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  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

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    1 CONCEITO DE DIRETO PENAL

    2 DA APLICAO DA LEI PENAL

    ANTERIORIDADE DA LEI PENAL

    No artigo 1 do cdigo penal est o principio da anterioridade, da legalidade ou da reserva legal, segundo o qual nullum crime, nulla poena, sine praeter lege.

    A LEI PENAL NO TEMPO

    O conflito de leis penais no tempo est previsto no art. 2 do cdigo penal e pode se dar de quatro formas:

    A LEI NOVA SUPRIME NORMA INCRIMINADORA ANTES EXISTENTE a hiptese do abolitio criminis. A lei posterior exclui do ordenamento penal fato anteriormente considerado crime ou contraveno. Regra: retroatividade.

    B LEI NOVA CRIA FIGURA TPICA NOVA a hiptese de novatio criminis. Ao ordenamento jurdico acrescentada figura tpica antes inexistente. Regra: irretroatividade.

    C LEI NOVA ALTERA IN MELIUS A lei nova mais favorvel ao ru. Regra: retroatividade.

    D LEI NOVA ALTERA IN PEJUS A lei nova mais severa para o ru. Regra: irretroatividade.

    No h limite para a retroatividade da lei mais benfica, ela alcana, inclusive, os fatos decididos na sentena transitada em julgado, sendo competente para aplicar a lei mais benfica o juiz da execuo neste caso ( smula 611 do STF ).

    No caso de LEI TEMPORRIA ou EXCEPCIONAL, a teor do art. 3 do cdigo penal, ocorre a ultratividade, ou seja, seus efeitos se estendem para alm do prazo de sua vigncia.

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    TEMPO DO CRIME O art. 4 do cdigo penal adotou a teoria da atividade, pois considera para determinao do momento do crime o instante da conduta comissiva ou omissiva, pouco importando o momento em que venha a ocorrer o resultado. Essa regra importante para contagem do prazo prescricional e para aferio da imputabilidade do agente ao tempo do crime, inclusive no que pertine a sua maioridade penal

    LUGAR DO CRIME

    O Brasil adotou a teoria da ubiquidade, considera-se local do crime tanto o lugar do

    comportamento ( comissivo ou omissivo ), quanto o lugar do resultado.

    3 DA INFRAO PENAL

    Art. 1 da Lei de Introduo ao Cdigo Penal

    Considera-se crime a infrao penal a que a lei comina pena de recluso ou de deteno, quer isolada, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraveno, a infrao penal a que a lei comina, isoladamente, pena de priso simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

    CONCEITO DOUTRINRIO DE INFRAO PENAL O crime um fato tpico, antijurdico e culpvel

    ELEMENTOS DA INFRAO

    a) Fato Tpico quando o fato adequado ao modelo legal de crime ou contraveno penal.

    b) Antijuridicidade a relao de contrariedade entre o fato praticado e as prescries do ordenamento jurdico. Contraria o bem jurdico tutelado.

    c) Culpabilidade o juzo de reprovao da ordem jurdica

    TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE E PUNIBILIDADE

    TIPICIDADE a exata correspondncia entre a conduta dolosa ou culposa do agente causador do resultado lesivo previsto na norma jurdica.

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    ELEMENTOS DO FATO TPICO

    Conduta

    Resultado

    Nexo Causal

    CONDUTA

    Conceito a ao ou omisso humana consciente e dirigida a determinada finalidade.

    Caractersticas:

    I Comportamento humano e no dos animais irracionais. O ato humano, por sua vez, s constitui conduta como expresso individual de sua personalidade. O sujeito ativo de infraes penais comuns, portanto, s pode ser a pessoa fsica. A pessoa jurdica, por mandamento constitucional e regra inserida na lei 9.605, de 12-2-1998, em seus arts. 3 e 21-24, ser responsabilizada quanto aos crimes ambientais.

    II Atividade corporal externa, no interessando ao direito penal a atividade psquica.

    III Comportamento consiste no movimento ou na absteno de um movimento corporal.

    A conduta manifestao da vontade. O resultado corresponde alterao do mundo exterior causada pela conduta

    Os atos so momentos da conduta. Se algum mata outro com diversos golpes, h vrios atos, mas uma s conduta.

    Os atos involuntrios no so considerados conduta, uma vez que a vontade elemento constitutivo da conduta.

    Como exemplos de ausncias de conduta podem ser citados os casos de movimentos praticados durante o sono ou sonambulismo, os decorrentes de reflexo, que constituem ao ou inibio imediatamente aps a excitao de um nervo sensitivo, sob sugesto ou hipnose e em estado de inconscincia.

    TEORIAS DA CONDUTA

    I TEORIA NATURALISTA OU CAUSAL DA AO

    A conduta um comportamento humano voluntrio no mundo exterior, consistente num fazer ou no fazer, sendo estranha a qualquer valorao. denominada naturalista ou natural porque incorpora as leis da natureza no direito penal. Para essa teoria, a conduta puro fator de causalidade. Da tambm chamar-se de teoria causal. A conduta o efeito da vontade e a causa do resultado. Para essa teoria, enquanto a ao pertence ao fato tpico, abarcando apenas o efeito da vontade, o contedo da vontade pertence culpabilidade.

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    A crtica feita a essa teoria tratar o Direito Penal como cincia natural, quando esse regula condutas do meio social.

    Essa teoria foi adotada pelo Brasil at a reforma do Cdigo Penal de 1984.

    II TEORIA FINALISTA DA AO

    A ao compreendida como atividade humana e como tal no pode ser desvinculada da finalidade pretendida pelo agente. Algum que realiza um disparo de arma de fogo contra outra pessoa pode realizar os seguintes tipos penais: homicdio doloso, se quis o resultado ou assumiu o risco de o produzir; erro do tipo invencvel, se pelas circunstancias foi levado a crer que era o vulto um animal bravio; pode ser um homicdio culposo, por ser um erro provocado por terceiro. Enfim, somente anlise do contedo da vontade que pode determinar qual o tipo penal realizado. O dolo funciona como elemento subjetivo do tipo.

    FORMAS DE CONDUTA

    A) AO - um movimento corpreo tendente a uma finalidade. Diz que o crime praticado por meio de uma ao comissivo.

    B) OMISSO - O nosso Cdigo Penal adotou a teoria normativa, segundo a qual a omisso no um simples no fazer. Esse no teria valor jurdico. um no fazer alguma coisa, algo esperado frente ao direito. a norma que impe determinado comportamento que no foi adotado pelo agente, apesar de ser possvel para ele realiz-lo.

    A omisso no implica somente a ausncia de comportamento, mas pode se dar quando esse diverso do devido. A enfermeira que devia ministrar remdio ao paciente a cada hora e no o faz porque est dormindo omissa, como aquele que, ao invs de prestar o socorro, assume outra conduta.

    CONDUTA DOLOSA: aquela em que o agente deseja o resultado lesivo ou assume o risco de o produzir;

    ESPCIES DE DOLO

    Dolo Direto: a vontade determinada

    Dolo Indireto: a vontade indeterminada. Pode ser:

    -Dolo Alternativo: a inteno do agente se dirige a resultados alternativos. Exemplo: ferir ou matar.

    -Dolo Eventual: aquele em que o agente, embora no deseje o resultado, assume o risco de o produzir.

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    CONDUTA CULPOSA: aquela em que o agente no deseja o resultado, mas, por outro lado, no toma o cuidado que dele se esperava para evitar o dano.

    ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO

    Conduta voluntria;

    Inobservncia de um dever objetivo de cuidado;

    Resultado involuntrio;

    Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado;

    Previsibilidade objetiva;

    Tipicidade.

    MODALIDADES DE CULPA

    Negligncia: dirigir sem a devida ateno no trnsito

    Imprudncia: dirigir com excesso de velocidade

    Impercia: dirigir sem saber dirigir.

    ESPCIES DE CULPA

    Culpa inconsciente ou comum: no prev o resultado

    Culpa consciente: prev o resultado, mas no acredita que ele possa acontecer.

    Observaes finais sobre os crimes culposos

    No h tentativa de crime culposo.

    possvel a co-autoria em crimes culposos

    Diferena entre Culpa Consciente e Dolo Eventual

    Questionamentos Culpa Consciente Dolo Eventual

    Previsibilidade objetiva? Sim Sim

    Previsibilidade subjetiva? Sim Sim

    Resultado desejado? No No

    Agente assume o risco? No Sim

    CONDUTA PRETERDOLOSA: aquela em que a ao dolosa, e o resultado culposo.

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    NEXO CAUSAL: a relao existente entre a conduta do agente e o resultado dela decorrente.

    CONCAUSAS

    Preexistente

    Concomitante

    Superveniente

    Relativamente independente

    Absolutamente independente.

    - ANTIJURIDICIDADE

    Conceito - Qualidade de contrrio Lei. a relao de contrariedade entre o fato tpico e o sistema normativo em vigor.

    - CULPABILIDADE

    Conceito: a reprovabilidade de um fato tpico e antijurdico praticado por algum;

    Elementos da culpabilidade

    Imputabilidade Penal;

    Potencial conscincia da ilicitude;

    Exigibilidade de conduta diversa.

    EXCLUDENTES DA ILICITUDE E DA CULPABILIDADE

    CAUSAS DE EXCLUSO DA ANTIJURIDICIDADE (Justificantes Penais):

    Estrito Cumprimento do Dever Legal

    Exerccio Regular de um direito

    Legtima Defesa

    Estado de Necessidade.

    LEGTIMA DEFESA

    Entende-se em legtima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessrios, repele injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem (art. 25 do CP)

    Entendimento doutrinrio:

    Animus defendendi.

    Putativa

    Recproca.

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    ELEMENTOS

    1 Moderao

    2 Agresso Injusta

    3 - Atualidade ou iminncia

    4 - Direito prprio ou alheio

    5 Animus defendendi.

    ESTADO DE NECESSIDADE:

    Considera-se em Estado de Necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que no provocou por sua vontade nem podia de outro modo evitar, direito prprio ou alheio, cujo sacrifcio, nas circunstncias, no era razovel exigir-se (art. 24 do CP).

    Entendimento doutrinrio:

    Inexistncia do dever legal de enfrentar o perigo.

    Putatividade e reciprocidade.

    ELEMENTOS:

    1 Perigo

    2 Atualidade

    3 No provocao

    4 Inevitabilidade

    5 Inexigibilidade do Sacrifcio

    6 Direito prprio ou alheio.

    CAUSAS DE EXCLUSO DA CULPABILIDADE (Dirimentes Penais):

    Inimputabilidade Penal

    Erro de proibio invencvel

    Coao moral irresistvel (art. 22, 1 parte)

    Obedincia hierrquica (art. 22, 2 parte).

    Entendendo as dirimentes:

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    Elementos Dirimentes

    Imputabilidade penal Inimputabilidade penal

    Conscincia da antijuridicidade Erro de proibio invencvel

    Exigibilidade de conduta conforme o

    direito

    Coao moral irresistvel

    Obedincia hierrquica

    Imputabilidade penal atribuir a quem comete uma conduta tpica a qualidade de entender o carter antijurdico de sua conduta e de se comportar conforme esse entendimento.

    Causas de inimputabilidade penal

    Doena mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26);

    Menoridade Penal (< 18 anos);

    Embriaguez completa e involuntria (art. 28 CP);

    Dependncia de substncia entorpecente;

    Efeito de substncia entorpecente involuntria.

    Semi-imputabilidade

    Diminuio da penalidade de 1/3 a 2/3

    Diferena entre inimputabilidade e semi-imputabilidade

    Emoo e paixo

    Atenuante genrica

    Causa de diminuio da pena.

    4 - DAS PENAS

    Conceito: a sano aflitiva imposta pelo Estado, mediante ao penal, ao autor de uma infrao (penal), como retribuio de seu ato ilcito, consistente na diminuio de um bem jurdico, e cujo fim evitar novos delitos (Soler).

    Finalidade:

    Retribuio: o mal do crime pelo mal da pena

    Preveno: evitar a prtica de novas infraes

    Geral: intimida a todos na sociedade para que no venham a cometer o delito

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    Especial: impedir que o autor pratique novos crimes, procurando corrigi-lo.

    Na reforma de 1984, o CP passou a adotar a pena com natureza mista, retributiva e preventiva (art. 59).

    ESPCIES DE PENAS:

    Pelo CP as penas se classificam em:

    I Privativas de liberdade II Restritivas de direitos III Multa

    APLICAO DA PENA

    Sistema trifsico: circunstncias judiciais, agravantes e atenuantes, causas de aumento e diminuio de pena.

    Elementos ou elementares: so partes integrantes do tipo penal, retirando-se ou a conduta ser atpica ou surgir um novo tipo penal.

    Exs. no caso do peculato, se retirarmos a qualidade de funcionrio pblico do agente, teremos a apropriao indbita. Logo a qualidade de funcionrio pblico elemento do tipo penal. J no furto, se retirarmos a coisa alheia, teremos a atipicidade da conduta. Logo coisa alheia elementar do tipo penal.

    Circunstncias: so elementos que se colocam entre o crime e a pena, permitindo sua graduao. Os elementos so o tipo penal nu, as circunstncias so as vestimentas do tipo penal. Mesmo que se retirem as circunstancias, ainda assim o tipo penal permanecer com o mesmo nomem iuris.

    Ex. Se retirarmos o motivo ftil de um crime de homicdio, ainda assim permanecer o crime de homicdio simples.

    CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS. O art. 59 estabelece diretrizes que devem ser seguidas pelo juiz para a fixao da pena base. So elas: culpabilidade ( medida de aplicao da pena pela reprovabilidade da conduta ); antecedentes ( de forma genrica toda a vida pregressa); conduta social ( convivncia em famlia, trabalho e sociedade ); personalidade (retrato psquico, periculosidade ); motivo ( sentimentos tais como dio, amor, cobia ); circunstncias e consequncias do crime ( excludas as j mencionadas em outros dispositivos ); e o comportamento da vitima ( em alguns casos como crimes sexuais ou patrimoniais, esse pode provocar ou facilitar, o que resulta em diminuio da pena ).

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    Denomina-se de circunstncias judiciais porque devem ser analisadas segundo o poder discricionrio do juiz.

    CIRCUNSTNCIAS AGRAVANTES. So as mencionadas nos arts. 61 e 62.

    Art. 61. So circunstncias que sempre agravam o crime, quando no o constituem ou qualificam:

    1 - Reincidncia

    2 - Ter o agente cometido o crime:

    A - Por motivo ftil ou torpe;

    B Para facilitar ou assegurar a execuo, a ocultao, a impunidade ou vantagem de outro crime;

    C traio, de emboscada, ou mediante dissimulao, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossvel a defesa do ofendido;

    D Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;

    E Contra ascendente, descendente, irmo ou cnjuge;

    F Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relaes domsticas, de coabitao ou de hospitalidade;

    G Com abuso de poder ou violao de dever inerente a cargo, ofcio, ministrio ou profisso;

    H Contra criana, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grvida;

    I Quando o ofendido estava sob a imediata proteo da autoridade;

    J Em ocasio de incndio, naufrgio, inundao ou qualquer calamidade pblica, ou de desgraa particular do ofendido;

    L Em estado de embriaguez pr-ordenada

    Art. 62 ( em relao a concurso de pessoas ):

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    I Promove ou organiza a cooperao no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;

    II Coage ou induz outrem execuo material do crime;

    III Instiga ou determina a cometer o crime algum sujeito sua autoridade, ou no punvel em virtude de condio ou qualidade pessoal;

    IV Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

    As circunstncias agravantes no podem fazer a pena superar o mximo permitido pelo tipo penal.

    Essas circunstncias s tm incidncia quando o agente as conhece, pois no vigora em nosso Cdigo a responsabilidade objetiva.

    REINCIDNCIA

    -Somente quando comete o crime aps outra condenao com trnsito em julgado;

    - A LCP tambm fala em reincidncia de contraveno, mas, devido redao do art. 63, se condenado com trnsito em julgado por contraveno e comete um crime, no reincidente;

    - No se reconhece a reincidncia se decorreu um perodo de cinco anos da data do cumprimento ou extino da pena, computado o perodo de provas do sursi, salvo se houver revogao

    - No se consideram na reincidncia os crimes militares prprios e os polticos.

    EFEITOS DA REINCIDNCIA

    A Agrava a pena (art. 61, I )

    B No concurso de agravantes, constitui circunstncia preponderante (art. 67)

    C Impede a concesso de suspenso condicional da execuo da pena (art. 77, I)

    D Aumenta o prazo de cumprimento da pena para obteno do livramento condicional (art. 83, II)

    E Aumenta o prazo da prescrio da pretenso executria em 1/3 (art. 110)

    F Interrompe a prescrio (art. 117, VI)

    G Impede algumas causas de diminuio de pena (arts. 155, 2, 170 e 171 1)

    CIRCUNSTNCIAS ATENUANTES (ART. 65)

    1 Ser o agente menor de vinte e um, na data do fato, e maior de setenta na data da sentena.

    2 O desconhecimento da lei

    3 Ter o agente:

    a Cometido o crime por relevante valor moral ou social;

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    b Procurado, por sua espontnea vontade e com eficincia, logo aps o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequncias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;

    c Cometido o crime sob coao a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influncia de violenta emoo, provocada por ato injusto da vtima;

    c Confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime (no basta a simples confisso, preciso que haja motivao relevante, tal como, o arrependimento);

    d Cometido o crime sob a influncia de multido em tumulto, se no o provocou.

    Art. 66 Circunstncias atenuantes inominadas So diretrizes ao juiz para aplicar a reduo da pena por outras circunstncias no previstas expressamente, mas que sejam relevantes, quer ocorram antes ou depois do crime.

    CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIO DE PENA

    Esto previstas na parte geral e especial do Cdigo. Quando na parte geral, so denominadas de circunstncias legais genricas e, quando na parte especial, circunstncias legais especiais. Podem ser facultativas ou obrigatrias, de acordo com a descrio legal. Quando o legislador usa a expresso pode, porque facultativa.

    No concurso entre circunstncias agravantes e atenuantes, devem ser consideradas as preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidncia.

    A menoridade prepondera sobre todas as outras circunstncias, inclusive sobre a reincidncia.

    No concurso entre causas de aumento e diminuio de pena, o juiz pode limitar-se a uma s, a que mais a aumente ou mais a diminua (art. 68).

    5 - DA MEDIDA DE SEGURANA

    Ao contrrio da pena, a medida de segurana tem carter apenas preventivo em relao ao individuo, impedindo que pratique novas condutas delituosas, por sua periculosidade. Substitui-se a culpabilidade pela periculosidade. A medida de segurana teraputica e por tempo indeterminado, enquanto durar a periculosidade.

    Periculosidade: a potncia, a capacidade, a aptido ou a idoneidade que um homem tem para converter-se em causa de aes danosas (Soler).

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    Pressupostos para aplicao da medida de segurana:

    1 prtica de um fato definido como crime

    2 periculosidade

    A periculosidade pode ser:

    Presumida: os inimputveis

    Real: dos semi-imputveis

    MODALIDADES DE MEDIDAS DE SEGURANA

    1 Internamento em hospital de custdia e tratamento psiquitrico ou estabelecimento adequado (aplicvel quando o crime for punido com pena de recluso)

    2 Tratamento ambulatorial (aplicvel quando o crime for punido com pena de deteno).

    APLICAO

    O inimputvel: se houver causa de excluso da antijuridicidade no se aplica; a culpabilidade substituda pela periculosidade. O juiz deve absolver o agente e aplicar a medida de segurana.

    O semi-imputvel: aplica-se o sistema VICARIANTE, a pena reduzida ou aplicada medida de segurana. Imposta esta, dever ser cumprida como se o sujeito fosse inimputvel.

    A medida de segurana no tem prazo determinado, devendo ser no mnimo de um a trs anos e, aps esse primeiro perodo estabelecido, o sujeito ser submetido percia anualmente ou quando o determinar o juiz da execuo.

    Extinta a punibilidade, no se impe medida de segurana.

    6 - BREVE ESTUDO DA PARTE ESPECIAL DO CDIGO PENAL

    CRIMES CONTRA A VIDA

    Tipos previstos no Cdigo Penal

    - Homicdio

    - Induzimento, Instigao e Auxlio ao Suicdio

    - Infanticdio

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    - Aborto

    HOMICDIO

    - Conceito

    - Sujeito ativo e passivo:

    Qualquer pessoa, tanto ativa quanto passiva;

    -Classificao doutrinria: instantneo, imprprio, monossubjetivo, material, plurissubsistente, comissivo (regra) e de dano;

    - Elemento subjetivo: dolo (inteno determinada de matar) ou culpa;

    - Ao Penal Pblica Incondicionada

    - Espcies

    Homicdio simples (art. 121, caput ).

    Homicdio privilegiado (art. 121, 1)

    Homicdio qualificado (art. 121, 2)

    Homicdio culposo (art. 121, 3)

    Homicdio agravado (art. 121, 4)

    Homicdio sem penalidade (Perdo Judicial)

    - Homicdio X Crime Hediondo

    - Homicdio simples:

    Art. 121. Matar algum.

    Pena recluso de seis a vinte anos

    - Homicdio Privilegiado (-1/6 a -1/3)

    Relevante valor moral

    Relevante valor social

    Sob o domnio de violenta emoo, logo em seguida a injusta provocao da vtima.

    - Homicdio qualificado

    Pelo motivo: por paga, promessa de recompensa, motivo ftil ou torpe;

    Pelo meio utilizado: veneno*, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio cruel ou de que possa resultar perigo comum;

    Pelo modo de agir: traio, emboscada, dissimulao, outro meio insidioso (traioeiro) ou que torne difcil ou impossvel a defesa;

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    Pela finalidade: conexo com outro crime

    - Homicdio culposo

    - Homicdio agravado (pena aumentada em +1/3)

    - Culposo agravado

    Inobservncia de norma tcnica, arte ou ofcio;

    Deixar de prestar imediato socorro vtima ou fuga para evitar priso em flagrante

    - Doloso agravado

    Praticado contra menor de 14 anos de idade;

    Praticado contra maior de 60 anos de idade;

    - Homicdio e Perdo Judicial (art. 121, 5).

    PARTICIPAO EM SUICDIO

    Conceito

    Sujeito ativo e passivo*

    Classificao doutrinria: Instantneo, imprprio, monossubjetivo, plurissubsistente, material, comissivo e de dano;

    Elemento subjetivo

    Consumao e tentativa (Leso Corporal Grave)

    Vtimas inimputveis e semi-imputveis

    Ao Penal Pblica Incondicionada

    Espcies:

    a) Forma simples (art. 122, caput )

    Pena Recluso de dois a seis anos, se o suicdio se consuma; ou Recluso de um a trs anos, se da tentativa de suicdio resulta leso corporal de natureza grave

    b) Formas qualificadas (a pena duplicada):

    Se o crime praticado por motivo egostico;

    Se a vtima menor ou tem diminuda a capacidade de resistncia;

    INFANTICDIO

    - Conceito: Matar, sob influncia do estado puerperal, o prprio filho, durante o parto ou logo aps

    - Sujeito ativo e passivo

    - Classificao doutrinria

    - Elemento subjetivo

    - Ao Penal Pblica Incondicionada

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    ABORTO

    - Conceito

    - Sujeito ativo* e passivo*

    - Classificao doutrinria

    - Elemento subjetivo

    - Ao Penal Pblica Incondicionada

    -Tipos legais

    Auto-aborto (art. 124, 1 parte);

    Aborto consentido pela gestante (2 parte);

    Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (art. 125);

    Aborto provocado por terceiro.

    - Espcies:

    Aborto qualificado (s provado por terceiros):

    Se a gestante sofrer leso corporal grave (+1/3)

    Se a gestante morre (duplica a penalidade)

    Aborto Legal:

    a) Aborto necessrio;

    b) Aborto sentimental.

    Observao: Aborto de feto acfalo.

    LESO CORPORAL

    Conceito: ofensa ao corpo ou sade.

    Sujeito ativo: qualquer pessoa

    Sujeito passivo: qualquer pessoa, salvo na hiptese dos 1, IV e 2, V.

    Classificao doutrinria: instantneo, imprprio, monossubjetivo, plurissubsistente, material, comissivo e de dano;

    Elemento subjetivo: dolo ou culpa.

    Auto-Leso X Crime de Fraude

    Consentimento do Ofendido

    Ao Penal

    ESPCIES

    Leso dolosa simples (art. 129, caput)

    Leso dolosa qualificada

    Leso Corporal Grave (art. 129, 1)

    Leso Corporal Gravssima (art. 129, 2)

    Leso Corporal Seguida de morte (art. 129, 3)

    Leso dolosa privilegiada (art. 129, 4 e 5)

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    Leso culposa (art. 129, 6)

    Leso dolosa e culposa agravada (art. 129, 7)

    Caso especial de Perdo Judicial (art. 129, 8)

    Violncia domstica

    Leso Corporal Grave

    Incapacidade para as ocupaes habituais por mais de 30 dias

    Perigo de vida

    Debilidade permanente de membro, sentido ou funo

    Acelerao do parto

    Leso Corporal Gravssima

    Incapacidade permanente para o trabalho

    Enfermidade incurvel

    Perda ou inutilizao de membro, sentido ou funo

    Deformidade permanente

    Aborto (no confundir com art. 125)

    Leso Corporal Seguida de Morte

    Leso Corporal Privilegiada

    Leso Corporal Grave ou Gravssima:

    Relevante valor social

    Relevante valor moral

    Violenta emoo seguida de injusta provocao da vtima

    Leses leves

    Reciprocidade das leses

    Hipteses anteriores

    Leso Corporal agravada

    Se a leso corporal dolosa, e o agente comete o crime contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos

    Se a leso corporal culposa e o agente:

    Foge para evitar priso em flagrante delito

    Deixa de prestar socorro imediato a vtima

    Comete o crime por impercia.

    Caso especial de perdo judicial

    Se as consequncias da infrao atingirem o prprio agente de forma to grave que a sano penal se torne desnecessria.

    Violncia domstica

    Leso contra ascendente, descendente, irmo, cnjuge ou companheiro, ou quando o criminoso se prevalece de relaes domsticas (trs meses a trs anos);

    Leso corporal grave ou gravssima gravada pela relao domstica: + 1/3 da penalidade.

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    CRIMES CONTRA O PATRIMNIO

    FURTO

    - Conceito: subtrao de coisa alheia mvel.

    - Objeto jurdico: coisa mvel (energias).

    - Sujeito ativo: qualquer pessoa

    - Sujeito passivo: dono, possuidor, detentor

    - Tipo subjetivo: dolo

    Furto culposo = ERRO DE TIPO ESSENCIAL

    - Classificao:

    Imprprio, material, monossubjetivo, plurissubsistente, de dano e instantneo.

    - Diviso Legal

    Furto simples

    Furto noturno: noite + repouso

    Furto Privilegiado: ru primrio + pequeno valor.

    Furto Qualificado: art. 155, 4.

    Destruio ou rompimento de obstculo;

    Abuso de confiana, fraude, escalada ou destreza;

    Emprego de chave falsa;

    Mediante concurso de duas ou mais pessoas.

    Furto Qualificado pelo art. 155, 5.

    Veculo automotor transportado para outro Estado ou para o Exterior

    - Acrscimo doutrinrio

    Furto famlico;

    Furto de uso;

    Furto de bagatela.

    - Confronto

    Furto X Roubo

    Furto qualificado pela destruio de obstculo X Roubo

    Furto X Fraude

    Furto qualificado pela fraude X Fraude

    Furto X Apropriao Indbita

    Furto X Furto de coisa comum

    Furto X Exerccio arbitrrio das prprias razes (art. 346)

    Furto X Apropriao de coisa achada (art. 169, II).

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    FURTO DE COISA COMUM

    - Conceito: subtrao de coisa comum mvel.

    - Sujeito ativo: condmino, co-herdeiro ou scio*.

    - Sujeito passivo: os mesmos;

    - Tipo subjetivo: dolo.

    - Classificao:

    Prprio, material, monossubjetivo, instantneo, plurissubsistente e de dano.

    - Ao Penal Pblica condicionada representao

    - Excludente de Ilicitude

    Coisa comum fungvel;

    Valor no superior quota do agente.

    ROUBO

    - Conceito:

    Subtrao de coisa alheia mvel mediante grave ameaa ou violncia anterior ou posterior subtrao.

    - Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa

    - Tipo subjetivo: dolo

    - Classificao:

    Imprprio, monossubjetivo, plurissubsistente, material, de dano e instantneo.

    - Ao Penal Pblica Incondicionada

    - Diviso

    Roubo prprio (art. 157, caput)

    Roubo imprprio (art. 157, 1)

    Roubo qualificado pelas circunstncias

    Roubo qualificado pelo resultado leso corporal grave

    Recluso de 7 a 15 anos

    Roubo qualificado pelo resultado morte (Latrocnio)

    Recluso de 20 a 30 anos

    - Roubo qualificado pelas circunstncias

    A violncia ou ameaa exercida com arma;

    Se h concurso de duas ou mais pessoas;

    Se a vtima est em servio de transporte de valores, e o agente conhecia tal circunstncia;

    Se a subtrao for de veculo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

    Se o agente mantm a vtima em seu poder, restringindo a sua

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    EXTORSO (ART. 158 CP )

    - Conceito

    Constranger algum, mediante violncia ou grave ameaa, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econmica, a fazer, tolerar que se faa ou deixar de fazer alguma coisa.

    - Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa

    - Tipo subjetivo: dolo

    - Consumao: violncia ou grave ameaa.

    - Ao Penal: Pblica incondicionada

    - Figuras qualificadas

    Praticado por duas ou mais pessoas (+ 1/3)

    Emprego de arma (+ 1/3)

    Resultado leso corporal grave

    Pena: recluso de 7 a 15 anos

    Resultado morte (Crime Hediondo)

    Pena: recluso de 20 a 30 anos

    - Confronto

    Extorso X Roubo

    Extorso X Exerccio Ilegal das Prprias Razes

    Extorso X Estelionato

    Extorso X Sequestro

    EXTORSO MEDIANTE SEQUESTRO (ART. 159 CP )

    - Tipo penal (art. 159):

    Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condio ou preo do resgate.

    - Vantagem: qualquer vantagem X vantagem econmica

    - Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa

    - Classificao:

    Imprprio, permanente, comissivo, plurissubsistente e formal

    - Tipo subjetivo: dolo

    - Crime hediondo: todas as formas desse crime.

    - Consumao: com a privao da liberdade

    - Delao no crime de Extorso: pena - 1/3 a 2/3

    - Ao Penal Pblica Incondicionada

    - Figuras qualificadas ( 1 do art. 159)

    Se dura mais de 24 horas;

    Se o sequestrado menor de 18 anos;

    Se o sequestrado maior de 60 anos;

    Se o crime cometido por bando ou quadrilha

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    Pena: Recluso de 12 a 20 anos

    - Figuras qualificadas ( 2 do art. 159)

    Se resulta leso corporal grave

    Pena: Recluso de 16 a 24 anos

    - Figuras qualificadas ( 1 do art. 159)

    Se resulta morte

    Pena: Recluso de 24 a 30 anos.

    CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

    ESTUPRO

    Constranger algum, mediante violncia ou grave ameaa, a ter conjuno carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso

    Pena: recluso de 06 a 10 anos

    ESTUPRO DE VULNERVEL

    Se a conduta resulta em leso corporal de natureza grave ou se a vitima menor de 18 (dezoito) anos ou maior de 14 (quatorze) anos

    Pena: recluso de 08 a 12 anos

    ESTUPRO COM RESULTADO MORTE

    Se da conduta resulta morte

    Pena: recluso de 12 a 20 anos

    CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONRIO PBLICO CONTRA A ADMINISTRAO PBLICA

    PECULATO

    Conceito:

    Apropriar-se o funcionrio pblico de dinheiro, valor ou qualquer outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo, ou desvi-lo, em proveito prprio ou alheio. Aplica-se a mesma pena, se o funcionrio pblico, embora no tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtrado, em proveito prprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionrio (ou ainda) apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exerccio do cargo, recebeu por erro de outrem.

    - Diviso

    Peculato apropriao

    Peculato desvio

    Peculato furto

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    Peculato estelionato

    Peculato culposo

    - Objeto jurdico:

    Dinheiro, valor ou qualquer coisa mvel, pblica ou particular.

    - Reparao do dano no Peculato:

    Antes da sentena extingue-se a punibilidade;

    Depois da sentena diminui em 50% a pena;

    - Observaes

    Peculato de uso;

    CONCUSSO E EXCESSO DE EXAO

    - Tipo objetivo da Concusso (art. 316)

    Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida;

    - Observaes

    Exigir = ordenar, reclamar, impor;

    Consumao: com a exigncia (independe do recebimento da vantagem);

    - Tipo objetivo do Excesso de Exao (art. 316, 1o)

    Se o funcionrio exige tributo ou contribuio social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrana meio vexatrio ou gravoso, que a lei no autoriza.

    - Figura qualificada:

    Se o funcionrio desvia o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pblicos;

    CORRUPO PASSIVA

    - Tipo objetivo (art. 317):

    Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.

    - Figura qualificada (+ 1/3)

    Se, em consequncia da vantagem ou promessa, o funcionrio retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofcio ou o pratica infringindo dever funcional.

    - Figura privilegiada

    Se, em consequncia de pedido ou de influncia de outrem, o funcionrio pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofcio, com infrao do dever funcional.

    PREVARICAO

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    - Tipo objetivo:

    Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio ou pratic-lo contra disposio expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal;

    PREVARICAO IMPRPRIA

    - Tipo objetivo:

    Deixar o diretor de Penitenciria e/ou agente pblico, de cumprir seu dever de vedar o acesso a aparelho telefnico, de rdio ou similar, que permita a comunicao com outros presos ou com o ambiente externo

    CONDESCENDNCIA CRIMINOSA

    - Tipo objetivo (art. 320)

    Deixar o funcionrio, por indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio de cargo ou quando lhe falte competncia, no levar o fato ao conhecimento de autoridade competente.

    ADVOCACIA ADMINISTRATIVA

    - Tipo objetivo (art. 321):

    Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao pblica, valendo-se da qualidade de funcionrio;

    - Observao

    No exige contraprestao para o funcionrio;

    Advocacia = patrocnio = promoo de defesa.

    CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO DA JUSTIA Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurana Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurana detentiva: Pena - deteno, de seis meses a dois anos. 1 - Se o crime praticado mo armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena de recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 2 - Se h emprego de violncia contra pessoa, aplica-se tambm a pena correspondente violncia. 3 - A pena de recluso, de um a quatro anos, se o crime praticado por pessoa sob cuja custdia ou guarda est o preso ou o internado. 4 - No caso de culpa do funcionrio incumbido da custdia ou guarda, aplica-se a pena de deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, ou multa. Evaso mediante violncia contra a pessoa

  • Curso de Formao de Agentes Penitencirios Mdulo 03- Direito Penal e Processual Penal

    Disciplina: Direito Penal Aplicado Prtica Policial

    Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivduo submetido a medida de segurana detentiva, usando de violncia contra a pessoa: Pena - deteno, de trs meses a um ano, alm da pena correspondente violncia. Arrebatamento de preso Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltrat-lo, do poder de quem o tenha sob custdia ou guarda: Pena - recluso, de um a quatro anos, alm da pena correspondente violncia. Motim de presos Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da priso: Pena - deteno, de seis meses a dois anos, alm da pena correspondente violncia.


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