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Proc. nº. 631.572.12-0 – (Estagiária Morgana Medeiros Cunha) Página 1 de 5

DECISÃO JR

AI nº: 005421/2011 Data: 25/08/2011 Processo nº 60800.162769/2011-98

Interessado: TEAM Transportes Especiais Aéreos e Malotes Ltda. Crédito de Multa nº 631.572/12-0

Infração: Relatório operacional Enq.: alínea “w” do inciso III do artigo 302 do CBA.

Relatora: Sra. Mariana Correia Mourente Miguel – Especialista em Regulação de Aviação Civil – Mat.

SIAPE 1609312

RELATÓRIO

DEFESA TEMPESTIVA. RECURSO TEMPESTIVO.

DESCUMPRIMENTO DO ITEM 4 DA

PORTARIA Nº. 1.334/SSA. NÃO ENVIO NO PRAZO

DO MAPA DE DESPESAS E PLANILHA DE

CUSTOS. ALÍNEA “W” DO INCISO III DO ARTIGO

302 DO CBA. RECURSO CONHECIDO E

IMPROVIDO.

1. Da Introdução: A Infração foi enquadrada na alínea “w” do inciso III do artigo 302 do CBA, com a seguinte descrição:

“A TEAM – Transportes Especiais Aéreos e Malotes Ltda. não enviou à ANAC o(s) seguinte(s)

componente(s) do Relatório Operacional de junho de 2011: Mapa de Despesas e Planilha de Custos” (fl. 01).

2. Do Relatório de Fiscalização: A fiscalização aponta (fls. 02) que a empresa não observou o prazo para a remessa do Relatório

Operacional e dos Dados Estatísticos referentes ao mês de junho de 2011, verificando-se que a empresa não

enviou à ANAC o Mapa de Despesas e Planilha de Custos até 1º/08/2011.

3. Da Defesa do Interessado: A empresa, cientificada (fls. 03), ofereceu defesa (fls. 05 a 07), na qual alega já estar providenciando o

envio do Relatório Operacional de junho de 2011 – Mapa de despesas e Planilha de Custos, conforme determina

o item 4 da Portaria 1.334/SSA, de modo que não há que se falar em infração.

4. Da Decisão de Primeira Instância: O setor competente, em decisão (fls. 16 e 17), confirmou o ato infracional, enquadrando a referida

infração na letra “w” do inciso III do art. 302 do CBA, aplicando, ao final, multa no valor de R$ 2.800,00 (dois

mil e oitocentos reais).

5. Das Razões do Recurso: Em grau recursal (fls. 39 a 42), a empresa recorrente requer que seja julgado improcedente o processo

administrativo, com a revogação da multa ou, subsidiariamente, sua redução. Alega que foram tomadas todas as

medidas corretivas e que todas as pendências foram resolvidas a contento e, uma vez que a recorrente já havia

regularizado o problema, o caso em tela não poderia ser considerado como prática de infração. Acrescenta ainda

que a multa aplicada pelo setor de Primeira Instância é excessivo, e que contraria as diretrizes expostas pelo

Princípio da Razoabilidade.

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6. Dos Outros Atos Processuais: Despacho n° 18/2011/GEAC/SRE (fl. 15); Notificação de Decisão de primeira instância (fls. 18 e 43); Formulário de solicitação de cópias (fls. 19); Certidão de ciência do processo (fl. 20); Despacho sobre a tempestividade do Recurso, pela secretaria desta Junta Recursal (fl.44).

É o breve Relatório.

VOTO DA RELATORA – Sra. Mariana Correia Mourente Miguel – Especialista em Regulação de

Aviação Civil – Mat. SIAPE 1609312

1. PRELIMINARMENTE

1.1.Da Regularidade Processual: O interessado foi regularmente notificado quanto à infração imputada em 25/08/2011 (fls. 03),

apresentando a sua defesa (fls. 05 a 07). Foi, ainda, notificado quanto à decisão de primeira instância (fl. 18),

apresentando o seu tempestivo Recurso em 24/02/2012 (fls. 39 a 42). Desta forma, aponto a regularidade processual do presente processo, a qual preservou todos os direitos

constitucionais inerentes ao interessado, bem como respeitou, também, aos princípios da Administração

Pública, estando, assim, pronto para, agora, receber uma decisão de segunda instância administrativa por parte

desta Junta Recursal.

2. DO MÉRITO

2.1.Quanto à Fundamentação da Matéria – Relatório operacional: A empresa foi autuada por não ter enviado à ANAC dentro do prazo o(s) seguinte (s) componente(s)

do Relatório Operacional de junho de 2011: Mapa de despesas e Planilha de Custos, infração capitulada na

alínea “w” do inciso III do artigo 302 do CBA, este que assim dispõe in verbis:

CBA Art. 302. A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações: (...) III – infrações imputáveis à concessionária ou permissionária de

serviços aéreos: (...) w) deixar de apresentar nos prazos previstos o Resumo Geral dos

resultados econômicos e estatísticos, o Balanço e a Demonstração de

lucros e perdas; O ato tido como infracional se correlaciona com a alínea “w” do referido artigo, pois, como apontado

pela fiscalização, a empresa descumpriu uma norma de serviços aéreos, ao não apresentar no prazo o Relatório

Operacional, que faz parte dos dados contábeis, econômicos e estatísticos a serem enviados, contrariando,

assim, o item 4 da Portaria nº. 1.334/SSA, de 30/12/2004, esta referente ao Plano de Contas:

PLANO DE CONTAS

Aprovado através da PORTARIA 1334/SSA DE 30 DE DEZEMBRO

DE 2004.

(...) 1. ESTRUTURA E FORMATO DAS DEMONSTRAÇÕES

FINANCEIRAS Os demonstrativos dos dados relativos às operações das Empresas

Aéreas Regulares, a partir de janeiro de 2005, deverão ser preparados

conforme modelos das folhas 02 a 04 deste. As Despesas e as Receitas

provenientes de atividades afins ou subsidiárias não poderão ser

contabilizadas como serviços aéreos, conforme determina o Art.198 do

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Código Brasileiro da Aeronáutica.

(...) 2. RELATÓRIO OPERACIONAL 2.1. MAPA DE DESPESAS - modelos conforme fls.07 e 08 Contas Gerais 2.2. DEMONSTRATIVO DO RELATÓRIO OPERACIONAL 2.3. Contas Item a Item com Critérios de Rateio dos Custos Indiretos e

das Despesas Comerciais- modelo conforme fl.05 2.3. PLANILHA DE CUSTOS Planilha de Custos – modelos conforme fls. 09 e 10

(...) 4. PRAZOS · Demonstrações Financeiras Anuais – até 30 de abril · Relatório Operacional Mensal - 30 dias fora o mês. Para os meses

de dezembro e de janeiro, o prazo será 45 dias fora o mês. · Demonstrações Financeiras Trimestrais – 1°,2º e 3°, 90 dias após o encerramento do trimestre · Excepcionalmente para o ano de 2005, os prazos para o envio dos

dados para o Relatório Operacional Mensal de Janeiro será de 60

d.f.m. e de Fevereiro será 45 d.f.m..

(...) (grifos nossos)

Como visto, cabe à empresa aérea fornecer a esta Agência todos os demonstrativos dos dados relativos

às operações das empresas aéreas regulares, dentro do prazo estabelecido.

2.2.Quanto às Questões de Fato (quaestio facti): O fato, atestado pela fiscalização (fl. 02) e confirmado pela empresa (fl. 05), é que a empresa não

enviou, dentro do prazo estabelecido, os seguintes componentes do Relatório Operacional referente ao mês de

junho de 2011: Mapa de Despesas e Planilha de Custos.

2.3.Quanto às Alegações do Interessado: A empresa, cientificada (fls. 03), ofereceu defesa (fls. 05 a 07), alegando que já estaria providenciando

o envio do Relatório Operacional de junho de 2011- Mapa de Despesas e Planilha de Custos, conforme

determina o item 4 da Portaria 1.334/SSA, de modo que não haveria que se falar em infração. No entanto, o

referido item estabelece um prazo para que os documentos sejam enviados à Agência e, ao alegar que já estaria

providenciando o envio, fica explícito que a empresa não enviou os dados à ANAC no dentro do prazo

regulamentado. Em grau recursal (fls. 39 a 42), a empresa alega já foram tomadas todas as medidas corretivas e que

todas as pendências foram resolvidas a contento; desta forma, o ocorrido não poderia ser considerado como

prática de infração. No entanto, como vimos acima, o item 4 da referida Portaria estabelece um prazo para que

os documentos sejam enviados, e o envio posterior ao prazo regulamentado não anula o ato infracional. A recorrente alega ainda, a presença da atenuante prevista no art. 22 §1º inciso II do artigo 22 da

Resolução nº. 25/08, uma vez que a empresa não mediu esforços para resolver o problema o mais rápido

possível, adotando todas as providências necessárias e eficazes para regularizar a situação. No entanto,

providenciar o envio posterior da documentação exigida não pode ser computada como circunstância atenuante

uma vez que configura uma obrigação da empresa, e não mera faculdade. Além disso, a empresa não apresenta

qualquer documento que comprove a alegada apresentação da documentação antes de proferida a decisão de

primeira instância administrativa. Quanto à alegação de valor excessivo da multa, cabe ressaltar que o valor da multa pecuniária aplicada,

é estabelecido conforme Tabela de Infrações do Anexo II da Resolução ANAC n° 25, de 25/04/2008 e

alterações.

3. DA DOSIMETRIA DA SANÇÃO Verificada a regularidade da ação fiscal, temos que verificar a correção do valor da multa aplicada como

sanção administrativa ao ato infracional imputado.

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3.1.Das Condições Atenuantes: Observa-se que, no caso em tela, não poderemos aplicar qualquer condição atenuante, das dispostas no

§1º do artigo 22 da Resolução nº. 25/08.

3.2.Das Condições Agravantes: No caso em tela, não poderemos aplicar qualquer condição agravante, das dispostas no diversos incisos

do §2º do artigo 22 da Resolução nº. 25/08.

3.3.Da Sanção a Ser Aplicada em Definitivo: Quanto ao valor da multa aplicada pela decisão de primeira instância administrativa (R$ 2.800,00),

temos que apontar a sua regularidade, estando, assim, dentro da margem prevista pela Resolução nº. 25, de

25/04/2008 (alterada pela Resolução nº. 58/08), o que me leva a votar pela manutenção da sanção aplicada pela

decisão de primeira instância administrativa.

4. DO VOTO Desta forma, voto pelo conhecimento e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso, MANTENDO, assim,

todos os efeitos da decisão de primeira instância administrativa. É o voto desta Relatora. Rio de Janeiro, 15 de julho de 2014.

MARIANA CORREIA MOURENTE MIGUEL Especialista em Regulação de Aviação Civil – SIAPE 1609312

Membro Julgador da Junta Recursal da ANAC Nomeada pela Portaria ANAC nº 845, de 10 de abril de 2014.

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CERTIDÃO

DE JULGAMENTO JR

AUTUAÇÃO

AI nº: 005421/2011 Data: 25/08/2011 Processo nº 60800.162769/2011-98

Interessado: TEAM Transportes Especiais Aéreos e Malotes Ltda. Crédito de Multa nº 631.572/12-0

Infração: Relatório operacional Enq.: alínea “w” do inciso III do artigo 302 do CBA.

Relatora: Sra. Mariana Correia Mourente Miguel – Especialista em Regulação de Aviação Civil – Mat.

SIAPE 1609312

Presidente da sessão: Sr. Sérgio Luís Pereira Santos - Mat. SIAPE 2438309.

CERTIDÃO

Certifico que a Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC, ao apreciar o

processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Junta, por unanimidade, NEGOU PROVIMENTO ao recurso, MANTENDO a multa aplicada

pela decisão de primeira instância administrativa, nos termos do voto da Relatora.

Os Membros Julgadores, Sr. Sérgio Luís Pereira Santos e Sra. Erica Chulvis do Val Ferreira, votaram com

a Relatora.

Encaminhe-se à Secretaria desta Junta Recursal para as providências de praxe.

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2014.

SÉRGIO LUÍS PEREIRA SANTOS

PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL


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