Informativo do Colégio Notar ia l do Bras i l - seção São Paulo - Ano XI I - N.º 137 maio - 2010
FUNDADO EM 09 DE JANEIRO DE 1951
Em São Paulo, CNB-SP inicia sériede cursos sobre a Ata Notarial 20 a 23P á g s .
Jornal do Notário entrevista Dr. Roberto MaiaFilho, Juiz auxiliar da CGJ-SP 6 a 9P á g s .
Leia artigo inédito e entrevista exclusiva com ojurista Christiano Cassettari 32 a 35P á g s .
Projeto patrocinado pelo CNB-SP e desenvolvido pelo LabSEC daUniversidade Federal de Santa Catarina disponibilizará à sociedadebrasileira os novos códigos de referência dopadrão brasileiro de assinatura eletrônica 36 e 37P á g s .
CNB-SP apresenta Assinador Digital deReferência em evento no ITI
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|editorial|
Ubiratan Pereira GuimarãesPresidente do CNB-SP
Ubiratan PereiraGuimarãesPresidentedo CNB-SP
REESCREVER O FUTUROEstimados amigos notários, prezados leitores, o
Jornal do Notário está passando por uma transformação, queaos poucos será sentida por todos vocês. Pretendemos oaprimoramento na exata medida em que procuramos resgatarcompetências, ampliar a atuação notarial, e, sobretudo,alcançar o merecido lugar que nossa atividade deve ocuparna prevenção de litígios e, por conseguinte, na pacificaçãosocial. Esse objetivo é histórico.
No mês de abril vislumbramos as comemoraçõesdos cinqüenta anos da cidade de Brasília, idealizada desde ostempos do império para levar ao centro do país odesenvolvimento que se desejava para todo o país. No inícioera um sonho que parecia impossível. Do sonho passou-se aoprojeto, que em grande parte foi consubstanciado peladeterminação e liderança do ex-presidente JuscelinoKubitschek. Mas JK não sonhou sozinho; havia Lucio Costa,Oscar Niemeyer e tantos outros que foram sonhando eacreditando. Liberdade lastreada na democracia. Ousadia dehomens que um dia arrancaram da imaginação os elementosnecessários à concretização da nova capital da república.Enigma em busca de tradução. A esfinge plantada no meiodo planalto central para provocar os críticos e estudiosos,criada para ser moderna para sempre. Hoje vislumbramosque a história do Distrito Federal necessita ser reescrita. Épreciso virar a página dos desmandos acachapantes queinfectam a capital do país.
Esta citação tem o objetivo de ressaltar o importantepapel que desempenhamos – todos nós – quando estamoscomprometidos com a dignidade da atuação notarial em nossoEstado, quiçá no país. Não há sonho impossível de ser realizadose temos determinação e comprometimento com a causa quenos impulsiona, mormente se sonharmos juntos.
No Ciclo de Estudos que estamos realizando noCNB-SP tivemos oportunidade de refletir sobre a necessidadeirrefutável de buscar a auto-regulação para a atividade notarial,
talvez como a única forma de dar novos rumos ao nossofuturo. Penso que essa deva ser nossa busca.
Se for certo que houve equívocos ou falhas narepresentação institucional, mais certo é que se pode mudaressa realidade, desde que haja envolvimento com os reaisobjetivos que devemos perseguir. Não podemos compactuarcom o simples mercantilismo das funções notariais, como sea única finalidade fosse auferir ganhos financeiros com osatos que praticamos. Sem hipocrisia!
A verdade é que os princípios éticos devem serperseguidos com determinação, até com obstinação, de talforma que os antiéticos sejam defenestrados de nosso convíviopara serem mercadores em funções que não sejam públicase decorrentes da delegação estatal. Sim, ou tomamos umaatitude firme ou sucumbiremos todos diante do avançoirremediável dos conceitos putrefatos daqueles que setransformaram em simples mercadores da função notarial.
No mês de junho o Colégio Notarial do Brasil – Seçãode São Paulo (CNB-SP) realizará o XV Simpósio de Direito Notarialdo Estado de São Paulo, com o apoio do Conselho Federal, oque confere cunho nacional ao nosso evento. É oportunidadeimperdível para convergência de nossas ações institucionais,com aproveitamento das indispensáveis idéias de todos os notáriosde nosso país. Não podemos e nem devemos ficar a reboquedos acontecimentos. Devemos tomar atitudes proativas.
Assim, no afã de antecipar-se aos acontecimentos,o CNB-SP tem buscado incessantemente fazer com que arepresentação dos notários seja efetiva e presente nos diversossetores públicos e privados em que se faz necessário oreconhecimento da atividade notarial. Na verdade, temosaferido é que se faz necessário mesmo o conhecimento daatividade notarial. Esse tem sido o escopo fundamental dasações colegiadas. Portanto, caros colegas, esperamos a presençade todos em nosso encontro de junho para que possamoscompartilhar e adquirir novos conhecimentos. Até breve!
O Jornal do Notário é um informativo mensal do ColégioNotarial do Brasil - seção de São Paulo - dirigido aos profissio-nais dos serviços notariais e registrais do País, juízes, advogadose demais operadores do Direito.
Rua Bela Cintra, 746 - 11º andar - CEP 01415-000 São Paulo - SP.Fones: 11 3122-6277. Site:www.cnbsp.org.br
* Permitida a reprodução das matérias, desde que seja citada a fonte
Presidente: Ubiratan Pereira Guimarães
Jornalista responsável: Alexandre Lacerda Nascimento
Reportagens: Alexandre Lacerda Nascimento ePatrícia Lopes Ewald
Projeto Gráfico: Mariana Goron Tasca
Editoração/Produção: Demetrius Brasil
Gráfica: JS Gráfica Editora e Encadernadora Ltda.
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CNB-SP estreia sua parceria coma Campanha do Agasalho de 2010
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Lançamento ocorreu dia 31/05, no Palácio dos Bandeirantes econtou com a presença do Governador do Estado de São Paulo
No último dia 31 de maio foi oficialmente lançada aCampanha do Agasalho 2010 do Governo do Estado de SãoPaulo, em cerimônia ocorrida no Palácio dos Bandeirantes.Desde esta data, a população já pode doar roupas, agasalhose cobertores nos postos de arrecadação espalhados portodo o Estado.
A Campanha do Agasalho é uma iniciativa do Fundo deSolidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estadode São Paulo e tem como parceiros todas as Secretarias deEstado, empresários e a sociedade civil.
O Colégio Notarial do Brasil - seção São Paulo (CNB-SP), visando incentivar seus associados a promoverem açõesde responsabilidade social em suas serventias, cadastrou-se como parceiro nesta ação de cidadania e estevepresente no evento de lançamento da campanha.
O objetivo da campanha é ajudar milhares de famíliascarentes a enfrentar o inverno com mais segurança,dignidade e calor humano. As doações serão encaminhadasa entidades assistenciais, hospitais, albergues e asiloscadastrados em todos os municípios do Estado.
Segundo a primeira-dama e presidente do Fundo de
Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estadode São Paulo (Fussesp), Deuzeni Goldman, o mote dacampanha deste ano é qualidade, e não apenas quantidade.A meta não é numérica, mas sim arrecadar peças limpas eem bom estado. Em ano de Copa do Mundo, a campanha éestrelada por 4 jogadores de futebol dos maiores timespaulistas e tem como um dos slogans - "Abra o armário edoe aquela roupa que ainda bate um bolão".
Durante o XV Simpósio de Direito Notarial queacontecerá em Santos, entre os dias 11 e 13 de junho, osTabeliães interessados poderão retirar o kit para transformarseu cartório em um ponto de arrecadação, bem comopoderão efetuar doações no stand do CNB-SP.
Ao final da campanha, previsto para o dia 31 de julho,as doações recebidas na sede do CNB-SP e nos cartóriosparticipantes deverão ser entregues ao Fundo Social dorespectivo município.
Participe também desta campanha e transforme seucartório em um posto de arrecadação! Visite o site oficialda campanha e conheça mais detalhes:
http://www.campanhadoagasalho.sp.gov.br/
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Imposto de Transmissão “CausaMortis” e Doação (ITCMD)
Com o propósito de dirimir as dúvidas recorrentes sobrea determinação da base de cálculo do ITCMD no Estado deSão Paulo, cumpre-nos, nesta oportunidade, lembrar que naLei do Estado de São Paulo nº 10.705/00 (art. 12), estáprevisto que “no cálculo do imposto não serão abatidasquaisquer dívidas que onerem o bem transmitido, nem as doespólio”, donde se pode concluir, desde logo, que, para olegislador bandeirante não importa o acréscimo patrimonialexperimentado pelo sucessor, mas, sim, o valor de mercadodos bens que compõem o monte-mor, ainda que o preço deaquisição destes não tenha sido totalmente pago ou, quetenha deixado dívidas o “de cujus” a serem honradas porseus sucessores (até o limite da herança), o que,convenhamos, é contrário à razão, já que a ideia de tributaçãoda transmissão de bens e direitos está diretamente ligada aoquantum é transmitido.
Em que pese o sujeito ativo (ente político competente)não possa exigir o tributo sobre valor excedente ao acréscimopatrimonial conhecido pelo sucessor legítimo outestamentário, a lei paulista veda a dedução das dívidas doespólio e, também, as que, porventura, onerem os benstransmitidos, em flagrante transgressão do princípioconstitucional tributário da capacidade contributiva.
Quanto às dívidas deixadas pelo “de cujus”, há decisõesque excluem da base de cálculo do ITCMD as dívidas herdadas.Nesse sentido, observe-se trecho extraído do voto do relatorde acórdão do TJSP:
2. Recurso fundado. Pelo que se vê do art. 9°, caput §1°, da Lei Estadual n° 10.705/2000, infere-se que a basede cálculo do ITCMD é o valor venal do bem ou direitotransmitido, considerado à data da abertura da sucessão.Para tanto, deve ser considerado o monte partível. Sobre oassunto, aponta Sérgio Sahione Fadei (in ódigo de ProcessoCivil Comentado, vol. V, 7ª edição, p. 166), citado porArnaldo Rizzardo1 que “o imposto só incide sobre os benslíquidos do espólio a serem partilhados, uma vez pagas asdívidas do de cujus, e que hajam de ser suportadas pelaherança”. Na situação, o viúvo ficará com a totalidadedas dívidas no valor de R$ 2.407.962,80 (vide fls. 26/27 e32), muito superior ao saldo positivo de R$ 431.850,49(vide fl. 27). Nesse quadro, inaplicável o artigo 12 da Leireferida, a dispor que “no cálculo do imposto, não serãoabatidas quaisquer dívidas que onerem o bem transmitido,nem as do espólio”, por conflitar com os artigos 1.792 e1.997 do Código Civil e também com a hipótese deincidência do tributo relativa ao enriquecimento dosherdeiros. [1[1]] (original sem destaques)
Nessa mesma linha de raciocínio: Inventário - Cálculo do imposto de transmissão “causa
mortis” - Pretensão ao abatimento das dívidas do falecidono valor dos bens do espólio Admissibilidade - Base decálculo que deve corresponder ao monte partível,excluídos os bens que foram ou serão utilizados para opagamento do passivo da herança- Recurso provido. [2[2]](original sem destaques) Todos os Estados-Membros que adotam a regra de que
não podem ser deduzidas as dívidas do espólio, partem dopressuposto de que com a morte do autor da herançatransmite-se imediatamente o patrimônio do “de cujus” aosherdeiros (princípio da “saisine”), ex vido disposto no artigo1784 do Código Civil: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos etestamentários.”Assim, por ser o ITCMD um imposto realincidente sobre a propriedade e tendo esta sido transmitidaquando da abertura da sucessão (morte), não haveria razãopara deduzir as dívidas do espólio do valor venal dos benstransmitidos.
Dentro desta lógica, muito própria das Fazendas públicas,diga-se, uma vez lavrada e registrada a escritura pública deinventário opera-se a mudança da titularidade do bem,
Dedução de dívidas do espólio
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5Antonio Herance FilhoADVOGADO, ESPECIALISTA EM DIREITO TRIBUTÁRIO PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO, EM DIREITO CONSTITUCIONAL E DE CONTRATOS PELO CENTRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DE SÃO
PAULO E EM DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS.PROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO EM CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO, INCLUSIVE DA PUC MINAS VIRTUAL, AUTOR
DE VÁRIOS ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS DESTINADOS A NOTÁRIOS E REGISTRADORES. É DIRETOR DO GRUPO
SERAC E CO-EDITOR DO INR - INFORMATIVO NOTARIAL E REGISTRAL - [email protected]
passando o herdeiro a figurar como legítimo proprietário. Sereferido bem (imóvel, móvel, título ou crédito) não foi utilizadopara pagamento da dívida, o ITCMD deverá incidir sobre seuvalor venal sem qualquer dedução, exceto a meação docônjuge sobrevivo.
Ocorre que a Jurisprudência vem mitigando esseentendimento, permitindo a dedução das dívidas do espóliopor questão de justiça fiscal. Nesse diapasão, as dívidas sópoderão ser deduzidas da base de cálculo do imposto “causamortis” se forem efetivamente compensadas com os bens ouos valores integrantes do acervo hereditário. A esse respeito,convém transcrever passagem do voto relator de acórdãoprolatado pelo Supremo Tribunal Federal:
É certo, portanto, que, no regime atual, o tributonão mais recai sobre a herança, porém sobre a transmissãode bens ou direitos, circunstância essa realçada no própriocritério de estimativa escolhido pelo legislador, ou seja,o de que “a base de cálculo é o valor dos bens oudireitos transmitidos”.(...)Por outro lado, as despesas de funeral devem ser abatidas
no cálculo da metade disponível e sair do monte da herança,de acordo com os artigos 1722 e 1797 do Código Civil.
Assim, o valor venal dos bens ou direitos,efetivamente transmitidos aos herdeiros, corresponde aomonte líquido da herança, obtido nos termos da legislaçãocivil, mediante a prévia dedução dos encargos alimandados deduzir.Do contrário, ter-se-ia de admitir que os sucessores
devessem pagar o imposto sobre o valor de um débito suportado
pelo espólio e previamente abatido do patrimônio a serdividido. [3](original sem destaques)
Nesse mesmo sentido, segue acórdão do Tribunal deJustiça do Estado do Rio Grande do Sul:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. AVALIAÇÃODOS BENS. BASE DE CÁLCULO. DÍVIDAS. DEDUÇÃO.TRIBUTAÇÃO INCIDENTE SOBRE O MONTE-MOR LÍQUIDO.INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 12, § 3º, DA LEIESTADUAL Nº 8.821/89. O Imposto sobre a Transmissão“Causa Mortis” e Doação de quaisquer bens ou direitos(ITCD) recai sobre a totalidade do acervo hereditário,excluídas as dívidas a serem suportadas pelo espólio. Atributação deve incidir somente sobre o monte partível.Precedentes do Órgão Especial. [4](original sem destaques) Pensando em inventário judicial, dificilmente se
vislumbrará hipótese em que a partilha seja efetuada sem aliquidação das dívidas dos credores, pois constitui dever doinventariante arrolar todas as dívidas deixadas pelo “de cujus”,nos termos do artigo 933, IV, f, do CPC. Ademais, depreende-se da dicção dada ao artigo 1796 do Código Civil, reproduzidaa seguir, que o pagamento das dívidas deve preceder à partilha.
Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar daabertura da sucessão, instaurar-se-á inventário dopatrimônio hereditário, perante o juízo competente nolugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando foro caso, de partilha da herança (original sem destaques). Ocorre que a Lei n° 11.441/07 nada dispôs quanto às
dívidas deixadas pelo autor da herança. Visando suprir alacuna, o artigo 27 da Resolução n° 35 do CNJ preceitua quea escritura pública de inventário poderá ser lavrada a despeitoda existência de credores do espólio, in verbis:
Art. 27. A existência de credores do espólio nãoimpedirá a realização do inventário e partilha, ouadjudicação, por escritura pública. Diante do exposto, vê-se que, em termos normativos, as
dívidas não podem ser deduzidas da base de cálculo do tributo,mas que tal previsão é repelida pela jurisprudência e pelosestudiosos da matéria tributária.
[1] TJSP – Agravo de Instrumento n° 610.357-4/6-00 –Rel. Des. Vicentini Barroso – DJ 1.9.2009.
[2] TJSP – Agravo de Instrumento n° 609.136-4/5-00 –Rel Des. Morato de Andrade – DJ 28.4.2009.
[3] STF – REx. 109.416 – Rel. Min. Moreira Alves – DJ.16.6.1987.
[4] TJRS – Agravo de Instrumento n° 70012965570 –Comarca de Porto Alegre – Rel. Des. José S. Trindade – DJ.10.11.2005. “Q
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|capacitação|
“Sucessão Testamentária” é otema da 3ª palestra do Ciclode Estudos de Direito NotarialDr. Roberto Maia Filho, Juiz auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça,apresentou a visão do Judiciário sobre os testamentos públicos
Participantes acompanharam mais uma edição de palestras na sede do CNB-SP
Outro assunto interessante abordado pelo palestrantefoi a chamada “captação de vontade”, definida por ClóvisBevilaqua como emprego de artifícios para conquistar abenevolência de alguém, no intuito de obter liberalidadesde sua parte, em favor do próprio captante e em favorde terceiros. “Para que a captação dolosa da vontade dêcausa à anulação do testamento, ela tem que ser ageratriz da disposição combatida, pois a captação é umaespécie do gênero dolo e só anula se for sua causa”,destacou Maia.
Quanto à idade mínima para testar, o palestrantelembrou que com 16 anos o menor já pode fazertestamento, mesmo que não seja emancipado ouacompanhado pelo representante legal. Já com relaçãoà idade máxima, não há limitação, o que importa é acapacidade do testador no momento da elaboração dotestamento.
No que diz respeito à possibilidade de revogação deum testamento público por um particular, Maia reiterouque “um testamento válido, de qualquer espécie, érevogado por outro testamento válido, de qualquerespécie”.
O palestrante também mostrou-se favorável àalteração da legislação para que o inventário extrajudicialpossa ser realizado por tabelião de notas mesmo quandoda existência de testamento. “Sou favorável àflexibilização da Lei 11.441/07”, afirmou.
O testamento vital foi um dos tópicos da palestramais aguardados pelos presentes. Trata-se de um
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Debates em torno dos testamentos públicos e doinstrumento também chamado de testamento vitalmarcaram a noite de 10 de maio, na qual foi realizada aterceira palestra do Ciclo de Estudos de Direito Notarial,na sede do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo(CNB-SP). O tema “Sucessão Testamentária” teve comopalestrante o Juiz auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça(CGJ-SP), Dr. Roberto Maia Filho.
Na introdução do tema, o palestrante destacou que,no Direito Romano, o testador tinha liberdade para testara totalidade do patrimônio, enquanto no DireitoGermânico, era exatamente o contrário, tudo ia para osparentes e não havia a liberdade de testar.
“No Brasil nós temos um sistema intermediário, queme parece o mais equilibrado: uma parte vai para osparentes mais próximos, os chamados herdeirosnecessários, e a outra metade é disponível paratestamento”, afirmou Maia.
O palestrante ressaltou a importância dos tabeliãesatentarem para a clareza e simplicidade do texto aoredigirem um testamento já que, com a morte do testador,ele não poderá ser consultado no momento documprimento e interpretação do testamento.
Quanto maior o patrimônio, maiores são geralmenteas discussões a respeito dele pelos insatisfeitos nãocontemplados no testamento. Por isso, o tabelião devecercar-se de todas as cautelas para evitar problemasfuturos e garantir que o tribunal possa manter válido otestamento caso haja alguma contestação em juízo.
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instrumento que permite ao paciente, antecipadamente,expressar a sua vontade quanto às diretrizes de umtratamento médico futuro, caso fique impossibilitado demanifestar a sua vontade em virtude de acidente oudoença grave.
Por este documento, por exemplo, é possíveldeterminar que a pessoa não deseja submeter-se atratamento para prolongamento da vida de modoartificial, às custas de sofrimento, ou ainda, deixar claroque recusa-se a receber transfusão de sangue em caso deacidente ou cirurgia, como no caso das Testemunhas deJeová.
Maia observou ainda que, “na verdade isso não étestamento, isso é uma declaração unilateral de vontade,uma escritura pública de declaração, porque testamentoé para vigorar após a morte”.
Outro assunto polêmico que deveria ser normatizadona opinião do palestrante é a questão da expedição decertidões divulgando o inteiro teor de testamentospúblicos, antes da morte do testador e sem demonstraçãode legítimo interesse do requerente. “Até onde vai aquestão da publicidade da escritura pública e dotestamento público? E até onde entra a questão dos direitosconstitucionais à intimidade, privacidade, etc.?”, indagouMaia. Em seguida, apresentou o histórico de algunsprecedentes da Corregedoria Geral da Justiça no sentidoda publicidade do ato ante a natureza pública dotestamento, reservando-se àqueles que pretendam o sigilodas disposições testamentárias optarem pelo testamentocerrado ou particular.
JurisprudênciaAo final da exposição, o palestrante comentou farta
pesquisa jurisprudencial sobre o tema e apresentou alguns
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P)acórdãos com casos emblemáticos de ações judiciaisenvolvendo tentativas de anulação de testamentos.
Um dos poucos casos pesquisados em que o testamentofoi anulado (Apelação Cível 347379-4/4), o testadorapresentava dificuldades de comunicação. O tribunal nãoadmitiu o chamado “testamento dialogado”, no qual otabelião fez perguntas ao testador e este respondeu atravésde sinais.
Na opinião de Claudete Gattamorta, Tabeliã Substitutado 3º Tabelionato de Notas de São Bernardo do Campo,“Foi bom para que pudéssemos ter uma idéia dos tipos detentativas de anulação. Assim, evitamos correr esse risco”.
Documento Público como meio de ProvaO palestrante encerrou a noite destacando as
vantagens do instrumento público lavrado perante otabelião de notas, com todos os cuidados, como meio deprova e de prevenção de litígios em relação ao instrumentoparticular.
E, como Juiz de Vara Cível e de Vara de Família,Maia afirmou: “Quando vou julgar um processo e eu vejoque só tem prova testemunhal, fico arrepiado. Quandovejo que tem prova documental, já fico um pouco maistranquilo. Agora, o que me deixa mais tranquilo esossegado, é quando eu vejo que esse documento é umdocumento público, que tem a marca dos senhores, porquea gente sabe que é um documento muito mais robusto,muito mais sólido, muito mais insuscetível de adulteração,de fraude.”
Tabeliães de Notas e seus prepostoslotaram o auditório do CNB-SP paraacompanhar a palestra. No detalhe,o Juiz auxiliar da CGJ-SP ao lado de
diretores do Colégio Notarial do Brasil –seção São Paulo, Andrey Guimarães Duarte,
Laura Vissotto e Mateus Brandão Machado
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Jornal do Notário - Como avalia a possibilidade dalavratura do testamento vital e quais cautelas devemser tomadas na lavratura do ato?Roberto Maia Filho - Como bem observou o Dr.Francisco José Cahali, em entrevista ao Jornal doNotário de fevereiro último, não se trata,
verdadeiramente, de testamento. Há na essência,uma declaração unilateral. Por seu intermédio, apessoa expressa seus futuros e derradeiros anseiose expectativas, para o caso de sobrevir doençaou acidente que lhe retire a possibilidade de,ao depois, expressar sua vontade. Assimagindo, ela desde logo manifesta seu desejode realizar (ou não) este ou aqueletratamento ou procedimento, terapia ouintervenção médica; enfim, tudo que digarespeito aos artifícios utilizados paraprolongamento artificial da vida, que porvezes são física e psiquicamente dolorosos eatentam contra sua dignidade. Tal questão
veio à baila por ocasião da recenteaprovação do novo Código de Ética
Médica, que aumentou a autonomia dopaciente frente ao próprio
tratamento, reduzindo as posturaspaternalistas e impositivas dos
médicos. Foi também objeto dereportagem de capa da revista
Veja, de 28 de abril passado.
Jornal do Notário - Quanto à publicidade do testamentopúblico, o Tabelião pode emitir certidão de testamento aqualquer pessoa enquanto vivo o testador?Roberto Maia Filho - Trata-se de questão polêmica. Diversosestudiosos sustentam que isto não seria possível. Isto porque,embora a função registral seja duplamente pública (quantoao órgão que a realiza e à abertura dos dados nela contida),isto não se dá, entretanto, com relação à totalidade dasescrituras resultantes da atividade notarial, em especial às detestamento público, que só interessam, única e exclusivamente,ao testador, enquanto vivo ele for. O mesmo entendimento ésustentado na Consolidação Normativa da CGJRS (art. 637,§§1º e 2º) e no Código de Normas da CGJ do Paraná (itens11.7.4 e 11.7.4.1), bem como na legislação de alguns paísesestrangeiros. Não é esta a opinião que vem predominandoem São Paulo, todavia. Aqui, as Normas de Serviço da CGJ,em seu capítulo XIII, itens 31 e 32, são fiéis aos termos dosarts. 16 e 17 da LRP, que asseguram o fornecimento deinformações, inclusive sob a forma de certidões, sem que orequerente necessite fundamentar seu pedido. Tais Normasaté prevêem exceções às liberdades de informar e certificar,mas só quando houver expressa disposição em contrário, oque não se verifica no caso dos testamentos públicos. Assimfoi decidido nos autos do Processo n° 72.110/84 e doProtocolado n° 37.957/04, no sentido da liberdade deinformação e certidão, ante a natureza pública do testamentolavrado pelo notário. Mas atenção: tal publicidade, acimareferida, só se dá em relação às certidões requeridasdiretamente junto aos tabelionatos. Diferente é o tratamentonormativo quando o interessado desconhece o notário quelavrou o ato e, por isso, almeja busca centralizada perante obanco de dados denominado RCT-O (Registro Central deTestamentos On-line). Em tais hipóteses, exige-se prova damorte do testador ou autorização do juízo (NSCGJSP, cap. XIV,it. 26-C.1). Pergunto: justifica-se tal disparidade ou umapadronização se impõe? É algo que comporta futura reflexão,no meu modo de entender. Caso se decida pela ampliação dosigilo, vedando-se no futuro, também aqui em São Paulo, aexpedição de certidões de testamentos públicos, pelostabeliães, antes da morte do testador (na esteira doentendimento já adotado em terras gaúchas e paranaenses),deveria tal proibição também se estender às escrituras de
“Algumas provas têm umaconfiabilidade maior: é o casodo instrumento público”Em entrevista exclusiva ao Jornal do Notário, o Juiz auxiliarda CGJ-SP, Dr. Roberto Maia Filho fala sobre os temaspolêmicos envolvendo o testamento público e a importânciada atividade notarial para a sociedade
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separação, divórcio e inventário previstas na Lei n°. 11.441/07? Será que os direitos constitucionais à privacidade e àintimidade justificam, necessariamente, tal vedação, ou apossibilidade de se optar pelos testamentos cerrado ouparticular, ou ainda pelas separações, divórcios e inventáriosjudiciais, protegidos pelo sigilo do art. 155 do CPC, modificamtal panorama? Não tenho, nem de longe, a pretensão deesgotar, em tão breve conversa, estes assuntos por demaispalpitantes que, com certeza, merecerão estudos e discussõesverdadeiramente consistentes.
Jornal do Notário - E em caso de testamento onde existadisposição testamentária de reconhecimento de paternidade,o filho poderia solicitar certidão demonstrando seu legítimointeresse enquanto vivo o testador?Roberto Maia Filho - Penso que sim, considerando a filiaçãocomo um direito fundamental da personalidade do serhumano. Não se olvide que a regra é a irrevogabilidade dotestamento, mas o reconhecimento de filho, nele contido,implica em exceção (arts. 1610 do CC e 1º, III, da Lei nº8560/92). Do mesmo modo, embora o testamento só surtaefeitos após a morte, eventual reconhecimento de filhoexpresso em seu bojo pode, excepcionalmente, ser usadocomo prova (e até mesmo ensejar a concessão de tutelaantecipada) em ação judicial de investigação de paternidade.
Jornal do Notário - Em caso de testador idoso, deve ou não oTabelião solicitar atestado médico para comprovar a sanidademental do testador?Roberto Maia Filho - Depende do que indicar a sensibilidadee a experiência do notário. O local e as circunstâncias(lavratura no interior de hospital, antecedentes pessoais oufamiliares relativos a enfermidades psíquicas, idadeexageradamente avançada, etc.) podem recomendar talcautela. Mas há que se deixar claro ao testador que, emnenhum momento, o notário suspeita de sua higidez, mas,sim, está prevenindo futuros questionamentos, não raros, depessoas preteridas. Já decidiu a 2ª Vara de Registros Públicosdesta Capital que, no caso de pessoas internadas, pode serrecomendável o pedido de atestado do médico que estáacompanhando o paciente para garantir que o motivo dainternação não afetou a sua capacidade civil (Pedido deProvidência 583.00.2007.220262-7 - nº ordem 9890/2 007).
Jornal do Notário - Quais são as principais causas de anulaçãojudicial de testamento e quais as principais cautelas que ostabeliães devem tomar ao lavrar um testamento?Roberto Maia Filho - Quem não é contemplado pelaliberalidade, quase sempre fica insatisfeito e, muitas vezes,busca a Justiça pedindo a anulação do testamento. Tais pessoasnunca admitem que fracassaram na tentativa de cativar aafeição do testador. Invariavelmente preferem afirmar emjuízo: a) que o testador não estava em sua perfeita higidezmental; b) que há vício formal. Assim, devem os senhores
notários sempre imaginar que qualquer suspeita relativa àsanidade mental, ou a mínima preterição de formalidade,podem deixar uma porta entreaberta para a entrada daqueleque quer enriquecer, ao arrepio da última vontade do testadordeclarada perante o Tabelião e as testemunhas. Exatamentedo mesmo modo que o criminoso busca se tornar impune,anulando o processo penal, por eventual descumprimento deformalidade pela polícia ou pela Justiça.
Jornal do Notário - Qual sua opinião sobre a importância dafunção exercida pelo Registro Central de Testamentos doColégio Notarial do Brasil - seção São Paulo (CNB-SP)?Roberto Maia Filho - Fundamental. Vivemos numa sociedadeque não prescinde de uma boa gestão da tecnologia dainformação, sendo essencial a existência de um banco dedados seguro e confiável.
Jornal do Notário - Qual sua opinião sobre a possibilidade deampliação da competência do Tabelião de Notas para a realizaçãode inventários extrajudiciais consensuais quando existir testamento?Roberto Maia Filho - Não vejo problemas, pelo menos nesteprimeiro momento no qual penso no assunto, mormente quandohouver apenas partes capazes. Já na hipótese de,excepcionalmente, fazê-lo com incapazes, isto teria que sedar na presença de membro do MP e ainda mereceria melhorestudo acerca da viabilidade e da oportunidade da tal medida.
Jornal do Notário - Quais outros atos poderiam ser praticadospelas serventias extrajudiciais visando a desjudicialização deprocedimentos e 'desafogamento' do Poder Judiciário?Roberto Maia Filho - A experiência bem sucedida daimplementação da Lei nº 11.441/07 (regulamentada pelaResolução n° 35/2007 do CNJ e pelos itens 89/154 do Cap.XIV das NSCGJ) leva à conclusão que outras práticas tendentesà desjudicialização de procedimentos podem ser testadas. Atítulo de exemplo, a ampliação das hipóteses de separação,divórcio e inventário na via extrajudicial.
Jornal do Notário - Em sua experiência como magistrado, quala diferença ao analisar um instrumento público e um instrumentoparticular como meio de prova em uma ação judicial?Roberto Maia Filho - Teoricamente, não há hierarquia entreprovas. Pelo princípio da persuasão racional, tambémconhecido como da livre convicção motivada do Juiz,consagrado no art. 131 do Código de Processo Civil, cabe aoJuiz apreciar livremente as provas dos autos, escolhendoqualquer delas que lhe pareça convincente, desde quefundamente os motivos e as razões do seu convencimento. Naprática, todavia, algumas provas têm, de antemão, umaconfiabilidade maior e são muito bem vindas pelo magistrado,pois lhe dão segurança e permitem um julgamento solidamentefundamentado. É o caso do instrumento público, que se nãode todo invulnerável, resiste bem mais às suspeitas de todaordem que os demais meios ordinários probatórios.
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No dia 12 de julho a palestra será ministrada pelo Juiz de Direito,Dr. Vicente de Abreu Amadei.
“Aspectos Urbanísticos eDireito Notarial” é o tema dapróxima edição do Ciclo deEstudos de Direito Notarial
O Colégio Notarial do Brasil – seção São Paulo(CNB-SP) realizará no dia 12 de julho mais umapalestra do projeto voltado à capacitação dosnotários do Estado de São Paulo, o Ciclo de Estudosde Direito Notarial. Neste dia será abordado o tema“Aspectos Urbanísticos e Direito Notarial”, emapresentação que será ministrada pelo Juiz deDireito, Dr. Vicente de Abreu Amadei.
A iniciativa busca aprimorar o conhecimentojurídico da atividade notarial e trará mensalmenteum jurista para abordar temas doutrináriosrelacionados à área. No mês de agosto o Ciclo deEstudos de Direito Notarial contará com a presençada Dra. Claudia Grieco Tabosa Pessoa, que abordaráo tema “União Estável e União Homoafetiva”. Nomês de setembro a palestra será da Dra. TâniaAhuali, juíza de Direito na Capital.
Para otimizar a presença dos Notários e seusprepostos na sede do CNB-SP, as palestras do Ciclode Estudos de Direito Notarial ocorrerão no mesmodia das Reuniões Mensais do Colégio Notarial doBrasil – Seção São Paulo. A Reunião Mensal de julhoacontecerá dia 12, às 16 horas, na sede daentidade, localizada na Rua Bela Cintra, 746,11°andar, Consolação, São Paulo-SP.
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Ficha TécnicaCiclo de Estudos de Direito Notarial
Tema:“Aspectos Urbanísticos e Direito Notarial”
Palestrante:Dr. Vicente de Abreu Amadei
Juiz de Direito em São Paulo-SP
Data: 12.07.2010Horário: 19h as 22hLocal: CNB-SP - Rua Bela Cintra, 746,11º andar - auditório
Inscrições(11) 3122-6270 ou (11) 3122-6272com Ana Cláudia ou Jéssica
InvestimentoAssociados CNB-SPe estudantes: R$ 70,00
Não-associados: R$ 140,00
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Notários e Registradoresparticipam do 6° Feirãoda Casa Própria
Como já é tradição em todos os anos, notários eregistradores participaram (no mês de maio) de maisuma edição do Feirão da Casa Própria. Organizadopela Caixa Econômica Federal no Centro de ExposiçõesImigrantes, na Capital paulista, o feirão reuniu 101mil pessoas nos três dias de sua realização.
No estande dos cartórios, a população podereceber informações e orientações a respeito daformalização e registro de suas transaçõesimobiliárias. Foi disponibilizada a possibilidade derealização dos serviços de autenticação dedocumentos, abertura e reconhecimento de firmas,que foram prestados pelo 3°, 13°, 21° e 28°Tabelionatos de São Paulo, que representaram oColégio Notarial do Brasil – seção São Paulo (CNB-SP)nesta 6ª edição do Feirão.
Por sua vez, a Associação dos Registradores de Imóveisde São Paulo (Arisp) colocou à disposição dos interessadosos serviços de visualização da matrícula do imóvel e deemissão de certidões digitais, contribuindo para o sucessoda compra e venda realizada na hora. Durante o eventosolene de abertura do Feirão, que contou com aparticipação de diversas autoridades como o prefeito deSão Paulo Gilberto Kassab, o secretário de Habitação doEstado, Lair Krähenbühl, o ministro das Cidades, MarcioFortes de Almeida, e a presidente da Caixa EconômicaFederal, Maria Fernanda Ramos Coelho, notários eregistradores foram representados pela presidente daAssociação dos Notários e Registradores do Estado de SãoPaulo (Anoreg-SP), Patrícia André de Camargo Ferraz.
O Feirão recebeu 101 mil pessoas no Centro deExposição Imigrantes, além de importantes
autoridades relacionadas com o segmentohabitacional do País
“A seriedade com que os Registros de Imóveisatuam relativamente à alienação fiduciária, fornececompleta segurança ao mercado, como podemosvislumbrar nos números apresentados pela Caixa, pelogoverno federal, pelas instituições de crédito,construtoras e imobiliárias, apontando o crescimentodo crédito imobiliário. O nosso papel é garantir asegurança do sistema de crédito habitacional do país”,declarou Patrícia Ferraz.
Feirão da Casa Própria de SP movimenta R$ 1,86 bilhão Em quatro dias, o Feirão da Casa Própria,
movimentou R$ 1,86 bilhão em contratos assinadosentre visitantes, construtoras e imobiliárias. A cifrafoi 24% superior à registrada no ano passado.
A Caixa, que oferece f inanciamento para acompra da casa própria, afirma que a maior ofertade imóveis "adequados ao perfil do público" ajudoua fechar mais contratos.
Segundo Válter Nunes, superintendente regionaldo banco, quase 36 mil imóveis enquadraram-se noscritérios exigidos pelo programa "Minha Casa, MinhaVida", em São Paulo.
A in ic iat iva v isa est imular o crescimento domercado imobiliário. Neste ano, 13 cidades foramcontempladas com 450 mil imóveis à disposição.
A presidente da Anoreg-SP, Patrícia André deCamargo Ferraz, esteve presente na abertura
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Evento realizado na cidade de São Paulo teve serviços deautenticação, abertura e reconhecimento de firmas realiza-dos diretamente no Centro de Exposições Imigrantes
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Jurisprudência Notarial (STJ)
TERRITÓRIOS interpõe recurso especial com fundamento na alínea“a” do inciso III do artigo 105 da Constituição Federal, contraacórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal eTerritórios, cuja ementa ora se transcreve (fls. 124):
ALTERAÇÃO DE REGISTRO CIVIL – POSSIBILIDADE. 1 – Nãoexiste óbice legal para a alteração do sobrenome da mãenos registros de nascimento dos filhos, em razão de tervoltado aquela a usar o nome de solteira após o divórcio.Precedentes. 2 – A apresentação de documentos com dadosdivergentes dificulta a prática dos atos da vida civil ecausa transtornos e aborrecimentos às partes envolvidas,justificando a alteração pleiteada. 3 – Recurso conhecido enão provido. Unânime.2. – O recorrente afirma violado o artigo 54, 7º item,
da Lei 6.015/73, segundo a qual, no registro de nascimento,os dados consignados deveriam atender à realidade da ocasiãodo parto. Ressalta que, nos termos dos artigos 39, 40 e 109do mesmo diploma, a retificação determinada só poderiaocorrer na hipótese de erro ou omissão.
3. – Alega que o artigo 3º, parágrafo único, da Lei8.560/92 não teria aplicação, porque trata deinvestigação de paternidade de filhos havidos fora docasamento, o que não ocorre na hipótese.
É o relatório.VOTOO EXMO SR. MINISTRO SIDNEI BENETI (Relator):4. – A irresignação não colhe êxito.5. – A relevância das informações oficiais impõe elevado
cuidado e segurança, no seu trato, pelo Estado, a fim de sepreservar e manter a incolumidade dos registros públicos,motivo que fundamenta a existência de princípios como os dasegurança registrária e da veracidade das informações. Em
Civil – Direito de família – Alteração do registro de nascimentopara nele fazer constar o nome de solteira da genitora, adotadoapós o divórcio – Possibilidade – I – A dificuldade de identificaçãoem virtude de a genitora haver optado pelo nome de solteira apósa separação judicial enseja a concessão de tutela judicial a fim deque o novo patronímico materno seja averbado no assento denascimento, quando existente justo motivo e ausentes prejuízos aterceiros, ofensa à ordem pública e aos bons costumes – II – Éinerente à dignidade da pessoa humana a necessidade de que osdocumentos oficiais de identificação reflitam a veracidade dosfatos da vida, de modo que, havendo lei que autoriza a averbação,no assento de nascimento do filho, do novo patronímico maternoem virtude de casamento, não é razoável admitir–se óbice,consubstanciado na falta de autorização legal, para viabilizar provi-dência idêntica, mas em situação oposta e correlata (separação edivórcio) – Recurso especial a que se nega provimento (STJ – REspnº 1.041.751– DF – 3ª Turma – Rel. Min. Sidnei Beneti – DJ03.09.2009)
ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as
acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma doSuperior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimentoao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Vasco Della Giustina (Desembargador convo-cado do TJ/RS), Paulo Furtado (Desembargador convocado do TJ/BA), Nancy Andrighi e Massami Uyeda votaram com o Sr. MinistroRelator.
Brasília, 20 de agosto de 2009 (Data do Julgamento).Ministro SIDNEI BENETI – RelatorRELATÓRIOO EXMO SR. MINISTRO SIDNEI BENETI (Relator):1.– MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
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Confira abaixo a decisão do STJ que autorizou a genitora apromover alteração do registro de nascimento dos filhospara constar o nome de solteira adotado após o divórcio
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virtude dessa proteção é que a lei prevê hipóteses específicas autorizativasde modificação dessas informações oficiais.
6.– O princípio da segurança registrária, todavia, não deveprevalecer no caso concreto.
7.– O direito à individualidade, de ser reconhecido como ser–humano pleno e autônomo, capaz de se autodeterminar e desen-volver–se no mais diversos aspectos da vida (social, político, emoci-onal, religioso, psicológico etc.), permeia todos os integrantes dasociedade e integra o conceito de dignidade da pessoa humana,fundamento do Estado brasileiro (CF/88, artigo 1º, III).
Na dignidade da pessoa humana reside, por sua vez, aorigem dos direitos ao registro e à identificação pelo nome epela filiação, direitos estes irrenunciáveis. Assim, a documenta-ção pessoal, que viabiliza a identificação dos membros da socie-dade, deve refletir, de forma fiel, a veracidade das informações,incluída a relativa à filiação.
Do contrário, os direitos da personalidade nunca se concreti-zariam, não ultrapassando a condição de mera norma ético–jurídica, o que, evidentemente, não deve prevalecer.
8. – O documento oficial de identificação da pessoa humanaé a carteira de identidade ou a certidão de nascimento, não sefazendo legítima, em geral, e em especial no caso concreto, anecessidade de portabilidade freqüente da certidão de casamen-to dos genitores a fim de facilitar, ou mesmo viabilizar, o reco-nhecimento da filiação, por ser neste único documento que seencontra averbada a alteração de nome de genitor, em virtude deseparação ou divórcio.
A situação concreta prescinde de prova de reaisconstrangimentos e importúnios a que foi submetido oAcionante, sendo evidente a sua ocorrência, diante dadificuldade de identificação de parentesco dele com suagenitora, pela diferença dos sobrenomes de ambos,situação que certamente cria transtornos relacionados àprática dos atos da vida civil.
9. – Como destacado no Recurso Especial, apesar dainexistência de norma jurídica autorizativa do atual pleito, éperfeita a analogia com o disposto no artigo 3º, parágrafo único,da Lei n. 8.560/92, que assegura o direito de alteração do
patronímico materno no termo de nascimento do filho em razãode casamento.
Ora, se o registro civil do filho pode ser modificado posteri-ormente ao nascimento, para constar o novo nome de seu genitorou genitora adotado com o casamento, é razoável admitir–se omesmo direito para a situação oposta e correlata (averbação noregistro civil do nome do genitor decorrente de separação).
10. – Sendo justo o motivo da retificação e inexistenteseventuais prejuízos a terceiros, violação à ordem pública eferimento aos bons costumes, não há razão para se acolher apretensão a pretensão recursal.
11. – Anote-se precedente recente da 3ª Turma desteTribunal, de Relatoria da E. Minª. NANCY ANDRIGHI, nosentido de admitir a retificação em caso semelhante:
Direito Civil. Interesse de menor. Alteraçãode registro civil. Possibilidade. – Não há comonegar a uma criança o direito de ter alterado seuregistro de nascimento para que dele conste o maisfiel retrato da sua identidade, sem descurar queuma das expressões concretas do princípio funda-mental da dignidade da pessoa humana é justa-mente ter direito ao nome, nele compreendido oprenome e o nome patronímico. – É conferido aomenor o direito a que seja acrescido ao seu nomeo patronímico da genitora se, quando do registrodo nascimento, apenas o sobrenome do pai haviasido registrado. – É admissível a alteração no re-gistro de nascimento do filho para a averbação donome de sua mãe que, após a separação judicial,voltou a usar o nome de solteira; para tanto, de-vem ser preenchidos dois requisitos: (i) justo moti-vo; (ii) inexistência de prejuízos para terceiros.Recurso especial não conhecido. (REsp 1.069.864/DF, Terceira Turma, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJ18.12.2008).12. – Ante o exposto, nega-se seguimento ao Recurso Especi-
al.Ministro SIDNEI BENETI – Relator.
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Tira Dúvidas CNB-SP
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Com o intuito de padronizar os procedimentos adotados nasserventias extrajudiciais do Estado de São Paulo e de divulgaras principais dúvidas recebidas pelo Departamento Jurídicodo CNB-SP, o Jornal do Notário publica a coluna Tira Dúvidas.Envie sua consulta para o e-mail “[email protected]”
Rafael Vitelli DepieriASSESSOR JURÍDICO DO CNB-SP. ADVOGADO,
BACHAREL EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE MACKENZIE
No inventário extrajudicial, pode a parte interessadacumular a função de advogado assistente e herdeiro?
Sim, o herdeiro pode ser o advogado assistente. Avedação referida na resolução 35/2007 da Corregedoria Geralde Justiça é para a acumulação das funções de mandatárioe de assistente jurídico das partes, ou seja, um terceiro agircomo advogado e procurador de um dos herdeiros. No casoem questão, a parte estará apenas e tão somente advogandoem causa própria, mais precisamente, estará realizandoassessoria jurídica em causa própria.Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº35/2007:
Art. 12. Admitem-se inventário e partilhaextrajudiciais com viúvo (a) ou herdeiro(s) capazes,inclusive por emancipação, representado(s) porprocuração formalizada por instrumento público compoderes especiais, vedada a acumulação de funções demandatário e de assistente das partes.
É permitido fazer uso de papel de segurança antigo(modelo anterior), para enviar sinal público?
A utilização do modelo desatualizado de papelde segurança para o envio de sinal público não éaconselhável, pois esta prática facilita a circulação depapéis de segurança não mais autorizados a servirem desuporte para atos jurídicos públicos, fragilizando aintegralidade do sistema.
Nesse sentido, lembramos que no ano de 2009,em virtude das reiteradas reclamações da cor do papel eoutras marcas características, o CNB-SP, em conjuntocom a ARPEN-SP solicitou à Corregedoria Geral de Justiçade São Paulo a alteração do modelo de traslados parauso de registradores e notários por meio do processonº1448/2005, resultando no parecer 60/09-E, prorrogadopor decisão subseqüente da CGJSP, vejamos:
PROCESSO Nº 1448/2005 - PARECER Nº 60/09-EAprovo o parecer do MM. Juiz Auxiliar da
Corregedoria e por seus fundamentos, que adoto, homologoa contratação da empresa RR Donnelley para a fabricaçãoe distribuição do papel de segurança de traslados e certidõesdos serviços de notas. Aprovo e homologo os novos modelosde papéis de segurança apresentados, os quais serãoutilizados a partir de 30 de março de 2009, sem prejuízo
da utilização dos modelos atuais de papel de segurança detraslados e certidões dos serviços de notas até o dia 31 demaio de 2009. São Paulo, 02.03.09. (a) RUY PEREIRACAMILO _ Corregedor Geral da Justiça
PROCESSO Nº 1448/2005 _ SÃO PAULO _ COLÉGIONOTARIAL DO BRASIL-Data inclusão: 29/06/2009DECISÃO: Aprovo o parecer do MM. Juiz Auxiliar daCorregedoria e por seus fundamentos, que adoto, defiroa prorrogação de prazo requerida pelo Colégio Notarialdo Brasil _ Seção São Paulo e pela Associação dosRegistradores das Pessoas Naturais do Estado de São Paulo_ ARPEN, autorizando que os modelos anteriores de papelde segurança de traslados e certidões dos serviços denotas, que foram substituídos por aqueles homologados afls. 121, sejam utilizados até 30 de junho de 2009, semprejuízo da utilização simultânea dos novos modelos,que estão em vigor desde 30 de março de 2009. SãoPaulo, 15 de junho de 2009. (a) RUY PEREIRA CAMILO _Corregedor Geral da Justiça
Ademais, embora o item 7 do Capítulo XIV, SeçãoI das Normas da Corregedoria Geral de Justiça do Estadode São Paulo - NCGJSP, não determine que o sinal públicoseja emitido em papel de segurança, recomenda-se pormedida de cautela a utilização do papel de segurançaválido à época da emissão. A medida tem finalidade deevitar a aplicação de golpes por falsários, garantindo asegurança jurídica no reconhecimento das assinaturas deescreventes autorizados entre os Tabelionatos de Notas.
Lembramos ainda que o Colégio Notarial do Brasilcriou a Central Brasileira de Sinal Público, um sistemainformatizado que racionaliza o tráfego de sinais públicosdos tabeliães brasileiros. Por meio deste sistema o tabeliãoremete o seu sinal público para a Central, que o digitalizae disponibiliza pela internet. Quando um colega necessitaconsultá-lo, basta verificar na Central on-line e se preferirarquivar o sinal público em seu banco de dados. Se houvermudança na equipe, o tabelião não precisa renovar todosos sinais, basta incluir ou excluir o sinal público alterado.
Mais informações sobre o referido sistema:www.sinalpublico.org.br
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CNB-SP prestigia curso da EPMpara iniciação na atividadenotarial e de registroEvento destinado aos registradores aprovados no 6° ConcursoPúblico do Estado de São Paulo contou com apresentaçõespráticas e teóricas sobre a atividade
O Colégio Notarial do Brasil – seção São Paulo (CNB-SP) esteve presente no dia 14 de maio no 2º Curso deIniciação na Atividade Registral e Notarial do Estado deSão Paulo, promovido pela Escola Paulista da Magistratura(EPM) direcionado a todos os aprovados no 6º ConcursoPúblico de Provas e Títulos para a Outorga de Delegaçõesde Notas e de Registro do Estado de São Paulo.
O curso teve como objetivo fornecer bases para ummaior conhecimento sobre a estrutura jurídica, principaisprocedimentos práticos nas atividades das ServentiasExtrajudiciais, bem como estreitar o relacionamento como Judiciário, aproximando as instituições e cumprindorecomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A programação do evento contou com as presençasdo diretor da EPM, Des. Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, doCorregedor Geral de Justiça, Des. Antonio Carlos MunhozSoares e do presidente da Banca de Concurso, Des. JoséRenato Nalini. Participaram ainda os juízes Dr. José Antôniode Paula Santos Neto, Dr. Luís Paulo Aliende Ribeiro e Dra.Tânia Mara Ahualli, que coordenaram o evento.
Participantes do evento promovido pela Escola Paulista da Magistratura para oscandidatos aprovados no 6° Concurso Público do Estado de São Paulo
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O CNB-SP, por meio de seus diretores, PauloTupinambá Vampré e Maria Beatriz Lima Furlan,realizou a apresentação da palestra “Administração egerenciamento financeiro das serventiasextrajudiciais”, onde abordou temas como, obrigaçõestributárias, trabalhistas e previdenciárias,contabilidade e finanças, despesas autorizadas ededuções, fluxo de caixa, folha de pagamento, livrodiário de receita e despesa, escrituração contábil,fiscalização – CGJSP, Receita Federal, Estadual eMunicipal.
Os participantes do evento também acompanharampalestras sobre as “Atividades da Corregedoria Geralde Justiça no Plano das Unidades Extrajudiciais”,“Sucessão Trabalhista e Obrigações Previdenciárias.Interinidade, substituição e situações consolidadas”,“Recursos Humanos”, “Temas Práticos de Registro Civile Notas”, “Atendimento ao Público e qualidade doserviço” e “Ética profissional dos Registradores. OPrograma Educartório – abrangência e finalidade”.
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A cidade de Avaré recebeu notários e prepostos decartórios da região para curso de capacitação emqualidade no atendimento
Curso em Avaré abre série dotreinamento “Excelência noAtendimento” no interior
Avaré (SP) - “Não há cliente externo satisfeito se ocliente interno está insatisfeito”. Essa foi uma das afirmaçõesfeitas pelo professor Gilberto Cavicchioli, palestrante do cursode “Excelência no Atendimento”, durante evento promovidopelo Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNP-SP) emAvaré, no último dia 15 de maio.
Ciente da necessidade de capacitação dos tabeliães e deseus prepostos para oferecer um atendimento de qualidadeaos usuários dos serviços notariais de todas as regiões doEstado, o CNB-SP realizará em 2010 mais sete edições destecurso, sendo cinco delas no interior paulista.
Gilberto Cavicchioli, professor de pós-graduação da ESPM– Escola Superior de Propaganda e Marketing, declarou queum dos objetivos do treinamento era fazer com que osparticipantes se tornassem “pessoas recomendadas pelosusuários”, como forma de reconhecimento pela excelênciano atendimento recebido na serventia.
Para deixar claro aos participantes os critérios básicos de umatendimento excelente, Gilberto ressaltou a empatia. “Colocar-seno lugar do cliente o tempo todo é fundamental”, destacou. “Otom de voz é algo que faz o cliente confiar em você com rapidez”.
Os participantes consideraram que, além dessacaracterística, valores como iniciativa, disposição, carisma ecredibilidade são complementos essenciais a todos os membrosda equipe, principalmente para quem faz o pré-atendimentoao usuário na recepção ou no balcão de firmas eautenticações.
Gilberto ressaltou também três ferramentas do atendimentode qualidade que podem ser utilizadas na gestão administrativa
e de recursos humanos da serventia: brainstorm (reuniões comos funcionários para apresentação de idéias e sugestões demelhoria, na qual tudo deve ser ouvido atentamente semcensuras); os cinco por quês (a importância de perguntar omáximo possível, para identificar de fato um problema), e ocliente interno (representado pelos colegas de trabalho detodos os departamentos do cartório).
Fidelidade do usuárioA fidelização do usuário foi um dos temas relevantes do
curso. Cavicchioli apresentou diversas orientações sobre comoobtê-la ou, no caso de reclamações, como recuperá-la.
Para o professor, “se o conceito de fidelidade forconsiderado ao pé da letra, deve estar ligado à espontaneidade”.Em sua opinião, “os cartórios tem essa fidelidade, são dignosde fé desde o primeiro momento, algo que empresas levamanos para conseguir”. Complementando seu raciocínio, “umadas missões de quem atende o público é desencadear novaspercepções e um funcionário que se recusa a enxergar oprocesso de uma instituição como um todo está no lugar errado”.
E o que fazer para recuperar um cliente insatisfeito? Ocurso apresentou nove diretrizes. Entre elas, colocar-se nolugar do cliente e agir depressa, fazendo algo inesperadopara surpreender o cliente e solucionar eventual problema ouerro cometido pelo funcionário.
Habilidades e CompetênciasTolerância, boa comunicação, postura adequada e ouvir
com atenção o usuário foram descritas como algumas das
Cerca de 40 pessoas participaram do curso de Excelência noAtendimento promovido pelo CNB-SP na cidade de Avaré-SP
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habilidades necessárias para o bom atendente. Gilbertoressaltou também o trabalho em equipe e a importância docliente interno como ferramentas fundamentais para um bomatendimento ao cliente externo, usuário dos serviços.
Ademais, destacou que é necessário fornecer conhecimentoao cliente para que ele compreenda os requisitos necessáriospara a lavratura de um ato, bem como os motivos legais emcaso de recusa para a sua prática. Nesse sentido, deve serdisponibilizada cópia da lei e das normas de serviço dacorregedoria, onde constem as informações para que o usuárioentenda os procedimentos, a forma de fiscalização e a legislaçãoa que os cartórios estão sujeitos no exercício de suas funções.Com informações claras, fica mais fácil para o usuário entendero porquê da recusa da autenticação de um documento deidentidade replastificado, por exemplo.
Os participantes aprenderam ainda dicas de comoconquistar o cliente, fazendo-o voltar e recomendar os serviçosa outros clientes. Entre elas, não prometer mais do que sepode cumprir, executar o serviço prometido de forma ágil,demonstrar interesse em resolver eventuais problemas dousuário, ainda que não tenham sido causados pelos funcionáriosda serventia, e, principalmente, surpreender o cliente fazendoalgo inesperado.
Para “ser de serviço”, existem características básicas a seremcumpridas, como previsibilidade, cordialidade, cumprimento deprazos e disponibilidade. Chegar atrasado a uma reunião oudeixar o cliente esperando muito tempo para a prática de umato, é como dizer que o tempo da pessoa é menos importante doque o seu.
Opiniões dos participantes do eventoPara Valeska Vitoriano Barboza, Oficiala de Registro Civil
e Tabeliã de Notas de Arandu, “o curso foi muito bom, poisamplia o pensamento dos funcionários, aumenta aresponsabilidade e a atenção dada à população durante oatendimento. Ele ensinou que quando trabalhamos num lugarque gostamos, o atendimento bom será conseqüência. Obate papo proporcionado pelo palestrante e a integraçãoentre serventias foram ótimos”.
“Trouxe dois funcionários hoje e tinha uma perspectiva doque seria, mas foi bem melhor do que esperava. A explanação foimuito bem feita. Nada falado por ele pode ser ignorado, mas
anotei uma observação que pensei ser muito importante, sobre aquestão do pós-atendimento. Eu nem imaginava, foi algo novoque estou pensando agora em implantar na serventia”, revelouFernando Bersani, 2º Tabelião de Notas de Itapetininga.
José Carlos Antunes, tabelião interino no 1º Tabelionatode Notas de Botucatu, esteve presente com mais trêsfuncionários e afirmou que o curso “é de bastante valia porabrir a mente dos participantes, dos funcionários novos e aminha também, por ver pontos que entendia diferente. Estoume reciclando. Gostei da discussão sobre a necessidadesubjetiva do cliente, aquilo que não vemos de imediato.Pensamos em nosso serviço de uma determinada forma semperceber o que o cliente realmente está esperando”, disse.
“Para nós esse curso ajudará muito a melhorar o atendimento.Abre os olhos e amplia o conhecimento. Chamou minha atençãoo fato dito por ele em relação a se sentir bem para atender bemos clientes, passar isso a eles”, comentou Flavia Renata Rolim,escrevente do 1º Tabelionato de Itapetininga.
Confira no site do CNB-SP o calendário completo de eventose as datas dos cursos de “Excelência no Atendimento” que serãooferecidos ainda este ano no interior do Estado e na Capital.
Palestrante e participantes interagiram aolongo das quatro horas do curso
Gilberto Cavicchioli ministrou mais um curso deExcelência no Atendimento para os notários e
prepostos do Estado de São Paulo
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|capacitação|
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Gestão da Qualidade
É muito comum encontrarmos nos veículos de comuni-cação o seguinte: “Sabemos como encantar nossos clientes...”,ou então, “Nós superamos as expectativas dos clientes...” epor aí vai. Certamente todos nós já vimos fornecedores deserviços com promessas desse tipo.
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Gilberto CavicchioliENGENHEIRO, PÓS GRADUADO EM MARKETING, MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO DE
EMPRESAS. CONSULTOR E PALESTRANTE NOS TEMAS DA QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO
CLIENTE E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS.
|opinião|
No entanto, surpreender pessoas não é tão simples quan-to parece.
Nos trabalhos e palestras que realizo, costumo logo deinício perguntar aos ouvintes: Quem dos presentes tem históriaspara contar de atendimento em que você foi surpreendidocom qualidade? Levando em conta as pessoas introvertidas,pouquíssimas são as histórias ou depoimentos que ouço arespeito de atendimentos que superaram as expectativas. Aocontrário, ouço frequentemente histórias e “causos” no sentidooposto, que frustraram tais expectativas.
Cá entre nós, por que não temos tantas histórias paracontar de atendimento que surpreende?
Atender nossas necessidades já é um grande passo! Daíaté a surpreendência de atender nossas expectativas e dese-jos existe uma enorme distância.
As causas do mau atendimento são inúmeras. Cito ape-nas algumas:
- instalações inadequadas no local de atendimento;- pessoal de atendimento no balcão e ao telefone,
despreparado;- equipamentos lentos ou desatualizados;- falta de cordialidade, postura, conforto;- demora na entrega do serviço;- não cumprir com o prometido;- ambiente sem energia, baixo astral.A questão é que somos indivíduos, e com necessidades e
expectativas muito diferentes. O atendimento de qualidade,que agrada fulano, pode desagradar ciclano. Qualidade é umconceito muito relativo. Quem julga a qualidade não é quempresta o serviço, mas sim quem o recebe. Não dá para ligarno automático e sair atendendo todo mundo do mesmo jeito.Atender de forma surpreendente requer, obrigatoriamente,atitude adequada dos atendentes, alinhada aos anseios dequem é atendido.
Quanto mais conhecemos dos nossos clientes, maioresserão nossas chances de surpreendê-los, de encantá-los.
As grandes empresas investem alto em tecnologia paramelhor conhecer os hábitos e os comportamentos de seusclientes na tentativa de surpreendê-los. O serviço notarial sevê diante de grandes transformações com a informatizaçãode sistemas, certificação digital, dentre outros.
No entanto, nada supera atitudes atenciosas como um“bom dia” dado com entusiasmo, um sorriso franco, de-monstrações verdadeiras, simples, de quem quer ter o clienterealmente satisfeito.
Abraço a todos e até a próxima.
Visando a melhoria da qualidade doatendimento prestado ao usuário pelostabelionatos brasileiros, convidamos o con-sultor Gilberto Cavicchioli, instrutor dosCursos de Excelência no Atendimento doCNB-SP, para apresentar esta coluna comdicas práticas sobre gestão da qualidade
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Terceira edição do treinamento promovido pela entidade serárealizada no dia 19 de junho
CNB-SP abre inscrições para ocurso de Excelência noAtendimento em Araçatuba
No dia 19 de junho (sábado) o Colégio Notarialdo Brasil – Seção São Paulo (CNB-SP) realizará nac idade de Araçatuba, inter ior de São Paulo, aterceira palestra do curso “A Excelência noAtendimento ao Cliente”. O treinamento tem comoobjet ivos pr inc ipais o desenvolv imento dehabilidades em atendimento ao cliente, motivaçãodos funcionários para o trabalho em equipe e afidelização de clientes.
O curso será ministrado pelo professor GilbertoCavicchioli, que há quatro anos promove aulas deexcelência no atendimento para o segmento notariale reg istra l . O tre inamento v i sa apresentar aosfuncionários de cartórios do Estado de São Pauloque o atendimento eficaz abrange todos os serviçosprestados na serventia.
Para todas as edições deste curso, no ano de2010, o CNB-SP realizará uma promoção especialpara inscr ições dos part ic ipantes: a cada c incopessoas inscritas do mesmo cartório, a sexta poderáparticipar gratuitamente. Faça suas inscrições, poisas vagas são limitadas.
Ficha TécnicaExcelência no
Atendimento ao Cliente
Data: 19.06.2010Horário: 14h as 18hLocal: Hotel Riviera
Endereço: Av. Brasília, 1775 -Jardim Nova York
Programa- Excelência no Atendimento.DO QUE ESTAMOS FALANDO?- As etapas da satisfaçãodos clientes- Três ferramentas da qualidadeaplicadas ao atendimento- As habilidades necessárias dequem atende clientes- Como tirar proveito dareclamação do cliente- Os pecados no atendimento ecomo evitá-los- Os 8 mandamentos noatendimento- A fidelização de clientes- Como recuperar clientesinsatisfeitos- A pessoalidade em serviços aocliente- Atender e servir.O QUE É “SER DE SERVIÇO”?- Vídeo para fixação doaprendizado
Informações e InscriçõesAna Claudia ou Jéssica
Tel: 11 3122-6270 / 3122-6272
InvestimentoAssociados CNB-SP eestudantes: R$ 70,00
Não-associados: R$ 100,00
Próximas Edições:
07/08São Paulo (sede CNB-SP)
11/09Franca
23/10Presidente Prudente
06/11Campinas
27/11Ribeirão Preto
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CNB-SP abre série de cursossobre Ata Notarial em São Paulo
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Auditório da entidade recebeu participantes para a 1ª ediçãodo curso teórico e prático sobre este instrumento notarial
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Notários e prepostos do Estado de São Paulo reuniram-se no dia 22 de maio, na sede do Colégio Notarial doBrasil – Seção São Paulo (CNB-SP), em São Paulo, paraacompanhar a primeira edição do Curso de Ata Notarial,ministrado pelo 26° Tabelião de Notas de São Paulo,Paulo Roberto Gaiger Ferreira, e pelo Tabelião Substituto,Felipe Leonardo Rodrigues, o curso reuniu 70 participantesque debateram os principais aspectos teóricos e práticosdeste instrumento notarial.
“A Ata Notarial constata fielmente os fatos, as coisas,pessoas ou situações para comprovar a sua existência ou oseu estado”, conceituou Paulo Gaiger ao abrir o treinamentoem São Paulo. “E seu principal fim é o de constituirprova”, completou. Segundo o palestrante, em diversospaíses a ata notarial já faz parte do cotidiano do cidadão,citando a presença de notários em sorteios, leilões e aténa posse de presidentes, como ocorre na Argentina.
O Tabelião destacou ainda que disponibilizará umapágina exclusivamente destinada a debater o tema nainternet. Através do endereço www.atanotarial.org.br serápossível o esclarecimento de dúvidas, debates sobre casospráticos e um índice com as principais jurisprudênciasrelacionadas ao tema. “Conto com a participação de todosvocês para transformarmos esta página em um verdadeiroportal sobre a ata notarial”, anunciou.
Ao apresentar o conteúdo programático dotreinamento, o Tabelião destacou que “a prática diáriada ata notarial em seu Tabelionato quase sempre terminaem resultado positivo para o solicitante”. Em seguida,falou sobre as origens históricas do ato notarial,
regressando à novela 44 do Código Justiano. “O início dafé pública data de 3.500 anos atrás e se presta a produzirprova plena sobre determinado acontecimento”,destacou. Paulo Roberto Gaiger Ferreira falou ainda sobrecuriosidades históricas relacionadas à ata notarial.
Ainda em sua parte teórica, o treinamento realizadona Capital paulista destacou a classificação dos atosnotariais, divididos em atas notariais e escrituras públicase destacou a distinção entre os dois atos notariais pormeio de seus fundamentos legais. Segundo Paulo Roberto“prudência é fonte legal da ata notarial, e a lei e odecreto que fundamentam a escritura tambémfundamentam a ata notarial”.
Também destacou-se na apresentação teórica do Cursode Ata Notarial o tema da prova no Direito Brasileiro, ondeo Tabelião criticou o Código de Processo Civil (CPC) “pordar presunção de veracidade igual para todo documento,sem distinguir aqueles que são dotados de fé pública epraticados por profissional especializado”. Falando sobre aprova documental, o palestrante reiterou que o“instrumento público não pode ser contestado, pois fazprova plena”, afirmou. “Quem contesta o documentopúblico deve fazer prova contra ele”, completou.
Ao finalizar a primeira etapa do curso, Paulo RobertoGaiger Ferreira apresentou um quadro comparativodestacando as principais diferenças entre a ata notariale a escritura pública, com o foco nos fatos jurídicos aoinvés dos atos e negócios jurídicos, característicos dasegunda, a questão envolvendo juízo de valor relativoaos fatos, mas com cautela legal, enquanto na escriturapública destaca-se o juízo de valor sobre a legalidade epor fim, a possibilidade de se tratar de fatos ilícitos naprimeira, enquanto somente fatos lícitos são objeto daescritura pública. “Quase todo fato destacado em atanotarial é um fato ilícito”, reiterou.
Parte prática destaca diversos modelos de Ata NotarialApós um rápido intervalo deu-se início à exposição
sobre os aspectos práticos relacionados à Ata Notarial.Coube ao Tabelião Substituto do 26° Tabelionato de Notasde São Paulo, Felipe Leonardo Rodrigues, apresentar oscasos diários que são praticados no cartório.Primeiramente Felipe destacou quais são os requisitosformais e requisitos materiais deste instrumento, como acapacidade do solicitante, tempo, local de realização,presença de terceiros e testemunhas probatórias.
O palestrante falou também sobre os caracteres
O Tabelião, Paulo Gaiger (esq.), e o TabeliãoSubstituto, Felipe Leonardo Rodrigues (dir.), falaram
sobre os aspectos teóricos e práticos da Ata Notarial
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presentes no ato notarial, como a imparcialidade, certezaplena do que se verifica, não se fazer juízo de valor,audiência notarial com a parte para se definir oinstrumento correto, intenção do solicitante,oferecimento de orientação legal, respeito à intimidadee privacidade e, quando possível, a qualificação deterceiros. “Quando perguntado sobre quem é em umadeterminada diligência, o tabelião é obrigado a seapresentar e dizer o que faz, mesmo que isto frustre aação esperada pelo solicitante”, destacou Felipe, quefalou ainda sobre a estrutura gramatical do instrumento.
O passo seguinte da apresentação detalhou as diversasespécies de ata notarial, entre elas as de notoriedade (féde vida, herdeiros legais, estado civil, certificadonotarial), de presença e declaração (própria e imprópria),de declaração de peritos ou técnicos, onde “é importantedistinguir o que provém do perito e o que verifica otabelião”, de notificação, que “possui efeitosautenticatórios, geralmente para se constatar a recepçãode alguma manifestação de vontade do notificado, serecusa, se aceita”, de diligência externa, de internet,com destaque para a impressão de imagens,armazenamento de conteúdo e consignação do horárioexato e endereço da página, de e-mail, de assembléia,de inspeção de imóvel e de gravação telefônica, na qualse discutiu se tratava-se de uma ação legal.
Finalizando a apresentação, Paulo Gaiger falou sobreos critérios de cobrança de atas notariais, quando sãocom valor econômico e sem valor econômico, e que taisinstrumentos hoje representam 7% do faturamento totaldo cartório. “Nossa meta é atingir 25% quandocomeçarmos a realizar as atas empresariais econdominiais”, disse o palestrante, que terminou suaapresentação destacando casos práticos de atas notariais.
Opiniões dos participantes sobre o curso“A Ata Notarial não é muito realizada nos cartórios,
até por desconhecimento da população. Cursos comoesse fazem com que os funcionários estejam maishabilitados a praticar esse ato e orientar as pessoas parautilizá-lo, ajudando na preservação dos seus própriosdireitos”, disse a Tabeliã de Ilha Comprida, Tatiana Lyra.
“Achei o curso muito interessante por ser abordadaa ata notarial de uma maneira bem prática. Para aquelaspessoas que não tem muito contato, como é o meu caso,foi muito proveitoso. Foi justamente essa falta de contatocom a ata notarial que me fez vir ao curso, pois achoque é um instrumento muito importante, constitui prova,e por isso resolvi me aprofundar no seu estudo”, disseLiana Varzella Mimary, Tabeliã de Notas de Santa Cruz daConceição.
“A ata notarial é um instrumento em construção, émuito importante como meio de prova e pouco usadonos cartórios, principalmente no interior do Estado. Oaprimoramento profissional neste sentido, para utilizareste instrumento, é muito interessante”, disse LuanaVarzella Mimary Nassaro, Tabeliã de Notas de Pariquera-Açú. “Esse instrumento ainda não é procurado pelapopulação, mas por desconhecimento. “Precisamosdominá-lo para instruir as pessoas que vão ao cartório”,completou.
“Achei muito bom o curso. Inclusive adquiri tambémo livro sobre o tema. O curso é bem claro e separa bemo que é ata do que é escritura, principalmentedeclaratória. Os advogados pedem muito a ata notarial,sendo que é escritura de declaração. Tínhamos adificuldade de distinguir uma da outra e saber qualutilizar”, disse Claudete Gattamorta, Tabeliã Substitutano 3º Tabelião de Notas de São Bernardo do Campo.
Curso sobre a Ata Notarial será levado às regionais do CNB-SP distribuídas pelo Estado de São Paulo
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“A ata notarial é um instrumentoprobatório fortíssimo”Responsável por ministrar cursos sobre Ata Notarial em todo oEstado, o Tabelião Paulo Roberto Gaiger Ferreira fala sobre aimportância deste instrumento notarial ainda pouco exploradoJornal do Notário - O que o motivou a escrever umaobra destinada à Ata Notarial?Paulo Roberto Gaiger Ferreira - A minha preocupação, dequem tem atuado já há dez anos com o instrumento da atanotarial produzindo atos cujos efeitos são importantes parameus clientes, para o cidadão brasileiro, era a de estabeleceruma referência doutrinária sólida a respeito deste instrumento.Esta falta de referência não é somente uma situação brasileira.A doutrina notarial é um pouco displicente com a Ata Notariale, portanto, um Juiz que fosse analisar uma ata notarialproduzida por mim, não teria uma doutrina. Deste mododecidi escrever o livro apresentando minha tese sobre esteinstituto, de modo que um Juiz tenha o direito de verificar seestou correto ou não. Ou seja, ele terá elementos sólidos,terá a práxis exposta com seus fundamentos teóricos. Gostariade ter uma tranquilidade, assim como o notariado brasileiro,de produzir seus atos com a garantia de que serãocompreendidos pelos demais operadores do Direito.
Jornal do Notário – Por que a ata notarial não é um instrumentotão comum no dia a dia dos Tabelionatos de Notas?Paulo Roberto Gaiger Ferreira - Entendo que o campode atuação da ata notarial é mais restrito do que o daescritura pública. A gênese da atividade notarial semprefoi a formalização dos negócios jurídicos, que era exigidadesde muito tempo pelos monarcas. A ata notarial surgiuao mesmo tempo, mas cresceu muito mitigada desdeentão. A importância do Tabelião para muitos estárelacionada à formalização das relações jurídicas. A atanotarial tem seu campo e os Tabeliães brasileiros, pornunca terem trabalhado com ela, são temerosos. Não éuma covardia, é uma prudência, por isso também ainiciativa de realizar esse curso e da redação do livro.
Jornal do Notário – Os prepostos do Tabelionato de Notasainda demonstram ter certa dificuldade de diferenciar umaescritura pública de uma ata notarial. Quais são os aspectosmais gerais para diferenciar estes dois atos?Paulo Roberto Gaiger Ferreira - É fácil, de um modogeral, fazer essa distinção, contudo, há casos que sãolimítrofes. Eu mesmo, às vezes verifico um fato quetenho de instrumentalizar em ato notarial e não sei seconstitui um fato jurídico simplesmente ou é uma relaçãojurídica. Essa é a grande distinção genérica entre ata eescritura. A ata vai descrever um fato e a escritura vai
formalizar um ato ou negócio jurídico. Se respondermosessa pergunta sendo fato ou sendo relação, resolvemos:se for fato é ata notarial, se for relação – formalizaçãode negócio ou ato jurídico -, é escritura pública.
Jornal do Notário - Por que o senhor defende que a atanotarial deva ser destinada a atos ilícitos?Paulo Roberto Gaiger Ferreira - Com o máximo respeitoà posição do professor Walter Ceneviva, minha práxisnotarial é de que a quase totalidade das atas são deconstatação de fatos potencialmente ilícitos. A questãoé: quando se caracteriza um fato ilícito? Quemcaracteriza um fato ilícito? O Tabelião não é um Juiz,não tem competência judicial, nem é um policial. Nãotem competência para descrever um ato como ilícito.Sobretudo, se um fato ilícito está acontecendo e, sendoo tabelião chamado pela vítima para descrever esse fato,justamente para proteger a vítima, por que não fazer?Parece-me que a função notarial mais humana e maisimportante é a de descrever o fato e não se omitir ounegar ao cidadão o direito de constituir sua prova.
Jornal do Notário - Qual a importância da ata notarialcomo instrumento de prova a ser levada ao PoderJudiciário para defender direitos?Paulo Roberto Gaiger Ferreira - É um instrumento probatóriofortíssimo. Em primeiro lugar por conta da presunção legalde autenticidade contida no artigo 374, inciso 4º. Em segundolugar, na prática da ata notarial, nesses dez anos, não temostido casos que se tenha negado força probante à ata notarial.Digo de centenas, quem sabe milhares de casos que jáfizemos. Nunca foi negada a fé pública ao ato. Tanto naparte teórica (legal), ou seja, o artigo que mencionei, quantona jurisprudência, a força probante é totalmente consistente.
Jornal do Notário – Como avalia esta iniciativa do CNB-SPem promover um curso voltado à Ata Notarial?Paulo Roberto Gaiger Ferreira - Acho que o CNB-SPcumpre fielmente o seu papel como indutor e protetorda atividade notarial ao promover esses cursos e a provada oportunidade, do interesse, é que estamos numambiente lotado, as inscrições se esgotaram. Parece-meque o momento é oportuno e o CNB-SP cumpre seu papelcomo deve cumprir. Esse tem sido o grande mérito dadiretoria atual.
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Papel reciclado, será?
|responsabilidade sócio-ambiental|
Outro fato a ser observado é que, mesmo que opapel seja fabricado de matéria prima virgem, algumasempresas chamam seus produtos de ECO por serem deflorestas plantadas para tal finalidade. Surge então outrabatalha, pois produtos plantados em zonas desmatadasnão seriam ecológicos.
Dessa forma, antes de realizar a compra de papéisem grandes volumes busque saber um pouco mais sobre oseu fabricante. Suas atitudes podem melhorar as práticasde mercado. Pense nisso!
Acesse o site www.notariado.org.br e conheça o projeto deResponsabilidade Socioambiental nos Cartórios Brasileiros. No
site é possível se cadastrar para que sua serventia seja analisadae certificada. Veja abaixo o regulamento:
Muitas empresas estão tirando proveito da boa vontadedos consumidores interessados em adquirir produtosecologicamente corretos. Isso está acontecendo com opapel. Devido a boa demanda por papel reciclado noformato A4, alguns fabricantes estão produzindo um papelmuito semelhante ao papel reciclado, que possuiaparência bem típica e difere-se dos demais.
O processo de fabricação desse genérico é o mesmoque o do papel branco, mas recebe pigmentação paraficar parecido com o papel reciclado. Dessa forma osconsumidores devem verificar as informações que constamna embalagem e se possível no site da empresa, paraque não comprem “gato por lebre”.
Diego Rafael BayerENGENHEIRO INDUSTRIAL E CONSULTOR DE CERTIFICAÇÃO SÓCIOAMBIENTAL DO COLÉGIO
NOTARIAL DO BRASIL – CONSELHO FEDERAL
1) Adesão ao Projeto - A adesão é inteiramenteespontânea, ficando cada notário ou registrador livrepara aderir ou não.
2) Objetivos do Projeto - Incentivar a inserçãosocioambiental da atividade nas comunidades; aumentara percepção da sociedade sobre o engajamento dosnotários e registradores nas questões de responsabilidadesocioambiental; disseminar as boas práticas de gestão derecursos, gestão de resíduos, educação ambiental epolíticas sociais; dar visibilidade a entidade “cartório”frentes aos problemas sociais e ambientais.
3) Forma de Adesão - Qualquer notário ou registrador interessadoem aderir ao projeto deverá preencher o formulário eletrônicono site www.notariado.org.br, escolhendo a opção 'CertificaçãoSocioambiental', em seguida, 'Certifique-se'.
4) Protocolo de Submissão - O protocolo de submissãodeverá ser preenchido pelo titular ou substituto. Para aaprovação perante o protocolo de submissão, o candidatodeverá atingir uma pontuação mínima estabelecida,referente às questões a seguir:- Uso da energia elétrica (eficiência energética);- Uso da água potável e seus dejetos sanitários;- Gerenciamento de resíduos;- Ações sociais.
5) Aprovados - O candidato aprovado receberá ocertificado de “Responsabilidade Socioambiental” em viaimpressa e dois adesivo do projeto para utilização nocartório como ferramenta de divulgação do projeto.
6) Reprovados - Sendo reprovada, a serventia receberárelatório técnico, informando a pontuação atingida euma série de informações referentes ao que pode sermelhorado nas práticas sociais e ambientais - podendpsubmeter novo protocolo após 60 dias do envio do relatório.
7) Custos - O aprovado terá um custo mensal de R$20,00(vinte reais), sendo esse valor destinado ao FUNDESANOTARIAL (Fundo de Desenvolvimento Socioambiental doColégio Notarial do Brasil).
8) O que é e para que serve o Fundesa Notarial? - OFundesa Notarial é um fundo criado para consolidar açõesde caráter socioambiental, por meio dos recursos obtidoscom a certificação dos cartórios aprovados no projeto.Cada aprovado deverá indicar até três entidades decaráter social (escolas, creches, asilos, hospitais, clínicas,etc.) e algumas necessidades (equipamentos, cursos,material de limpeza, medicamentos, alimentos, etc.)das entidades a serem beneficiadas. Mensalmente serãobeneficiadas entidades indicadas pelos cartóriosparticipantes, conforme escolha da coordenação edisponibilidade de recursos. Todas as ações serãodivulgadas na página do projeto dentro do site do ColégioNotarial. Através do Fundesa Notarial também serãodesenvolvidos e distribuídos materiais de educaçãosocioambiental para todos os colaboradores dos cartóriosenvolvidos (conforme disponibilidade de recursos).
Para esclarecimentos e sugestões,envie um email para
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CNB-SP comparece à posse doDes. José Renato Nalini naAcademia Paulista de EducaçãoRepresentantes da Diretoria do CNB-SP e das demaisentidades de notários e registradores estiveram presentesna cerimônia de posse do desembargador do TJ-SP
dar o exemplo de ética”, disse. “Houvera mais pessoascomo Pedro Kassab e José Renato Nalini e o país teriarenascido”, disse homenageando o empossado e seuantecessor.
Dr. Nalini leu o termo de posse, para depois paraassiná-lo. Em seguida recebeu o diploma da Academiae uma medalha. Em seu pronunciamento, odesembargador agradeceu a presença de todos quelotavam o auditório. “A vida é breve, por isso devemosdeixar a mais longa memória. Essa citação serve deintuito numa noite para repensarmos a educação”,disse.
“Tomar posse desta cadeira hoje me traz umaconclusão personalíssima; honrar a quem estousucedendo”, analisou o desembargador José Renato
Teatro CIEE, no bairro do Itaim Bibi, esteve lotado durante toda acerimônia de posse da Academia Paulista de Educação
No dia 24 de maio o Colégio Notarial do Brasil –seção São Paulo (CNB-SP) compareceu à cerimônia deposse do desembargador do Tribunal de Justiça doEstado de São Paulo (TJ-SP), Dr. José Renato Nalini,como membro da Academia Paulista de Educação(APE), passando a ocupar a cadeira nº 35, em lugarde Pedro Salomão Kassab, em evento realizado noTeatro CIEE, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo.
Entre os presentes estavam o presidente do CNB-SP, Ubiratan Pereira Guimarães, o tesoureiro daentidade, Paulo Tupinambá Vampré, o prefeito dacidade de São Paulo, Gilberto Kassab, filho de PedroSalomão Kassab, além do presidente da APE, PauloNathanael Pereira de Souza, que iniciou a cerimôniaafirmando que, “como membros da academia, devemos
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Nalini, para então falar de sua convivênciacom Dr. Pedro Kassab. Para o novo membro daAPE, “educar não é apenas aumentar vagasnas escolas, pois o mais triste não é adificuldade em educar, mas sim a trivializaçãodos maus modos”. “Não falta a essa pátria acriatividade, falta ética e princípios demoralidade”, finalizou.
Após o discurso do desembargador, oprefeito Gilberto Kassab falou brevemente,agradecendo as homenagens a seu pai. “Paranós da família é realmente um momento feliz,onde relembramos sua vida. Agradeço a todospelo carinho que tiveram por ele”, declarou.Ainda no palco, José Renato Nalini recebeu oscumprimentos de amigos. Após a cerimônia ospresentes foram recebidos em um coquetel.
O desembargador do TJ-SP, Dr. JoséRenato Nalini, em seu discurso apósser empossado na APE
“O papel do educador é formarcaráter, não só transmitir
informações”
JORNAL DO NOTÁRIO – COMO AVALIA O ATUAL PANORAMA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL?D. JOSÉ RENATO NALINI - PENSO QUE A EDUCAÇÃO PÚBLICA NECESSITA EM PRIMEIRO LUGAR QUE A FAMÍLIA SE
INTERESSE POR ELA. A EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ FOI A MELHOR DO BRASIL E NÓS SÓ CHEGAMOS A ESSE RETROCESSO
PORQUE HOUVE UM DESCUIDO DA SOCIEDADE. SE A SOCIEDADE EXIGIR, TEREMOS UM NÍVEL EDUCACIONAL MAIS
ELEVADO, MAIS PROPÍCIO E MAIS COMPATÍVEL COM AS NECESSIDADES DO BRASILEIRO.
JORNAL DO NOTÁRIO - O SENHOR CRÊ QUE A ÚLTIMA REFORMA DO ENSINO MÉDIO, COM AUMENTO DE CARGA
HORÁRIA E NOVAS DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS, REALMENTE COLABORAM PARA A MELHORA DO ENSINO?D. JOSÉ RENATO NALINI - COLABORAM. TODAS AS MEDIDAS E ALTERNATIVAS DE APERFEIÇOAMENTO SÃO BEM
VINDAS. ESSAS INICIATIVAS SÃO PROJETOS QUE, PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO, PRECISAM DE UM ACOMPANHAMENTO
PERMANENTE, UMA FISCALIZAÇÃO POR PARTE DA SOCIEDADE. É ELA QUEM PAGA O PODER PÚBLICO, É ELA QUEM
FAZ FUNCIONAR A ADMINISTRAÇÃO. NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE MELHORIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EM TODAS AS
PRESTAÇÕES ESTATAIS, SE NÃO HOUVER UM CONTROLE EFETIVO POR PARTE DOS CIDADÃOS.
JORNAL DO NOTÁRIO - QUAL O PAPEL DA ACADEMIA PAULISTA DE EDUCAÇÃO PERANTE A SOCIEDADE CIVIL?D. JOSÉ RENATO NALINI - AS ACADEMIAS SÃO FOROS DE DISCUSSÃO, LIBERADAS DE QUALQUER IDEOLOGIA,INFLUÊNCIA OU POLÍTICA, PARA MANTER UM ELEVADO DEBATE SOBRE TEMAS DA SUA ESPECIFICIDADE. NO CASO DA
ACADEMIA PAULISTA DE EDUCAÇÃO, PARA DEBATER A EDUCAÇÃO. É MUITO IMPORTANTE QUE A ACADEMIA SE
PROPONHA A ISSO.
JORNAL DO NOTÁRIO - QUAL O MAIOR DESAFIO DOS EDUCADORES ATUAIS?D. JOSÉ RENATO NALINI - O PAPEL DO EDUCADOR É FORMAR CARÁTER, NÃO SÓ TRANSMITIR INFORMAÇÕES. ESSE
É O MAIOR DESAFIO, APRENDER A FORMAR O CARÁTER E NÃO FICAR SATISFEITO COM A MERA TRANSMISSÃO DE
CONHECIMENTO.
O desembargador do TJ-SP, José Renato Nalini, empossado comomembro da Academia Paulista de Educação
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CNB-SP realiza curso deGrafotécnica e Documentoscopiana cidade de Indaiatuba
Falsificações grosseiras e fraudes documentais. Aredução da chance desses delitos ocorrerem é uma dasmetas que todo tabelião pode e deve assumir.
Com esse objetivo, o Colégio Notarial do Brasil –seção São Paulo (CNB-SP), realizou no dia 29 de maio, aprimeira edição do curso de Grafotécnica eDocumentoscopia de 2010, em Indaiatuba.
Diante de 120 pessoas, o perito e professor LuizGabriel Passos, responsável pelo curso desde julho de2009, apresentou diversas técnicas para identificação defalsificações em documentos, ressaltando o importantepapel desempenhado pelos cartórios para detecção defraudes e prevenção de litígios.
Na visão de Márcio Pires de Mesquita, Vice-Presidentedo CNB-SP, “a idéia de trazer esse curso para o interior epara a regional de Campinas foi por saber da demandarepresada das pessoas em se aperfeiçoar”. Mesquita destacouainda que “a demanda é evidente e acredito que seja paratodo o interior. É muito bom ver que todos estão preocupadose empenhados em melhorar o serviço prestado”.
Primeira edição do curso do ano de 2010 contou com apresença de 120 pessoas de Campinas e região
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De olho nas adulteraçõesLuiz Gabriel destacou três tipos de falsificações:
material, adulteração e montagem. Apenas o uso da luzultravioleta, de acordo com ele, já não serve mais parase ter certeza da veracidade do documento, pois “osfalsários têm acesso a essa tinta e imprimem comluminescência. Com a luz, se o documento ficar opaco,é falso. Se ficar luminescente, pode ser falso ouverdadeiro”, explicou.
Após listar as estruturas, Passos falou a todos queanalisassem sempre as fotos – devendo ser em papelfino, brilhante e liso -, pois podem apresentar resquíciosde corte ou cola. “Fotos de identidade, se estiverem empapel grosso e fosco, poderão ter sido adulteradas, poiso papel fino e brilhante é mundialmente utilizado porretratar muito bem a pessoa”.
Outro item importante no momento de checar averacidade da identidade são as perfurações nodocumento. São elas que contêm as siglas dos institutosde identificação.
Auditório lotado acompanhou o curso de Grafotécnica eDocumentoscopia ministrado pelo CNB-SP na cidade de Indaiatuba-SP
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meSobre a impressão digital, explicou as diferençasentre a tinta correta e a tinta de carimbo - utilizadapelos falsários para a impressão digital. “Muitas vezes ofraudador faz um ótimo impresso, mas erra no momentoda digital, que sai borrada e facilmente identificável”.
Modelo digitalizado
Para falsificar o novo modelo nacional digitalizado,que não vem plastificado para que se possa identificar oauto-relevo - Luiz explicou que os falsários raspam afotografia e retiram também a assinatura, mas nela ficaum fundo branco, que pode ser identificado com a lupa.
Quanto à Carteira Nacional de Habilitação e seusdispositivos de segurança, lembrou que muitos preferemadulterar a CNH por conter três identificações em um sódocumento e detalhou como os falsários podem imitar oauto-relevo, “com uma agulha fazendo furos na parte detrás, espalham pó de plástico, esquentando e, em seguida,a esfriam para imitar as saliências”.
O treinamento mostrou que um dos itens a ser notadopara se checar a veracidade da CNH é a impressão dasfotos. De acordo com o perito, é possível detectar adisposição dos pigmentos, que devem ser organizados nahorizontal, na vertical, diagonal, ou formando uma rede.A forma desordenada indica falsificação.
A consulta dos números de CPF no cadastro do Detrantambém devem coincidir. Luís lembrou que “fazendo umaconsulta no site do Departamento de Trânsito, podemosver se o CPF está cadastrado corretamente com aqueleregistro da CNH”.
Na CNH também consta o fundo de segurança. “Quandoo falsário raspa as informações, podemos notar a falta daslinhas e do brasão. A impressão a jato de tinta também énotável com a lupa, pois as letras ficam trincadas, hávestígios de tinta que não há em impressão a laser”.
Formas de escrita
Para explicar as formas rápidas de reconhecimentodas assinaturas, Luiz Gabriel descreveu os modos deanálise. São elas a forma, dinâmica, qualidades gerais emovimento. Mostrou a diferença entre assinaturas escritascom canetas e digitalizadas. “A caneta esferográficadeixa um sulco que com os dedos vamos sentir. Se não hásulcos, terá sido uma impressão de assinatura digitalizada.Inclusive, a impressão deixa pigmentos em torno daescrita”, afirmou Passos.
Foram apresentados casos de fraude em assinaturase como identificá-los. Os presentes foram alertados pelopalestrante que em suas atividades não se deve nuncamisturar amizade com as atividades profissionais. “Apessoa no cartório não será seu amigo, será um clientesolicitando um serviço e você deve seguir osprocedimentos normalmente. Sempre é necessário analisaro cartão de firma”.
Logo depois, ele enumerou as qualidades gerais daescrita e os movimentos específicos feitos por cada um,que o falsário não consegue imitar.
“Entre as diferenças nas assinaturas falsificadas paraas verdadeiras existem os pontos anormais de parada edesvios no traço, típicos de quem está indeciso oupensando para escrever”, ensinou o perito. Ao fim, alertoua todos para que não criem assinaturas universais, quepara ele são aquelas que “dizem tudo, mas não dizemnada”, um rabisco que cabe para qualquer nome. Passosconcluiu lembrando que toda assinatura deve conter umnúmero mínimo de elementos gráficos e ser minimamenteveloz, para não facilitar a cópia.
Opiniões dos participantes sobre o curso“Viemos para relembrar, pois com o tempo esquecemos
alguns detalhes. É bom sempre rever e saber das novidades,pois os métodos dos falsários estão evoluindo, seaprimorando. Estão cada vez mais perfeitas as falsificações.Queremos prestar um bom serviço. Se não vemos que umdocumento é falso, a conseqüência para as pessoas é muitogrande. Tivemos muitas novidades nesse curso e temossempre que procurar por atualizações”, afirmou DanieleDomingues de Oliveira, Tabeliã Substituta do Tabelionatode Notas e Protestos de Leme.
Karine Marçola, 1º Tabeliã de Notas de Mogi Mirim,analisa que “esse curso é muito importante paraespecializar não só a mim como meus funcionários.Também para a segurança em relação ao nosso trabalho.Já fiz outros cursos de grafotecnia, mas nenhum tevetanto aprofundamento como este”.
José Lucas Rodrigues Olgado, 1º Tabelião de Notas eProtestos de Itapetininga, que compareceu com sua equipede atendimento do balcão de firmas e autenticações, avaliouo curso como muito bom. “Apresentou uma capacitaçãomuito importante para meus funcionários realizarem a análiserápida e verificarem se os documentos são verdadeiros. Oprofessor passou técnicas simples e fáceis para serempraticadas, que serão de muita valia”, ressaltou.
Luiz Gabriel Costa Passos, perito do Instituto deIdentificação do Estado do Paraná, analisou
minuciosamente cada um dos documentos que sãolevados aos cartórios
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Reconhecimento de Firmas:cautelas para verificação deassinaturas (parte 1)
Luiz Gabriel Costa PassosPERITO APOSENTADO DO INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA DO PARANÁ E INSTRUTOR DE CURSOS
DE GRAFOTÉCNIA E DOCUMENTOSCOPIA DO CNB-SP
Com uma pequena série de artigos, iniciamos, no Jornaldo Notário, a abordagem de um tema de extrema importânciaprática para os verificadores de assinaturas dos Tabelionatosde Notas. Trata-se de trazer ao conhecimento dessas pessoasum método e algumas técnicas de fácil e rápida compreensãoe aplicação, visando atingir o objetivo principal da verifica-ção rápida de firmas nos balcões dos cartórios, que é o deevitar as falsificações grosseiras, já que as fraudes de boaqualidade, perceptíveis apenas por peritos, fogem do alcancede nossa observação.
Entretanto, em nossa primeira abordagem do tema, eantes de entrar na metodologia de comparação de assinatu-ras, deve-se alertar os verificadores para a necessidade deum exame preliminar: primeiramente deve-se ter certeza deque a assinatura que está sendo trazida ao tabelionato, paraser reconhecida, é original, e não uma cópia!
Acontece que, com os modernos mecanismos de repro-dução (fotocopiadoras), de impressão e de tratamento deimagem (scanner e impressoras de computador), assinaturasverdadeiras têm sido transferidas ou transplantadas para do-cumentos forjados e montados. Nossa experiência pericialtem demonstrado o avanço dessa espécie de falsificaçãoperante os balcões de cartórios e bancos.
Desse modo, a primeira verificação a realizar-se é cons-tatar se a assinatura objeto de reconhecimento é original,isto é, se foi lançada diretamente sobre o papel, ou, se aocontrário, foi digitalizada.
Várias técnicas podem ser empregadas nessa verificação,algumas mais empíricas e imediatas, outras mais científicascom recursos a instrumental ótico de aumento (lupas).
A técnica mais imediata a ser aplicada, e também a maisempírica e mais simples, consiste em tatear a assinatura, empassar-se sobre ela, em seu anverso, as extremidades dos dedosque contêm as polpas digitais. A sensação táctil revelará, noscasos de firmas originais, os sulcos deixados pela canetaesferográfica. Importa referir que a grande maioria dasassinaturas é atualmente registrada mediante o emprego de
caneta esferográfica, que, por sua natureza, sulca o papel noanverso. Os ressaltos ou saliências no verso do papel, no localda assinatura, podem não existir quando o papel for maisgrosso, ou quando o escritor apresentar um punho mais leve.No entanto, o sulco na frente ocorre quase sempre.
Na ausência dos sulcos, em especial quando se tratar decanetas tinteiro ou de tinta líquida, deve-se recorrer ao uso daslupas (aumento de 5x a 10x é recomendado), possibilitando aanálise das características do traçado da firma a ser reconhecida.
Os transplantes ou digitalizações fraudulentas de assina-turas são via de regra obtidos, no registro final sobre o papel,através de impressoras a jato de tinta, em vista da melhorresolução que se pode obter com elas. Nas impressões a jatode tinta de baixa resolução serão evidentes os pontos quecompõem a impressão. Caso se trate de impressões de boaresolução, em meio e/ou ao lado da cor principal obtida(preto ou azul, por exemplo) surgirão pigmentos das coresbásicas de combinação (magenta ou vermelho, ciano ouazul), amarelo e preto). Evidentemente, nos traços produzi-dos por canetas existirá apenas uma cor.
A curiosidade do verificador deverá levá-lo a reproduzirexperiências e ensaios que em pouco tempo o capacitarão adistinguir com relativa facilidade e rapidez, com o tato oucom o auxílio da lupa, uma escrita original de uma digitalizada.
Assim é que, nos Cursos que temos ministrado, exorta-mos os participantes a iniciarem suas próprias experiências,lançando suas assinaturas com canetas de diversos tipos (es-ferográfica, tinta líquida, ponta porosa, gel, etc...), tateando-as e examinando-as com lupas, com o objetivo de familiari-zarem-se com o traçado deixado por cada uma delas. Naseqüência, os instamos a escaneá-las e a reproduzi-las comimpressoras a jato de tinta e a laser, e, após, a compará-lascom as grafadas com todos os tipos de caneta. Os conheci-mentos assim adquiridos os habilitarão a esse exame prelimi-nar, de capital importância
No próximo número apresentaremos o método de compara-ção de assinaturas, voltado a detectar firmas perigosas e suspeitas.
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Visando a propagação do conhecimento paraaumentar a segurança dos atos praticados nostabelionatos brasileiros, convidamos o perito LuisGabriel Costa Passos, instrutor dos Cursos deGrafotécnica e Documentoscopia do CNB-SP, paraapresentar esta coluna com uma série de artigoscontendo dicas práticas para identificar assina-turas e prevenir fraudes na análise de documen-tos no dia a dia das serventias.
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CNB-SP abre inscrições paracurso de Grafotécnica emSão José do Rio Preto eRibeirão Preto
O Colégio Notarial do Brasil - Seção São Paulo(CNB-SP) realizará no dia 19 de junho (sábado), nacidade de São José do Rio Preto mais uma edição doCurso de Grafotécnica e Documentoscopia. Além deser obrigatório para os interessados em se tornarAgentes de Registro, o curso tem o objetivo depreparar Tabeliães e seus prepostos para identificaremfraudes em documentos e assinaturas.
Já no dia 3 de julho (sábado), o Colégio Notarialdo Brasil - Seção São Paulo (CNB-SP) realizará nacidade de Ribeirão Preto, a terceira edição do Cursode Grafotécnica e Documentoscopia. Para estas duas
Curso é pré-requisito para a formação de Agentes deRegistro e capacitará participante a identificarassinaturas e documentos falsos
Ficha Técnica
Grafotécnica e DocumentoscopiaData: 19.06.2010Horário: 9h as 18h
Local: Hotel Quality Saint PaulEndereço: Av. José Munia, 5200
São José do Rio Preto
InvestimentoAssociados CNB-SP e estudantes:
R$ 80,00Não-associados: R$150,00
Inscrições / InformaçõesAna Claudia ou Jéssica
Tel: 11 3122-6270 / 3122-6272
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Ficha Técnica
Grafotécnica e DocumentoscopiaData: 03.07.2010Horário: 9h as 18h
Local: Hotel Nacional InnEndereço: Rua Duque de Caxias,
1313 - Ribeirão Preto
InvestimentoAssociados CNB-SP e estudantes:
R$ 80,00Não-associados: R$ 150,00
Inscrições / InformaçõesAna Claudia ou Jéssica
Tel: 11 3122-6270 / 3122-6272
edições as inscrições já estão abertas. Participe!Ambos os cursos serão ministrados pelo perito Luiz
Gabriel Costa Passos, formado em Filosofia pela PUC-PR e Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma.Entre outras atividades na docência é professor deDocumentoscopia na Escola de Polícia Civil do Paraná,em curso de formação de perito criminal e deGrafotécnica pelo Instituto de Estudos dos Escrivães,Notários e Registradores do Paraná (Inoreg). Foiinstrutor e consultor técnico do Instituto deCriminalística do Estado do Paraná onde hoje atuacomo perito criminal e perito em documentos.
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Muitas vezes confundimos o conceito de líder com ode chefe. Devemos ter em mente que nem sempre ochefe é um líder e vice-versa. O desafio está em encontraros líderes dentro do seu cartório e desenvolvê-los paraque se tornem excelentes chefes.
Liderança é o processo de conduzir um grupo depessoas, transformando-o numa equipe que geraresultados. É a habilidade de motivar e influenciar osliderados, de forma ética e positiva, para que contribuamvoluntariamente e com entusiasmo para alcançarem osobjetivos da equipe.
Assim, o líder diferencia-se do chefe, que é aquelapessoa encarregada por uma tarefa ou atividade de umaorganização e que, para tal, comanda um grupo depessoas, tendo autoridade de mandar e exigir obediência.
Para os gestores atuais, são necessárias não só ascompetências do chefe, mas principalmente as do líder.
Mas, afinal de contas, nascemos ou nos tornamos líderes?A resposta é que nascemos e também podemos nos
tornar líderes.Todos nós carregamos características natas ou que foram
desenvolvidas na infância e adolescência. Para essascaracterísticas não precisamos investir em cursos outreinamentos. Por exemplo: Um indivíduo pode ser simpático,pode influenciar facilmente os outros e pode ser comunicativosem ter feito um só treinamento sobre o assunto. Outroindivíduo, que não tem essas características natas, poderádesenvolvê-las. É assim que funciona com a liderança.
Como encontrar líderes?Não é tão fácil assim. É necessário identificar uma
série de características. Há muito tempo, ascaracterísticas comuns aos grandes líderes da históriavem sendo estudadas. O resultado levou à criação daregra dos 9 C´s, na qual o verdadeiro líder deve preencheras nove características abaixo.• Curiosidade.• Criatividade.• Comunicação.• Caráter.• Coragem.• Convicção.• Carisma.• Competência.• Senso Comum.
Gestão NotarialVisando auxiliar os Tabe-liães de Notas a aplicar conceitosde gestão empresarial para melhoria da qualidade eeficiência da prestação dos serviços em suas serventiasem prol da maior satisfação do usuário e da equipe, oJornal do Notário publica a coluna Gestão Notarial, coor-denada pelo Gerente Execut ivo do CNB-SP, RodrigoVillalobos, e pela 1ª Tabeliã de Notas de São José dosCampos, Laura Ribeiro Vissotto.
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Existem diversas formas de liderança. Algumasmelhores e outras piores. Veja abaixo os tipos de líderes:
Bons líderes:Democrático - É o líder do povo, pelo povo, e para com opovo. Preocupa-se com a participação do grupo, estimula eorienta, acata e ouve as opiniões do grupo, pondera antes deagir. É aquele que determina, junto com o grupo, as diretrizes,permitindo o grupo esboçar as técnicas para alcançar osobjetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas eelogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões.Conseqüência: A reação do grupo é de interação,participação, colaboração e entusiasmo.
Emergente - Diz respeito àquele que surge e assume o comandopor reunir mais qualidades e habilidades para conduzir o grupoaos objetivos diretamente relacionados a uma situaçãoespecífica. Por exemplo, num caso extraordinário, ondedeterminadas ações devem ser traçadas de imediato.Conseqüência: O grupo reage bem, participa, colabora, sabendoque se houver emergência, o líder saberá o que fazer.
Situacional - É aquele que assume seu estilo de liderançadependendo mais da situação do que da personalidade. Apostura deste líder brota ante as diferentes situações queele detecta no dia-a-dia. Possui um estilo adequado paracada situação.Conseqüência: A reação do grupo é de segurança emotivação por certo tempo.
Prático - Tem capacidade de planejar e organizar a ação e deajudar na formação do grupo. Nunca trabalha sozinho: delegapoderes e sua meta é descobrir novos líderes. Pelo seu exemplode dedicação, comunica entusiasmo e esperança aos membros.Conseqüência: Mantém o grupo motivado e participativo.
Falsos líderes:Liberal - Aquele que participa o mínimo possível doprocesso administrativo. Dá total liberdade ao grupo paratraçar diretrizes. Apresenta apenas alternativas ao grupo.Conseqüência: A reação do grupo geralmente é ficarperdido, não ficando coeso.
Autoritário - Aquele que determina as idéias e o que seráexecutado pelo grupo, e isso implica na obediência porparte dos demais. É extremamente dominador e pessoal noselogios e nas críticas ao trabalho de cada membro do grupo.Conseqüência: A reação do grupo em geral é ficar hostile se distanciar por medo.
Paternalista - como o autoritário, é ele quem tudo faz.Mas é pior do que o autoritário, pois amarra as pessoas asi pela afetividade. É o “monitor bondoso”.Conseqüência: Cria uma dependência infantil do grupo.
Laura Ribeiro VissottoTABELIÃ EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, BACHAREL E MESTRE EM DIREITO PELA PUC/
SP, COM MBA EXECUTIVO INTERNACIONAL PELA FGV/OHIO UNIVERSITY
Rodrigo VillalobosGERENTE EXECUTIVO DO CNB-SP, BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
PELA PUC/SP COM MBA EM CONHECIMENTO, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PELA USP E
ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO LEGAL PELA GVLAW
Indeciso - Não assume responsabilidade, não toma direçãoefetiva das coisas, vive no jargão “deixa como está,para ver como é que fica”.Conseqüência: A reação do grupo é ficar desorganizado.Gera insegurança e atritos. É como um barco sem leme,não sabe para onde vai.
A gestão de pessoas é um desafio diário que demandatempo, paciência e dedicação, pois cada indivíduo daequipe responde a um tipo de liderança.
O verdadeiro líder deve saber identificar o realpotencial de cada um dos membros de sua equipe edirecioná-los para a execução de tarefas onde taisqualidades possam ser exploradas.
Aparentemente, é muito mais fácil demitir umapessoa do que investir em seu desenvolvimentoprofissional. Porém, os custos administrativos decontratação, treinamento, demissão e perda deprodutividade são muito altos.
Não tenha medo de trocar um funcionário de setor dentrodo cartório caso perceba que ele não está atingindo as suasexpectativas e desenvolvendo todas as suas competências comovocê imaginou ao contratá-lo. Ele pode ser o funcionáriocerto para o cartório ocupando a função errada.
Cabe ao líder fomentar o crescimento profissionaldos demais membros da equipe, motivando-os eencorajando-os para que todos atinjam o seu potencialmáximo de comprometimento com o resultado do trabalhoe a satisfação do usuário dos serviços.
Com todos estes conceitos em mente, a tarefa dotabelião na questão de liderança é desenvolver suascaracterísticas de líder, evitar atitudes comuns em falsoslíderes e desenvolver liderança nos membros da equipepara que todos possam contribuir cada vez mais para osucesso do seu cartório!
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Considerações sobreCapacidade X Maioridade:Institutos Iguais oudiferentes?
A capacidade civil é a aptidão para adquirir direitose exercer por si, ou por outrem, atos da vida civil.Duas são as espécies de capacidade: a capacidade dedireito e a capacidade de fato.
A capacidade de direito ou de gozo é aquela quenão pode ser recusada ao indivíduo, pois é ínsita aquem possui personalidade jurídica, já que se definecomo sendo a aptidão genérica para aquisição dedireitos e deveres. A capacidade de direito se iniciacom o nascimento com vida.
Já a capacidade de fato ou de exercício é a aptidãopara exercer por si os atos da vida civil, dependendo,portanto, do discernimento, cujo critério será aferido,sob o prisma jurídico, pela aptidão que tem a pessoade distinguir o lícito do ilícito, o conveniente doprejudicial.
Porém, a capacidade de fato pode sofrer restriçõeslegais quanto ao seu exercício pela ocorrência de umfato genérico, como o tempo (maioridade oumenoridade), ou por um problema que afete odiscernimento da pessoa (como os que não puderem,por algum motivo, exprimir a sua vontade, porexemplo). Aos que assim são tratados por lei, o direitoos denominam como “incapazes”.
A incapacidade advém da lei, por isso, é umarestrição legal ao exercício dos atos da vida civil.Dois são os tipos de incapacidade: a absoluta e arelativa.
Os absolutamente incapazes estão descritos no art.3º do Código Civil, e não podem praticar pessoalmente
atos da vida civil, sob pena do mesmo ser nulo, poisquem deverá fazê-lo é o seu representante legal (paistutor ou curador).
Já os relativamente incapazes estão descritos noart. 4º do Código Civil, e podem praticar pessoalmenteatos da vida civil, porém deverão ser assistidos porseu representante legal (pais tutor ou curador), sobpena do mesmo ser anulável, no prazo de 04 anos,contado de quando cessar a incapacidade.
A incapacidade termina, em regra, aodesaparecerem as causas que a determinaram, comopor exemplo a dependência de química, a deficiênciamental, a prodigalidade, etc.
Com relação à menoridade, a incapacidade cessaem dois casos:
a) quando o menor completar 18 anos, ouseja atingir a maioridade;
b) quando ocorrer a sua emancipação, nasformas previstas no art. 5º do Código Civil.
Com a maioridade, conquistada aos dezoito anos,a pessoa tornar-se-á maior, adquirindo a capacidadede fato, podendo então, exercer pessoalmente os atosda vida civil. Reza o art. 5º do Código Civil que aosdezoito anos completos acaba a menoridade, ficandohabilitado o indivíduo para todos os atos da vida civil.
Assim, como há duas formas de se adquirir acapacidade de fato, maioridade ou emancipação,verifica-se que o emancipado adquiriu a capacidadesem ter adquirido a maioridade, motivo pelo qualcontinua, mesmo emancipado, a ser menor.
A qualificação de uma pessoa emancipada numato notarial ou registral, deve ser feita como menorcapaz, até que o mesmo complete 18 anos e adquiraa maioridade civil.
Existem três formas, descritas no parágrafo únicodo art. 5º do Código Civil, para ocorrer aemancipação:
1º forma: Emancipação expressa ou voluntária – éaquela feita por escritura pública, antes decompletada a maioridade legal, por concessão dospais, se o menor tiver 16 anos completos. De acordocom o art. 9, inciso II, do Código Civil, essa escrituradeve ser registrada no Registro Civil.
2º forma: Emancipação judicial – é a forma
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necessária para emancipar quem está sob tutela, poisocorre por sentença, ouvido o tutor, desde que o menortenha 16 anos completos.
3º forma: Emancipação legal – é a que decorre dalei, motivo pelo qual é automática, quando ocorrealgum dos fatos descritos nos incisos II a V doparágrafo único do art. 5º do Código Civil. São eles:(i) pelo casamento, (ii) pelo exercício do empregopúblico efetivo, (iii) pela colação de grau científicoem curso de ensino superior, e (iv) peloestabelecimento civil ou comercial, ou pela existênciade relação de emprego, desde que, em função deles,o menor de 16 anos tenha economia própria.
2-) A importância da distinção aos notários nasescrituras de separação e divórcio
Como vimos acima, a capacidade de fato éadquirida com a maioridade ou com a emancipação,motivo pelo qual a pessoa emancipada é qualificadacomo menor capaz, até completar 18 anos, ou seja,adquirir a maioridade.
Com base nesse raciocínio, necessário se fazestudar uma questão polêmica, que envolve ambos osconceitos, e que gera inúmeros problemas aos notáriose registradores.
Refiro-me a necessidade de saber se um casal quetem filhos menores, mas emancipados, pode separar-se ou divorciar-se por escritura pública
O ponto nodal da polêmica está no texto do caputdo art.1.124-A do Código de Processo Civil, quedetermina:
Art. 1.124-A. A separação consensual e o divórcioconsensual, não havendo filhos menores ou incapazesdo casal e observados os requisitos legais quanto aosprazos, poderão ser realizados por escritura pública,da qual constarão as disposições relativas à descriçãoe à partilha dos bens comuns e à pensão alimentíciae, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjugede seu nome de solteiro ou à manutenção do nomeadotado quando se deu o casamento.
O texto legal permite a adoção do procedimentosomente quando não houver filhos menores ouincapazes. Como o legislador foi abrangente,entendemos que a emancipação voluntária dos filhosmaiores de 16 e menores de 18 anos (inciso I do
Christiano CassettariDOUTORANDO EM DIREITO CIVIL PELA USP, MESTRE EM DIREITO CIVIL PELA PUC-SP, DIRETOR CULTURAL
DO IBDFAM-SP, AUTOR DO LIVRO "SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO E INVENTÁRIO POR ESCRITURA PÚBLICA: TEORIA EPRÁTICA", PELA EDITORA MÉTODO, QUE ESTÁ NA 4º EDIÇÃO - WWW.PROFESSORCHRISTIANO.COM.BR
|opinião|
parágrafo único do art. 5.º do Código Civil) não ésuficiente para permitir que a separação e o divórciopossam ser realizados por escritura pública, já quenesse caso haverá a aquisição da capacidade dedireito, mas não da maioridade, que se dá aos 18anos (idade em que se alcança a maioridade civil,segundo o art. 5.º do Código Civil). Ao ser emancipadovoluntariamente pelos pais, o filho se torna capaz,mas continua sendo menor até completar 18 anos.
O art. 47 da Resolução 35 do Conselho Nacionalde Justiça (CNJ) estabelece que são requisitos paralavratura da escritura pública de separação consensual,dentre outros, a ausência de filhos menores nãoemancipados ou incapazes do casal. Com isso, pareceque o CNJ permite que possa ser lavrada a escriturade separação e divórcio, se os filhos menores do casalforem emancipados.
Acreditamos que não é essa a posição que deveprevalecer, no nosso entendimento.
Não vemos a emancipação como algo bom para omenor, em regra, visto que ele deixa de contar com aproteção que a dependência dos pais estabelecida naLei determina. Em razão disso, tememos que várioscasais, no intuito de se separar ou divorciar,prejudiquem seus filhos emancipando-os, o que nãoseria aceitável.
Por tudo isso, entendemos necessário o debatepara que se proíba a separação e o divórcio de casal,por escritura pública, que possui filhos menores, masque tenham mais do que 16 anos, pois nesse caso épossível os pais quererem emancipar o filho não porqueele possui condições para tal, mas apenas porque elesquerem se aproveitar da celeridade do procedimento,e o filho é quem acaba sendo prejudicado, por perdergarantias legais com o fim da incapacidade relativa.
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|jurídico|
Autor do mais recente livro sobre a Lei 11.441/07, lançado pela editoramétodo, o jurista Christiano Cassettari, fala sobre temas polêmicosenvolvendo os novos atos praticados pelos Tabeliães de Notas brasileiros
“O inventário está muito maiságil no Tabelionato de Notas”
escritura. Muitos decidirão não fazer por medo de ficaremexpostos com seu patrimônio, tendo uma fácil e rápida consultapor qualquer pessoa. Entendo que nesse caso as pessoas iriampara Judiciário e haveria perda para os Tabeliães com relaçãoà possibilidade de realizar esses atos. A escritura pública, naverdade, só possui publicidade no momento em que ela élevada a registro. Não vejo a obrigatoriedade de o Tabeliãoficar fornecendo cópias dessas escrituras. Há um exemplointeressante no Estado do Paraná, que já compõe o Código deNormas daquele estado. A própria Corregedoria alterou essanorma por meio de um provimento para dizer que o Tabeliãoestá proibido de fornecer a certidão de escritura de divórcio,separação ou testamento para qualquer pessoa que não tenhasido parte nessa escritura. Parece-me que este posicionamentoé o mais correto, para permitir não só a ampliação desseserviço, atrair para os Tabelionatos aqueles que queiram fazeresse ato sem ficarem expostos, como também auxiliar oPoder Judiciário.
Jornal do Notário – Por que o senhor defende a revogaçãodo artigo 47 da Resolução n° 35 do Conselho Nacionalde Justiça (CNJ)?Christiano Cassettari - Defendo a revogação desse artigo quepermite que, se um casal tiver filhos menores, porémemancipados, a escritura poderia ser feita. Entendo que não.Entendo que a lei trouxe não só o requisito da capacidade,mas também da maioridade. Quem é emancipado não adquiriuessa capacidade por meio da maioridade, com isso é capaz,porém é menor. Não podemos permitir que pais, para conseguira facilidade da separação e do divórcio emancipem seusfilhos. É uma situação dura e complicada que não podeexistir. Como vamos permitir a emancipação de filhos nahipótese dos pais obterem uma facilidade no procedimento?Esse instituto da emancipação é muito sério e só pode serconcedido a partir do momento em que os pais tenhamciência de que os filhos poderão praticar atos na vida civil. Seos pais não têm certeza, não devem provocar a emancipação.
Jornal do Notário – Qual a sua opinião sobre a representaçãodo cônjuge pelo outro cônjuge na separação?Christiano Cassettari - Acredito que haja um nítido conflitode interesses entre os cônjuges. Acho que não é possível tercomo mandatário uma pessoa que defenderá seus interessese esses serão contrários ao do mandante. Se outorgar umaprocuração para alguém tenho de ter confiança que aquela
Jornal do Notário - Qual a sua avaliação da Lei 11.441/07após três anos de sua entrada em vigor?Christiano Cassettari - Avalio de forma totalmente positiva.Os números mostram que é crescente o número de escriturasde separações, divórcios e inventários em todo o País. É umalei que pegou, a população entendeu a facilidade que trouxe,permitindo uma agilidade em relação à prática do ato. Possodizer que realizar uma separação ou um divórcio em trintaminutos, dentro de uma serventia é muito mais interessantepara as partes do que ir para o Judiciário, onde demorameses, dependo do caso pode demorar anos. No mínimo, noJudiciário teremos dias, semanas ou meses para esperar. Háfóruns que trazem questões complicadas no que tange àdistribuição, demora para autuar. O inventário está muitomais ágil, muito mais fácil de fazer no Tabelionato de Notasdo que no Judiciário. O inventário é o que apresenta umganho de tempo muito maior.
Jornal do Notário - Como avalia a possibilidade de ampliaçãodos atos da Lei 11.441/07 mesmo quando há menoresenvolvidos ou quando há testamento?Christiano Cassettari - Sou totalmente favorável. Inclusiveem meu livro “Separação, Divórcio e Inventários por EscrituraPública”, da editora Método, digo isso. Fui um dos primeirosa falar que existindo testamento sem disposição patrimonialseria possível realizar em Tabelionato, pois com justificativana própria lei, há necessidade de passar sob o crivo doJudiciário quando existe um testamento com disposiçãopatrimonial. Neste caso o Juiz precisará decidir, precisaráanalisar, mas se não há essa disposição não há o que se fazer.Penso que para permitir uma agilidade na celebração deinventários onde haja testamento sem disposição patrimonial,este ato deva ser feito por escritura. Na questão de menoresou incapazes, desde que seja precedido de uma separaçãojudicial onde tudo já tenha ficado decidido, sou favorável, aexemplo do que o próprio Tribunal de Justiça do Rio Grandedo Sul (TJ-RS) tornou provimento, para por fim ao casamentosem alterar qualquer questão já decidida na sentença dosfilhos menores.
Jornal do Notário – Como avalia a questão do sigilo emescrituras públicas de inventários que envolvem alto conteúdopatrimonial?Christiano Cassettari - Penso ser necessário o sigilo, pois seráum fator desmotivante para as pessoas realizarem os atos por
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|jurídico|
pessoa irá buscar o que é melhor para mim, mas o cônjuge é a outraparte na escritura. Se for a outra parte como vou dar poderes a ela?Parece-me que esse contrato consigo mesmo seria impossível, nãopoderia acontecer. Mesmo o artigo 117 do Código Civil dando indíciosde que isso poderia acontecer por conta dos poderes especiais. Masacho que é uma grande dificuldade de se entender o que seriampoderes especiais. Como gera polêmica, penso ser melhor proibir.
Jornal do Notário – Por que o senhor defende a emissão de certidõesparciais para determinados órgãos e quais os benefícios que istotraria para a população?Christiano Cassettari - Por conta do sigilo. Acho que essas escriturasparciais, que podemos chamar de breve relato, poderiam estabelecerum sigilo. Por exemplo, se levo um breve relato para o registro civil,dando noticia apenas da separação, ele não terá acesso a toda adivisão patrimonial, o que ficaria microfilmado no cartório epermitiria que qualquer pessoa fosse lá e obtivesse uma cópia. Seriamelhor a escritura de breve relato, ou certidão parcial, apenasestabelecendo a questão pertinente ao registro civil, que seria adissolução da sociedade conjugal, não ficando além da competênciado registro civil. Mesma coisa para o registro de imóveis. Não precisolevar como foi feita a partilha do carro, da conta bancária, somenteo que está relacionado àquele imóvel.
Jornal do Notário – O senhor também defende a possibilidade dosTabelionatos realizarem a separação envolvendo casais estrangeiros.Como defende esta possibilidade?Christiano Cassettari - O casamento, celebrado em qualquer partedo mundo, continua sendo casamento. Não podemos falar que alguémé solteiro só porque se casou no estrangeiro ou é estrangeiro. Precisaser dada a publicidade a isso e a publicidade do documento estrangeiroé dada em RTD, quando se registra a tradução feita por tradutorjuramentado à publicidade está dada e é plenamente possível sefazer essa escritura de separação ou divórcio de estrangeiros casadosno estrangeiro. Diferentemente do brasileiro, casado no estrangeiro,pois isso também é permitido, desde que se preencha o procedimentono registro civil.
Jornal do Notário – Como avalia a questão envolvendo o testamentovital e a possibilidade do Tabelião realizar este tipo de ato?Christiano Cassettari - Sou contra. Acho que testamento vital nãodá para ser feito, pois testamento é ato ineficaz até a morte. Nãopoderia dispor sobre um tratamento médico por meio de testamento.Sou a favor de uma escritura declaratória. Acredito que o nomedevia ser diferente. Não devia ser testamento vital, mas ser umaescritura declaratória dizendo qual seria o tipo de tratamento médicoque a pessoa poderia se submeter. A questão é polêmica, pois setrata de um direito à vida. Teremos uma discussão muito forte comrelação à possibilidade ou não de dispor sobre esses direitos. Seentendermos, como diz o artigo 15 do Código Civil, de que ninguémé obrigado a se submeter, com risco de vida, a tratamento médicoou intervenção cirúrgica, veríamos que seria possível acontecer, masainda há uma resistência nos tribunais que entendem que o direito avida é indisponível.
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CNB-SP apresenta oAssinador Digital deReferência em evento no ITI
|certificação digital|
Brasília (DF) – No dia 25 de maio o Colégio Notarial doBrasil – seção São Paulo (CNB-SP) esteve reunido na sededo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI),em Brasília (DF), para apresentar à sociedade os primeirosresultados do desenvolvimento do Assinador Digital dereferência do Padrão Brasileiro de Assinatura, em eventoque contou com a participação da alta cúpula do ITI ecom representantes da área de tecnologia dos principaistribunais superiores do Brasil.
O desenvolvimento do projeto do assinador digital dereferência é fruto de uma parceria firmada entre o CNB-SPe o ITI, idealizada a partir do interesse gerado pelos diversossetores da sociedade de formalização de um software dereferência para a assinatura de documentos eletrônicos. Sobo patrocínio do CNB-SP e desenvolvido por pesquisadores doLaboratório de Segurança em Computação da Universidadede Santa Catarina, o assinador estará disponível para asociedade a partir do segundo semestre deste ano.
“O sucesso da nota fiscal eletrônica, com mais de35 bilhões de emissão desde seu lançamento só reforça anossa certeza de que o futuro será cada vez mais digital,promovendo a desmaterialização de processos e dedocumentos”, disse o presidente do ITI, Renato Martini.“Por isso, é de se enaltecer a participação do segmentoextrajudicial neste processo, com os notários ocupandoum papel de protagonistas da transformação que estamospassando, e que estão à frente do desenvolvimento doproduto que será a referência para os assinadores digitaisde todo o País”, completou.
Projeto patrocinado pelo CNB-SP e desenvolvido pelo LabSECda Universidade Federal de Santa Catarina disponibilizará àsociedade brasileira os novos códigos de referência do padrãobrasileiro de assinatura eletrônica
Ainda segundo Martini, “a participação do ColégioNotarial do Brasil – seção São Paulo neste processo vempara solidificar e dar credibilidade para o desenvolvimentodos documentos eletrônicos no País, uma vez que notáriose registradores detêm a expertise no ciclo de vida dodocumento em papel, e certamente também o deterãono meio eletrônico”, ressaltou. “O segmento extrajudicialestá ajudando a construir o sistema nacional decertificação digital no Brasil”, concluiu.
Representando os notários paulistas, o presidente doCNB-SP, Ubiratan Pereira Guimarães, que esteveacompanhado do secretário da entidade, Sérgio Watanabe,e do tesoureiro, Paulo Tupinambá Vampré, destacou opapel que o notariado pode ainda desenvolver junto àsociedade. “Estamos honrados em poder contribuir como desenvolvimento deste assinador que será referênciapara todo o País, e tenho certeza de que os Tabeliães deNotas brasileiros podem ainda contribuir com adisseminação do certificado digital para toda asociedade”, ressaltou Ubiratan.
Segundo Renato Martini, na última semana, a cúpulado ITI esteve reunida com o Corregedor Nacional deJustiça, ministro Gilson Dipp, e um dos principais assuntosdebatidos no encontro foi a capilaridade do segmentoextrajudicial para levar o documento eletrônico a toda àpopulação. “É um interesse nacional, um desejo doGoverno brasileiro, de levar a certificação digital aocidadão e nada melhor do que a imensa capilaridade doscartórios para que este objetivo seja plenamente
Reunião realizada em Brasíl ia-DF apresentou o atual estágiode desenvolvimento do assinador digital de referência“A
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|certificação digital|
O professor Ricardo Felipe Custódio, coordenadordo LabSEC da Un i ve r s i dade Fede ra l de S an taCa ta r i na r ea l i z ou ap re sen ta ção do a s s i nado rdigital de referência aos técnicos do ITI
atingido”, disse, ressaltando que a reunião no ConselhoNacional de Justiça (CNJ) sobre este tema foiextremamente proveitosa.
Também participaram do encontro o diretor deInfraestrutura de Chaves Públicas do ITI, Maurício Coelho,o assessor da Diretoria de Infra-Estrutura de ChavesPúblicas do ITI, Ruy César Ramos e demais autoridadesdo órgão governamental. Os participantes do encontroassistiram ainda a uma apresentação sobre as políticasde assinatura digital da ICP-Brasil, que abordou o ciclode vida da assinatura digital e sua interoperabilidade, eem seguida, a apresentação sobre o assinador digital dereferência ICP-Brasil, ministrada pelo supervisor do projetoe professor da Universidade de Santa Catarina, RicardoFelipe Custódio. “Com este projeto concluído, qualquerempresa ou órgão oficial brasileiro vai poder desenvolverseus componentes de assinatura digital, com base noscódigos abertos de referência do padrão brasileiro”,destacou Custódio.
O assinador digital de referência, quando concluído,estará à disposição dos interessados para uso e eventuaisaprimoramentos, já que o código-fonte deverá estardisponível conjuntamente com uma versão básica de usogeral. “Estamos aguardando ansiosamente a finalização desteprocesso, pois todo nosso acervo de processos eletrônicossegue obrigatoriamente os padrões determinados pela ICPBrasil, de forma que este assinador digital de referênciaserá o nosso padrão para o arquivamento de todos os processoseletrônicos do STJ”, disse Luiz Cláudio Soares de Almeida,responsável pela área de tecnologia da informação do SuperiorTribunal de Justiça (STJ).
Ao final do encontro, o diretor do ITI, MaurícioCoelho, solicitou ao CNB-SP que preparasse umaapresentação sobre o desenvolvimento do assinador digitalde referência para as próximas edições do CertForum,
em São Paulo e Brasília. “Toda a sociedade aguardaansiosamente a finalização deste projeto”, disse. “Apenasa notícia desta reunião já provocou a mobilização deinúmeros órgãos públicos nacionais e estaduais quequeriam estar aqui’, afirmou. “Precisamos mostrar àsociedade em que estágio estamos e o que está por vir”,finalizou Coelho, destacando que o ITI estuda utilizar oassinador padrão de referência para validar os demaisassinadores que vierem a ser desenvolvidos no País.
O Assinador Digital de Referência seguirá o conjuntonormativo do Padrão Brasileiro de Assinatura Digital,representando pelos seguintes normativos: DOC-ICP-15(Visão Geral sobre Assinaturas Digitais na ICP-Brasil), DOC-ICP-15.01 (Requisitos Mínimos para Geração e Verificaçãode Assinaturas Digitais na ICP-Brasil), DOC-ICP-15.02 (Perfilde Uso Geral para Assinaturas Digitais na ICP-Brasil), eDOC-ICP-15.03 (Requisitos Mínimos para Políticas deAssinatura Digital na ICP-Brasil). “
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O presidente do ITI, Renato Martini (esq.), e os diretores do CNB-SP presentes ao eventodebateram os próximos passos de desenvolvimento do projeto do assinador digital de referência
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|certificação digital|
O que mudou no procedimentode entrega da DOI à Receita?
A p a r t i r d a e d i ç ã o d a I n s t r u ç ã oNormativa da Receita Federal do Brasil Nº 995,de 22 de Jane i r o de 2010 f i c a e s t abe l ec i doq u e a e n t r e g a d a D O I - D e c l a r a ç ã o d eO p e r a ç õ e s I m o b i l i á r i a s d e v e r á s e r f e i t autil izando certificado digital no padrão da ICP-Brasi l , para fatos geradores ocorr idos a part irde maio de 2010.
Qual o tipo de certificado ocartório deverá util izar?
O cert i f icado dig ita l que será ut i l izadopara informação da DOI à Recei ta poderá serum do t ipo e -CNPJ A3 (emi t ido em nome doca r tó r i o ) ou do t i po e -CPF A3 ( em nome dot i t u l a r ) .
Atenção:Ca so s e j a um f unc i oná r i o do c a r t ó r i o
q u e f i q u e r e s p o n s á v e l p e l a t r a n s m i s s ã o d o sd a d o s à R F B , e l e p r ó p r i o t e r á q u e f a z ê - l omediante uso de seu certif icado digital de usope s soa l .
Como outorgar procuraçãopara preposto autorizado?
Há do i s modos de outo rga r a p rocuração paraque o funcionár io faça as transmissões mensaisda DOI:
• Procuração eletrônicaEssa é forma mais simples e rápida. O titular
acessa o módulo de procuração eletrônica do site daReceita e cadastra o número do CPF do funcionárioque fará a transmissão da DOI. Nesse caso, os doisdeverão possuir Certificado Digital.
• Procuração em papelDeverá ser utilizado o modelo de procuração
disponível no site da Receita, com reconhecimentode firma por autenticidade pelo cartório oudiretamente em uma das agências da Receita (titulardeverá comparecer pessoalmente). Após protocoladaa procuração em papel é necessário aguardar umperíodo para processamento da mesma junto à Receita(prazo médio de 15 dias). Somente após a atualizaçãoda procuração nos sistemas da Receita é que ofuncionário poderá acessar utilizando seu própriocertificado digital. Nesse caso, apenas o funcionáriodeverá possuir Certificado Digital.
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|informe publicitário|
CNBPrev:Há algum tempo que investimento em previdência privada
passou a fazer parte da lista de preocupações dos brasileiros.As discussões sobre reforma da previdência social e notíciassobre déficit no sistema previdenciário do país e o constanteaumento da expectativa de vida, fizeram com que o brasileiropercebesse a necessidade de buscar uma saída para amanutenção de seu padrão financeiro na aposentadoria.
Porém, para chegar à aposentadoria, é preciso, primeiro,passar por algumas etapas da vida, onde é tão ou maisimportante estar protegido financeiramente. Para isso, existemos seguros, desde os de necessidade imediata, como os deautomóvel, saúde e patrimoniais, até os menos falados, masigualmente necessários – os seguros de vida. “Quando falamosem seguro de vida a primeira coisa que vem à cabeça é oseguro de vida tradicional, que é deixado como segurançafinanceira para a família em caso de falta do principalprovedor”, lembra o gerente de fundos instituídos da MongeralAegon, Eugênio Guerim Júnior, responsável pelacomercialização do CNBPrev.
Existem, atualmente, diversos tipos de seguro dentro doramo vida. “Escolher em qual investir é uma decisão muitoimportante, que deve ser tomada com a ajuda de umprofissional qualificado”, explica Eugênio. Como exemplo, oexecutivo cita o perfil de um profissional, casado e comdependentes. “Esse profissional precisa investir em um planode previdência completo”, alerta. “Como possui dependentes,além de direcionar recursos para sua aposentadoria
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Brasil, para proporcionar aos seus associados segurança e tranquilidade. Conheça
os principais benefícios do CNBPrev:
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receber o seu benefício. Todos os meses você estará contribuindo para o seu futuro e, a
partir da data escolhida, passará a receber uma renda mensal, calculada em função da
reserva acumulada para manter seu padrão de vida durante a aposentadoria.
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renda mensal, pelo prazo que escolher.
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Sobre o CNBPrev - O plano oferece aos participantesaposentadoria programada e por invalidez e, para osbeneficiários, pensão por morte do participante ativo e assistido.Em todas as coberturas também está previsto pagamento derenda extra. Onde encontrar - Em todo o país, os interessadospodem obter informações sobre o CNBPrev através do sitewww.cnbprev.org.br e do telefone (61) 3323-4683.
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|doce vernáculo|
S.O.S Português n° 84
“Desejo mais perguntas sucintas para ter temposuficiente de ouvir respostas longas”
Renata Carone Sborgia
1) Domingo ensolarado, família reunida para o famosoalmoço!
Na conversa, à mesa, um “DISSE-ME-DISSE”sobre um parente...Confusão geral...Prezado amigo leitor confusão geral na família e noPortuguês!O correto é DISSE ME DISSE (sem hífen) - segundo oNovo Acordo Ortográfico, no tópico sobre locuções,com suas devidas regras.
2 ) Tempo seco, muita poeira. O médicoprescreveu um “ANTI-ALÉRGICO”.Maria não melhorou...Maria tome o remédio com a escrita correta que vocêirá melhorar! E o Português agradecerá!O certo é: ANTIALÉRGICO (sem hífen)
A regra do Novo Acordo Ortográfico? Fácil.Coloca-se hífen quando o primeiro elemento
termina com a mesma vogal que inicia o segundoelemento (ratifico que a regra diz: coloca-se HÍFEN).Veja, prezado amigo leitor, o exemplo dado e a regranova acima:ANTI termina com a vogal I (primeiro elemento)ALÉRGICO inicia-se com a vogal A (segundo elemento)Então, vogais diferentes: sem hífen. Correto:ANTIALÉRGICO
3) Ano com eleições. Como usar o prefixo CO?Prezado amigo eleitor, exemplifico corretamente:coeleger, coelegível, coeleitor.A regra, segundo o Novo Acordo Ortográfico: O prefixoCO aglutina-se ao segundo elemento, mesmo quandoeste inicia-se com O ou E .Então, CO é prefixo, primeiro elemento.ELEGER é o segundo elemento, inicia-se com E.P.S.: A regra foi trabalhada apenas com o prefixo CO.Existem outros prefixos e outras regras.
Renata Carone SborgiaGRADUADA EM DIREITO E LETRAS – MESTRA
USP/RP – PÓS-GRADUADA PELA FGV/RJ –ESPECIALISTA EM LÍNGUA PORTUGUESA – ESPECIALISTA
EM DIREITO PÚBLICO – MEMBRO IMORTAL DA ACADEMIA
RIBEIRÃOPRETANA DE EDUCAÇÃO (ARE) – MBA EM
DIREITO E GESTÃO EDUCACIONAL – AUTORA DE LIVROS
PARA VOCÊ PENSAR:Aos que Amamos...Desejo primeiro, que você ame, que amando tambémseja amado, e que se não foi, seja breve em esquecer,e esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo também que tenha amigos, que mesmo maus einconseqüentes, sejam corajosos e fiéis, e que pelomenos em um deles você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim.
Desejo que você tenha inimigos, nem muitos, nempoucos, e que entre eles haja um que pelo menos sejajusto, para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo ainda que você seja tolerante, não com os queerram pouco, porque isso é fácil, mas com os queerram muito e irremediavelmente, e que fazendo bomuso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressademais, e sendo maduro, não insista em rejuvenescer,e que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem seu prazer e a sua dor, e épreciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo, por fim, que você sendo um homem tenhauma boa mulher, e que sendo mulher, tenha um bomhomem, e que amem hoje, amanhã e no dia seguinte,e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda hajaamor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer, não tenha mais nada adesejar.
VICTOR HUGO
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Conselho de Previdênciadas Serventias empossanovos integrantes
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No início deste mês de maio o novo Conselho da Carteira dePrevidência das Serventias Notariais e de Registro do Estado de SãoPaulo, responsável pela administração da previdência de notários eregistradores, reuniu-se na sede do Instituto de Previdência doEstado de São Paulo (Ipesp), em São Paulo, para debater a Políticade Investimento da Carteira para a nova administração decorrenteda aprovação da Lei Estadual 14.016/10.
Também neste primeiro encontro oficializou-se a possedos novos representantes de notários e registradores noConselho da Carteira de Previdência. José Carlos Alves, 1ºTabelião de Protesto da Capital, passa a representar o Sindicatodos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Sinoreg-SP), enquanto Francisco Márcio Ribas, Oficial de RegistroCivil e Tabelião de Notas do Distrito de Itaquera, também emSão Paulo, representará a Associação dos Notários eRegistradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP).
A reunião, coordenada pelo superintendente do Ipesp,Carlos Henrique Flory, contou ainda com a participação dovice-presidente do Colégio Notarial do Brasil – seção SãoPaulo (CNB-SP), Mateus Brandão Machado, que passou a ser
suplente no atual Conselho. Reinaldo Aranha, da Associaçãodos Aposentados, e Eduardo Oliveira, representando o Sindicatodos funcionários, embora ainda não membro efetivo doConselho, também estiveram presentes.
Para o superintendente do Ipesp, após a aprovação da novalegislação, a Carteira de Previdência das Serventias passa a viveruma nova realidade. “Considerei esta primeira reunião excelente,estamos vivendo um novo tempo e uma nova realidade para acarteira de notários e registradores”, disse Flory. “A nova lei foi asolução possível, para atender às exigências da legislação federale resguardar o máximo possível os direitos dos contribuintes daCarteira”, completou o superintendente.
Ainda segundo Flory a situação anterior da Carteira eramotivo de aflição por parte da administração do Ipesp, umavez que sua situação contrariava o disposto em legislaçãofederal que regulamentava a matéria. “Além disso, a carteiracorria sérios riscos financeiros e poderia ter um fim dramáticopara seus contribuintes”, explicou. “Às vezes é melhor perderos anéis do que os dedos e a solução encontrada atendeu atodos os envolvidos”, disse.
Durante a posse dos novos integrantes do Conselhodiscutiram-se ainda detalhes sobre o resgate dos benefícios,contratação de auditoria independente, interpretação da basede cálculo, classificação das comarcas e a contratação deatuário para realizar os cálculos atuariais. “Foi uma reuniãoimportante que aproximou os integrantes do Conselho deadministração”, disse o vice-presidente do CNB-SP. “No mandatoanterior, sempre fiz colocações alertando sobre a questão dosinvestimentos e muitas vezes fiquei sozinho em votações. Acreditoque um novo tempo iniciou-se na administração da Carteiradas Serventias”, finalizou Mateus Brandão Machado.
|institucional|
Representantes do Sinoreg-SP e da Anoreg-SP tomam posseno Conselho da Previdência de notários e registradores edebatem política de investimento junto à superintendência
Reunião no Ipesp, coordenada pelo superintendente Carlos Henrique Flory (no destaque)debateu a política de investimento da carteira
Encontro empossou os novos representantesde notários e registradores na Carteira de
Previdência das Serventias não Oficial izadas
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Jurisprudência: "ISS"
ACÓRDÃO / DECISÃO MONOCRÁTICAVistos, relatados e discutidos estes autos de Apelaçãon° 994.09.004992-6, da Comarca de Birigui, em queé apelante JUÍZO EX-OFFICIO sendo apelado OFICIALDO REGISTRO DE IMÓVEIS DE BIRIGUI.ACORDAM, em 18a Câmara de Direito Público doTribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguintedecisão: “DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.”,de conformidade com o voto do Relator, que íntegraeste acórdão.O julgamento teve a participação dosDesembargadores MARCONDES MACHADO (Presidentesem voto), BEATRIZ BRAGA E CARLOS DE CARVALHO.J. MARTINSRELATOR
SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO 2VOTO N° 9023APELAÇÃO NO 898.990.5-0COMARCA: BIRIGUI - 2a VARA - 165/04APELANTE: JUÍZO EX OFFICIOAPELADO: OFICIAL DO REGISTRO DE IMÓVEIS DEBIRIGUI APELAÇÃO - ISS SOBRE SERVIÇOS CARTORÁRIOSE NOTARIAIS - DECISÃO VINCULANTE DO STF NA ADIAPELAÇÃO - ISS SOBRE SERVIÇOS CARTORÁRIOS ENOTARIAIS - DECISÃO VINCULANTE DO STF NA ADI -N° 3089 - Cabimento: Tendo se manifestado o ColendoSupremo Tribunal Federal sobre a legalidade daincidência do ISS sobre serviços de registro público,cartorários e notariais, deve ser afastada a segurançaconcedida. Recurso provido.Trata-se de recurso necessário em razão da r. decisãoque concedeu a segurança pleiteada declarando ainconstitucionalidade da inclusão dos serviçoscartorários e notariais na lista de serviços que regulaa cobrança de ISS (fls. 99/103).Sem recursos voluntários, subiram os autos para oreexame necessário, tendo o Ministério Públicoopinado pelo provimento do recurso (fls. 131/135).É O RELATÓRIO.Cabe ressaltar, em primeiro lugar, que no momento dojulgamento monocratico do presente mandado desegurança, em 19 de março de 2004, o entendimentosobre a legalidade no recolhimento do ISS era controverso.Com a demora para a remessa do recurso oficial a esteTribunal, já que não existiram recursos voluntários, asituação se modificou, não cabendo mais discussão sobrea tributação dos serviços de registros públicos, cartorários
Decisão recente da 18ª Câmara de Direito Público do TJ-SPreconhece a incidência do ISS na forma de trabalho pessoaldo titular de delegação notarial/registral
e notariais em face do julgamento da ADI n° 3089 peloSupremo Tribunal Federal, com efeito vinculante ergaomnes, termos do art. 102, da CF.“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ITENS 21 E 21.1 DALISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCI-DÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUERNATUREZA - ISSQUN SOBRE SERVIÇOS DE REGISTROPÚBLICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.CONSTITUCIONALIDADE.Ação Direta de lnconstitucionalidade aJuizada contraos itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar116/2003, que permitem a tributação dos serviços deregistros públicos, cartorários e notariais pelo Impostosobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN.Alegada violação dos arts. 145, II, 156, III e 236,caput, da Constituição, porquanto a matrizconstitucional do Imposto sobre Serviços de QualquerNatureza permitiria a incidência do tributo tão somentesobre a prestação de serviços de índole privada.Ademais, a tributação da prestação dos serviçosnotariais, também ofenderia o art.150, VI, a e §§ 2° e 3" da Constituição, na medida emque tais serviços públicos são imunes à tributaçãorecíproca pelos entes federados.As pessoas que exercem atividade notarial não sãoimunes à tributação, porquanto a circunstância dedesenvolverem os respectivos serviços com intuitolucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, §3"da Constituição. O recebimento de remuneração pelaprestação dos serviços confirma, ainda, capacidadecontributiva.A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativaimediata de entidades políticas federativas, e não departiculares que executem, com inequívoco intuitolucrativo, serviços públicos mediante concessão oudelegação, devidamente remunerados.Não há diferenciação que justifique a tributação dossennços públicos concedidos e a não-tributação dasatividades delegadas. Ação Direta de lnconstitucionalidadeconhecida, mas julgada improcedente. “Necessário, portanto, afastar a segurança concedidaem primeiro grau.Embora não tenha sido objeto do pedido inicial do autor,o combativo patrono do Oficial do Registro de Imóveis,em sustentação oral, defendeu a necessidade de definiçãoquanto ao montante a ser recolhido no período duranteo qual os autos permaneceram no juízo a quo.
|jurídico|
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Apesar de não ter influência alguma na demora daremessa do recurso oficial a esta Egrégia Corte, nãofoi o autor prejudicado, visto não ter sido obrigado arecolher o imposto enquanto vigorava a medida de-terminada no juízo a quo.A Municipalidade, do mesmo modo, não sofreu prejuízoalgum, já que o recolhimento retroativo levará aoscofres públicos o dinheiro não arrecado enquanto nãotransitou em julgado a presente ação.Cabe analisar, então, qual é o fato gerador do impostoe qual sua base de cálculo.Se formos instituir como base de cálculo o montanteauferido pelos notários, tabeliães e oficiais deregistros, creio que vamos esbarrar na bitributação.Vejamos:Os atos e não serviços são essencialmente públicos edeveriam ser praticados pelo Poder Público, mas poruma permissividade constitucional (art. 236, da CF)são delegados aparticulares.Por ser delegada somente a pessoa natural, comdeterminados requisitos legais e trazidos ao cargoatravés de concurso público de provas e títulosrealizado pelo Poder Judiciário, sua remuneração nãoé satisfeita pelo Poder Público, mas sim na forma deemolumentos regrados por Lei Federal e pelaCorregedoria Geral da Justiça. Assim, o delegatarionão estipula o valor a ser cobrado pelo ato praticado,mas sim aquele preestabelecido pelo Estado que delegao serviço.Nem toda a remuneração da atividade notarialpertence ao titular da delegação, já que parte dela édo Estado, carteiras previdenciárias e outros encargose contribuições instituídas por lei.O que resta é o resultado de seu trabalho, suaremuneração, seu salário, sobre o qual, feitas asdeduções legais, incidirá o Imposto de Renda.Deste modo, cobrar o ISS desse montante é incidiroutro imposto sobre a mesma base de cálculo, o queé vedado pela Constituição Federal.Assim posto, resta analisar a possibilidade da cobrançado ISS na forma prevista no art. 9o, § I o , do DecretoLei n° 406/68, verbis “A base de cálculo do impostoé o preço do serviço. § 1” - Quando se tratar deprestação de serviços sob a forma de trabalho pessoaldo próprio contribuinte, o imposto será calculado, pormeio de alíquotas fixas ou variáveis, em função danatureza do serviço ou de outros fatores pertinentes,nestes não compreendida a importância paga a títulode remuneração do próprio trabalho.”, não revogadopelo art. 7o da Lei Complementar n° 116/03.Como sabido, os notários, tabeliães e oficiais deregistro exercem, embora em caráter privado, funçãopública delegada pelo Poder Público.
Maria Helena Diniz compartilha deste entendimento:“Serventuário é um servidor público, que exerce uma funçãopública sui generis, exercida no interesse da sociedade. Demodo que, se o Cartório não prestar a contento o serviço,o Poder Público poderá delegá-lo a outrem” (Sistemas deRegistros de Imóveis, Ed. Saraiva, 1992).E Walter Ceneviva:“Serventuário do chamado foro extrajudicial é servidorpúblico, sem mais autonomia administrativa que umchefe de repartição, do qual se distingue por não serremunerado diretamente pelo Estado, mas pelosinteressados no registro, segundo critérios que o Estadoimpõe, delimita, sistematiza e sujeita à fiscalização,disciplina e punição” (Lei dos Registros PúblicosComentada, Ed. Saraiva, 1988, p. 51).Não podem estes profissionais ser comparados a empresasou equivalentes, ainda que possam contratar quantosfuncionários sejam necessários para o desempenho dotrabalho, estabelecendo salário e designando funções, jáque a delegação é pessoal, devendo responder civil ecriminalmente pelos atos praticados por seus prepostos.Considerando a natureza sui generis atividade, nãoresta dúvida que os atos praticados no desempenho defunção considerada pública, mas em caráter privado,mantém a característica de pessoalidade, emborapossam ser realizados por um preposto.Estes prepostos, contudo, são contratados e pagos pelosdelegatários que respondem por todos os atospraticados, civil e criminalmente, independentementede quem os tenha feito, motivo pelo qual orecolhimento do ISS deve respeitar o regime especial.Enquanto vigente a legislação anterior, Decreto Lei406/68, não havia previsão para cobrança de ISS dosserviços públicos, cartorários e notariais.Contudo, com o advento da LC 116, de 31 de julho de2003, que revogou antigos diplomas legislativos visandoacompanhar a nova realidade econômica, notadamenteem razão da utilização da informática, alcançou, entreoutros, a delegação de serviços públicos, passando apermitir, nos itens 21 e 21.01, a tributação de ISSsobre os serviços cartorários e notariais.No mesmo sentido, é o art. 236, da ConstituiçãoFederal: “os serviços notariais e de registro sãoexercidos em caráter privado, por delegação do PoderPúblico”, , por isso, passíveis de tributação.Deste modo, tendo o Supremo Tribunal Federal reconhecidoa legalidade do ISS, resta apenas estabelecer qual a basede cálculo a ser empregada que, como dito acima, porentender tratar-se de uma prestação com característicade pessoalidade, deve obedecer ao regime especial.Diante do exposto, DÁ-SE PROVIMENTO recurso oficial paraafastar a segurança anteriormente concedida, autorizandoo recolhimento do ISS na forma de trabalho pessoal comoprevisto no art. 9o, do DL 406/68.
|jurídico|
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Francisco Márcio Ribas, Oficial de RegistroCivil das Pessoas Naturais e Tabelião deNotas do Distrito de Itaquera – São Paulo
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|especial|
Jornal do Notário - Como avalia a importância da função do Tabelião para a sociedade?Francisco Márcio Ribas - De forma geral, o Tabelião exerce perante a sociedadeuma função extremamente técnica no campo jurídico-social. A dinâmica da vidamoderna e tecnológica conduziu o exercício da profissão notarial à necessidade deamplo conhecimento jurídico. Cumpre-se fazer algumas ponderações na análisedo exercício da profissão de tabelião. O Tabelião que exerce sua função emdistritos e municípios pequenos tem uma relação muito próxima e pessoal com oscidadãos de sua comunidade. É solicitado para todos os tipos de orientação técnicae até pessoal da população. Todos os fatos familiares, pessoais, patrimoniais e atésentimentais são levados ao aconselhamento do tabelião. O Tabelião de cidadesgrandes já exerce sua função de maneira mais impessoal. É obrigado a se organizarpara gerir e administrar estruturas complexas semelhantes à de grandes empresas.A responsabilidade é muito grande e exige competência, conhecimento e vocaçãopara um bom resultado. A presença do Tabelião no cartório é fator fundamentalpara o bom êxito das atribuições. Gostaria de deixar registrado que, a função doTabelião é componente indispensável nas relações jurídico sociais das pessoas. Dasmais simples às mais complexas.
Jornal do Notário - Como avalia as novas atribuições recentemente conferidas aos notários?Francisco Márcio Ribas - As atribuições conferidas ao Tabelião pela Lei 11.441/07provam sua importância no contexto das relações jurídico-sociais. O número deatos relativos a separações, divórcios e inventários mostra a quantidade de processosque deixaram de ser produzidos no âmbito judicial e que, com celeridade, sãoconcluídos nos Tabelionatos de Notas. Com os aperfeiçoamentos possíveis o tempopara lavratura das escrituras de inventário poderia ser mais curto. Por exemplo,se o procedimento para o recolhimento do ITCMD fosse idêntico ao das doações,sem necessidade de prévia homologação pela Secretaria da Fazenda.
Jornal do Notário - Em sua opinião qual nova atribuição poderia ser conferida ao Tabelião?Francisco Márcio Ribas - Creio que várias atribuições poderiam ser entregues àresponsabilidade do Tabelião, como por exemplo, inventários mesmo com existênciade testamentos, separações e divórcios com existência de filhos menores e incapazes,usucapião, conciliações, adoção dos maiores de idade.
Jornal do Notário – Como avalia sua experiência em participar da ComissãoExaminadora do 5° Concurso Público?Francisco Márcio Ribas - Foi uma experiência ímpar e enriquecedora. Tive afelicidade de integrar uma equipe de profissionais brilhantes e, acima de tudo,com consciência das necessidades e limites da função. A banca examinadora do 5ºConcurso foi o espelho do seu presidente, o desembargador Vanderci Álvares, umex-cartorário que muito conhece a instituição e é sabedor de suas dificuldades easpirações. Com sua sabedoria e humildade conduziu seus membros para umresultado que desde o início sempre pontuou pelo respeito e valorização doscandidatos.
Jornal do Notário - Quais foram as mudanças que o Concurso Público, no formatorealizado pelo TJ-SP, provocaram na atividade extrajudicial do Estado?
Profissão Tabelião
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Francisco Márcio Ribas - As mudanças foram inúmeras. Os cartóriosse oxigenaram. A instituição se fortaleceu. Cumpre, porém, analisaras distorções que surgem. Alguns candidatos escolhem cartóriospequenos e, aguardando o próximo concurso, não se dedicamintegralmente ao cartório. A sucessiva aprovação nos concursos tambémestá permitindo que se estabeleça novas delegações vagas, ocupadaspor pessoas indicadas pelo concursado, algumas vezes parentes. OTribunal deve buscar mecanismos para que o candidato assuma ocartório e exerça plenamente a delegação sem se fazer substituir porprepostos.
Jornal do Notário - Com sua chegada à serventia, quais mudanças emelhorias ocorreram no Registro Civil e Tabelionato de Notas deItaquera?Francisco Márcio Ribas - As mudanças ainda não foram concluídas ecreio que nunca se completarão. Todos os dias estamos atentos paraa correção das falhas e busca de soluções para os novos problemas.As mudanças físicas são mais fáceis e vão sendo implantadas no dia adia. O cartório de Itaquera já atingiu o índice de 85,31% na avaliaçãode acessibilidade e busca atingir 100%. A grande mudança implantadano cartório de Itaquera foi em relação aos funcionários. A conquistada auto-estima, a consciência dos funcionários de que o Distrito deItaquera é tão importante para a cidade de São Paulo, como oSubdistrito do Jardim América, Cerqueira César ou Vila Mariana, foio passo inicial para a conquista de novos horizontes. A ferramentautilizada para a meta foi a cultura. A literatura foi a semente quetransformou. A inclusão dos funcionários não só no campo profissionaldo Direito, mas também nas letras rapidamente trouxe a respostapretendida. Hoje o cartório de Itaquera detém um número considerávelde estudantes, a maior parte na área de direito. A participação nosgrupos de estudos internos é significante. O interesse por palestras ecursos aperfeiçoa e capacita cada vez mais os funcionários. Aquelefuncionário que se achava discriminado, sem auto-estima, hoje estáestudando e buscando seu cartório. O grande patrimônio do Cartórioe a felicidade do Tabelião de Itaquera são seus funcionários.
Jornal do Notário - Como têm sido sua relação com o CNB-SP?Francisco Márcio Ribas - Minha relação com o Colégio Notarial semprefoi a mais profícua possível. Tenho na entidade o legítimorepresentante dos meus interesses perante a instituição e no contextogeral da representatividade que lhe é inerente. Desde os tempos deTabelião no interior de São Paulo sempre reconheci no Colégio Notarialum parceiro para auxiliar-me no desempenho da minha função.
Jornal do Notário - O que achou da criação das 16 Delegacias Regionaisno Estado de São Paulo por parte do CNB-SP?Francisco Márcio Ribas - A criação das Delegacias Regionais veiosatisfazer o anseio dos Tabeliães das cidades e distritos do interior doEstado. Facilita a relação com o Colégio Notarial, aproximando osNotários do aprendizado proporcionado pelos cursos e palestraspatrocinadas. Além disso, os pleitos, reivindicações e consultasnecessárias são dirigidos ao representante da classe de forma maispróxima e objetiva, possibilitando que as dificuldades setoriais sejamapresentadas de maneira mais concreta.
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Instalado em um dos maiores bairros da zona leste da Capital,serventia busca incluir socialmente seus funcionários
Cultura é a base datransformação do Cartório doDistrito de Itaquera
|especial|
Exército e ao sair o Tabelião já não era mais o mesmo.Desempregado, recebeu convite para trabalhar em São Paulo,no 8º Tabelião de Notas da Capital, em 1967.
Até 1994 Francisco trabalhou como escrevente no mesmocartório. Prestou concurso neste mesmo ano, o último antesda Lei 8.935, e assumiu o Registro Civil de Uchôa, municípioda comarca de São José do Rio Preto. “Fiquei cinco anos. No1º concurso depois da Lei, fui aprovado e escolhi Itaquera,assumi em 11 de abril de 2000”, relembra. Durante os dezanos que está à frente da serventia, Francisco conta que“pegamos exatamente a data em que a COHAB resolveuanistiar os devedores e quitar tudo por volta de 2004.Trabalhávamos até oito da noite todos os dias”.
Origens e reflexosO Oficial de Registro Civil e Tabelião de Notas de Itaquera
tem orgulho em dizer que é “de origem humilde, por isso meidentifico com as pessoas daqui”. “Quando cheguei percebimuita falta de auto estima. Eles mesmo se discriminavam,agora conversam com todos com dignidade”. Isso porque aserventia mantém uma biblioteca com mais de mil volumes,não somente jurídicos, mas literatura e romances.
“É uma condição para trabalhar aqui”, diz Ribas. “A pessoatem de ler, pois a matéria prima de uma serventia são aspalavras. A reposta foi muito boa, fazemos até gincana deleitura e agora temos exemplos, pois quatro funcionários meusprestaram concurso e hoje são Oficiais. Faço com eles o quegostaria que fizessem comigo; não dou apenas um emprego,dou inclusão cultural e social. A cultura é tudo”, finaliza.
O bairro de Itaquera, hoje com mais de 200 mil habitantes(dados de 2000), já foi uma região que comportava grandesfazendas, loteadas para o povoamento que aconteceuaceleradamente. Na região havia uma ferrovia (hojedesativada) que ligava as fazendas à Central do Brasil, no Riode Janeiro. Foi ao lado desta ferrovia, em 1921, que foiinaugurado o Oficial de Registro Civil e Tabelionato de Notasdo Subdistrito de Itaquera.
Na rua Gregório Ramalho, tendo como Tabelião AugustoSeckler, a serventia atendia os viajantes e os poucos moradoresdos lotes. Sua vocação era praticamente agrícola, mas em1970 o bairro sofreria uma transformação, pois foi neste anoque chegou à região a COHAB (Companhia Metropolitana deHabitação de São Paulo). No futuro – exatamente em 1988 -chegaria também a linha vermelha do Metrô, estaçãoCorinthians-Itaquera, algo que impulsionaria ainda mais ocrescimento do bairro e, consequentemente, da serventia.
“O meu antecessor neste cartório ficou muito tempo aquie conta que quando veio, em 1962, havia somente doisfuncionários”, recorda Francisco Márcio Ribas, atual delegadoda serventia. “João Alves Gualhardo me entregou o cartóriocom 70 funcionários em 2000. Como aqui é registro civil comanexo de notas, tem um potencial muito grande pela quantidadede moradores, pois quase não há indústria, é um bairro marcadopelo comércio de varejo”, explica o atual Tabelião.
Francisco Ribas é natural de São Vicente e teve seuprimeiro emprego em 1964, como auxiliar no 1º Tabelionatode Notas de sua cidade. “Optei, ao invés de ser jogador defutebol, ser cartorário”, confessa. Com 18 anos foi para o
A fachada do cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais eTabelionato de Notas do Distrito de Itaquera – São Paulo
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|especial|
Distrito de Itaquera - São Paulo/SPQuadro a Quadro
Setor de abertura e reconhecimento defirmas do Registro Civil e Tabelionato
de Notas do Distrito de Itaquera
O Tabelião Francisco Márcio Ribas e seus Substitutos quecoordenam o trabalho no cartório do Distrito de Itaquera,
na zona leste da Capital
Atendimento exclusivo aos usuários que procuram os serviços doTabelionato de Notas de Itaquera para a lavratura de escrituras públicas
Nome: Oficial de Registro Civil e Tabeliãode Notas do Subdistrito de Itaquera
Data de instalação: 1º/06/1921Tabelião: Francisco Márcio Ribas
Substitutos: Karina Aparecida Lustoza,Adriana Aparecida de Carvalho, Antonio
Pádua dos Santos, Sueli Aparecida Orvalhoe Robson Alexandre Cintra
Endereço: Rua Américo Salvador Novelli, 389Tel: (11) 2944-9688
Ficha Técnica
Setor destinado ao reconhecimento de firmas da serventiaadministrada pelo Tabelião Francisco Márcio Ribas
O amplo setor de atendimento à população que utiliza os serviços doRegistro Civil e Tabelionato de Notas do Distrito de Itaquera
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A chegada da classe C ao mercado de bens duráveis e asmudanças no Código Civil motivaram o aumento
Número de testamentos baterecorde em São Paulo
Segundo o consultor jurídico Rafael Depieri, do CNB-SP,o testamento não substitui o inventário, que deve ser feitopara relacionar os bens e os herdeiros. No testamento, apessoa pode incluir um herdeiro não-legítimo e os bens quepretende deixar para ele, por exemplo.
O testamento custa R$ 1.008 e é necessário a presença de duastestemunhas. Geralmente, é preciso agendar um horário com otabelião que vai assinar o documento, que ficará arquivado no livro denotas do cartório. O traslado, cópia do testamento impressa em papelde segurança, é entregue em até cinco dias úteis após a assinatura.
Ato define tratamentoUma das novidades quando o assunto é testamento é
poder decidir questões relativas à saúde. A modalidade,conhecida como testamento vital, é uma declaração públicafeita em cartório onde a pessoa, ainda lúcida, determina osprocedimentos que devem ser adotados caso seja vítima dedoença ou acidente e não possa expressar a sua vontade.Nesse documento, o declarante também pode nomear umapessoa que possa decidir por ele em caso de tratamentosmédicos complexos ou até como interventor de seus bens.
O tabelião Paulo Tupinambá Vampré explica que a modalidadese tornou comum depois da entrada em vigor do novo Código de ÉticaMédica, que deu mais poder para a vontade dos pacientes. “Esse tipode declaração ainda não está prevista na legislação brasileira. Masquando alguém deixa um documento como esse, cabe ao Juizdecidir o seu cumprimento. Mas o cumprimento da vontade dopaciente dependerá da formação do Juiz”, afirmou o tabelião.
Para fazer o testamento vital, que custa R$ 252,11, nãohá a necessidade de testemunhas.
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Confira abaixo a reportagem completa publicada noDiário de São Paulo que destaca as causas do aumento donúmero de testamentos e o novo instrumento conhecido como“testamento vital”.
O número de testamentos realizados nos cartórios do estadobateu recorde no ano passado. Segundo levantamento feitopela seção São Paulo do Colégio Notarial do Brasil (CNB-SP), ocrescimento foi de 10% em relação a 2008. Os registros subiramde 6.034 para 6.621. O aumento da demanda tem dois motivos:a chegada da classe C ao mercado de bens duráveis, comoimóveis e veículos, e o Código Civil de 2002, que possui pontosainda polêmicos sobre a divisão patrimonial, o que torna otestamento o mecanismo mais seguro para definir a herança.
O tabelião Paulo Tupinambá Vampré, do 14º Tabelião deNotas da Capital, explicou que os integrantes da classe Caproveitaram a redução da taxa de juros e a facilidade definanciamentos e compraram casa própria e veículos. “Quemnão se preocupava para quem iria deixar seus bens passou apensar. E muitos fizeram testamentos”, afirmou.
Outro motivo que levou os paulistas a fazerem testamentosforam as mudanças previstas no Código Civil. “Os filhos decasamentos diferentes passaram a ser concorrentes na divisãodos bens. Por isso, muitas pessoas optaram em fazer testamentopara evitar confusão no futuro”, disse Vampré. Pessoas que vivemsozinhas e não têm herdeiros naturais ou homossexuais que vivemem união estável também procuraram cartórios para definir osherdeiros de seus bens. “Cerca de 80% dessas relações não sãoaceitas pelos familiares, que vão disputar os bens.”
Vampré explicou que quando não há testamento, os bens deixadossão divididos entre os herdeiros legítimos na seguinte ordem: primeiroentre os descendentes (filhos e netos) e depois entre os ascendentes(pais e avós). O cônjuge também pode ser um herdeiro legítimo,dependendo do regime que o casamento foi realizado.
Regiane Soares Von [email protected]
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DE SEXTA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2010 - 09:07