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NÚMERO

41

DATA14 a

17/08/2012

ANO

I

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o tempo - mG - p. 20 - 14.08.2012

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folha de sp - p. c7 - 15.08.2012

hoje em dia - p. 10 - 15.08.2012

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o tempo - mG - p. 30 - 16.08.2012

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estado de minas - mG - p. 21 - 17.08.2012

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hoje em dia - mG - p. 5 - 17.08.2012

MÁRCIA ROSA DE ARAÚJOOs princípios básicos do Código de Ética Médica são

claros: a medicina é uma profissão a serviço da saúde, e o médico deve agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional para atender a seus pacientes. O cumprimento dessa tarefa é preocupação constante do mé-dico e não se restringe ao consultório. É com base nesses princípios que o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) condena a realização dos partos domiciliares.

No mês passado, o Cremerj reforçou sua posição ao pu-blicar resoluções que restringem a presença dos médicos em partos realizados em casa e limitam aos profissionais da área de saúde a participação nos procedimentos realizados em maternidades e hospitais. A polêmica sobre as medidas ex-trapolou os limites do Estado, levando a manifestações em todo o país, que evidenciaram como o tema é sensível.

Um dos objetivos do Cremerj foi o de alertar futuras mães sobre os perigos que envolvem o parto em casa. O nas-cimento é um momento único na vida, mas também é um processo dinâmico e envolve riscos, mesmo para mulheres que tenham passado por um pré-natal sem problemas. Com-plicações inesperadas demandam cuidados imediatos, em um ambiente com estrutura adequada e uma equipe médica de prontidão. Em casa, nada disso está presente.

Quem defende o parto domiciliar sustenta que os hos-pitais próximos são mapeados e acessíveis em 20 minutos. Em caso de uma complicação, contudo, um lapso de tempo muito menor pode provocar danos irreparáveis à saúde do bebê e da mãe. E até mesmo custar vidas. E isso sem lembrar quão delicado é o transporte da parturiente.

O Cremerj não é uma voz solitária nesse caso. A Fede-ração Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e outras enti-dades também se opõem à prática. Fora do país, o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia critica o procedi-mento por considerar que falta rigor científico aos estudos sobre a segurança do parto em casa.

Dados do Ministério da Saúde revelam que 98% dos partos no Brasil acontecem em maternidades e hospitais. Entre os 2% restantes, parte significativa das mulheres tem o filho em casa por falta de opção: reside em regiões com frágil estrutura de saúde. É importante ressaltar que a es-magadora maioria das futuras mães sabe qual o local mais adequado e seguro para o nascimento de um bebê.

Qualquer debate sempre é enriquecedor. O Cremerj aceita o contraditório, mas não abre mão de condenar práti-cas que são um risco para a saúde de mulheres e bebês bra-sileiros. Como médicos não podemos impedir a realização do parto em casa, mas temos a obrigação de orientar nossos pacientes e a sociedade em defesa da vida.

o tempo - on line -17.08.2012Em defesa da vida

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Patricia Giudice

Uma pesquisa feita pelo Observatório de Saúde Urbana de BH, da Faculdade de Medi-cina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revela que um em cada quatro jovens da capital já sofreu bullying. São agressões verbais, intimi-dações e brincadeiras humilhan-tes cometidas em um momento específico da vida, mas que não saem mais da memória de quem as sofreu. O trabalho “Bullying entre adolescentes de um cen-tro urbano: estudo Saúde em Beagá”, fruto de dissertação de mestrado da psicóloga Michelle Ralil da Costa, também pesqui-sadora do observatório, aponta ainda a escola como o cenário mais frequente, por ser onde o adolescente passa a maior parte do tempo. Foram identificados, por exemplo, comportamentos comuns entre as vítimas, como se envolver em brigas, senti-rem-se sozinhas ou excluídas em festas e não poder conversar com os pais.

De acordo com Michelle, dos 26% de jovens entre 14 e 17 anos que afirmaram ter sido agredidos verbalmente, cerca de 65% disseram que o epi-sódio ocorreu na escola ou no percurso casa/escola. “Também tivemos adolescentes que apon-taram a casa, eventos sociais ou o ambiente de trabalho como lo-cais. O bullying é uma violência sofrida entre os pares. Tomamos como base que os jovens foram agredidos entre amigos, no ci-

clo de convivência, e a escola é onde eles estão inseridos por mais tempo”, afirmou a especia-lista.

O resultado da pesquisa, que será publicado em breve, serve como um alerta para a família. Segundo Michelle, baseando-se na literatura, a violência, quan-do sofrida na infância, adoles-cência e início da fase adulta, tende a ser repetida mais tarde. “Trabalhamos com a perspecti-va da vítima, mas estudos inter-nacionais apontam que é muito difícil separar vítima de agres-sor. Normalmente, a agressão é uma forma de poder, de uma pessoa mais forte, ou grupo, contra a mais fraca. E, para se proteger, alguns jovens passam de vítimas a agressores, se unin-do a um grupo para ter maior sensação de poder”, explicou.

A vítima, segundo a pes-quisadora, pode ser uma pessoa tímida, retraída, o que pode ser reflexo de uma desestrutura fa-miliar. “Serve como um alerta para que os pais escutem os fi-lhos, pois essa atenção é muito importante nesse período. Seja para ouvir o que está acontecen-do na vida do jovem, seja para prestar atenção também se seu filho está praticando o bullying. Vemos diariamente notícias da violência levada ao extremo. Es-tudos já apontam para desenca-deamento de problemas mentais e emocionais mais graves, como tentativa de suicídio”, afirmou.

famÍlia

A pesquisa é parte de um inquérito de base populacional conduzido em 2008 e 2009 pelo Observatório de Saúde Urbana na capital, denominado Saúde em Beagá. Para o estudo foram entrevistados 598 adolescentes das regiões Oeste e Barreiro. A autora explica que eles perten-cem a classes sociais diferentes e a escolas públicas e particula-res. “São lugares que têm uma população heterogênea, o que nos permite, de certa forma, obter uma perspectiva do que acontece na capital.” Segundo ela, também foi relacionado no estudo o fato de os jovens con-versarem pouco com os pais, re-latarem brigas na família e pas-sarem pouco tempo em família. Os jovens não foram questiona-dos se sofreram violência física, apenas verbal, e sem utilização do termo bullying. “Isso evitava qualquer confusão ou supernoti-ficação pelo fato de ser uma ex-pressão em evidência atualmen-te. Com esse cuidado, o foco da pesquisa se manteve no relato do comportamento”, afirmou Michelle.

Agora, o passo seguinte é entender como os fatores in-fluenciam no comportamento dos adolescentes. “Temos que investigar se a associação das vítimas com a desestrutura fa-miliar e o fato de não consegui-rem conversar com os pais é re-sultado de uma influência forte na personalidade delas, que as impede de se socializar adequa-damente e as predispõe como alvos de bullying.”

aGRessiVidade

Bullying afeta 26% dos jovens Levantamento de psicóloga ligada ao Observatório de Saúde da UFMG mostra que um em cada quatro

jovens de 14 a 17 anos de BH foi vítima de humilhação de colegas, a maioria na escola

estado de minas - mG - on line - - 17.08.2012


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