanentemente banhadas por água através de um fluxo que entra pela boca e sai pelas fendas operculares.

• A abertura da boca e opérculos estabelece a circulação da água, mesmo quando o peixe está imóvel.

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• As brânquias são constituidas por filamentos duplos, inseridos obliquamente em estruturas ósseas denominadas de arcos branquiais.

• Em cada filamento existe: • um vaso sanguíneo por onde o

sangue entra na brânquia, isto é, um vaso com sangue venoso denominado de vaso aferente.

• Um vaso sanguíneo por onde o sangue saí da brânquia, isto é, um vaso de sangue arterial denominado de vaso eferente.

• Entre estes dois vasos existe uma rede de capilares ao nível dos quais ocorrem as trocas gasosas.

• Estes capilares encontram-se numa dilatação da brânquia denominada de lamela.

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Mecanismo de Contracorrente • A água entra pela boca do peixe e é

levada até a câmara branquial.

• Ai passa pela lamelas em sentido contrário ao sangue.

• Assim à medida que o sangue flui através dos capilares, vai ficando cada vez mais oxigenado e dado que circula em sentido contrário ao da água, vai contactando com água que é sucessivamente mais rica em oxigénio.

• Este processo permite aumentar significativamente a eficiência da hematose branquial.

• O mesmo processo é aplicado às trocas gasosas de CO2.

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Mecanismo de Contracorrente

• O mecanismos de contracorrente permite que as trocas gasosas tenham uma eficácia de 80%.

• Este mecanismo é de extrema importância para os seres aquáticos uma vez que neste meio a quantidade de oxigénio dissolvido é significativamente inferior ao que existe na atmosfera.

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Traqueias

• A quantidade de oxigénio presente na atmosfera é muito superior à dissolvida na água.

• No entanto a hematose no ambiente terrestre acarreta algumas dificuldades.

• Acontece que o O2 e o CO2 são solúveis em água, nos meios aquáticos esse problema está resolvido, nos meios terrestres as superfícies respiratórias têm que estar húmidas de modo aos gases estarem dissolvidos.

• Alguns seres vivos resolvem o problema mantendo o tegumento húmid, outros por outro lado utilizam superfícies respiratórias invaginadas no interior do corpo, reduzindo assim as perdas de água.

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Traqueias • Os insectos e outros artrópodes apresentam

um sistema respiratório constituido por uma rede de traqueias, que se encontram no interior do corpo.

• As traqueias ramificam-se em tubos cada vez mais pequenos que terminam nas traquíolas que contactam directamente com as células. • Todas as células do corpo apresentam uma

traquíola.

• As traqueias comunicam com o exterior através de aberturas ao nível da superfície corporal denominadas de espiráculos. • Pequenos orifícios visíveis ao longo de todo o

corpo.

• A estrutura das traqueias mantêm-se sem colapsar (sempre aberta) devido a existência de uma proteína estrutural rígida que rodeia estes tubos, a quitina, em hélice.

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Traqueias

• Em insectos primitivos os espiráculos encontram-se permanentemente abertos, pelo que não há controlo do ar que circula nas traqueias.

• Em insectos mais evoluídos existem já estruturas, semelhantes a válvulas – os ostíolos – que controlam o fluxo de ar.

• A ventilação activa encontra-se apenas em insectos maiores, onde por movimentos musculares há contracção das traqueias o que leva a inspiração de ar e no caso contrário e expiração. • Em insectos menores não ocorre ventilação activa mas

sim passiva, isto é, simplesmente há entrada e saída de ar.

• Este processo de trocas gasosas é um caso de difusão directa uma vez que as trocas gasosas se dão directamente entre o epitélio das traquíolas e as células, ou seja, não há intervenção de um fluído circulante. • Trata-se também de um processo só possível em

animais de reduzidas massas corporais, dado que a velocidade de difusão e distribuição dos gases é muito baixa.

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Pulmões

• Os pulmões são as superfícies respiratórias mais evoluídas que existem.

• São invaginações (interior do corpo) onde as perdas de água são mínimas.

• Todos os vertebrados terrestres apresentam pulmões, embora sejam diferentes de grupo para grupo.

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Pulmões

• Existe uma tendência evolutiva para o aumento da superfície do epitélio respiratório. • Os anfíbios são os que apresentam

os pulmões mais pequenos, assim e de forma a compensar tal facto apresentam também hematose cutânea.

• Os répteis, mais adaptados ao ambiente terrestre apresentam uns pulmões ligeiramente maiores.

• Ainda assim pequenos o que lhes dificulta a oxigenação dos tecidos, o que associado ao facto da circulação sanguínea ser incompleta, faz com que estes seres vivos sejam poiquilotérmicos.

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Pulmões

• Aves e mamíferos são os seres vivos que apresentam aparelhos respiratórios mais complexos.

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Pulmões - Aves

• As aves são seres vivos que apresentam elevadas taxas metabólicas, pelo que necessitam de uma boa oxigenação dos tecidos.

• Além de apresentarem uma grande superfície respiratória,apresentam também uma boa ventilação pulmonar.

• Além dos pulmões as aves apresentam os chamados sacos aéreos por todo o corpo, o que lhes permite ter reservas de ar que aumentam a eficiência da ventilação.

• Os sacos aéreos permitem também

diminuir a densidade o que lhes facilita o voo, além de que permite também dissipar mais rapidamente o calor resultante do metabolismo.

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Pulmões - Aves • Nas aves o ar circula em apenas um sentido…

Sacos aéreos posteriores – Pulmões – Sacos aéreos anteriores

• A hematose só ocorre nos pulmões ao nível dos

parabrônquios, finos canais abertos nas duas extremidades.

• A hematose não ocorre ao nível dos sacos aéreos,

mas estes permitem que o ar circule em apenas um sentido.

• Para que o ar percorra todo o sistema, têm que ocorrer dois ciclos ventilatórios.

• Na primeira inspiração o ar circula pela traqueia até aos sacos aéreos posteriores.

• Durante a primeira expiração o ar passa desses sacos para os pulmões, onde ocorre hematose.

• Na segunda inspiração passa novo ar para os sacos posteriores e o ar dos pulmoes passa para os sacos anteriores.

• Durante segunda expiração o ar dos sacos anterioes é expluso para o exterior.

• Tal como nos peixes, os animais que apresentam pulmões fazem circular o ar em contracorrente, o que aumenta significativamente a eficiência da hematose.

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Pulmões - Mamíferos • No caso dos mamíferos a superfície

respiratória é constituída por milhões que alvéolos pulmonares.

• Estes dispõem-se em cacho em torno dos bronquíolos.

• Neste grupo de animais o ar circula em dois sentidos opostos, sendo necessários apenas um ciclo respiratório para que o ar percorra todo o sistema. • Durante a inspiração o ar é levado

até aos aleveolos pulmunares, via traqueia, brônquios e bronquíolos.

• Durante a expiração o ar é expulso dos alvéolos pulmunares.

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Pulmões - Mamíferos

• Nos alvéolos pulmunares, chegando o ar novo (rico em oxigénio), ocorre a hematose pulmunar.

• O processo é bastante eficaz uma vez que existe um profusa rede de capilares a rodear os alvéolos.

• No caso do Homem mesmo após uma expiração profunda, permanece sempre algum ar nos pulmões – ar residual.


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