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A Vida Cristã
Sacramentos
Ao serviço da Comunhão
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Dom de Si
[...] única criatura sobre a terra a
ser querida por Deus por si
mesma, não se pode encontrar
plenamente a não ser no sincero
dom de si mesmo [...]
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Ao Serviço da Comunhão
Dois sacramentos, a Ordem e o Matrimônio,conferem uma graça especial para uma missãoparticular na Igreja em ordem à edificação dopovo de Deus. Eles contribuem em especial paraa comunhão eclesial e para a salvação dosoutros.
São ordenados para a salvação de outrem. Secontribuem também para a salvação pessoal, éatravés do serviço aos outros que o fazem.
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Sacramento da Ordem
A Ordem é o sacramento graças ao qual a
missão confiada por Cristo aos Apóstolos
continua a ser exercida na Igreja, até ao fim
dos tempos: é, portanto, o sacramento do
ministério apostólico. E compreende três
graus: o episcopado, o presbiterado e o
diaconato.
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Integração num “Ordo”
A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava
corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos
que governavam, Ordinatio designa a integração num ordo.
A integração num destes corpos da Igreja fazia-se através
dum rito chamado ordinatio, ato religioso e litúrgico que
era uma consagração, uma bênção ou um sacramento.
Hoje, a palavra ordinatio é reservada ao ato sacramental
que integra na ordem dos bispos, dos presbíteros e dos
diáconos, onde se confere um dom do Espírito Santo que
permite o exercício dum «poder sagrado» que só pode vir
do próprio Cristo, pela sua Igreja.
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Os Ministérios
Toda instituição, para dar razão de sua existência,
deve prestar certos serviços a coletividade. A Igreja
como instituição, não faz exceção a regra. Os
serviços que ela presta orientam-se em três direções:
O serviço a Palavra, o serviço do culto e dos
sacramentos da fé, e o serviço da caridade,
comunhão, direção e animação.
Todos ministérios tem sua origem na missão de
Cristo confiada a seus apóstolos e pertencem à
estrutura fundamental da Igreja.
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Os graus do Sacramento
O sacramento compõe-se de três graus, que são
insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja:
o episcopado, o presbiterado e o diaconato.
A Ordenação episcopal confere a plenitude do
sacramento da Ordem, faz do Bispo o legítimo
sucessor dos Apóstolos, insere-o no Colégio
episcopal, partilhando com o Papa e os outros
Bispos a solicitude por todas as Igrejas, e confere-
lhe a missão de ensinar, santificar e governar.
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O Bispo
O Bispo, ao qual é confiada uma Igreja particular, é
o princípio visível e o fundamento da unidade dessa
Igreja, a favor da qual exerce, como vigário de
Cristo, o ministério pastoral, coadjuvado pelos
presbíteros e diáconos.
Os bispos, enquanto sucessores dos Apóstolos e
membros do Colégio, têm parte na responsabilidade
apostólica e na missão de toda a Igreja, sob a
autoridade do Papa, sucessor de São Pedro.
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O Padre
Os presbíteros estão unidos aos bispos na dignidade
sacerdotal e, ao mesmo tempo, dependem deles no exercício
das suas funções pastorais; são chamados a ser os
cooperadores providentes dos bispos; Os presbíteros
recebem do bispo o encargo duma comunidade paroquial
ou duma função eclesial determinada.
Embora seja ordenado para uma missão universal, ele
exerce-a numa Igreja particular, em fraternidade
sacramental com os outros presbíteros que formam o
«presbitério» e que, em comunhão com o Bispo, e, em
dependência dele, têm a responsabilidade da Igreja
particular.
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O Diácono
Os diáconos são ministros ordenados para as
tarefas de serviço da Igreja; não recebem o
sacerdócio ministerial, mas a ordenação
confere-lhes funções importantes no ministério
da Palavra, culto divino, governo pastoral e
serviço da caridade, encargos que eles devem
desempenhar sob a autoridade pastoral do seu
bispo.
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Características elementares
O sacramento da Ordem é conferido pela imposiçãodas mãos, seguida duma solene oração consecratória,que pede a Deus para o ordinando as graças doEspírito Santo, requeridas para o seu ministério. Aordenação imprime um caráter sacramental indelével.
A Igreja confere o sacramento da Ordem somente ahomens (viris) batizado, cujas aptidões para o exercíciodo ministério tenham sido devidamente reconhecidas.Compete à autoridade da Igreja a responsabilidade e odireito de chamar alguém para receber a Ordem.
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Caráter Indelével
Este sacramento configura o ordinando com Cristo por
uma graça especial do Espírito Santo, a fim de servir
de instrumento de Cristo em favor da sua Igreja. Pela
ordenação, recebe-se a capacidade de agir como
representante de Cristo, cabeça da Igreja. na sua
tríplice função de sacerdote, profeta e rei.
Tal como no caso do Batismo e da Confirmação, esta
participação na função de Cristo é dada uma vez por
todas. O sacramento da Ordem confere, também ele,
um caráter espiritual indelével, e não pode ser repetido
nem conferido para um tempo limitado.
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Sacramento do Matrimônio
O gesto de um esposo e de uma esposa de sedarem no amor e de formarem família é sinaldo amor de Deus para com a humanidade.Portanto, é sacramento.
O próprio Deus escolheu essa realidade parafalar do seu amor pelo seu povo. Tanto oAntigo como o Novo testamento apresenta oamor humano como sinal do amor Divino.
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O designo de Deus
A Sagrada Escritura começa pela criação do homem e
da mulher, à imagem e semelhança de Deus (94), e
termina com a visão das «núpcias do Cordeiro» (Ap 19,
9). Do princípio ao fim, a Escritura fala do
matrimônio e do seu «mistério», da sua instituição e do
sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua
finalidade, das suas diversas realizações ao longo da
história da salvação, das suas dificuldades nascidas do
pecado e da sua renovação «no Senhor» (1 Cor 7, 39),
na Nova Aliança de Cristo e da Igreja.
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Homem e Mulher, o Criou
A vocação para o matrimônio está inscrita na
própria natureza do homem e da mulher, tais como
saíram das mãos do Criador.
Deus, que criou o homem por amor, também o
chamou ao amor, vocação fundamental e inata de
todo o ser humano. Tendo-os Deus criado homem e
mulher, o amor mútuo dos dois torna-se imagem do
amor absoluto e indefectível com que Deus ama o
homem. E este amor, que Deus abençoa, está
destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra
comum do cuidado da criação
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Sob o poder do Pecado
Todo o homem faz a experiência do mal, à sua volta e
em si mesmo. Esta experiência faz-se também sentir
nas relações entre o homem e a mulher. Desde sempre,
a união de ambos foi ameaçada pela discórdia, o
espírito de domínio, a infidelidade, o ciúme e conflitos
capazes de ir até ao ódio e à ruptura.
Segundo a fé, esta desordem, que dolorosamente
comprovamos, não procede da natureza do homem e da
mulher, nem da natureza das suas relações, mas do
pecado.
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Intervenção de Deus
A ordem da criação subsiste, apesar de gravemente
perturbada. Para curar as feridas do pecado, o homem e a
mulher precisam da ajuda da graça que Deus, na sua
misericórdia infinita, nunca lhes recusou.
Na sua misericórdia, Deus não abandonou o homem
pecador. Depois da queda, o matrimônio ajuda a superar o
auto-isolamento, o egoísmo, a busca do próprio prazer, e a
abrir-se ao outro, à mútua ajuda, ao dom de si.
A consciência moral relativamente à unidade e
indissolubilidade do matrimônio desenvolveu-se sob a
pedagogia da antiga Lei.
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Jesus e o Matrimônio
No umbral da sua vida pública, Jesus realiza o seu primeiro
sinal –a pedido da sua Mãe – por ocasião duma festa de
casamento. A Igreja atribui uma grande importância à
presença de Jesus nas bodas de Caná. Ela vê nesse fato a
confirmação da bondade do matrimônio e o anúncio de que,
doravante, o matrimônio seria um sinal eficaz da presença
de Cristo.
Na sua pregação, Jesus ensinou sem equívocos o sentido
original da união do homem e da mulher, tal como o
Criador a quis no princípio: a permissão de repudiar a sua
mulher, dada por Moisés, era uma concessão à dureza do
coração.
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“Meu jugo é leve”
Esta insistência inequívoca na indissolubilidade do vínculo
matrimonial pôde criar perplexidade e aparecer como uma
exigência impraticável. No entanto, Jesus não impôs aos
esposos um fardo impossível de levar e pesado demais.
Ele próprio dá a força e a graça de viver o matrimônio na
dimensão nova do Reino de Deus. É seguindo a Cristo, na
renúncia a si próprios e tornando a sua cruz, que os
esposos poderão “compreender” o sentido original do
matrimônio e vivê-lo com a ajuda de Cristo. Esta graça do
Matrimônio cristão é fruto da cruz de Cristo, fonte de toda
a vida cristã.
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“Sinal Representativo”
O matrimônio é um dos sete sacramentos daIgreja. Não, porém, como os outros. Enquantoos outros sacramentos oferecem a graça, omatrimônio já a contem em si mesmo.
Se distingue ainda por não ser uma instituiçãoeclesial, mas, antes de tudo, uma instituiçãonatural a qual o sacramento da um realizaçãoperfeita.
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Ministros e Matéria
Até hoje, os ministros do sacramento são os
noivos, e sua “matéria” é a realidade do
matrimônio em si mesma, na sua essência
humana.
Somente o consentimento dos noivos é
estritamente necessário para que o matrimônio
seja sacramento. A benção da testemunha
qualificada é um simples sacramental.
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Fé e Sacramento
Todos os sacramentos são sacramentos da fé.
No sacramento do matrimônio, porém, por
causa de sua matéria (um evento natural),
aparece de forma mais clara que somente a fé
faz diferença, ou seja, somente a fé dá ao
consentimento dos noivos a especificidade do
sacramento. O consentimento dos noivos faz o
matrimônio, e a fé faz o matrimônio ser
sacramento.
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Indissolubilidade
A indissolubilidade do Matrimônio está emrelação direta com sua sacramentalidade, ou seja,o matrimônio se torna indissolúvel quando forassumido na fé como imagem, sacramento etestemunho do amor esponsal e indissolúvel entreCristo e a Igreja.
De um amor conjugal que implicasse o divórcioseria impossível fazer sinal ou sacramento domistério de amor que une Cristo como Redentor àsua Igreja.
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Amor Conjugal
O amor conjugal exprime a sua verdadeira natureza e
nobreza, quando se considera na sua fonte suprema, Deus
que é Amor
O matrimônio não é, portanto, fruto do acaso, ou produto
de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente
do Criador, para realizar na humanidade o seu desígnio de
amor. Mediante a doação pessoal recíproca, que lhes é
própria e exclusiva, os esposos tendem para a comunhão
dos seus seres, em vista de um aperfeiçoamento mútuo
pessoal, para colaborarem com Deus na geração e
educação de novas vidas.
![Page 25: 16 - ist - a vida cristã - ao serviço da comunhão](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022021923/5a661f2e7f8b9a04148b49af/html5/thumbnails/25.jpg)
Característica do Amor Conjugal
É, antes de mais, um amor plenamente humano,quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível.
Não é, portanto, um simples ímpeto do instinto oudo sentimento; mas é também, e principalmente,ato da vontade livre, destinado a manter-se e acrescer, mediante as alegrias e as dores da vidacotidiana, de tal modo que os esposos se tornemum só coração e uma só alma e alcancem juntos asua perfeição humana.
![Page 26: 16 - ist - a vida cristã - ao serviço da comunhão](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022021923/5a661f2e7f8b9a04148b49af/html5/thumbnails/26.jpg)
Amor Total
Um amor total, quer dizer, uma forma muito
especial de amizade pessoal, em que os esposos
generosamente compartilham todas as coisas,
sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas.
Quem ama verdadeiramente o próprio consorte,
não o ama somente por aquilo que dele recebe,
mas por ele mesmo, por poder enriquecê-lo com o
dom de si próprio.
![Page 27: 16 - ist - a vida cristã - ao serviço da comunhão](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022021923/5a661f2e7f8b9a04148b49af/html5/thumbnails/27.jpg)
Amor Fiel e Exclusivo
Amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem,efetivamente, o esposo e a esposa no dia em queassumem, livremente e com plena consciência, ocompromisso do vínculo matrimonial.
Fidelidade que por vezes pode ser difícil; mas que ésempre nobre e meritória, ninguém o pode negar. Oexemplo de tantos esposos, através dos séculos,demonstra não só que ela é consentânea com anatureza do matrimônio, mas que é dela, como de fonte,que flui uma felicidade íntima e duradoura.
![Page 28: 16 - ist - a vida cristã - ao serviço da comunhão](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022021923/5a661f2e7f8b9a04148b49af/html5/thumbnails/28.jpg)
Amor Fecundo
Amor fecundo que não se esgota na comunhãoentre os cônjuges, mas que está destinado acontinuar-se, suscitando novas vidas.
"O matrimônio e o amor conjugal estão por simesmos ordenados para a procriação eeducação dos filhos. Sem dúvida, os filhos sãoo dom mais excelente do matrimônio econtribuem grandemente para o bem dos pais"
![Page 29: 16 - ist - a vida cristã - ao serviço da comunhão](https://reader031.vdocuments.com.br/reader031/viewer/2022021923/5a661f2e7f8b9a04148b49af/html5/thumbnails/29.jpg)
União e Procriação
Pela sua estrutura íntima, o ato conjugal, aomesmo tempo que une profundamente os esposos,torna-os aptos para a geração de novas vidas,segundo leis inscritas no próprio ser do homem eda mulher.
Salvaguardando estes dois aspectos essenciais,unitivo e procriador, o ato conjugal conservaintegralmente o sentido de amor mútuo everdadeiro e a sua ordenação para a altíssimavocação do homem para a paternidade.