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O SOM DE PORTUGALCurso breve de
História da Música
Por
José Maria Pedrosa Cardoso
A marca deixada pelas Invasões
Francesas: insegurança, inestabilidade,
hesitação no rumo a seguir
O aparecimento do Fado Português
O exemplo quase solitário de Bomtempo
O anúncio de dificuldades, tb na música
JOÃO DOMINGOS BOMTEMPO, 1775-1842
Biografia Obras principais Coetâneos
Estuda com o pai, oboísta
italiano da Real Câmara.
Parte para Paris em 1801.
Regresso breve a Portugal em
1814, no final das guerras
peninsulares, voltando a Paris
e Londres, onde publica
váarias das suas obras.
1820 regresso definitivo a
Portugal, com a Constituição,
tendo-se declarado defensor
da causa liberal.
Organiza a Sociedade
Filarmónica, com a qual
executa sinfonias de Haydn,
Mozart e Beethoven.
1834, nomeado Director do
Conservatório de Música,
posteriormente integrado no
Conservatório Geral de Arte
Dramática criado por
iniciativa de Almeida Garret.
Música orquestral:
2 sinfonias (talvez mais),
uma abertura, marchas…
Requiem à memória de
Camões, Hino Lusitano, A
Paz na Europa,
Te Deum , Missa em Fá
maior,
Quatro Absolvições,
Libera me, Matinas de
Defuntos, e outras peças
sacras.
Música de câmara:
quinteto para piano,
serenata para piano,
flauta, clarinete, duas
trompas, fagote e
contrabaixo,, sonata para
violino e piano.
Piano: 10 sonatas,
variações várias,
fantasias…
Na Europa:
»» Beethoven: 1770-1827
»» Schubert: 1797-1828.
»» Weber: 1786-1826.
»» Rossini: 1792-1868
»» Berlioz: 1803-1869
»» Mendelssohn: 1809-
1847
»» Chopin: 1810-1849
»» Liszt: 1811-1886
»» Wagner: 1813-1883
»» Verdi: 1813-1901
Em Portugal:
» Jerónimo Francisco de
Lima: 1741-1822
» José Joaquim dos
Santos: 1747-1801
» Luísa Todi: 1753-1833
» Leal Moreira: 1759-
1819
» Marcos Portugal:
1762-1830
BOMTEMPO, João
Domingos, 1775-
1842.
Messe de requiem
… Paris : Chez
Aug. te LeDuc,
[entre 1819 e 1820].
BOMTEMPO, João
Domingos, 1775-
1842.
Messe de requiem
… Paris : Chez
Aug. te LeDuc,
[entre 1819 e 1820],
1ª página
A Sociedade Filarmónica (Bomtempo,1822: música de Haydn, Mozart e Beethoven)
Academia Filarmónica (Conde de Farrobo, 1838)
Academia Melpomenense (João A. Rodrigues da Costa, 1845
Concertos privados: estrangeiros e aristocratas, marqueses, condes…
Velho projecto de Bomtempo
A mudança do Seminário da Patriarcal:
1835, Conservatório de Música na Casa Pia
1836 Conservatório Geral de Arte
Dramática, criado por Passos Manuel e A.
Garrett
1837, o Conserv. de Música da Casa Pia
passa a Escola de Música do Conservatório
Geral de Arte Dramática, na Rua dos
Caetanos.
O Teatro de São Carlos (1793) e de São João (1798)
Outros teatros em Lisboa: Laranjeiras (1825), Rua dos Condes, Rua do Salitre, Bairro Alto (1814), Ginásio (1846), D. Fernando (1849), D. Maria II(1846) Trindade (1867)
e no Porto: Teatro Bacquet (1859), Teatro D. Afonso (1885), Teatro Carlos Alberto (1897)
O italianismo na ópera: Rossini, Donizetti, Bellini, Verdi…
Óperas (seria, buffa) e semi-óperas: ópera cómica, opereta, vaudeville, burleta, zarzuela…
O aparecimento de óperas italianas de portugueses: A. José do Rego, A. Luís Miró, G. Daddi, F. Sá Noronha, F. Norberto dos Santos Pinto. M. I. Liberato dos Santos, J. Casimiro Júnior… Mais tarde: Augusto Machado,..
em Português: óperas e teatro traduzido…os mesmos mais Ciríaco Cardoso
Abundância de produção,
Sinónimo de qualidade?
Causas possíveis: paralelismo europeu, laicismo, modernismo…
dificuldades próprias: liberalismo, secularização dos bens da Igreja…
Alguns nomes: Fr. José Marques e Silva, Joaquim Casimiro Júnior….
Referida ao Brasil, introduzida talvez por Domingos Caldas Barbosa (+1800), e aos lunduns.
Música de salão: uma ou duas vozes, guitarra, piano…, de gosto popular mas com influência da ópera.
W. Beckford: «Quem nunca ouviu cantar modinhas ignora as mais voluptuosas e feiticeiras melodias que jamais existiram desde o tempo dos Sibaritas […] Supomos estar a ingerir leite e estamos a ingerir veneno.»
Muito divulgada: jornais de modinhas…
Compositores: Caldas Barbosa, Leal Moreira, Marcos Portugal, Silva Leite, J. Maurício, Palomino…
«A música nacional dos portugueses é constituída, além das danças
populares, por modinhas, ou seja por pequenas cançonetas que não são
totalmente diferentes das mais conhecidas canções espanholas (na medida
em que estas não imitam as canções italianas - o que, porém, acontece hoje
com frequência em Espanha), e que no papel, embora possuam muitas
voltas melódicas e harmónicas características, têm um aspecto bastante
insignificante: no entanto, através do estilo muito próprio e frequentemente
apaixonado de interpretação, conseguem ter bastante interesse, e,
sobretudo quando executadas por jovens do sexo oposto, um encanto
indescritível. Infelizmente, é difícil exprimir por palavras esse encanto e
descrevê-lo a quem não o tenha ouvido e visto. O canto é habitualmente
acompanhado por uma guitarra, e sabem ajustá-la tão intimamente ao canto
que também ela aumenta em muito o agrado e encanto desta música,
embora se limite a executar os acordes e arpejos mais simples.
AS MODINHAS PORTUGUESAS
in Allgemeine Musikalische Zeitung: 26 de Junho de 1816
JORNAL DE MODINHAS COM
ACOMPANHAMENTO DE CRAVO
PELOS MILHORES AUTORES
ed. por Francisco Domingos Milcent.
n. 7 (1 Out. 1793)-a. 5, n. 24 (15 Jun.
1797). - Lisboa : Francisco Domingos
Milcent, 1793-1797. - 32 cm
http://purl.pt/101
Existência do Fado no Brasil, tb dançado
Inícios do séc. XIX, contexto urbano, socialmente marginal…
Interesse crescente da burguesia, alta sociedade, artistas
Canção a solo, fortemente personalizada, temática circular: amor infeliz, desgraças, boémia, sonho
Musicalmente pobre: harmonia, melodia previsível, instrumentos limitados…
Assumido finalmente (porquê, como?) pela música erudita: Viana da Mota, Rey Colaço, Frederico de Freitas…