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Page 1: 25 anos depois de assinatura do Acordo Geral de Paz MENSAGEM ALUSIVA AO DIA 4 DE … · 2017. 10. 9. · Propriedade do Departamento de Informação. Sai as Quinta Feiras * Distribuição

Propriedade do Departamento de Informação

Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuíta * Maputo, 05.10.2017 * Edição nº 222 Ano 4

Estamos a celebrar os 25 anos do Acordo de paz, o que significa dia da Demo-cracia em Moçambique. No dia 04 de Outubro de 1992, os dois Presidentes Afonso Macacho Marceta Dhlakama e Joaquim Alberto Chissano, assinaram o acordo visando o início do multipartidaris-mo, legalização dos partidos Políticos em Moçambique e

que a partir desta data abriu se espaço para as primeiras eleições em Moçambique. Para nós, não temos outro nome a dar, senão, dizer que 04 de Outubro é dia de De-mocracia em Moçambique.A nova constituição da Repú-blica que foi escrita a partir de 1988 e 1989 e que entrou em vigor em 1990, foi resul-tado da nossa luta. Se não

tivéssemos lutado pela De-mocracia não haveria a cons-tituição de 1990 até hoje.Que fique claro que a real história é esta: A RENAMO lutou pela Democracia mul-tipartidária no nosso País. Sobretudo para a juventude que não viu os acontecimen-tos de 1975 para diante pode não estar a perceber. Por isso podemos dizer de viva

voz que o Povo moçambica-no depois da independência foi mais maltratado, espezi-nhado, escravizado do que nos 500 anos da dominação colonial portuguesa. Graças a intervenção do Povo atra-vés da RENAMO conseguiu--se paralisar toda estratégia da Frelimo de maltratar, hu-milhar, matar prender, per-seguir o povo. continua na pág 3

MENSAGEM ALUSIVA AO DIA 4 DE OUTUBRO

Por ocasião das comemorações da passagem de 25 anos da assinatura dos acordos de paz, no dia 4 de Outubro de 1992, na Comunidade de Sant i̍gidio em Roma, diversas realizações alusivas a data tiveram lugar em todo o país. Diversas organizações políticas, religiosas, sociedade civil e

outras, desfilaram em apoio a paz, onde manifestaram o desejo de verem restaurados os passos da paz duradoira.Diversas mensagens foram lidas e nós, trazemos na íntegra, a mensagem apresentada pelo partido RENAMO em sau-dação a data:

25 anos depois de assinatura do Acordo Geral de Paz

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Editorial

COMEMORAÇÃO DO DIA DE PAZ ENSOMBRADO

PELA VIOLÊNCIA!A luta pela paz na nossa terra, parece estar

ainda num caminho sinuoso a contar pelos últimos acontecimentos de Nampula, onde em plena celebração do dia de paz, oportunistas a soldo de alguém ou de um grupo impune, que teima em fazer jorrar sangue, dispararam a queima roupa contra o presidente daquele município, Mamudo Amurane. Este acto, traz de volta à memória de todos

os moçambicanos as frescas acções dos esquadrões de morte que operaram impunes e tão activamente num passado próximo. Esta acção sanguinária, em pleno dia de paz, dá a ideia de que alguém bem escondido aos olhos dos homens, mas nu aos olhos de Deus está passando uma mensagem bem clara de que aqueles que querem paz efectiva e duradoira, terão que arregaçar as mangas e lutarem por ela. Parece estar a passar uma mensagem cínica de prontidão para um novo incremento de atrocidades com o assassinato de lideranças políticas e membros da oposição, aliás, de todos aqueles que se atrevem pensar e agir diferente.É interessante que a acção macabra dos

assassinos tenha acontecido poucos dias depois do congresso do partido Frelimo, onde ouvimos vozes sonantes na esfera política nacional e dentro do partido no poder a manifestarem o desejo pela paz verdadeira e duradoira. Só que a pergunta que teima em não calar é: O que está a fazer o governo moçambicano para desmantelar estas “gangs” de assassinos que passeiam a sua classe, criando luto nas famílias moçambicanas?O presidente da Frelimo Filipe Nyusi tem a

oportunidade de libertar-se dos empecilhos

à sua governação. É chegado o momento de demonstrar que não vai mais permitir que empecilhos destruam os sonhos do povo e quem sabe, seus sonhos também. Chegou o momento de sair das palavras ocas paraacções concretas. Se não houverem medidas práticas, como a denúncia e prisão dos cabecilhas desses grupos exterminadores, ficará claro que o próprio presidente Nyusi e o seu partido estão envolvidos nestes actosmacabros contra a paz. Depois de reiteradas denúncias feitas contra estes grupos de desestabilizaçã a paz e a concórdia entre os moçambicanos, nada justifica que o crime violento e político continue impune. Estes actos selectivos de eliminação de figuras políticas e públicas, continuam sendo mapeados sem que respostas ou providências sejam tomadas pelas autoridades moçambicanas. Os bandos de pistoleiros, que se suspeita na

maioria compostos por agentes da polícias no activo ou antigos polícias, bem como por prisioneiros libertos da B.O. para cumprirem estas missões criminosas e pagos por gente bem posicionada, mas sempre acobertados pelo Estado, seguem matando e aterrorizando cidadãos que pensam e falam diferente, são na verdade inimigos do Estado. É preciso ter muita coragem para quem governa, deixar de colocar em primeiro lugar os interesses partidários e responder as ansiedades do povo com que se comprometeu. É aí onde reside o verdadeiro patriotismo. Sim, a coragemé fundamental para o alcance da Paz e da verdadeira independência do país. Queremos PAZ e queremos que as balas

assassinas parem de matar.

Ficha técnicaDirector:Jeronimo Malagueta;Editor: Gilberto Chirindza;Redacção:Natercia Lopez;Colaboradores: Chefes regionais de infor-

mação;Maquetização: Sede Nacional da Renamo Av. Ahmed Sekou Touré nº 657;Email: [email protected]: 829659598, 844034113;

www.renamo.org. Nº de Registo

07/GABINFO-DEC/2015

ACABEM JÁ COM GRUPOS DE EXTERMÍNIO

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“ANÁLISE DEMOCRATICA” Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal.Sintonize e escute a frequência 90.0FM Rádio Terra Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas Participe! 821075995 ou 840135011

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continuação da pág 1 T u d o isso parou com a luta herói-ca levada pela RENAMO.Reconhecemos que histori-camente, a Frelimo- Frente de Libertação de Moçam-bique, lutou pela indepen-dência, mas temos que re-conhecer igualmente que a RENAMO- Resistência Na-cional Moçambicana, lutou pela Democracia Multiparti-dária em Moçambique.Neste momento temos que olhar para frente. O que passou fica para a história. Queremos encorajar o nos-so Presidente Afonso Maca-cho Marceta Dhlakama e o presidente da República Fili-pe Nyusi a negociarem para conseguirem a Paz com jus-tiça, Desenvolvimento, sem pobreza, sem discrimina-ção, a paz do fundo de cora-ção. Queremos que com as negociações que estão sen-do levadas a cabo, comece

a se sentir um ambiente diferente do passado. Que-remos um ambiente que vai fazer com que os moçambi-canos se sintam donos do País.Esperamos que as negocia-ções consigam um bom des-fecho e a Descentralização da Administração do Estado seja uma realidade, que em 2019 tenhamos governadores elei-tos em todas as províncias do País. E que pela primeira vez no país as populações sejam governadas por governado-res eleitos por elas próprias, o que quer dizer, aproximar a Democracia às comunidades e que as próprias comunidades decidam sobre o seu futuro. E isto significará a verdadeira Unidade Nacional.Por outro lado esperamos que o dossier sobre a políti-ca de Defesa Nacional tenha uma solução. Para dizer que os comandos militares oriun-

dos do lado da RENAMO que foram marginalizados durante os 25 anos, possam retomar às suas responsabilidades em todos os níveis de chefia no seio das FADM, como forma de despartidarizar as Forças Armadas Moçambicanas, pas-sando a serem republicanas, técnicas e profissionais.Será um orgulho para o povo moçambicano ter Forças Ar-madas que não fazem política e nem serão usadas para ata-car o líder da oposição e nem perseguir as populações de Moçambique. Apenas terão como missão única, a defesa do País. Só poderão entrar em combate se Moçambique for invadido por forças externas. Essa é a missão das Forças Ar-madas num País com o Estado de Direito Democrático.Do mesmo modo, esperamos que ao nível das Forças de Segurança, as tropas da RE-NAMO entrem na Polícia da

República de Moçambique, como forma de pemitir que tenhamos uma polícia técni-ca profissional para proteger a população moçambicana. Queremos uma polícia que não faça política e nem dis-crimine as populações. Assim, não teremos mais os esqua-drões de morte que têm como sua fonte a própria Polícia da República de Moçambique.Reconhecemos que não é fácil haver essas mudanças, mas não temos outra alternativa porque queremos um País com uma boa imagem, forte e seguro para todos. Espera-mos que com a realização do congresso da Frelimo, o presi-dente da República Filipe Nyu-si tenha poderes suficientes para continuar a negociar com o nosso presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama.VIVA 04 DE OUTUBROVIVA A DEMOCRACIAVIVA A RENAMO

O título em epígrafe é pro-posta de Afonso Dhlakama, presidente do partido RE-NAMO, avançada durante o último Conselho Nacional alargado, realizado nas vés-peras do dia 25 de Setem-bro na Serra da Gorongosa. O Líder da RENAMO fez esta proposta quando exortava os seus quadros a abando-narem as práticas de guerra para se dedicarem a activi-dades políticas.O Presidente da RENAMO, Afonso Macho M. Dhlakama

QUARENTA ANOS DE PRISÃO PARA CRIME DE ASSASSINATO

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fundamentava a sua pro-posta no facto de já estar aceite pelos comunistas da FRELIMO a integração dos militares da RENAMO e a eleição dos governadores provinciais“Não é necessário continuar a Guerra quando as causas da Guerra já estão resolvi-das. O que resta agora, é utilizar a cabeça para ven-cer primeiro as municipais, depois as gerais.” Disse o Líder, que se mostrava de al-gum modo empolgado com as perspectivas de Paz para Moçambique e manifestou o desejo de ver todos os seus quadros empenhados em campanhas políticas.

Incapacidade na origem da derrota de democraciaQuando se dá um ideal sem dar capacidade, se deixa a pessoa prisioneira dos pró-prios sonhos sem os poder realizar. Para poder realizar o sonho da Paz, a socieda-de Moçambicana precisa de Democracia. Isto quer dizer que em Moçambique nin-guém pode aterrorizar nem ser aterrorizado só porque quer usufruir dos seus di-

reitos. Todos devem respei-tar os direitos dos outros e exigir respeito pelos seus próprios direitos. Ninguém deve ter razões para ter medo de exprimir as suas ideias, nem ousar amedron-tar o seu concidadão em virtude das diferenças ideo-lógicas.As perseguições políticas porta-a-porta, os esqua-drões da morte, as castra-ções que impedem mo-çambicanos de evoluir nas carreiras profissionais, de aceder a oportunidades fi-nanceiras por causa da cor partidária, os ódios indivi-duais ou institucionais que não raro levam ao crime, e muitas vezes crime de as-sassinato, negando a Paz.Os chefes do nosso Governo podem falar de Paz, de jus-tiça, de igualdade, mas isso de nada valerá enquanto os funcionários que eles diri-gem continuarem a ficarem impunes quando discrimi-nam, chegando mesmo a serem estimulados quando estiverem a discriminar. A Paz só existe onde há justiça e a forma como o Estado se organiza tem muito peso na atitude que os seus funcio-

nários e os demais eleitores assumem no seu relaciona-mento uns com os outros. Com um Estado corrupto, opressor, discriminador, não pode haver democracia, e consequentemente, tem que faltar Paz.Seria de muita preciosidade que cada cidadão começas-se a exigir de sí próprio, ati-tudes de Justiça, de Demo-cracia e consequentemente de Paz. A responsabilidade pela Paz começa no nível in-dividual, mas a capacitação assegurada a nível institu-cional é importante.

Foi Reestruturada a Estru-tura do PartidoEm despachos separados, usando das competências que lhe são conferidas pelos Estatutos do Partido, o presi-dente da RENAMO exonerou o chefe do departamento de Mobilização, Ainca Me-cusserima Chande e noutro nomeou em sua substitui-ção Inácio Reis. Nomeou igualmente Lúcia Afate, para chefiar o departamento de Administração Rural e Poder Local, que foi deixado vago

por Jeremias Pondeca, víti-ma dos esquadrões de mor-te. Augusto Magaure Fer-nando foi conduzido à chefia do Departamento de Organi-zação e estatística, ocupan-do a vaga deixada há tem-pos por Meque Brás, por ser incompatível com a função que este desempenha de membro da CNE, Comissão Nacional de Eleições e no outro despacho foi nomeado José Manteigas Gabriel, para o lugar de chefe adjunto do departamento de Relações Exteriores, respectivamente. Falando aos participantes da reunião da Comissão Política Nacional alargada aos qua-dros, o presidente Afonso Dhlakama disse: “atendendo aos pleitos eleitorais que se avizinham em particular as autárquicas que vão aconte-cer no ano de 2018 faz com que estrategicamente se im-primam nova dinâmica para que se possa responder aos desafios que nos são impos-tos”. Continuando Dhlakama deu a conhecer aos quadros a valia de cada um dos em-possados, apelando que os quadros do partido possam apoiá-los no desempenho das suas actividades.


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