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CENTRO DE ESTUDOS RELIGIOSOSlder Richard G. Scott - Aprender e Ensinar com mais Efeito Joseph Fielding McConkie - Como Estudar as Escrituras Robert J. Woodford Descobertas do projeto de estudo Dos Escritos de Joseph Smith: Os Manuscritos Iniciais lder Bruce R. McConkie - Esta Gerao Receber minha Palavra por teu Intermdio Hugh W. Nibley - Grandes So as Palavras de Isaas lder F. Enzio Busche - Lies do Cordeiro de Deus lder Dallin H. Oaks - O Arbtrio e a Liberdade Presidente James E. Faust - Ensaios Clssicos dos Simpsios Sperry: Doutrina e Convnios e Revelao Contnua lder Neal A. Maxwell - O Livro de Mrmon: a Grande Resposta Grande Pergunta lder Jeffrey R. Holland - O Prefcio do Senhor lder Russell M. Nelson - Os Remanescentes Coligados, Convnios Cumpridos lder Dallin H. Oaks - Revelao lder C. Max Caldwell - Sermos Aceitos pelo Senhor Steven C. Harper - Todos as coisas so do senhor Richard Neitzel Holzapfel - Um por Um, o Modelo de Servio do Salvador lder John M. Madsen - Uma Testemunha Poderosa e Preciosa de Jesus Cristo lder Jeffrey R. Holland - Rasgar o Vu da Descrena

Idos

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Aprender e Ensinar com Mais Efeito

lder Richard G. Scott

O lder Richard G. Scott membro do Qurum dos Doze Apstolos. Este discurso foi proferido durante a Campus Education Week (Semana de Educao no Campus [da Universidade Brigham Young]) em 21 de agosto de 2007. Traduzido de Richard G. Scott, "To Learn and to Teach More Effectively" in The Religious Educator, vol. 9, num. 1, ed. Richard Neitzel Holzapfel (Provo: Religious Studies Center, 2008), 1-11. Juntamente com os irmos eu sinto a emoo e espectativa pelos eventos inspiradores que esto por vir ao darmos incio octagsima quinta Semana de Educao no campus da BYU. Dou-lhes meus parabns pela deciso de participarem desta atividade extraordinria para que possam aprender e desenvolver-se atravs das experincias aqui compartilhadas. Quanto a seu alcance e qualidade no h nada no mundo todo como este evento. Eu, assim como os irmos, tenho um desejo constante e contnuo de melhorar e crescer atravs de todos os meios de aprendizado que o Senhor nos proporcionou. Ao viajar pelo mundo inteiro, evidente para mim que o conhecimento poder. Alguns o usam para a sua prpria vantagem. Muitos empregam incorretamente o conhecimento, limitando gravemente o uso do arbtrio das outras pessoas. Porm h outros cujos talentos, conhecimento e experincia so aplicados para edificar, encorajar, motivar e abenoar aqueles ao seu redor. Tenho confiana que os irmos tambm o fazem. Os irmos sero muito beneficiados pelo esforo e tempo despendidos aqui e, em troca disso, ajudaro outros ao aplicarem e compartilharem o que aprenderem aqui. Estaro seguindo a admoestao do Senhor: "E como nem todos tm f, buscai diligentemente e ensinai-vos uns aos outros palavras de sabedoria; sim, nos melhores livros buscai palavras de sabedoria; procurai conhecimento, sim, pelo estudo e tambm pela f" (Doutrina e Convnios 88:118). O tema deste ano, "O Alvorecer de um Dia Mais Radiante," muito apropriado. Enfatiza a maravilha que a Restaurao do evangelho nesta dispensao. Qualquer estudante da histria est consciente do fato de que a Restaurao da Igreja (com sua doutrina pura, autoridade sacerdotal e orientao divina) desencadeou uma avalancha de descobrimentos, clarificaes e invenes que continuam a edificar a humanidade de forma

3poderosa. Quo grato sou ao nosso Sagrado Pai pela restaurao da verdade que nos chegou por meio do Profeta Joseph Smith para o benefcio da humanidade. Joseph Smith um exemplo muito inspirador de um indivduo que ao longo de sua curta vida sempre procurou conhecimento e compartilhou-o livremente com os outros, embora faz-lo lhe custasse a vida. A minha inteno agora compartilhar algumas idias de como aprender e ensinar com eficcia. Como Aprender com Mais Efeito

H inmeros meios pelos quais poderemos aprender e aperfeioar-nos. Alguns deles so o estudo formal, a meditao, a anlise, a experincia prpria, a observao cuidadosa, mentores, seguir o exemplo de pessoas extraordinrias, servir de boa vontade e aprender atravs dos nossos erros. No seria realista procurar identificar, mesmo em forma resumida, os infinitos meios pelos quais podemos adquirir o conhecimento e ganhar experincia. Por este motivo resolvi falar do que para mim o caminho mais eficaz que nos conduz verdade e fonte inestinguvel de orientao e inspirao do nosso Pai Celeste e seu Filho Amado. Este caminho consiste na orientao e inspirao por meio do Esprito Santo. Juntos edificaremos um alicere para compreender a orientao espiritual e descobrir como obt-la e pass-la aos outros. Meu sincero desejo proporcionar-lhes motivao para que aumente sua capacidade de adquirir conhecimento para o seu benefcio eterno e para abenoar as pessoas com que o compartilharo. Tambm mencionarei algumas das importantes verdades que tenho aprendido por meio de buscar a orientao do Esprito Santo. E dado que reconheo que muitos dos irmos foram motivados para estarem aqui por um forte desejo de ajudar os outros, sugerirei aos irmos maneiras para ensinarem estas verdades. Seria bem mais fcil ensinar-lhes se pudssemos conversar pessoalmente. Felizmente quase sempre os irmos podero interagir com as pessoas que estiverem ensinando mesmo quando se trata de um s membro da famlia. Sua instruo ser mais beneficial e mais duradora se os irmos incentivarem a participao dos alunos. Para comear, compartilharei com os irmos uma verdade do evangelho que, se for comunicada com eficcia e praticada constantemente na sua vida, compensar todo esforo que fizeram para chegar Semana de Educao, mesmo que no faam mais nada aqui. Esta verdade os ajudar a obter o benefcio mximo desta hora que estaremos passando juntos, do restante desta conferncia e de outras experincias significativas no decorrer de sua vida. Tenho observado que muitos dos irmos vieram preparados para fazer anotaes do que aqui escutarem. Embora isso seja de grande proveito, vou compartilhar um padro que lhes proporcionar at mais acesso verdade. Resume-se nesta declarao de princpio: Pelo resto de minha vida procurarei aprender atravs daquilo que ouo, vejo e sinto. Vou escever as coisas importantes que eu aprender e pratic-las. Sugiro que escrevam isto. Se eu fosse terminar o discurso agora mesmo, j teriam recebido um dos meios mais significantes de aprendizagem que eu poderia dar-lhes. Se este princpio que acabo de citar no parecer importante, pensem de novo. Muitas das lies essenciais que tenho aprendido e profundamente apreciado aprendi atravs de p-lo em prtica. Como Responder aos Sussuros do Esprito

Os irmos podero aprender princpios de suma importncia pelo que ouvem e vem e, aindia mais, pelo que sentem conforme inspirados pelo Esprito Santo. Muitas pessoas limitam o seu aprendizado ao que ouvem ou lem. Sejam sbios! Desenvolam tambm o talento de aprender por meio daquilo que se observa, ou v, e, principalmente, por meio daquilo que o Esprito Santo os inspira a sentir. Sua capacidade de aprender assim crescer atravs da prtica repetitiva. Exigem-se f e esforo significantes para aprender pelo que se sente mediante o Esprito. Peam tal ajuda com f. Levem uma vida digna de receberem tal orientao. Escrevam e guardem num lugar seguro as coisas importantes que aprenderem do Esprito. Percebero que ao

4registrarem uma impresso preciosa, muitas vezes neste momento viro ainda mais idias que de outra forma no teriam recebido. Saliento que o conhecimento espiritual que se recebe lhes ser disponvel ao longo de sua vida. Sempre, de dia, de noite, no importa onde ou o que estejam fazendo, procurem reconhecer e responder guia do Esprito. Tenham mo um pedao de papel ou carto para registrar tal orientao. Dem graas ao Senhor pela orientao espiritual que receberem e obedeam-lhe. Este hbito reforar sua capacidade de aprender pelo Esprito e realar a direo vinda do Senhor na sua vida. Aprendero mais ao porem em prtica o conhecimento, experincia e inspirao transmitidos aos irmos pelo Esprito Santo. A orientao espiritual a direo, a ilucidao, o conhecimento e a motivao que recebemos de Jesus Cristo atravs do Esprito Santo. Trata-se de instruo personalizada e adaptada a suas necessidades individuais por Aquele que as compreende perfeitamente. A orientao espiritual um dom de valor incomparvel concedido queles que a buscam, levam uma vida digna e agradecem ao Senhor. As escrituras nos ensinam como podemos tornar-nos merecedores da orientao espiritual. O lder Bruce R. McConkie nos deu este conselho sbio: "Por mais talentosos que sejam os homens em assuntos administrativos; por mais eloquentes que sejam em exprimir suas idias; por mais eruditos que sejam quanto s coisas do mundo, se no pagarem o preo atravs do estuco e poderao das escrituras e orarem a seu respeito, ser-lhes-o negados os sublimes sussuros do Esprito que poderiam ter recebido."[1] Ao estudar e orar acerca de certas escrituras, descobri que o seguinte modelo muito til na obteno de orientao espiritual. Para adquirir orientao espiritual e obedecer-lhe com sabedoria, deve-se: Buscar com humildade a luz divina Exercer f, especialmente em Jesus Cristo Procurar diligentemente guardar Seus mandamentos Arrepender-se constantemente Orar continuamente Obedecer direo espiritual Dar graas pela orientao recebida

Que estas sugestes lhes sejam de benefcio na sua busca de direo espiritual. Ensinar Outros a Aprenderem do Esprito

Agora, vamos ver como se pode ensinar o princpio de aprendizado que j mencionei a outros. Se eu estivesse ensinando, primeiro recomendaria que cada aluno escrevesse o princpio: Pelo resto de minha vida procurarei aprender atravs daquilo que ouo, vejo e sinto. Esceverei as coisas importantes que aprender e irei pratic-las. Ento, explicaria como se usa cada um dos trs meios de comunicao: ouvir, ver e sentir. E procuraria incentivlos a se comprometerem a viver o princpio, pois cada aluno que fizesse isso receberia a bno de grande orientao espiritual para sua vida. Depois, eu mostraria a seguinte srie de grficos de como se pode incrementar o aprendizado.

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1. Minha inteno mostrar-lhes como podem ajudar os outros a qualificarem-se para serem guiados pelo Esprito e reconhecerem que quando receberem tal orientao, devero escrev-la e obedecer.

2. As pessoas que os irmos ensinam vivem num mundo onde esto sujeitos a desafios e tentaes. Estou convencido de que sem a ajuda do Esprito um indivduo ter dificuldade em evitar a transgresso no mundo de hoje. Quando algum faz uma escolha errada, amarra-se ao pecado.

3. Os irmos podem motivar o estudante a viver a fim de receber a influncia do Esprito e reconhecer sua direo para que seja abenoado ao obedecer a esta guia. Os irmos podero desempenhar um papel essencial neste processo. Ao ensinar a doutrina apropriada e explicar como o Senhor se comunica pelo Esprito, seus alunos tero a experincia de serem guiados pelo Esprito. Aprendero os princpios em que tal comunicao se baseia. Ao aplicarem estes princpios, faro escolhas corretas na vida.

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4. muito comum o professor somente dar conselhos ao aluno sem interao. s vezes no h explicao de porque existem mandamentos, regras e padres. O professor no mais que uma cabea falante. A maioria do ensino neste mundo se baseia nos sentidos-audia, viso, tato, olfato e paladar. Na sua sala de aula podero ensinar pelo poder do Esprito.

5. Tal comunicao comea quando se incentiva a cada um dos alunos a participar em vez de ser um mero ouvinte passivo. Desta maneira podero avaliar se o aluno entendeu o que foi ensinado e, desta maneira, o prprio professor tambm aprender. E o que mais importante, a participao do aluno uma forma de exercer o arbtrio, assim permitindo o Esprito Santo a comunicar uma mensagem pessoal, adaptada s necessidades individuais. Criar um ambiente de participao aumenta a probabilidade do Esprito ensinar lies mais importantes do que os irmos podem transmitir.

6. Tal participao trar para sua vida a direo do Esprito. Quando se incentiva o aluno a levantar a mo e responder a uma pergunta, ele, embora talvez no reconhea, indica ao Esprito Santo que tem vontade de

7aprender. Tal uso de seu arbtrio moral permitir que o Esprito o motive e d-lhe uma orientao mais poderosa durante a aula. A participao faz com que as pessoas tenham a experincia de serem guiadas pelo Esprito. Elas aprendem a reconhecer e sentir o que a direo espiritual. Atravs da repetio do processo de sentir impresses, apont-las e obedecer a elas que se aprende a depender mais da orientao do Esprito, sim, muito mais do que a comunicao pelos outros cinco sentidos.

7. Sua capacidade de ensinar aumenta pela direo que os irmos recebem do Esprito Santo. Para dizer de forma simples e clara, a verdade, quando apresentada num ambiente de amor verdadeiro e confiana, qualifica uma pessoa para receber o testemunho do Esprito Santo.

8. Se na sua relao com os alunos os irmos no conseguirem mais nada do que ajud-los a seguir os sussurros do Esprito, tero abenoado sem medida e para a eternidade a vida deles. Para isso, os irmos precisam buscar constantemente a direo do Esprito para saber o que dizer e como diz-lo. Estou convencido de que no h nenhuma tcnica nem frmula simples que eu possa dar-lhes, ou que os irmos possam dar a seus alunos, que instananeamente facilite o domnio da abilidade de ser guiado pelo Esprito Santo. Tampouco creio que o Senhor permita que algum invente um modelo que possa abrir invarivel e imediatamente os canais de comunicao espiritual. Ns crescemos ao lutarmos para reconhecer e receber a inspirao do Esprito Santo e ao esforar-nos para comunicar-nos com nosso Pai Celestial nos momentos de necessidade ou de transbordante gratido. Cada vez que nos esforarmos neste sentido, daremos um passo frente no cumprimento com o propsito de estarmos aqui na terra. Nosso Pai espera que aprendamos a obter a ajuda divina por meio da f nele e no Seu Santo Filho. Se fssemos receber direo inspirada sem nenhum esforo, ns nos tornaramos fracos e cada vez mais dependentes. Ele sabe que o crescimento pessoal e essencial provm da luta para aprender a sermos guidados pelo Esprito. Esta luta esculpe nosso carter imortal e aperfeioa nossa capacidade de reconhecer Sua vontade atravs dos

8sussurros do Esprito Santo. O que de incio parece um trabalho assustador se tornar mais suave ao longo do tempo se nos esforarmos constantemente para identificar as sensaes que o Esprito desperta em ns. Tambm a nossa confiana na direo que recebemos por meio do Esprito Santo ser grandemente fortalecida. As coisas fceis nunca produzem frutos benficos. Nem Nosso Pai que est no cu nem Seu Santo Filho sente prazer em ver-nos lutar para sobrepujar obstculos, resolver dvidas ou achar solues a problemas complexos e desafiadores. Porm, Eles se regozijam quando os irmos voluntariamente reconhecem que estes so passos para o crescimento e que nos conduzem s aes que moldaro em ns um bom carter. Entesourar as Impresses Sagradas

Os irmos j aprenderam o valor duradouro de manter um registro das importantes experincias espirtituais e as impresses sagradas que o Senhor lhes comunicou? No mantenho um dirio detalhado dos acontecimentos cotidianos mas procuro manter um registro de alguns assuntos de muita importncia. As experincias espirituais guardo num registro protegido por senha que mais ningum pode acessar. Quando me sinto autorizado pelo Esprito Santo, tiro algumas destas verdades que aprendi e coloco-os num dirio familiar ou compartilho-os num discurso pblico. Isto fao em comformidade com um princpio cuja veracidade confirmada pelas escrituras. Algumas revelaes so para nossa orientao e edificao, para ajudar-nos a crescer e aprimorar nosso carter, devoo e testemunho. Estas coisas no se destinam a outros. Assim como a bno patriarcal adaptada para a pessoa a quem dada, certas informaes devem ser protegidas com reverncia devido a sua essncia sagrada inerente. Qualquer assunto sagrado que o Senhor queira comunicar a terceiros Ele transmitir a eles diretamente pelo Esprito, se esses forem dignos e estiverem sintonizados. Para confirmar que o que tenho falado no pura teoria, agora mencionarei algumas verdades preciosas que aprendi ao longo dos anos pela orientao espiritual. As escrituras nos ensinam (e foi-me confirmado por inspirao) que o Esprito Santo nunca nos inspirar a fazer algo que no seja possvel fazer. Pode ser que leve um esforo extrardinrio, muito tempo, pacincia, orao e obedincia, mas teremos condies de faz-lo. Repetidas vezes fui inspirado a aprender que para alcanar uma meta nunca antes alcanada, deve-se fazer coisas que jamais foram feitas. Foi-me ensinado que podemos fazer muitas escolhas na vida mas no podemos determinar nosso prprio destino final. As nossas aes que o fazem. Pode parecer que controlamos os resultados de nossa vida, mas no os controlamos. A dignidade, a retido, a f em Jesus Cristo e o plano de nosso Pai asseguram um futuro produtivo e agradvel, enquanto mentir, enganar ou violar as leis de castidade pessoal asseguram uma vida de misria aqui na terra como tambm na vida vindoura, a no ser que haja o devido arrependimento. importante no nos julgar a ns mesmos pelo que pensamos saber do nosso potencial. Devemos confiar no Senhor e no que Ele pode fazer, utilizando nosso corao dedicado e mente disposta a fazer sua vontade (vide D&C 64:34). Arprendi atravs do Esprito Santo e da observao dos outros que os conceitos como a f, a orao, o amor e a humildade no tm grande significado e no produzem nenhum milagre a no ser que se tornem uma parte viva do nosso ser por meio de nossas experincias pessoais acompanhadas dos sussurros sublimes do Esprito. Todos ns passaremos pela adversidade; faz parte da vida. Todos ns passaremos por ela, pois precisamos dela para crescermos e para formarmos um carter reto. Aprendi que o Senhor tem uma infinita capacidade de julgar a nossa inteno. Ele se preocupa com o que ser de ns por causa das escolhas que fizermos. Ele tem um plano individual para cada um de ns. Esta idia muito consoladora para ns quando procuramos entender as coisas difceis como a morte inesperada de algum de que tanto precisamos aqui na terra. Ela ajuda-nos quando sofremos devido a uma doena ou uma deficincia fsica, ou at quando somos abalados com a notcia de um suicdio trgico de algum.

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A experincia prpria me levou a compreender uma verdade importante. Sei que Satans no tem poder algum de forar as aes de uma pessoa reta e decidida porque o Senhor protege tal pessoa do poder do diabo. Satans pode tentar, pode ameaar, pode at parecer ter tal poder, mas ele no o possui. Aprendi que nossa mente pode magnificar uma impresso do Esprito Santo, ou, infelizmente, destru-la por completo se a rejeitarmos como se fosse algo sem importncia ou algo que sasse de nossa prpria imaginao. Quando a direo espiritual chega, bom levar em mente este comentrio do Profeta Joseph Smith: "Deus julga os homens de acordo com sua utilizao da luz que Ele lhes d."[2] Ao enfrentarmos a adversidade poderemos ser levados a fazer muitas perguntas. Algumas delas tm um propsito til, outras no. Na verdade no adianta fazer perguntas que refletem oposio vontade de Deus. Estar disposto a sacrificar profundos desejos pessoais a favor da vontade de Deus , de modo geral, algo muito difcil de se fazer. Porm quando assim fazemos, colocamo-nos numa posio fortssima de receber o mximo de ajuda do nosso carinhoso Pai Celestial. Aceitar sua vontade, mesmo no sabendo por qu, traz-nos grande paz de esprito e, depois de um tempo, a compreenso vir. dificlimo, s vezes, discernir a reposta nossa orao referente a um assunto pelo qual temos profundos sentimentos pessoais ou fortes emoes. por isso que importante recebermos conselhos vlidos e inspirados ao nos encontrarmos em tais circunstncias. Num momento de meditao calma aprendi que h uma relao entre a f e o carter. Quanto mais f temos em Jesus Cristo, mais se fortalece nosso carter e um carter fortalecido aumenta nossa capacidade de exercer maior f ainda. O Esprito me ensinou que Satans no precisa nos tentar com o mal. Ele consegue grande parte de sua meta por nos distrair com muitas coisas aceitveis, assim desviando-nos para que no faamos as coisas essenciais. Precisamos frustrar esta distrao por meio de identificar o que de suma importncia na vida. Devemos dedicar o nosso melhor esforo a lev-lo a efeito. Quando h tempo e recursos limitados, seguir este padro pode requerer que deixemos de lado algumas atividades boas mas no essenciais. Em certas ocasies o Senhor nos dar orientao espiritual vital atravs de inspirar terceiros a compartilharem conosco o que eles aprenderam. Tais mentores podem enriquecer grandemente nosso vida por meio da comunicao gentil de seu conhecimento e experincias. Podemos encontrar mentores, vivos e falecidos, pelo estudo e emulao de suas vidas produtivas. Tenho certeza que o falecimento recente do Presidente James E. Faust inspirou no corao de milhares de pessoas inspiradas por ele uma imensa gratido por sua solidariedade e motivao. Ele possuia uma capacidade enorme de elevar e edificar as pessoas. Ele sempre cumprimentava as pessoas com sinceridade e integridade com elogios vlidos e no inventados. O resultado foi o de edificar, levantar e ajud-las a descobrir o caminho de vida que lhes traria maior sucesso e felicidade. A forma dele encorajar as pessoas muitas vezes era breve e sucinta, porm muito eficaz e duradora. Um dos meios mais memorveis e poderosos de comunicao do Esprito so os sonhos. Aprendi que quando a transio do sono total ao acordar-se parece quase imperceptvel sinal que o Senhor nos ensinou algo muito importante atravs de um sonho. Quando isto ocorre, reconheo a necessidade de meditar a respeito daquilo de que me lembro do sonho e procurar entend-lo e aplic-lo na minha vida. s vezes um sonho simblico e requer que oremos para que, por meio do Esprito Santo, o Senhor possa-nos interpretar ou esclarecer as lies a serem compreendidas e aplicadas. Ao longo da maior parte de minha vida de jovem e adulto, tenho apreciado muito a misericrdia. Foi atravs de um sonho vvido que tambm aprendi a entesourar a justia. A justia d ordem e controle ao plano de felicidade do nosso Pai Celestial. Assegura-nos de que o que ns ganhamos pelo esforo digno ser sempre nosso, tal como o conhecimento, o amor aos entes queridos e os benefcios eternos das ordenanas, inclusive as do templo. A justia guarante que nenhum poder pode-nos tirar estas coisas preciosas. Poderamos perd-las devido desobedincia, mas quem iria querer fazer isso? A ordem do Salvador: "Pedi e recebereis; batei e ser-vos- aberto" (3 Nfi 27:29) o porto que se abre para a

10orientao espiritual. Foi-me ensinado que sussurros mansos nos incentivaro a fazer decises certas. Quando observadas cuidadosamente, estas impresses que entram no nosso corao sero seguidas por conselhos especficos transmitidas a nossa mente. Estes conselhos nos levaro a entender com mais preciso o que devemos fazer. Tal direo detalhada nos vem quando respondemos de boa vontade inspirao do Esprito. s vezes tal direo espiritual pode indicar ou dar a entender eventos que ocorrero mais tarde na vida. Se aceitarmos ou no tal inspirao, se obedecermos ou no, a vontade do Senhor no mudar. O que muda o impacto na nossa vida. Haver conseqncias positivas bem mais exressivas conforme a nossa boa vontade de obedecer aos conselhos dados por tal orientao do Esprito Santo. H mais uma jia preciosa de orientao espiritual que eu gostaria de compartilhar. Levou-me muito tempo para reconhec-la. A obedincia forada no produz frutos duradouros. por isso que tanto nosso Pai Celestial como o Salvador esto dispostos a pedir, soprar, encorajar e esperar com pacincia para ns reconhecermos sua preciosa orientao espiritual. Certa vez levou mais de dez anos para eu descobrir a resposta a uma questo importante sobre a qual eu tinha orado constante e fervorosamente. A resposta total me veio ao juntar as partes da soluo comunicadas a mim de formas diferentes em horas diferentes, A resposta no foi dada diretamente, mas fui guiado com amor e pacincia at encontr-la. Encerro com o meu testemunho. Procurarei seguir os conselhos excelentes do Presidente Spencer W. Kimball. Ele ensinou: "Um testemunho no exortao; um testmunho no um sermo; . . . no um relato sobre viagens . . . . s dizer o que sente no ntimo. Isto testemunho. No momento que os irmos comearem a pregar aos outros, seu testemunho terminar. Digam-nos o que sentem, o que a mente, o corao e toda fibra de seu ser lhes dizem."[3] Eu sei que as coisas que lhes disse so verdadeiras, pois eu as aprendi. Foram-me confirmadas pelos sussurros suaves do Esprito Santo. Que algumas delas sejam de proveito para os irmos! Sei positivamente que Jesus Cristo vive e como um dos apstolos dele presto solene testemunho que Ele um personagem glorificado e ressurrecto de perfeito amor. Ele guia Sua igreja na terra. Ele os ama. Durante sua presena aqui Ele os inspirar.. Ao procurarem identificar tais sussurros, Ele guiar sua vida. Ele nosso Mestre, nosso Redentor, nosso Salvador. Eu O amo. Com toda capacidade que possuo presto testemunho que Ele vive. Em nome de Jesus Cristo, amm. REFERNCIAS

1. Bruce R. McConkie, seminrio dos representantes regionais, 2 de abril de 1982. 2. Joseph Smith, Teachings of the Prophet Joseph Smith [Os Ensinamentos do Profeta Joseph Smith], compilado por Joseph Fielding Smith (Salt Lake City: Deseret Book, 1976), 303. 3. Teachings of the Presidents of the Church: Spencer W. Kimball [Os Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Spencer W. Kimball](Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints [A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias], 2006), 76-77.

167 Heber J. Grant Building

Provo, Utah 84602

11Como Estudar as Escrituras

Joseph Fielding McConkie

Joseph Fielding McConkie professor jubilado de escrituras antigas da Universidade Brigham Young. Este discurso foi proferido na Semana de Educao da BYU de agosto de 2006. Se os cus se abrissem hoje e Deus falasse, os irmos no gostariam de ouvir o que Ele ele tivesse que dizer? Da mesma forma, se um mensageiro viesse em lugar dEle, os irmos teriam menos interesse? Se a mensagem fosse escrita, os irmos no queriam l-la? Muitas pessoas fiis sacrificaram sua prpria vida para que a palavra do Senhor, transmitida antigamente a seu povo, fosse preservada para ns. O estudo minucioso destes registros s pode servir de fonte de grandes bnos para ns, ao passo que deixar de conhec-los seria uma perda enorme. Que Princpios Corretos, e no Tcnicas, Dirijam Nosso Estudo> Ao longo dos anos muitos alunos e outros vieram a meu escritrio, perguntando a respeito de como poderiam-se tornar melhores estudantes das escrituras. Tambm me perguntaram com freqncia como que estudavam as escrituras os homens tais como meu pai, o lder Bruce R. McConkie, e meu av, o Presidente Joseph Fielding Smith, ambos conhecidos como eruditos quanto ao estudo do evangelho. Inerente nestas perguntas a idia de que h algum mtodo ou segredo desconhecido pela maioria das pessoas que d queles que o conhecem uma grande vantagem em entender as escrituras. Eis que revelarei o grande segredo: o fato que no existe nenhum segredo. Quanto a meu pai e a meu av, seu mtodo consistia em no terem um mtodo. Os mtodos no so a soluo. O estudo eficaz das escrituras no tem nada a ver com um sistema de sublinhar. No tem nada a ver com a escolha de um lpis azul em vez de um lpis vermelho. No tem nada a ver com o estudo cronolgico nem por tpicos de um determinado assunto. No tem nada a ver com a edio das escrituras. No tem nada a ver com o tamanho das letras, a no ser para ns, os mais idosos. Tem tudo a ver com a intensidade e constncia que levamos ao estudo. No h atalhos, tampouco segredos. Porm h princpios bsicos que so indispensveis compreenso correta das escrituras. Apresentarei sete princpios desta natureza. Cada um deles traz consigo mais luz. Juntos podem aumentar at sete vezes o seu entendimento das escrituras, ou talvez at mais.

12Requer-se o Esprito de Revelao para Entender a Revelao O primeiro princpio, e o mais fundamental, de entender as escrituras este: S se pode entender a revelao dada pelo Esprito por meio da ajuda do Esprito. Aceitar as escrituras como sendo revelao divina requer que acreditemos no princpio de revelao. Requer que acreditemos que Deus pode-nos transmitir, e de fato nos transmite, seus pensamentos e sua vontade. A maior parte das escrituras est escrita no corao e mente das pessoas. Esta forma das escrituras sagradas conhecida como a Luz de Cristo. universal para os filhos dos homens e sempre tem o propsito de prepar-los para receber a luz maior. De certa maneira as escrituras so tudo que se fala sob a influncia do Esprito Santo. O Esprito Santo um revelador. Como o terceiro membro da Trindade, seu objetivo ensinar e testificar das verdades da salvao. Assim, a voz do Esprito Santo se reserva para revelar verdades de ordem mais elevada do que as que so transmitidas pela Luz de Cristo. Ao passao que o direito de receber a Luz de Cristo universal, a revelao do Esprito Santo requer f em Cristo e obedincia aos princpios de retido. Nfi ensina este princpio da seguinte forma:

E acontece que eu, Nfi, depois de ouvir todas as palavras de meu pai referentes s coisas que ele vira numa viso, como tambm as coisas que dissera com o poder do Esprito Santo, poder que ele recebeu pela f no Filho de Deuse o Filho de Deus era o Messias que deveria vireu, Nfi tambm desejei ver e ouvir e conhecer essas coisas pelo poder do Esprito Santo, que o dom concedido por Deus a todos os que o procuram diligentemente, tanto em tempos passados como no tempo em que se manifestar aos filhos dos homens. Pois ele o mesmo ontem, hoje e para sempre; e o caminho est preparado para todos os homens desde a fundao do mundo, caso se arrependam e venham a ele. Pois aquele que procurar diligentemente, achar; e os mistrios de Deus ser-lhe-o desvendados pelo poder do Esprito Santo, tanto agora como no passado e tanto no passado como no futuro; portanto o curso do Senhor um crculo eterno. (1 Nfi 10:17-19)

Entre as inmeras revelaes que nos vieram do Deus do Cu muito poucas foram escritas. Entre as escritas ainda menos foram-nos preservadas em forma de livro. Um exemplo de tal forma de coletnea conhecemos como a Bblia Sagrada. A palavra bblia deriva-se da palavra grega biblia que significa os livros. Assim, a Bblia uma coleo de livros tidos como sagrados, ou santos. importante observar que os catlicos, os protestantes e os judeus discordam entre si quanto aos livros que devem fazer parte desta coletnea. A biblioteca de livros sagrados dos Santos dos ltimos Dias contm assaz mais registros de escrituras do que se encontram na biblioteca de outras igrejas. Apesar dos outros no concordarem uns com os outros quanto aos livros que devem fazer parte da Biblioteca da Fou seja, a Bblia, encaram como heresia nosso acrscimo de livros a esta biblioteca. Ns, por outro lado, cremos que, tal qual os antigos, receberemos revelaes prprias s nossas circunstncias, se que temos a mesma f que eles tinham. Os santos da antigidade eram fortalecidos ao lerem as revelaes dadas aos que os antecediam, mas no se limitavam s revelaes prvias e sim, recebiam a sua prpria orientao espiritual. Nosso caso como o deles. Sim, este princpio fundamental ao nosso entendimento e interpretao de tudo que lemos no cnon das escrituras. Se a comunicao com os cus for interrompidaisto , se dissermos que a biblioteca de revelao est fechadaperderemos tanto a oportunidade de recebermos mais revelaes como a chave de compreendermos tudo que j possumos. Nfi explicou este princpio com as seguintes palavras:

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Sim, ai do que diz: Recebemos e no necessitamos mais! E por fim, ai de todos os que tremem e esto irados por causa da verdade de Deus! Pois eis que o que est edificado sobre a rocha recebe-a com jbilo; e o que est edificado sobre um fundamento de areia treme de medo de cair. Ai do que disser: Recebemos a palavra de Deus e no necessitamos de mais palavras de Deus, porque temos o bastante! Pois eis que assim diz o Senhor Deus: Darei aos filhos dos homens linha sobre linha, preceito sobre preceito, um pouco aqui e um pouco ali; e abenoados os que do ouvidos aos meus preceitos e escutam meus conselhos, porque obtero sabedoria; pois a quem recebe darei mais; e dos que disserem: Temos o suficiente; destes ser tirado at mesmo o que tiverem.

O Senhor nunca, nem sequer em toda a eternidade, revelou que no haveria mais revelao. Se Ele assim fizesse, seria como negar-nos a capacidade de compreender as revelaes que j nos deu. Seria como se escondesse a evidncia de sua existncia e disfarasse as verdades do evangelho. A Bblia um livro muito diferente nas mos de quem rejeita a revelao do que nas mos de quem est disposto a receber o Esprito. As palavras so as mesmas, mas a viso completamente outra. Um livro que nos veio por revelao s revelao para quem tem o esprito de revelao. O esprito que os irmos levarem leitura de um livro predeterminar o aproveitamento que tiraro dele. O Evangelho de So Mateus pode ser escritura para um e para outro no. Podem at estar juntos na mesma sala lendo o mesmo livro e pode ser escritura sagrada para um e para o outro no. A diferena no se encontra no que foi escrito e sim no esprito com que se l. Se lermos escritos sagrados com um esprito de contenda, no ser escritura; no se trata da voz do Senhor nem representa seu Esprito. simplesmente tinta preta num papel branco. Se o esprito com que se l no estiver certo, tampouco estar certa a sua interpretao. Eu gostaria de compartilhar dois textos clssico das escrituras que nos ensinam este princpio. O primeiro trecho de uma revelao dada a ns para nos ensinar a discernir a verdade do erro, espritos bons dos malignos e doutrina correta de doutrina falsa. Ao iniciarmos a leitura, nota-se que o Senhor, o Mestre, com uma pergunta nos motiva a pensar no assunto de discernir os espritos:

Portanto eu, o Senhor, fao-vos esta pergunta: Para qu fostes ordenados? [A, ao responder a sua prpria pergunta, o Senhor diz:] Para pregar meu evangelho pelo Esprito, sim, o Consolador que foi enviado para ensinar a verdade. E ento recebestes espritos que no pudestes compreender e os recebestes como se fossem de Deus; e nisto estais justificados? Eis que vs mesmos respondereis a esta pergunta; no obstante, serei misericordioso para convosco; aquele dentre vs que for fraco, no futuro ser torndado forte. Em verdade vos digo: Aquele que ordenado por mim e enviado para pregar a palavra da verdade pelo Consolador, no Esprito da verdade, prega-a pelo Esprito da verdade ou de alguma outra forma? [Notem que esta passagem d a entender que o que estamos esinando a verdadeesta no a questoa questo se trata do esprito com que se ensina.]

14E se for de alguma outra forma, no de Deus. Ento como que no podeis compreender e saber que aquele que recebe a palavra pelo Esprito da verdade recebe-a como pregada pelo Esprito da verdade? (D&C 50:13-21)

Notaram? As verdades do cu no so as verdades celestes se procuramos justific-las de outra maneira seno pelo esprito de revelao. Para sermos edificados e regozijarmo-nos juntos precisamos ensinar e aprender pelo esprito de revelao. A segunda ilustrao deste princpio baseia-se nas palavras de uma revelao que antecede a que acabamos de ler, uma revelao dada ao Qurum dos Doze seis anos antes de seu chamado. Referindo-se ao Livro de Mrmon, o Senhor diz: Estas palavras no so de homens nem de um homem, mas so minhas; portanto vs testificareis que so minhas e no de um homem; pois minha voz que vo-las diz; pois vos so dadas pelo meu Esprito; e pelo meu poder vs as podeis ler uns para os outros; e se no fosse pelo meu poder, no as podereis ler; portanto podeis testificar que ouvistes minha voz e conheceis minhas palavras (D&C 18:3436) O princpio no se limita ao Qurum dos Doze. Nenhum princpio do evangelho se limita a um s grupo. S existe um evangelho e ele se aplica a todo ser honesto de maneira igual. Quando os irmos e eu lemos ou estudamos as escrituras sob a orientao do Esprito do Senhor, ouvimos a voz do Senhor e podemos testificar disso. Lermos as escrituras sem aquele Esprito outra coisa. Assim, o primeiro princpio de compreenso das escrituras que elas devem ser compreendidas pelo mesmo esprito pelo qual foram escritas. Sem o esprito de revelao no h escrituras. Alguns diriam que isto racioncnio circular, e de fato . Precisa-se de vida para dar vida. No se pode ler no escuro. No se pode ver nem ouvir as coisas do Esprito sem o Esprito. Assim como a luz atrai a luz, as trevas que geram ms aes. No H Seno um Evangelho O segundo princpio focaliza na natureza eterna do evangelho. Todos os princpios do evangelho so absolutos; de eternidade para eternidade so sempre os mesmos. Os mesmos princpios que esto conosco neste nosso segundo estado estavam conosco na vida pr-mortal e no mudaro ao passarmos desta vida ao mundo espiritual. Sua importncia no diminuir na ressurreio. No h princpios de salvao que no tenham sido decretados antes da fundao da Terra. O Senhor declarou que sua casa uma casa de ordem e no de confuso. Em uma revelao concedida ao Profeta Joseph Smith, o Senhor enfatiza este princpio, fazendo trs perguntas retricas: A primeira: Aceitarei uma oferta que no seja feita em meu nome? a segunda: Receberei de vossas mos aquilo que no ordenei? E a terceira: Designar-vos-ei algo . . . sem que seja por lei conforme meu Pai e eu vos ordenei antes de existir o mundo? (D&C 132:9-11). A resposta a cada uma destas perguntas um no retumbante. O propsito delas dramatizar o fato de haver um s evangelho, um s plano de salvao, um s sistema de autoridade e uma s organizao em que se encontram administradores legais. Se a casa de Deus uma casa de ordem, no ser governada por leis feitas por terceiros e nela no se honraro as ofertas feitas para outros deuses. Tampouco se permitir que se aceitem ordenanas feitas sem licena e autoridade. No posso-me tornar o herdeiro de um dos irmos s por ler seu dirio e apreciar as promessas que seu pai lhe fez. De igual modo os irmos no podem ser herdeiros de Deus s atravs de ler as promessas que Ele fez a um povo antigo. Sua salvao e a minha requerem revelao pessoal e imediata. De maneira semelhante, se uma pessoa pudesse obter o direito legtimo de pregar o evangelho e agir em nome de Deus s por ler a Bblia, ela tambm poderia tornar-se presidente do pas s por ler a constituio. lgico que isto no ser possvel sem a devida autorizao.

15Procurai Conhecimento, Sim, pelo Estudo e Tambm pela F Tiro o terceiro princpio da ordem dada pelo Senhor Escola dos Profetas: Procurai conhecimento, sim, pelo estudo e tambm pela f (D&C 88:118). Esta declarao afirma primeiro a importncia do estudo e da sugere a necessidade de passar alm do estudo e abraar o princpio da f. Permitam-me ilustrar do que se trata. O Profeta Joseph Smith estava estudando o livro de Tiago quando chegou a uma passagem que o inspirou a perguntar a Deus e faz-lo com f sem vacilar (vide Tiago 1:5-6). Quando ele colocou o livro na mesa e foi procura de um lugar sossegado para orar, sua f tomou o lugar do estudo e por meio desta f ele pde fazer o que seus mentores bblicos haviam feito: abrir os cus. Minha f que o Livro de Mrmon pertence biblioteca de livros sagrados me d um monte de conhecimento que de outra maneira eu no teria. Para mim o livro restaura o conhecimento das coisas simples e preciosas que foram tiradas da Bblia. Por meio dele aprendi que os povos do Velho Testamento tinham aquilo que ns conhecemos como o Sacerdcio de Melquisedeque. Tinham tambm o batismo, o dom do Esprito Santo e todos os outros princpios e ordenanas redentores do evangelho. Por meio do Livro de Mrmon posso ganhar mais conhecimento e entendimento acerca do que se ensinou no Velho e Novo Testamento do que por meio de todos os comentrios eruditos que j foram escritos a respeito deste assunto. Do Livro de Abrao aprendi que os povos do Velho Testamento possuam o convnio abramico junto com a promessa da perpetuidade da semente e da famlia eterna. Atravs da f na traduo de Joseph Smith do Livro de Moiss aprendi que possuam o conhecimento de Jesuso MessiasAdo, Enoque, No e Abrao e que o plano de salvao revelado a eles o mesmo plano de salvao que conhecemos hoje em dia. Isto no se trata de uma retirada posio anti-intelectual ocupada por muitos do mundo cristo tradicional e sim uma declarao ousada de que reunir a f com o estudo como um casal amoroso trazer ao mundo um filho. A criancinha um ser vivente que proporciona aos pais o profundo amor e compreenso que antes desconheciam. De modo igual, minha f em Jesus de Nazar, o muito esperado Messias, Salvador e Redentor da humanidade, me d um entendimento mais profundo do Velho Testamento do que de outra maneira seria atingvel. Todos os seres reproduzem conforme sua espcie, analogamente a f gera mais f. A f que se tem num princpio do evangelho incute a f em outros princpios. Minha f na ressurreio, isto , a unio inseparvel do corpo e esprito (uma idia que a cincia no consegue defender), incute f no relato da criao do mundo (um assunto muito debatido pelos cientistas). Somente atravs de aplicar a f ao nosso estudo das escrituras que conseguiremos captar a essncia do que lermos. A religio verdadeira uma coisa viva. Ela requer que os sinais sigam os que crem. Fala de milagres para que saibamos que ns podemos realizar milagres. Descreve a voz de Deus para sabermos reconhec-la quando a ouvimos. Relata o ministrio de anjos a fim de que saibamos que tambm podemos receber tal ajuda. Se plantarmos as mesmas sementes que aqueles de que lemos nos escritos sagrados, colheremos a mesma colheita que eles colheram. Manter as Coisa no Contexto Correto O quarto princpio que chamarei ateno dos irmos a necessidade de manter as coisas no contexto correto. O contexto d cor, ou pode mudar a cor, de tudo que dizemos. Quando minha esposa me diz que devo dizer: Eu te amo com mais freqncia, ela no quer dizer que devo diz-lo a outras mulheres. Todo texto das escrituras tem dois contextos: as circunstncias imediatas que provocaram a declarao e o contexto maior composto de outros princpios e declaraes corretas. Uma citao obscura ou isolada no poder sustentar o peso de definir o evangelho nem estabelecer um princpio essencial para a salvao. Quando Cristo disse: Na ressurreio no se casam, nem se do em casamento (Mateus 22:23-30), precisamos saber se ele falou acerca de todos os seres que j viveram ou s dos saduceus (que O rejeitaram como Messias) os quais fizeram a pergunta que incitou a resposta de Jesus.

16Quando Ele disse: No vos inquieteis, pois, pelo dia da amanh (Mateus 6:34), Ele falou aos irmos e a mim, ou aos Doze que haviam sido chamados ao ministrio de tempo integral? Quando Ele disse: Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem (Lucas 23:34), Ele se referiu aos soldados romanos que Lhe haviam cravado as mos e ps, ou a todos, ao longo da histria, que procuram crucific-lo de novo? Quando Cristo disse: Ide a todo o mundo e pregai o evangelho (Marcos 16:15), Ele deu a ordem a todos que sentissem o desejo, ou falou isso aos Doze que havia designado e treinado? Quando o Apstolo Paulo disse: Mas, se no podem conter-se, casem-se. Porque melhor casar do que abrasarse (1 Corntios 7:9), ele sugeriu que o casamento fosse para as pessoas que de natureza so fracas e no tm carter moral, ou Ele estava-se referindo queles que estavam de misso e que deviam esperar at completarem a misso para se casarem? Quando Joo advertiu que no era para ningum acrescentar nem diminuir daquilo que havia escrito, ele estava proibindo que os outros mexessem com as palavras de sua epstola, ou estava anunciando a cessao de todos os escritos sagrados? (vide Apocalipse 22:18-19). O contexto imediato d as respostas a todas estas perguntas que acabo de fazer, mas se ainda estamos confusos, precisamos recorrer ao contexto mais amplo de tudo que j foi revelado a respeito daquilo que est em questo. Como homem jovem fui capelo no militar. Sempre que nosso grupo recebia ordens de ir ao combate, alguns soldados descobriam que se opunham, por motivos de conscincia, a armar-se. Suas reivindicaes eram sempre tratadas com respeito e, entre outras coisas, eram mandados ao capelo para buscar seu auxlio em defender sua causa, se que realmente tinham causa. Em tais casos eu perguntava se eles j tinham feito algo que pudesse comprovar sua nova crena. Nenhum deles conseguiu comprov-lo. A segunda pergunta que eu fazia era se havia algum motivo religioso para sua resoluo de no portar armas. A nica resposta de que me lembro que se dava era que Deus mandou a Moiss, dizendo: No matars ( xodo 20:13). Sem entrar em detalhes das palestras que tive com estes jovens, observei que sem exeo se surpreendiam ao aprender que a palavra traduzida na Bblia como matar vem do vocbulo hebraico que significa assassinar. Ficavam ainda mais admirados em saber que a pena do assassinato nos tempos de Moiss era a morte. Ficavam igualmente surpresos em saber que o prprio Moiss era um grande general que repetidas vezes liderou os exrcitos de Israel batalha contra seus inimigos aos quais matavam em quantidades espantosas. A idia aqui que h um contexto mais amplo para o sexto mandamentoum contexto inteiramente diferente do que os jovens com quem eu lidava haviam entendido. Equilibrar os Princpios Corretos O quinto princpio diz respeito ao equilbrio que se deve haver entre os princpios do evangelho. Os princpios corretos s vezes entram em choque um com o outrouma dificuldade que tem sua origem no jardim do den. Deus colocou, de propsito, Ado e Eva numa situao em que tinham que escolher entre mandamentos contraditrios. Haviam sido ordenados a multiplicar e encher a terra, algo que no podiam fazer sem comer do fruto da rvore de conhecimento do bem e do mal, o que lhes havia sido proibido. Esta circunstncia exigia que fizessem uma escolha e arcassem com as conseqncias. Com sabedoria e retido escolheram guardar o mandamento maior, ou seja, gerar filhos, que, naturalmente, requereu que comessem do fruto da rvore de conhecimento do bem e do mal. Referimo-nos a este evento como a transgresso de Ado, e no o pecado de Ado. A trangresso consiste em violar uma lei. O pecado, por outro lado, a desobendincia proposital. A conseqncia desta lei transgredida, conhecida como a Queda, criou a necessidade de Cristo e da expiao. O que eu gostaria de salientar-lhes no contexto desta palestra que os princpio corretos entram em choque um com ou outro muito mais do que imaginamos. Ns, como Ado e Eva, muitas vezes enfrentam mandamentos

17contraditrios. Assim como eles, ns tambm devemos decidir qual o maior e qual o menor e, como nossos primeiro pais, teremos que sofrer as conseqncias de nossa escolha. Considerem estas ilustraes: Por um lado queremos ser honestos, por outro lado no queremos ofender ou ser insensatos. As duas so virtudes, mas a virtude exagerada pode tornar-se vcio. Ensina-se que devemos perdoar e ser misericordiosos, no entanto, como sabe todo bispo bom, a misericrdia no pode negar a justia. Se assim fosse o caso, anular-se-iam a responsabilidade pessoal e a doutrina de arrependimento, e, inevitavelmente o plano de salvao. H a letra da lei e o esprito da lei e h um tempo certo para cada um se destacar. preciso manter um equilbrio entre os princpios do evangelho. Por bela que seja, a doutrina da graa no pode ser mando e intimidar todos os outros princpios do evangelho. No podemos encantar-nos com um s princpio de tal forma que obscurea os outros. O mundo est repleto de exemplos de como este tipo de motim evanglico entra no navio da f e um princpio se apodera, escravizando, ou jogando na gua, os outros princpios. Deve-se lembrar de que nenhum princpio pode manter-se correto se for usado incorretamente. Qualquer princpio isolado do corpo dos princpios se torna corrupto no seu isolamento. O que acontece com freqncia que um membro convidado para dar aula sobre tal princpio. A tendncia a de isolar aquele princpio de princpios relacionados e s focalizar o estudo naquele princpio isolado. Faz-se um trabalho to bom de ensinar a importncia daquele princpio que por fim o princpio fica to inflacionado que no cabe mais com os outros, despejando-os, assim criando uma moradia para um s residente. A receita de princpios do evangelho no permite a excluso de um ingrediente a favor de uma dose dupla de outro. Quando se entendem corretamente todos os princpios, pode-se manter o equilbrio apropriado entre eles. A vida cheia de opes de escolha, mesmo as melhores escolhas tm suas conseqncias. De fato, as melhores escolhas geralmente exigem um preo alto. No viemos a esta terra para ver quantas dificuldades poderamos evitar ou por quanto tempo poderamos ficar descansando na sombra. Ao invs disso estamos aqui para ver se optaremos por ficar na luz e trabalhar com af na causa da verdade. Usar comentrios e Bom Senso O sexto princpio de estudo das escrituras buscar ajuda de fontes que possam exceder nosso conhecimento referente a um assunto especial. H muitos recursos para o nosso estudo j imbutidos nas edies das escrituras da Igreja. Os cabealhos dos captulos nos proporcionam um resumo conciso do contedo do captulo e muitas vezes contm explicaes e comentrio. As notas de rodap tambm ajudam, mas precisamos levar em conta que no fazem parte, propriamente dito, das escrituras. Na edio da Igreja da Bblia em ingls, a guia de assuntos, o dicionrio bblico e os extratos da traduo de Joseph Smith da Bblia, bem como os mapas, so muito teis. Comentrios seculares podem ajudar a entender matria histrica e geogrfica. Quando se trata de doutrina a ajuda que estes comentrios fornecem limitada. Quanto aos comentrios de Santos dos ltimos Dias, nenhum autor tem toda a razo em todos os assuntos, mas isso no quer dizer que no sejam de valor para o estudo de assuntos especficos. Diz-se muito que o melhor comentrio sobre as escrituras so as prprias escrituras. Certamente o caso, mas no uma simples questo de utilizar um versculo para interpretar outro; entender que o Velho Testamento um comentrio maravilhoso sobre o Novo Testamento e que o Novo Testamento de valor igual para desvendar o significado do Velho Testamento. Ademais, no suficiente o Santo dos ltimos Dias encarar o Livro de Mrmon simplesmente como outro testamento de Jesus Cristo; devemos tambm reconhecer que a chave com que abrimos o significado verdadeiro tanto do Velho como do Novo Testamento. a vara de Jos de que falou Ezequiel que se tornaria um com a vara de Jud a fim de reunir Israel dispersado (vide Ezequiel 37:19). Por isso, Jos do Egito disse: Portanto o fruto de teus lombos escrever; e o fruto dos lombos de Jud escrever; e aquilo que for escrito pelo fruto de teus lombos e tambm o que for escrito pelo fruto dos lombos de Jud sero unidos, confundindo falsas doutrinas e apaziguando contendas e estabelecendo paz entre o fruto de teus lombos; e levando-os nos ltimos dias a conhecerem seus pais e tambm meus convnios, diz o Senhor (2 Nfi 3:12; Traduo de Joseph Smith de Gnesis 50:31).

18O significado disso que a mensagem dos dois livros a mesma. Compreendida corretamente, eles ensinam os mesmos princpios, testificam do mesmo Deus, levando-nos mesma destinao. O Livro de Mrmon restaura ao nosso conhecimento muitas coisas simples e preciosas que foram ou perdidas ou tiradas dos manuscritos bblicos antes deles serem impressos em forma de livro. Nenhum livro de escritura ameaa outro livro de escritura. Embora defiram nos pormenores, os evangelhos se apoiam um ao outro. Os livros padro de Igreja no so concorrentes e sim, companheiros. J ouvi muitas crticas speras sobre os comentrios. Lembrem-se de que uma grande parte das escrituras se consiste em comentrio a respeito de outras escrituras. Tudo que se escreve ou se diz acerca do evangelho comentrio das escrituras; at a declarao que no se deve usar comentrios no deixa de ser um comentrio. Vale a pena salientar que h poucas coisas mais importantes do que o bom senso para entendermos as escrituras. No h nenhuma passagem de escritura que no possa ser distorcida e h poucas escrituras que j no foram usadas para fins maliciosos. Muitas causas ms e polticas perversas foram justificadas com citaes das escrituras. Nos tempos de Cristo, os que O rejeitaram utilizaram argumentos baseados nas escrituras. queles que procuravam tirar-lhe a vida, Cristo disse:

Examinai as Escrituras, porque vs cuidais ter nelas a vida eterna, e so elas [as escrituras] que de mim testificam. E no quereis vir a mim para terdes vida. Eu no recebo glria dos homens; Mas tambm vos conheo, que no tendes em vs o amor de Deus. Eu vim em nome de meu Pai, e no me aceitais; se outro vier em seu prprio nome, a esse aceitareis. Como podeis vs crer, recebendo honra uns dos outros, e no buscando a honra que vem s de Deus? No cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. H um que vos acusa, Moiss, em que vs esperais. Porque, se vs crsseis em Moiss, crereis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas, se no credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras? (Joo 5:39-47)

s vezes nota-se que h malcia no que se refere s escrituras. Alguns costumam dizer que o figurativo literal e o literal figurativo. Ao faz-lo declaram seu amor s escrituras ao passo que viram do avesso o significado delas. No livro de Moiss lemos que Ado foi criado do p da terra (vide Moiss 3:7). Alguns argumentam que o primeiro homem foi feito de argila. Porm, o mesmo texto diz que os irmos e eu nascemos nesta terra pela gua, sangue e esprito, que Deus fizera e assim vos transformando de p em alma vivente (Moiss 6:59). O mesmo autor que emprega p para descrever o nascimento de Ado tambm o utiliza para descrever nosso nascimento. Neste mesmo contexto, lemos que Eva foi criada da costela de Ado (vide Moiss 3:21-22). O texto no explica o que se subentende--que isto simblico, que metfora para nos ensinar que o lugar da mulher ao lado de seu marido. As escrituras no nos dizem isto; devemos deduzi-lo. Neste caso nosso conhecimento vem da doutrina do bom senso. A mulher no feita literalmente da costela do homem. H certas coisas que devemos aprender por ns mesmos.

19Quando se estuda a lgebra, aprende-se que se pode usar o que se sabe para descobrir o que se desconhece. Pode-se fazer assim tambm no estudo do evangelho. Se, por exemplo, sabemos que certo povo possua o sacerdcio de Melquizedeque, sabemos tambm que tinham o dom do Esprito Santo porque o sacerdcio de Melquizedeque que concede este dom. Alguns alunos j me perguntaram se h evidncia de que se praticava o casamento eterno nos tempos do Velho Testamento. Os irmos no acham lgico que se recebemos a autoridade de fazer o casamento eterno de Abrao, ou de algum de sua dispensao, que se possua tal autrodidade na poca deles? Da mesma forma, pode-se raciocinar que se o batismo uma ordenana do sacerdcio aarnico, ento um povo antigo que possua o sacerdcio aarnico tambm teria possudo a ordenana do batismo. O fato de sabermos que Deus eterno e que os princpios de salvao que provm dele so absolutos nos abre ao entendimento o significado das escrituras. Contradiz, por exemplo, a idia de que havia um plano de salvao para o povo do Velho Testamento e outro para o povo do Novo Testamento e ainda mais outro para o povo da atualidade. Claramente refuta a idia de que no havia uma Igreja de Cristo antes do era do Novo Testamento. Aplicai-as a Vs Mesmos (1 Nfi 19:24) O stimo e ltimo princpio de que falarei para incrementarem seu estudo das escrituras o de aplicar as escrituras a si mesmos (vide 1 Nfi 19:23-24). Em vrias revelaes de Doutrina e Convnios o Senhor diz: O que vos digo, digo a todos (D&C 93:49). Por exemplo, Doutrina e Convnios 25 registra uma revelao para Emma Smith em que o Senhor a chama uma mulher eleita (versculo 3). A ela dada a designao especfica de compilar um hin rio para o uso da Igreja no seu incio e depois ela recebe alguns conselhos. Ao concluir a revelao, o Senhor diz: E em verdade, em verdade vos digo que esta minha voz para todos (D&C 25:16). Portanto, todo membro da Igreja tem direito igual a esta revelao. tanto nossa como a de Emma. Entendermos este princpio requer um pouco do bom senso de que j falamos. O Senhor no quis que cada membro da Igreja compilasse um hinrio, mas em vez disso devemos aplicar as admoestaes de evitar a tentao de murmurar, de buscar o Esprito Santo para facilitar nosso aprendizado e de deixar de lado as coisas do mundo e buscar as coisas de um mundo melhor, como o Senhor instruiu a Emma. Se assim fizermos, teremos a mesma promessa que Emma tinha, a de recebermos uma coroa de retido com todas as bnos pertencentes. De modo igual, o Senhor deu uma revelao a Joseph Smith Snior. uma revelao a respeito de servio que se encontra na seo 4 de Doutrina e Convnios. Os missionrios a citam muito ao reunirem-se, mas a revelao realmente pertence a todos ns. nossa porquanto os princpios se aplicam a ns da mesmssima maneira que se aplivavam a Joseph Smith Snior. Assim costuramos o tecido das escrituras, adaptando-o a nossas prprias medidas e circunstncias, tomando para ns os princpios eternos que se aplicam a ns e deixando para a pessoa mencionada em certas revelaes as promessas unicamente destinadas a ela. Concluso Completamos o cclo. Vamos unir agora os sete princpios. Iniciamos com o preceito de que as escrituras, ou seja revelao, s so revelaes quando so acompanhadas do esprito de revelao. Joseph Smith e Oliver Cowdrey nos ilustram este princpio de forma notvel. Depois que Joo Batista havia restaurado o sacerdcio aarnico a eles e depois que se batizaram um ao outro e o Esprito Santo havia cado sobre eles, Joseph Smith disse: Estando agora com nossa mente iluminada, as escrituras comearam a abrir-se ao nosso entendimento e o significado e inteno verdadeiros das passagens mais misteriosas se revelaram a ns de uma maneira que antes no havamos atingido nem pensado (Histria de Joseph Smith 1:74). Acrescentamos o segundo princpio, a idia de que os princpios do evangelho so imutveis. Toda escritura vem da mesma fonte, tem o mesmo propsito e ensina a mesma doutrina. O evangelho de Jesus Cristo no evoluiu e

20no est evoluindo. imutvel, absoluto e eterno. A doutrina na qual Ado e Eva achou a salvao exatamente a mesma pela qual cada um de seus filhos em todas as geraes se salvaro. Esta doutrina sempre estar focalizada no mesmo Salvador, na mesma Expiao, na obedincia s mesmas leis e ordenanas e requerer o mesmo sacerdcio. H somente um Salvador e um s evangelho. Quando o Cristo j ressurrecto visitou o povo do Novo Mundo, Ele fez o que fez no Velho Mundo. Foi ao templo, chamou e ordenou doze homens como testemunhas especiais de seu nome e ensinou o mesmo evangelho que ensinara queles de sua prpria nao. O evangelho e seus convnios e promessas permanecem sempre os mesmos. No havia um evangelho para os pioneiros e outro para ns, nem um para os apstolos e profetas e outro para o restante da Igreja. Temos um s evangelho do mesmo modo que s h um Salvador. Cada um de ns faz os mesmos convnios e cada um recebe a mesma promessa de bnos. Neste contexto, as promessas das revelaes so nossas; foram-nos dadas; podemos colocar nossos prprios nomes nelas. O terceiro princpio o de procurar aprender tanto pelo estudo como pela f. Deve ser bvio que a nica forma de aprender o princpio da f por meio de exerc-la. A noo de que devemos buscar conhecimento tanto pela f como pelo estudo significa que a f no requer que deixemos nossa mente porta quando entramos na aula da Escola Dominical ou em qualquer outra ocasio em que procuramos aprender o evangelho. Quer dizer, porm, que seria um evangelho fraco se no nos proporcionasse revelao que fosse alm dos limites de nosso entendimento e do conhecimento comum. A mesma revelao nos diz que Deus, e no a natureza, o autor de todas as leis. Esta revelao declara que todas as leis, luz e vida vm de Deus e que Ele est acima de tudo. Deus o criador de tudo isso e no um simples observador. O quarto princpio observa que tudo tem seu contexto apropriado. Todos os princpios do evangelho tm um contexto imediato e um contexto geral, este ltimo sendo o contexto da plenitude do evangelho. Nenhum princpio do evangelho existe na solido. Isolar qualquer princpio do conjunto de princpios que constituem o evangelho corromper o princpio. O evangelho no consiste somente na graa, somente no amor, somente na f, nem somente em qualquer princpio. Os princpios evanglicos se sustentam um ao outro. O quinto princpio consiste no devido equilbrio que deve haver entre os princpios do evangelho. A ignorncia no pode nutrir a f e a inteligncia dos homens no pode substitu-la. A Bblia permanece sendo um livro selado para aqueles que a estudam unicamente com sua prpria mente. O significado e propsito da Bblia desaparecem para aqueles que reduzem sua mensagem a algumas frases que sempre citam para justificar seu entendimento superficial e sua crena naquilo que no pertence ao corpus da f. O sexto princpio nos incentiva a buscar sabedoria e ajuda de todas as fontes que nos conduzem a um entendimento maior. Nenhuma fonte pode exceder a voz de um profeta vivente, sim, a voz unida de todos os profetas do passado nos diz que devemos escutar o profeta atual. Observamos no stimo princpio que buscamos o mesmo destino que buscavam os fiis do passado, portanto os ensinamentos de que escreveram so de grande valor para ns. Para que isso nos ajude, devemos orientar o mapa que nos deixaram conforme os princpios corretos e l-lo pela luz do mesmo esprito conhecido por eles. Sempre que algum interpreta um trecho das escrituras, podemos medir o nvel de bom senso e integridade espiritual que ele possui. O que fazemos com as escrituras, inclusive negligenci-las, proporciona ao Senhor uma forma de avaliar nossa alma. Que todos ns possamos apresentar-Lhe uma boa avaliao minha orao.

167 Heber J. Grant Building

Provo, Utah 84602

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Descobertas do Projeto de Estudo Dos Escritos de Joseph Smith: Os Manuscritos Inciais Robert J. WoodfordO Irmo Robert J. Woodford instrutor aposentado do Sistema Educacional da Igreja e redator da srie Escritos de Joseph Smith O projeto de estudo dos escritos de Joseph Smith uma obra de muitos volumes que disponibilizar ao pblico mais de quatro mil documentos relativos a Joseph Smith, inclusive livros, dirios, correspondncias, discursos, revelaes, histrias e documentos legais. Trata-se de uma obra de propores monumentais que se tornou possvel pela colaborao generosa da Biblioteca de Histria da Igreja, vrias universidades, bibliotecas, sociedades histricas e certas organizaes religiosas que possuem os documentos. A obra quando completa far com que pessoas interessadas possam estudar os documentos originais sem terem que viajar aos diferentes lugares onde os documentos esto guardados, assim preservando os documentos do desgaste natural que ocorre quando os pesquisadores os tateiam. Os primeiros dois volumes da Srie de Documentos do Projeto Escritos de Joseph Smith contm mais de cem revelaes, a maioria das quais se encontram em Doutrina e Convnios. Dois colegas e eu redigimos estes volumes que contm as revelaes recebidas at o fim de 1833. Outros redatores esto revisando o material recebido depois de 1833. O acesso mais amplo a estes documentos nos expandiu a viso concernente a escrita, redao e edio destas revelaes. Um do propsitos deste ensaio o de apresentar um panorama de algumas das descobertas consideradas importantes e interessantes das quais uma exposio mais pormenorizada s ser desponvel aps a publicao dos volumes. Outro propsito mostrar-lhes as tcnicas que desenvolvemos que realaram muito nossa capacidade de comparar e datar documentos mltiplos relacionados a uma s revelao. Para que todos os leitores tenham um background em comum, apresento os seguintes fatos bem-documentados sem referncias nem anlise adicionais: Joseph Smith raramente escrevia as revelaes dadas a ele; em vez disso ditava-as a escrives. No vero de 1830 Joseph Smith e John Whitmer comearam a organizar e copiar as revelaes j recebidas e da se fizeram cpias dos documentos originais. J de incio os manuscritos das revelaes eram copiados por membros da Igreja e missionrios, assim multiplicando o nmero de cpias em forma manuscrita. Poucos manuscritos das revelaes podem ser positivamente identificadas. Joseph Smith alterou certas revelaes para corrigir alguns erros e conform-las com os conhecimentos posteriormente revelados e com as mudanas de organizao devido ao crescimento da Igreja. Em novembro de 1831, Joseph Smith e outros lderes da Igreja decidiram imprimir as revelaes em Missouri. Esta compilao levaria o ttulo "Um Livro de Mandamentos para a Governana da Igreja de Cristo," conhecido popularmente como "O Livro de Mandamentos." Joseph Smith revisava e corrigia as revelaes, quando necessrio, a fim de prepar-las para ser publicadas. A publicao do Livro de Mandamentos findou no dia 20 de julho de 1833 quando antagonistas destruiram a prensa e espalharam as folhas do livro. Cpias incompletas do Livro de Mandamentos foram encadernadas por alguns indivduos para seu prprio uso. Em 24 de setembro de 1834, o sumo conselho de Kirtland, Estado de Ohio,

22Ordenou que Joseph Smith e outros reunissem pela segunda vez as revelaes para public-las. Fez-se um trabalho macio de redao naquela ocasio. Em 17 de agosto de 1835 o livro de Doutrina e Convnios foi apresentado numa conferncia da Igreja e aceito como sendo a palavra de Deus para o seu povo. A verso de Doutrina e Convnios de 1835 continha sete "Lies sobre a F" e 103 revelaes. Edies posteriores (principalmente as de 1844, 1876 e 1981) aumentaram de nmero de revelaes. As "Lies sobre a F" foram omitidas na edio de 1921. MTODO DE PESQUISA REFERENTE S REVELAES Ao preparar as revelaes para o Projeto Escritos de Joseph Smith, o manuscrito completo mais antigo de cada revelao foi utilizado como o texto principal com todas as outras verses citadas nas notas apropriadas conforme as fontes. s vezes foi difcil determinar qual era a verso mais antiga. Nestes casos analizamos os fatos histricos conhecidos, os escrives e o prprio texto para fazer uma determinao. Mesmo assim, havia meia dzia de revelaes para as quais tivemos que fazer a melhor suposio possvel quanto antiguidade dos manuscritos. No que diz respeito s variaes no texto das revelaes, foi de muita preocupao, especialmente se as diferenas se tratavam de questes doutrinrias. As variaes so uma realidade, porm uma discusso adequada delas no cabe dentro do alcance deste trabalho. Os volumes que logo sero publidados tratam das variaes expressivas. importante observar aqui que as alteraes s tm valor histrico pois a edio atual de Doutrina e Convnios o nico texto autorizado destas revelaes. COMPILAO DE UM TEXTO PADRO Mais de um estudante do Livro de Mrmon j escreveu sobre as variaes de texto que existem entre vrias cpias da primeria edio do Livro de Mmon, a de 1830. Royal Skousen nos ajuda a responder a esta pergunta de como ocorreram estas variaes pela seguinte explicao. O tipgrafo da primeira edio do Livro de Mmon de 1830 fazia a composio tipogfica de uma seo de dezesseis pginas por vez (cada seo de quatro flios [dezesseis pginas ao todo] se chamava "assinatura"). Ento ele imprimia cinco mil cpias daquela assinatura, a colocava o tipo de mais uma assinatura e imprimia-a e assim por diante. Ao imprimir as cpias de uma assinatura o impressor examinava a primeira assinatura para ver se havia erros tipogrficos. Depois de verificar a prova tipogrfica, mandava parar a prensa para corrigir os erros tipogrficos e logo continuava a imprimir as folhas daquela assinatura. Porm, no se descartavam as folhas j impressas, mesmo com erros, e elas foram utilizadas na encadernao do Livro de Mrmon. Em alguns casos o tipgrafo de 1830 interrompeu o processo mais de uma vez (num caso, mandou parar a prensa cinco vezes) ao continuar a encontrar erros nas folhas que saam da prensa. Por outro lado, no caso de algumas assinaturas, a impresso nunca parou e aquelas assinaturas eram iguais em todas as cpias do livro. Ao examinar cerca de cem cpias da edio de 1830, Skousen no encontrou duas cpias encadernadas iguais devido a todas essas alteraes feitas pelo impressor.1 Pode-se elaborar agora um trabalho semelhante a respeito das variaes que se encontram nas muitas cpias do Livro de Mandamentos. J sabamos que existiam pelo menos trs pginas de rosto diferentes nas cpias ainda existentes do livro mas agora sabemos que tambm h variaes de texto s na pgina de rosto. Embora as variaes sejam mnimas, importante estabelecer uma verso padro pela qual se comparam os outros textos. Os redatores dos Escritos de Joseph Smith escolheram a cpia do Livro de Mandamentos arquivada na Biblioteca de Histria da Igreja a qual foi doada por Wilford Woodruff. COMPARAO DE TEXTOS Desenvolvemos um mtodo interessante de comparar os vrios textos de uma s revelao que passamos a chamar "lineups [tirado da expresso inglsa usada pelos policias para descrever uma fileira de vrios suspeitos que se faz para que a vtima indentifique o culpado]." Colocvamos primeiro no incio de uma pgina uma linha de

23texto da verso mais antiga e debaixo dela colocvamos, por ordem cronolgica, as linhas correspondentes de todos os outros documentos, repetindo o processo para cada linha at o fim da revelao. O exemplo 1 da ltima parte da seo 4 de Doutrina e Convnios e contm um manuscrito e trs verses publicadas: o Livro de Mandamentos e as verses das edies de 1835 e de 1844 de Doutrina e Convnios. As principais variaes ocorreram entre o Livro de Mandamentos e a edio de 1835 de Doutrina e Convnios. Joseph Smith liderou o grupo que redigiu a edio de 1835 e as alteraes foram feitas sob a direo dele. Ento os membros da Igreja apoiaram a edio de 1835 como a palavra do Senhor para eles.

Exemplo 1 Manuscrito 1133 layeth up his store that he perish not but bringeth salvation to his own soul & faith [faz sua reserva de modo que no parece mas traz salvao a sua alma & f] Livro de Mandamentos layeth up in store that he perish not, but bringeth salvation to his soul, and faith, [faz sua reserva de modo que no parece, mas traz salvao a sua alma, e f,] D&C 1835 layeth up in store that he perish not, but bringeth salvation to his soul, and faith, [faz sua reserva de modo que no perece, mas traz salvao a sua alma, e f] D&C 1844 layeth up in store that he perish not, but bringeth salvation to his soul, and faith, [faz sua reserva de modo que no parece, mas traz salvao a sua alma, e f] Manuscrito 1133 hope charity & love with an eye single to the glory of God constitutes him for the work [esperana caridade & amor com os olhos fitos na glria de Deus constitui-o para o trabalho] Livro de Mandamentos hope, charity, and love, with an eye single to the glory of God, qualifies him for the work. [esperana, caridade e amor, com os olhos fitos na glria de Deus, qualificam-no para o trabalho.] D&C 1835 hope, charity, and love, with an eye single to the glory of God, qualifies him for the work. [esperana, caridade e amor, com os olhos fitos na glria de Deus, qualificam-no para o trabalho.]

24D&C 1844 hope, charity, and love, with an eye single to the glory of God, qualifies him for the work. [esperana, caridade e amor, com os olhos fitos na glria de Deus, qualificam-no para o trabalho.] Manuscrito 1133 remember temperance patience [lembrai-vos da temperana da pacincia] Livro de Mandamentos Remember temperance, patience, [Lembrai-vos da temperana, da pacincia] D&C 1835 Remember faith, virtue, knowledge, temperance, patience, brotherly kindness, [Lembrai-vos da f, da virtude, do conhecimento, da temperana, da pacincia, da bondade fraternal,] D&C 1844 Remember faith, virtue, knowledge, temperance, patience, brotherly kindness, [Lembrai-vos da f, da virtude, do conhecimento, da temperana, da pacincia, da bondade fraternal,] Manuscrito 1133 humility diligence & C. Ask & ye shall receive knock & it shall be [da humildade da diligncia & da C. Pedi & recebereis batei e ser-vos- Livro de Mandamentos humility, diligence, &c., ask and ye shall receive, knock and it shall be [da humildade, da diligncia &c., pedi e recebereis, batei e ser-vos-] D&C 1835 godliness, charity, humility, diligence. Ask and ye shall receive, knock and it shall be [da piedade, da caridade, da humildade, da diligncia. Pedi e recebereis, batei e ser-vos-] D&C 1844 godliness, charity, humility, diligence. Ask and ye shall receive, knock and it shall be [da piedade, da caridade, da humildade, da diligncia. Pedi e recebereis, batei e ser-vos-]

Manuscrito 1133

25opened unto you amen [aberto amm] Livro de Mandamentos opened to you: Amen. [aberto: Amm] D&C 1835 opened unto you. Amen. [aberto. Amm.] D&C 1844 opened unto you: Amen. [aaberto: Amm] Exemplo 2. No seguinte exemplo bem mais complexo de uma linha da seo 42 de Doutrina e Convnios, seis cpias de manuscritos so comparadas com cinco edies publicadas: PT (Painesville Telegraph [jornal], setembro de 1831), EMS (Evening and Morning Star[outro jornal], julho de 1832), BC (Livro de Mandamentos de julho de 1833), e as edies de 1835 e de 1844 de Doutrina e Convnios. Os documentos se apresentam em ordem cronolgica, comeando pelo mais antigo. (As abreviaturas usadas para identificar os manuscritos so para uso interno e no sero elaboradas aqui. Nos volumes publicados constaro todos os detalhes.) O texto da edio atual de Doutrina e Convnios apareceu pela primeira vez no manuscrito BkA, com data de outono de 1831. Os manuscritos ZC e JW obviamente foram copiados uma da outra ou tinham uma fonte em comum que pode refletir um texto anterior e menos refinado. O manuscrito denominado BCR serviu de fonte para as verses impressas. EMS e BC mostam uma redao posterior que conforma com as verses impressas. Porm interessante notar que embora o texto BCR fosse identificado como sendo o mais antigo, usamos RWD como o texto principal porque inclui uns trechos que no se encontram nos outros manuscritos. Exemplo 2 BCR hath [has] authority & it is known to the Church that he hath [has] authority & has [tenha autoridade & que a Igreja saiba que tem autoridade & foi] RWD hath authority & it is known to the church that he hath authority & have [tenha autoridade & que a Igreja saiba que tem autoridade & foi] PT hath authority, and it is known to the church that he hath authority, and have [tenha autoridade, e que a Igreja saiba que tem autoridade e foi]

26BkB hath authority & it be known to the Church that he hath authority & has [tenha autoridade & que a Igreja saiba que tem autoridade & foi] BkA has authority & it is known to the Church that he has authority & has [tenha autoridade & que a Igreja saiba que tem autoridade & foi]

ZC has authority & has [tenha autoridade & tenha sido] EMS has authority, and it is known to the church that he has authority, and has [tenha autoridade, que a Igreja saiba que tem autoridade e foi] BC has authority, and it is known to the church that he has authority, and has [tenha autoridade, e que a igreja saiba que tem autoridade e foi] JW has authority, and has [tenha autoridade e tenha sido] D&C 1835 has authority, and it is known to the church that he has authority, and has [tenha autoridade, e que a igreja saiba que tem autoridade e foi] D&C 1844 hath authority, and it is known to the church that he has authority, and has [tenha autoridade, e que a igreja saiba que tem autoridade e foi] DATAS DAS REVELAES Agora podemos fixar a data das revelaes com mais exatido do que antes era possvel. A maioria das revelaes de Doutrina e Convnios levam a data certa mas h algumas cujas datas esto erradas (nada de srio na maioria

27do casos), porm se trata de algo importante e interessante. Na seguinte relao destas revelaes, a data que aparece entre parnteses a que se encontra na atual edio do livro de Doutrina e Convnios: Seo 10 (vero de 1828) Embora as duas datas dadas a esta revelao sejam de dia primeiro de maio de 1829 e depois o vero de 1828, sentimo-nos confiantes que se esta no for uma revelao composta de mais de uma revelao combinadas depois, a data correta de abril de 1829, logo aps a chegada de Oliver Cowdery em 5 de abril. Mesmo sendo composta, a data de abril de 1829 seria a mais provvel, levando em conta os fatos histricos. Seo 20 (abril de 1830) Embora as partes essenciais fossem escritas num perodo de um ano, mais ou menos, agora sabemos que a verso contida na edio atual de Doutrina e Convnios foi escrita no dia 10 de abril de 1830. Seo 23 (abril de 1830) Na verdade esta seo composta de cinco revelaes impressas no Livro de Mandamentos. Naquele livro constava a data de 6 de abril de 1830. Embora esta data especfica no aparecesse em edies subsequentes da seo 23, importante notar que agora sabemos que 6 de abril no pode ser a data em que a revelao foi recebida e a que aparece no Livro de Mandamentos est errada. Este fato invalida o argumento proposto por alguns de que o local da organizao da Igreja foi Manchester e no Fayette, Estado de Nova York. Seo 27 (agosto de 1830 e o restante em setembro do mesmo ano) Esta seo trata da fuso de pelo menos duas revelaes separadas e as datas dela variam de julho a setembro de 1830. Podemos dizer com certeza que a primeira parte foi recebida em princpios de agosto de 1830. J no existe uma verso completa, nem manuscrita nem impressa, com data anterior verso da edio de 1835, contudo as evidncias indicam que setembro de 1830 a data da segunda parte. Seo 35 (dezembro de 1830) Agora possumos evidncia suficiente que esta revelao foi recebida no dia 7 de dezembro de 1830. Seo 36 (dezembro de 1830) Sabemos agora que esta revelao foi recebida no dia 9 de 1830. Seo 40 (janeiro de 1831) A primeira revelao a James Covill (D&C 39) foi recebida em 5 de janeiro de 1830 e agora sabemos que foi recebida no dia seguinte, 6 de janeiro. Tambm existe evidncia que James Covill era pastor metodista e no batista. Seo 42 (9 de fevereiro de 1831) Os estudiosos do livro de Doutrina e Convnios sempre sabiam que a seo 42 de Doutrina e Convnios composta de duas revelaes, uma que se recebeu em 9 de fevereiro de 1831 e a outra em 23 de fevereiro mas o que no de conhecimento geral que h uma parte desta seo que nunca foi publicada e outra parte que foi apagada da verso que se encontrava no Livro de Mandamentos. Seo 48 (maro de 1831) Podemos agora fixar a data desta seo em 10 de maro de 1831.

28Seo 49 (maro de 1831) Embora a edio atual de Doutrina e Convnios mostre a data de maro de 1831, podemos provar que a revelao realmente foi recebida no dia 7 de maio de 1831. Seo 50 (maio de 1831) A data exata desta revelao de 9 de maio de 1831. Seo 51 (maio de 1831) Podemos mostrar que esta revelao foi recida em 20 de maio de 1831. Seo 52 (7 de junho de 1831) Agora aceitamos a date de 6 de junho de 1831 como data desta revelao e no dia 7 conforme a atual edio de Doutrina e Convnios. Seo 53 (junho de 1831) Constatamos que a data desta seo dia 8 de junho de 1831. Seo 54 (junho de 1831) Constatamos que foi recebida no dia 10 de junho de 1831. Seo 55 (junho de 1831) Aceita-se agora a data de 14 de junho de 1831. Seo 56 (junho de 1831) A data exata desta revelao no dia 15 de junho de 1831. Seo 63 (fins de agosto de 1831) Seo 65 (outubro de 1831) Verificamos que a data certa dia 30 de outubro de 1831. Seo 66 (25 de outubro de 1831) Sabemos agora que a data certa dia 29 de outubro de 1831. Sees 1, 67-70; parte da seo 107 e seo 133 Estas revelaes foram recebidas durante uma conferncia extensiva em princpios de novembro de 1831. Atravs de pesquisas apuradas podemos agora provar que as revelaes foram recebidas na seguinte ordem: --Seo 68 (novembro de 1831) = dia primeiro de novembro --Seo 1 (primeiro de novembro de 1831) primeiro de novembro --Depoimento das Testemunhas do Livro de Mandamentos = primeiro de novembro H evidncia que a revelao foi dada em 30 de agosto de 1831.

29--Seo 67 (novembro de 1831) = dia 2 de novembro --Seo 133 (3 de novembro de 1831) = 3 de novembro --Seo 69 (novembro de 1831) = 11 de novembro --Seo 107:59-100 passim (25 maro de 1835) = 11 de novembro --Seo 70 (12 de novembro de 1831) = 12 de novembro O Depoimento das Testemunhas do Livro de Mandamentos no foi includo no livro, o qual no foi completado porm uma verso modificada foi includa na edio de 1835 de Doutrina e Convnios como o Testemunho dos Doze Apstolos.2 Os dois testemunhos foram includos na Introduo Explanatria da edio de 1921 do livro de Doutrina e Convnios e nas edies posteriores. O Depoimento das Testemunhas do Livro de Mandamentos foi tirada a partir da edio de 1981. Seo 74 (janeiro de 1832) Trata-se de uma verdadeira surpresa para aqueles que pensavam que fosse uma revelao recebida com relao ao trabalho de correo da Bblia por Joseph Smith. Na verdade a revelao foi recebida em fins de 1830, e no em janeiro de 1832 como consta em todas as edies de Doutrina e Convnios. Provavelmente surgiu devido a discusses sobre o batismo de infantes.

Seo 78 (maro de 1832) Agora reconhecemos a data de primeiro de maro de 1832. Seo 79 (maro de 1832) Constatamos que foi recebida em 12 de maro de 1832. Seo 80 (maro de 1832) A data correta do dia 17 de maro de 1832. Seo 81 (maro de 1832) Dia 15 de maro de 1832. Seo 84 (22 e 23 de setembro de 1832) Doutrina e Convnios, seo 84 sempre levou esta data mas agora sabemos que os versculos at 102 foram recebidos no dia 22 e de 103 em diante no dia 23. Seo 94 (6 de maio de 1833) A data em que foi recebida agora ficou acertado: dia 2 de agosto de 1833. Seo 95 (primeiro de junho de 1833) Agora aceitamos dia 3 de junho de 1833 como a data correta. Seo 99 (agosto de 1832)

30A data correta do dia 29 de agosto de 1832. Seo 101 (6 de dezembro de 1833) A revelao foi escrita em 16 e 17 de dezembro de 1833. As revelaes depois da seo 101 foram recebidas aps 1833 e portanto no fazem parte do trabalho que elaboramos referente s revelaes recebidas de 1828 at o fim de 1833. A COINCIDNCIA DAS AS REVELAES COM EVENTOS HISTRICOS O que segue s uma amostra do entendimento que adquirimos ao conectar a mensagem de cada revelao aos eventos daquela poca. Seo 20. Pergunta: Como pode uma revelao escrita durante o mesmo ms em que a Igreja foi organizada ter informaes concernentes aos lderes presidentes, bispos viajantes, sumo conselheiros, sumo sacerdotes, presidentes, sumo conselho e bispos (versculos 66-67) visto que estes ofcios no foram revelados at anos depois? Resposta: Nas edies de 1876 at 1920 havia um asterisco que precedia o versculo 65 referente a uma nota de rodap que dizia: "Os versculos 65, 66 e 67 foram acrescidos algum tempo depois dos outros." No h nenhum manuscrito da seo 20 que inclua estes versculos e a primeira verso de Doutrina e Convnios em que aparecem a de 1835.

Seo 45. Pergunta: Qual a relao entre a seo 45 de Doutrina e Convnios e o captulo 24 de Mateus que agora aparece na Prola de Grande Valor? At uma leitura superficial revela que a seo 45 se relata profecia do Monte das Oliveiras em Mateus 24 Resposta: A seo 45 foi recebida no dia 7 de maro de 1831 e no tinha vnculo com o trabalho de traduo da Bblia que Joseph Smith fazia mas foi dada como defesa contra "falsos relatos e histrias tolas" (vide a introduo de D&C 45). Naquela poca Joseph Smith estava traduzindo o texto do Velho Testamento e no do Novo Testamento. Muitos dos conversos Igreja de Ohio dos anos 1830 a 1831 haviam previamente seguido Alexander Campbell o qual rejeitava os credos das Igrejas crists e procurava restaurar a antiga ordem das coisas. Conhecidos como "Discpulos," acreditavam que a reformao lanado por Campbell daria incio ao Milnio. Segundo Amos S. Hayden, um dos pregadores e historiadores do movimento: "Encarava-se a restaurao do antigo evangelho como o movimento inicial que, conforme pensavam, se espalharia to rapidamente que as igrejas existentes seriam desorganizadas quase de imediato para que o povo verdadeiro, um remanescente de Cristo entre as seitas, de acordo com esta crena, abraasse de imediato estas opinies de Campbell que era "evidentes" pelas escrituras e formasse a unio dos cristos pela qual se tinha orado tanto e que estabeleceria o Milnio.3 Os Discpulos que se tornaram Santos dos ltimos Dias se fortaleceram na sua esperana do Milnio porque agora acreditavam que Deus havia intervindo e restaurado por meio de Joseph Smith a verdadeira "ordem antiga." Muitas das revelaes iniciais recebidas por Joseph Smith, inclusive esta, tratavam de assuntos escatolgicos [referentes ao destino humano e consumao do sculos]. A escatologia dos Santos dos ltimos Dias com sua viso da destruio iminente dos inquos e o triunfo milenar dos justos oferecia uma segurana poderosa em face da oposio que enfrentavam. Os jornais locais e daqueles dias de vez em quando publicavam "relatos falsos, mentiras e histrias tolas" e os membros da Igreja "tinham que lutar contra tudo que o preconceito e a inqidade pudessem inventar," mas Joseph Smith relatou que esta revelao foi recebida "para a felicidade dos santos," com enfoque temtico no fim dos tempos.4

31O que torna esta revelao significativa o fato dela representar outro relato da mensagem do Salvador a seus discpulos no Monte das Oliveiras (Mateus 24) em que se resolve a velha controvrsia entre os cristos quanto cronologia destes eventos. Uma opinio era que os eventos previstos j haviam se cumprido durante a gerao do Novo Testamento; outra interpretao colocava todos os eventos no fim da histria do mundo. Esta revelao deixa claro que alguns acontecimentos passaram logo aps a morte do Salvador e outros aconteceriam um pouco antes do Milmio. A clareza e especifidade da revelaao tambm serviam para confirmar o sentimento que os conversos tinham de que realmente viviam nos ltimos dias. Contudo, nos versculos 60 e 61 de seo 45 revela-se o seguinte: "E agora, eis que vos digo que nada mais vos ser dado a saber concernente a este captulo, at que o Novo Testamento seja traduzido; e nele todas estas coisas sero dadas a conhecer; Portanto agora vos permito traduzilo, para que estejais preparados para as coisas que ho de vir." No dia seguinte, dia 8 de maro, Joseph Smith e Sidney Rigdon deram incio ao trabalho do Novo Testamento e dentro de poucos dias chegaram ao captulo 24 de Mateus. Obviamente sentiam urgncia de comunicar esta parte da Traduo de Joseph Smith aos Santos logo que fosse possvel de maneira que uma folha grande foi publicada e distrubuda. Os missionrios da poca levavam cpias Inglaterra onde Franklin D. Richards publicou a primeira edio da Prola de Grande Valor em 1851. A folha foi includa e continua naquele livro at hoje. Sees 48 e 68. Pergunta: Como podem estas duas revelaes de 1831 conter trechos referentes Presidncia da Igreja quando a Presidncia do Sumo Sacerdcio s foi formada um ano depois em maro de 1832 e a Primeira Presidncia da Igreja em maro de 1833? Resposta: Antes de 1835, a seo 48 dizia: "E ento comeareis a reunir-vos com vossa famlia, cada homem de acordo com sua famlia, de acordo com suas condies e conforme lhe for designado pelo bispo e pelos lderes da igreja, segundo as leis e mandamentos que recebestes e que recebereis daqui em diante; assim seja: Amm" (versculo 6).5 De modo semelhante a seo 68 dizia: "Portanto ser um sumo sacerdote digno e ser designado pela conferncia de sumo sacerdotes" (versculo 15).6 Os versculos 16 a 21 tambm mencionam a presidncia mas somente a partir da edio de maro de 1835. Na verso anterior os versculos 22 e 23 diziam: "E tambm nenhum bispo ou juiz que for designado para este ministrio ser julgado ou condenado por qualquer crime, a menos que seja diante da conferncia de sumos sacerdotes; e se for considerado culpado diante da conferncia de sumos sacerdotes e por testemumho que no possa ser refutado, ele ser ou condenado ou perdoado de acordo com as leis da igreja."7 As alteraes, tais como a colocao de "Primeira Presidncia" no lugar de "conferncia de sumos sacerdotes," refletem uma organizao em pleno crescimento e expanso em nmeros e em muitos territrios. Seo 64, versculo 27. O versculo 27 diz: "Eis que minhas leis dizem, ou seja, probem contrair dvidas com vossos inimigos." Pergunta: Onde que se encontram estes conselhos nas revelaes? Resposta: Previamente faziam parte da seo 42 mas foram trirados. Dizia: "At que ponto devemos fazer comrcio com o mundo e como devemos conduzir nossos negcios com eles? No contrairs dvidas com eles e os lderes e bispos se reuniro em conselho e faro o que for necessrio conforme guiados pelo Esprito."8 Seo 77. Pergunta: Por que a seo 77 s apresenta a interpretao dos primeiros onze captulos do livro de Apocalipse? Resposta: No dia 16 de fevereiro de 1832, enquanto trabalhava com a Traduo de Joseph Smith da Bblia, o Profeta e Sidney Rigdon receberam "A Viso" (vide D&C 76). Esta revelao foi dada quando revisavam o captulo 5 de So Joo devido ao fato da mensagem do versculo vinte e nove t-los "maravilhado." Desde o comeo do

32projeto haviam escrito por extenso cada versculo. Por algum motivo desconhecido alteraram este processo trabalhoso no prximo captulo e daquele ponto em diante o manuscrito da Traduo de Joseph Smith s contm textos novos, emendados ou imbutidos. Esta mudana de metodologia possibilitou que acelerassem a reviso da Bblia e nas prximas cinco semanas conseguiram completar a reviso do Novo Testamento. No


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