1.0- IDENTIFICAÇÃO
Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso
Endereço: Centro Político Administrativo – Rua D – S/Nº – Bloco 05
Nome do Secretário: Mauri Rodrigues Lima
Telefone: (65) 3613-5365 E-mail:
Nome do dirigente de Vigilância em Saúde Ambiental: Marlene da Costa Barros
Telefone: (65) 3613-5365/5366 Fax: (65) 3613-5372
E-mail: [email protected]
Nome dos responsáveis técnicos do projeto: Ângela Lúcia Piccini de Oliveira
Ageo Mário Cândido da Silva Marlene da Costa Barros
Vera Lúcia Dias Lopes
2.0 - INTRODUÇÃO
Considerando a Portaria GM/MS nº2938de 20 de dezembro de 2012 que “Autoriza o repasse
do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Estaduais de Saúde e Distritos Federal, para o
fortalecimento da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, destinado aos
Estados e Distrito Federal”. Para tanto, a adesão dos estados deverá ser pactuada e
homologada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e encaminhada ao Departamento de
Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST), da Secretaria de Vigilância
em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS)
Os Estados e o Distrito Federal foram classificados com base nos seguintes critérios:
I – Consumo de agrotóxicos, por unidade federada, registrados no Sistema de Agrotóxicos
Fitossanitários (AGROFIT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
II – Área plantada, lavoura temporária e permanente, por unidade federada, registrada no
Sistema do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Recuperação Automática
(SIDRA);
III – Somatória da população dos Municípios com produção agrícola por unidade federada,
registrada no SIDRA;
IV – Taxa de incidência das intoxicações por agrotóxicos por 100 mil habitantes, por unidade
federada, notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do
Ministério da Saúde (MS); e
V – Percentual de Municípios que possuem informação de análise de agrotóxicos em água
registrada no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo
Humano (SISAGUA) do Ministério da Saúde (MS).
Num primeiro momento o Estado de Mato Grosso deverá elaborar uma Proposta de
Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, deverá compreender o
Diagnóstico do perfil de consumo de agrotóxicos, Ações de promoção e vigilância entre
outros tópicos listados. Cumpre dizer que Mato Grosso se encontra entre os nove primeiros
estados brasileiros contemplados para estabelecimento desta proposta, tendo um valor de R$
1.000.000,00 de piso variável para implantação do Modelo de Vigilância em Saúde de
Populações Expostas a Agrotóxicos em Mato Grosso.
3.0 - JUSTIFICATIVA
PERFIL DE CONSUMO DE AGROTÓXICOS EM MATO GROSSO
O estado de Mato Grosso se destaca como um dos grandes produtores agrícolas e consumidores
de fertilizantes e agrotóxicos, principalmente na produção de soja, algodão e milho; seu solo
pouco fértil para a agricultura propicia o uso intenso desses agentes químicos para atingir a alta
produtividade, ocasionando sérios problemas ambientais.
As aplicações de agrotóxicos são realizadas através de pulverizações por tratores e aviões
agrícolas, e as névoas de agrotóxicos também atingem trabalhadores e moradores locais
gerando impactos na saúde (SOARES e PORTO, 2012). Estes impactos também podem ser
percebidos pela contaminação dos mananciais de água, solo, plantas e animais das regiões
circunvizinhas à utilização de agrotóxicos (PIGNATTI et al, 2007).
Os agrotóxicos são definidos como produtos e agentes de processos físicos, químicos ou
biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros
ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos
considerados nocivos, bem como as substâncias de produtos empregados como desfolhantes,
dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento (BRASIL/PR, 2002).
Os agrotóxicos podem ser classificados quanto à finalidade de uso (inseticidas, acaricidas,
larvicidas, nematicidas, moluscocidas, bacteriostáticos e bactericidas, fungicidas, herbicidas,
pediculicidas e rodenticidas) e de acordo com a classe química a que pertencem
(organoclorados, organofosforados, carbamatos, piretroides, triazinas e outros) (OPAS, 1996).
Os agrotóxicos são classificados, ainda, segundo sua toxicidade (Tabela 1). Essa classificação
obedece a testes ou estudos realizados em laboratórios que tentam estabelecer a Dosagem Letal
(DL) do agrotóxico em 50% dos animais utilizados no estudo (ANVISA, 1992).
Tabela 1 - Classificação toxicológica dos agrotóxicos em função da DL50.
Classe Grupo DL50(MG/KG de
Peso vivo)
Cor da Faixa no
Rótulo do Produto
Classe I Extremamente Tóxico < 50 Vermelha
Classe II Altamente Tóxico 50 - 500 Amarela
Classe III Medianamente Tóxico 500 - 5000 Azul
Classe IV Pouco Tóxico 5000 ou + Verde
Fonte: Portaria n° 03, de 16 de janeiro de 1992.
O dicloro-difenil-tricloretano (DDT) é um composto organoclorado com ação inseticida, que
foi introduzido na agricultura com a finalidade de melhorar a produtividade ao erradicar pragas
presentes nas lavouras (VEIGA et al, 2006; GUIMARÃES, 2010). Após a introdução do DDT
na agricultura, uma série de outros compostos químicos foram sendo desenvolvidos. Os
organoclorados são compostos que persistem longo tempo no meio ambiente, bioacumulam na
cadeia alimentar e tem efeitos deletérios sobre a saúde humana e devido a isso, diversos países
proibiram seu uso, produção e comercialização, na segunda metade do século passado
(FREEMAN, 2010, XU, 2010). No Brasil, a utilização do DDT passou a ser restrita a
campanhas de saúde pública para o combate do vetor da malária a partir de 1982 e,
posteriormente, em 1994, deixou de ser aplicado no país (MEYER et al, 1999). Dessa forma,
esses compostos foram sendo substituídos por outros compostos como carbamatos e
organofosforados (VEIGA et al, 2006).
Os países em desenvolvimento respondiam pelo consumo de, aproximadamente, 25% da
produção mundial de agrotóxicos (MEYER et al, 1999). No Brasil, as vendas desses produtos
mais que dobraram na década de noventa (MEYER et al, 1999; KOIFMAN, 2002). Estima-se
que cerca de 12 milhões de trabalhadores rurais brasileiros sejam diariamente expostos a
agrotóxicos, mas ainda não existem dados confiáveis que retratem a realidade das intoxicações
e mortes relacionadas aos agrotóxicos (VEIGA et al, 2006).
Além da contaminação por exposição ocupacional direta aos agrotóxicos, a população geral
pode ser afetada pela ingestão de alimentos e água contaminados, e pela passagem de mãe para
filho, através da amamentação (CRINNION, 2009).
Alguns agrotóxicos têm o potencial de interferir no sistema endócrino de animais e de seres
humanos, sendo considerados disruptores endócrinos (FREEMAN, 2010). Os disruptores
endócrinos são substâncias que interferem nos mecanismos fisiológicos do organismo, pela
mimetização e substituição dos hormônios, bloqueando sua ação natural, ou alterando a sua
quantidade (SANTAMARTA, 2001). Pode interferir na síntese, secreção, transporte, recepção,
ação ou eliminação dos hormônios naturais do corpo (WAISSMANN, 2002; REIS FILHO,
2006). Como consequência dessa ação, os agrotóxicos tem sido associados a distúrbios
relacionados à reprodução humana e à infertilidade masculina, entre outros (SANTAMARTA,
2001; FREEMAN, 2010). Os cânceres de ovário, mama, próstata, testículos e tireóide, por
serem hormônio-dependentes, têm motivado inúmeras investigações sobre o seu risco potencial
associado à exposição ocupacional a agrotóxicos (COCCO, 2002).
Na América Latina, o Brasil tem o maior mercado consumidor individual de agrotóxicos,
equivalente à metade de todo o consumo nesta região. Tendo como referência de uso a venda
no mercado interno, verifica-se que a utilização de agrotóxicos tem crescido a uma taxa muito
superior a área de terra plantada (PERES, 2009).
Em 2010, no Brasil foram comercializadas 983 mil toneladas de produtos formulados de
agrotóxicos. Mato Grosso é o estado líder nacional em vendas desses produtos, responsável por
20% das vendas do país, posteriormente vem São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e
Minas Gerais respectivamente. A soja é a cultura que mais utiliza agrotóxicos (48%), seguida
pelo milho (11%), cana-de-açúcar (8%), algodão (7%), café (4%) e citros (3%) (SINDAG,
2011).
Alguns estudos demonstraram os efeitos de contaminação ambiental e intoxicação aguda e
crônica provocados pela utilização desses agrotóxicos em Mato Grosso: DORES et al (2008)
analisaram amostras de água potável superficial e subterrânea utilizadas para o consumo
humano em Primavera do Leste, Mato Grosso, detectando a presença de uma variedade de
resíduos de agrotóxicos tóxicos para o homem. Já MOREIRA et al. (2010) detectaram a
contaminação na água de poços artesianos por agrotóxicos estáveis, solúveis e de alta
toxicidade crônica em Lucas do Rio Verde - MT. Estes últimos autores também analisaram
amostras de água superficial, coletadas em alguns pontos de rios do mesmo município,
encontrando a presença de diversos pesticidas, além de contaminação sanguínea e grande
ocorrência de malformações de anfíbios. Ainda nesta mesma pesquisa foram encontrados
resíduos de agrotóxicos em 88% das amostras analisadas de sangue e urina dos professores da
rede pública de educação, sendo que os níveis de resíduos encontrados naqueles que moravam
e atuavam em escolas na zona rural foi o dobro dos níveis resíduos encontrados no sangue e
urina dos professores urbanos. Outro estudo realizado com leite humano de mães residentes
nesta mesma cidade detectou a presença de resíduos de agrotóxicos na maioria da amostras
analisadas (PALMA, 2011).
A figura 01 demonstra a distribuição da produção agrícola das lavouras temporárias e
permanentes em hectare nos municípios matogrossenses (IBGE, 2011) e o consumo de
agrotóxicos por litros de produto formulado (INDEA-MT, 2010) durante o ano de 2008. No
Mato Grosso está em funcionamento desde 2005, um Sistema de Informação de Agrotóxicos
(registro, compra, venda e consumo), supervisionado pelo Instituto de Defesa Agropecuária
(INDEA-MT), sendo que ele registra nas notas fiscais das revendedoras, no ato da compra,
todos os dados constantes nos receituários agronômicos que são enviados online para a sede da
Secretaria Estadual de Agricultura na capital. Através de projeto de pesquisa da UFMT e
FIOCRUZ, coordenado por Moreira et al (2010), os pesquisadores tiveram acesso à uma série
histórica de dados do Banco Eletrônico do Sistema de Informação de Agrotóxico do INDEA -
MT (INDEA-MT, 2010), nos anos de 2005 a 2008, onde se pode analisar a quantidade de
agrotóxicos utilizados por cada município do estado. Nota-se que as maiores quantidades de
lavouras e utilização de agrotóxicos se concentram em três regiões: Leste (Regional de Tangará
da Serra, Centro (Regional de Sinop) e Sudeste (Regional de Rondonópolis).
Figura 01. Lavouras e consumo de agrotóxicos por município do Mato Grosso, 2008.
Exposição ambiental aos agrotóxicos da população do estado de Mato Grosso
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo ecológico que estimou a exposição aos agrotóxicos em
municípios de Mato Grosso por meio de dois indicadores de exposição ambiental.
Foram selecionados 43 municípios que apresentavam população média superior a 15
mil habitantes no período 2006-2007. Optou-se por excluir municípios com população menor
devido à instabilidade que poderia ser introduzida nos indicadores ambientais utilizados, por
conta de denominadores pequenos (KERR-PONTES E ROUQUAYROL, 2003).
Os indicadores ambientais escolhidos para estudo foram: relação agrotóxico/habitante
e relação trabalhador da agropecuária/trabalhador formal. Esses indicadores foram
considerados como os mais representativos da exposição média da população dos municípios
aos agrotóxicos.
O indicador relação agrotóxico/habitante (expresso em litros/ habitante) é
representativo da quantidade de agrotóxicos como exposição direta da população. Trata-se de
um indicador negativo, pois quanto maior o seu valor, maior o nível de exposição na
população. Para sua construção foram considerados: a média aritmética de agrotóxicos
utilizados em cada município no período de 2005 a 2008 no numerador e, no denominador, a
população média do município no mesmo período.
Os dados sobre a quantidade de agrotóxicos utilizados em cada município foram
obtidos no Banco Eletrônico do Sistema de Informação de Agrotóxico do INDEA-MT
(INDEA-MT, 2010), organizados por MOREIRA et al. (2010). As populações dos municípios
foram obtidas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010).
O indicador relação trabalhador da agropecuária /trabalhador formal também
representa a importância da atividade agrícola como indicador de exposição direta da
população. Quanto maior o número de trabalhadores da agropecuária em relação ao total de
empregos formais em um município, maior o contato direto e a consequente exposição da
população aos agrotóxicos. O numerador do indicador consiste na média de trabalhadores da
agropecuária no período de estudo em cada município e o denominador na média de
trabalhadores formais do município no mesmo período.
Os dados necessários para a construção desse indicador foram obtidos da Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) do portal do Ministério do Trabalho e Emprego
(BRASIL, 2010).
Para fins de análise, se organizou os indicadores em ordem crescente, sendo atribuída
pontuação dez (10,0) ao valor mais alto e zero (0,0) ao menor valor observado em cada série,
de forma que ambos assumissem a mesma relação de dimensionalidade entre si.
Posteriormente, foi atribuído um peso específico para cada indicador, com base na sua
importância como fator de exposição para a população. O indicador agrotóxico/habitante
recebeu o peso dois (2), por se considerar que era o que melhor refletiria essa exposição, e o
indicador trabalhador da agropecuária / trabalhador formal recebeu, então, o peso um (1).
Para obter os escores de cada município, somaram-se as pontuações recebidas por cada
indicador. Considerou-se que quanto maior o escore do município, maior o risco de exposição
da sua população aos agrotóxicos.
RESULTADOS
A Tabela 01 apresenta os valores observados para o indicador agrotóxico/habitante
com a respectiva pontuação, nos 20 municípios do Estado que apresentaram valores mais
elevados. Destacam-se os municípios Diamantino, Nova Mutum e Campo Novo dos Parecis
com as pontuações mais altas nesse indicador. Pode-se observar que no município de
Primavera do Leste, o consumo de agrotóxico por habitante foi 2,4 vezes maior, quando
comparado com Poxoréu, o município mais próximo e com menor uso de agrotóxicos no
escore.
Tabela 01: Municípios de Mato Grosso classificados entre os 20 primeiros em relação à
exposição da população a agrotóxicos, com base na pontuação obtida para o indicador
agrotóxico/habitante, 2005 a 2008.
Municípios Agrotóxico/habitante Pontuação 1
1. Diamantino 243,2 10,0
2. Nova Mutum 236,1 9,7
3. Campo Novo do Parecis 225,4 9,3
4. Pedra Preta 177,3 7,3
5. Campo Verde 176,7 7,3
6. Lucas do Rio Verde 140,4 5,6
7. Sorriso 112,9 4,6
8. Primavera do Leste 93,9 3,9
9. Poxoréo 39,3 1,6
10. Canarana 37,7 1,5
11. Paranatinga 27,7 1,1
12. Nova Xavantina 27,6 1,1
13. Tangará da Serra 20,6 0,8
14. Tabaporã 20,3 0,8
15. Jaciara 19,3 0,7
16. Comodoro 18,6 0,7
17. Sinop 17,7 0,7
18. Santo Antônio do Leverger 15,3 0,6
19. Nova Olímpia 10,6 0,4
20. Rondonópolis 9,4 0,4
Na tabela 02 pode-se observar a classificação dos vinte municípios que apresentaram
maior pontuação no indicador trabalhador da agropecuária/ trabalhador formal. Nota-se
que alguns municípios classificados nas primeiras posições com base no indicador
agrotóxicos/habitante também apresentaram maior pontuação neste indicador, como Campo
Verde, Pedra Preta, Diamantino, Campo Novo dos Parecis e Nova Mutum. Além deles,
destacam-se Vila Bela da Santíssima Trindade e Poxoréu, que apresentaram pontuações
menores no outro indicador.
Na Tabela 03, encontra-se o resultado da análise do estudo. Nela se podem observar os vinte
municípios que, com base nos indicadores utilizados, apresentam as maiores estimativas de
exposição da população aos agrotóxicos.
A distribuição geográfica dos oito municípios no Estado de Mato Grosso selecionados
entre os maiores escores da tabela 03 pode ser visualizada na Figura 02, sendo que esses
municípios estão localizados nas tres regiões maiores produtoras e consumidoras de
agrotóxicos mostradas na Figura 01, ou seja, nas regiões: de Tangará da Serra, de Sinop e de
Rondonópolis.
Na Tabela 03, encontra-se o resultado da análise do estudo. Nela se podem observar os
vinte municípios que, com base nos indicadores utilizados, apresentam as maiores estimativas
de exposição da população aos agrotóxicos.
A distribuição geográfica dos oito municípios no Estado de Mato Grosso selecionados
entre os maiores escores da tabela 03 pode ser visualizada na Figura 02, sendo que esses
municípios estão localizados nas três regiões maiores produtoras e consumidoras de
agrotóxicos mostradas na Figura 01, ou seja, nas regiões: de Tangará da Serra, de Sinop e de
Rondonópolis.
Tabela 02: Municípios de Mato Grosso classificados entre os 20 primeiros em relação à
exposição da população a agrotóxicos, com base na pontuação obtida para o indicador
Trabalhador da agropecuária/Trabalhador formal, 2005 a 2008.
Municípios
Trabalhador da
agropecuária/trabalhador
formal
Pontuação 2
1. Pedra Preta 0,54 10
2. Campo Verde 0,45 8,3
3. Vila Bela da S. Trindade 0,44 8,4
4. Poxoréo 0,43 8,4
5. Diamantino 0,42 7,8
6. Barra do Bugres 0,38 7
7. Campo Novo do Parecis 0,37 6,9
8. Nova Mutum 0,3 5,6
9. Tabaporã 0,29 5,5
10. Canarana 0,28 5,2
11. Santo Antônio do Leverger 0,26 4,8
12. Rosário Oeste 0,25 4,7
13. Paranatinga 0,24 4,6
14. Comodoro 0,23 4,2
15. Primavera do Leste 0,23 4,2
16. Nova Xavantina 0,22 4,1
17. Nova Olímpia 0,21 3,9
18. Pontes e Lacerda 0,2 3,8
19. Chapada dos Guimarães 0,18 3,4
20. Sorriso 0,17 3,3
Os oito municípios que apresentaram os maiores escores tem como base de sua
economia a agropecuária e são os maiores produtores agrícolas de Mato Grosso (IBGE, 2011).
A criação de gado bovino tem um papel importante nesses municípios e as principais lavouras
temporárias são de soja, milho, algodão e cana de açúcar. Essa grande produção agrícola é
caracterizada por monoculturas de grande rendimento, altamente mecanizadas, e pela utilização
de agrotóxicos em larga escala. Em estudos realizados em Mato Grosso, verificou-se que os
referidos municípios são responsáveis por 70% da produção agropecuária do estado e que mais
contratam mão de obra agrícola. (PIGNATI e MACHADO 2011; ALENCAR et al,2011).
Ainda segundo dados do INDEA (2010), esses municípios são os que mais utilizam agrotóxicos
em suas lavouras.
Tabela 03: Municípios de Mato Grosso classificados entre os 20 primeiros em relação à
estimativa de exposição da população a agrotóxicos e respectivos escores, 2005 a 2008.
Municípios Agrotóxico/habitante
(Peso 2)
Trabalhador da
agropecuária/
trabalhador formal
(Peso 1)
Escores
1. Diamantino 10,0 7,8 27,8
2. Campo Novo do Parecis 9,3 6,9 25,5
3. Nova Mutum 9,7 5,6 25,0
4. Pedra Preta 7,3 10,0 24,6
5. Campo Verde 7,3 8,4 22,9
6. Lucas do Rio Verde 5,8 3,0 14,6
7. Sorriso 4,6 3,3 12,6
8. Primavera do Leste 3,9 4,1 11,9
9. Poxoréo 1,6 8,3 11,5
10. Vila Bela da S. Trindade 0,3 8,4 9,0
11. Canarana 1,6 5,2 8,3
12. Barra do Bugres 0,2 7,0 7,5
13. Tabaporã 0,8 5,6 7,2
14. Paranatinga 1,1 4,6 6,8
15. Nova Xavantina 1,1 4,1 6,3
16. Santo Antônio do Leverger 0,6 4,9 6,1
17. Comodoro 0,8 4,2 5,7
18. Nova Olímpia 0,4 3,9 4,8
19. Rosário Oeste 0,1 4,6 4,8
20. Pontes e Lacerda 0,1 3,8 4,0
As pulverizações de agrotóxicos nestes municípios são realizadas por aviões ou por
tratores especialmente desenvolvidos para esta atividade. Devido a essa característica de
manejo, há um intenso deslocamento das gotículas de pulverização para fora da área de cultura,
tanto pela ação do vento como pela evaporação da água, levando à contaminação dos
trabalhadores rurais e da população urbana, já que muitas lavouras se encontram próximas ao
perímetro urbano (PIGNATI et al., 2007).
Este diagnóstico evidenciou que é possível utilizar indicadores de exposição ambiental
na identificação de grupos populacionais com alta exposição aos agrotóxicos. Os indicadores
relação agrotóxico/habitante e relação trabalhador agropecuária/trabalhador formal se
mostraram consistentes e possibilitaram identificar os municípios de Mato Grosso nos quais a
população está mais exposta a esses poluentes.
Figura 02: Municípios de Mato Grosso classificados entre os 10 primeiros em relação à
estimativa de exposição da população a agrotóxicos, 2005 a 2008.
OBS: O diagnóstico para elencar os municípios prioritários foi baseado na Tese de Dissertação de Mestrado da
aluna Noemi Pereira de Oliveira do Programa de Pós Graduação da Saúde Coletiva/UFMT.
4.0 – OBJETIVOS
4.1- GERAL:
Implantar e estruturar o Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos
nos municípios prioritários identificados no diagnóstico.
4.2-ESPECÍFICOS:
Capacitar os profissionais da Vigilância, Atenção à saúde, Representantes do Controle
Social, Profissionais e Agentes Comunitários das Equipes de Saúde da Família e
Agentes de Controle de Endemias sobre Vigilância em Saúde de Populações Expostas a
Agrotóxicos;
Realizar Análise da Situação de Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos.
Incluir as ações de promoção e vigilância no plano de ação em Vigilância em Saúde
das áreas de abrangência.
Monitorar e avaliar o registro dos resultados das análises de agrotóxicos na água de
consumo humano.
Monitorar e avaliar as notificações das intoxicações exógenas por agrotóxicos.
Priorizar as ações de continuidade do Modelo Vigilância em Saúde de Populações
Expostas a Agrotóxicos
5.0 – CRONOGRAMA
Descrição Duração em meses Mês
01. Instituir e publicar Portaria
nomeando Grupo Técnico
01 mês Fev-2013
02. Elaborar a proposta, apresentar
aos conselheiros para posterior
pactuação e homologação na
Comissão Intergestores Bipartite
(CIB) .
03 meses Dez- 2012 a Mar- 2013
03. Encaminhar o projeto e a
Resolução aprovada em CIB ao
Departamento de Vigilância em
Saúde Ambiental e Saúde do
Trabalhador (DSAST), da Secretaria
de Vigilância em Saúde (SVS), do
Ministério da Saúde (MS)
01 mês Mar-2013
04. Sensibilização dos Conselhos de
Saúde, Gestores Estaduais e
Municipais e Trabalhadores
Municipais de Saúde.
02 meses Fev a Mar- 2013
05. Elaboração de material didático-
pedagógico, para
capacitações/oficinas.
04 meses Fev-2013 a Junho-2013
06. Elaboração de protocolos para
Construção do perfil das populações
expostas a agrotóxicos
04 meses Fev-2013 a Junho-2013
07. Reunião de Sensibilização nos
ERS (Diamantino, Tangará da Serra,
Sinop e Rondonópolis).
02 meses Junho-2013
09. Reunião de integração com o MT
Lab., ESP, Atenção a Saúde, Central
de Regulação, CIEVS,
Criação pelo secretário de um GT
Obs: Hospital JM,
regulação municipal,
pronto
socorro/intoxicação,
10. Capacitação em Vigilância em
Saúde de Populações Expostas a
Agrotóxicos (oito municípios) e
Levantamento de dados (momento de
dispersão)
04 meses Setembro a Outubro – 2013
11. Capacitação para profissionais
médicos e enfermeiros em protocolos
clínicos de tratamento por exposição a
agrotóxicos.
outubro 2013 em Cuiabá.
12. Reunião para Consolidação de
dados e Análise de Situação
03 meses
Outubro a dezembro-2013
13. Interpretação e discussão dos
resultados
03 meses
Outubro a dezembro-2013
14. Monitoramento e Vigilância da
Qualidade Água para Consumo
Humano (Portaria nº 2914-2011)
Semestral Jun e Nov-2013
15. Seminário de Vigilância em
Saúde de Populações Expostas a
Agrotóxicos e Elaboração de Proposta
para inserção dessas ações no PES e
PMS
02 dias Nov-2013
16. Elaboração de Boletins e
Relatórios de Gestão com as ações
executadas e resultados alcançados
Anual Dez-2013
17 - Articulação/Parceria com o
programa Tele Saúde
Fev a Dez- 2013
6.0 – PLANO DE APLICAÇÃO
NATUREZA DA DESPESA
TOTAL
ESPECIFICAÇÃO
33.90.14 Diárias
33.90.30 Material de Consumo
33.90.33 Passagens
33.90.36 Serviços de Terceiros: Pessoa Física
33.90.39 Serviços de Terceiros: Pessoa Jurídica
44.90.52 Equipamento e Material Permanente
TOTAL GERAL
Plano de Aplicação DETALHADO
NATUREZA DA DESPESA
UNID. QT.
TEMP
O DE
DURA
ÇÃO
VALOR
UNITÁRI
O
TOTAL
ESPECIFICAÇÃO
33.90.14 Diárias
---- Mar. a
Dez.
---- 80.000,00
33.90.30 Material de Consumo
Aquisição de material de expediente para
capacitação (blocos, crachás, pasta,
caneta etc.) e material para coleta de
amostra de água e combustível.
Unid. Mar. a
Dez.
---- 33.000,00
33.90.33 Passagens
Terrestres
Unid. 25 Fev. a
Abril
300,00 7.500,00
Aéreas
Unid. 20 Fev. a
Dez.
2.000,00 40.000,00
33.90.36 Serviço de Terceiros – Pessoa
Física:
Assessoria Técnica
04 Fev. a
Dez.
5.000,00 20.000,00
33.90.39 Serviço de Terceiros – Pessoa
Jurídica:
Despesas com hospedagem/alimentação/
coffe break , aluguel de sala e
sonorização
Mar. a
Dez.
40.000,00
Inscrições em eventos Unid. 10 Mar. a
Dez.
1000,00 10.000,00
Despesas com material didático
pedagógico e divulgação (elaboração de
material educativo, pôsteres, boletins e
publicações de artigo etc.)
Fev. a
Dez.
120.000,00
Aquisição de software .... Unid. 10.000,00
44.90.52 Equipamento e Material
Permanente ( datashow, máquina
fotográfica, GPS , turbidimetro,medidor
de cloro etc.)
120.000,00
Ver o que podemos contribuir com o Tele Saúde para referencia .
TOTAL GERAL