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Page 1: 19ª Edição do Pirituba Acontece

Esta publicação é o resultado doprojeto Click, um olhar curioso sobre

o mundo, que promove oficinas dejornalismo comunitário em Pirituba

MARÇO 2013 | 19ª EDIÇÃO | www.clickumolhar.com

Parceiros

Realização

Clubes do bairro promovem Pirituba por meio do esporte

TRANSPORTEPÚBLICOAos domingos, interrup- ção de trens da CPTM entre as estações Barra Funda e Perus causa transtorno para passage-iros, que são obrigados a utilizar ônibus especiaispág 06Para quem quer praticar esportes, rugby e futebol são duas alternativas na região | Foto: Arquivo do Pirituba Rugby Clube

SKATE

PIRITUBANDO

Meninas do

Conheça Pâmela Felix de Sousa eDébora Biembengut, garotas da região que são a prova de que o skatismo não é um esporte só masculino pág 03

ESPECIAL CONCURSO

ALEGRIAENCANTAMENTO

&

Confira a foto vencedora de nossa competição | pág 11

Desafios e oportunidades no mercado de trabalho para os jovens, empreendedores e pes-soas que transformam o feriado da Páscoa em uma chance de lucrar um pouco mais.| pág 08

pág 05

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PÁG 2 | Março 2013 | 19ª Edição PIRITUBA ACONTECE | Fala, Click!

Fala, Click!

CLICKERS: Adriane Toscano, André Muzetti, Beatriz Xavier, Caique Resende Peruch, Cris Bibiano, Dayane Santuci, Edson Caldas, Evelyn Kazan, Igor dos Santos, Ingrid Alves, João Gasparotto, Julia Reis, Julio Augusto, Karine Ferreira, Marina Budóia, Marina Nagamini, Olga Baga-tini, Roberta Caroline, Samuel Parmegiani, Thalita Xavier, Vanessa Cos-cia, Victhor Fabiano e Yago Rudá. DIAGRAMAÇÃO: Edson Caldas, Evelyn Kazan, Julia Reis e Samuel Parmegiani. EDIÇÃO: Edson Caldas e Evelyn Kazan. TIRAGEM: 1.000 exemplares. Distribuição gratuita.

Olá, leitores!Março chegou e com ele o Dia da Mulher, e como o PA não poderia deixar passar em branco, a equipe fez uma crônica linda sobre a data.

Também não podemos esquecer o quão delicioso é esse mês: que nos traz a Páscoa! Em nosso Especial, você confere empregos nessa época do ano, e confere como está o mercado de trabalho para jovens no bairro.

Para quem gosta de esporte, as matérias sobre me-ninas que curtem skate (ao lado) e os clubes de Pirituba (pág. 5) são imperdíveis.

Muitos não sabem, mas dia 31 de março é o Dia da Nutrição. Por conta disso, a Equipe Click preparou uma matéria sobre distúrbios alimentares, vale a pena confe-rir no Diagnóstico.

E, como prometido, nessa edição revelamos o ga-nhador do concurso de fotos. A imagem vencedora você vê na página 11!

Ouvindo Vozes | A sua opiniãoaqui

Cena do filme Garota Infernal (2009)

O que você acha de nosso jornal? Queremos ouvir sua opinião! Mande dicas, críticas e elogios para [email protected].

facebook.com/piritubaacontece twitter.com/clickumolhar

Moderno, dinâmico e inovador. o jornal Pirituba Acontece é um exem-plo de uma nova tendência jornalísti-ca em um mundo em que tudo muda em apenas um segundo, retratando e expondo as notícias de forma clara e objetiva, sem perder a força do olhar de jovens do bairro.

Fernando Orru,

Os integrantes do projeto Click agradecem os comentários! Vamos continuar nos esforçando para fazer um PA cada vez melhor!

Equipe Click

Por trás das câmerasEnquanto o grupo do projeto Click fazia o jornal deste mês, não deixou de se divertir entre uma matéria e outra.

1) Reunião na casa da Karine. 2) Evelyn e Edson cobrem o Carnaval de bloco de São Paulo. 3) Marina se arrisca no skate e André regis-tra o momento. 4) Integrantes comemoram aniversário em jantar.

1

4

3

professor

COPIE E DISTRIBUA, MAS DÊ CRÉDITOS AO PIRITUBA ACONTECE.

2

Tatiana Fonseca

Ficou muito bom! Cada vez melhor!!! Parabéns a toda jovem equipe!!!

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19ª Edição | Março 2013 | PÁG 3PIRITUBA ACONTECE | Fala, Click!

Piritubando | Piritubando | PIRITUBA ACONTECE

Fique por dentroda região

Garotas mostram que também dominam skate

Adriane Toscano e Marina Nagamini

Andar de skate é uma atividade física saúdavel, além de ser um esporte divertido. Quem contou isso ao Pirituba Acontece fo-ram meninas. Sim, as meninas também andam de skate!

Segundo Débora Biembengut (17), “não há tanta diferença em relação às manobras feitas por meninas e meninos, a única diferença é que nós somos um pouco mais delicadas quando executamos algo”.

Praticando o esporte a aproximadamente um ano, Débora se considera iniciante e faz suas manobras num skate conhe-cido como street: “a diferença é no formato do skate, pois é menor, já está no nome: rua. Andar de skate street, é usar obs-táculos da própria cidade, como corrimões, escadas, rampas, e executar manobras. Já o longboard, é mais para ladeiras, com manobras diferenciadas”.

Débora, moradora de Pirituba, considera que “o bairro não tem muitos lugares legais, até tem algumas pistas, mas a maio-

COMEMORE OS 128 ANOS DE PIRITUBA

ria está em péssimo estado, nunca foram reformadas ou foram mal feitas, ou até mesmo interditadas”.

Por sua vez, a moradora do Jaraguá Pâmela Felix de Sousa (23), afirma conhecer bons lugares para andar de skate, no en-tanto, com o longboard, popularmente conhecido como long. O único lugar usado para a prática, que não era perigoso no bairro, hoje recebe um grande movimento de carros e, portanto, ficou perigoso para a realização de qualquer esporte.

Os dois tipos de skate têm algumas modalidades. Por exemplo, no street, é possível realizar o Freestyle – modalidade em que o skatista apresenta várias manobras giratórias em se-quência, geralmente no chão, realizadas sem obstáculos. Já no longboard, é possível realizar o Longboard Freeride, que é uma mistura de diversas modalidades, e Longboard Slalom que con-siste em descer uma ladeira fazendo zigue-zague, desviando de alguns cones.

“A única diferença é quenós somos um pouco

mais delicadas quandoexecutamos algo”

Manobras, obstáculos e drop: estas palavras também fazem parte do vocabulário feminimo | Fotos: Julia Reis

Com objetivo de divulgar talentos através de apresentações culturais e estimular os moradores a participarem de ativi-dades no bairro, está sendo organizada para o próximo dia 17 de março uma comemoração aos 128 anos de Pirituba, completados em fevereiro. A festa, que deve receber aproxi-madamente 5 mil pessoas, está prevista para começar às 11h.

O evento acontece no Espaço 951, próximo ao Carrefour da Av. Muntiga, e trará performances musicais de artistas da região, programadas pela Supervisão de Cultura da Subpre-feitura, além de atividades para crianças.

Os organizadores planejam ainda levar profissionais de saúde e assessoria jurídica para atender à população no dia.

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Próxima parada: CONHECIMENTO

Samuel Parmegiani

O Ônibus-biblioteca é um projeto da Prefeitura de São Paulo que funciona como uma extensão do Sistema Mu-nicipal de Bibliotecas. Seu objetivo é fomentar a leitura em regiões periféricas da cidade. Foi iniciado por Mário de Andrade, primeiro diretor do Departamento de Cul-tura de São Paulo, há mais de 70 anos.

Desde o ano passado, o serviço conta com 12 Ôni-bus-Biblioteca para 72 pontos da cidade, incluindo um local em Pirituba. O veículo que atende o bairro possui mais de 50 mil exemplares. “Esse bairro é diferente de todos que nós ficamos. Aqui nós recebemos muita doa-ção”, diz a coordenadora da biblioteca que circula pela Zona Norte. Ela explica que Pirituba é uma exceção. “A maioria do público já tem um conhecimento. Já vai em bibliotecas ou em bosques [de leitura].” Além disso, conta que os pais emprestam livros para levar aos filhos, diferente de outros bairros, onde muitos não incentivam

Iniciativa da Prefeitura de São Paulo leva universo literário às regiões mais afastadas da cidade; ônibus atende aos domingos no bairro | Foto: Samuel Parmegiani

a leitura. A partir deste mês, a unidade recomeça a apre-sentação de peças de teatro realizadas com a ajuda da Secretaria de Cultura que, segundo a coordenadora, já alcançaram um público de 100 pessoas.

“É uma iniciativa muito boa porque dá acesso à lei-tura, principalmente para as crianças”, opina Daniela Sgai, que visita o Ônibus-Biblioteca em Pirituba, com sua filha Letícia (3), há quase dois anos. “Ela se empol-ga com o ambiente. Se sente importante, porque vem, escolhe”, diz a mãe.

No bairro, o Ônibus estaciona de domingo das 10h às 16h, na Rua Antonio Fernandes Pinheiro, em frente à primeira entrada do Parque Pirituba, paralela à Rua Comendador Feiz Zarzur, no Jardim Cidade Pirituba.

Para utilizar os serviços, é preciso apenas se matri-cular nos Ônibus-Biblioteca, levando RG ou outro do-cumento pessoal e comprovante de residência atual.

No dia 27 de março, é comemorado o Dia do Teatro. No entanto, como co-memorar tal data? O Pirituba Acon-tece visitou o Teatro Silva para saber o que esta data representa para eles.

Fundado em agosto de 2008, o grupo reúne moradores da periferia, o próprio nome “Silva”, demons-tra que qualquer pessoa pode ser um ator. “A gente quer corromper a

ideia de que o teatro é para poucos, que a arte é para quem tem talento”, diz Baal Demarÿ, diretor do projeto.

“O Teatro Silva é um grupo que reúne jovens e nos ajuda a nos soltar-mos mais e mostrar um lado que a so-ciedade talvez não conheça. Mostrar que podemos ser nós mesmos, em qualquer lugar”, afirma Yasmin (14).

Para Baal, muitos dos manifestos

que ocorrem no Dia do Teatro são pouco efetivos, pois acontecem há muito tempo e não muda nada. Ele ainda afirma que poderiam ocorrer outros protestos mais criativos. Já no Marchetti, escola onde o projeto é aplicado, os integrantes organizam um sarau na segunda segunda-feira de todo mês, pois, nada melhor do que exaltar a arte com a própria arte.

Igor dos Santos e Júlio AugustoDia do Teatro: grupo de artes dramáticas fala sobre a importância da data

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19ª Edição | Março 2013 | PÁG 5PIRITUBA ACONTECE | Piritubando Piritubando | PIRITUBA ACONTECE

O bairro de Pirituba oferece muitas opções de esporte e lazer para seus moradores. Espalhados por diversos cantos da região, times dos mais variados tipos marcam presença no cotidiano do bairro. Um exemplo é o Piritu-ba Rugby Clube, que “surgiu da ideia de Rafael Slav de montar um time na região. Começou com alguns ami-gos dele que treinavam atrás do clube de Nassau num terreno baldio, depois ele se juntou ao ‘Kid’ (Filipe Ra-mos) que treinava seus alunos no clube escola”, conta o jogador Gustavo Cofre. No fim de 2009, os jogadores foram impedidos de treinar no Clube Escola e, desde então, por não terem mais o local para treinar, o time quase não teve nenhuma atividade. Só no fim de 2010, conseguiram treinar no Parque Leopoldina Vilas Boas. “Começamos de novo o sonho de montar um time de rugby.” Desde então, o maior problema enfrentado pelo clube é a falta de um local fixo e adequado para o treino.

O rugby, ainda não muito popular no Brasil, tende a crescer por, hoje, ser um esporte olímpico. Muitos con-fundem o rugby com o futebol americano, por causa da bola oval. Segundo Gustavo, “existem muitas diferenças, a começar pelo equipamento do rugby; usamos chuteira e protetor bucal. No futebol americano, usa-se uma ar-madura de plástico e capacete, e existe um jogador espe-cífico para lançar a bola para frente, diferente do rugby, em que não são permitidos passes com a mão para fren-te. A semelhança fica no objetivo dos esportes, pois te-mos que ganhar terreno adversário para marcar pontos”.

Gustavo afirma que o esporte ainda é pouco divulga-do na região, mas acredita que se o time conseguir um bom desempenho no Campeonato da Federação Paulis-

ta de Rugby deste ano, podem assumir maior destaque e trazer mais interesse da região pelo esporte.

Aos interessados em fazer parte do time, é só com-parecer aos treinos: todas as terças e quintas-feiras, das 20h às 22h, na Praça Marechal Carlos Machado Bitten-court, e aos domingos, das 8h às 10h, no campo de so-ciety do Parque Orlando Villas Boas.

Um outro time que se destaca em Pirituba é o “Kinta Bão”. Formado por jogadores de faixa etária entre 40 e 67 anos, a ideia surgiu de uma simples conversa entre amigos, em que foi decidido o surgimento de um time de futebol de “quarentões”. O nome Kinta Bão não fugiu do padrão de criação: também foi uma ideia entre amigos. Como o time se reune todas as quintas-feiras para jogar, veio o nome “kinta”, e o “bão” surgiu pelo simples fato de que se reunir com os amigos e jogar bola é uma coisa boa, “é bão”. No começo, o time passou sufoco para pagar o aluguel da quadra e pensar nos uniformes, mas com o tempo, tudo foi se ajeitando e a equipe contou até mesmo com um designer, que confeccionou o distintivo do Kinta Bão. Leandro, que faz parte da equipe, afirma que estar no time “é uma terapia. É deixar o estresse do trabalho e os problemas em casa. Jogar bola e fa-zer parte dessa comunidade com a galera é muito bom”.

Este time inusitado de futebol é somente uma das diversas equipes do Clube Esportivo São Bento. Inau-gurado em 20 de abril de 1947, o clube completará 66 anos e conta com jogadores de várias idades. A partir dos 7 anos, os garotos que tiverem interesse em jogar futebol pelo time do São Bento, podem comparecer aos sábados de manhã no clube e conversar com a diretoria.

Esportes em Pirituba: você pratica?

Kinta Bão, time de futebol que reúne “quarentões”, é uma ótima opção para quem quer relaxar, esquecer do trabalho e praticar um esporte | Foto: Divulgação

André Muzetti, Thalita Xavier e Vanessa Coscia

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PÁG 6 | Março 2013 | 19ª Edição PIRITUBA ACONTECE | Piritubando

Lição de Casa | Você faza sua ?

Distribuição ou educação?Diário Da EDucação | por Victhor Fabiano

Revoluções educacionais foram realizadas em países como Japão e Cuba, nações citadas como modelo de êxito educacional; revoluções edu-cacionais precisam ser feitas no Brasil, para qual fim? Para o fim do desenvolvimento so-cial. E será sempre nesta tecla que entraremos em debate. Mas, desenvolvimento social será pelas bordas da distribui-ção de renda ou educação?

Em 19 de fevereiro, Dil-ma Rousseff anunciou a ex-pansão do Bolsa Família, programa social gerido pelo governo Lula e creditado até

hoje, especial para distribuir renda a famílias em condi-ções sociais precárias; com o novo anúncio, espera-se que mais 2,5 milhões de benefi-ciados sejam contemplados. A medida foi e é um avanço social para uma nação em que há muita renda, e muita cen-tralização desta; a conquis-ta da mobilidade social tem como principal responsável o tal programa, em totalidade caracterizada pelo fim da po-breza. Entretanto, vida longa ao programa ou vida longa à transformação vista pelas ações? Vida longa à trans-

formação vista pelas ações.A mesma ação social que

salvou milhões de brasileiros da pobreza deve ser recapitu-lada de forma que haja a mu-dança de cenário futuro aos cidadãos: não é desenvolvi-mento humano que o filho do beneficiado hoje seja o benefi-ciado de amanhã. É desenvol-vimento humano que o filho do beneficiado amanhã seja o pai que proporciona ao seu próximo, ainda à miséria, a façanha de emergir-se do con-traste social. E ao filho de hoje uma verdadeira educação, que o transformará num adulto

com futuro vistoso, não servo dos deveres e mandos do sis-tema econômico e de capital, mas agente de transformação unitária, socioeconômica, cul-tural e intelectual.

É neste passo que aplau-dimos as “bolsas” do gover-no federal, pois possuímos a esperança de que sejam estas o pontapé do incluir ao conhe-cimento, pois este sim virá à tona de forma progressiva.

* Victhor Ruas Fabiano é estudantedo ensino médio e publicou, aos 15 anos, a obra “O Lavrador e o Plebeu”

Trens da CPTM não funcionam aos domingos

A instrumentadora cirúrgica Valdi-neia Vitorino, que mora em Franco da Rocha, sempre utiliza os trens da CPTM aos fins de semana, já que cumpre plantões no hospital em que trabalha, na região de Pirituba. No dia 23 de fevereiro, um domingo, a profissional de saúde recebeu um telefonema a informando que havia uma cesariana da qual ela deveria

participar. Valdineia, que estava na Barra Funda, pegou um ônibus até o local. No caminho de volta para casa, deparou-se com as portas da estação Pirituba, mais uma vez, fechadas.

Desde o ano passado, devido a obras de modernização, os trens da Linha 7 - Rubi não circulam entre Luz e Perus aos domingos. Para rea-lizar o trajeto, o usuário deve reti-

Estação Pirituba, Linha 7-Rúbi, permanece de portas fechadas aos domingos | Foto: Evelyn Kazan

Edson Caldas e Evelyn Kazan

rar uma senha e usar os ônibus da operação PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), que ligam Barra Fun-da, Pirituba e Perus. As demais es-tações não contam com o serviço.

“A dificuldade é a espera, des-locar-se novamente, isso incomo-da”, afirma Valdineia, que tem a duração de seu trajeto aumentada em aproximadamente 15 minutos.

Segundo o profissional de mar-keting Carlos Henrique da Silva, que utiliza a linha todos os dias, a medida é um mal necessário. “Temos que encarar a seguinte si-tuação: as linhas estão sendo mo-dernizadas e imprevistos acabam acontecendo”, disse. “É preciso que haja compreensão por par-te da população, para podermos, lá na frente, ter um resultado.”

Procurada, a assessoria de im-prensa da CPTM não forneceu data de previsão para que as obras acabem.

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19ª Edição | Março 2013 | PÁG 7Diagnóstico | PIRITUBA ACONTECE

Diagnóstico | Saúde eBem-estar

Distúrbios alimentaresOlga Bagatini e Roberta Caroline

Dia 31 de março é comemorado o Dia da Saúde e Nutrição Nacional. Por conta dis-so o Pirituba Acontece resolveu falar so-bre um assunto delicado para muita gente: os Distúrbios Alimentares.

A nutricionista Adriana Mônica Pinto de Olivei-ra (37), afirma que esses distúrbios acontecem, ge-ralmente, devido a problemas psicológicos, não nu-tricionais. “Esse distúrbio pode ser comportamental, surgir de uma desilusão amorosa, de situações onde o indivíduo sofre alguma decepção, se os outros pas-sam a chama-lo por algum apelido ou simplesmen-te porque a pessoa quer ter um corpo que não é fi-siológico dela, tenta se encaixar em um padrão de beleza que não pertence à composição corporal dela.”

Os dois distúrbios mais conhecidos são a bulimia e a anorexia. Esta última se dá quando a pessoa acaba desenvolvendo repulsa aos alimentos. “Tudo começou quando eu tinha 12 anos. Eu simplesmente tinha vontade de ficar magra, não me sentia satisfeita com a imagem que eu tinha de mim, não tinha noção de que era comum ser um pouco mais cheinha naquela idade”, conta a jo-vem Marielli Sanz (20), que enfrentou a doença. “No começo eu diminuí o que eu comia, depois de um tempo passava longos períodos sem comer, até dias inteiros. As garotas que passam por DAs fazem dois processos que chamamos de No Food e Low Food. O No Food é passar algum tempo - normalmente um dia, no começo - sem comer nada. Low Food é comer minimamente, uma

Eu simplesmente tinha vontade de ficar magra, não me sentia satiseita com a imgem que tinha de mim

bolacha água e sal por dia ou tentar passar o máximo de tempo mascando chiclete para não sentir fome. No fi-nal das contas a comida perdeu total-mente a graça e eu via ali uma ameaça para mim”, explica. Já a bulimia ocor-re quando a pessoa ingere uma grande quantidade de comida e, por conta do distúrbio, acaba eliminando tudo aquilo que ingeriu através do vômito forçado e em alguns casos com o auxílio de laxantes. “O primeiro prazer que o ser humano experimenta e é satisfatório é a comida. Quando você nasce, a primeira sensação de dor que você conhece é a fome e o conforto que recebemos é o alimento. Aquilo gera um prazer ime-

diato. O que acontece com as pessoas que sofrem distúr-bios é isso: ela sente alguma dor, seja ela emocional ou física, uma coisa que a incomoda. Então, a única fonte de prazer imediato que ela conhece é a comida. Quando está incomodada ou chateada, ela vai e come em gran-des quantidades, mas depois aquilo acaba provocando o reverso da situação”, esclarece a doutora Adriana.

A nutricionista explica que as consequências aca-bam surgindo depois de algum tempo, mas quanto antes o médico for procurado, melhor. No caso da bulimia, o esmalte do dente acaba sendo exposto por conta da corrosão feita pelo ácido clorídrico, e dependendo da duração do intervalo entre a ingestão do alimento e sua eliminação do organismo, o corpo não consegue absor-ver nenhuma das proteínas do alimento e com o pas-sar do tempo a pessoa fica completamente debilitada.

“Até o paciente ter a noção de que está enfrentando um problema e contar para alguém, pedir ajuda, leva um tempo. Existem casos mais graves onde não há esse re-conhecimento e pode haver o óbito. Mas são casos isola-dos e mais comuns em quem tem anorexia”, explica ela.

Marielli lidou sozinha com o problema por seis me-ses até receber ajuda. “Meus pais acabaram percebendo minha mudança de comportamento e também percebe-ram que eu estava ficando cada vez mais magra, minhas roupas não serviam mais. Então eles decidiram me levar ao médico”, conta. O tratamento ideal, dependendo da gravidade do caso, é feito em conjunto: médico, psi-cólogo e nutricionista. “O paciente tem que querer se ajudar e ser ajudado para haver um resultado positivo. É essencial também que haja um vínculo, seja ele com o profissional, com a família ou os amigos. A socialização é importante”, enfatiza Adriana. “Eu ia para o hospital praticamente toda semana e cada grama a mais era uma conquista. A ajuda primordial foi a dos meus pais. Po-

rém, acho que eu mesma me ajudei e muito em relação a isso. Sabia que ti-nha sido eu mesma quem havia me co-locado naquela situação, mas também sabia que conseguiria sair dela vito-riosa. Foi difícil, complicado, parecia impossível, parecia um labirinto, mas

no final deu certo.” Marielli se diz completamente cura-da. “Hoje eu não passo muito tempo sem comer e sinto prazer nisso. Os alimentos não me parecem mais uma ameaça. O único problema é que eu não consigo mais comer em grandes quantidades, então preciso me mode-rar para não passar mal. Acredito que esse tenha sido um reflexo da doença que permaneceu no meu organismo.”

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PÁG 8 | Março 2013 | 19ª Edição

A geração de empregos no país obteve o pior resultado em quatro anos. Em janeiro foram abertas 29 mil vagas com car-teira assinada, número muito abaixo das quase 120 mil de janeiro do ano passado. O saldo esse ano é o menor desde 2009, ano da crise.

A equipe do Pirituba Acontece entrevistou alguns jo-vens para saber se há dificuldade na hora de conseguir um emprego. Existem diversos projetos que oferecem ca-pacitação e oportunidade profissional ao jovem, como o CIEE e o NUBE. Mas caba sendo desconfortável para alguns jovens, principalmente os homens que estão en-trando em fase militar, porque tem garantia de apenas um ano, o insuficiente para conseguir um emprego efetivo.

Matheus Ragonha, de 17 anos, afirma que essa situação “te deixa desconfortável, pois você acaba de sair da escola, provavelmente precisa do dinheiro para fazer uma faculdade, e não consegue algo realmente digno com a experiência que tem”. Savio Mendes, de 16 anos vê muita dificuldade em con-seguir emprego pelo fato de a maioria dos jovens estudarem e não terem como cumprir todos os horários que a empresa ne-cessita. Já na opção de jovem aprendiz, por ganhar somente a metade de um salário, Savio acredita que a empresa te faz tra-balhar mais “e normalmente, muito menos como aprendiz”.

Muitos jovens acreditam que a idade é um empecilho na hora de conseguir um emprego, como no caso de Edson Tognini, de 18 anos, principalmente pelo fato de não possuir carteira de reservista ainda. Matheus também afirma ser uma

dificuldade, pelo fato de ter 17 anos e estar na fase militar, podendo, assim, ser dispensado de uma empresa por não quererem bancar um funcionário que está no exército e não trabalhan-do. Já Savio acredita que só a idade não é um empecilho, “afinal, com 14 anos já se pode fazer sua carteira de trabalho”. Mas o que mais atrapalha é o horário escolar.

Segundo Savio, “a maioria dos jo-vens querem um emprego para suprir suas necessidades” e, nesse caso, não importa a área em que irão trabalhar, mas ele acha melhor trabalhar para experiência. “Afinal, em um futuro bem próximo você vai ter que pagar contas, pagar impostos, entre outras coisas, e se quiser suprir suas neces-sidades, vai precisar de suas expe-riências para conseguir um emprego melhor e, assim, um salário melhor”.

PIRITUBA ACONTECE | Especial

Especial: EMPREGO

Basta querer?

Ovos caseiros: rentáveis

A experiência profissional é a maior preocupação dos jovens, principalmente para conseguirem o primeiro empre-go. Matheus diz que essa experiência conta muito, “pois a maioria dos empregos dão mais atenção ao tempo de servi-ço do que cursos, ou outra coisa. Deveria ter mais chances dos jovens conseguirem algo competente para começar a ca-minhar com suas pernas e começar a madurecer e crescer, profissionalmente e psicologicamente”. Edson diz que “a experiência conta quando se quer um emprego específico” e Sávio defende a ideia de que, dependendo de seus objetivos, a experiência não é tão necessária. “Se você apenas quiser comprar umas coisinhas básicas que deseja, você arranja um emprego no barzinho da esquina, que o trabalho é simples e o salário é bom. Já uma pessoa que quer coisas maiores, pen-sando no futuro, vai ter que lutar bastante para trabalhar em uma empresa, para ganhar um salário ruim, mas irá ganhar muita experiência”.

Adriane Toscano, Dayane Santuci e Vanessa Coscia

A Páscoa é a data mais importante do ano para cente-nas de brasileiros que trabalham com chocolate. Em muitos casos, a venda nessa época supera todos os outros meses e alcança números bem altos. Segundo algumas pesquisas, ano passado o Brasil produziu quase 18 mil toneladas de produ-tos, com 80 milhões de ovos vendidos.

Conversamos com a vendedora autônoma Lúcia Oliveira (38) que faz chocolates para essa época há cinco anos. “As encomendas começam já no fim de fevereiro e daí em dian-te, elas só se tronam mais frequentes”, afirma ela, quando questionada sobre o movimento e as vendas. Com o aumento do movimento, a grande maioria das empresas contrata mais funcionários nesse período, o que gera mais empregos. E não é diferente na casa da Lúcia. “Em 2011 o movimento cresceu de uma maneira que eu não esperava, então, senti a necessi-dade de contratar duas pessoas, trabalhamos duro, até tarde para dar conta da demanda.”

Ela diz que ao longo dos anos deu para notar que a prefe-rência por chocolates caseiros aumentou. “Dá pra fazer mais o gosto do cliente e o boca-a-boca ajuda muito, além da freguesia de sempre, vem o pessoal que ouve falar e gosta.”

Lúcia conta que vale a pena o traba-lho, depois de algum tempo. “No primeiro ano, a gente só gasta. No segundo ano, já vem os lucros”.

A previsão da Associação Brasileira de Trabalho Temporário é que sejam preenchi-das 73,7 mil vagas temporárias até o final de março, a maioria na indústria e das quais 8% tem chance de efetivação.

Samuel Parmegiani e Roberta Caroline

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19ª Edição | Março 2013 | PÁG 9Especial | PIRITUBA ACONTECE

Pirituba é um bairro em pleno crescimento econômico. Novos investimentos atraem cada vez mais a atenção do resto da cidade, assim como fazem surgir novos microem-preendedores que apostam no potencial da região. Por isso, desde outubro de 2012, o bairro possui uma unidade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas (Sebrae), que já atendeu cerca de mil empreendedores.

Sendo uma entidade civil sem fins lucrativos, o Sebrae tem o objetivo de auxiliar os empresários e candidatos a empreendedores, como explica o gerente do Sebrae-SP na zona norte, Alessandro Leite de Lima. “Pirituba é uma re-gião bastante promissora e em franca expansão. Devido a sua localização estratégica – inserida entre importantes vias e rodovias de acesso da cidade de São Paulo – e a grandes projetos que estão sendo implantados na região, tem se tornado cada vez mais atrativa e promissora à abertura de novos negócios”.

Segundo Alessandro, os empreendedores de Pirituba são principalmente do setor de comércio e serviços. Ao contrário do que acontece no Brasil em geral, eles buscam fazer um plano de negócio, ou seja, planejamento, organi-zação e controles, como forma de atenderem a um merca-do cada vez mais exigente. Como dica para quem pretende iniciar um negócio, o gerente diz: “É fundamental buscar informações sobre o negócio e fazer uma avaliação do mo-mento e dos recursos necessários”. Além disso, é importante verificar a viabilidade do empreendimento, ainda no papel.

O Ponto de Atendimento em Pirituba oferece servi-ços de consultoria especializada, capacitação em gestão empresarial (palestras, cursos e oficinas), sendo que a maioria desses serviços é oferecida gratuitamente. Ele se localiza na Rua Luís José Montesanti, 214, próximo ao início da Av. Mutinga. A unidade está aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

Sebrae atende empreendedores em Pirituba

Samuel ParmegianiFoto: Divulgação

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PÁG 10 | Março 2013 | 19ª Edição PIRITUBA ACONTECE | Na minha opinião...

Na minha opinião... | Textos que passamlonge do imparcial

Mulheres machistasO dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Os protestos feministas se originaram em meados de 1917, com as manifestações das mulheres russas que brigavam por melhores condições de vida e trabalho, e tam-bém eram contra a entrada da Rússia czarista na Primeira guerra mundial.

“Eu posso, eu sou capaz!”, este conceito de liberdade feminista veio contra os conceitos machistas de época que rondavam os lares do “antigo” mundo. A data celebra a liberdade feminina e um “não” ao machismo opressor. Mas, hoje em dia, tal opressão foi destruída ou to-mou novas formas?

Se uma garota na flor da idade se sentir livre o suficiente para deter-minar o que é melhor para si e julgar ser capaz de fazer tudo, ela será cen-surada entre as amigas. Defende-se a ideia de que, uma garota, não pode

sair se divertindo à vontade, não pode “pegar” quem ela quiser ou julgar de seu interesse. Ela precisa se limitar a um conceito moralista, de que, uma mulher não pode ter muitos parceiros.

No feminismo, uma mulher não tem o porquê de se prender, afinal, ela é livre o suficiente para julgar o que é melhor para si, ela é completa-mente capaz de ter tudo – fisicamen-te e sentimentalmente – que sempre almejou. Ela pode escolher o que quer, se prefere passar sua vida ao lado de um rapaz, ou de uma mulher, ou morar sozinha. O feminismo de-fende a liberdade de escolha femini-na. Porém, aos que acreditam que as mulheres precisam se prender a um homem, se limitar a uma rotina, ir em uma festa e não “curtir” da for-ma que lhe convir, estes pensamen-tos são, além de arcaicos, machistas.

Se você bate no peito e diz que mulheres são livres, e ainda acredita que as mulheres não possuem esta

plena liberdade, parabéns, você não está só rebaixando todas as mulheres a um conceito antigo, mas também, está alimentando um pensamento machista. Agora, se você é uma mu-lher e se julga feminista e olha tor-to para aquela sua amiga que “pega todos na balada” e pré-julga outras garotas pelos seus gostos musicais, parabéns, você também é machista!

Com tudo, posso afirmar que: o dia internacional da mulher é uma vitória, foi uma causa que ganhou e merece ser lembrada! Mas, venceu aquela guerra, sobre aqueles con-ceitos. O mundo muda, as pessoas evoluem e as ideias se solidificam. Agora, me responda: o mundo per-deu os conceitos machistas ou estes assumiram novas formas?

JULIOAUGUSTO

Refletindo: falta de consciênciaQuando dizem que o brasileiro precisa tomar vergonha na cara, é mentira. O brasileiro precisa é de consciência. Talvez não só os ele, mas como nunca sai do Brasil, só posso falar do brasileiro.

Quando o erro do País ou de seu governo fica fa-cilmente visível aos olhos da sociedade, é muito fácil apontar e dizer ironicamente: “isso aqui é Brasil”, ou “tudo culpa do governo”. Não, o problema não é o go-verno. O problema é a falta de consciência.

Veja bem, não estou poupando o governo de suas devidas culpas. Estou apenas apontando outro culpado. É preciso nos conscientizar que fazemos parte de uma nação, e que tudo se encaminha corretamente quando todos trabalham juntos, já que quando há um erro, todos pagam por ele.

Vejamos a tragédia em Santa Maria, na qual morre-ram mais de 230 jovens. Há quem diga que se o gover-no tivesse fiscalizado a boate Kiss, a acidente não teria acontecido. O governo falhou, mas não falhou sozinho.

Os donos da casa noturna apresentaram um plano de prevenção contra incêndios, contudo, não havia nenhu-ma assinatura de um engenheiro. Esses foram os outros responsáveis, pois não tiveram consciência de que mui-tas vezes não é necessário mandar, ou fiscalizar para saber o que é errado, o que nesse caso é um crime.

Muitas pessoas estão revoltadas porque jovens ti-veram de perder a vida para que donos de danceterias fossem atrás de normas técnicas e regras de segurança nos estabelecimentos, e também em razão de o governo estar mais rigoroso nas fiscalizações. No entanto, nin-guém entende que finalmente eles estão tendo consciên-cia. Talvez, da maneira que lhe cabem. Errar todo mun-do erra, mas com consciência, podemos não errar mais.

Estes textos não expressam, necessariamente, a ideologia do veículo.São artigos opinativos escritos por clickers diferentes a cada mês.

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DAYANESANTUCI

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Page 11: 19ª Edição do Pirituba Acontece

19ª Edição | Março 2013 | PÁG 11Concurso Fotográfico | PIRITUBA ACONTECE

Concurso Fotográfico | Você emPirituba

No mês de fevereiro, o Pirituba Acontece promoveu sua primeira competição de fotografias. O tema? Alegria e encantamento no bairro!

2º lugar

3º lugar

1º LUGAR A autora da imagem vencedora do concurso Você em Pirituba, Bruna Ricardo (16), sempre gostou de fotografar. “Costumo fazer vários ensaios fotográficos”, disse a estudante. Desde de peque-na, a garota visitava o Parque Toronto, onde tirou a foto ganhado-ra. “É um lugar muito bonito e tranquilo, perfeito para passar as tardes.” A ponte na imagem é seu local preferido no parque.

Bruna Ricardo,16 anos

Letícia Demarÿ (18) fotografou a Vila Renato, com vista para o Pico

Amanda Cristina A. Evangelista (14), fez umaimagem na Subprefeitura

Page 12: 19ª Edição do Pirituba Acontece

PÁG 12 | Março 2013 | 19ª Edição PIRITUBA ACONTECE | Contexto

Novo Olhar | Crônicas,desenhos e afins

Um passo e uma queda. “Sabia que não devia ter pensa-do nisso de novo!”. E se em todo beco houvesse aquela sombra? “Ah... retire isso de mim!”. Ao cobrir aquela esquina, gostaria de encontrá-la, socorrê-la, desacorren-tá-la; uma simples razão para que eu retornasse inces-sante à rua três, mas não; não!

Tenho a nítida impressão de estar sendo demolido pelos gostos da sociedade predominante, o gosto do medo. Medo de quê? Medo da opressão. Opressão que, com toda clara certeza, havia esmagado aquela mulher.

Sim! Voltemos ao beco; mas e o covarde? Se a mu-lher fora vítima da opressão predominante, o covarde

teria sido o quê? Um acéfalo desalmado ou um simples fruto do mal? Breve escolha, grande indagação... sei que ele logo correu, ao passo de quem não quer prestar socorro ou ceder sílabas de retratação. Seria ele um fru-to do desgosto próprio, ou da não educação? Aquele co-varde, quiçá um dia, teria conseguido amar? Não quero lhe julgar, nem o desejo, mas a feriada naquela mulher não cessará; tão cedo.

Tão cedo e eu tremendo. O que farei? Tenho e farei! Me trancarei no meu quarto a orar; tenho, novamente, a nítida impressão de estar sendo demolido pelos gostos... Ah! Pelos gostos que adquiri da sociedade má.

Sombras acorrentadasVicthor Fabiano

Contexto | Jornalismocomo literatura

Antecedido pelo Beato João Paulo II, que ficou no Pon-tificado por 27 anos, Bento XVI foi eleito pelo Con-clave em 2005 e em 300 anos foi o papo mais velho da história da Igreja. Ele exerceu a função por sete anos, colocando em prática as palavras do evangelho que pre-zam a honestidade e o amor ao próximo.

O atual Papa renunciou ao cargo, justificando que, por conta da idade, não está mais apto a desempenhar suas funções como Pontífice da Igreja Católica. A sin-ceridade do mesmo ao admitir isso, mostra que além de prezar a verdade na Igreja atual, ele prioriza o melhor para ela.

Desde o dia 13 de fevereiro, data da renúncia, até os tempos atuais Joseph Ratzinger orientou os fiéis por inúmeras vezes a não desacreditar na Igreja. Deixou rastros de que talvez a idade avançada não seja o único motivo para a desistência do maior cargo da Igreja Cató-lica. Relatou que há divisões internas na Casa de Deus.

O último dia de Bento XVI como Pontífice foi dia 28 de fevereiro, o Conclave iniciou no dia 1º de março e o anel de pescador, símbolo do Papa, será destruído representando o fim de seu Papado. A dúvida é: quem será o próximo Papa?

Bom, falar de profecia é contraditório, porque fica a pudor de cada um, questão de ponto de vista. Há quem

acredite e há quem apenas escuta. Segundo Nostrada-mus e alguns outros profetas o próximo Pontífice será negro, relativamente novo, liberalista e ficará no cargo por um longo período.

As especulações estão nos seguintes trechos de pro-fecias de Nostradamus e outros profetas que circulam na internet: ”O penúltimo (papa) com sobrenome de profeta terá a República (Diana) no crepúsculo e repou-so de sua vida (já tem 85 anos). Lion (Bento XVI, leão, líder guerreiro, anagrama de Lion) irá vagar por pensa-mentos frenéticos, preocupação. Ao livrar uma grande população de impostos”.

“Depois da morte do velho papa será eleito um ro-mano de boa idade. Este será acusado de enfraquecer a Santa Sé e viverá por um longo período, tomando atitudes polêmicas”. A referência aqui é clara a Pedro Romano e a expressão “boa idade” demonstra que será um papa novo, substituindo Bento XVI que já se en-contra em avançada idade e também virá de uma “terra distante” como colocou o Monge Pádua, sendo assim dificilmente será italiano.

Pelo sim pelo não a dica pode ser útil. Afinal Ba-rack Obama, presidente dos Estados Unidos, tivemos também um secretário-geral da ONU que era de Gana, ambos negros. Porque não um Papa negro?

Bento XVI, um espaço vazio e uma dúvidaDayane Santuci e Roberta Caroline


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