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    Leis OrçamentáriasPaulo Lacerda

    Receita Pública

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    1 CONCEITO

    Receita Pública é uma derivação do conceito contábil de Receita contábil, agregando outros conceitos utilizados pela

    administração pública em virtude de suas peculiaridades. No entanto, elas não interferem nos resultados contábeis

    regulamentados pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, por meio dos princípios Fundamentais, até porque, a

    macro missão da contabilidade é atender a todos os usuários da informação contábil, harmonizando conceitos,

    princípios, normas e procedimentos às particularidades de cada entidade.

    Receitas Públicas, assim, são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer

    esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso

    orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.

    Convém salientar que esse conceito não é pacífico pela doutrina, haja vista a receita pública atender inúmeras

    vertentes e disciplinas.

    2 CLASSIFICAÇÃO

    2.1 QUANTO À PREVISÃO

    2.1.1 Receita orçamentária:

    É aquela devidamente discriminada na forma da Lei nº 4.320/64 e integra o orçamento público. Sua arrecadação

    depende de autorização legislativa, constante na própria lei do orçamento (Lei orçamentária anual) e são realizadas

    através da execução orçamentária.

    Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público arrecadados exclusivamente para aplicação em

    programas e ações governamentais. Estes ingressos são denominados Receita Pública.

    O § 1º e o § 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as receitas orçamentárias em “Receitas Orçamentárias

    Correntes” e “Receitas Orçamentárias de Capital”. No item 2.4, elas serão melhor identificadas. 

    Cuidado: nem todas as receitas orçamentárias, que ingressam nos cofres públicos, afetam o saldo patrimonial do

    Estado.

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    2.1.2 Receita extra orçamentária

    Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não fazem parte do orçamento público, mas serão registradas na

    contabilidade para fins controle e transparência.

    Como exemplos temos as cauções, fianças, depósitos para garantia, consignações em folha de pagamento, retenções

    na fonte, salários não reclamados, operações de crédito a curto prazo e outras operações assemelhadas.

    Sua arrecadação não depende de autorização legislativa e sua realização não se vincula à execução do orçamento.

    Em casos especiais, a receita extra orçamentária pode converter-se em receita orçamentária. é o caso de quando

    alguém perde, em favor do Estado, o valor de uma caução por inadimplência ou quando perde o valor depositado em

    garantia. O mesmo acontece quando os restos a pagar têm sua prescrição administrativa decorrida. É importante frisar

    que cauções, fianças, e depósitos efetuados em títulos e assemelhados quando em moeda estrangeira são registrados

    em contas de compensação, não sendo, portanto considerados receitas extra orçamentárias.

    2.2 QUANTO À ALTERAÇÃO PATRIMONIAL

    2.2.1 Receita Pública Efetiva:

    Aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do

    direito e não constituem obrigações correspondentes e por isto alteram a situação líquida patrimonial.

    2.2.2 Receita Pública Não Efetiva

    Aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do

    direito, ou de contraprestação no passivo, e por isto não altera a situação líquida patrimonial.

    2.3 QUANTO À PROCEDÊNCIA

    2.3.1 Receitas Originárias: São aquelas que provêm do próprio EXERCÍCIO do Estado. Ex: Patrimoniais.

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    2.3.2 Receitas Derivadas: São aquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade COERCITIVA. Dessa forma, oEstado exige que o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de multas. Ex: Impostos.

    2.4 QUANTO À NATUREZA

    2.4.1 Conceito

    A classificação orçamentária por natureza de receita é estabelecida pelo § 4°do art. 11 da Lei n° 4.320, de 1964. No

    âmbito da União, sua codificação é normatizada por meio de Portaria da SOF, órgão do Ministério do Planejamento,

    Orçamento e Gestão.

    Importante destacar que a classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa

    identificar a origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos

    cofres públicos.

    2.4.2 Classificação Quanto à Natureza

    Na elaboração do orçamento público a codificação orçamentária da natureza da receita é composta dos níveis abaixo:

    Categoria Econômica

    Origem

    Espécie

    Rubrica

    Alínea

    Subalínea

    2.4.2.1 Quanto à Categoria Econômica

    1 - Receitas Correntes: são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do

    Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os

    objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas.

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    2 - Receitas de Capital: aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa dasReceitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.

    2.4.2.2 Quanto à Origem

    A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar

    a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos.

    Os códigos da origem para as Receitas Correntes e de Capital, de acordo com o § 4° do art. 11 da Lei n° 4.320, de 1964,

    são:

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    Fonte: Manual Técnico do Orçamento

    2.4.2.3 Quanto à Espécie

    A espécie, nível de classificação vinculado à origem, permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas.Por exemplo, dentro da origem Receita Tributária, identificam-se as espécies Impostos, Taxas e Contribuição de

    Melhoria.

    2.4.2.4 Quanto à Rubrica

    Ela detalha a espécie por meio da identificação dos recursos financeiros cujas características próprias sejam

    semelhantes. Por exemplo, a rubrica Impostos sobre o Patrimônio e a Renda corresponde ao detalhamento da espécie

    Impostos.

    2.4.2.5 Quanto à Alinea

    Detalhamento da rubrica e identifica o nome da receita que receberá o registro pela entrada de recursos financeiros.

    Por exemplo, a alínea Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza corresponde ao detalhamento da

    rubrica Impostos sobre o Patrimônio e a Renda

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    2.4.2.6 Quanto à Subalinea

    A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando há necessidade de se detalhar a alínea com

    maior especificidade. Por exemplo, a subalínea Pessoas Físicas corresponde ao detalhamento da alínea Imposto sobre

    a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.

    2.4.3 Codificação

    A fim de possibilitar a identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos, esta codificação é

    formada por uma sequência numérica de 8 dígitos que se subdivide em seis níveis: categoria econômica (1° dígito),origem (2° dígito), espécie (3° dígito), rubrica (4° dígito), alínea (5° e 6° dígitos) e subalínea (7° e 8° dígitos).

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    3 ESTÁGIOS

    3.1 Conceito

    Conjunto de fases que se alinham ao processo econômico, a fim de solucionar lacunas ou lapsos temporais entre a

    necessidade do Estado e a renda do contribuinte.

    3.1 Fases

    Dessa forma, do ponto de vista orçamentário, os estágios seriam:

    3.1.1 Previsão

    È a estimativa, a projeção do que se espera arrecadar durante o exercício financeiro. Serve de base para a fixação da

    despesa orçamentária. A partir das previsões da receita inicia-se o processo de discussão de alocação desses recursos,

    envolvendo todos os entes públicos alcançados pelo Orçamento, para posterior autorização junto ao Poder Legislativo.

    3.1.2 Lançamento

    Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a

    ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do

    tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

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    3.1.3 Arrecadação

    Consiste no recebimento da receita pelo agente devidamente autorizado, agentes arrecadadores, por meio de

    estabelecimentos bancários oficiais ou privados, devidamente credenciados, a fim de se liquidarem obrigações com o

    ente público.

    3.1.4 Recolhimento

    Estágio no qual os agentes arrecadadores entregam o produto da arrecadação para o Caixa Único: Conta Única do

    Tesouro Nacional, no Banco Central do Brasil, no caso da União.

    Fonte: Manual Técnico do Orçamento

    4 DÍVIDA ATIVA

    4.1 Conceito

    A Dívida Ativa abrange os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não terem

    sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas. O texto legal referido, que versa sobre normas gerais de direito

    financeiro e finanças públicas, institui os fundamentos deste expediente jurídico-financeiro, conforme seu artigo 39:

    “Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do

    exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.735,

    de 20.12.1979)."

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    4.2 Tipos de Dívida Ativa

    4.2.1 Dívida Ativa tributária

    Entende-se por Dívida Ativa Tributária créditos da fazenda pública referentes às obrigações legais relativas a tributos

    pagos por parte dos contribuintes do município e respectivos adicionais e multas afins.

    4.2.2 Dívida Ativa Não Tributária

    São os demais créditos que não se encaixem nos tributos determinados pela constituição Federal/88

    Ex.: Contribuições, indenizações, reposições, restituições, etc..

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    Anexo I - Classificação das receitas públicas quanto à natureza

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