Download - 1201448006 Turismo Cinegetico
TURISMO CINEGÉTICO
O Turismo Cinegético corresponde à actividade desenvolvida por um caçador ou pescador desportivo, nacional ou estrangeiro, que visita destinos, localidades ou áreas onde é permitida a prática de caça de fauna silvestre de carácter cinegético ou no seu meio natural e de pesca. Para tal, utiliza serviços logísticos e turísticos para facilitar a prática destes desportos, num contexto de conservação e sustentabilidade da vida silvestre.
TERRENOS CINEGÉTICOS:
Para efeitos de organização da actividade venatória e do ordenamento do património cinegético nacional, a actual Lei da Caça define terrenos cinegéticos. Os terrenos cinegéticos, ou seja, aqueles onde é permitido o exercício de caça, compreendem:
- 1) Terrenos Cinegéticos não Ordenados;- 2) Terrenos Cinegéticos Ordenados.
1) Terrenos Cinegéticos não Ordenados;Enquanto todo o território nacional não estiver ordenado, o exercício da caça nestes terrenos é permitido de acordo com as limitações gerais estabelecidas por lei.
2) Terrenos Cinegéticos Ordenados.O exercício da caça deve processar-se de acordo com normas que garantam a conservação, o fomento e a exploração dos recursos cinegéticos ao longo dos tempos. Para efeitos de ordenamento cinegético do país os terrenos cinegéticos constituem-se em ZONAS DE CAÇA.
Nas Zonas de Caça, para além das limitações gerais estabelecidas por lei, o exercício da caça está sujeito a normas especiais de acordo com os respectivos planos de gestão, de ordenamento e exploração. Podem ser constituídas as seguintes zonas de caça:
a) Zonas de Caça Nacionais (ZCN);b) Zonas de Caça Municipais (ZCM);c) Zonas de Caça Associativas (ZCA);d) Zonas de Caça Turísticas (ZCT).
Zonas de Caça Nacionais (ZCN):São constituídas em terrenos cinegéticos não ordenados cujas características físicas e biológicas, conducentes à formação de núcleos de potencialidades cinegéticas a preservar, ou que, por questões de segurança, justifiquem ser o Estado o responsável pela sua administração.
São geridas pelas Direcções Regionais de Agricultura, conjuntamente com o Instituto de Conservação da Natureza quando abranjam áreas classificadas. A gestão destas zonas de caça pode, em situações particulares, ser transferida para associações e federações de caçadores, associações de agricultores, de produtores florestais, de defesa do ambiente, autarquias locais ou para outras entidades colectivas integradas por estas.
O acesso dos caçadores está sujeito a inscrição prévia e sorteio público, ou outro sistema que garanta a igualdade de oportunidades a todos os caçadores interessados sejam eles nacionais ou estrangeiros, obrigando ao pagamento de uma taxa.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
1
Zonas de Caça Municipais (ZCM):Têm como objectivo proporcionar o exercício da caça a um número maximizado de caçadores em condições acessíveis.
O acesso dos caçadores é feito pela seguinte ordem de prioridade:a) os proprietários, usufrutuários e arrendatários dos terrenos nelas inseridos, os caçadores
que integrem a direcção da entidade que gere a ZCM, bem como os membros das associações que participam na sua gestão;
b) os caçadores residentes nos municípios onde as mesmas se situem, não associados em zonas de caça integradas na mesma região cinegética;
c) os caçadores não residentes nos municípios onde as mesmas se situam, não associados em zonas de caça integradas na mesma região cinegética;
d) os demais caçadores.
O acesso dos caçadores a estas zonas de caça é feito por inscrição prévia, sendo os candidatos seleccionados com base num sistema que garanta igualdade de oportunidade a todos os caçadores interessados, estando sujeito ao pagamento de taxas.
Zonas de Caça Associativas (ZCA):Deverão ser constituídas de preferência em terrenos dos sectores privado ou cooperativo desde haja a concordância das respectivas entidades titulares e gestoras.
Têm como objectivo principal possibilitar que as associações e clubes de caçadores assegurem o exercício venatório aos seus associados, em terrenos cinegéticos ordenados, realizando simultaneamente acções de fomento e conservação da fauna.
Nestas zonas podem caçar os caçadores associados e os convidados.
Zonas de Caça Turísticas (ZCT).São concessionadas tendo por base acordos estabelecidos com proprietários, usufrutuários e arrendatários cujo contrato de arrendamento inclua a gestão cinegética dos terrenos envolvidos.
Têm por objectivo o aproveitamento económico dos recursos cinegéticos, garantindo a prestação de serviços turísticos adequados. Para além do exercício da caça, as concessionárias, devem assegurar a prestação de serviços turísticos, de alojamento, animação, restauração e infra-estruturas de apoio aos caçadores.
Devem dispor de alojamento turístico no interior das mesmas quando não existirem, num raio de 50 kms contado a partir de qualquer ponto de delimitação da concessão, outras formas de alojamento turístico (os parques de campismo não contam). Esta exigência não se aplica às ZCT com área inferior a 1000 há e cujos concessionários sejam proprietários de todos os terrenos nelas incluídos.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
2
No caso de não serem prestados serviços de alojamento turístico dentro das ZCT, os respectivos concessionários devem assegurar a prestação desse tipo de serviços através de vínculo contratual adequado com entidades prestadoras desse tipo de serviços na região.
Nas ZCT devem ainda existir infra-estruturas de apoio aos caçadores, em edifício já existentes ou a criar para o efeito, devendo o mesmo respeitar a traça arquitectónica da região onde se insere.
Quando a mesma pessoa, singular ou colectiva, for simultaneamente concessionária de 2 ou mais ZCT e as mesmas perfizerem uma área igual ou superior a 5000 há a implementação da infra-estrutura de apoio poderá seguir um regime específico.
A infra-estrutura de apoio ou pavilhão é uma infra-estrutura recuperada ou criada para esse fim dentro da ZCT e que serve de apoio ao caçador. Esta tem de ter:
- Cozinha / Copa;- Sala de estar / Refeições;- Quarto de emergência com kit de primeiros socorros;- Equipamento de comunicação com rede fixa;- Instalações sanitárias divididas por sexos;- Armeiro.
As ZCT devem, sempre que possível, desenvolver iniciativas, projectos ou actividades de animação turística que se destinem à ocupação dos tempos livres dos caçadores e contribuam para a divulgação das características, produtos e tradições das regiões onde se inserem, designadamente o seu património natural, paisagístico, histórico, arquitectónico e cultural, a gastronomia, o artesanato, o folclore e os jogos tradicionais.
Constituição:O Estado pode concessionar a gestão dos recursos cinegéticos a entidades públicas ou privadas, que tenham por objecto a exploração de actividades turísticas associadas à actividade cinegética, tendo em vista a constituição de ZCT.
Algumas Especificações:Às ZCT têm acesso todos os caçadores que cumpram as normas privativas de funcionamento das mesmas, desde que devidamente publicitadas.
A constituição de zonas de caça é efectuada por prazos mínimos de 6 anos e máximos de 12 anos, podendo ser renovados automaticamente, no máximo, por dois períodos.
A área global abrangida por zonas de caça que não sejam nacionais ou dos respectivos municípios, até 21 de Setembro de 2005, não pode exceder 50% da área total dos respectivos municípios.
As ZCT extinguem-se devido a:- Revogação a pedido do concessionário;- Caducidade se, decorrido o prazo de concessão ou de renovação, esta não for
renovada;- O Estado cancela a renovação automática nos termos anteriormente mencionados;- Revogação das concessões por parte do Ministro da Agricultura do Desenvolvimento
Rural e das Pescas.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
3
Plano Anual de Exploração:Os concessionários de zona de caça têm de apresentar na respectiva direcção regional de agricultura uma proposta anuam de exploração em cada época venatória. Esta dever ser apresentada em impresso da Direcção Geral das Florestas e deve conter:
- Identificação das espécies a explorar e estimativa das populações das espécies cinegéticas sedentárias;
- Nº de exemplares de caça espécie sedentária a abater, devendo, no caso da caça maior, com excepção do javali, serem indicados o sexo e a idade;
- Processos de caça a utilizar;- Dias da semana em que serão realizadas caçadas, quando for caso disso.
Obrigações dos Titulares de Zonas de Caça:1) Efectuar a sinalização da zona de caça e conserva-la em bom estado;
2) Efectuar o pagamento da taxa anual, ficando a colocação da sinalização inicial dependente do pagamento da taxa respeitante ao primeiro ano da concessão;
3) Cumprir e fazer cumprir as normas reguladoras do exercício da caça;
4) Cumprir o Plano de Ordenamento bem como o Plano Anual de Exploração;
5) Cumprir o Plano de Aproveitamento Turístico,
6) Não permitir que, nos 2 últimos anos de concessão, seja caçado um nº de exemplares de espécies cinegéticas superior à média dos 2 anos precedentes, salvo nos casos autorizados pelas direcções regionais de agricultura;
7) Comunicar às direcções regionais de agricultura, com um mínimo de 15 dias de antecedência, a data e o local de realização de montarias e batidas a espécies de caça maior.
Obrigações das Entidades Gestoras1) Efectuar a sinalização da zona de caça e conserva-la em bom estado;
2) Cumprir e fazer cumprir as normas reguladoras do exercício da caça, designadamente os planos de gestão e exploração cinegéticos;
3) Apresentar à Direcção Regional de Agricultura da área onde se situa a zona de caça um plano anual de exploração, até 15 de Julho de cada ano, propondo:
a. Espécies e processos de caça autorizados;b. Nº. Previsto de jornadas de caça e limite de peças a abater.
Obrigações do Estado:1) Compete à Direcção Geral de Turismo a inspecção das infra-estruturas turísticas e dos
serviços nelas prestados, cujos resultados devem ser comunicados à Direcção Regional de Agricultura;
2) As Direcções Regionais de Agricultura, a Direcção Geral das Florestas e o Instituto de Conservação da Natureza (nas áreas classificadas) devem apoiar tecnicamente a gestão das zonas de caça e proceder a inspecções destinadas a avaliar o cumprimento das obrigações referidas anteriormente.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
4
Época Venatória e Período Venatório:Considera-se Época Venatória o período anual que decorre entre o dia 01 de Junho de cada ano e o dia 31 de Maio do ano seguinte. O período venatório é o intervalo de tempo em que cada uma das espécies pode ser caçada e que é estabelecido dentro dos limites máximos legalmente definidos.
O calendário venatório, publicado anualmente por portaria, estabelece em cada época venatória:a) as espécies cinegéticas que se podem caçar;
b) os períodos venatórios para cada espécie ou grupos de espécies, incluindo a duração da jornada de caça (entre o nascer e o pôr do sol, salvo excepções em que é possível caçar à noite) a algumas espécies;
c) os limites diários de abate;
d) os processos de caça autorizados e outros condicionantes venatórios.
Dias de Caça:Consideram-se dias de caça aqueles em que o exercício venatório pode ser praticado. Nos concelhos em que todos os terrenos cinegéticos estejam ordenados o exercício da caça pode ser praticado nos dias previstos nos planos anuais de exploração das zonas de caça. No caso de espécies cinegéticas migradoras o número de dias de caça por semana não pode ser superior a dois dias em zonas de caça municipais, zonas de caça nacionais, nem a três dias em zonas de caça turísticas. Nos restantes concelhos e com excepção das situações abaixo indicadas, a caça só pode ser praticada aos domingos, quintas-feiras e feriados nacionais obrigatórios, excluindo o dia de Natal.
Algumas Raças de Cães de Caça:
Cães adaptados à caça de espécies de pêlo:De raça portuguesa o mais adaptado é Podengo;
Também adaptados a este tipo de caça existem outras raças não portuguesas, como por exemplo: Terrier / Fox-Terrier / Baixotes / Fox-Hound / Beagle, ...
Cães adaptados à caça de espécies cinegéticas de Pena:A raça nacional mais adaptada é o Perdigueiro Português.
Das raças não portuguesas destacamos: Braço Alemão / Epagneul Breton / Pointer / Setter / Cocker / Retriever.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
5
PRINCIPAIS VANTAGENS QUE REPRESENTA O DESEMPENHO ADEQUADO E
ORDENADO DO TURISMO CINEGÉTICO PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL
De seguida apresentamos um quadro que refere as principais vantagens do turismo cinegético para o desenvolvimento regional
Tabela 1 – Vantagens do Turismo Cinegético
VANTAGENS EFEITOS
- A dependência directa que tem a actividade cinegética da fauna local, coloca em evidência a importância da protecção e controlo das espécies e do habitat em que se desenvolvem.
Aproveitamento e controlo de recursos
- A rentabilidade que produzem as espécies silvestres através do seu aproveitamento cinegético, traduz-se numa revalorização intrínseca das mesmas, suscitando uma inversão voluntária e frutífera na preservação da população existente, assim como na protecção e melhoramento do seu habitat.
Revalorização da conservação
- A actividade cinegética representa uma alternativa para complementar as receitas do sector agro-pecuário, que se viu afectado nos últimos anos pelo incremento da concorrência e pela perda de competitividade dos produtos tradicionais.
Receitas adicionais para o sector agro-pecuário.
- O turismo cinegético realiza-se em zonas rurais, oferecendo oportunidades de trabalho e aprendizagem a comunidades afastadas dos grandes centros, com escassas expectativas de desenvolvimento.
Melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais.
- A prática de turismo cinegético complementa-se com outros tipos de turismo (pesca, sol e praia, monumentos, etc.), especialmente no caso de visitantes estrangeiros. Desta forma a procura dos turistas cinegéticos distribui-se entre uma ampla gama de segmentos turísticos.
Complementaridade da oferta turística.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
6
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
7
Satisfação d
os turistas
Tabela 2: Efeitos Sinergéticos do Turismo Cinegético
Complementaridade da economia agropecuária
Distribuição dos rendimentos em zonas rurais
Melhoria da qualidade de
vida
Controlo de espécies e de populações
Reinvestimento na melhoria do habitat
Aproveitamento de espécies silvestres
Revalorização de ecossistemas
Fortalecimento da cultura turística e ambiental
Preservação da população faunística existente
Fortalecim
ento d
a oferta turística region
al
Turismo
Cinegético
Crescimento da procura e retro-alimentação do sistema
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E VALOR ESTRATÉGICO DAS
COMPONENTES DE MERCADO
Tabela 3 - Características das Componentes de Mercado
ACTORES CARACTERÍSTICAS VALOR ESTRATÉGICO
PRESTADORES DESERVIÇOS DE APROVEITAMENTO
- Os prestadores de serviço de aproveitamento turístico podem ser nacionais ou internacionais. Podem ser pessoas independentes relacionadas com a procura, empresas especializadas ou associações cinegéticas.- A sua principal vantagem é conhecer todos os processos e canais para facilitar os trâmites para realizar a actividade, assim como as condições de oferta e as necessidades da procura, permitindo aumentar a possibilidade de satisfação do cliente.
Integração da oferta, facilidade de organização e acesso a novos mercados.
OUTROS - Os mercados cinegéticos incorporam diversos Distribuição de benefícios.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
8
PRESTADORES DESERVIÇOS
serviços adicionais nos destinos que visitam como: transporte público e turístico, rent-a-car, alojamento, restaurantes e centros de diversão, que complementam a jornada de caça. Isto permite distribuir melhor as receitas entre as comunidades receptoras.
AUTORIDADES
- O turismo cinegético está dentro do âmbito de acção de diferentes instâncias governamentais, na medida em que, na sua prática se vêem implicados temas como: aproveitamento e conservação do habitat das espécies; a diversificação económica de zonas rurais subaproveitadas; a importação de armas e equipamentos assim como a operação de serviços turísticos determinados.- A actuação coordenada das autoridades é determinante para o desenvolvimento adequado da actividade.
Liderança e criação de políticas gerais
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
9
SEGMENTAÇÃO DO MERCADO CINEGÉTICO
Em termos gerais, podemos considerar três sub-segmentos de turismo cinegético que se definem em função das necessidades e características da procura e oferta. Podemos pois apresentar a seguinte segmentação:
Tabela 4 - Segmentação do Mercado Cinegético
CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PROCURA OFERTA TIPO
Segmento altamente sofisticado
De alto nível aquisitivo e altamenteexigente na qualidade dos serviços cinegéticos e turísticos.
- Expedições organizadas de maneira profissional;- Coutos de caça com prestígio e qualidade que garantam a obtenção de peças de alto valor como troféus;- Serviços de alojamento, alimentação, guias e transporte de alta categoria.
Segmento desportivo
Com alto grau de especialização, procuram peças específicas. Têm por isso alta mobilidade.
- Expedições independentes ou organizadas à medida;- Espaços turísticos de estilo rústico;- Peças com maior nível de dificuldade e características determinadas;- Acessoria de guias locais independentes.
Segmento semi-informal
De menor poder aquisitivo e com menor grau de exigência.
- Expedições independentes a locais próximos;
- Espaços de caça de amigos e conhecidos, com peças disponíveis;- Serviços turísticos dispensáveis.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
10
PRINCIPAIS MEDIDAS DE ADEQUAÇÃO E MELHORIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO CINEGÉTICO EM PORTUGAL
Apresentamos agora um conjunto de medidas estratégicas e tácticas que deverão desenvolver-se para impulsionar o turismo cinegético em Portugal. As mais importantes são as seguintes:
1.1. MEDIDAS ESTRATÉGICAS
Tabela 2 - Medidas Estratégicas
Âmbito Medidas Estratégicas
Liderança
Posicionar o segmento de turismo cinegético como um alternativo de alto valor agregado em termos de desenvolvimento rural e conservação de espécies e habitat.Conseguir a participação coordenada e adequadamente orientada dos diversos actores, que intervêm na actividade para assegurar a pertinência e permanência das políticas na matéria e na realização de programas e projectos integrados.
Desenvolvimento do mercado
(oferta e procura)
Melhorar as condições de operação da actividade em duas fases:- Previa (tramites e reservas)- Expedição (serviços cinegéticos e turísticos)
Melhorar e desenvolver a oferta cinegética no que diz respeito a:- Espécies (quantidade, qualidade e diversidade)- Serviços (turísticos e cinegéticos)
Incrementar a procura de caçadores:- Incorporar os caçadores furtivos na procura formal nacional.
Incremento e distribuição dos
benefícios
Complementar a oferta cinegética com outros segmentos relacionados com a natureza para compensar temporadas de caça.
Desenvolvimento e integração das pequenas e médias empresas locais de suporte:- Turísticas- De abastecimento
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
11
1.2. MEDIDAS TÁCTICAS
Tabela 3 – Medidas Tácticas
Âmbito Medidas Tácticas
Liderança
- Desenvolver um Plano Nacional para o Desenvolvimento do Turismo
Cinegético e estabelecer um sistema de controlo, avaliação e retro-
alimentação que permita ajustar as acções pertinentemente;
- Desenvolvimento de um sistema permanente de análise da oferta e
da procura;
- Desenvolvimento de mecanismos de coordenação e concertação
para os sectores público e privado que participam na actividade,
especialmente em matéria de designação de tarefas, normativas,
custos das caçadas, supervisão, entre outros;
- Rever o plano normativo, de forma a que o turismo cinegético
contribua para a sustentabilidade das suas regiões de influência, sem
impedir a eficiência operativa do negócio.
Desenvolvimento
do mercado
(oferta e procura)
- Simplificação de trâmites e abertura de canais de comunicação entre
as autoridades responsáveis, os proprietários de coutos, associações
de caçadores e prestadores de serviços;
- Promover o financiamento adequado aos projectos orientados a
complementar a oferta num marco de sustentabilidade (utilização de
recursos, distribuição de benefícios), especialmente para a pequena e
média empresa;
- Estabelecer programas de sensibilização para a qualidade, atenção e
cuidado com o meio ambiente, assim como o respeito pela cultura e
costumes locais;
Fomentar o uso de tecnologia sustentável nos coutos de caça (energia
alternativa, reciclagem de resíduos, etc.);
- Fortalecimento da capacidade e qualidade do alojamento, alimentos
e bebidas;
- Qualificação e assistência técnica tanto para o manejo e conservação
das espécies como para a administração eficiente e rentável dos
espaços de aproveitamento cinegético;
- Desenvolvimento de mecanismos de informação: nos pontos de
entrada do país, em clubes ou associações de caça, centros de
distribuição de informações turísticas;
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
12
- Desenvolvimento de campanhas de promoção que permitam
posicionar a imagem e o produto cinegético português, através de
meios específicos como revistas especializadas, eventos específicos
(feiras de caça) e organizações de caçadores.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
13
RESERVAS E CONCESSÕES DE CAÇA – 1997
Figura 1 – Reservas e concessões de Caça
No ano de 1997, o nosso país apresentava esta distribuição no que concerne às áreas de caça. Podemos verificar que a maior incidência de zonas de caça turística se reflecte precisamente no alentejo.
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
14
ACTIVIDADES COMPLEMENTARES
A maioria das pessoas que gostam de caça, também têm muitas afinidades pela pesca. Existem muitos turistas cinegéticos que realizam actividades de pesca durante a sua viagem de caça. As actividades desportivas são também importantes para este segmento, podendo incluir o tiro aos pratos, o golfe ou outros desportos como práticas habituais pelos caçadores durante as suas viagens de caça.Existem também muitos caçadores que combinam as suas caçadas com outras actividades relacionadas com a natureza, como a observação e fotografia de flora e fauna ou turismo de aventura e campismo.
OS MANDAMENTOS DO VERDADEIRO CAÇADOR
1. CONHECE DETALHADAMENTE A LEI
2. CONHECE PROFUNDAMENTE AS DIFERENTES ESPÉCIES CINEGÉTICAS
3. SÓ CAÇA DURANTE A ÉPOCA VENATÓRIA E NOS PERÍODOS ESTIPULADOS PELA LEI
4. SÓ CAÇA QUANDO TRANSPORTA CONSIGO TODOS OS DOCUMENTOS EXIGIDOS
5. NÃO CAÇA NOS LOCAIS PROIBIDOS POR LEI OU ONDE A SEGURANÇA DE PESSOAS E BENS SEJA POSTA EM CAUSA
6. RESPEITA A PROPRIEDADE E AS PESSOAS
7. SÓ UTILIZA OS MÉTODOS DE CAÇA LEGAIS
8. NÃO ABATE ESPÉCIES PROTEGIDAS
9. NÃO ABATE ESPÉCIES EM NUMERO SUPERIOR AO ESTIPULADO10. SÓ ATIRA A AVES VENATÓRIAS DURANTE O VOO DE FUGA DAS MESMAS
11. NÃO UTILIZA NA SUA ARMA MAIS DO QUE AS MUNIÇÕES QUE PELA LEI ESTA PODE COMPORTAR
12. NÃO ABANDONA NEM TRATA MAL OS SEUS CÃES
13. COLABORA NOS TRABALHOS DE GESTÃO E DEFESA DO PATRIMÓNIO CINEGÉTICO MESMO FORA DA ÉPOCA VENATÓRIA
14. RESPEITA AS AUTORIDADES
15. NÃO SUJA NEM DEIXA VESTÍGIOS DA SUA PASSAGEM NOS TERRENOS
16. TEM CUIDADO E AJUDA A COMBATER OS FOGOS
17. NÃO DANIFICA ÁRVORES E OUTRA VEGETAÇÃO NATURAL
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
15
18. NÃO REMOVE PEDRAS E OUTROS OBJECTOS QUE CONSTITUEM REFÚGIO DAS ESPÉCIES
19. TOMA NOTA DIÁRIAMENTE DAS ESPÉCIES QUE ABATEU E DÁ CONHECIMENTO À SUA ORGANIZAÇÃO PROPORCIONANDO UMA GESTÃO CORRECTA E EFICAZ
20. DEFENDE E ACTUA ACTIVAMENTE, NA DEFESA DA CAÇA, DA FAUNA E DA NATUREZA
_______________________________________________________________________________________Curso de Turismo – Disciplina de Produtos Turísticos III (3º ano)
16