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Pseudocolinesterase como biomarcadora da intoxicação no Sudoestes de Minas Gerais
Karina Maciel Pádua1, Maxwell Messias Ribeiro2, José de Paula Silva3, Odila Rigolin de Sá4,
Juliano Fiorelini Nunes5
1 Biomédica, Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Biólogo, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Farmacêutico, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Bióloga, Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Biólogo, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected]
Resumo: Os níveis de pseudocolinesterase permitem diagnosticar casos de intoxicações por
agrotóxico. Portanto, avaliou-se as concentrações de pseudocolinesterase em indivíduos não
expostos e expostos a agrotóxicos utilizados no agronegócio e combate de vetores para fins de
avaliação do seu potencial biomarcador. Os maiores níveis de pseudocolinesterase foram
registrados entre os grupos de trabalhadores expostos aos agrotóxicos, fator que sugere uma
possível adaptação para fins de resistência. Não houve diferença significativa (p > 0,05) nos
níveis da pseudocolinesterase em função da faixa etária dos indivíduos. Embora a
pseudocolinesterase seja o único biomarcador de intoxicações por agrotóxicos utilizado no
sudoeste de Minas Gerais, estes resultados alertam para a necessidade do uso de novos
biomarcadores.
Palavras-chave: Colinesterase plasmática; agrotóxicos, Saúde do Trabalhador.
Pseudocholinesterase as biomarker of intoxication in Southwest Minas Gerais. Abstract:
The pseudocholinesterase levels allow diagnose cases of intoxications by agrotoxic.
Therefore, we evaluated the pseudocholinesterase concentrations in people not exposed and
exposed to agrotoxics used in agribusiness and on vectors control for assessment of their
potential biomarker. The highest levels of pseudocholinesterase were recorded between
groups of workers exposed to agrotoxic. This factor suggests a possible adaptation for
resistance purposes. There was no significant difference (p> 0.05) in pseudocholinesterase
levels in due the age of the individuals. Although pseudocholinesterase is the only biomarker
of intoxication by agrotoxics in southwestern Minas Gerais, these results emphasize the need
to use new biomarkers.
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Keywords: plasmatic cholinesterase; agrotoxic, workers' Health.
Seudocolinesterasa como biomarcadora de la intoxicación en el Suroeste de Minas
Gerais. Resumen: Los niveles de seudocolinesterasa permiten diagnosticar los casos de
envenenamiento por agrotoxicos. Por lo tanto, objetivó en ese trabajo, evaluar las
concentraciones de seudocolinesterasa en sujetos no expuestos y expuestos a los agrotoxicos
utilizados en la agroindustria y en el combate de los vectores por la evaluación de su potencial
biomarcador. Los niveles más altos de seudocolinesterasa se registraron entre los grupos de
trabajadores expuestos a los pesticidas, un factor que sugiere una posible de adaptación a
efectos de resistencia. No hubo diferencia significativa (p> 0,05) en los niveles de
seudocolinesterasa en función de la edad de los individuos. Aunque seudocolinesterasa es el
único biomarcador de intoxicación por agrotoxicos utilizados en el suroeste de Minas Gerais,
estos resultados enseãn la necesidad de utilizar nuevos biomarcadores.
Palabras-clave: colinesterasa plasmática; agrotoxicos; Salud del trabajador
1 INTRODUÇÃO
O século XX caracterizou-se, entre outros aspectos, por um intenso e contínuo
processo de mudanças tecnológicas e organizacionais, que atingiram de forma contundente, o
mundo da produção, acarretando grandes transformações nas formas, nos processos e nas
relações de trabalho. A agricultura que por séculos se constituía o meio de vida dos
trabalhadores e de suas famílias, converteu-se numa atividade orientada para a produção
comercial. Essa mudança está na necessidade de alimentar um contingente populacional cada
vez maior, que segundo a Organização das Nações Unidas será de 7,9 bilhões de pessoas em
2025 (SILVA 2005; OIT 2001).
Além do desafio de atender ao crescimento da demanda mundial por alimentos, a
atividade agrícola mundial também enfrentará pressões crescentes para a redução de seu
impacto ambiental, com destaque para as questões dos desflorestamentos e de seu alto
consumo de água e de agrotóxicos (CROPLIFE 2010 apud SILVA, 2011).
O processo de produção agrícola vem passando por importantes mudanças
tecnológicas e organizacionais, para que se obtenha, entre outros aspectos, o aumento da
produtividade. Em relação às alterações tecnológicas, a primeira e importante mudança foi a
mecanização de diversas atividades agrícolas e a consequente substituição da mão-de-obra
pela maquinaria, um dos motivos do êxodo rural. A segunda mudança foi a introdução, a
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partir de 1930, dos agroquímicos no campo, em especial os agrotóxicos, intensificando-se sua
utilização a partir da Segunda Guerra Mundial. E a terceira e importante mudança é a
introdução da biotecnologia, destacando-se os organismos geneticamente modificados – os
transgênicos (ABRAMOVAY,1992 apud SILVA, 2005).
A necessidade de um modelo produtivo funda-se na chamada “revolução verde”, com
o intuito de se obter a máxima produção ao mínimo custo, utilizando recursos de mecanização
e, baseada no uso intensivo de produtos químicos, como única saída para evitar futuramente a
fome mundial (CAVALLET, 1999 apud CARNEIRO 2012).
Vários danos foram provocados por esse modelo, sendo estes responsáveis por
crescentes impactos negativos nas relações socioeconômicas e ambientais da agricultura, e na
saúde do trabalhador rural, como a de ser responsável pelo êxodo rural, a ruptura do equilíbrio
do ecossistema que depende da manutenção da diversidade biológica e das intoxicações de
trabalhadores rurais pelo uso intensivo de agrotóxicos (ABREU, 1994; SILVA et al 2005).
No Brasil, a utilização de produtos químicos, iniciou-se em campanhas de saúde
pública para combater vetores e parasitas e posteriormente foram manuseados na agricultura,
principalmente a partir da década de 1960, onde tornou-se mais evidente as ações de combate
aos vetores agrícolas. Com o passar dos anos as intoxicações por estas substâncias foram
aumentando tanto entre os trabalhadores rurais que ficam expostos, como também entre
pessoas que se contaminam através dos alimentos e água (LEITE, 2008; RECENA, 2008).
Vários foram às nomenclaturas dadas aos produtos químicos utilizados na agricultura.
O termo agrotóxico só foi introduzido no Brasil depois de muitas discussões políticas,
sindicais e da sociedade civil organizada, que discordavam do termo “defensivos agrícolas”,
que mascarava a intensidade do perigo que ofereciam para quem mantivesse contatos
esporádicos ou intermitentes com esses produtos, uma vez que podem causar riscos para a
saúde humana e para o meio ambiente. (PERES et al. 2003).
Mais do que uma simples mudança na terminologia, esse termo passa a colocar em
destaque a toxicidade destes produtos para o meio ambiente e para a saúde humana
(SIQUEIRA, KRUCE 2008).
Os termos pesticidas, praguicidas, biocidas, fitossanitários, agrotóxicos, defensivos
agrícolas, venenos, remédios expressam as várias denominações dadas a um mesmo grupo de
substâncias químicas. No presente trabalho, o termo adotado será "agrotóxico", seguindo a
definição do Decreto n.º 98.816 de 11/01/1990 do Ministério da Agricultura, que
regulamentou a Lei n.º 7.802 de 11/07/89, aborda os termos “ agrotóxicos ” no Capítulo I,
Artigo 2.º, incisos XX.
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Os agrotóxicos são várias substâncias químicas ou biológicas que atuam no controle
de alguma praga, e podem ser classificadas de acordo com a ação da natureza da praga
controlada, da estrutura química das substâncias ativas e com os efeitos à saúde humana e ao
meio ambiente, sendo genericamente classificados por pesticidas e praguicidas
(AGROFIT1998, apud PERES, 2003).
O trabalho agrícola é considerado uma das mais perigosas ocupações na atualidade.
(FARIA et al., 2007; LEITE & TORRES, 2008). Os trabalhadores rurais constituem um
grupo populacional reconhecidamente vulnerável aos efeitos danosos dos agrotóxicos na
saúde (PERES & MOREIRA, 2003). Outro grupo considerado vulnerável, são agentes que
aatuam em campanhas de saúde pública para o controle de vetores de doença, principalmente
para o controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da Dengue. (SILVA et al.,
2014).
A Organização Mundial de Saúde afirma que aproximadamente três milhões de
pessoas são intoxicadas por ano em decorrência da utilização de agrotóxicos, sendo que 70%
deste montante ocorrem em países em desenvolvimento (PERES et al., 2005). Dessas, 220
mil morrem e 750 mil adquirem doenças crônicas, como paralisias de músculos, e mudanças
psíquicas e comportamentais. Além dos prejuízos causados diretamente aos seres humanos, a
maioria dos defensivos agrícolas provocam alterações ao meio ambiente, algumas com
alcance ainda não totalmente mensurado (OMS, 2005; BAULI et al.,2007). O constante uso
de agrotóxicos tem causando elevados custos econômicos para a saúde humana e ambiental,
consequentemente ocasionando um decréscimo na economia agrícola mundial devido aos
fatores de toxicidade desses agrotóxicos. (GARCIA, 1998; ALMEIDA, 2006).
Em 2008, o Brasil assumiu o posto de maior consumidor de agrotóxicos em todo
mundo, posição antes ocupada pelos Estados Unidos. O uso de agrotóxicos é intensivo em
todo Brasil, sendo considerado um dos maiores mercados mundiais para estes produtos
(ANVISA, 2009; GALLO et al.,2012). No Brasil são utilizados vários tipos de agrotóxicos
proibidos em todo mundo, dentre esses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), proibiu o uso de 4 princípios ativos e restringiu severamente outros 19 utilizados
na fabricação de mais de 300 agrotóxicos no país.
Os agrotóxicos são liberados para o meio ambiente e, por meio de vários processos.
Três das principais classes de agrotóxicos que representam um sério problema são
organoclorados, organofosforados e carbamatos. Enquanto os agrotóxicos estão associados
com muitos efeitos a saúde, existe a dificuldade de monitoramento desses contaminantes em
indivíduos expostos a áreas de risco. Métodos cromatográficos tradicionais são eficazes para a
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análise de agrotóxicos no ambiente, mas existem limitações e dificultam o controle adequado
(FARIA et al.,2009).
A crescente preocupação sobre a poluição ambiental por agrotóxicos clorados não
degradáveis no ambiente, leva ao uso dos organofosforados e carbamatos para várias
finalidades: agricultura, pecuária, ambiente doméstico e saúde pública. Este aumento deve-se
à sua eficácia como inseticidas, assim como ao fato de que estes compostos não se acumulam
na natureza e são de decomposição relativamente rápida após a aplicação (WAISSMANN,
2007).
Estes oferecem menor risco para o meio ambiente, organofosforados (OF) e
carbamatos (CARB) - são altamente tóxicos para animais e humanos. E as intoxicações
provocadas por esses compostos têm aumentado, particularmente, nos países em
desenvolvimento. Estes agrotóxicos encontram-se sob a forma de pó, grânulos, líquidos ou
aerossóis, em diferentes concentrações de acordo com a utilização. Altas concentrações são
encontradas para uso veterinário, fitossanitário, ou aplicadores profissionais, já as baixas
concentrações são encontradas em aerossóis de uso doméstico, e em preparações líquidas em
geral as concentrações estão diluídas em hidrocarbonetos, xileno, tolueno, entre outros
(WAISSMANN, 2007).
As intoxicações do homem podem ocorrer de duas formas. A primeira está relacionada
ao organismo que absorve, numa única dose, elevada quantidade de agrotóxico, ele reage
rapidamente, indicando os sintomas, que podem ser fatais ou permanecer por certo tempo
comprometendo o indivíduo afetado. Dependendo do produto, da dose introduzida no
organismo, o estado clínico pode ser reversível, sem sequelas ao indivíduo afetado. Esse tipo
de intoxicação é denominado intoxicação aguda. Outra forma de intoxicação é a crônica, a
mais preocupante, pois não tem manifestação imediata e é resultante do acúmulo gradual do
defensivo no organismo, sendo irreversível, podendo muitas vezes favorecer o óbito
(FLORES & NEVES, 2004).
O monitoramento da toxicidade dos agrotóxicos são realizados através de
biossensores ou biomarcadores. Estes são dispositivos analíticos, capazes de fornecer em
tempo real informações qualitativas e quantitativas sobre a composição de uma amostra com
uma preparação mínima. Nas últimas duas décadas, a pesquisa na área de biossensores tem
aumentado significativamente como resultado da necessidade de uma técnica mais barata,
rápida como ferramentas analíticas (SILVANA 2006).
Desde então, vários sensores de enzimas em configurações diferentes têm sido
desenvolvidos. Entre estes biossensores, existem os baseados em enzimas colinesterase
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(AChes), que têm surgido como uma técnica ultra-sensível e seletivo para monitoramento de
toxicidade ambiental, agrícola, de alimentos ou aplicações militares.
Este monitoramento é realizado através de ensaios analíticos quantitativos. Os
inseticidas OF e CARB exercem suas ações biológicas principalmente por inibição de
enzimas. Um exemplo, é a inibição da acetilcolinesterase (AChE), enzima responsável por
degradar o neurotransmissor da acetilcolina (ACh), onde o estudo dos níveis enzimáticos é de
grande importância no controle de indivíduos expostos a esses agrotóxicos, principalmente
em trabalhadores rurais (SILVANA 2006).
O controle laboratorial da exposição ocupacional é comumente realizado pela
determinação da atividade da pseudocolinesterase no sangue (soro) desses trabalhadores, uma
vez que a análise é simples e sensível, sendo empregada como um índice biológico
satisfatório, pois sua variação é proporcional à intensidade e duração da exposição aos agentes
anticolinesterásicos (SACHER & MCPHERSON, 2002).
As análises da colinesterase podem ser realizadas nos eritrócitos e nos plasma e sua
importância vai depender do tempo de exposição. A determinação da atividade da AChE é
mais valiosa em caso de suspeita de exposição prolongada, dado que as concentrações
eritrocitárias levam mais tempo para diminuir do que as concentrações séricas da
pseudocolinesterase, e necessitam de mais tempo para normalização após a exposição e
também diminuim antes daquela encontrada nas hemácias, sendo, portanto, indicador
biológico da exposição aguda. A exposição grave usualmente reflete-se na depressão de
ambas as enzimas (RIBEIRO, 2007; FUNASA, 2001; HENRY, 2008).
A atividade da colinesterase no soro é frequentemente denominada de
pseudocolinesterase (CHS), a fim de distinguir da “verdadeira” acetilcolinesterase (AcCHS),
que é encontrada nos eritrócitos e nas terminações nervosas. A acetilcolina é a substância
transmissora liberada em uma placa motora terminal por um impulso elétrico que migra
descendentemente do nervo para o músculo. A acetilcolina se difunde da terminação nervosa
para o músculo e induz a despolarização elétrica das células musculares, com consequente
contração muscular. A acetilcolina é rapidamente degradada em acetato e colina pela ação da
AcCHS nos sítios pós-sinápticos para finalizar o processo. O insucesso ou incapacidade de
inativar a acetilcolina resulta em paralisia muscular (SACHER & MCPHERSON, 2002)
A utilização dos agrotóxicos no Brasil tem determinado um forte impacto negativo,
contaminando águas, solos e ar, causando doenças e mortes. A OMS considera que em países
em desenvolvimento como o nosso, que existem graves problemas de saúde pública, ocorre
um subregistro de casos de intoxicações por agentes químicos em geral, inclusive agrotóxicos.
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Estimam que os casos registrados de intoxicações representam somente 2% do total que
ocorrem anualmente, sendo a dificuldade em fazer diagnóstico por parte dos profissionais de
saúde, os tipos de sintomas apresentados pelos intoxicados, a dificuldade de acesso a serviços
de saúde, basicamente do setor público, e a forma de interpretação dos resultados
laboratoriais, fatores determinantes que podem explicar estes subregistros (TRAPÉ, 2003).
Desde 1978, no Brasil, a Norma Regulamentadora NR 7 - Programa de controle
médico de saúde ocupacional, da Portaria n.º 3.214, de 08/06/1978 do Ministério do Trabalho,
prevê que a periodicidade para a realização de exames em trabalhos que envolvam produtos
organofosforados e carbamatos seja, no mínimo, semestral, sendo a análise da colinesterase
eritrocitária e colinesterase plasmática exigida nestes exames, para monitorar os efeitos desses
agrotóxicos no organismo, sendo do Ministério do Trabalho, (MTE, 1997).
Segundo a Norma Regulamentadora (NR) 31, os menores de 18 anos ou maiores de 60
anos não podem manusear agrotóxicos ou produtos afins, proibição nem sempre respeitada
(MTE 2005). A NR 6 também criada em 1978 pela legislação brasileira, está relacionada ao
uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e considera este, todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar à segurança e à saúde no trabalho (MTE, 1997; MTE, 2009).
A partir desta data ficou determinado então que, o MTE fiscalizaria os ambientes e as
condições de uso destes produtos. Porém, na prática cotidiana, a cobertura apenas era parcial
do universo de trabalhadores rurais, as limitações metodológicas, materiais e de pessoal que
culminam com uma baixa eficácia das ações fiscalizatórias do MTE (Araújo 2000, apud
SILVA et al., 2005).
Com a implantação dos Centros de Controle de Intoxicações em vários estados
brasileiros, foi possível aumentar as informações toxicológicas para a população em geral
sobre os riscos dos agrotóxicos, índices de contaminação e mortalidade. As notificações dos
agravos causados pelos agrotóxicos passou a ser mais sistematizada, constituindo-se um
Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) que consolida os dados
gerados nos diversos estados do país, e é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz do
Ministério da Saúde, que publica anualmente as estatísticas de casos de intoxicação
registrados pelos Centros (FIOCRUZ/CICT, 2000). As intoxicações por produtos químicos
são registradas em diversos Sistemas de Informação, sendo os principais: Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o Sistema Nacional de Informações Toxico-
Farmacológicas (SINITOX), o Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS), o Sistema de
Informação sobre Mortalidade (SIM) e a Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). No
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entanto, a abundância de sistemas de notificação em várias estruturas governamentais parece
servir mais como obstáculo, do que facilitar uma efetiva busca ativa e vigilância sobre as
intoxicações, dificultando uma integração dos bancos de dados, onde deveria haver uma
melhor integração (FARIA et al.;2007).
O maior acesso às informações possibilita difundir, aos profissionais da saúde e à
população em geral, um maior conhecimento sobre a necessidade de proteção à saúde e da
utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) (TRAPÉ, 2011).
A eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) está
intimamente relacionada com a forma que é conduzida e a maneira em que será explicada ao
trabalhador, da importância da prevenção, proteção e controle (GARCIA, 2001).
A exposição e danos á saúde de alguns grupos de trabalhadores já vem sendo
observados há algum tempo, e este assunto ainda traz algumas polêmicas. Estudos concluíram
que, grande parte dos trabalhadores utilizavam intensamente adubos e agrotóxicos
simultaneamente. (SILVA et al., 1999; SILVA, 2000; NOVATO-SILVA et al.,2004). Entre
estes trabalhadores, havia relatos de sintomas de intoxicação, como formigamento nos
membros inferiores, epigastralgia, cefaléia, tonturas, alterações da memória e alterações do
sono (SANTOS, 2003). Mesmo havendo relatos de intoxicação entre os trabalhadores
expostos, nem sempre havia alterações laboratoriais, e, as que sofriam maior alteração, foram
as enzimas hepáticas: aumento de Gama-glutamil transferase e fosfatase alcalina e diminuição
de globulinas (SILVA et al., 1999; SILVA, 2000).
A colinesterase plasmática, que é um método de análise de intoxicação, nem sempre
sofriam alteração. Constatou-se apenas, uma pequena diminuição, atestando assim, limitações
de suas dosagens como indicador de intoxicação, reforçando a importância de biomarcadores
mais sensíveis (SILVA, 2005).
Outro dado a ser analisado sobre a utilização da colinesterases como indicadores da
exposição aos anticolinesterásicos, se refere aos valores de referência utilizados e ao
desconhecimento do comportamento destes indicadores quando inibidos. Os valores de
referência usualmente utilizados são construídos através da determinação das atividades
médias destas enzimas em populações não expostas nacionalmente (SILVA et al ., 2005).
Desde a década de 1980, ocorreram no Brasil profundas mudanças no sistema público
de saúde. Desde a criação do SUS, a descentralização de ações e municipalização da saúde
vem sendo almejadas (BRASIL, 2011). Segundo a Lei nº 8.080/90, art.6, passou a ser do SUS
a normatização, fiscalização e controle dos fatores que apresentam riscos à Saúde do
Trabalhador (BRASIL, 1990). Porém estas ações ainda não foram incorporadas nas rotinas
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dos serviços dos municípios. Neste sentido, a Resolução nº 3.152/2012 da Secretaria Estadual
de Saúde, do Estado de Minas Gerais, institui um Projeto de Fortalecimento da Vigilância em
Saúde (PFVS), visando esta descentralização e estimulando e auxiliando os municípios a
realizarem ações permanentes que garantam a integridade da saúde do trabalhador (MINAS
GERAIS, 2012). Uma outra ação, vinculada ao SUS, segundo o Decreto nº 7.508/2011, é a
responsabilidade de auxiliar na organização, gestão e alimentação dos bancos de dados do SIS
(BRASIL, 2011).
Minas Gerais é um estado essencialmente agrícola, um dos principais pólos do
agronegócio em nosso país. Na Região de Passos, a economia é voltada principalmente para o
agronegócio(IEF, 2011).
Desta forma, os benefícios deste estudo, estão associados ao melhor entendimento da
técnica utilizada nos exames, para determinação de um biomarcador seguro, assim como a
possibilidade de apontar as atividades com maior risco à saúde dos indivíduos nela inseridos,
identificando os grupos mais suscetíveis, bem como contribuir com o conhecimento do tema
na região, nutrindo os bancos de dados do SUS com os dados obtidos
Portanto objetivou-se com esse estudo as concentrações de Colinesterase Plasmática
de indivíduos não expostos e expostos a agrotóxicos utilizados no agronegócio e combate de
vetores, para fim de avaliação do seu potencial biomarcador.
Trata-se de uma pesquisa descritiva quantitativa e documental que foi realizada com o
objetivo de avaliar a concentrações de colinesterase plasmática em trabalhadores expostos a
agronegócio e os que atuam em campanhas sanitárias, no combate a vetores e não expostos
(grupo controle).
A amostragem não probabilística intencional do estudo foi composta por 102
trabalhadores rurais da produção de grãos (soja, milho e feijão), 106 trabalhadores rurais da
produção de cana-de-açúcar, 61 trabalhadores do controle de vetores (todos expostos a vários
tipos de agrotóxicos) e 57 indivíduos não expostos diretamente, utilizados como grupo
controle. Os critérios de inclusão para participação no estudo são: indivíduos do sexo
masculino, que se encontram na faixa etária de 18 a 65 anos. A escolha do sexo masculino foi
determinada, devido os resultados de colinesterase plasmática em mulheres, sofrer alterações
hormonais e pelo uso de contraceptivos que interferem na análise. A faixa etária selecionada
está relacionada com o período produtivo do trabalhador.
O estudo foi realizado na Região de Passos, município brasileiro localizado no interior
do estado de Minas Gerais, na Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas. A Região se destaca
como pólo regional, possuindo uma economia baseada principalmente na agropecuária (cana,
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café, milho, gado de corte e de leite, avicultura de corte e de postura, suinocultura) e no
agronegócio (açúcar, álcool, fermento, laticínios).
O processo de seleção dos participantes iniciou após a submissão do projeto no comitê
de ética da UEMG – unidade Passos, através da Plataforma Brasil e foi aprovado com o
CAAE 50611815.8.0000.5112 (Anexo A).
Para a obtenção dos dados, solicitou-se a relação de usuários que tenham realizado
exames de colinesterase plasmática nos últimos quatro (4) anos, no laboratório MEDLAB –
Medicina Laboratorial, tendo como responsável técnica Karina Maciel Pádua. Os sujeitos do
estudo foram separados por ramo de atividade, grãos e cana-de-açúcar, e funcionários da
Prefeitura Municipal de Passos, Departamento de Vigilância Ambiental que atuam no
controle de vetores, ambos no período de fevereiro de 2011 a fevereiro de 2015, onde todos os
responsáveis autorizou o uso de banco de dados para pesquisa.
A coleta dos dados dos tipos de agrotóxico utilizados no agronegócio, foi realizada
através de visitas “in loco”, nas fazendas que utilizavam o laboratório, sendo os mesmos
expostos a onze tipos de agrotóxicos, nas suas atividades e para os que atuavam em
campanhas sanitárias foi feita uma pesquisa em manuais da ANVISA.
A metodologia utilizada para medir a atividade da colinesterase em sangue total,
eritrócitos ou plasma, é o ensaio enzimático descrito por Ellman et al. (1961) (ELLMAN et
al., 1961 apud SILVA et al., 2001). Os Valores de referência nacional para homens são de
4620 até 11500 U/L. Os Valores abaixo da referência, sugerem possíveis intoxicações por
agrotóxicos.
A compilação e organização dos dados se deu pela construção de planilhas, usando o
programa Excel for Windows versão 2000 e programa software GraphPad Prism versão 5.0.
Considerou-se a presença de significância estatística quando observado um valor de P < 0,05
nas análises realizadas. Avaliou-se a existência de alteração da concentração de colinesterase
plasmática com variação da idade e atividade desenvolvida. Para isso, utilizaremos -Teste de
Normalidade (Kolmogorov-Smirnov) -Teste de análise de variância não paramétrico Kruskal-
Wallis e teste a posteriori de Dunnett para comparação entre os grupos de tratamento e o
controle, e teste de Dunn para comparação par a par entre os tratamentos -Teste de Correlação
não paramétrico de Spearman.(Rho).
Foram analisadas as concentrações séricas de colinesterase de 326 indivíduos na
região de Passos, MG, com a idade entre 18 a 65 anos, todos do sexo masculino, expostos e
não expostos diretamente a algum tipo de agrotóxico e de diferentes ramos de atividade.
Nossos resultados demonstram que em relação ao grupo controle, os demais trabalhadores
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independente da idade e/ou da sua ocupação apresentavam valores máximo da concentração
de colinesterase maiores, embora sem significância estatística.
Em relação aos níveis de colinesterase plasmática nos indivíduos avaliados nesse
estudo, observamos que os trabalhadores que atuam na produção de grãos apresentaram
valores maiores que os demais grupos estudados (figura 1), embora não significativo. E os
trabalhadores que atuavam no cultivo de cana-de-açúcar e/ou atuavam no controle de vetores
tinha valores maiores que os do grupo controle, embora com significância menor que os
indivíduos que atuavam na produção de grãos.
A média dos níveis séricos de colinesterase demonstraram que, os trabalhadores rurais
que atuam na cultura de grãos têm maiores valores de colinesterase U/L maiores e
significativamente diferente (p< 0,05), quando comparado com o grupo controle (não
exposto). Os demais grupos de trabalhadores expostos a substâncias tóxicas também tiveram
seus valores séricos de colinesterase maiores do que os indivíduos não expostos.
Entre os grupos expostos não houve diferença significativa (p< 0,05), em relação a
concentração sérica de colinesterase. Para tal foi realizado teste de Kruskal-Wallis com o
valor de 16,003, grau de liberdade 3, onde o valor do P foi 0,001, sendo expresso em
(**)muito significante entre cada grupo de trabalhadores expostos em relação ao grupo
controle. De acordo com a análise estatística todos os grupos de expostos foram
significativamente diferentes em relação ao grupo controle, sendo a média da concentração de
colinesterase sérica, maior nos grupos, em relação ao grupo controle, cujas medianas e níveis
de significância estão representados na figura 1.
Há muitas décadas os valores de colinesterase plasmática/sérica têm sido inferidos
como um dos parâmetros para avaliar o risco tóxico em indivíduos que trabalham com
agrotóxicos (Siqueira et al, 1978).
Segundo MELLO, 2009, em um estudo sobre os fatores associados à intoxicação por
agrotóxicos, observou que muitas vezes, os trabalhadores relataram apresentar os sintomas no
período inicial da atividade laboral e logo, uma tendência de assimilação ou adaptação a essa
exposição, produzindo um estado de tolerância relativa.
Os resultados, da análise de 326 indivíduos expostos ou não a agrotóxicos demonstrou
que, os níveis séricos de colinesterase em todos os grupos de trabalhadores que atuam na
agricultura de grãos, cana-de-açúcar e controle de vetores têm maiores valores de
colinesterase sérica, quando comparado com o grupo controle (não exposto) (Figura 1). Entre
os grupos expostos não houve diferença significativa em relação à concentração sérica de
colinesterase (Figura 1), sugerindo uma resistência do organismo humano exposto
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continuamente a agrotóxicos entre os indivíduos avaliados nesse trabalho. Um outro fator,
segundo LINARES et al (2005) é a especificidade menor da enzima colinesterase plasmática
em relação a eritrocitária, afirmando mais ainda a idéia de intoxicações de caráter não recente
ou mais provavelmente de exposições sucessivas a doses baixas de agrotóxicos, reforçando
que a melhor a colinesterase plasmática não é a melhor técnica para intoxicações crônicas.
A investigação das alterações da atividade enzimáticas indicou inibição mínima da
colinesterase plasmática, nos exames realizados, sendo quase a totalidade com valores
normais. Esse resultado poderia inicialmente supor uma baixa exposição aos carbamatos e
organofosforados, mais não foi o que aconteceu. Conforme Yonamine (2005), nas
intoxicações crônicas, por agrotóxicos, o quadro clínico é indefinido e o diagnóstico difícil de
ser estabelecido, sendo necessário o uso de exames complementares para confirmar o
diagnóstico. ALMEIDA, BAGGIO (2008), sugere as enzimas hepáticas aspartato
aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), gama-glutamil transferase (γ-GT),
fosfatase alcalina (FA) como um bom norteador para se identificar possíveis intoxicações
crônicas além da colinesterase plasmática.
Figura 1: Representativo dos níveis séricos de concentração de colinesterase por U/L em
indivíduos não expostos (controle) e expostos a agrotóxicos (cana, grãos e agentes), n=326.
Controle Cana Graõs Agentes5000
7500
10000
12500
Média (± desvio) para ACeH* *** *
Os níveis de significância estão apresentados como valores onde ***p<0,0001, * p<0,05 sendo o símbolo *
quando comparados ao grupo controle. Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
O quadro 1 indica os diferentes tipos de agrotóxicos utilizados no cultivo de grãos e
cana de açúcar. O quadro representa os dados de 11 produtos utilizados na agricultura local,
classificados como agrotóxico pelo Ministério da Agricultura de acordo com a classe
toxicológica e o seu potencial de periculosidade ambiental. Em relação à classe toxicológica,
estão classificados em I (altamente tóxico), II (muito tóxico), III (tóxico) e IV (pouco tóxico).
13
Nossos dados demonstram que, 27% dos agrotóxicos utilizados são classificados como
altamente tóxico (I), 18% são classificados como muito tóxico (II), 37% são classificados
como tóxico (III) e 18% são classificados como tóxico (IV) (figura 1). Em relação ao
potencial de periculosidade ambiental, estão classificados em I (altamente perigoso), II (muito
perigoso), III (perigoso), IV (baixo perigo) (figura 2). Nossos dados demonstram que 18% são
classificados como altamente perigosos (I), 37% são classificados como muito perigosos (II),
45% são classificados como perigosos (III) e 0% são classificados como baixo perigo (IV)
(figura 1).
De acordo com alguns autores (Faria et al, 2004 e Delgado et al, 2004) as estimativas
de intoxicações por trabalhadores demonstra variações na prevalência cumulativa dos
diferentes produtos em diferentes regiões do país, sendo considerado como um dos
parâmetros, os valores de colinesterase plasmática ou sérica. Desse modo, ressaltamos a
importância de verificar em nossa região os valores de colinesterase nesses indivíduos e de
determinar um valor de referência local.
Quadro 1 - Análise dos 11 agrotóxicos utilizados no cultivo de grãos e cana de açúcar na
região de Passos, MG, princípio ativo, classes de uso, grupo químico e classificação
toxicológica e periculosidade ambiental. Princípio Classe de uso Grupo Químico Classe
Toxicológica
Potencial de
Periculosidade
Ambiental
2, 4DIMETILAMINA HERBICIDA FENOXIACÉTICOS I I
ATRAZINA HERBICIDA GLIFOSATO III III
CARFENTRAZONA
ETÍLICA
HERBICIDA TRIAZOLONA II II
METOMIL INSETICIDA/ACARICIDA CARBAMATOS I II
BIFENTRINA +
CARBOSULFANO
INSETICIDA/ACARICIDA PIRETROIDE II I
GLIFOSATO HERBICIDA GLIFOSATO III III
PARAQUAT HERBICIDA GRAMOXONE I II
ACEFATO INSETICIDA/ACARICIDA ORGANOSFOSFORADO IV III
CLORFENAPIR INSETICIDA/ACARICIDA ANÁLOGO DE PIRAZOL III II
CARBENDAZIM FUNGICIDA BENZIMIDAZOL III III
IMAZETAPIR HERBICIDA IMAZETAPIR IV III
Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
14
Figura 3: Classe toxicológica dos 11 Tipos de agrotóxicos utilizados no cultivo de grãos e
cana de açúcar na região de Passos, MG.
27%
18%37%
18%
I - altamente tóxicoII - muito tóxicoIII - tóxicoIV - pouco tóxico
Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
Observa-se que na figura 3 que os agrotóxicos da classe III, são classificados como tóxico e
foram de 37%.
Figura 4: Potencial de periculosidade ambiental dos 11 Tipos de agrotóxicos utilizados no
cultivo de grãos e cana de açúcar na região de Passos, MG.
18%
37%
45% I - Altamente perigososII - Muito perigosoIII - PerigosoIV - Baixo Perigo
Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
O quadro 2 indica os diferentes tipos de agrotóxicos utilizados no controle de vetores.
O quadro 3 apresenta os dados de 6 produtos utilizados no controle de vetores local,
classificados como agrotóxico pelo Ministério da Agricultura de acordo com a classe
toxicológica e o seu potencial de periculosidade ambiental. Em relação à classe toxicológica,
estão classificados em I (altamente tóxico), II (muito tóxico), III (tóxico) e IV (pouco tóxico).
Nossos dados demonstram que, 16,6% dos agrotóxicos utilizados são classificados como
altamente tóxico (I) 50%, são classificados como muito tóxico (II), 16,6% são classificados
como tóxico (III) e 16,6% são classificados como tóxico (IV) (figura 3). Em relação ao
potencial de periculosidade ambiental, estão classificados em I (altamente perigoso), II (muito
perigoso), III (perigoso), IV (baixo perigo) (figura 3). Nossos dados demonstram que 66,6%
15
são classificados como muito perigosos (II), 33,3% são classificados como perigosos (III) e
0% são classificados como baixo perigo (IV) (figura 3).
De um modo geral predominou o maior índice de utilização dos organofosforados,
seguidos de piretróides, carbamatose outros diversos, em ambas as atividades (agronegócio e
controle de vetores). Nossos dados corroboram com o estudo realizado por JACOBSON et
al.,(2009) que verificaram que os agrotóxicos mais utilizados na região do estudo são muito
tóxicos e com alta periculosidade ambiental, para a exposição humana, entre eles os
organofosforados e carbamatos. MELLO (2013), ainda afirma que sem o entendimento sobre
os efeitos específicos dos agrotóxicos à saúde do trabalhador, torna-se difícil mensurar os
níveis e tempo de exposição, desconhecida a toxicidade das diversas misturas, além da
presença de inúmeros fatores de risco genéticos, ambientais e de estilo de vida, porque é
variada a sua forma de utilização. Com os resultados do nosso trabalho, fica mais fácil ter
uma noção dos riscos em que os trabalhadores da Região de Passos, que atuam em diversas
atividades (Agronegócio e combate de Vetores), estão expostos, pois foi determinando a
identificação dos agrotóxicos utilizados e seus possíveis danos ao organismo.
QUADRO 3. Produtos utilizados em Campanhas Sanitárias no controle de vetores por
trabalhadores do Departamento de Vigilância Ambiental, na região de Passos, MG. Princípio
ativo, classes de uso, grupo químico e classificação toxicológica e periculosidade ambiental. PRINCÍPIO CLASSE DE
USO
GRUPO QUÍMICO CLASSE
TOXICOLÓGICA
POTENCIAL DE
PERICULOSIDADE
AMBIENTAL
MALATIONA INSETICIDA ORGANOFOSFORADOS II II
CIPERMETRINA INSETICIDA PIRETRÓIDE I II
FENITROTIONA INSETICIDA ORGANOFOSFORADOS II II
CARBARIL INSETICIDA CARBAMATOS II III
TEMEFÓS INSETICIDA ORGANOFOSFORADO III III
DELTAMETRINA INSETICIDA PIRETOIDE IV II
Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
Figura 5 - Classe toxicológica dos agrotóxicos utilizados no controle de vetores na região de
Passos, MG. Representativo da porcentagem (%) dos níveis de toxicidade.
16
16,6%
50%
16,6%
16,6%Classe I - Altamente tóxicoClasse II - Muito TóxicoClasse III - TóxicoClasse IV - Pouco tóxico
Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
Figura 6 - Classe toxicológica dos agrotóxicos utilizados no controle de vetores na região de
Passos, MG. Representativo da porcentagem (%) dos níveis de periculosidade ambiental
66,6%
33,3%I - Altamente PerigosoII - Muito perigosoIII - PerigosoIV - Baixo Perigo
Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
Ao determinar as concentrações séricas de colinesterase dos 326 indivíduos na região
de Passos, MG, expostos a agrotóxicos, que atuavam em agricultura de cana-de-açúcar e
grãos e os agentes sanitários de controle de vetores e o grupo de não expostos diretamente, os
dados obtidos foram utilizando a CORRELAÇÃO DE SPEARMAN como ferramenta
estatística. Nossos dados são semelhantes aos de Jacobson et al., (2009) que demonstraram
que a maior parte da população exposta aos agrotóxicos era do sexo masculino com idade
entre 18 e 34 anos (figura 7).
Os níveis séricos de colinesterase U/L, correlacionados com a idade dos indivíduos
demonstram que, não houve uma diferença das concentrações (p=0,569) em trabalhadores
(expostos) que atuam na agricultura de grãos, cana-de-açúcar e no combate de vetores,
quando comparados com o grupo controle (não exposto), o que revela que o fator idade não
teve interferência nos resultados de nossas amostras (Figura 7).
17
Figura 7 – Matriz de Correlação Geral - Correlação De Spearman
Idade - AChE Rhô Valor p
-0,0316 0,569
No Brasil o uso de agrotóxicos tem sido utilizado por décadas e seus reais efeitos nos
indivíduos que manipulam e os efeitos ambientais não são claramente determinados. Devido a
isso, estudos que possam contribuir para determinar e avaliar parâmetros envolvidos nos
marcadores bioquímicos e classificação dos agrotóxicos por diferentes classes de
trabalhadores são de grande importância para a saúde pública local.
Um dos maiores problemas que classifica o Brasil como país de baixo índice de
mortalidade para envenenamento causado por agrotóxico, apesar de ser o maior consumidor
no mundo, possivelmente ocorre devido à subnotificação de registros de intoxicação em
algumas regiões ser insuficiente, como demonstra a literatura (OLIVEIRA ET AL, 2003;
KOH & JEYARATNAM, 1996).
Segundo CERQUEIRA (2010), seria a automedicação, após exposição ocupacional,
que favorece a terapêuticas errôneas agravando ainda mais os danos provocados à saúde pelos
agrotóxicos. Tratamentos paliativos apenas retardam ou agravam os problemas por exposição
aos agrotóxicos, sendo o tratamento médico a medida mais eficaz para as intoxicações de
exposições ocupacionais.
De acordo com VASCONCELOS (2014). O fator idade pode ocasionar um grave
problema de saúde a trabalhadores que ficam expostos a estes agentes químicos (agrotóxicos),
pois jovens e idosos estão mais suscetíveis ao adoecimento.
IDADE
6000 10000 14000
2030
4050
6070
20 30 40 50 60 70
6000
10000
14000
-0.065
(0.24)
AChE
18
Nossos resultados demonstraram que as concentrações dos níveis séricos de
colinesterase (U/L), em trabalhadores expostos na atividades do agronegócio e os que atuam
em campanhas sanitárias no combate a vetores, não variaram com o fator idade, quando
comparados ao grupo não exposto controle. Nossos dados demonstram que, o agrotóxico pode
causar danos que independente da idade. As concentrações de colinesterase plasmática
poderia se mostrar alterado devido ao tempo de exposição dos trabalhadores ao agrotóxico e o
seu grau de toxicidade e periculosidade, mais não com relação a idade (figura 9).
A exposição continuada de organofosforados, carbamatos entre outros e o alto poder
tóxico desses agentes, levam a inúmeras e graves intoxicações, e ainda é uma realidade
observada em na Região de Passos e nem sempre vem a ser confirmada, devido às limitações
recorrentes da escolha da colinesterase sérica ou plasmática, como único método para
detecção das mesmas. Infelizmente não existe uma política efetiva, de controle e fiscalização
que verifiquem os reais riscos que estes trabalhadores estão sujeitos. A prevalência de
trabalhadores maiores de 60 anos e que continuam atuando em contato com os agrotóxicos,
também fazem parte da realidade desta região, mesmo sendo proibidos pela Lei. Assim, novos
estudo precisam ser realizados, a fim de compreender o verdadeiro efeito e por quais vias
metabólicas os agrotóxicos interferem nos níveis de colinesterase plasmática nesses
trabalhadores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
As três das principais classes de agrotóxicos que representam um sério problema são
organoclorados, organofosforados e carbamatos. Enquanto os agrotóxicos estão associados
com muitos efeitos a saúde, existe a dificuldade de monitoramento desses contaminantes em
indivíduos expostos a áreas de risco.
Apesar da literatura confirmar um elevado sub-registro nos acidentes de trabalho, as
intoxicações observadas são em parte, consequências da própria atividade laboral, em que o
trabalhador está envolvido e de uma maior exposição direta aos agrotóxicos e não diretamente
consequência da idade, desmitificando a idade como fator de risco, embora o grupo dos
sujeitos com 65 anos não atende a norma reguladora (NR 31).
A colinesterase é o único biomarcador tanto para os trabalhadores da zona rural que
atuam no agronegócio (Grãos e Cana-de-açúcar) quanto os que atuam no controle de vetores
na região de Passos (MG), que são expostos diariamente aos agrotóxicos sendo os
organofosforados e carbamatos, os mais utilizados, sendo essas classes de agrotóxicos
altamente tóxicos, para seres humanos e para o meio ambiente. e se fez insuficiente para a real
determinação da intoxicação nos sujeitos do estudo.
19
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