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4. MELHORAMENTO GENÉTICO

VARIEDADES

História da cana-de-açúcar:

- produção de açúcar

Propagação de Saccharum:

- cores atraentes

- teor de fibra

- caldo açucarado

Cristóvão Colombo variedade

Crioula (S. officinarum x S. barberi)

- 250 anos de cultivo

Até o início do séc. XX - S.

officinarum grande parte da

produção mundial (variedades

Bourbon e Caiana)

A partir de 1880 resistência

à doenças (mosaico e gomose)

- cruzamentos interespecíficos

- alteração no ideotipo varietal

A partir de então plantas com

características desejáveis

- capacidade de perfilhamento

- grande capacidade de brotação

após o corte

- Ø de colmo (médio)

- valores médios a altos de fibras

MELHORAMENTO GENÉTICO

DA CANA-DE-AÇÚCAR

seleção e clonagem de

genótipos oriundos de

populações derivadas de

cruzamentos

SELEÇÃO Populações com

variabilidade

genética

Cruzamento biparental: obtenção

de híbridos por meio da propagação

sexuada

2 variedades

macho (doador

de pólen)

fêmea (receptora

de pólen)

Diversidade de cores

em colmos – banco de

germoplasma.

Cruzamentos no Brasil áreas

litorâneas da Bahia e Alagoas

- 10° Lat. Norte e 10° Lat. Sul

- favorecem o florescimento e a

viabilidade do grão de pólen

- Δ diária T máx e mín ≈ 8°C

- T mín = 18,5°C e T máx = 27,5°C

Municípios Estados Variedades

Camamu BA SP

Campos RJ CB, CRP e IG

Curado PE Iane

Escada PE BJ e SC

Murici AL RB

Piracicaba SP IG

Ubatuba SP IAC

Municípios em que foram efetuados cruzamentos e suas respectivas variedades.

FONTE: CESNIK & MIOCQUE (2004).

Lanternas de pano protegendo os cruzamentos – Camamu (BA).

Processo de hibridação na Estação Experimental da Copersucar - Camamu (BA)

Detalhe da lanterna

Cruzamentos sementes

- maturação: 20 a 25 dias após a fecundação

- secagem: retirar as sementes da raque e colocá-las em sacos de papel

Cruzamentos sementes

- limpeza: evitar a infecção e infestação de doenças e pragas

- deslintamento

- armazenamento: UR = 35 a 60%

Planejamento dos cruzamentos:

a) grau de endogamia entre os

parentais

b) produtividade agrícola

c) resistências as principais doenças (carvão, mosaico, ferrugem, amarelinho e escaldadura).

Planejamento dos cruzamentos:

d) capacidade de brotação

e) hábito de crescimento da touceira dos genitores.

Após o cruzamento Genótipo

(Variedade)

- pode ser propagada e

multiplicada

- via clonagem (colmos)

Variedade:

- pode estar “disponível”

comercialmente na população na 1ª

fase de seleção.

- porém, estará disponível logo

após a hibridação.

*** OBSERVAÇÃO: normalmente a

variedade só é “lançada”

comercialmente após 10 anos de

avaliações contínuas.

Hibridações

Ensaios de

competição/Seleção

Variedade comercial

FONTE: LANDELL & SILVA (2004); CESNIK & MIOCQUE (2004)

SELEÇÃO

Após a obtenção das sementes germinação “seedlings”

- semeadura: caixas plásticas ou bandejas + substrato

- emergência dos primórdios radiculares e do caule: 3 a 5 dias

Processo de germinação

Processo de germinação-emergência

Fases de germinação-emergência

CRONOGRAMA DAS FASES DE

SELEÇÃO NO PROGRAMA DE

CANA DO IAC

FS1

FS2

FS3

Ensaios regionais

Ensaios estaduais

PROCESSO DE SELEÇÃO DO IAC

Seleção Regional

Variedade Regional

FONTE: LANDELL & SILVA (2004).

Campo de seleção em FS1.

Campo de seleção em FS2.

APTA - Pólo Regional do Centro-Leste, Ribeirão Preto (SP).

SELEÇÃO DE VARIEDADES

- produtividade agrícola (ton/ha)

- teor de sacarose (% pol)

- precocidade de maturação

- longo período de industrialização

- boa brotação e longevidade das socas

- ausência de florescimento e de

pêlos

- baixo índice de tombamento

- resistência às pragas e doenças

- facilidade de colheita mecanizada

SELEÇÃO DE VARIEDADES

FONTE: GHELLER (1993).

SIGLAS DAS VARIEDADES:

-TUC = Tucuman (Argentina)

-POJ = Proefstation Oest Java

-NA = Norte Argentina

-RB = República do Brasil (Planalsucar)

-CB = Campos Brasil

-SP = Estado de São Paulo (Copersucar)

-IAC = Instituto Agronômico de Campinas

-CP = Canal Point (USDA)

-CTC = Centro de Tecnologia Canavieira

-CO = Coimbatore (Índia)

Nome da variedade tem a seguinte formação:

Ex: SP80-3250

-SP = Instituição de origem

-80 = Ano do cruzamento

-3250 = Número de série no ano de cruzamento

IACSP94-2094

Boa produção em cana-planta e soqueiras

Teor de sacarose

Maturação de meio e final de safra

Ótima brotação de soqueiras

Adaptada a ambientes restritivos

Florescimento raro nas condições do Centro-Sul do Brasil

IACSP94-2101

Boa produção em cana-planta e alta nas soqueiras

Maturação de meio e final de safra

Destaca-se em ambientes favoráveis

Não floresce no Centro-Sul do Brasil

Hábito de crescimento ereto

Ótima capacidade de brotação sob palha

IACSP93-3046

Grande estabilidade de TCH

Maturação de início e final de safra

Não floresce nas condições do Centro-Sul do Brasil

Hábito de crescimento ereto.

Boa capacidade de brotação em

áreas de colheita crua e queimada

CTC 6

Produtividade

Resistências às pragas/doenças

Maturação de meio e final de safra

Fibra

Florescimento e Isoporização

Adaptação em ambientes de boa a média produção

CTC 9

Teor de sacarose

Precocidade de maturação

Maturação de início de safra

Florescimento e Isoporização

Adaptação em ambientes de baixa a média produção

Características da variedade de cana forrageira (IAC 86-2480) e o seu uso na alimentação animal

Características da variedade de

cana forrageira (IAC 86-2480) e o

seu uso na alimentação animal

Fruto desse esforço em 2002, o Centro de Cana

do IAC lançou a variedade de cana forrageira,

IAC86-2480, que apresenta as seguintes

características:

- Altos teores de açúcares;

- Baixa FDN;

- Boa conversão alimentar;

- Boa produtividade agrícola;

- Longevidade de socas;

- Porte ereto;

- Despalha espontânea;

- Uniformidade de altura e diâmetro de colmos;

- Maior rendimento de corte.

Na prática, tem sido observado um

maior consumo do volumoso de

cana-de-açúcar por animal quando

utilizado esta variedade. Isto é um

indicativo de maior digestibilidade

dado pelo menor relação FDN/POL.

Tabela 1. Ganho de peso por dia e conversão alimentar de bovinos alimentados com volumoso da variedade IAC 86-2480 e com volumoso da variedade RB 72454.

Tabela 1. Ganho de peso por dia e conversão

alimentar de bovinos alimentados com volumoso da

variedade IAC 86-2480 e com volumoso da

variedade RB 72454.

Figura 1. Detalhe de brotação de soqueira Figura 2. Detalhe do porte – ereto

Figura 3.Detalhe da uniformidade de altura de planta da variedade IAC86-2480b

Seleção de 39 variedades de cana-de-açúcar

para a alimentação animal

Selection of 39 varieties of sugarcane for animal

feeding João Batista de ANDRADE1;

Evaldo FERRARI JUNIOR2;

Rosana Aparecida POSSENTI2;

Ivani Pozar OTSUK2;

Léo ZIMBACK2 ;

Marcos Guimarães de Andrade LANDELL3

1 Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São

Paulo da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios do

Instituto de Zootecnia, Nova Odessa - SP

2 Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São

Paulo da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios do

Instituto Agronômico de Campinas, Campinas - SP

3 Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São

Paulo da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios do

Instituto Agronômico de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto - SP

Brazilian Journ al of Veterinary Research and Animal Science (2003) 40:287-296

5. PRODUÇÃO DE MUDAS

Após a seleção das variedades

comerciais.

Produção de mudas implantação

de canaviais propagação vegetativa

dos colmos.

Planejamento das lavouras

destinadas a multiplicação das

variedades quantidade x área.

Normas Técnicas para a produção

de mudas (decreto 81.771/78):

a) Categorias

b) Tipos de produtores ou viveiristas

a) Categorias:

Categoria A: 1ª geração obtida a

partir do material tratado

termicamente.

Categoria B: 2ª geração obtida a

partir do material tratado ou da 1ª

soca da cat. A.

Categoria C: 3ª geração obtida a

partir do material tratado ou da 1ª

soca da cat. B.

a) Tipos de produtores ou viveiristas:

Tipo I: possuem equipamento de

tratamento térmico.

Tipo II: não possuem.

Tipos de viveiros (áreas de

produção):

Viveiro primário (A): canas tratadas

termicamente.

Viveiro secundário (B): canas

oriundas do viv. primário.

Viveiro terciário (C): canas

oriundas do viv. secundário.

FONTE: GHELLER (1993).

Dimensionamento dos viveiros:

- quantidade: em torno de 10

ton/ha (plantio manual) ou 16-20

ton/ha (plantio mecanizado).

ha plantado de muda 10 ha de

lavoura (plantio manual) ou 5 a 7,5 ha

(plantio mecanizado)

- tamanho: tamanho da

propriedade (área a ser plantada), n°

de cortes e etc.

Tratamento térmico:

- controle de Clavibacter xyli

- método: imersão dos toletes ou

gemas em H2O quente (T = 50,5°C) por

2 horas ou (T = 52º) por 30 minutos.

Tratamento térmico de toletes

Tratamento térmico de toletes

Tratamento térmico de toletes

Outro controle fitossanitário em

viveiros:

“Roguing”

- plantas com sintomas de carvão,

mosaico, escaldadura

- plantas atípicas

- misturas varietais

FONTE: GHELLER (1993).

Porque formar viveiros de mudas de

cana-de-açúcar?

• Para obter um bom “stand” de plantas (>brotação) nos

plantios comerciais

• Para aumentar o vigor e desenvolvimento das plantas

• Para evitar que doenças comprometam a produção

(cada 1% de raquitismo = 0,3 a 0,5 % de perda na

produção)

• Para aumentar a longevidade dos canaviais (maior

número de cortes)

Épocas de plantio do viveiro:

• 10 a 12 meses antes de sua utilização

Escolha do local:

• solo fértil, fácil acesso, possibilidade de irrigação, baixa infestação de plantas daninhas.

Adubação:

• N (para aumentar o vigor e homogeneizar a brotação)

Desinfecção do podão (colheita manual):

• com creolina 10% ou flambagem por 15’.

• mudança de talhão, final de cada rua cortada e mudança de variedade.

Custo da muda no plantio

• A muda representa 30% dos custos do

plantio.

• Quanto maior a densidade de gemas

utilizada (nº de gemas/ m de sulco) maior

será o consumo de mudas.

PUI = PERÍODO ÚTIL DE

INDUSTRIALIZAÇÃO

Rendimento Industrial Econômico

Pol% cana

Comportamento das variedades de cana-de-açúcar

em função do período de industrialzação - PUI

Variedades precoces:

- sacarose no início de safra (abril-junho)

- PUI longo

Variedades intermediárias:

- sacarose no meio de safra (julho-setembro)

- PUI médio Variedades tardias: - sacarose no fim de safra (outubro-dezembro) - PUI curto

FONTE: CASAGRANDE (1991); CÂMARA (1993).

SÃO PAULO MATO GROSSO DO SUL

CLIMA E SOLO

AMBIENTES DE PRODUÇÃO - DEFINIÇÃO

“ Por Ambiente de Produção, entende-se a junção de

uma unidade de mapeamento de solo (ex. LR-1) e uma

variedade de cana-de-açúcar num dado estágio de corte

(ex. CTC 1, 1º corte) sob um determinado regime

climático (precipitação, distribuição de chuvas,

evapotranspiração, etc)” Fonte: Joaquim, A.C.; Bellinaso, I.F.; Donzelli,J.L. & al, in VI Seminário de

Tecnologia Agronômica, CTC, 1994.

AMBIENTES DE PRODUÇÃO - DEFINIÇÃO

CLIMA

MÉDIO

6 safras (390.000 ha)

Ambientes de Produção

• Sistema – separar áreas com ≠s potenciais (A,B,C,D e E)

• Propriedades do Solo

Fertilidade natural

Composição granulométrica – Textura

Profundidade efetiva

Presença de concreções, cascalho ou calhaus

• Banco de dados relacionando tipos de solos e produtividade

AmbientePotencial de

produtividadeTCH (t cana/ha)

(média de 4 cortes)

A Alto TCH > 95

B Médio/alto 90 < TCH < 95

C Médio 85 < TCH < 90

D Médio/baixo 80 < TCH < 85

E Baixo TCH < 80

AMBIENTES DE PRODUÇÃO - DEFINIÇÃO

Carta de Solos & Ambientes de Produção

TRE-1

LVU-1 LR-2

LR-2 LVE-2

LVE-8

A B D

Carta de Solos

Ambientes de Produção

CTC7 CTC6

CTC6

CTC8

CTC8

CTC9

CTC9

Recomendação de Variedades


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