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Excedente do consumidor
• O que significa excedente do consumidor?
Comprador potencial
Disposição de pagar Preço pago
A R$59,00 R$30,00
B R$45,00 R$30,00
C R$35,00 R$30,00
D R$25,00 -------
E R$10,00 -------
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Excedente Total
• Como se forma o excedente total?
• Excedente total = excedente do consumidor + excedente do produtor.
3
• Arão tem um Fusca 1960. O prazer de ser o proprietário do carro e dirigi-lo vale para Arão R$3.000,00. Benta, que cobiça o carro de Arão por muitos anos, recebe de herança de sua tia R$5.000,00 e decide tentar comprar o carro.
• Após inspecionar o carro, Benta decide que o prazer de ser a proprietária do carro e dirigi-lo vale para ela R$4.000,00.
• Suponha que o negócio tenha sido concretizado em R$3.500,00.
• Qual é o valor do excedente total criado?
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Caso Gerador 1
• Uma comissão foi formada para considerar algumas reformas nas leis penais. A comissão identificou alguns crimes do colarinho-branco que são tipicamente cometidos por atores que computam racionalmente o ganho potencial e o risco de serem pegos e punidos.
• Normalmente, aqueles que são condenados por este tipo de crime, são sentenciados a uma pena restritiva de liberdade. Após coletar muitos testemunhos, a maioria deles junto a economistas, a comissão decidiu que uma multa pecuniária seria uma punição apropriada para este tipo de conduta.
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Caso Gerador 1
1. Qual é o preço implícito das sanções criminais?
– ganho esperado e custo esperado
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Caso Gerador 1
2. Como variações no preço implícito das sanções criminais podem alterar o comportamento dos atores racionais?
– Eficiência econômica das sanções criminais
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Caso Gerador 2
1. João e Maria não são capazes de negociar, portanto não cooperam. O que ocorre se a ação de Maria for procedente? O que ocorre se a ação de Maria for improcedente?
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Caso Gerador 2
2. O que ocorre se João e Maria são capazes de negociar e cooperar?
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Caso Gerador 2
3. Qual é a solução mais eficiente?
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Caso Gerador 2
4. Quais fatores podem explicar porque as negociações algumas vezes não progridem, ainda que haja benefício mútuo com a cooperação?
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O que diferencia a AED das outras análises do Direito? (Shavell, p. 4)
– Não seria de interesse de todos os tipos de análise do direito determinar como as normas jurídicas afetam o comportamento dos indivíduos e avaliar tais normas frente a algum critério de bem-estar social?
– A resposta parece ser “sim” e, neste sentido, a AED não se distingue de nenhuma outra análise do direito.
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O que parece diferenciar a AED, de outros tipos de análise do direito, são três características:
1. A AED enfatiza o uso de modelos estilizados, da estatística e de testes empíricos da teoria, enquanto outros tipos de análises do direito, normalmente, não utilizam estas ferramentas;
2. Ao descrever o comportamento do indivíduo, a AED dá maior importância, do que outros tipos de análises do direito, à visão do indivíduo como racional que age visando as possíveis conseqüências de suas escolhas;
3. Em uma avaliação normativa a AED deixa explícita as medidas de bem-estar social considerada, enquanto outras análises do direito muitas vezes deixam indefinido ou substancialmente implícito o critério do bem social.
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Distribuição - tentativas de discussão
• Assim como os indivíduos maximizam sua própria utilidade, por que não considerar que a sociedade também tenta maximizar sua utilidade?
• Para fazer uma analogia entre indivíduos e sociedade teríamos que identificar os gostos e as preferências sociais.
– As preferências individuais são relativamente fáceis de serem observadas através de experimentos e observação.
• Preferência revelada.• No entanto, não existe um caminho fácil para se
assegurar as preferências sociais.
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Distribuição - tentativas de discussão (2)
• Devemos de alguma forma agregar as preferências individuais em preferência social.
• Na verdade, esse é precisamente o problema central da escolha social.
• Uma possibilidade de fazer essa agregação é através de uma votação para escolha das preferências, ou seja, votantes escolhem suas preferências.
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Distribuição - tentativas de discussão (3)Teoria da escolha social (Arrow’s
Impossibility Theorem)
• Kenneth J. Arrow, Social Choice and Individual Values (1952).
• Arrow investigou as propriedades gerais dos mecanismos pelos quais a sociedade agrega as preferências individuais com relação às desavenças sociais (ex.: sobre a distribuição da riqueza) em preferências sociais.
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Uma Ilustração
• Imagine uma sociedade com três indivíduos tentando escolher, através do voto majoritário, entre três possíveis políticas de distribuição de riqueza, X, Y e Z.
• Suponha que as preferências individuais com relação as alternativas sociais sejam as seguintes:
– Indivíduo 1 x P y y P z x P z– Indivíduo 2 y P x y P z z P x– Indivíduo 3 y P x z P y z P x
• Cada indivíduo tem completa, transitiva e reflexiva preferência sobre a escolha social. Por exemplo, para o indivíduo 2, Y é preferível à Z e Z é preferível à X, portanto, pela transitividade Y deve ser preferível à X.
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Ilustração 2
Imagine uma série de eleições entre pares das alternativas sociais, X, Y e Z. O que aconteceria?
– Suponha primeiro, X compete contra Y.– Alternativa Y vence, 2-1.– Agora, confronte Y contra Z.– Alternativa Y vence novamente, 2-1.
• E se nós começarmos a eleição usando um par diferente?– Suponha primeiro, Z compete contra X.– Alternativa Z vence, 2-1– Agora, confronte Z contra Y.– Alternativa Y vence, 2-1.
• Parece que existem preferências sociais que são consistentes e transitivas.
– Alternativa Y é socialmente preferível à Z, que é socialmente preferível à X.
• Mas será que isso é sempre verdade?
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Ilustração 3
• Imagine outro arranjo de preferências individuais sobre três alternativas sociais:
– Indivíduo 1 x P y y P z x P z– Indivíduo 2 y P x y P z z P x– Indivíduo 3 x P y z P y z P x
• Novamente, as preferências individuais são completas, transitivas e reflexivas.
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Ilustração 4
• Suponha que comecemos com X contra Y.– Alternativa X vence, 2-1.– Agora, corremos X contra Z.– Z vence, 2-1.– Z parece ser a política socialmente preferível.
• Suponha que comecemos com Z contra Y. – Y vence, 2-1.– Agora, corremos Y contra X.– X vence, 2-1.– X parece ser a política socialmente preferível.
• Suponha que comecemos com X contra Z.– Z vence, 2-1.– Agora, corremos Z contra Y.– Y vence, 2-1.– X parece ser a política socialmente preferível.
• Agora quando fazemos eleições entre pares para serem decididas através do voto majoritário, temos resultados muito diferentes.
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Conclusão
• No primeiro exemplo os indivíduos geraram escolhas sociais transitivas, no segundo as escolhas sociais eram intransitivas.
• Não existe a possibilidade de se identificar ex ante quais conjuntos de preferências individuais irão gerar preferências sociais transitivas (bem comum).
• Para a AED a questão distributiva esbarra na Teoria da Escolha Social de Arrow.
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Otimização Privada e Social
• O indivíduo busca maximizar sua utilidade.– Isto envolve agir até que o custo marginal privado
da ação seguinte seja igual ao benefício marginal privado desta ação.
• A sociedade busca maximizar sua utilidade.– Agir até que o custo marginal social da ação
seguinte seja igual ao benefício marginal social desta ação.
• Implicações: quando os custos e benefícios privados e sociais divergem, a otimização privada e social também diverge.
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Imperfeições de Mercado
• São os desvios das condições de mercado competitivo que levam indivíduos, privados e organizações que buscam seus próprios objetivos, a fazerem coisas que não sejam em interesse social.
• Indivíduos, tipicamente, prestam atenção somente aos custos e benefícios privados, ignorando os custos e benefícios sociais.
– A correção geral para esta situação é alinhar os objetivos privados e sociais, criando programas que induzam os indivíduos privados maximizadores a considerarem todos os custos e benefícios em seus cálculos.
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Cinco fontes de imperfeições de mercado.
• Poder de Mercado – monopólio e monopsônico; competição imperfeita.
• Custos e benefícios externos.• Bens públicos.• Assimetria severa de informação.• Problemas de coordenação e ação coletiva.
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Monopólio e monopsônio
• Monopólio – Condição de um vendedor e barreiras
significantes de entrada.– Um monopolista cobra preços muito altos
e vende pouco do bem ou do serviço monopolizado.
– Correção: Regulação e Direito da Concorrência.
• Monopsônio – A condição de um comprador e barreiras
significantes de entrada.
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Custos e benefícios externos
• Custos externos – são custos não internalizados pelo indivíduo (ou organização) maximizador de lucro ou utilidade em suas ações e que impõem custos indesejáveis diretamente a terceiros.
– Exemplo: poluição do ar e da água, fumantes passivos.– Problemas: do ponto de vista social existem muitas atividades
geradores de custos-externos. – Correção: induzir a redução das atividades geradoras de custos
externos obrigando o criador a “internalizar” os custos externos.
• Benefícios externos – são benefícios não internalizados pelo indivíduo (ou organização) maximizador de lucro ou utilidade em suas ações e que não intencionalmente conferem benefícios diretamente a terceiros.
– Exemplos: ? – Problemas: ? – Correção: ?
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Bens públicos
• Duas características:1. Muito caro para que produtores privados
identifiquem quem está consumindo o bem e quanto estes consumidores estariam dispostos a pagar.
2. Não há rivalidade no consumo: o consumo do bem por uma pessoa não deixa menos para ser consumido por outros.
• Problema: o produtor privado não consegue aferir lucro oferecendo a quantidade necessária (ótima) do bem ou do serviço para a sociedade. Como resultado, existem poucos (do ponto de vista social) bens públicos.
• Problema do “carona” (free riding).
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Assimetria de informação
• Duas partes com potencial para transacionar possuem informações muito diferentes sobre importantes aspectos da transação potencial.
– Exemplo: ?• Por que isso é um problema?
– Porque o medo e a incerteza sobre atributos desconhecidos e a falta de habilidade das partes para solucionar estes medos, pode impedir que transações maximizadoras de riqueza se realizem.
• Correção – Obrigar o fornecimento de informação,
punindo aqueles que falham em fazer.
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Problemas de coordenação e ações coletivas
• Congestionamento no tráfico.– Motoristas decidem a respeito do uso das
rodovias independente dos congestionamentos.
– Como podem os motoristas coordenarem suas decisões de forma a diminuir os congestionamentos? • Londres cobra cinco libras por carro
para adentrar a área central de negócios nos dia de semana.
• O tráfico diminuiu em 20% desde de 2003.