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Produção de leiteDo pequeno ao grande produtor,

capacitação é fundamental

Banana Setor se destaca no

Estado, mas ainda há espaço para crescer

Ano XIII | 209 | Novembro 2012

ISSN

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Inovações no processamento e na mecanização do Tomate Industrial

www.congressotomate.com.br

Muitas novidades, Temas de grande importância para o setor

Nomes quali�cados para debater

Conheça as formas de participação e garanta já o seu estande!

Apoio:Patrocínio:

Realização:Promoção e

Organização:

INSCREVA-SE!Descontos especiais para grupos

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Inovações no processamento e na mecanização do Tomate Industrial

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;

Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins

editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e

Leydiane Alves

Fotografia: Jana Tomazelli Techio,

Gutiérisson Azidon

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu

Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes

Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-

hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,

Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,

Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo

Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da

Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva

Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:

Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-

gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo

Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu

Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,

Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:

Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson

Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos

Fernandes.

suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

site: www.sistemafaeg.com.br

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Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

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Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

Uma parceria do Sistema Faeg/Senar com a Embrapa Gado de Leite resultou em um dos maiores eventos do País de assistência técnica

para produtores de leite. O 11° Congresso Internacio-nal do Leite, pela terceira vez em Goiás, reunirá pro-dutores, técnicos, pesquisadores e estudantes. Ire-mos oferecer informação, conhecimento e novidades em tecnologia e assistência técnica para o produtor continuar seu ritmo de crescimento. A produção de leite se mostra hoje uma das atividades mais demo-cráticas desenvolvidas em Goiás. Presente em todos os 246 municípios goianos não podemos esquecer que a atividade tem suas especificidades típicas de uma atividade promissora e que precisa de suporte técnico qualificado para continuar sua trajetória posi-tiva de crescimento.

Ao todo, somos 60 mil produtores que empre-gam, direta e indiretamente, 220 mil pessoas. Como somos um grupo muito grande e espalhado por di-versas bacias leiteiras pelo Estado, sabemos que cada região possui suas características específicas como pastagem, clima, escoamento de safra e organização dos produtores, que tornam a atividade única em cada localidade. Com o intuito de equalizar esses problemas e estimular a retomada de crescimento da atividade, o Sistema Faeg/Senar leva conhecimentos gerenciais e técnicos para dar suporte a esses produ-tores e trabalhadores.

Bom momento para o leite

Alex

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e Ce

rque

ira

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PAINEL CENTRAL

Prosa Rural Há um ano de concluir seu segundo mandato, Duarte

Vilela, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, completa 36 anos dedicados à pesquisa

agropecuária. Ele afirma que para o produtor crescer

de maneira sustentável e constante, acesso a tecnologia é

fundamental.

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Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo

Campo Aberto

32

38

Boa fase para produção de leiteUm dos maiores braços do agronegócio, setor lácteo se destaca como um grande gerador de empregos no Estado. Informação e qualificação profissional são as molas propulsoras. O pecuarista, Antônio da Silva acredita neste crescimento.

20

BananiculturaNa agricultura familiar, o produtor de Itaguaru, Calinélio José comemora a safra de inverno da fruta com bons índices de produtividade. Colheita promete ser recorde.

24Treinamentos e cursos do Senar 36

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O produtor de leite, Vicente de Paulo pretende buscar conhecimento e cursos do Senar Goiás para melhorar a produtividade de leite na propriedade. Foto produzida por Jana Tomazelli.

VacinaçãoFaeg doa vacinas antiaftosa durante segunda etapa da campanha que termina no final do mês. Meta é imunizar 10 milhões de cabeças de gado em Goiás.

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Buracos com os dias contadosGoverno lança segunda etapa do Rodovida Reconstrução. São 59 trechos rodoviários de diversas regiões de Goiás, passando por 43 rodovias estaduais diferentes.

Leite lucrativoO produtor rural de Itaberaí, Kremison Alcântara, decidiu investir na atividade leiteira e conseguiu aumentar a produtividade em 253%.

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AGENDA RURAL

NOVEMBRO21 a 23

11º Congresso Internacional do LeiteLocal: Atlanta Music Hall, Goiânia

Informações: (62) 3096-2208www.cnpgl.embrapa.br

Shut

er

13/11 13/11 14/11Seminário do Programa Agricultura de Precisão

Local: Sede do Sindicato Rural de Rio VerdeInformações: (64) 3612-0252

Horário: 8h

Lançamento do Centro de Equoterapia de Mineiros

Local: Parque de exposições de MineirosInformações: (64) 3661-1298

Horário: 16h

Programa Empreendedor Sindical – 2ª Etapa: Curso de liderança

Local: Augustu’s Hotel, GoiâniaInformações: (62) 3096-2246

Horário: 8h

21/11 27/11 30/11Seminário Regional de Legislação Trabalhista

Local: Associação Comercial Industrial Quirinópolis (ACIQ)

Informações: (64) 3651-1825Horário: 8h

Seminário de Políticas Públicas para Empreendedores Familiares Rurais

Local: Algustus Hotel, Goiânia Informações: (62) 3096-2246

Horário: 8h

4º Prêmio Faeg/Senar de JornalismoLocal: Sede da Faeg, GoiâniaInformações: (62) 3096-2226

Horário: 19h

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FIQUE SABENDO

ArmAzém

Fundamentos de Agronegócio 3. edição

Este livro expõe conceitos bási-cos e princípios gerais fundamen-tais ao entendimento do significa-do de agronegócios. Enfoca temas atuais e de interesse para o setor como logística, marketing e formas de organização da produção. Des-creve os principais segmentos ante-riores à produção agropecuária, as características dessa produção pro-priamente dita, tanto do ponto de vista da produção de bens como da prestação de serviços diversos.

Outro aspecto relevante da obra é a revelação da competência do agronegócio no Brasil, tanto no mercado interno como na balança comercial brasileira, explicitando a necessidade de organização da produção e de agregação de va-lores aos produtos agropecuários. A obra pode ser encontrada em li-vrarias ou pela internet. Custa em média R$ 50.

Divu

lgaç

ão

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Melhoria da qualidade do leiterEGISTrO

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Conselho Deliberativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SE-NAR), senadora Kátia Abreu, assinou, no último dia 24 de outubro, convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para a execução do Projeto Produção de Leite de Qualidade. A iniciativa vai

promover a capacitação de produtores rurais das principais bacias leiteiras do país para atender os padrões de qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (MAPA). “Estas ações irão ajudar a fortalecer a classe média rural, que é uma das nossas prioridades”, disse.

Ao falar da parceria, a senadora destacou as condições do Brasil para

ampliar a produção e a produtividade. Lembrou que, graças às tecnologias desenvolvidas pela Embrapa, o setor agropecuário ampliou sua produtivi-dade e o preço dos alimentos ficou mais barato para a população. “Che-gamos onde estamos sem logística, com baixa assistência técnica e alta carga tributária. Quem mais ganhou foi a sociedade.”, afirmou.

pESquISA

Pesquisadores da Embrapa Cer-rados chegaram a variedades de mandioca com características que agradam ao consumidor e geram mais renda para o produtor. A pro-dutividade das mandiocas amarela-das fica em média em 14 toneladas por hectare na região do Cerrado e há potencial para esse volume subir para 40 toneladas.

Há cerca de quinze anos, a Em-brapa introduziu no Distrito Federal algumas variedades de mandioca de cor mais amarelada, pioneira e japo-nesinha, que fizeram sucesso e hoje

representam 80% do mercado. No próximo ano, a empresa vai lançar mais três opções de mandioca de mesa, que também já estão sendo avaliadas na pesquisa participativa. Esta mandioca tem como caracterís-tica cozinhar sempre, sendo a mais amarela de todas.

Algumas orientações oferecidas pela pesquisa com o melhoramento participativo da mandioca estão aces-síveis ao público em um livro, lançado pela Embrapa Cerrados e pela Empre-sa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).

novas cultivares de mandioca

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PROSA RURAL

Mais tecnologia para os produtoresKarina Ribeiro | [email protected] para a Revista Campo

Jana

Tom

azel

li

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DUARTE VILELA Chefe-geral da Embrapa

Gado de Leite

Engenheiro agrônomo

e doutor em Nutrição

Animal pela Universidade

Federal de Viçosa (UFV),

Duarte Vilela dirigiu, em 1976,

pela primeira vez, a Embrapa

Gado de Leite. Há um ano

de completar seu segundo

mandato, Duarte Vilela atinge

36 anos dedicados à pesquisa

agropecuária. Em entrevista à

Revista Campo, o doutor em

nutrição animal diz que em um

futuro próximo os produtores

terão acesso a tecnologias que

trarão vantagens econômicas

e tranquilidade. Ele aposta

também na confecção de uma

tabela nutricional voltada para

as condições brasileiras.

revista Campo: Quais as princi-

pais pesquisas da Embrapa na área

leiteira?

duarte Vilela: Temos algumas

pesquisas em caráter estruturante

e buscamos a fronteira do conheci-

mento. Com o trabalho do genoma,

clonagem e transgenia, é possível

acelerar o processo de melhoramen-

to de bovinos, criando populações

resistentes a endo e ectoparasitas e

à mastite. Esse sequenciamento vai

fazer com que tenhamos um salto

qualitativo muito grande. Avaliamos

questões econômicas também, prin-

cipalmente, a questão do estresse

térmico. Em curto espaço de tem-

po, vamos identificar animais mais

tolerantes ao calor, propícios para

climas como as das regiões de Goiás.

A tecnologia nanoestruturada, por

exemplo, poderá curar a mastite de

uma vaca combatendo diretamente

no úbere doente da vaca. A vanta-

gem é enorme, já que o princípio

ativo incide diretamente na teta do

animal, assim ele não fica resistente

ao antibiótico. É um grande benefí-

cio, já que ele não perde todo o leite.

Há mais de

duas décadas, a

expansão caminha

para o Oeste. Os

produtores vão

atrás de alimentos

mais fartos para o

rebanho e terras

mais baratas

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revista Campo: Como os produto-

res têm acesso às pesquisas?

duarte Vilela: Os produtores são

beneficiados com as pesquisas de

forma indireta. Os laboratórios vão

trabalhar com os resultados e dispo-

nibilizar produtos novos nas lojas,

para o produtor adquirir. Tudo isso

ocorre também na parte genômica e

de nanoestrutura, como também a

transgenia. Por exemplo, pegar um

animal reconhecido como excepcio-

nal, que tem as características ideais

para a raça. Mas, às vezes, não dá

mais para recolher o sêmen em fun-

ção da idade, mas você poderá usar

um animal transgênico. Que é uma

terceira tecnologia a ser aplicada

no animal. Outro exemplo, muitas

pessoas têm intolerância à lactose,

nesse caso, poderemos desenvolver

animais com baixo teor ou mesmo

sem lactose. Além disso, o complexo

multiuso em bioeficiência e sus-

tentabilidade está trabalhando em

uma tabela nutricional feita exclusi-

vamente para o país e as condições

tropicais brasileiras. Isso dará uma

tranquilidade e economia muito

grande para o produtor.

revista Campo: Qual a análise do

padrão genético do gado leiteiro

nacional?

duarte Vilela: Eu poderia dizer que

a transgenia brasileira é 80% de gado

cruzado, girolando, e 20% de gado

especializado, como o holandês.

revista Campo: Qual a importân-

cia do girolando?

duarte Vilela: O animal pega as

principais características das raças eu-

ropeias, que têm maior produtividade

individual, aliada à rusticidade do

zebu, que é uma raça de origem india-

na que se deu muito bem no Brasil.

revista Campo: Como a Embra-

pa trabalha para minimizar a falta

de assistência técnica ao pequeno

pecuarista?

duarte Vilela: Hoje, temos um

quadro de excelência de pesquisado-

res e analistas, somos capacitados

para gerar pesquisas, mas não fomos

treinados para isso, para fornecer

assistência técnica em um universo

próximo a um milhão de produtores

de leite no país. O que temos feito

com muita competência é treinar téc-

nicos de forma geral. Estamos am-

pliando uma rede de multiplicadores

até chegar ao produtor. Isso fazemos

muito bem, utilizando nossas redes

de parceria, como as cooperativas,

Senar, Emater, entre outros.

revista Campo: Com a posse do

novo presidente da Embrapa, o que

muda?

duarte Vilela: Em termos de

diretrizes de pesquisa, dos macro-

programas, não há mudanças. Temos

UM plano diretor em cada unidade e

a Embrapa, de forma geral, também

tem o plano diretor. As diretrizes

estão traçadas até 2023. Revemos, a

cada quatro anos, as diretrizes para

ver se algo será mudado. Mas as

linhas continuam, então não vamos

ter rupturas em relação ao que é

preconizado até 2013.

revista Campo: Quais áreas com

potencial de expansão e por quê?

duarte Vilela: Há mais de duas

décadas, a expansão caminha para o

Oeste. Não somente a Região Oeste

do País, mas a região Oeste dos

Estados. Os produtores vão atrás de

alimentos fartos para o rebanho e

terras mais baratas.

revista Campo: Qual o legado que

o senhor deixa?

duarte Vilela: Sinto que estou pre-

parando uma avenida asfaltada, todas

essas pesquisas que estamos traba-

lhando vão gerar bons frutos para

o produtor amanhã. É uma avenida

com infraestrutura pronta. Deixo ela,

senão toda pavimentada, quase toda,

de forma que o sucessor possa en-

contrar um trabalho já praticamente

pronto. Saio muito tranquilo e deixo

para os próximos sucessores um tra-

balho bem adiantados. Eles não terão

de começar do zero o desenvolvimen-

to da pecuária leiteira.

Hoje temos

um quadro de

excelência de

pesquisadores

e analistas,

somos

capacitados

para gerar

pesquisas, mas

não fomos

treinados

para isso

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MERCADO E PRODUTO

Há algum tempo o assunto da alta recente das commodities agrícolas tem ganhado espaço no cenário mundial. Mais do que isso, esta conjuntura

tem causado preocupação em diversos blocos econômicos e países em todo o globo, sendo o caso francês o mais co-nhecido e comentado. Neste sentido, é possível perceber que após 2007 houve uma quebra estrutural nos preços das commodities agrícolas em todo o mundo, onde as cotações destoaram do patrão histórico do ciclo de preço.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês), alguns fatores de oferta e demanda, nos cenários de curto e longo prazo, vêm resultando em significativas mudanças nas condições dos mercados de commodities agrícolas, que resultaram em um acelerado aumento dos preços dos alimentos desde meados de 2007.

De acordo com Ferreira Filho em seu trabalho sobre demanda mundial de alimentos, publicado em 2008, a alta nos preços dos alimentos tem como base a rápida elevação da demanda mundial, especialmente em países em desenvolvimento, fato que, em um contexto de baixos estoques de commodities alimentares, gera pressão altista dos preços dos alimentos.

Soma-se a esta perspectiva outros eventos que contri-buem para o cenário altista: pressão adicionada derivada da decisão dos países desenvolvidos de aumentar sua pro-dução de biocombustíveis; forte especulação do mercado financeiro onde as commodities agrícolas são negociadas; e crescimento na demanda por alimentos e mudança da estrutura de consumo.

Cada vez mais a necessidade pela busca de fontes de energia limpas e renováveis no globo tem aumentado a necessidade da produção de biocombustíveis. No entanto, em duas situações distintas as relações entre a produção de biocombustiveis e os preços das commodities agrícolas podem resultar em elevação no preço de alimentos: quan-do há utilização de produtos destinados a alimentação para a produção de biocombustíveis (caso americano do etanol de milho e caso do biodiesel de grãos na Europa); e quanto há substituição de área destinada a produção de alimentos para a produção de produtos de bioenergia (caso brasileiro).

No caso brasileiro ainda não é observada esta relação entre substituição de áreas antes cultivadas com alimentos para a produção de biocombustíveis, uma vez que nossa área de produção de grãos cresce ano após ano. No en-tanto, é fato que a produção de biocombustíveis na Europa e nos EUA tem causado impacto na redução da oferta de alimentos, uma vez que há um comprometimento signifi-cativo da oferta de grãos nestes locais.

A questão do movimento especulativo no mercado de derivativos agrícolas apesar de não ser fator causador da alta nos preços físico, potencializa tal situação. De acordo com Burkhard em seu discurso no senado ameri-cano sobre o assunto, embora o impulso primário para a alta dos preços tenha sido os desequilíbrios entre oferta e demanda, a maior participação dos chamados investidores não-comerciais ou especulativos nos mercados futuros reforçou a tendência de alta.

Por fim, não podemos deixar de considerar outros fato-res que também contribuíram para o cenário atual: o baixo nível de estoques, resultado de mudanças de políticas públicas ou quebra da safra; a falta de infraestrutura em alguns países que onera o custo de produção de grande parte dos alimentos; o custo crescente de combustíveis e fertilizantes; a desvalorização do dólar; e as medidas pro-tecionistas adotadas por diversos governos, após o inicio da alta dos preços.

Desta forma, todos estes fatores juntos têm con-tribuído para a situação que nos encontramos hoje. Mais do que isso, são fatores que continua latente na conjuntura atual e com toda a certeza dificilmente, num cur-to prazo, permitirão que os preços das diferentes commodities agrícolas voltem aos patamares do início dos anos 2000. Sendo assim, é funda-mental que os atores econômicos presentes no mercado de commodi-ties busquem planejamento e ações coordenadas para uma tomada de decisão eficiente, assegurando assim rentabilidade para sua atividade.

A recente alta no mercado de commodities agrícolas

leonardo Machado

é assessor técnico

da Faeg para a área

de cereais, fibras e

oleaginosas.

Leonardo Machado | [email protected]

Mar

cus V

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ius

Novembro / 2012 CAMPO | 11www.senargo.org.br

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

ANÁpOLIS

CABECEIrAS

CAIApÔNIA

CrISTALINA

No último dia 26 de outubro foi realizada uma palestra pelo consultor do Sistema Faeg/Senar, Arthur Toledo, sobre o Empreendedorismo e o Agronegócio, na Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis. O evento contou com a participação de alguns produtores, do Superintendente da Faeg, Claudinei Rigonatto, do Presidente do Sindicato Rural de Anápolis, José Caixeta, entre outros. Além disso, alguns estudantes tiveram a oportunidade de participar do treinamento de Administração de Propriedades Rurais, facilitado pelo instrutor do Senar Goiás, José Ricardo Caixeta Ramos.

Graças a uma iniciativa inédita no Estado, do Sindicato Rural de Cabeceiras, presidido por Arno Bruno Weis, que mobilizou deputados federais, os produtores rurais que possuem balança de pesagem em suas propriedades não precisam mais pagar para o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) para aferição das mesmas, desde que sejam utilizadas somente para serviços internos de interesse do próprio produtor e não com fins comerciais de pesagem de bens e produtos.

O Sindicato Rural de Caiapônia está com uma agenda intensa de eventos. Em setembro realizou uma bateria de ações em benefício do produtor rural. No dia 17 de setembro foi lançada a pedra fundamental da nova sede do Sindicato (foto). Para encerrar o mês, o Sindicato promoveu o segundo encontro do programa Com Licença Vou à Luta.

O Senar Goiás, em parceria com o Sindicato Rural de Cristalina, realizou, entre os dias 25 a 28 de setembro, o treinamento Cozinha Rural, na Fazenda P.A. Barra Grande. Todas gostaram e elogiaram muito o treinamento, que proporcionou a elas novos conhecimentos. (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)

semana Acadêmica

Aferição livre de cobrança

sindicato ativo

treinamento em Cozinha rural

Sind

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IpAmErI

O Sindicato Rural de Ipameri realizou no dia 1º de novembro a solenidade de posse da nova diretoria. Foi eleito como presidente José Paim, Lucas do Amaral como vice-presidente, Nivaldo Porto como secretário e para tesoureiro, Pedro Vaz Neto. O Presidente eleito, José Paim, já passou pela entidade no triênio 1994/1997, na época realizou trabalhos participativos que o conduziu junto a diretoria da Faeg/Senar nos conselhos administrativo e fiscal por quatro mandatos. (Colaborou: Ailton J. J. Oliveira)

Posse da nova diretoria

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INFRAESTRUTURAGu

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Presidente da Faeg, José Mário Schreiner, durante lançamento da segunda etapa do Rodovida Reconstrução

Foi assinada, no último dia 6, pelo governador de Goiás, Marconi Perillo, e o presidente da Agência

Goiana de Transportes e Obras (Age-top), Jayme Rincón, ordens de servi-ço para a construção, reconstrução e manutenção de rodovias goianas. De-nominado de Rodovida Reconstrução Grupo II, o programa prevê a recons-trução das estradas estaduais com novo revestimento asfáltico, além de obras complementares como sinaliza-ção horizontal (pinturas e faixas), e sinalização vertical como afixação de placas, a exemplo da execução da pri-meira etapa do programa.

Conforme licitação, a Agetop, res-ponsável pela execução do programa, reconstruirá 59 trechos rodoviários de diversas regiões de Goiás, passando por 43 rodovias estaduais diferentes. A extensão das áreas varia de 106,3 km (no trecho de Vianópolis GO-010), a 2,8 km (entrada de Riverlândia na GO-527 e GO-164). (Conforme mapa). Na presença de secretários de governo, deputados estaduais e federais, sena-dores, empresários e prefeitos eleitos e reeleitos de 240 municípios, Marconi afirmou que até o final de 2013 serão mais de 4,2 mil quilômetros de rodo-vias reconstruídas em Goiás.

O governador lembrou que o Gru-po I do Rodovida Reconstrução, ini-ciado em setembro do ano passado, já está em fase de conclusão, com a recuperação de 2.081 quilômetros de rodovias estaduais. “Inaugurando simbolicamente 2.081 quilômetros de rodovias reconstruídas, cumprindo a primeira etapa do programa Recons-trução. Assinamos ordem de serviço para a conservação permanente de 20 mil quilômetros de rodovias estaduais asfaltadas e não asfaltadas.”

O governador anunciou a conclusão da licitação para o início das obras do Grupo II do programa Rodovida Re-

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construção. “Até o final de 2013, serão mais de 4,2 mil quilômetros de rodovias reconstruídas.” Marco-ni Perillo lançou ainda a construção de 1,7 mil quilômetros de novas ro-dovias graças à capacidade de con-tratar empréstimo de R$ 1,5 bilhão com o BNDES, dando como garantia o próprio Tesouro Estadual. “O que eu peço agora é agilidade total. Te-mos o prazo dado pelo BNDES de começar tudo até março e concluir até o final do próximo ano. Mãos às obras”, destacou o governador.

O presidente da Agetop, Jayme Rincón, afirmou que o trabalho de

ajuste fiscal realizado pela equipe do Governo de Goiás é que possi-bilitou que o Estado conseguisse o empréstimo do BNDES para a pa-vimentação e construção de 1,7 mil quilômetros de rodovias, atingindo 63 trechos de estradas. “Em 2012, ano do ajuste fiscal, colocamos a casa em ordem. Por isso, tivemos condições de conseguir esse emprés-timo do BNDES. Estamos lançando o maior pacote de investimento na infraestrutura do Estado da história de Goiás e fazendo a mais profun-da intervenção já realizada na malha rodoviária do Estado. Não corremos

mais o risco de ter um apagão logís-tico em Goiás.”

FaegA solenidade de assinatura da

ordem de serviço para início des-ta obra ocorreu no Centro Cultural Oscar Niemeyer. O presidente da Fe-deração da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, representando o Fórum Empresarial de Goiás, participou da assinatura. Segundo ele, o trabalho realizado pela equipe do governador é consi-derado de alta qualidade. “Sem dú-vidas podemos perceber a qualidade

Novo traçado completará 4,2 mil quilômetros até o final do

próximo ano

Leydiane Alves | [email protected]

Lançado segunda etapa do programa

Rodovida

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Fonte: Agetop

das obras. Hoje, nós vemos os resultados nas estradas esta-duais do nosso Estado.”

Ele acrescentou ainda, que presenciar o lançamento do Rodovida Reconstrução 2 é motivo de grande alegria para e Federação e o Fórum Empre-sarial. “Esse é um momento histórico para Goiás. O gover-nador vai facilitar ainda mais o acesso aos municípios goia-nos por meio dessa grandiosa obra”, disse.

Ao todo serão investidos cerca de R$ 539 milhões para o desenvolvimento do progra-ma, que prevê reconstrução de 2.119 quilômetros de extensão. As obras serão custeadas pelo Fundo de Transportes, criado para a conservação e manu-tenção das rodovias estaduais. (Com informações do Goiás Agora)

Programa Rodovida Reconstrução Grupo II

Trechos que serão contemplados:

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Município recebe evento que premia os maiores produtores de leite. Ranking conta pontos pela ABCGIL

Leydiane Alves | [email protected]

Luziânia sedia Expogir

O município de Luziânia, por meio do Sindicato Rural, rece-beu, no mês de outubro, a 12ª

Exposição Especializada do Gir Lei-teiro de Brasília (Expogir). O presiden-te da entidade, Marcos Epaminondas, explica que o evento estava planejado para ser realizado no Distrito Federal, mas uma forte atuação do Sindicato permitiu que fosse transferido para Luziânia. A Expogir foi realizada entre os dias 8 e 20 de outubro, no Parque de Exposições Lucena Roriz, e teve a presença de 25 expositores e 203 animais em pista das cidades de Brasília, Luziânia, Alexânia, Bela Vis-ta de Goiás, Cocalzinho, Água Fria, Unaí, Uberlândia e Paracatu.

O torneio leiteiro realizado du-rante a exposição foi ranqueado pela Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) de Uberaba. “Contamos com a assessoria desta en-

tidade prestada pelo juiz Alan Campi-delli, pela fiscalização e pesagem do leite acompanhada por Fábio Cordeiro e pelo apoio de Marcelo Ricardo de Toledo da Associação de Criadores de Zebu do Planalto (ACZP)”, disse.

O Melhor Expositor do torneio foi Leo Machado Ferreira, de Alexânia, com 815 pontos. Em segundo lugar ficou José Mário Miranda Abdo, também de Alexânia, com 579 pontos e em terceiro lugar Bruno de Souza Ferreira com 508 pontos. Leo Machado também recebeu o título de Melhor Criador, com 1178 pontos, seguido por José Mário Miran-da Abdo com 944 pontos e em terceiro lugar Dilson Cordeiro de Menezes de Cocalzinho, com 466 pontos.

O animal do criador Leo Machado foi o campeão na categoria vaca jovem e levou para a casa um cheque no va-lor de R$ 19,7 mil. Os pontos que o expositor ganhou são contabilizados

para a ABCGIL. Como campeã, teve ainda o animal que mais produziu leite. “Na categoria Maior Produtora ficou o animal de Maria do Carmo Oliveira. A vaca de Marcelo Ricardo Toledo ganhou como reservada.”

A Expogir contou com a presença do senador, Rodrigo Rolemberg (PSB--DF); do deputado estadual, Valcenor Braz (PTB); do secretário de Agricultu-ra do Distrito Federal, Lúcio Valadão. Além da presença da prefeita eleita de Valparaíso, Lucimar Nascimento (PT); do secretário de Agricultura de Luzi-ânia, Jorge Meireles do Nascimento e o ex-prefeito de Luziânia, José Roriz Aguiar (PMDB) também estiveram pre-sentes. A ACCP e a ACZP foram repre-sentadas por seus presidentes Luciano Conceição e José Maria dos Anjos, res-pectivamente. O BRB, patrocinador do evento, foi representado pelo gerente Carlos Alberto de Carvalho.

EXPOSIÇÃO

A vaca Itauba foi a grande campeã do torneio com produção média de 50, 033 kg de leite

Dourada venceu na categoria melhor úbere

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Produtores se preparam para segunda etapa de vacinação contra a doença

Leydiane Alves | [email protected]

Goiás livre de aftosa

Goiás livre da aftosa sem va-cinação. Essa é a meta da Agência Goiana de Defesa

Agropecuária (Agrodefesa). E para continuar com o foco nessa conquis-ta, a Agência dá início, nesse mês de novembro, à segunda etapa da Cam-panha de Vacinação Antiaftosa de Bo-vinos e Bubalinos. Essa etapa conta com uma novidade. O produtor terá a possibilidade de enviar a declaração de vacinação pela internet. Esse sis-tema é opcional e o criador também poderá entregar o comprovante im-presso na Unidade Operacional Local (UOL) da Agência no município onde está localizada sua propriedade.

A vacinação segue até o dia 30 de novembro. De acordo com a Agrode-fesa, a meta é alcançar cerca de 10 milhões de cabeças vacinadas. “Nessa segunda etapa apenas o rebanho com faixa etária de até 24 meses será imuni-

zado”, explica a coordenadora do Pro-grama Estadual de Enfermidades Ve-siculares, Deise Lúcide Correia Neves.

Preocupada com a imunização desse rebanho e com a intenção de que a vacina chegue a todas as regi-ões, a Faeg, doou 10 mil vacinas às comunidades carentes do Estado. “As doses vão chegar até as comunidades Calungas, nos municípios de Caval-cante, Teresina de Goiás e Monte Ale-gre de Goiás, além de ser doada para Emater, Universidade Federal de Goiás (UFG), Secretaria de Segurança Públi-ca e em Trindade, na Associação Vila São Cotolengo”, diz Deise.

RecordeNo primeiro semestre deste ano,

a Campanha de Vacinação contra Fe-bre Aftosa superou a expectativa. Do dia 1º a 31 de maio, foram vacinados 99,63% do rebanho goiano, a meta era

alcançar 98% dos bovinos e bubali-nos. Denise destaca que isso mostra o bom entendimento dos produtores ru-rais. “Sem dúvidas se deve à conscien-tização dos produtores que estão en-tendendo a importância deles junto ao agronegócio e com a defesa sanitária”. Ela acrescenta que o bom resultado da vacinação em Goiás é fruto também de um trabalho intenso da Agrodefesa.

De acordo com Deise, o Estado de Goiás é o quarto maior rebanho nacio-nal de bovinos e bubalinos do Brasil, e terceiro maior exportador de carne e leite. Ela diz que é importante lembrar que desde 24 de maio de 2000 o Es-tado é considerado, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), zona livre de Febre Aftosa com prática de vacinação e a expectativa é que se tor-ne zona livre de aftosa sem vacinação. “Não temos data estipulada, mas es-peramos receber essa classificação.”

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Presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário, entrega ao governador, Marconi Perillo, doses da vacina que serão repassadas às comunidades carentes do Estado

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A coordenadora do Programa Es-tadual de Enfermidades Vesiculares da Agrodefesa, Deise Lúcide Correia Ne-ves, explica que, assim como na primei-ra etapa, o produtor rural deve apre-sentar à Agrodefesa a declaração de vacinação. “O documento tem que ser entregue cinco dias após a vacinação do rebanho”, diz. Quem não entregar a comprovação dentro do prazo pagará multa de R$ 60. Outra penalidade por não vacinação do rebanho é a multa de R$ 7 por animal não vacinado. Em caso de reincidência o valor é de R$ 14.

O Ministério da Agricultura e Pe-cuária (MAPA) orienta os produtores rurais para que respeitem os cuidados para a correta imunização dos boví-deos. Entre as recomendações, o Mi-nistério aconselha adquirir vacinas em revendas autorizadas; conservar em temperatura correta (de 2 a 8°C) até o momento da aplicação; injetar na re-gião da tábua do pescoço com agulhas

e seringas em bom estado e limpas.

CursoO Sistema Faeg/Senar e a Agrode-

fesa realizaram no mês de outubro o Curso de Preenchimento Online da Declaração de Vacinação no Augustu’s Hotel. Com o objetivo de disponibili-zar aos produtores rurais mais este

serviço visando facilitar a emissão do documento necessário no início das campanhas de vacinação anual contra febre aftosa, foram treinados 50 fun-cionários de Sindicatos Rurais filiados à Faeg. Com o treinamento o funcio-nário do sindicato estará capacitado a orientar o produtor para emitir sua própria declaração online.

Multa para quem não declarar

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Durante todo o mês de novembro acontece segunda etapa da Campanha de Vacinação de Bovinos e Bubalinos Antiaftosa em Goiás

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ATIVIDADE LEITEIRA

Com assistência técnica, pecuaristas aumentam produção, incrementam pastagens e melhoram qualidade do produto

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Setor dá sinais de crescimento

Com assistência técnica produção leiteira pode alavancar setor e levar Goiás novamente ao segundo maior produtor de lácteos

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Uma das atividades mais de-mocráticas desenvolvidas em Goiás, a atividade leiteira

está presente em todos os 246 mu-nicípios do Estado. Embora o núme-ro represente propagação, camufla complexidades típicas da pecuária que acompanham o produtor desde dentro da porteira até fora dela. No Estado, são 60 mil produtores que empregam, direta e indiretamente, 220 mil pessoas.

Características de cada região, como pastagem, clima, escoamento de safra e organização dos produ-tores, tornam a atividade específica em cada localização. Com o intuito de equalizar esses problemas e esti-mular a retomada de crescimento da atividade, o Sistema Faeg/Senar leva conhecimentos gerenciais e técnicos para produtores e trabalhadores.

Goiás é o quarto maior produtor lei-teiro do país, mas já ocupou a segunda posição deste ranking. A instalação de parques industriais tecnificados, com capacidade para receber uma maior produção leiteira aliada a um bom cli-ma e pastagens, favorecem o potencial de crescimento da atividade em Goi-ás. A falta do produto no mercado e aumento da demanda, em função do aumento do consumo de iogurte, re-queijão e queijo, por exemplo, sinali-zam perspectivas de bons preços.

Segundo o gerente de estudos téc-nico e econômico da Faeg, Edson Al-ves Novaes, o cenário atual demons-tra que houve uma estabilidade no preço do litro do leite neste primeiro semestre que, somado ao aumento de custo de produção, comprometeu a rentabilidade do produtor. “Mas com o atraso das chuvas os preços devem permanecer firmes, pelo menos, até o fim de novembro. Daí em diante, teremos que acompanhar o fator chu-va que dará a tônica dos meses se-guintes”, disse.

Balde CheioO volume de leite produzido em

Goiás deve aumentar, este ano em 2%, segundo Edson. Atualmente, são produzidos, 3,4 bilhões de litros de leite por ano. Não coincidentemente, essa elevação ocorre após o início de um trabalho que envolve capacita-ção profissional, assistência técnica, aperfeiçoamento, técnicas de nego-ciação, entre outras atividades desen-volvidas pelo Sistema Faeg/Senar, no Programa Balde Cheio.

Cerca de 30 mil pessoas já passa-ram pelo Programa, 12,2 mil somente este ano. A iniciativa começou após um diagnóstico preocupante da cadeia produtiva leiteira. O estudo de 2009, apontou que apenas 42% dos filhos de produtores rurais pretendiam se manter na atividade. Além disso, 83% dos pecuaristas não tinham assistên-cia técnica e 50% tinham como fonte de informação televisão ou vizinhos.

Há 14 meses, o pecuarista de São João da Paraúna, Eber Dias dos Santos, participa do programa Balde Cheio, um dos programas especiais oferecidos pelo Senar Goiás. Eber é categórico ao afirmar que o progra-ma mudou sua vida e foi fundamen-tal para que não retornasse à sua antiga atividade de caminhoneiro. “Não dava dinheiro, por diversas ve-zes pensei em largar tudo e voltar a pegar o caminhão”, diz.

Sem nenhuma assistência técnica, a pastagem de 25 hectares da pro-priedade eram insuficientes para o alimento das 40 vacas leiteiras. Neste caso, o pecuarista arrendava outros 40 hectares vizinhos e os resultados ainda não eram satisfatórios. “Quase que não dava”, diz. Hoje, com a capa-citação e assistência técnica de pro-fissionais do programa Balde Cheio,

ele adquiriu mais 10 animais, dobrou sua produtividade para 280 litros/dia e o melhor, tudo isso utilizando ape-nas seus 25 hectares.

O sistema de rotação de pasta-gem, otimizou o espaço do pecu-arista. Para tanto, houve melhoria significativa da qualidade do capim com a aplicação de insumos e insta-lação de sistema de irrigação. O pro-dutor ainda aprendeu a produzir sua própria ração. “Hoje minha ração é bem mais barata porque coloco pou-ca proteína (12%) que é o caro. E vou baixar ainda mais o custo melhoran-do meu capim”, diz otimista.

Bem articulado, Eber tem como objetivo aprender novas técnicas e atingir a produção de 700 litros de leite por dia. A maior dificuldade, diz, é gerenciar a propriedade em função da oscilação do preço do leite.

Assistência que gera renda

Eber Dias utiliza técnicas do Balde Cheio para melhorar a produtividade do rebanho

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Os pequenos e médios produtores de leite, com pouco poder de barga-nha, costumam amargar oscilações de preços acentuadas e permanecem no escuro quando se trata do paga-mento pelo produto. “Ficamos inse-guros em investir ou não”, afirma o pecuarista Antônio da Silva Pinto.

Antônio entrou na atividade em 1994 e chegou a produzir 2,5 mil li-tros de leite por dia. Aos poucos, o pecuarista e veterinário, optou por investir os recursos na aquisição de propriedades e só retornou ao gado leiteiro em janeiro deste ano, mas co-meçou a produzir leite mês passado, atingindo 380 litros/dia.

Antônio acredita na perspectiva e retomada do crescimento da produ-ção de leite no Estado. Inclusive, diz, pretende aumentar, em 18 meses, a produção para 1,2 mil litros/dia, na propriedade de 93 hectares localiza-da em Caiapônia. Para tanto, enfoca

na capacitação profissional. “Esta-mos implantando o sistema do Senar aqui na região”, diz.

Segundo o superintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins, essa é uma dificuldade comum entre os pecuaristas. Ele conta que o Senar proporciona um curso de gestão de pecuária leiteira. Neste módulo, o

pecuarista aprende a administração rural, manejo e avaliação de rentabi-lidade. “O pecuarista hoje está ávido por aprendizagem e o resultado da aplicação de conhecimento é funda-mental para a fixação do homem no campo”, ressalta. Qualquer ativida-de, diz, é preciso de renda para per-manência do trabalho.

Perspectiva de retomada de preços

Médios produtores como Antônio da Silva são mais frágeis às oscilações de mercado

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Produtores buscam auxílio De olho nessa oportunidade é que

o produtor rural, Vicente de Paulo, imagina aumentar a produção e ren-da familiar. Sem assistência técnica e pouco conhecimento da atividade, Vi-cente fará parte da turma de cursos de capacitação profissional do Senar.

Ele produz 140 litros por dia, mas admite que poderia ser melhor. “Pre-ciso de assistência técnica”, afirma. Ele pretende fazer o curso de bovino-cultura pelo Senar, um dos mais pro-curados pelos produtores. Com ele, o pecuarista e sua esposa, irão aprender a conter os animais, aplicar medica-mentos e controle sanitário. Esses co-nhecimentos são fundamentais para a melhoria da renda e manutenção do homem no campo.

Preocupados com o auxílio e assis-tência técnica aos produtores rurais o Sistema Faeg/Senar, juntamente com a Embrapa Gado de Leite realizará em Goiânia, nos dias 21, 22 e 23 de no-vembro, no Atlanta Music Hall, o Con-gresso Internacional do Leite. Essa é a terceira vez que o Congresso será rea-lizado na capital de Goiás, que sediou a primeira edição, em 2001.

Desde sua criação, o Congres-so Internacional do Leite percorreu os estados de Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ala-goas. A expectativa é que cerca de 2 mil pessoas, entre técnicos, pesqui-sadores, produtores e estudantes, se inscrevam nos dois eventos que compõem o Congresso.

local: Atlanta Music hall, Goiânia

data: 21 a 23 de novembro

horário: das 8h às 16h

informações: (62) 3096 2200

inscrições: www.cnpgl.embrapa.br

O micro produtor Vicente de Paulo pretende procurar capacitação, fundamental para a melhora da renda

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Bananal a perder de vista

Com safra acima do esperado produtores ainda carecem de assistência técnica

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Goiás produz anualmente 183 mil toneladas de banana por ano

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FRUTICULTURA

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Os produtores de banana de Goiás comemoraram uma boa produtividade na safra

de inverno. Embora a produção caia nesta época do ano em comparação a meses mais quentes típicos do ve-rão, as caixas de banana tem o preço elevado. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado de Goiás produz, anualmente, 183 mil toneladas da fruta distribuídas em 14 mil hectares.

A produção de banana é uma im-portante fonte de renda para a agri-cultura familiar. São cerca de dois mil produtores dedicados a pequenas áreas espalhadas por vários municí-pios goianos. A maior concentração deles está incrustada em São Luís dos Montes Belos, Anápolis, Itaguaru, Pi-renópolis, Buriti Alegre e Jataí. A ba-nana é a fruta de maior participação nas lavouras de Goiás – o que corres-ponde a 38% da área frutífera.

Para o assessor técnico para a área da fruticultura da Federação da Agri-cultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Alexandro Alves, esse cenário poderia ser ainda melhor. Ele explica que fal-tam acesso à informação e assistên-cia técnica especializada. “Isso não é uma particularidade da banana. Acon-tece, geralmente, com boa parte das fruticulturas”, diz. Alexandro explica que o pequeno produtor não possui orientação de profissionais e desco-nhece a forma apropriada de buscar tecnologia. Ele calcula que, em mé-dia, cada produtor trabalha com sete hectares da cultura. Como há produ-ção e mercado o ano todo, o acesso à tecnologia poderia beneficiar, sig-nificativamente, o aumento da renda familiar de milhares de pessoas.

De lanterneiro a bananicultorO produtor Calinélio José de An-

drade, é a prova da força da agricul-tura familiar e o poder de evolução que o trabalho no campo pode pro-porcionar. Há 12 anos, antes de por a mão na terra e arriscar na atividade

que exerce, o produtor era lanternei-ro. “Mas as coisas não estavam fá-ceis”, resume.

Atraído por uma atividade voca-cional do município de Itaguaru, Ca-linélio começou a plantar banana em uma pequena área, que foi aumentan-do, paulatinamente, até atingir uma

lavoura arrendada de 28 hectares.Nesse meio tempo, com recursos

oriundos do bananal, o produtor conse-guiu o impensável. Formou dois filhos na universidade e investe na formação do terceiro, prevista para próximo ano. Com orgulho, conta a trajetória de re-alizações. O resultado da dedicação

O produtor Calinélio representa a força da agricultura familiar na produção de banana

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Em cada corte, a produtividade média anual da cultura da banana, entre picos altos e baixos decorrentes do clima, é de 60 caixas por hectare – considerada uma boa produtivida-de. Cada caixa contém entre 20 e 22 quilos da fruta e o preço, este ano, já variou entre R$ 12 a R$ 45.

O produtor de Itaguaru, Adelson de Oliveira Veloso, de 49 anos, expli-ca que nesta época do ano, com cli-ma mais frio, são os meses de melhor preço de comercialização, em função da baixa produtividade nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. “Daí vendemos para esses Estados que estão sem o produto e o preço fica melhor”, afirma.

O produtor planta 20 hectares da banana-maçã e outros 10 hectares da banana-marmelo. Ele conta que o mer-cado e o preço da banana-maçã são melhores que as demais variedades. Além disso, ela é mais tolerante a es-cassez de água e não exige sistema de irrigação. “Plantamos no sistema de sequeiro mesmo”, conta. A média de produtividade também é maior. En-quanto a maçã produz, em média, 60 caixas por hectare a banana-marmelo produz, na mesma área, 40 caixas.

Com ciclo curto, de 30 dias, e mer-cado garantido, a cultura é uma boa opção para ter um contínuo giro de capital, diferente de outras com ci-clos mais longos. Considerada uma cultura semiperene, o bananal preci-sa ser renovado a cada 12 safras de-pendendo da região, trato cultural e variedade da banana. Caso contrário,

Preços voláteis

ao campo resultou na formação de um professor de educação física, Paulo Henrique de Andrade e uma contabilis-ta, Márcia Helena de Andrade.

Já Thiago Henrique Andrade aju-da o pai na lavoura antes mesmo da formação. Estudante de engenharia agronomica, dá dicas de como tocar o bananal. “Não temos assistência

técnica aqui, mas também tem muito produtor que olha desconfiado para agrônomo achando que ele só quer vender defensivo”, ressalta.

Na prática, não é o que vem pro-vando a união da experiência de Ca-linélio e os estudos do filho. Há qua-tro anos, o produtor decidiu investir e aumentar a área arrendada para 28

hectares da variedade de banana-ma-çã. O solo agora é preparado, anali-sado, corrigido, adubado, feito co-bertura e combate às pragas. Embora não declare o custo de produção, Ca-linélio reconhece que todo o preparo não sai barato, mas não mostra arre-pendimento. “Com manejo correto o retorno é agradável”, diz.

O produtor Antônio Leonel a pouca incidência de pragas nas lavouras é mais um bom motivo para investir na cultura

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a bananeira perde vigor e tende a diminuir a produtividade.

Doenças As duas doenças que mais co-

mumente atacam os bananais são o Mal do Panamá e a Sigatoka. O produtor, Antônio Leonel Filho, afirma que a incidência de pragas e doenças nos bananais da re-gião está sob controle. Ele explica que há pelo menos oitos anos, as mudas de bananeiras estão mais resistentes ao mal do panamá. “Ele vai matando as folhas, racha a bananeira e não tem remédio, nem combate que dê jeito”, diz. O produtor Adelson compartilha da mesma opinião de Leonel e conta que, para afastar as pragas da la-voura, são necessárias apenas duas aplicações de defensivos por ano.

A sigatoka atinge somente as fo-lhas da bananeira. Inicialmente, ob-servam-se pontos descoloridos nas folhas mais novas e depois a pre-

sença de pontuações pretas. A do-ença diminui o número de palmas, do tamanho do cacho e dos frutos. Os danos podem causar redução de mais da metade da produção.

Para Leonel, a pouca incidência de pragas nas lavouras é mais um bom motivo para investir na cultu-ra. Há boas mudas no mercado. “Há vontade de investir, mas tem muita gente descapitalizado que não está tendo acesso ao crédito”, explica.

A dica fica por conta da varie-dade escolhida. Leonel aponta a banana-maçã como uma escolha certeira em função da estabilidade do preço, maior consumo durante todo o ano. Para se ter ideia, são 192 hectares trabalhados com a banana-maçã e somente 24 hecta-res destinados a banana-marmelo. Todas em Itaguaru. “Hoje a mar-melo também está boa, mas teve um tempo que muita gente não conseguia vender o que plantava”, conta.

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A banana-maçã se tornou uma boa laternativa de produção devido sua estabilidade de preços

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A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Confederação da Agricultura

e Pecuária do Brasil (CNA) lançaram, no dia 30 de outubro, em Goiânia, o novo Cartão do Produtor, o CNA-Card. A novidade dará acesso à nova Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), sistema informatizado que vai unificar os dados sobre o trânsito do gado no País e integrar diversos mecanismos de controle, inclusive o sanitário.

O cartão irá possibilitar a emissão da Guia de Transporte de Animais eletronicamente (eGTA), pagamento automatizado de tarifas, impostos, tributos, bem como outros bene-

fícios, por meio dessa Plataforma. Segundo o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, o acesso eletrônico dessas informações irá possibilitar ao produtor mais agilidade e praticidade na hora de conseguir esses documen-tos. “Vamos aproveitar essa Platafor-ma para acelerar nossos trabalhos nas nossas propriedades. Hoje o pro-dutor tem que percorrer uma verda-deira via crucis para retirar uma única GTA”, reclama.

O CNACard é um serviço opcio-nal, de livre adesão, que permite ao produtor rural economizar tempo e reduzir deslocamentos para a realiza-ção de consultas e emissão de docu-mentos.

O coordenador técnico da PGA e coordenador executivo da comissão de sanidade da CNA, Décio Couti-nho, exemplificou essa maratona que o produtor tem que percorrer para conseguir a documentação neces-sária para transportar seus animais. “O que víamos era muita dificuldade para o produtor obter um documento de circulação obrigatória. Não podía-mos mais conviver com esse tipo de situação”, desabafa.

Essa plataforma irá permitir tam-bém maior controle sobre a movi-mentação dos rebanhos, com uma base de dados únicos, entre outras ferramentas. A ideia é prever, ante-cipadamente, qual movimentação do

Produtor ganha novo Cartão O Cartão Produtor se tornou CNACard e passa a dar acesso à nova Plataforma de Gestão Agropecuária

Rhudy Crysthian | [email protected]

CNACARD

Presidente da Faeg (segurando o Cartão) durante a entrega do cartão aos primeiros produtores goianos a receberem o benefício

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gado, a origem e o destino desses animais. O que irá melhorar a qua-lidade e o acesso às informações do setor agropecuário. “Somente por meio desses controles vamos chegar ao selo de qualidade da carne que tanto almejamos”, disse o presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira.

O sistema foi elaborado pela CNA a quatro mãos com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Segundo o secretário da Agri-cultura, Pecuária e Irrigação de Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima, o acesso ao novo sistema por meio do CNACard é de grande importância para o avanço econômico e social do setor agropecu-ário. De acordo com ele, Goiás saiu na frente com o lançamento desse progra-ma como um dos “mais modernos e avançados de controle de rebanho”.

LançamentoDurante o lançamento do car-

tão foi assinado um convênio entre o governo do Estado/Agrodefesa e a CNA/Faeg para a emissão das guias, houve também uma entrega simbóli-ca de cartões e a simulação da emis-são de GTAs eletrônicas e apresenta-ção da PGA. Os produtores Augusto

Gonçalves Martins, de Rio Verde, Ed-son Ribeiro da Silva, representando o produtor de Cristalina, Luiz Carlos Figueiredo e Romão Flor de Turvânia, representando Sebastião Ribeiro Flor receberam o CNACard durante a ce-rimônia. O Cartão se destina a todos os produtores rurais do País, que pre-cisam se cadastrar e pagar uma anui-dade para começar a usufruir dessas e outras vantagens.

Para solicitar o novo Cartão, o produtor deve entrar no site www.cnacard.com.br e fazer seu cadastro. Cada propriedade terá direito a um único Cartão. As taxas de anuidade ficam em R$ 100 para produtores com rebanho acima de 500 animais, R$ 50 para quem possui rebanho com até 500 cabeças e R$ 10 para os pro-prietários de rebanhos com até 100 animais. Para quem é recolhedor do Fundepec, a anuidade será gratuita.

TecnologiaSegundo o Gerente de Tecnologia

da Informação da Agrodefesa, Fabia-no Ribeiro Bueno, responsável pela criação da interface de conexão do sistema da Agrodefesa, o trabalho desenvolvido por ele e sua equipe

visou facilitar o trabalho do produ-tor. “Trabalhamos juntos com a CNA e tivemos o apoio do modelo básico do projeto inicial, para criar um pro-jeto de qualidade e fácil acesso.” Ele acrescenta que o sistema desenvol-vido prima pelo ganho do produtor rural e pela rapidez de conseguir rea-lizar o trabalho necessário.

O CNACard foi inspirado no Car-tão Produtor, uma iniciativa inédita idealizada pela Faeg que oferece, em sua estrutura inicial, descontos na rede de comércio associada, onde o produtor encontra também empre-sas e entidades de educação, saúde, produtos agropecuários, distribui-

dores de combustíveis, esporte, la-zer e outros segmentos, benefícios estes que serão incorporados ao CNACard.

O CNACard se destina a todos os produtores rurais do País, que precisam se cadastrar e pagar uma anuidade para começar a usufruir

dessas e outras vantagens. Durante o lançamento do cartão foi assinado um convênio entre o governo do Es-tado/Agrodefesa e a CNA/Faeg para a emissão das guias, houve também uma entrega simbólica de cartões e a simulação da emissão de GTAs ele-trônicas e apresentação da PGA.

O antigo Cartão Produto oferecia uma série de benefícios em descontos na rede de comércio associada como empresas e entidades de educação, saúde, produtos agropecuários, distribuidores de combustíveis, esporte, lazer outros.

O CNACard facilitará a vida do produtor em uma série de fatores como acesso à nova PGA, emissão de GTA eletrônica, pagamento automatizado de tarifas, quitação de impostos e tributos.

Documento foi inspirado no Cartão Produtor

Como era Agora

Décio Coltinho, da CNA, durante demonstração da emissão da eGTA

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Novembro / 2012 CAMPO | 29www.senargo.org.br

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CAMPO RESPONDE

Posso colocar ovos na chocadeira enquanto ela já estiver sendo usada?Wagner Trindade

Se a sua chocadeira tiver somente uma bandeja de incubação e uma bandeja de eclosão o ideal é que sejam colocados ovos somente a cada 21 dias, que é o período de formação total do pintinho, e dessa forma, todos os ovos serão da mesma idade, ficando fácil o controle e não ocorrendo perdas. Caso sua chocadeira tenha mais de uma bandeja de incubação basta dividir 21 dias pelo número de bandejas para você saber exatamente o intervalo de tempo que pode colocar os ovos para incubar e, assim, não tem problema colocar os ovos se a sua chocadeira já tiver em pleno funcionamento.

CONSULTORA: WANESSA NEVES DE FARIA, Zootecnista

e coordenadora da área de Pequenos Animais do Senar

Goiás.

O quintal da minha casa está cheio de car-rapato. Como posso resolver o problema?Luiz Fernando dos Santos

A infestação de carrapato causa anemia e doenças como a erlichia sp. Ela fica intensa no início das chuvas e causa um transtorno grande nos cães como coceira e infestação secundária de fungos e sarnas. O proprie-tário deverá combater estes parasitas tanto no cão como no ambiente. Existem vários produtos químicos para tratar os animais (Amitraz, Cipermetrina, Fipronil). Estes produtos podem ser utilizados também no ambiente, pulverizando cantos de muros e locais de infestação visto a olho nu. Tam-bém pode ser utilizado a chamada vassoura de fogo por meio de um lança chama. Esta técnica queima as larvas dos carrapatos que estão espalhadas pelos muros e cantos de muros. É importante fazer consulta ao mé-dico veterinário para mais orientações.

CONSULTOR: MARCELO PENhA SILVA, veteriná-

rio e coordenador técnico do Senar Goiás.

Shutt

er

Envie sua pergunta para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

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DELÍCIAS DO CAMPO

Ingredientes:1 copo de fubá de canjica1 copo de farinha de trigo1 copo de polvilho1 copo de óleo de soja1 copo de água1 copo de leiteSal e cheiro verde a gostoOvos até dar o ponto

Modo de preparo:No recipiente que vai preparar a massa, coloque o polvilho e reserveMisture a farinha de trigo e o fubá de canjica, reserveEm uma panela coloque o óleo, a água e o leite, o sal e o cheiro verde e leve ao fogo. Quando levantar fervura acrescente a farinha de trigo e o fubá de canjica, misture bem até formar um “angu” deixe cozinhar até soltar do fundo da panelaDespeje esse angu no polvilho e misture bem, deixe ficar morno.Quando a mistura estiver morna (não pode ser quente, pois cozinhará os ovos) vai acrescentando os ovos um a um até obter uma massa mole, mas que seja possível enrolar. (Deve amassar bem para retirar o cheiro dos ovos).Modele as broas e leve para assar em forno moderado.

OBS: O copo usado é o americano (200 ml).

Andr

éia

Peix

oto

Receita elaborada por Andréia Peixoto, técnica em cozinha rural do Senar Goiás.

Broa Mineira temperada

Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

Rende aproximadamente8 porções

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CASO DE SUCESSO

O produtor Kremison Alcântara decidiu investir na atividade leiteira e conseguiu aumentar a produtividade em 253%

Leydiane Alves | [email protected]

De pai para filho

O produtor de leite de Itaberaí, Kremison Alcântara, participa do Balde Cheio e mudou a história da propriedade

Jana

Tom

azel

li

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Interessado em dar continuidade na atividade do pai, o produtor rural de Itaberaí, Kremison Sebastião Alcân-

tara, de 29 anos, é exemplo de sucesso na sucessão familiar. Há pouco mais de um ano ele recebeu a visita técni-ca do Balde Cheio e hoje comemora o sucesso do Programa. Kremison, que é conhecido no município como Toledo, lembra que na época a pecuária leitei-ra na região estava muito defasada e a produção com um nível muito baixo. “Quando conheci um pouco mais do Programa me interessei.”

Lançado em agosto de 2010 no se-minário “Goiás Mais Leite”, do Sistema Faeg/Senar, este programa usa tecnolo-gia do Projeto Balde Cheio desenvolvido na Embrapa Pecuária Sudeste. O prin-cipal objetivo do Projeto Balde Cheio é promover o desenvolvimento da pecu-ária leiteira, utilizando como principal ferramenta a transferência de tecnologia para técnicos de campo dos serviços de extensão rural locais, de entidades públicas e privadas, que servirão como multiplicadores desse conhecimento.

Toledo ressalta que outra medida do Balde Cheio é trabalhar grande quan-tidade de leite em um menor espaço. “Foi justamente isso que chamou minha atenção e, por isso, nós escolhemos par-ticipar do Programa.”

Sucessão FamiliarA atividade foi passada de pai para

filho. Ele conta que nasceu e foi criado na propriedade rural. Aos 21 anos Kre-mison decidiu ir para a cidade e traba-lhar no ramo da agropecuária. Segundo ele, foram seis anos longe da proprie-dade. Mas a vontade do pai em deixar a atividade leiteira fez com que Toledo repensasse sua vida. “Eu sempre fala-va para ele que era possível o rebanho produzir mais. Fiquei um ano insistindo com essa ideia. Foi quando decidi voltar para a propriedade a ajudá-lo com a pro-dução.”

RecuperaçãoKremison lembra que na época a pro-

dução estava muito abaixo do esperado. “Sete meses depois da minha volta, nós recebemos a visita do Senar Goiás, com a sugestão do Balde Cheio.” Ele conta que a possibilidade de aumentar os litros de leite o deixou muito animado.

Mas um problema de família fez com que Toledo seguisse sozinho com o Pro-jeto. “Meus pais acabaram se separan-do e se mudaram para a cidade. Mesmo sozinho eu decidi levar a atividade em frente.” A atitude de Kremison foi de-cisiva para o aumento significativo da produção. Com quase um ano fazendo parte do Balde Cheio, a produção au-mentou 253%. “Nós produzíamos uma média de 130 litros diários. Esse número passou para 240 litros e hoje já chega a 330 litros por dia.”

Referência Kremison comemora o sucesso do

Programa. “Com o meu rebanho, con-sigo tirar cerca de R$ 8 mil bruto por mês.” Ele garante que não deseja parar por aí. “Minha meta é conseguir chegar a 500 litros de leite por mês até o pró-ximo ano.” E para conseguir mais essa conquista, o produtor já faz planos de se inscrever em cursos do Senar Goiás. “Em 2013, pretendo participar do treina-mento de inseminação artificial. Tenho certeza que dessa maneira irei aumentar ainda mais a produção.”

A propriedade de Toledo se tornou referência para outras pessoas. Por se tratar de uma unidade demonstrativa do Balde Cheio, recebe regularmente visitas de produtores de outros muni-cípios, que se interessaram pelo Progra-ma e desejam conhecer de perto uma iniciativa bem sucedida. “Desde o início do Projeto, nós já recebemos mais de 250 pessoas.” Kremison explica que os visitantes vão até a propriedade para conhecer o Balde Cheio e levar a ini-ciativa para as suas propriedades. “O interessante do Programa é justamente isso, as pessoas conhecem in loco o va-quejo, os piquetes, adubação. Elas po-dem se espelhar no Projeto e aumentar a produtividade leiteira.”

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CURSOS E TREINAMENTOS

senar lança Programa de equoterapia em Piracanjuba

eM OUtUBrO, O senAr PrOMOVeU

264 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 74 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

3.771PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

34 91 5 4 9 90 31 36 10 1 7 1 19

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

Saúde e

Alimentação

Prevenção

de acidentes

Educação

para

consumo

Artesanato

Shutt

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Leydiane Alves

[email protected]

O Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural, Senar Goiás, e o Sindicato Rural de Pira-

canjuba, em parceria com a Prefeitura Municipal, Coapil, Sicoob e Ministé-rio Público, lançaram, no dia 27 de setembro o Centro de Equoterapia de Piracanjuba. Os primeiros parti-cipantes do Programa são os alunos da Associação de Paes e Amigos de Exepcionais (Apae), mas o serviço é voltado para toda a população. O Centro de Equoterapia de Piracanjuba funciona das 7h às 12h, no Parque de Exposições da cidade. Os interessa-dos em participar devem procurar o Sindicato Rural

Representando o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, o superintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins, fez a abertura oficial do lançamento do Programa. O superintendente ressaltou que o obje-tivo da equoterapia é melhorar as con-dições físicas e psicológicas daqueles que são atendidos pelo Programa. O presidente do Sindicato Rural de Pi-racanjuba, Eduardo de Souza Iwasse, destacou que a criação do Centro de Equoterapia é extremamente impor-tante para Piracanjuba. “A população aguardava a criação desse Centro.

Prova disso é a presença dos alunos da Apae hoje. Poder levar esse serviço gratuitamente à população nos deixa muito honrados.”

Arthur Gonçalves, fisioterapeuta do Programa, conta que a equote-rapia tem um resultado mais rápido do que a fisioterapia convencional. “Principalmente em praticantes que têm alguma dificuldade motora.” Ele explica que a reabilitação é feita atra-vés de exercícios com o cavalo. “O movimento de andar do animal passa todos os estímulos para a coluna do paciente, que sente como se estivesse caminhando.”

A Equoterapia é desenvolvida ao ar livre, onde o indivíduo está intei-ramente ligado e integrado à nature-za, posicionando assim a execução de exercícios psicomotores, de recu-peração e integração, completando as terapias tradicionais em clínicas e consultórios. Esta atividade exige a participação do corpo inteiro, con-tribuindo para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilida-de, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio; o que justifica o emprego do cavalo como agente promotor.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br

eM OUtUBrO, O senAr PrOMOVeU

264 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 74 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

3.771PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

34 91 5 4 9 90 31 36 10 1 7 1 19

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

Saúde e

Alimentação

Prevenção

de acidentes

Educação

para

consumo

Artesanato

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CAMPO ABERTO

No Brasil, a educação do campo sempre andou na contramão. Explico: quan-

do uma criança nasce no campo e convive com a família 24 horas por dia, seja dentro de casa ou na lida da terra, sua educação vai sendo moldada para a vida no campo. Mais tarde, quando se encontra na idade escolar e precisa aprender a ler, escrever e fazer contas, a ruptura para ela é duas vezes mais traumática, se compararmos com o que acontece com uma criança que mora na cidade.

Professores, pais, escola, fa-mília e, principalmente, a criança, todos sofrem com essa ruptura. As pessoas que estão com ela diuturnamente saem de cena para entrada de figuras diferentes, estranhas ao seu convívio. Nosso país, por suas características agropecuárias e riquezas naturais, teve no momento de sua coloni-zação uma ocupação essencial-mente rural.

O processo de urbanização que o Brasil conheceu nas primei-ras décadas do século passado causou, de certa forma, um mo-vimento equivocado na educação do campo, transferindo para as escolas urbanas as crianças e os jovens em idade escolar, provo-cando o abandono de centenas de suas escolas rurais. Equívoco que se perpetua até hoje, pois nos últimos cinco anos foram fecha-das 13.691 mil escolas no campo, segundo dados do Censo escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) 2011.

Esse acúmulo da população nos centros urbanos vem cau-sando problemas sociais de toda ordem, como presenciamos no nosso dia-a-dia: violência, trânsito

caótico, falta de escolas em deter-minadas áreas, falta de emprego, escassez de alimentos, consumo de drogas, entre outros. Por todos esses motivos o certo seria que o Brasil tivesse investido muito mais na educação do campo, melho-rando suas escolas, pagando de forma diferenciada os professores que se interessassem em trabalhar nessas unidades escolares e man-tendo no campo suas crianças, seus jovens, suas famílias.

Mas parece que enfim o Brasil volta um olhar diferenciado para a educação do campo. O Programa de Apoio Técnico e Financeiro aos estados, municípios e Distrito Federal para implementação da política da educação do campo, conforme o Decreto nº 9.352 de 2010 institui o Pronacampo, um programa de ações voltadas para o fortalecimento e a melhoria da rede do ensino para os povos do campo. O Pronacampo prevê ações em quatro eixos: gestão e práticas pedagógicas, formação de professores, educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica e infraestrutura física e tecnológica. Dentro dessas ações encontra-se o Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), destinado aos jovens da comunidade campesina.

O Pronatec do Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), iniciou suas atividades no mês de setembro, atendendo, de imediato, 105 turmas com 15 alunos cada uma. Direcionado aos jovens matriculados no ensino médio da rede pública de ensino, o Pronatec do Senar, Goiás, irá atender 5.205 alunos, em 347 tur-mas espalhadas em mais de 180 municípios goianos, a maior oferta de vagas para a educação do

campo no Brasil. Trata-se de uma verdadeira revolução educacional no campo.

Sem deixar de lado o estudo formal na escola regular, o Pro-natec veio para oferecer qualifi-cação profissional para os jovens oriundos do meio rural e também para aqueles que estão na cidade e vislumbram oportunidades de emprego e ganho real na agricul-tura e pecuária. São objetivos do programa: expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos para alunos e trabalhadores, ampliar as oportunidades edu-cacionais dos trabalhadores por meio do incremento da formação profissional, manter os jovens no campo, dando continuidade ao trabalho dos pais e contribuir para melhoria da qualidade do ensino médio.

O grande e equivocado ob-jetivo desse nível de ensino tem sido preparar os jovens para o ingresso no ensino superior, por meio do vestibular, resultado que é alcançado por uma parte bem pequena dos jovens. E os que não conseguem ou não querem uma vaga na faculdade? Esses ficam à margem do ensino e vão aumen-tando os números da evasão e do abandono escolar. Patinando, há anos, no Índice de Desenvolvi-mento do Ensino Básico (IDEB), o ensino médio vem dando claras evidências de que é preciso sim repensar e revolucionar a edu-cação que se oferece aos jovens brasileiros. Quem sabe o Pronatec não tenha chegado em boa hora? Quem sabe enfim não estamos colocando a educação do e no campo no rumo certo? É esperar pra ver e o Senar Goiás, com o lema do ensinar fazer fazendo, está se preparando para isso.

Educação no rumo certo

Maria luiza Batista

Bretas é coordenadora

de ações e projetos do

Senar Goiás, doutora

em Letras pela UFG e

Escola de Altos Estu-

dos em Ciências Sociais

de Paris, França.

Jana

Tom

azel

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A opção por utilizar recursos renováveis é um compromisso da Tetra Pak com o meio ambiente e com as futuras gerações. Atualmente, todo o papel utilizado na fabricação das embalagens cartonadas no Brasil é certificado pelo FSC®, uma organização não governamental independente sem fins lucrativos, que promove o manejo responsável de florestas por todo o mundo.Além disso, a reciclagem das embalagens gera oportunidades de emprego para diversas pessoas, um benefício para a sociedade e para o meio ambiente. Esse é o círculo da proteção.

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