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CONTEÚDO

Prefácio vii

PARTE UMIntrodução 1

1. Entendendo o Cristianismo 3 2. Entendendo a Fé 13

PARTE DOISEntendendo a Doutrina da Bíblia 23

3. Revelação 25 4. Inspiração 33 5. Inerrância e Canonicidade 45 6. Como Interpretar a Bíblia 55

PARTE TRÊSEntendendo a Doutrina de Deus 63

7. Quem é Deus 65 8. Os Atributos de Deus 73 9. A Lei de Deus 81 10. A Obra de Deus 9111. A Trindade 10112. O Pai 109 13. Os Nomes de Deus 115

PARTE QUATROEntendendo a Doutrina de Cristo 123

14. A Preexistência de Cristo 125 15. Os Ofícios de Cristo 133 16. Nascido de uma Virgem 139 17. Como Cristo Tornou-se Homem 147 18. A Perfeição de Cristo 155 19. A Morte de Jesus Cristo 163


20. A Expiação 171 21. A Ressurreição 179 22. A Ascensão de Cristo 187 23. O Ministério Presente de Jesus Cristo 195

PARTE CINCOEntendendo a Doutrina do Espírito Santo 203

24. A Pessoa do Espírito Santo 20525. O Ministério Presente do Espírito Santo 213

PARTE SEISEntendendo a Doutrina do Homem 221

26. A Natureza do Homem 223 27. A Liberdade do Homem 231 28. A Personalidade do Homem 239 29. A Queda do Homem 247 30. A Natureza do Pecado 255

PARTE SETE Entendendo a Doutrina da Salvação 263

31. Conversão e Regeneração 265 32. Nossa Posição 275

PARTE OITOEntendendo a Doutrina dos Anjos 283

33. A Natureza dos Anjos 285 34. As Obras dos Anjos 295

PARTE NOVE Entendendo a Doutrina de Satanás 303

35. A Natureza de Satanás 305 36. As Obras de Satanás 313

PARTE DEZEntendendo a Doutrina dos Demônios 321

37. Os Demônios 323 38. A Atividade Demoníaca 329

CONTEÚDOiv


PARTE ONZEEntendendo a Doutrina da Igreja 337

39. A Natureza da Igreja 339 40. Os Membros da Igreja 347 41. Os Objetivos da Igreja 357 42. A Liderança da Igreja 365 43. O Governo da Igreja 373 44. As Ordenanças da Igreja 383

PARTE DOZEEntendendo a Doutrina das Últimas Coisas 391

45. A Natureza da Profecia 393 46. Os Sinais dos Tempos 40147. O Arrebatamento 40948. A Tribulação 415 49. O Milênio 423 50. Os Julgamentos 43151. A Morada Eterna do Não Salvo 439 52. A Morada Eterna do Salvo 447

CONTEÚDO v


PREFÁCIO

De acordo com a minha pesquisa sobre o crescimento da igreja, eu desco-bri que a maior necessidade do currículo de educação cristã no século XXI é a doutrina bíblica escrita na língua do povo. Visto que um pesquisador deve confiar nas descobertas de suas explorações, decidi escrever um livro sobre doutrina bíblica direcionado para a maioria dos cristãos. Além disso, me especializei em Teologia no seminário e ensinei esta disciplina por mais de vinte anos. Então, um livro sobre doutrinas bíblicas me concedeu a oportu-nidade de colocar os resultados do meu estudo no papel.

Em primeiro lugar, eu decidi direcionar os meus escritos para os estudan-tes contemporâneos da Bíblia, e não para teólogos. Isso significava que eu teria de lidar com questões sofisticadas e complicadas que assolam os cris-tãos da atualidade, sem me prender em tangentes eclesiásticas ou relacionar as minhas próprias questões discutidas nos seminários. Eu acredito que este seja um livro simples de ser entendido, já que tento explorar a incompreensí-vel natureza de Deus. É ainda verdade que “A verdade profunda é descoberta em uma simples expressão.”

Em segundo lugar, eu usei palavras teológicas selecionadas, mas tentei interpretá-las para a maioria não especialista no assunto provendo um “pano de fundo” bíblico, resultando em uma definição. Quando os leitores sabem termos teológicos corretos, eles têm uma base para compreender a doutrina em questão.

Em terceiro lugar, eu tentei elaborar um livro prático. Por muitas vezes, ouvi dizer que a Teologia nos impede de ganhar almas para Cristo. Além dis-so, dizem que a Teologia pode ser verdade na sala de aula, mas não funciona na igreja. Eu discordo de ambos os termos. Se a doutrina é verdadeiramen-te bíblica, ela irá motivar os estudantes a ganhar almas para Jesus Cristo, e também, se a doutrina for apresentada corretamente em sala de aula, será completamente prática para a igreja. Como resultado, eu tentei finalizar cada capítulo com uma seção prática, aplicando a lição à vida.

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Este livro é adaptável para uso em salas de aula, escolas bíblicas domini-cais e até mesmo em células de estudo bíblico em casa. Há cinquenta e dois capítulos, um para cada semana do ano. Existe sugestão de leitura bíblica di-ária no final de cada capítulo para que os estudantes mais comprometidos possam abranger cada doutrina em sua leitura devocional diária em um ano.

Finalmente, o crédito deve ser dado a dois de meus alunos do Liberty Baptist Seminary pelas suas contribuições para este manuscrito. É pura coin-cidência os dois serem do Canadá, mas este fato só reforça a minha admira-ção pelo sistema educacional deste país. O Sr. Douglas Porter trabalhou na pesquisa e composição, enquanto a Srta. Margaret Barr digitou e redigitou o manuscrito. A Sra. Marie Chapman leu o texto criticamente a fim de fortale-cer a sua contribuição.

Que Deus use este livro para o propósito pretendido.

Elmer L. Towns

PREFÁCIOviii


PA R T E

U M

Introdução


ENTENDENDO O CRISTIANISMO

... E em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.

– ATOS 11:26

INTRODUÇÃOAlguém disse: “O cristianismo é Jesus Cristo.” Esta resposta embrionária é uma descrição adequada, mas o problema é que muitas pessoas não enten-dem quem é Jesus Cristo. A concepção popular de Cristo não está sempre correta. Mesmo nas Escrituras, os indivíduos nem sempre entendiam exata-mente Cristo. Para ilustrar, observe os dois discípulos no caminho de Emaús na tarde do primeiro domingo de Páscoa. Eles achavam que conheciam Cris-to e estavam até mesmo discutindo sobre a morte, o sepultamento e a ressur-reição de Jesus. Mas eles estavam errados em seu entendimento sobre Ele. Quando Jesus se juntou a eles e falou com eles, eles não O reconheceram porque seus olhos ficaram cegos pela incredulidade (Lc. 24: 16, 31).

Estes eram seus discípulos que agora estavam perplexos com os aconte-cimentos daquela manhã. Eles ouviram relatos de que alguém roubara o Seu corpo ou que Ele desaparecera. Obviamente, estes dois discípulos tinham necessidades espirituais aparentes, assim como muitos na atualidade têm ne-cessidades. A forma como Jesus supriu as necessidades deles é, então, uma indicação de como Ele supre as necessidades hoje.

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DOUTRINAS BÍBLICAS4

Jesus começou a ensinar a estes dois discípulos a partir dos primeiros li-vros da Bíblia (a Lei) e inspecionou a história do Antigo Testamento até os últimos livros (os Profetas). Alguns podem pensar que Jesus os confortou com um Salmo ou um desafio devocional. Em vez disso, ele supriu suas ne-cessidades ao estabelecer o ponto fundamental do ensino bíblico. “Explicou--lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras” (Lc. 24:27). A base de Seu ministério para eles era a doutrina. O verbo para “ensinamento” tem a mesma origem da palavra “doutrina”.

A igreja tem o mesmo mandato hoje; nossa vida e ministério devem estar baseados na sã doutrina. No entanto, a maioria das pessoas tem medo da pa-lavra “doutrina”. O mundo acha que a doutrina é inadequada e irrelevante ou está escondida em livros antigos de Teologia. No entanto, a doutrina bíblica está tão viva quanto um novo convertido em Cristo, e é tão prática quanto o crescimento em uma escola dominical e tão prazerosa quanto ler um texto favorito.

A doutrina cristã é semelhante a um alicate numa caixa de ferramentas – ela está lá para consertar algo. Aqueles que só mantêm o alicate brilhando são semelhantes ao teólogo que está sempre aperfeiçoando sua doutrina, mas não a aplica de fato à sua vida ou ao seu ministério. Outros negam a ilus-tração “doutrina-alicate” dizendo: “Este sermão é bom na teoria [doutrina], mas nunca funcionará na vida real.” Eles estão errados. Quando a verdadeira doutrina toca a vida de uma pessoa, ela é sempre prática.

A Bíblia e a doutrina caminham de mãos dadas com o cristianismo práti-co. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreen-são, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Tm. 3: 16, 17). No entanto, o propósito da doutrina bíblica é a comunicação do Evangelho para as pessoas que necessitam. A primeira seção deste capítulo abordará o se-guinte tópico: Qual é o ponto de necessidade do homem? O segundo tópico nesta seção é: O que é comunicação? A terceira seção: O que é o Evangelho? As respostas para essas perguntas formulam a necessidade e funcionamento da doutrina.

A DOUTRINA CRISTÃ FALA AO PONTO DA NECESSIDADE

Toda doutrina começa com Deus e tem a sua eterna existência em Deus, mas não havia necessidade de doutrina até Deus criar o homem. Assim que


ENTENDENDO O CRISTIANISMO 5

o homem foi criado, houve essa necessidade. O homem foi feito à imagem de Deus, o que significa que dentre outras coisas ele tinha a habilidade para pensar. A sua habilidade intelectual reflete os processos do pensamento de Deus. O homem também tinha emoções, já que ele conseguia se expressar, no mínimo, nos sentimentos de amor e ódio. Finalmente, o homem era um ser de vontade que podia decidir seu próprio destino. No entanto, quando Satanás veio e tentou: “E vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”, o homem, que tinha habilidade para fazer uma escolha moral, caiu no pecado. O pecado produziu a maior necessidade no homem e a doutrina é o canal pelo qual Deus disse como Ele supriria esta necessidade.

O homem separou-se de Deus. Não só Adão e Eva, mas todos daquele mo-mento em diante foram excluídos da presença de Deus. As Escrituras ensi-nam: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm. 3:23). Isso inclui todos os que nasceram da linhagem de Adão e Eva, já que “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pe-cado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm. 5:12).

O pecado do homem está classificado em três aspectos. Primeiro, qual-quer coisa menor que a perfeita santidade de Deus é pecado. O pecado é semelhante a uma flecha que se desvia do alvo, não alcançando o padrão perfeito. No entanto, nenhuma pessoa nascida no mundo está à altura dos perfeitos padrões de Deus.

A rebelião é o segundo aspecto do pecado, geralmente traduzido como “transgressão”. O pecado é o descumprimento da lei de Deus, de forma cons-ciente ou inconsciente. Deus condena o culto a ídolos, mas o homem peca quando adora uma estátua de madeira ou algo que seja mais precioso para ele do que Deus. Desta forma, ele transgride o mandamento de Deus.

O terceiro aspecto do pecado é a maldade inata ou impureza moral. Isso é descrito como imundície e sujeira e é abominado por Deus, que é puro e santo.

O resultado do pecado é que ele cega aquele que o pratica (2 Co. 4:3,4; Ef. 4:17). Geralmente, o homem não reconhece que é um pecador e que está longe de Deus. No entanto, o pecador precisa ouvir o Evangelho no ponto exato da sua necessidade, para revelá-lo que ele é um pecador.

O homem torna-se seu próprio ponto de referência. Quando Satanás prometeu a Eva: “Vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal” (Gn. 3:5), ele cumpriu esta promessa. Como resultado, todo homem hoje tem o seu próprio padrão de medida. Cada homem, hoje, se tornou o foco do círculo no qual está



inserido. Um homem sábio observou certa vez: “Há um pouco de divindade em todos nós.” Com isso ele quer dizer que todo homem justifica suas próprias razões e acha que tudo o que faz é perfeito, ou pelo menos, quase perfeito.

A Queda do homem gerou uma reviravolta. Ao invés do homem reconhe-cer Deus sobre o trono, o homem se senta lá, e com ignorância suprema vem usurpando o lugar de Deus. A doutrina ensina ao homem que Deus deve ser reconhecido sobre o trono e somente quando o homem compreende a natu-reza e o plano de Deus é que ele pode começar a ter o seu problema resolvido

O homem sofre alienação e isolamento. É dito com muita frequência que a punição do pecado é a morte. Mas a morte é só parte do resultado final. As pessoas também sofrem as consequências do pecado nesta vida. O peca-do resulta na separação ou alienação de Deus. A morte espiritual é a forma máxima de separação de Deus. Como resultado do pecado do homem, ele precisa da salvação eterna para tornar a ter comunhão com Deus. Porém, existe um segundo problema. A educação moderna fala de “necessidades se-cundárias”, aqueles problemas que nós temos conhecimento, e “necessidades fundamentais”, que geralmente são problemas reais, mas ainda não experi-mentados. A “necessidade fundamental” é a salvação para o homem ser reco-nectado a Deus, de quem foi separado. No entanto, não vamos nos esquecer da “necessidade secundária”, a libertação da aflição nesta vida que também nasce do nosso pecado.

A separação de Deus pode não ser uma necessidade secundária, mas a de-pressão profunda é uma experiência que precisa de ajuda imediata. Para esta pessoa, a mensagem doutrinal de amizade com Deus pode não ser suficiente, mas é base de todo ministério para ela. Uma vez que o homem é uma criatura social, seu problema de isolamento pode ser a raiz de muitos de seus outros problemas mentais e psicológicos.

A resposta ao isolamento é que Deus tomou a iniciativa com o homem. “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho” (Gl. 4:4). Mais uma vez nós lemos “Deus... nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho” (Hb. 1:1,2).

O homem é cheio de ansiedade. Qualquer vida que esteja separada da autori-dade suprema é como um barco sem âncora; sendo levado pela corrente. Uma pessoa pode estar ansiosa porque não tem todas as respostas para as perguntas feitas por outros ou até mesmo para as perguntas feitas em seu próprio coração.

Todas as pessoas têm uma necessidade em seu coração, alguma coisa fal-tando que somente Deus pode preencher. Elas sabem que está faltando algo, mas geralmente se recusam a identificar esta necessidade como sendo uma



necessidade de Deus. Elas procuram por respostas em todos os lugares e não encontram nenhuma. Tornam-se seu próprio ponto de referência, mas co-metem erros e têm consciência da própria estupidez.

As pessoas ficam ansiosas porque elas têm problemas em manter as emo-ções de sua vida em equilíbrio. Deus deve agir na natureza imaterial do ho-mem, mas o vazio criado pela Sua ausência produz ansiedade. “Ansiedade” é outra palavra para medo, depressão, ciúme ou qualquer outra condição que mantém o homem em um desequilíbrio emocional.

O homem procura por significado. Porque o homem está isolado e afetado pelo pecado em todas as partes de sua vida, a falta de significado na vida se torna uma necessidade secundária. Aqueles que são escravos das drogas sa-bem que os narcóticos não levam ninguém à felicidade ou ao significado de nada. O mesmo se aplica à riqueza, à fama ou até mesmo ao sucesso.

Muitas pessoas não sabem aonde ir ou como chegar ao lugar que querem chegar. Mas elas querem ir a algum lugar. Elas são como um carro bem ajus-tado que tem o tanque cheio de combustível, mas está sem direção e sem propósito. Outras estão enfeitiçadas ou fora da esfera humana. Elas não têm nenhuma direção ou desejo. São como um carro sem combustível, sem bate-ria e com um motor enferrujado. Os dois tipos têm problemas com significa-do – eles não encontraram o segredo da vida. Eles precisam da revelação de Deus que mostra o propósito pelo qual o homem deve viver.

O homem caminha inevitavelmente em direção à morte. Nós ficamos muito assustados quando vemos que um amigo jovem está com câncer, e ainda que milhares morram anualmente de algum tipo de câncer. Nós experimentamos o mesmo medo quando uma criança é assassinada ou ouvimos sobre um fi-lho jovem que está indo para a guerra.

A ameaça da morte está sobre todos nós. Então, nós olhamos para dentro do nosso corpo frágil e percebemos que a morte é nossa inimiga. Nós somos espíritos que querem elevar-se acima das limitações do corpo. Apesar disso, nós vemos de modo turvo porque nossos olhos estão se desgastando. Nossos braços doem por causa da artrite. Até mesmo alguém de trinta anos sente o inevitável peso da idade aumentando quando alguém mais jovem pega o seu lugar no time.

A Bíblia ensina que “o salário do pecado é a morte” (Rm. 6:23), e a ne-cessidade suprema do homem é um meio de vencer o poder da morte. Um garotinho estava sentado ao lado de seu pai no banco da frente da Mercedes Benz deles. O pai tinha dado de tudo para seu filho. Então o garotinho per-guntou: “Todo mundo tem que morrer?” O pai pensou por um momento



e então respondeu: “Sim.” O jovenzinho então ponderou aquela resposta, então disse: “Mesmo se tiverem sorte?”

O PROPÓSITO DA DOUTRINACRISTÃ É A COMUNICAÇÃO

A palavra “comunicar” significa na verdade “ter em comum”. Quando nós nos comunicamos com um amigo, os dois têm algo em comum. A linguagem é o meio de comunicação usual. Embora muito da comunicação humana seja não verbal, a dificuldade de uso da linguagem é a causa mais significativa do fracasso na comunicação.

Deus se comunicou com o homem de muitas maneiras, mas a maior foi através de Jesus Cristo. O cristianismo é um relacionamento entre Deus e o homem, fundamentado na vida, na morte e na ressurreição de Seu Filho, Je-sus Cristo. Agora, toda pessoa que é salva tem um relacionamento vivo com Deus. Aqueles cristãos que deixam com que seu relacionamento com Deus afete toda a sua personalidade, prosperam.

Espera-se que os cristãos desenvolvam relacionamentos com outras pessoas – com os não salvos para ganharem sua alma e com os outros cris-tãos para edificação. Todo homem é verdadeiramente um solitário, mas ele pode sair da sua concha para ter relacionamentos significativos quando desenvolve uma compreensão completa do relacionamento entre Deus e ele mesmo. Precisa-se de força para alcançar outra pessoa. A força suprema está em Jesus Cristo que perdoa nossos pecados, nos dá um significado para vida e nos dá força para permanecermos de pé em qualquer circunstância.

O registro da comunicação de Deus com o homem é a Palavra de Deus. Mas a Palavra de Deus é mais que uma história de como Deus alcançou o homem. É a base da comunicação do homem com Deus hoje. Uma vez que a Bíblia é a comunicação do Evangelho para as pessoas em seu ponto de ne-cessidade, então ela deve ser racional e lógica. Deus revela a si mesmo como sendo racional e lógico e, uma vez que a Bíblia nos ensina que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, podemos concluir que os seres hu-manos são racionais e lógicos e que o canal de comunicação entre Deus e o homem procede de uma forma igualmente lógica e racional.

Quando Deus fala com o homem (revelação), isso acontece de uma for-ma racional e lógica. Nós podemos concluir que Deus não é ilógico e nem faz coisas tolas. Quando o homem busca a Deus, ele não pode abandonar o



intelecto dado por Deus, nem pode encontrar Deus ao buscá-lO de forma tola. O canal de comunicação entre Deus e o homem funciona em ambas direções, e o cristianismo deve ser sempre racional. Isso não quer dizer que nós entenderemos toda a Bíblia. Deus nunca pedirá para perturbarmos nossa mente para sermos cristãos.

Quando o Evangelho nos é apresentado, ele deve ser comunicado a nós para que então possamos entendê-lo. (Isso não significa que o conteúdo te-nha mudado, mas que o método de ensino foi revisado.) Visto que somos se-res racionais e lógicos, o Evangelho deve ser comunicado a nós de uma forma racional. Isso significa que o Evangelho deve ser sistemático em conteúdo e apresentação. A partir disso, nós temos o termo “teologia sistemática”. No en-tanto, este livro usa o termo bíblico “doutrina” ao invés da palavra “teologia”.

Muitos passos são dados na tentativa de fazer da doutrina algo lógico e sistemático. Primeiro, nós precisamos olhar para todos os fatos em todos os tópicos da doutrina. Começamos olhando o conteúdo bíblico, mas tam-bém incluímos verdade (não conjuntura) de toda e qualquer fonte: Bio-logia, História, Sociologia e Filosofia. Como ilustração, quando estamos estudando a natureza de Deus, devemos considerar os fatos que são ensi-nados na Bíblia que dizem respeito à natureza de Deus. Mas, nós também incluímos toda informação que diz respeito a Ele, aprendida com a natureza.

Em segundo lugar, devemos classificar os fatos dentro de um todo con-sistente. Isso significa que os versículos que falam sobre a santidade de Deus devem ser correlacionados com aqueles que ensinam sobre a justiça de Deus. Então, escrevemos os resultados de nosso estudo em frases que dão uma real imagem da pessoa de Deus.

Finalmente, devemos analisar todas as nossas frases, certificando-nos que são consistentes a tal ponto que não entremos em contradição.

Além disso, nós as analisamos para certificar que nossas frases correspon-dem à realidade do mundo e das pessoas que moram aqui. O resultado é a doutrina. Agora nós precisamos expressá-la da forma mais simples e clara possível, pois assim os outros serão capazes de entender a total revelação de Deus em cada assunto.

O passo final na comunicação entre Deus e o homem é a adoração. Visto que o homem é um ser espiritual, ele tem um desejo inato de adorar a al-guém. O problema é que o homem, o adorador, inventou as suas próprias formas de adorar a Deus ou criou seus próprios deuses para adorar. Deus reconhece esta fraqueza e dá o mandamento de que nós não devemos ter outros deuses além dele. (Ex. 20:3).



No entanto, a pergunta óbvia permanece: “Que forma de adoração é a correta?” Na verdade, este livro não é uma resposta defensora das perguntas filosóficas do homem. A resposta para a verdadeira adoração é encontrada no que Jesus disse à mulher no poço. “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” ( Jo. 4:24). Deus deve ser adora-do de acordo com a verdade, que é a doutrina bíblica. Mas adorar a Deus pela doutrina correta é só parte da adoração. A adoração a Deus deve ser também uma expressão dos mais profundos sentimentos, uma mente sincera e um coração honesto, que é o que significa adorá-lO em espírito.

O CONTEÚDO DA DOUTRINACRISTÃ: AS BOAS-NOVAS DE DEUS

Nós já falamos sobre a necessidade do homem e o método de comunicação utilizado por Deus. Agora chegamos ao conteúdo do Evangelho, ou o que se deve acreditar para resolver o problema do homem. Deus supre a neces-sidade do homem nesta base. A palavra “Evangelho” significa “boas-novas” e é geralmente aplicada para dar o significado das boas-novas da salvação. O Evangelho é a primeira mensagem de boas-novas que Deus deu ao homem pecador. Depois que Adão e Eva pecaram, o Senhor estava caminhando no frescor do jardim procurando pelo homem. Mesmo estando o homem es-condido, Deus, que sabe de todas as coisas, sabia onde Adão estava. Deus tomou a iniciativa. Deus queria salvar Adão – esta é a boa-nova. Além disso, as boas-novas (o Evangelho), que é a doutrina, começa a crescer a partir do primeiro encontro de Deus com o homem após Adão ter pecado.

O Evangelho tem dois aspectos, uma proposta e uma Pessoa. A maioria dos cristãos nas igrejas pensa somente sobre um conceito, que o Evangelho é o princípio da fé oferecido a nós. Muitas pessoas perdem o cristianismo porque acham que é a crença em uma declaração histórica.

O Evangelho – uma proposta. A base das boas-novas é a morte e ressur-reição de Jesus Cristo. Esta mensagem é expressa melhor nestas palavras de Paulo: “Quero lembrar-lhes o Evangelho que lhes preguei,... que Cristo mor-reu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia” (1 Co. 15:1-4). A mensagem do Evangelho é simplesmente a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus Cristo pelos nossos pe-cados. Aqueles que negam a realidade destas verdades negam o fundamen-to do cristianismo. Este Evangelho deve ser afirmado em nossos princípios doutrinários. Para uma pessoa ser salva, a mera concordância mental com o princípio oferecido a nós não é suficiente.



O Evangelho – uma Pessoa. O Evangelho é mais que uma proposta; é uma Pessoa – Jesus Cristo. Para se tornar cristão é preciso que seja feito mais que simplesmente concordar mentalmente com a morte, o sepultamento e a res-surreição de Jesus. O Evangelho entra em nossa vida quando Jesus Cristo entra em nosso coração. “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” ( Jo. 1:12).

Por definição, nós dissemos que o propósito da doutrina é a comunicação do Evangelho às pessoas em suas necessidades. Nós comunicamos doutrina não só ao escrever, mas também ao falar. O Evangelho é uma Pessoa – Jesus Cristo. Por isso, para seguir a doutrina corretamente, nós devemos conhecer o conteúdo do cristianismo e ter um relacionamento com Jesus Cristo.

Alguns anos passados, quando as pessoas que se convertiam nas ruas, elas eram chamadas de “as pessoas de Jesus”. Elas queriam ter um profundo relacionamento com Jesus Cristo, mas muitas delas ignoravam a doutrina. Porém, na outra extremidade estão algumas igrejas ortodoxas que ensinam corretamente a Palavra de Deus, mas sua abordagem legalista ao cristianismo tem impedido um relacionamento emocional com Jesus Cristo fora da igreja. Ambas as extremidades não são bíblicas. Cada um precisa es-tar correto em seu relacionamento com a pessoa de Jesus Cristo. E palavras corretas são o veículo que expressa a doutrina de uma pessoa. Não existe cristianismo sem Cristo; e a revelação de Cristo é a substância e conteúdo da doutrina.

CONCLUSÃOEste livro sobre doutrina foi escrito para comunicar a doutrina para o cris-tão da atualidade. Foi escrito tanto para a mente quanto para o coração. A sã doutrina se revela sã, quando pode estar relacionada com as necessidades do homem.

LEITURA DIÁRIA

SEGUNDA Romanos 3:10-26 TERÇA João 3:1-18 QUARTA Romanos 5:1-21 QUINTA Hebreus 11:1-6, 32-40 SEXTA Mateus 28:1-20 SÁBADO 1 Tessalonicenses 4:1-18DOMINGO Apocalipse 19:1-21


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