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    A ATIVIDADE DO OFICIAL DE JUSTIA

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    Sumrio BREVES CONSIDERAES HISTRICAS .................................................................................. 4

    O OFICIAL DE JUSTIA NO DIREITO BRASILEIRO ............................................................ 4 NO PODER JUDICIRIO ............................................................................................................. 6

    OBRIGAES FUNCIONAIS .......................................................................................................... 7 RELATRIO MENSAL: Previso legal: DECRETO JUDICIRIO N. 812/10: ............. 7 MODELOS: RELATRIO MENSAL E CERTIDO DE CUMPRIMENTO DE MANDADOS .................................................................................................................................. 8

    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS APLICADOS A ADMINISTRAO PBLICA (CF, ART. 37, CAPUT): ...................................................................................................................................... 8 PRINCPIOS PROCESSUAIS: ......................................................................................................... 9 DAS ATRIBUIES DO OFICIAL DE JUSTIA ........................................................................... 9 CDIGO DE NORMAS DA CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIA ...................................... 9

    CAPITULO 1 SEO 13 ROTEIRO DE CORREIES ................................................. 9 PROCEDIMENTO DO OFICIAL DE JUSTICA ..................................................................... 9

    CAPTULO 09 ................................................................................................................................ 9 SEO 01 - DAS ATRIBUIES ......................................................................................... 9 SEO 02 - DOS PRAZOS ................................................................................................. 11 SEO 03 - NORMAS DE PROCEDIMENTO ................................................................. 11 SEO 04 - RECOLHIMENTO DE CUSTAS .................................................................... 14

    F PBLICA ..................................................................................................................................... 14 ATO E TERMO PROCESSUAL ..................................................................................................... 15 DA IMPRECISO DO ATO PRATICADO .................................................................................... 15 DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS ........................................................... 16

    DO TEMPO .................................................................................................................................. 16 DA INVIOLABILIDADE DOMICILIAR ..................................................................................... 17 DO LUGAR ................................................................................................................................... 18 DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS ............................................................................... 19 DOS PRAZOS ............................................................................................................................. 19 DAS NULIDADES DOS ATOS ................................................................................................. 20 DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIO ............................................................................ 22 DAS SANES ADMINISTRATIVAS ..................................................................................... 23

    ATOS DE COMUNICAO PROCESSUAL ................................................................................ 24 ATOS DE INFORMAO .......................................................................................................... 24

    CITAO .................................................................................................................................. 24 CITAO POR OFICIAL DE JUSTIA ................................................................................ 26 ESPCIES DE CITAO ....................................................................................................... 28 MODELOS DE CERTIDO DE CITAO .......................................................................... 29 a) citao pessoal ou direta: ............................................................................................ 29 b) citao pessoal ou direta - recusa de exarar o ciente: ...................................... 29 c) citao indireta: ............................................................................................................... 30 d) citao de pessoa jurdica: .......................................................................................... 30 CITAO COM HORA CERTA ............................................................................................. 31 MODELO DE CITAO COM HORA CERTA ................................................................... 32 INTIMAO ............................................................................................................................. 34 MODELOS DE CERTIDES DE INTIMAO .................................................................. 34

    PRESUNO IURIS TANTUM .................................................................................................. 36 PRESUNO IURIS TANTUM COMO INSTITUTO DA F PBLICA ......................... 36

    EXECUO ...................................................................................................................................... 37 PRINCPIOS DA EXECUO ............................................................................................... 38 PARTES NO PROCESSO DE EXECUO ........................................................................ 39

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    REQUISITOS EXECUO ................................................................................................. 39 ESPCIES DE TTULOS EXECUTIVOS ................................................................................. 39

    TTULOS JUDICIAIS ............................................................................................................... 40 TTULOS EXTRAJUDICIAIS .................................................................................................. 40

    FRAUDES DO DEVEDOR ........................................................................................................ 40 TTULO JUDICIAL ....................................................................................................................... 42 TTULO EXTRAJUDICIAL .......................................................................................................... 42 DA EXECUO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE .................. 43 DA PENHORA, DA AVALIAO E DA EXPROPRIAO DE BENS ............................... 43 ARRESTO EXECUTIVO ............................................................................................................ 44 PENHORABILIDADE.................................................................................................................. 45 IMPENHORABILIDADE RELATIVA ......................................................................................... 46 LEI N. 8.990/80 ......................................................................................................................... 46 ORDEM DE PREFERNCIA DE BENS PARA PENHORA .................................................. 47 PENHORA DE CRDITO COM GARANTIA .......................................................................... 47 PENHORA DE IMVEIS ........................................................................................................... 48 PENHORA ONLINE (art. 655-A do CPC) ............................................................................ 49 PENHORA DE CRDITOS E DE OUTROS DIREITOS PATRIMONIAIS ......................... 49 AVALIAO DOS BENS PENHORADOS .............................................................................. 50 PENHORA PROCEDIMENTO EM CASO RESISTNCIA DO DEVEDOR ................... 51 FORMAS DE EXPROPRIAO ............................................................................................... 51 FORMAS DE PAGAMENTO AO CREDOR ............................................................................ 51 DEFESAS DO EXECUTADO .................................................................................................... 52

    EMBARGOS ............................................................................................................................. 52 EXECUO FISCAL .................................................................................................................. 53 MODELOS EM EXECUO ..................................................................................................... 53

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    BREVES CONSIDERAES HISTRICAS

    A origem do oficial de justia se deu no direito hebraico. Os juzes de paz tinham,

    nessa poca, alguns oficiais encarregados de executar as ordens que lhes eram

    confiadas (PIRES, 1994, p. 20).

    No perodo medieval, enquanto perdurou a prtica germnica da citao e

    execuo da sentena por autoridade do credor, pouca importncia tiveram os oficiais

    de justia. Entretanto, readquirem a posio de auxiliares do juiz medida que o

    processo comum vai se formando sob a influncia do Direito Romano e Cannico.

    Em Portugal, com a instituio da Monarquia, alvoreceu a atividade dos oficiais

    de justia. Figuraram nos forais e nos primeiros documentos legislativos, com o nome

    de sagio ou saion. Tambm eram denominados de meirinhos ou meirinus (NARY, op.

    cit., p. 13).

    Vale lembrar que o vocbulo meirinho, ainda hoje muito utilizado na

    linguagem forense por juzes, promotores e advogados.

    Nas Ordenaes Afonsinas (Liv. V, Tt. 119, 7 e 9), se distinguia o meirinho

    mor do meirinho. O primeiro era o prprio magistrado e o segundo era o oficial de

    justia, que prendia, citava, penhorava e executava outros mandados judiciais; era o

    oficial dos ouvidores e dos vigrios-gerais.

    Mais tarde, com a instituio do Cdigo Filipino, foram definidas cinco espcies

    de meirinhos: (a) o meirinho-mr; (b) o meirinho da corte; (c) o meirinho dos clrigos;

    (d) o meirinho da correio da comarca; e (e) o meirinho. Este ltimo tinha a funo

    tpica de oficial de justia que perdura at os dias atuais.

    No Brasil Imprio, foram utilizados princpios fundamentais emanados de

    Portugal. Os juzes de Direito e de Paz podiam nomear e demitir livremente os oficiais

    de justia, os quais percebiam salrios e emolumentos fixados para os diferentes atos

    que praticavam (NARY, op. cit., p.15).

    O OFICIAL DE JUSTIA NO DIREITO BRASILEIRO

    Segundo PONTES DE MIRANDA (1947), o oficial de justia um executor judicial

    ou executor das ordens emanadas pelo juiz, cabendo-lhe intimar, notificar, citar e

    realizar as execues. Exerce poder pblico. Auxilia o juiz ou o tribunal. As diligncias

    atribudas ao oficial de justia so mais do que as que a Lei de Organizao Judiciria

    lhes d. H funes que o prprio Cdigo de Processo Civil preestabelece sejam

    realizadas pelo oficial de justia.

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    Compreende-se que a posio do oficial de justia no direito brasileiro de um

    auxiliar permanente da Justia, ou seja, um servidor integrado no quadro do

    funcionalismo pblico do Poder Judicirio. Sua funo realizar diligncias externas,

    cumprindo estritamente as ordens do juiz a que est vinculado.

    Fica claro que o oficial de justia um sujeito processual importante na

    prestao jurisdicional, a quem incumbe o cumprimento dos mais diferentes atos

    processuais com imparcialidade, lealdade, boa-f, celeridade, transparncia,

    probidade e eficincia.

    Devido importncia dos seus atos no desenvolvimento do processo, o Cdigo

    de Processo Civil estabeleceu um artigo no Captulo V, DOS AUXILIARES DA JUSTIA,

    com a indicao das atribuies especficas da funo:

    Art. 143. Incumbe ao Oficial de Justia: I fazer pessoalmente as citaes, prises, penhoras, arrestos e mais diligncias prprias do seu ofcio, certificando no mandado o ocorrido, com meno de lugar, dia e hora. A diligncia, sempre que possvel, realizar-se- na presena de duas testemunhas; II executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; III entregar, em cartrio, o mandado, logo depois de cumprido; IV estar presente s audincias e coadjuvar o juiz na manuteno da ordem; V efetuar avaliaes.1

    Alm deste, h vrios outros artigos no Cdigo que mencionam o oficial de

    justia, que sero analisados no decorrer do presente trabalho. No obstante, o art.

    143, acima declinado, no deixa dvidas que o oficial o longa manus do juiz. Na

    verdade, pode-se afirmar que a extenso dos braos, pernas e olhos do magistrado

    no exerccio da jurisdio, pois leva o bem da vida parte litigante, vai onde o juiz, por

    seu mister no tem condies de estar, observando e interagindo com a realidade

    vivida pelas partes.

    Em relao ao oficial de justia, o eminente Professor Alfredo Buzaid asseverou:

    Embora seja executor de ordens judiciais, conferiu-lhe a lei uma prerrogativa de suma importncia no processo; o poder de certificar. Do poder de certificar se diz est nsito na autoridade suprema do Estado. Quem o exerce no pode ser havido como funcionrio de condio subalterna. um rgo de f pblica, cujas certides asseguram o desenvolvimento regular e normal do processo. A circunstncia de ter os Oficiais de Justia maior liberdade de ao no direito alemo, italiano e francs e acentuada dependncia ao Juiz no direito brasileiro no lhes diminui a dignidade da funo, que reside verdadeiramente na f pblica dos atos que praticam (BUZAID apud NARY, op. cit., p. 19).

    1O inciso V foi inserido pela Lei n 11.382, de 06 de dezembro de 2006.

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    NO PODER JUDICIRIO

    O Oficial de Justia um servidor pblico que cumpre determinaes judiciais.

    Significa dizer que a compreenso da estrutura desse Poder contribui para o bom

    desempenho do trabalho do oficial de Justia.

    A Justia brasileira se divide em Justia Comum e Justia Especial. Os tribunais

    estaduais, como o TJ-PR e seus juzes, so rgos da Justia Comum, juntamente com

    a Justia Federal. Por outro lado, a Justia do Trabalho, Eleitoral e Militar integram a

    Justia Especial. Portanto, os oficiais de Justia do TJ-PR pertencem a Justia Comum

    Estadual.

    competncia da Justia Estadual tudo aquilo que no envolva a Unio, suas

    autarquias (por exemplo, INSS) e empresas pblicas (por exemplo, BNDS), questes

    cveis e criminais, bem como os crimes contra a organizao do trabalho, o sistema

    financeiro e a ordem econmico-financeira. De maneira que Justia Estadual cabe

    dizer o direito em todos os assuntos, com exceo desses enumerados.

    Na Justia Comum estadual a diviso feita entre aquilo que competncia

    criminal e aquilo que no competncia criminal. A competncia cvel trata-se de

    critrio negativo ou residual de competncia, logo, tudo que no for criminal cvel.

    Por isso, as varas criminais so bem especficas, tratam de crimes, e as varas cveis,

    quando no especializadas, tratam de todas as outras matrias.

    Aqui no Paran, na Justia Comum Estadual, h duas instncias ou graus de

    jurisdio, o primeiro e o segundo. O primeiro grau de jurisdio, denominado de juzo

    a quo, so os juzes e juzas lotados nas comarcas do interior e, em Curitiba,

    diretamente nas Varas.

    O segundo grau, ou segunda instncia, ou juzo ad quem o Tribunal de Justia

    localizado em Curitiba, onde os desembargadores atuam nas Cmaras. Vale dizer,

    quando h apelao os autos do processo so remetidos do 1. para o 2. grau.

    Ainda, entre os juzes haver colaborao mtua, portanto, sero expedidas

    cartas precatrias para realizao de atos fora da comarca. Frisando a nomenclatura,

    juzo deprecante (aquele que manda a carta precatria) e o juzo deprecado (aquele

    que cumpre a carta precatria). Inclusive o Tribunal, ao determinar a realizao de

    atos, encaminhar Carta de Ordem aos juzos de 1. grau, cujo cumprimento pelo

    oficial de justia dever respeitar o item II, da Portaria n. 471- DM, 22.04.04, qual seja

    a retransmisso da certido decorrente da diligncia para o tel/fax (41) 3200-2229,

    independentemente de autuao e remessa pelo correio.

    Os juzes ingressam na magistratura por meio de concurso de provas e ttulos, e

    iniciam a carreira como juzes substitutos, em comarcas de entrncia inicial. o

    magistrado em estgio probatrio, fazendo a substituio de outros juzes no gozo das

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    frias, licena maternidade ou mesmo auxiliando os titulares pelo grande volume de

    trabalho. Quando atingem com aprovao o perodo do estgio probatrio, revestem-

    se de inamovibilidade, vitaliciedade e irredutibilidade de vencimentos e, como juzes

    de direito, tornam-se titulares de uma vara quando a assumem nesta condio.

    So os juzes os responsveis pelo trabalho desenvolvido na sede do juzo,

    formado, minimamente, pelo cartrio ou secretaria, onde trabalham os servidores ou

    funcionrios do cartrio, dando cumprimento s determinaes do juiz por meio de

    atos e termos realizados internamente e atendimentos aos advogados e partes; sala

    de audincia, local em que so ouvidas as testemunhas, as partes, com gravao em

    udio-vdeo ou reduzidos a termo os ato; e, por fim, o gabinete, local onde o

    magistrado despacha e acondicionam-se os autos de processo, ou processos virtuais,

    em fase de concluso, perodo em que o processo fica indisponvel ao pblico e ao

    cartrio, para livre apreciao do magistrado, salvo ordem expressa desse.

    O responsvel pelo cartrio pode ser o escrivo, aprovado em concurso

    especfico, ou o diretor de secretaria, um analista ou tcnico judicirio bacharel em

    direito, organizando os trabalhos desenvolvidos na serventia, seja de cumprimentos

    dos despachos ou sentenas judiciais ou atendimento das partes e defensores.

    Neste sentido, convm frisar que os servidores pblicos tem seus cargos

    definidos em lei, foram aprovados em concurso pblico, s devem fazer o que a

    manda ou autoriza, enfim, pertencem ao regime jurdico de direito pblico. O qual ,

    por excelncia, o lugar do cumprimento da lei, com tica e respeito pela coisa pblica,

    verdadeira vocao ao atendimento dos cidados.

    Os crimes funcionais prprios dos servidores pblicos devem ser conhecidos

    pelos oficias de justia de maneira a delimitar as condutas que lhes so vedadas e ter

    conhecimento do que acontece se fizerem o que proibido (tipo penal e respectiva

    sano).

    OBRIGAES FUNCIONAIS

    RELATRIO MENSAL: Previso legal: DECRETO JUDICIRIO N. 812/10:

    Art. 6. No podero ser computados como de exerccio, para fins de clculo da

    indenizao de transporte, os dias ou perodos em que o servidor se afastar em razo

    de frias, licena ou por qualquer outro motivo, ainda que considerados em lei como

    de efetivo exerccio para outras finalidades.

    1. - O servidor designado para servio externo dever, at o ltimo de cada

    ms, apresentar ao magistrado responsvel pela Unidade onde estiver lotado,

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    relatrio circunstanciado contendo o nmero dos processos em que efetuou as

    diligncias, o nmero dos mandados cumpridos, data de todas as diligncias positivas

    ou negativas empreendidas na execuo da ordem judicial, bem como data e hora do

    cumprimento de cada diligncia.

    2. - Com base no relatrio apresentado e que alude o pargrafo anterior, o

    responsvel dever consignar no boletim de freqncia prprio o nmero de dias a

    que o servidor faz jus ao pagamento da indenizao de transporte.

    3. - O relatrio dever ser arquivado na Unidade onde o servidor estiver lotado,

    encaminhando-se apenas, at o 5 (quinto) dia til de cada ms, o boletim de

    freqncia prprio ao Departamento Administrativo, que encaminhar relatrio para o

    Departamento Econmico e Financeiro para pagamento do respectivo crdito ao

    servidor na folha do ms subsequente ao perodo de cumprimento dos mandados.

    4. - Nas comarcas informatizadas, os dados para reembolso sero processados

    por meio eletrnico.

    5. - Deve ser efetuado boletim de frequncia exclusivo dos servidores do

    quadro de pessoal do Poder Judicirio de 1. grau de jurisdio designados para o

    servio externo, com vistas correta apurao do quantum devido a estes a ttulo de

    indenizao de transporte.

    MODELOS: RELATRIO MENSAL E CERTIDO DE CUMPRIMENTO DE MANDADOS

    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS APLICADOS A ADMINISTRAO PBLICA (CF, ART. 37,

    CAPUT):

    Legalidade (s permitido fazer o que a lei autoriza);

    Impessoalidade ( o longa manus do poder pblico e a quebra da

    impessoalidade gera ilegalidade do ato e abuso de direito, por isso tem que agir com

    isonomia);

    Moralidade (deve zelar pela probidade, respeitando os princpios ticos de

    razoabilidade e justia);

    Publicidade (os atos devem ser transparentes, salvo os que a lei exigir segredo

    de Justia);

    Eficincia (busca alcanar o resultado desejado, por meio do exerccio de sua

    competncia, de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem

    burocracia e sempre em busca da qualidade);

    Celeridade (deve ser gil no cumprimento dos mandados judiciais).

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    PRINCPIOS PROCESSUAIS:

    Imparcialidade;

    Lealdade;

    Boa-f;

    Celeridade;

    Transparncia;

    Probidade;

    Eficincia.

    DAS ATRIBUIES DO OFICIAL DE JUSTIA

    As atribuies do Oficial de Justia, tambm, esto previstas no Cdigo de

    Normas da Corregedoria-Geral da Justia e deve ser observado com muita ateno.

    uma leitura obrigatria para quem quiser exercer a funo com probidade, dedicao

    e eficincia.

    CDIGO DE NORMAS DA CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIA

    CAPITULO 1 SEO 13 ROTEIRO DE CORREIES

    PROCEDIMENTO DO OFICIAL DE JUSTICA

    1.13.36 Os oficiais de justia devero apresentar, alm do ttulo de nomeao,

    relao dos mandados em seu poder, conferida e visada pelo escrivo ou secretrio

    respectivo, mencionando a vara de origem, a data do seu recebimento, e o prazo

    concedido para cumprimento e a finalidade.

    CAPTULO 09

    SEO 01 - DAS ATRIBUIES

    9.1.1 - Os oficiais de justia so hierarquicamente subordinados aos juzes perante os

    quais servirem, sem prejuzo, todavia, da vinculao administrativa que tiverem com o

    juiz diretor do frum.

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    9.1.2 - A identificao do oficial de justia, no desempenho de suas funes, ser feita

    mediante a apresentao da carteira funcional, indispensvel em todas as diligncias,

    da qual dever estar obrigatoriamente munido.

    9.1.3 - No exerccio de suas funes, os oficiais de justia e os comissrios de

    vigilncia tero passe-livre no transporte coletivo urbano e intermunicipal, mediante a

    apresentao da respectiva identidade funcional.

    Ver art. 149 do CODJ.

    9.1.4 - Incumbe ao oficial de justia:

    I - executar as ordens dos juzes a que estiver subordinado;

    II - realizar, pessoalmente, as diligncias de seu ofcio, cotando-as em moeda corrente

    e na forma prevista em lei;

    III - lavrar termos e fornecer certides referentes aos atos que praticar;

    IV - convocar pessoas idneas para testemunhar atos de sua funo, quando a lei

    assim o exigir;

    V - exercer, pelo prazo de 01 (um) ano, a funo de porteiro dos auditrios, mediante

    designao do juiz, obedecendo-se a rigoroso rodzio;

    VI - comparecer diariamente ao frum e a permanecer enquanto necessrio;

    VII - estar presente s audincias, quando solicitado, e coadjuvar o juiz na manuteno

    da ordem.

    Ver art. 143 e 144 do CPC.

    Ver art. 146 do CODJ.

    9.1.5 - Incumbe ao oficial de justia que exercer a funo de porteiro dos auditrios:

    I - apregoar a abertura e encerramento das audincias e fazer a chamada das partes e

    testemunhas, quando determinado pelo juiz;

    II - apregoar os bens nas praas e leiles judiciais quando esta ltima funo no for

    atribuda a leiloeiro oficial;

    III - passar certides de preges, editais, praas, arremataes ou de outros atos que

    praticar.

    Ver art. 147 do CODJ.

    9.1.6 - Nas comarcas em que for institudo o planto judicirio, dois oficiais de justia

    sero escalados, sem prejuzo de suas demais atribuies, para o atendimento do

    planto.

    9.1.7 - Salvo deliberao judicial em contrrio, durante o expediente forense, pelo

    menos um oficial de justia permanecer de planto na serventia.

    9.1.8 - As frias e licenas, salvo para tratamento de sade, sero comunicadas pelo

    oficial, com antecedncia de dez (10) dias, serventia, sendo suspensa, a partir da, a

    distribuio de mandados.

    Ver art. 154 do CODJ.

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    9.1.8.1 - At o dia imediatamente anterior ao incio de suas frias ou licena, o oficial

    de justia restituir, devidamente cumpridos, todos os mandados que lhe forem

    distribudos ou justificar a impossibilidade de t-los cumprido.

    9.1.9 - As diligncias atribudas ao oficial de justia so intransferveis e somente com

    autorizao do juiz poder ocorrer sua substituio.

    9.1.10 - vedada a nomeao de oficial de justia ad hoc por meio de portaria. Se

    necessria, a designao ser para cumprimento de ato determinado, mediante

    compromisso especfico nos autos.

    9.1.11 - Ao oficial de justia expressamente vedado incumbir terceiro de cumprir

    mandado ou praticar outro inerente ao seu cargo.

    SEO 02 - DOS PRAZOS

    9.2.1 - Os oficiais de justia efetuaro suas diligncias no horrio das seis (06) s vinte

    (20) horas.

    De acordo com o art. 172 do CPC.

    9.2.2 - Inexistindo prazo expressamente determinado em lei ou pelo juiz, os mandados

    sero cumpridos, no mximo, dentro de quinze (15) dias.

    9.2.2.1 - Nas serventias em que houver acmulo de mandados, o juiz poder prorrogar

    esse prazo at o mximo de trinta (30) dias.

    9.2.3 - O oficial de justia entregar, no prazo de vinte e quatro (24) horas, a quem de

    direito, os bens recebidos em cumprimento de ordem judicial.

    9.2.4 - Ocorrendo circunstncias relevantes que justifiquem o atraso no cumprimento

    do mandado, o oficial de justia dever fazer exposio detalhada ao juiz, que decidir

    de plano pela manuteno ou substituio do oficial no processo em que ocorrer o

    fato.

    9.2.4.1 - No mandado cumprido fora de prazo, dever o oficial certificar o motivo da

    demora.

    9.2.4.2 - Se a desdia for reiterada, ou se no apresentada a devida justificativa,

    dever ser instaurado o respectivo procedimento administrativo.

    Ver art. 163, 165 e 167 do CODJ.

    9.2.5 - Ser suspensa a distribuio de novos mandados cveis ao oficial de justia que

    tiver mandados alm do prazo legal para cumprimento. Cumprir, neste caso,

    somente os mandados desentranhados, dos quais conste certido sua.

    SEO 03 - NORMAS DE PROCEDIMENTO

    9.3.1 - Os oficiais de justia cumpriro, indistintamente, mandados cveis e criminais.

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    9.3.2 - Os mandados devero ser retirados da serventia diariamente, mediante carga,

    constituindo falta funcional o descumprimento desta obrigao.

    9.3.3 - vedada a devoluo do mandado a pedido de qualquer das partes, sem a

    realizao da diligncia.

    9.3.4 - Os mandados que forem desentranhados para novo cumprimento devero ser

    entregues ao mesmo oficial de justia que iniciou a diligncia, salvo quando este

    estiver afastado das funes por gozo de frias ou qualquer outro motivo.

    9.3.5 - Ser desentranhado o mandado, fazendo recarga ao oficial de justia para

    cumprimento correto, sem cobrana de novas custas, quando no tiver sido cumprido

    de conformidade com os seguintes parmetros:

    I - ao cumprirem as diligncias do cargo, os oficiais de justia devero,

    obrigatoriamente, consignar a indicao do lugar, do horrio, o nmero da carteira de

    identidade, rgo expedidor do documento, se possvel o CPF, a leitura do mandado e

    da petio, a declarao de entrega de contraf, a nota do ciente ou a recusa e,

    quando necessrio, o nome das testemunhas que presenciaram o ato.

    II - vedada a realizao de diligncias, pelo oficial de justia, por intermdio de

    preposto, bem como por meio epistolar ou por telefone;

    III - as certides e demais atos efetuados pelo oficial de justia sero claros e precisos

    e devero obedecer s normas preceituadas nos art. 169 e 171 do CPC. vedado o

    uso de carimbo na lavratura da certido.

    IV - as intimaes de rus presos sero feitas no prprio estabelecimento penal em

    que se encontrarem, com entrega de cpia legvel do libelo;

    V - se for encontrada a pessoa, o oficial de justia realizar o ato da citao ou

    notificao, fornecendo-lhe contraf e dela obtendo recibo de ciente, ao p ou no

    verso do mandado. Em seguida, lavrar a certido com meno de tudo que houver

    ocorrido e possa interessar, inclusive, a recusa da contraf, ou da pessoa no ter

    querido ou podido exarar, naquela ocasio, a nota de ciente.

    VI - se no encontrar a pessoa por ser outro o seu endereo, na mesma oportunidade

    cuidar o oficial de justia de apurar com algum da famlia, da casa ou vizinho, o seu

    endereo completo, dentro ou fora do territrio de jurisdio do juiz. Certificar, em

    seguida, todas as informaes colhidas, dentre as quais:

    a) se estiver no territrio da comarca e for encontrada no endereo fornecido, o oficial

    de justia proceder como no item I supra;

    b) se for confirmado o endereo, mas a pessoa estiver fora na ocasio, o oficial de

    justia, indagando o horrio de seu retorno, marcar horrio para renovar a diligncia;

    c) se ficar apurado que a pessoa no encontradia no endereo da diligncia e sim,

    em outra comarca, conseguindo ou no o seu endereo completo, ou se em lugar

  • 13

    ignorado, constaro tais informaes na certido, a ser lavrada em seguida, ao p ou

    no verso do mandado.

    VII - se a pessoa a ser citada ou intimada no for encontrada no local e houver

    fundada suspeita de ocultao, o oficial de justia marcar hora para o dia til

    imediato e certificar. Ento ser procurada, sempre nos horrios marcados, por trs

    vezes consecutivas. Essa procura tanto poder dar-se no mesmo dia como em dias

    diversos, nos mesmos horrios ou diferentes. Se presente em alguma das vezes

    marcada, a pessoa ser citada ou intimada na forma da lei. No sendo encontrada, na

    ltima oportunidade ser citada ou intimada na pessoa que estiver presente, devendo

    constar na certido respectiva o nome dessa, sua qualificao completa, carteira de

    identidade ou CPF, endereo e sua relao com a pessoa citada, se parente,

    funcionrio, vizinho etc. Ficam ressalvados desse procedimento os mandados

    extrados de processos criminais, em face do disposto no art. 362 do CPP.

    VIII - se forem recusadas as informaes necessrias por pessoa da famlia ou da casa,

    lanar a certido das ocorrncias e retornar no mesmo dia, em horrio prprio, para

    nova tentativa de cumprir o mandado;

    IX - ser exigido, rigorosamente, que as certides mencionem todas as circunstncias

    de interesse, inclusive nomes e endereos de pessoas informantes;

    X - ser recusada a multiplicidade de certides que objetivem somente a majorao

    abusiva de custas;

    XI - cumpre aos oficiais de justia, quando lanarem certides negativas, mencionar a

    hora exata em que foram procuradas as pessoas para a citao ou intimao;

    XII - os oficiais de justia devem dar f aos atos que efetuarem, datando e assinando

    as certides;

    XIII - frustrada a intimao de advogados, por no serem localizados, dever o oficial

    de justia diligenciar na OAB/PR, a fim de obter o respectivo endereo;

    XIV - efetuadas as diligncias na forma autorizada pelo art. 172, 1 e 2, do CPC,

    dever o oficial de justia certificar a hora da sua realizao.

    Ver art. 226 e 227 do CPC.

    9.3.6 - Antes de certificar que o citando ou intimando se encontra em lugar incerto ou

    inacessvel, dever esgotar todas as possibilidades de localizao pessoal.

    9.3.6.1 - Os mandados de avaliao expedidos nos termos do art. 475-J do CPC, que

    no puderem ser cumpridos pelo oficial de justia em virtude da ausncia de

    conhecimento especializado ou tcnico, devero ser devolvidos em cartrio com

    certido a respeito de tal circunstncia, dentro do prazo de quinze dias, para serem

    juntados aos autos que sero encaminhados para deliberao judicial.

    Redao dada pelo Provimento n 101.

  • 14

    9.3.7 - As citaes, penhoras e medidas urgentes podero ser, excepcionalmente,

    efetuadas em domingos e feriados e, nos dias teis, fora do horrio estabelecido,

    desde que conste expressamente no mandado autorizao do juiz, cumprindo ao

    executor ler os termos dessa autorizao e observar a norma constitucional de

    proteo ao domiclio.

    Ver art. 5, inc. XI da CF.

    Ver art. 172, 2, do CPC.

    Violao de domiclio - art. 150, 1 a 5 do CP.

    9.3.8 - Nas diligncias em que ocorrer busca e apreenso ou depsito de bens,

    especialmente veculos, o oficial de justia dever descrever minuciosamente os bens,

    especificando suas caractersticas, tais como marca, estado de conservao,

    acessrios, funcionamento, quilometragem, dentre outras que se mostrem relevantes.

    vedado o depsito desses bens fora do limite territorial da comarca na qual for

    cumprido o mandado.

    Ver art. 230 do CPC.

    9.3.9 - Em ao de nunciao de obra nova, o oficial de justia dever lavrar auto

    circunstanciado, descrevendo o estado da obra.

    Ver art. 173, inc. II e art. 938 do CPC.

    9.3.10 - Salvo quando a lei determinar, o oficial de Justia no dever designar

    depositrio particular de bens sem prvia autorizao do juiz.

    9.3.10.1 - Na constrio sobre bem imvel ou terminal telefnico, exceto por

    determinao judicial em contrrio, o oficial de justia deixar como depositrio o

    prprio devedor, salvo se este recusar o encargo, o que dever ser certificado, com

    discriminao dos motivos da recusa.

    9.3.10.2 - Realizado o depsito em mos de particular, o oficial de justia dar cincia

    ao depositrio pblico, para fins de cumprimento do disposto no item 3.14.4 deste

    cdigo.

    SEO 04 - RECOLHIMENTO DE CUSTAS

    No se aplica ao Tcnico Judicirio que ir exercer a funo de Oficial de Justia.

    F PBLICA

    Buscando dar segurana jurdica s partes envolvidas no processo e

    sociedade, determinados atos devem estar revestidos de f pblica.

    F pblica significa a presuno de veracidade emergente das declaraes de

    certos agentes pblicos em seus atos e documentos. Todavia, nem todo servidor

    pblico tem a capacidade de formar documentos, e, dentre aqueles que a detm, nem

  • 15

    todos gozam de f pblica em seus atos (MARCATO, 2005, p. 1158).

    O oficial de justia tem f pblica. Isto significa que suas certides so havidas

    por verdadeiras, sem necessidade da demonstrao de sua correspondncia

    verdade, at que o contrrio seja provado. Ou seja, a certido lavrada pelo oficial

    independe de comprovao e vale por verdade at que o contrrio se demonstre.

    Portanto, o ato praticado pelo oficial de justia tem a presuno de veracidade

    relativa ou presumptiones juris tantum, uma vez que admite prova em contrrio.

    ATO E TERMO PROCESSUAL

    A expresso termo processual nada mais do que a documentao escrita de

    um ato processual, feita por serventurio da justia dentro do Cartrio. Da falar-se em

    termo de concluso, termo de vista, termo de remessa, termo de juntada, termo de

    audincia, etc.

    Se a documentao do ato judicial realizada fora dos cartrios, denomina-se

    auto. Portanto, o ato praticado pelo oficial de justia denominado de auto (auto de

    penhora, auto de arresto, auto de busca e apreenso, auto de despejo, etc.). O auto

    lavrado pelo oficial deve conter a indicao do dia, ms, ano, de preferncia o horrio

    e lugar em que foi realizado o ato; o nome das partes; a descrio pormenorizada dos

    bens; e a indicao do depositrio quando a lei exigir.

    Nesse sentido, o oficial de justia exerce sua funo, realizando diligncias

    externas no cumprimento estrito das ordens do juiz expressas no mandado, podendo

    lavrar auto quando a lei assim o exigir ou certides (citao ou intimao) ou

    informao.

    DA IMPRECISO DO ATO PRATICADO

    O Cdigo faz meno de forma clara que no devem ser admitidos na lavratura

    dos atos e termos judiciais espaos em branco, entrelinhas, emendas ou rasuras, com

    exceo daqueles que foram inutilizados, conforme expresso do art. 171 do CPC.

    A doutrina fala de escriturao escorreita, que significa que a documentao

    dos atos processuais deve ser clara, precisa, retratando de forma fiel o caso concreto.

    Nesse sentido, o oficial de justia deve lavrar seus atos dentro do molde

    declinado pelo art. 171 do CPC, o que nem sempre uma tarefa fcil, uma vez que

    preciso passar para a linguagem escrita um ato, ou um fato, que em muitos casos

    torna-se complexo em razo da especificidade do caso. Exemplo: A reintegrao de

    posse de imvel rural ou urbano ocupado irregularmente por centenas de pessoas. O

    oficial de justia ao lavrar o auto de reintegrao de posse deve mencionar todos os

  • 16

    fatos que considere relevantes, tais como a utilizao ou no de auxlio policial; se foi

    necessrio o arrombamento de portas; a forma da desocupao se houve confronto

    (resistncia/desobedincia) e prises; a situao em que ficou o imvel; a descrio

    pormenorizada dos bens pessoais dos invasores que ficaram na rea, etc.

    O oficial no pode ser descuidado para no comprometer a fidelidade do

    documento lavrado e perder a confiabilidade do ato praticado.

    Nem sempre a imperfeio na lavratura do auto ou certido levar nulidade

    do ato, mas o oficial deve zelar pela segurana jurdica a ser dada ao juiz, s partes e

    sociedade, como um todo.

    O STJ se pronunciou da seguinte forma sobre a aplicao do art. 171 do CPC, no

    tocante s intimaes processuais:

    No se admitem rasuras nas intimaes processuais, salvo se ressalvadas no modo prprio (CPC, art. 171) (TRF/4, AG 9404468185/SC, 1 Turma, rel. Juiz Ari Pargendler, j. 13.10.1994, DJ 16.11.1994, p. 65851 Deciso: por unanimidade, negaram provimento ao recurso).

    A este respeito convm mencionar, por fim, o que diz NELSON DOS SANTOS:

    para a funo jurisdicional ser exercida com a transparncia exigida pelo Estado

    Democrtico de Direito, indispensvel que o processo, seu instrumento de realizao,

    seja conduzido e materializado a salvo de suspeitas, desconfianas e incertezas. Da a

    necessidade de uma perfeita descrio e de uma genuna escriturao. (MARCATO.

    Op. cit. p. 465).

    DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

    DO TEMPO

    O oficial de justia deve estar sempre atento ao que prescreve o Cdigo de

    Processo Civil no seu art. 172:

    Art. 172. Os atos processuais realizar-se-o em dias teis, das 6 (seis) s 20 (vinte) horas. 1 Sero, todavia, concludos depois das 20(vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligncia ou causar grave dano. 2 A citao e a penhora podero, em casos excepcionais, e mediante autorizao expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias teis, fora do horrio estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5, inciso XI, da Constituio Federal.

    No h, no Cdigo, uma definio concreta do que so dias teis, apesar de

    apontar no 2 acima declinado que os dias teis so todos os dias com exceo dos

    domingos e feriados.

  • 17

    Por fora da alterao do Cdigo de Processo Civil (Lei n 8.952, de 13.12.1994),

    o horrio para a prtica dos atos processuais das 6 (seis) s 20 (vinte) horas.

    Nos atos praticados pelo oficial de justia irrelevante o fato do expediente dos

    fruns e tribunais terminar antes das 20 (vinte) horas. Inclusive, em relao ao horrio,

    o prprio Cdigo prev a possibilidade de concluso dos atos aps as 20 (vinte) horas,

    quando iniciados antes.

    Em casos excepcionais o Cdigo prev a possibilidade da prtica de atos

    processuais pelo oficial de justia nos domingos e feriados, ou nos dias teis fora do

    horrio previsto em lei, mas para isso ocorrer tem que existir uma razo que justifique

    a prtica do ato.

    Deve haver nos autos indcios de que a parte dificilmente ser encontrada nos

    dias teis e no horrio normal de trabalho. No procedem meras suposies da parte

    interessada ou do prprio oficial de justia.

    Por determinao legal, tem que haver autorizao expressa do juiz no

    despacho para o oficial de justia praticar o ato fora dos dias e horrios estabelecidos

    no caput do art. 172.

    Assim, no adianta apenas o requerimento da parte no seu pedido para

    aplicao do dispositivo, necessrio constar expressamente o deferimento no

    despacho do juiz. Esse o entendimento apresentado por NEGRO E GOUVA: Sem

    autorizao expressa do juiz, no vale o ato praticado fora do horrio normal (RT

    494/107, RJTJESP 110/305) ou em feriado (JTA 39/177). (2005, p. 269).

    DA INVIOLABILIDADE DOMICILIAR

    O Cdigo faz meno que deve ser observado o art. 5, inciso XI, da

    Constituio Federal, uma vez que a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum

    nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante

    delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao

    judicial.

    A inviolabilidade do domiclio 2 um preceito constitucional, portanto um

    direito fundamental de todo cidado, ou seja, mesmo o pior dos rus tem o direito

    inviolabilidade domiciliar. Assim, a violao, sem o consentimento do morador, s

    2ALEXANDRE DE MORAES assevera que: No sentido constitucional, o termo domiclio tem amplitude maior do que no direito privado ou no senso comum, no sendo somente a residncia, ou ainda a habitao com inteno definitiva de estabelecimento. Considera-se, pois, domiclio todo local, delimitado e separado, que algum ocupa com exclusividade, a qualquer ttulo, inclusive profissional, pois nessa relao entre pessoa e espao, preserva-se, mediatamente, a vida privada do sujeito. Como j pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, domiclio, numa extenso conceitual mais larga, abrange at mesmo o local onde se exerce a profisso ou a atividade, desde que constitua um ambiente fechado ou de acesso restrito ao pblico, como o caso tpico dos escritrios profissionais.

  • 18

    permitida nas hipteses expressas pela Constituio Federal.

    Outro ponto relevante que o oficial de justia deve observar com muita ateno,

    a violao de domiclio expressa no art. 150 do Cdigo Penal:

    Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tcita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependncias: Pena deteno, de um a trs meses, ou multa. 1 Se o crime cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violncia ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena deteno, de seis meses a dois anos, alm da pena correspondente violncia. 2 Aumenta-se a pena de um tero, se o fato cometido por funcionrio pblico, fora dos casos legais, ou com inobservncia das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 3 No constitui crime a entrada ou permanncia em casa alheia ou em suas dependncias: I durante o dia, com a observncia das formalidades legais, para efetuar priso ou outra diligncia; II a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime est sendo ali praticado ou na iminncia de o ser. 4 A expresso casa compreende: I qualquer compartimento habitado; II aposento ocupado de habitao coletiva; III compartimento no aberto ao pblico, onde algum exerce profisso ou atividade. 5 No se compreendem na expresso casa: I hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitao coletiva, enquanto aberta, salvo a restrio do n II do pargrafo anterior; II taverna, casa de jogo e outras do mesmo gnero.

    Percebe-se que o oficial de justia ao proceder uma diligncia deve atender

    todas as formalidades legais, mas no caso do domiclio a ateno deve ser redobrada.

    por essa razo que o Cdigo exige, nos casos de arrombamento, a presena de

    testemunhas.

    DO LUGAR

    O ato processual realiza-se na sede do juzo3, mas pode ser efetuado em outro

    lugar, em razo de deferncia, de interesse da Justia ou de obstculo arguido pelo

    interessado e acolhido pelo juiz (art. 176 do CPC). Alm dessas hipteses, existem

    atos que, por sua natureza, so realizados fora da sede do Frum, como o caso dos

    atos praticados pelo oficial de justia: citao, intimao, penhora, arresto, sequestro,

    busca e apreenso, priso, etc., que so efetivados no lugar que se revelar prprio.

    O Cdigo de Processo Civil, inclusive nos artigos 200 e 2304, abre a possibilidade

    3Entende-se como sede do juzo o prdio onde se realizam as audincias, em que est instalado o cartrio

    judicial, e o juiz e seus auxiliares cumprem o expediente. 4Art. 200. Os atos processuais sero cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca. Art. 230. Nas comarcas contguas, de

  • 19

    de efetivao da citao e intimao (comunicao dos atos processuais) fora dos

    limites territoriais da comarca.

    DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

    O art. 154 do CPC dispe que os atos e termos processuais no dependem de

    forma determinada, seno quando a lei expressamente a exigir, reputando-se vlidos

    os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. O Cdigo

    orienta no sentido de que as formas prescritas so relevantes, mas sua inobservncia

    no causa de nulidade, a no ser que o ato no tenha atingido a sua finalidade.

    Em alguns casos o formalismo torna-se importante, e na hiptese de no ser

    obedecido, o ato praticado no produzir nenhum efeito jurdico. Pode ser aplicado nos

    atos pertinentes ao oficial de justia, como por exemplo: ao tratar da

    indispensabilidade das citaes (CPC, art. 214); a realizao da citao por hora certa

    (CPC, arts. 227 e 228); ao prescrever a forma como se daro as intimaes (CPC, 1

    e 2); ao fixar a forma como devero ser lavradas as certides do oficial de justia

    (CPC, 239, nico).

    Nos casos acima, o oficial deve tomar cuidado na execuo dos seus atos para

    no prejudicar o desenvolvimento regular do processo, muito embora a lei repute

    vlidos os atos que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial

    (art. 154, CPC). Assim o caso de citao realizada de forma irregular, ao invs de

    citar o pai citado o filho. O ato nulo, porm, se a parte comparece no processo

    para se defender ou mesmo para pedir a nulidade do ato, a finalidade foi atingida.

    DOS PRAZOS

    O prazo o espao de tempo em que os sujeitos da relao processual podem

    praticar o ato determinado ou em que devem abster-se de faz-lo.

    O prazo para cumprimento dos atos do oficial de justia entra na classificao

    dos prazos imprprios. Os prazos prprios se destinam s partes e aos terceiros

    intervenientes; seu descumprimento acarreta a precluso, vale dizer, a perda da

    faculdade de praticar o ato (CPC, art. 1835). Os prazos imprprios se destinam aos

    juzes e aos seus auxiliares cuja inobservncia no produz consequncias no processo,

    fcil comunicao, e nas que se situem na mesma regio metropolitana, o oficial de justia poder efetuar citaes ou intimaes em qualquer delas. 5CPC, Art. 183. Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declarao judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porm, parte provar que o no realizou por justa causa.

  • 20

    porm, ficam sujeitos a receber sanes administrativas (artigos aplicveis aos

    oficiais de justia, CPC, arts. 193 e 1946).

    Apesar do prazo do oficial de justia ser imprprio, seu dever desempenhar

    sua funo com celeridade, contribuindo para o bom desenvolvimento do processo,

    observando os prazos legais estabelecidos pelo Cdigo, ou os judiciais fixados pelo juiz.

    No devendo haver distino entre um e outro, compete ao juiz fiscalizar se esto

    sendo cumpridos.

    Em relao ao prazo para cumprimento dos mandados judiciais, o Cdigo, no art.

    193, assevera: Compete ao juiz verificar se o serventurio excedeu, sem motivo

    legtimo, os prazos que este Cdigo estabelece. Ao usar a expresso: sem motivo

    legtimo, no enumera quais seriam esses motivos que justificariam o excesso do

    prazo no cumprimento da ordem judicial. Assim, o magistrado que tem a

    incumbncia de examinar, no caso concreto ou caso a caso, os motivos da demora.

    DAS NULIDADES DOS ATOS

    O desenvolvimento deste tema ir focar os defeitos dos atos praticados pelo

    oficial de justia, relacionados dentre os praticados pelo juiz e seus auxiliares, uma vez

    que somente eles praticam atos nulos, porque as partes litigantes e terceiros no

    processo praticam atos defeituosos que podem ser caracterizados como ineptos,

    inexistentes e irregulares.

    Em se tratando da atividade do oficial de justia, este funcionrio pblico,

    portanto, exerce atividade estatal, devendo agir de acordo com a lei, no seu caso de

    acordo com a ordem do juiz expressa no mandado7.

    6CPC, art. 193 Compete ao juiz verificar se o serventurio excedeu, sem motivo legtimo, os prazos que este Cdigo estabelece. Art. 194 Apurada a falta, o juiz mandar instaurar procedimento administrativo, na forma da Lei de Organizao Judiciria. 7Oficial de justia deve se ater aos termos da diligncia que lhe foi ordenada pelo juiz. Art. 143, II, do CPC Se o exequente requereu que a penhora do imvel recasse apenas sobre a meao do cnjuge devedor e, nesses termos, a diligncia deferida, no pode o oficial de justia proceder constrio de todo o imvel (STJ, REsp 75.008/MG, 4 Turma, rel. Min. Aldir Passarinho Jnior, j. 5.10.1999, DJ 21.11.1999, p. 159). No cumprimento de suas funes, o oficial de justia enquanto agente pblico no tem liberdade ou vontade pessoal dever obedecer lei como orientao da atividade profissional. Mas, em razo do seu trabalho ocorrer junto populao, nos lugares mais variados, ele no pode tornar-se um aplicador ctico e desmensurado do texto legal: legalidade no sinnimo de legalismo (formalismo na aplicao da lei que a desliga da realidade social). O irrestrito cumprimento da norma no significa aplicao fria e descompromissada (Romeu Felipe Bacellar Filho. Processo Administrativo Disciplinar. So Paulo: Ed. Max Limonad, 2 ed., 2003, p. 163). Assim, quando o oficial encontrar situao anmala, deve informar o juiz do caso. o exemplo da busca e apreenso de menor vivendo sob tratamento desumano. Caso verifique no ato que existem outros menores vivendo na mesma situao, dever o oficial apreender quem de direito e informar ao juiz competente dos outros casos encontrados. Inclusive, h no item 9.3.5, inc. V do Cdigo de Normas da Corregedoria-Geral da Justia do Paran, instruo nesse sentido: ... Em seguida, lavrar certido com meno de tudo que houver ocorrido e possa interessar...

  • 21

    Os seus atos so caracterizados por determinao legal da Constituio Federal,

    leis infraconstitucionais e administrativas, para que sejam realizados em determinado

    lugar, em determinado perodo (ou horrio) e seguindo determinadas formalidades,

    como o exemplo da citao por hora certa (arts. 227 e 228 do CPC) e da

    inviolabilidade do domiclio.

    O artigo 247 do CPC prescreve que as citaes e intimaes sero nulas,

    quando feitas sem observncia das prescries legais. uma demonstrao clara do

    legislador em propiciar s partes a efetividade dos princpios constitucionais do devido

    processo legal, do contraditrio e da ampla defesa (CF, art. 5, incisos LIV e LV), bem

    como a sustentao de aplicabilidade do princpio ainda maior, o da igualdade (CF, art.

    5, caput) entre os litigantes, no sentido de que todos devem participar e tomar

    conhecimento de forma igualitria da movimentao processual.

    Os atos de comunicao praticados pelo oficial de justia so atos processuais

    solenes, cujo rito est traado pelos artigos 215 a 233 e 235 a 242 do CPC, com todos

    os requisitos. H meno expressa de nulidade para esses atos quando realizados

    sem observncia das prescries legais (art. 247 do CPC). Assim, a forma nas

    intimaes e citaes da essncia do ato e no apenas meio de prova. Da porque o

    Cdigo considera nulos os atos de comunicao processual feitos sem observncia das

    prescries legais.

    Nos casos em que o ato de comunicao (citao e intimao) foi efetivado,

    mas no observou a forma prescrita em lei, tornar-se- nulo, e trata-se de nulidade

    absoluta, porque fere o interesse das partes a tambm o interesse pblico. Nesse

    sentido, o juiz pode conhecer de ofcio e as partes podem alegar em qualquer

    momento do processo. o entendimento pacificado na jurisprudncia:

    Nula a citao, no se constitui a relao processual e a sentena no transita em julgado, podendo, a qualquer tempo, ser declarada nula, em ao com esse objetivo ou em embargos execuo (STJ, REsp 7556/RO, 3 Turma, rel. Min. Eduardo Ribeiro) ou Ainda que se cuide de nulidade absoluta, como o caso de inexistncia ou nulidade de citao, que pode ser arguida pela parte prejudicada ou reconhecida ex officio, a qualquer tempo, pelo menos nas instncias ordinrias -, a coisa julgada se encarrega de garantir a produo de efeitos deciso. exceo ao sistema das invalidades processuais em benefcio da segurana jurdica (STJ, REsp 137798/DF, 2 Turma, rel. Min. Franciulli Neto, j. 19.9.2000, DJ 4.6.2001, p. 85 Deciso: por unanimidade, no conheceram do recurso).

    H, ainda, os casos de inexistncia do ato, se a citao ou intimao foi

    equivocadamente realizada em pessoa diversa do ru (citao de homnimo) ou

    efetivada a pessoa fsica j morta ou em pessoa jurdica j extinta, etc. caso do

    julgado abaixo:

  • 22

    PROCESSUAL CIVIL. EXECUO. CITAO E INTIMAO DA PENHORA DA AVALISTA. DECLARAO DO OFICIAL DE JUSTIA DE QUE OS ATOS FORAM PRATICADOS. CERTIDES INCOMPLETAS. REQUISITOS FORMAIS NO ATENDIDOS. NULIDADE. CPC, ARTS. 226, 239 E 247. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE QUANTO MATRIA REFERENTE ESPOSA DO CO-EXECUTADO. SMULA N 211-STJ. I. A f-pblica de que goza o Oficial de Justia se acha vinculada ao atendimento, pelo servidor, das formalidades previstas nos arts. 226 e 239 da lei adjetiva civil, quanto completa e correta certificao das diligncias alusivas citao e intimao da parte. II. Declarado pelo meirinho que houve a cientificao da avalista, agora j falecida, porm sem que das certides constasse nem a sua assinatura em ambas as ocasies, nem a justificativa para a no colheita da firma e tampouco a descrio da co-executada, desfaz-se a presuno legal da higidez dos atos, acarretando a nulidade dos mesmos, ao teor do art. 247 do CPC. III. Incidncia da Smula n 211 do STJ no tocante matria subjacente. IV. Recurso especial conhecido em parte. (REsp 178020 / SP, rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR. 4 Turma. D. J. 12.03.2002. D. P. DJ 3.6.2002, p. 209).

    DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIO

    O art. 138 do CPC estabelece que os auxiliares da justia devem observar as

    normas direcionadas aos juzes, contidas nos artigos 134 e 135:

    Art. 134. defeso ao juiz exercer as suas funes no processo contencioso ou voluntrio: I de que for parte; II em que interveio como mandatrio da parte, oficiou como perito, funcionou como rgo do Ministrio Pblico, ou prestou depoimento como testemunha; III que conheceu em primeiro grau de jurisdio, tendo-lhe proferido sentena ou deciso; IV quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cnjuge ou qualquer parente seu, consanguneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral at o segundo grau; V quando cnjuge, parente, consanguneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, at o terceiro grau; VI quando for rgo de direo ou de administrao de pessoa jurdica, parte na causa. Pargrafo nico. No caso do n IV, o impedimento s se verifica quando o advogado j estava exercendo o patrocnio da causa; , porm, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. Art. 135. Reputa-se fundada a suspeio de parcialidade do juiz, quando: I amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cnjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral at o terceiro grau; III herdeiro presuntivo, donatrio ou empregador de alguma das partes; IV receber ddivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender s despesas do litgio; V interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Pargrafo nico. Poder ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo ntimo. Art. 138. Aplicam-se tambm os motivos de impedimento e de suspeio: I ao rgo do Ministrio Pblico, quando no for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos nmeros I a IV do art. 135; II ao serventurio da justia; III ao perito; IV ao intrprete. 1 A parte interessada dever arguir o impedimento ou a suspeio, em petio fundamentada e devidamente instruda, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos; o juiz mandar processar o incidente em separado e sem suspenso da causa, ouvindo o arguido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando necessria e julgando o pedido.

  • 23

    2 Nos tribunais caber ao relator processar e julgar o incidente.

    Impedimento caracteriza-se por haver proibio, imposta ao juiz, ao oficial de

    justia, ao escrivo e demais auxiliares da justia, de atuarem no processo em que se

    encontre presente qualquer uma das causas contidas no artigo 134. O impedimento

    representa um obstculo intransponvel, invalidando a sentena proferida pelo juiz (art.

    485, II, CPC) ou, no caso do oficial de justia, o ato praticado; pode ser alegado a

    qualquer tempo pela parte e deve ser reconhecido de ofcio, pelo juiz.

    Suspeio impe ao juiz o dever de afastar-se da presidncia do processo, mas

    se no for arguida na forma e no prazo legal, no acarretar qualquer invalidade

    processual. Portanto, um obstculo que pode ser superado.

    DAS SANES ADMINISTRATIVAS

    Ficou demonstrado que o ncleo do trabalho dos oficiais de justia a execuo

    de inmeros atos processuais, atuando diariamente nos mais variados tipos de litgios:

    cvel, criminal, famlia, menores, Fazenda Pblica, trnsito e juizados especiais.

    bom salientar que no anormal o oficial de justia responder algum tipo de

    processo administrativo, porque mesmo sendo um bom servidor pblico, cumpridor

    das suas funes, est sujeito a enfrentar algum tipo de retaliao das partes e at

    mesmo de advogados, os quais na maioria dos casos acham que o oficial o

    responsvel pela sua crise financeira ou familiar e/ou pela perda de uma causa.

    Isto ocorre porque o oficial de justia o encarregado direto de efetivar a

    prestao jurisdicional, ou seja, leva o bem da vida para uma das partes satisfazendo

    a sua pretenso, mas por outro lado sua ao causa verdadeiro impacto na vida de

    quem sofreu ou perdeu a demanda judicial.

    Um bom exemplo a busca e apreenso de menor realizada na Vara de Famlia.

    Satisfaz o interesse da parte demandante, a me, porm atinge diretamente a outra

    parte demandada (o pai ou avs).

    Outro exemplo, para ilustrar, a busca e apreenso de veculo: o financiado,

    aps passar por uma crise conjugal, reata o casamento e, para comemorar, estava

    com as malas no interior do automvel pronto para viajar com a esposa, quando o

    oficial de justia chega para apreender o veculo.

    Mesmo agindo com urbanidade e no estrito dever legal no momento da

    apreenso, o oficial no deixou de responder um pedido de providncias, uma vez que

    o financiado foi at a Corregedoria-Geral da Justia e escreveu improprios sobre o

    oficial, deixando transparecer nas entrelinhas que o servidor foi um insensvel, no

    ponderou sua situao familiar e era o responsvel pela nova separao do casal, uma

  • 24

    vez que havia apreendido o veculo de forma abrupta.

    a sua ao ou omisso que fere o interesse pblico que ser objeto de medida

    administrativa. Todavia qualquer crime funcional constitui uma falta disciplinar e todos

    os atos contrrios aos deveres do funcionrio ensejaro em penalidades disciplinares,

    dando assim a autoridade competente (juiz ou Conselho da Magistratura ou

    Corregedoria-Geral da Justia) uma larga margem de discricionariedade na aplicao

    da sano.

    No Estado do Paran, os oficiais de justia devem observar com ateno o

    Cdigo de Organizao e Diviso Judicirias do Estado do Paran (Lei n 14.277, de 30

    de dezembro de 2003) e o Acrdo n 7.556 do Conselho da Magistratura do Tribunal

    de Justia do Estado do Paran, que estabelece o REGULAMENTO DAS PENALIDADES

    APLICVEIS AOS AUXILIARES DA JUSTIA.

    ATOS DE COMUNICAO PROCESSUAL

    ATOS DE INFORMAO

    As formas previstas pelo Cdigo de Processo Civil de comunicao dos atos

    processuais s partes litigantes a citao e a intimao. A funo destas dar

    eficcia ao princpio do contraditrio e da ampla defesa no processo judicial. A

    notificao est em desuso, mas na prtica ainda utilizada nas aes de despejo no

    ato de dar cincia ao locatrio (requerido) que dever desocupar o imvel

    voluntariamente no prazo de 15 (quinze) dias.

    CITAO

    definida como o ato pelo qual se chama a juzo o ru ou o interessado a fim

    de se defender (CPC, art. 213). O Cdigo de Processo Civil determina que para a

    validade do processo, indispensvel a citao inicial do ru (CPC, art. 214).

    Segundo Humberto Theodoro Jnior:

    sem a citao do ru, no se aperfeioa a relao processual e torna-se intil e inoperante a sentena. a citao, elemento instaurador do indispensvel contraditrio no processo, que sem ela todo o procedimento se contamina de irreparvel nulidade, que impede a sentena de fazer coisa julgada. Em qualquer poca, independentemente de ao rescisria, ser lcito ao ru arguir a nulidade de semelhante decisrio (art. 741, I). Na verdade, ser nenhuma a sentena assim irregularmente prolatada. (op. cit., p. 255)

  • 25

    Marinoni e Arenhart (2004) destacam que a funo da citao to importante

    que boa parte da doutrina a considera como requisito de existncia da relao

    processual, defendendo a ideia de que, ausente a citao, no h processo,

    inviabilizando-se a atuao da funo jurisdicional e, consequentemente, negando-se

    a autoridade de coisa julgada deciso eventualmente proferida.

    Sem a citao, a parte litigante no tem como exercer o contraditrio e a ampla

    defesa, princpios consagrados na Constituio Federal de 1988, no seu art. 5, inc. LV8.

    A citao realizada pela comunicao pessoal ao ru, ao seu representante

    legal ou ao procurador legalmente autorizado, da existncia da ao (CPC, art. 215). A

    citao direta do ru a mais comum e deve ser utilizada sempre que possvel, mas,

    em alguns casos excepcionais, so possveis outros tipos de citao, como a indireta e

    a ficta, como ser visto adiante.

    O ru poder ser citado em qualquer lugar onde se encontre (CPC, art. 216),

    mas devem ser observadas as garantias constitucionais e legais para realizao do ato.

    O oficial de justia no pode, com o objetivo de efetuar a citao, adentrar sem

    permisso da parte ou sem autorizao judicial na residncia do ru, uma vez que isso

    violaria claramente o disposto no art. 5, inciso XI, da Constituio Federal. No mesmo

    sentido, vedada a citao do ru que se encontre em circunstncias especiais, como

    disposto no art. 217, CPC:

    Art. 217. No se far, porm, a citao, salvo para evitar o perecimento do direito: I a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso; II ao cnjuge ou a qualquer parente de morto, consanguneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento, e nos 7 (sete) dias seguintes; III aos noivos, nos 3 (trs) primeiros dias de bodas; IV aos doentes, enquanto grave o seu estado.

    Nos casos acima h o impedimento momentneo para a efetivao da citao.

    O artigo diz respeito ao momento em que o ato no pode ocorrer e no ao lugar, como

    o caso do art. 216.

    Vejamos a jurisprudncia em relao ao art. 217, CPC:

    A citao do ru feita trs dias aps o falecimento do seu sogro, em desacordo, portanto, com o art. 217, II, do CPC, no enseja nulidade absoluta do ato, mas mera irregularidade que poder determinar a sua anulao, dependendo das circunstncias do caso concreto (2 TACivSP, AP 520.168-00/8, 2 Cmara, rel. Juiz Gilberto dos Santos, j. 25.05.1998, DJE 01.06.1998 RT 755/323 Deciso: por unanimidade, conheceram do recurso e negaram-lhe provimento).

    8CF, art. 5, inc. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

  • 26

    No se far a citao quando se verificar que o ru demente ou est

    impossibilitado de receb-la (art. 218). Nesse caso, o oficial de justia deve lavrar

    certido, descrevendo minuciosamente a ocorrncia. O Juiz nomear um mdico, a fim

    de examinar o citando ( 1).

    Ru demente a pessoa que se amolda ao art. 3, inc. II, do Cdigo Civil de

    2002, ou seja, que possui a evidncia de grave anormalidade psquica e no tem o

    necessrio discernimento para a prtica dos atos da vida civil. Vejamos alguns casos

    pacificados na jurisprudncia:

    Se por qualquer meio verificar-se ser o ru demente ou estar impossibilitado de receber a citao, deve o juiz nomear mdico, a fim de examinar o citando (art. 218, 1, do CPC). Reconhecida a impossibilidade do ru receber citao, o juiz dar ao mesmo curador, cabendo interveno do MP, sob pena de nulidade do processo (STJ, REsp 9.996/SP, 3 Turma, rel. Min. Cludio Santos, j. 25.11.1991, DJ 16.12.1991, p. 18534 Deciso: por unanimidade, conheceram do recurso e deram-lhe provimento)

    relevante que o oficial de justia, para bem desempenhar sua funo, deve ter

    conhecimento mnimo da lei processual.

    CITAO POR OFICIAL DE JUSTIA

    O Cdigo apresenta trs formas de citao: pelo correio, por oficial de justia e

    por edital (CPC, art. 221, I, II e III). Ser objeto de estudo apenas a citao por oficial

    de justia e a sua relao com as outras duas formas.

    A citao por oficial de justia realizada de forma subsidiria, uma exceo,

    deve ser utilizada quando for frustrada a citao pelo correio, ou nos casos em que

    esta no pode ser utilizada (art. 222 do CPC) ou a pedido da parte interessada na

    petio inicial.

    O mandado de citao dever preencher os requisitos do art. 225 do CPC, sob

    pena de nulidade.

    Art. 225. O mandado, que o oficial de justia tiver de cumprir, dever conter: I os nomes do autor e do ru, bem como os respectivos domiclios ou residncias; II o fim da citao, com todas as especificaes constantes da petio inicial, bem como a advertncia a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litgio versar sobre direitos disponveis; III a cominao, se houver; IV o dia, hora e lugar do comparecimento; V a cpia do despacho; o prazo para defesa; VI o prazo para defesa; VII a assinatura do escrivo e a declarao de que o subscreve por ordem do juiz. Pargrafo nico. O mandado poder ser em breve relatrio, quando o autor entregar em cartrio, com a petio inicial, tantas cpias quantos forem os rus; caso em que as cpias, depois de conferidas com o original, faro parte

  • 27

    integrante do mandado.

    Ao citar o ru, o oficial de justia deve proceder leitura do mandado, da inicial

    e entregar-lhe a contraf, certificando no mandado todos os procedimentos, e se o

    ru recusou-se ou no a exarar o seu ciente do recebimento da citao (art. 226 do

    CPC). O mandado um documento escrito que deve estar acompanhado de uma cpia,

    bem como dever acompanhar cpia da petio inicial no caso da citao, sendo que

    as cpias (ou contraf) sero entregues ao ru e devem ter todas as informaes do

    processo, sob pena de nulidade do ato.

    O mandado e a contraf (cpia autntica do mandado e da petio inicial) que

    investem o oficial de justia de poder, para realizar a citao ou qualquer outro ato

    judicial e no mandado que o citando dever exarar a sua assinatura (o seu ciente)

    para comprovar o recebimento.

    Vejamos algumas jurisprudncias acerca da citao por oficial de justia:

    A citao, como ato essencial ao devido processo legal, a garantia e segurana do processo como instrumento da jurisdio, deve observar os requisitos legais, sob pena de nulidade. nula a citao em que o oficial de justia entrega ao ru cpia de inicial relativa a outro processo, que no aquele objeto do mandado (STJ, REsp 43.716/GO, 4 Turma, rel. Min. Slvio de Figueiredo Teixeira, j. 21.10.1997, DJ 24.11.1997, p. 61219 Deciso: por unanimidade, conheceram do recurso e deram-lhe provimento). Mandado de citao deve conter o prazo para a defesa, sob pena de nulidade. Por esse prazo se deve entender a designao quantitativa do nmero de dias que tem o citando para apresentar contestao. E a meno expressa ao prazo se justifica exatamente para que o destinatrio da citao fique ciente do perodo de tempo de que dispe para tomar providncias que lhe incumbem. Irrelevante que o mandado de intimao da penhora tenha constado apenas a expresso prazo legal, quando, alguns dias antes, o devedor foi intimado do seu prazo de defesa atravs do mandado de citao (STJ, REsp 175.546/RS, 4 Turma, rel. Min. Slvio de Figueiredo, j. 05.08.1999, DJ 13.09.1999, p. 69 Deciso: por unanimidade, no conheceram do recurso). Consignando o mandado o prazo de quinze dias para a defesa, e no o de cinco que seria o correto, por tratar-se de procedimento especial (Lei n 5.250/67), no sofrer o ru as consequncias do equvoco. Tem-se como tempestiva a contestao, oferecida no prazo indicado no mandado (STJ, REsp 17.135/ES, 3 Turma, rel. Min. Eduardo Ribeiro, j. 10.03.1992, DJ 23.03.1992, p. 3486 Deciso: por unanimidade, no conheceram do recurso). O advogado deve ter poderes especiais expressos para receber citao em nome do ru (RTJ 104/1238).Petio inicial. Cabe ao autor indicar, na petio inicial, e no ao oficial de justia pesquisar, o nome de quem deve ser citado pela pessoa jurdica (RT 513/200).

    Caso o ru se negue a firmar o recibo (de ciente) da citao, o oficial deve

    certificar que leu e entregou a contraf. Para dar maior segurana ao ato importante

    o oficial descrever as caractersticas fsicas da pessoa que se recusou a assinar, a fim

    de dar maior credibilidade a sua declarao, apesar de gozar de f pblica e no

    haver a necessidade da presena de testemunhas.

    Assim, ainda que o citando se negue a opor a nota de ciente, a citao vlida,

  • 28

    conforme julgados abaixo:

    PROCESSO CIVIL. CITAO. CERTIDO DO OFICIAL DE JUSTIA. RECUSA DO RU EM APOR NOTA DE CINCIA. F PBLICA. AUSNCIA DE INDICAO DE TESTEMUNHAS. ARTS. 143, I, 226, II, CPC. NULIDADE INEXISTENTE. PRECEDENTES. DOUTRINA. RECURSO PROVIDO. I - A recusa do ru em apor o ciente no mandado de citao no exige necessariamente a indicao de testemunhas presentes ao ato, devendo o juiz, para seu convencimento, orientar-se tambm por outras circunstncias para, se for o caso, decretar a nulidade do ato. II - A s ausncia das testemunhas presentes ao ato, sem a indicao de outras circunstncias que afastem a veracidade da certido do oficial de justia, no inquina de nulidade a citao nem desconstitui a presuno juris tantum que reveste a f pblica desses serventurios. (REsp345658/AM; rel. Min. SLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA. 4 Turma. D. J. 19.2.2002. D. P. DJ 15.04.2002, p.227RSTJ) A certido do oficial de justia tem f pblica. Improcede a simples afirmativa do ru de no ter sido citado, quando da certido do oficial consta uma assinatura, informando ainda o mesmo oficial que citara o ru (STF, RExt 85.598/RJ, 1 Turma, rel. Min. Cunha Peixoto, j. 31.9.1976, DJ 26.11.1976 Deciso: por unanimidade, no conheceram do recurso).

    ESPCIES DE CITAO

    Alguns doutrinadores dividem a citao em direta ou pessoal, indireta e ficta.

    A citao direta ou pessoal a prtica mais comum. O ru citado

    pessoalmente, principalmente se tratando de pessoa fsica, porm, nem sempre

    possvel ou conveniente a sua citao, e nesses casos autorizada a citao indireta.

    Nesta, o ru citado na pessoa de um representante legal ou de um procurador

    legalmente constitudo, devendo para tanto ter poderes expressos para receber

    citao quando se tratar de procurao.

    A citao ficta ocorre por meio da mera presuno legal (fico) que o ru

    tomou conhecimento a respeito de tal propositura, sendo pouco provvel que ele

    tenha efetivo conhecimento a respeito da ao, ou seja, caracterizada pelo fato do

    ru no ser citado pessoalmente. H duas modalidades de citao ficta: com hora

    certa (arts. 227 a 229) e por edital (arts. 231 a 233).

    Nesses casos, no comparecendo o ru para defender-se no processo, ser

    julgado revelia. Mas, com o objetivo de evitar prejuzo a sua defesa, o Cdigo de

    Processo Civil prev a nomeao de curador especial, que ser responsvel pela

    defesa do revel, uma vez que foi citado por hora certa ou por edital (art. 9, II, do CPC).

    Para o oficial de justia importante saber sobre a citao com hora certa,

    porque a por edital procedimento interno do Cartrio.

  • 29

    MODELOS DE CERTIDO DE CITAO

    a) citao pessoal ou direta:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado expedido por ordem de Vossa Excelncia, dirigi-me rua X,

    n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l estando, no dia de hoje, mais

    precisamente s 07:30 horas, CITEI o requerido Jorge das Couves, o

    qual aps ouvir a leitura do mandado e da inicial, aceitou a contraf

    que lhe ofereci e exarou o seu ciente.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao.

    b) citao pessoal ou direta - recusa de exarar o ciente:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado expedido por ordem de Vossa Excelncia, dirigi-me rua X,

    n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l estando, no dia de hoje, mais

    precisamente s 07:30 horas, CITEI o requerido Jorge das Couves, o

    qual aps ouvir a leitura do mandado e da inicial, aceitou a contraf

    que lhe ofereci e negou-se a exarar o seu ciente, alegando razes

    pessoais e que s assinaria na presena de seu advogado. Sendo assim,

    passo a descrever as caractersticas fsicas do mencionado: pela clara,

    aproximadamente 1,70 de altura, olhos claros, etc..

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao.

  • 30

    c) citao indireta:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado dirigi-me rua X, n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l

    estando, no dia de hoje, mais precisamente s 10:00 horas, CITEI o

    requerido Jorge das Couves na pessoa do seu advogado Dr. Francisco

    Pinho, o qual apresentou-se como seu procurador conforme procurao

    anexa (onde consta poderes expressos para receber citao) e aps

    ouvir a leitura do mandado e da inicial, aceitou a contraf que lhe

    ofereci e exarou o seu ciente.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao.

    d) citao de pessoa jurdica:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado dirigi-me rua X, n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l

    estando, no dia de hoje, mais precisamente s 10:00 horas, CITEI a

    empresa requerida Buscap Indstria e Comrcio Ltda na pessoa do Sr.

    Reginaldo Figueira, o qual apresentou-se como seu representante legal

    conforme cpia do contrato social anexo e aps ouvir a leitura do

    mandado e da inicial, aceitou a contraf que lhe ofereci e exarou o seu

    ciente.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao.

  • 31

    CITAO COM HORA CERTA

    Esta pode ser praticada somente por oficial de justia. utilizada quando a

    citao tradicional no puder ser concluda por malcia do ru, que se oculta

    deliberadamente para no ser citado.

    O Cdigo autoriza a citao por hora certa nos arts. 227 e 228, que forma de

    citao ficta ou presumida.

    Sua aplicao depende de dois requisitos (objetivo e subjetivo):

    A suspeita de ocultao maliciosa do ru um dos poucos casos em que o

    oficial de justia realiza juzo de valorao, porque somente ele quem possui os

    elementos para saber da inteno maliciosa do ru. Por outro lado, deve expressar

    claramente nas certides fatos que deixam evidentes a inteno do ru em se ocultar

    para evitar a citao.

    Diante dos requisitos acima (objetivo e subjetivo), o oficial dever intimar

    qualquer pessoa da famlia, ou em sua falta qualquer vizinho, que no dia imediato,

    voltar, a fim de efetuar a citao, na hora designada (art. 227 do CPC).

    Nesse caso, no h necessidade de novo despacho do juiz e nem comunicao

    prvia ao mesmo do acontecido, porque no dia e horrio marcado o oficial de justia

    retorna para efetivar a citao (art. 228 do CPC). Se encontrar o ru, far a citao

    pessoal. Caso no o encontre no local determinado, e sem que haja justificativa da sua

    ausncia, a critrio do prprio oficial, considerar o ru citado, ainda que tenha se

    ocultado em outra comarca ( 1), devendo o oficial deixar a contraf com a pessoa da

    famlia ou, se for o caso, com o vizinho, colher o seu ciente e certificar o fato no

    mandado ( 2). Para a validade do ato, indispensvel que o oficial certifique todo o

    ocorrido, especificando datas e horrios das diligncias frustradas e a suspeita de

    ocultao.

    A citao com hora certa deve ser evitada sempre que possvel, podendo ser

    utilizada quando no for ftica ou juridicamente possvel entreg-la pessoalmente,

    porque em certo aspecto pode limitar o direito de defesa do ru ou levar certa

    insegurana jurdica ao processo. Por isso, o oficial deve cumprir rigorosamente os

    comandos contidos nos artigos 227 e 228 do CPC.

  • 32

    MODELO DE CITAO COM HORA CERTA

    C E R T I D O

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao

    respeitvel mandado expedido por ordem de Vossa Excelncia, dirigi-

    me rua X, n 100 Vila Y, e l estando, nesta data, mais

    precisamente s 08:00 horas, deixei de citar Roberto Jeferino, face no

    encontr-lo pessoalmente e, segundo a sua esposa, Sra. Gertrudes, o

    mencionado havia sado e no tinha horrio para retorno. Sendo assim,

    passei a proceder novas diligncias.

    O referido por ser verdade dou f.

    Curitiba, 03 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    C E R T I D O

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao

    respeitvel mandado expedido por ordem de Vossa Excelncia, dirigi-

    me rua X, n 100 Vila Y, e l estando, nesta data, mais

    precisamente s 13:00 horas, deixei de citar Roberto Jeferino, face no

    encontr-lo pessoalmente e sua esposa, Sra. Gertrudes, informar que o

    mencionado no estava, havia sado muito cedo, no sabia o horrio do

    seu retorno e desconhecia o seu paradeiro, apesar do vizinho informar

    que havia visto o mencionado na residncia pouco antes desta

    diligncia. Sendo assim, passei a proceder novas diligncias.

    O referido por ser verdade dou f.

    Curitiba, 04 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

  • 33

    C E R T I D O

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao

    respeitvel mandado expedido por ordem de Vossa Excelncia, dirigi-

    me rua X, n 100 Vila Y, e l estando, nesta data, mais

    precisamente s 13:00 horas, deixei de citar Roberto Jeferino, face no

    encontr-lo pessoalmente e, novamente, a sua esposa, Sra. Gertrudes

    informou que o mencionado no tinha horrio para retornar, que havia

    avisado o requerido (esposo) da minha diligncia, mas ele no deu

    muita importncia e no quis marcar horrio para receber a citao.

    Assim, est claro que o requerido oculta-se deliberadamente para

    evitar a citao, inclusive sua esposa demonstrou que o esposo (ru)

    tem cincia do cumprimento do mandado supra. Nesse sentido, na

    conformidade do disposto no Art. 227 do C.P.C., designei-lhe HORA

    CERTA para amanh (06.10.06) s 13:00 horas, e INTIMEI a Sra.

    GERTRUDES JEFERINO da diligncia designada, a qual bem ciente ficou

    de que o requerido dever estar presente no dia e horrio designado

    para ser CITADO, na forma da lei.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    C E R T I D O (COM HORA CERTA)

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel mandado expedido

    por ordem de Vossa Excelncia, dirigi-me rua X, n 100 Vila Y, e l

    estando, nesta data, mais precisamente s 13:00 horas, deixei de citar

    Roberto Jeferino, face no encontr-lo pessoalmente e, novamente, a

    sua esposa, Sra. Gertrudes, informou que o mencionado no estava e

    no soube explicar as razes da sua ausncia e nem onde poderia ser

    encontrado, demonstrando claramente que o mencionado oculta-se

    deliberadamente para evitar a citao. Sendo assim, de conformidade

    com o disposto no Art. 228, 1 e 2, do C.P.C., citei o Sr. Roberto

    Jeferino na pessoa da sua esposa, Sra GERTRUDES JEFERINO, a qual,

    aps ouvir a leitura do mandado e da inicial, aceitou a contraf que lhe

  • 34

    ofereci e exarou o seu ciente.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 06 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia Cotao

    INTIMAO

    Enquanto a citao um ato mais solene, que d incio ao processo, chamando

    os demandados a participarem da relao processual, a intimao um ato mais

    informal, diz respeito aos demais atos e termos a serem realizados. O Cdigo a define

    assim: intimao o ato pelo qual se d cincia a algum dos atos e termos do

    processo, para que faa ou deixe de fazer alguma coisa (art. 234).

    Segundo Theodoro Jnior, trata-se de ato de comunicao processual da mais

    relevante importncia, pois da intimao que comeam a fluir os prazos para que as

    partes exeram os direitos e faculdades processuais (2003, p. 267)

    No cumprimento do mandado de intimao, o oficial de justia deve observar os

    mesmos requisitos e formalidades aplicveis citao.

    MODELOS DE CERTIDES DE INTIMAO

    a) intimao pessoal ou direta:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado dirigi-me rua X, n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l

    estando, no dia de hoje, mais precisamente s 07:30 horas, INTIMEI o

    requerido Roberto Zeferino, o qual aps ouvir a leitura do mandado,

    aceitou as cpias que lhe ofereci e exarou o seu ciente.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao

  • 35

    b) intimao pessoal ou direta - recusa de exarar o ciente:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado dirigi-me rua X, n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l

    estando, no dia de hoje, mais precisamente s 07:30 horas, INTIMEI o

    requerido Jorge Punhoz, o qual aps ouvir a leitura do mandado, aceitou

    as cpias que lhe ofereci e negou-se a exarar o seu ciente, alegando

    razes pessoais. Sendo assim, passo a descrever as caractersticas

    fsicas do mencionado: pela clara, aproximadamente 1,70 de altura,

    olhos claros, etc..

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao

    c) intimao indireta:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado dirigi-me rua X, n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l

    estando, no dia de hoje, mais precisamente s 10:00 horas, INTIMEI o

    requerido Jorge Punhoz na pessoa do Sr. Francisco Sardino, o qual

    apresentou-se como seu procurador conforme procurao anexa e,

    aps ouvir a leitura do mandado, aceitou as cpias que lhe ofereci e

    exarou o seu ciente.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao

  • 36

    d) intimao da pessoa jurdica:

    CERTIDO

    CERTIFICO QUE em cumprimento ao respeitvel

    mandado dirigi-me rua X, n 100 Vila Y, nesta Comarca, e l

    estando, no dia de hoje, mais precisamente s 10:00 horas, INTIMEI a

    empresa requerida Buscap Indstria e Comrcio Ltda, na pessoa do Sr.

    Francisco Sardino, o qual apresentou-se como seu representante legal

    e, aps ouvir a leitura do mandado, aceitou as cpias que lhe ofereci e

    exarou o seu ciente.

    O referido verdade e dou f.

    Curitiba, 05 de outubro de 2006.

    Oficial de Justia

    Cotao

    PRESUNO IURIS TANTUM

    Presuno o convencimento antecipado da existncia de um fato, tomando-o

    como verdade.

    Assim, os atos do oficial de justia esto revestidos da presuno relativa ou

    presuno iuris tantum, presumindo-se que todos os seus atos so verdadeiros e

    foram praticados com observncia das normas legais, at prova em contrrio, ou seja,

    a presuno iuris tantum no absoluta, mas cabe parte interessada demonstrar,

    em juzo, se inverdade o afirmado pelo oficial.

    A jurisprudncia tem sido unnime em dizer que, para invalidar o ato do oficial

    de justia, a prova juntada nos autos deve ser robusta, contundente ou inequvoca.

    No se admitem meras ilaes.

    PRESUNO IURIS TANTUM COMO INSTITUTO DA F PBLICA

    possvel perceber, no caso em estudo, que a presuno iuris tantum um

    instituto da f pblica, porque a f pblica que designa a presuno de veracidade

    dos atos do oficial de justia.

    A f pblica deve ser considerada na apreciao de qualquer ato processual,

    principalmente nos atos realizados pelo oficial de justia, porque a presuno de

  • 37

    veracidade, como consequncia da f p


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