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Os Anéis de pistão - 1ª parte
Uma definição simples do que são anéis de pistão pode ser a seguinte : Os anéis de pistão são
peças de metal que, quando instaladas nos cilindros dos motores, tornam-se circulares e auto-
expansivas, proporcionando uma vedação móvel entre a câmara de combustão e o carter do
motor.
No entanto essa definição, como tantas outras que se possa formular, não consegue expressar,
com a exatidão necessária, toda a responsabilidade de que os anéis de pistão estão investidos
para um perfeito funcionamento do motor onde estão instalados, nem os cuidados
empregados no seu projeto, desenvolvimento e produção.
Nesta matéria abordarei com mais detalhes as características mais importantes dos anéis de
pistão e os principais tipos fabricados.
Nomenclatura dos anéis
Para facilitar a compreensão dos textos que vêm em seguida, vou inicialmente, definir quais
são os nomes dados às diversas partes e às medidas principais dos anéis:
Faces laterais
São as partes do anel que ficam em contato com as canaletas do pistão, em posição paralela àcabeça do pistão, podendo também ser chamada de face superior e face inferior
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Face externa
É a parte do anel que fica em contato com a parede do cilindro.
É também chamada de face de trabalho ou face de contato.
Face Interna
É o lado do anel que fica voltado para o fundo da canaleta do pistão.
Altura
É a distância entre as faces laterais do anel, medida normalmente em milímetros e em alguns
casos, em frações de polegadas.
Espessura Radial
É a distância entre as faces externas e internas do anel, tendo medidas sempre em milímetros.
Folga Lateral
É a folga medida no sentido da altura do anel,ou seja, é a distância entre a face lateral do anel
e a superfície lateral da canaleta.
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Folga Traseira
É a folga entre a face interna do anel e o fundo da canaleta do pistão, quando estes estão
instalados e centrados no cilindro.
Diâmetro Nominal
É o diâmetro externo do anel, fechado no diâmetro do cilindro para o qual foi projetado.
É igual ao diâmetro nominal do cilindro, sendo medido em milímetros ou polegadas.
Folga entre pontas
É a distância entre as extremidades do anel, medida com o mesmo instalados no cilindro dediâmetro correspondente.
Essa folga varia conforme o diâmetro do anel e com o tipo de aplicação a que se destina. Na
futura postagem troca de anéis colocarei uma tabela onde consta essas folgas.
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A matéria Os Anéis de pistão é dividida em várias partes e essa fica por aqui
Consumo de óleo 1ª Parte
Sob condições normais de operação e com o devido cuidado, um motor de combustão interna
proporcionará desempenho satisfatório durante milhares de quilômetros ou horas de serviço.
Porém, como em qualquer outro mecanismo, o funcionamento acarreta o desgaste das partes
móveis e sujeitas a atrito e com o tempo há uma queda gradativa do desempenho do motor, a
ponto de tornar-se impraticável ou anti-econômico operar a unidade.
O proprietário do veículo começa a perceber isto quando se vê obrigado a adicionar, com
freqüência, óleo no carter, o que em geral, é associado a uma necessidade de se trocar os
anéis de pistão. Muitas vezes, isto é de fato necessário, porém, existem muitas outras
circunstâncias que podem causar consumo excessivo de óleo. Para encontrar e eliminar o
motivo real desse consumo excessivo, o Doutor em Motores precisa conhecer todas suas
possíveis causas e saber como determiná-las. É possível economizar tempo e dinheiro
seguindo-se uma seqüência ordenada de verificações e, freqüentemente, pode-se diagnosticar
e corrigir a causa sem que seja necessário desmontar completamente o motor.
Consumo Normal
Os motores devem ou não apresentar consumo de óleo?
Essa e outras perguntas semelhantes são feitas diariamente e muitas discussões são
ocasionadas por esse motivo.
Para respondê-las vamos alisar inicialmente quais as funções do óleo lubrificante no motor.
Como o próprio nome diz a primeira função do óleo é lubrificar, ou seja, interpor-se entre as
partes móveis do motor, formando uma película aderente à superfície destas partes e
evitando, dessa forma, que ocorra um atrito direto de metal com metal.
Além disso, o óleo exerce também a função de normalização da temperamento do
motor,absorvendo calor das suas peças internas e eliminando-o através de circulação pelo
cárter ou por radiadores de água/óleo (utilizados em caminhões) ou radiadores ar/óleo (como
é o caso de alguns motores Volkswagem), sendo por essa razão que existe um volume
suplementar de óleo no cárter.
Ao cumprir essas funções, uma certa quantidade do óleo evapora-se em contato com os
pontos mais aquecidos e uma outra atinge a parte superior dos cilindros, queimando-se nas
câmaras de combustão é benéfico para a durabilidade do motor pois é ele quem garante a
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lubrificação dos anéis, pistões e cilindros. Não é, portanto, aconselhável tentar-se reduzir o
consumo normal de óleo instalando-se peças com folgas menores que as especificadas ou
anéis excessivamente rigorosos na raspagem de óleo dos cilindros pois isto pode trazer como
resultado o engripamento de pistões e anéis ou diminuição drástica da vida do motor.
Por isso, a maioria dos fabricantes de motores esclarece, nas suas especificações, que um
certo consumo de óleo lubrificante do motor deve ser considerado normal, existindo valores
especificados para cada tipo de operação e motor.
Causas de consumo excessivo
Desde já vimos que um certo consumo é normal, nossa preocupação, portanto, deve ser
quanto a um consumo excessivo de óleo, que poderá ocorrer por vários motivos, como segue:
1 Vazamentos externos.
2 Vazamentos internos:
Devidos a componentes do sistema de ventilação do cárter defeituosos.
Pelos retentores de superalimentadores.
Através das juntas da tampa ou guias de válvulas.
Pelos anéis e pistões.
O consumo excessivo de óleo pode ser provocado por uma ou por combinações dessas
condições. Para encontrar a origem de toda perda de óleo de um motor é essencial que
durante o diagnóstico e o processo de desmontagem, se verifiquem todos os fatores que
podem contribuir para o consumo e por isso vamos, em seguida, analisar cada um desses
fatores nos próximos artigos
Troca de Anéis
Já vimos como detectar e corrigir todas as possíveis causas do Consumo de Óleo, (exceto as
ligadas ao estado dos anéis, pistões e cilindros) sem precisar desmontar completamente o
motor. Agora abordaremos a reforma completa de um motor (que não necessite de
retificação), subdividida em dois grandes grupos: Desmontagem e Montagem.
Dessa forma percorreremos, numa seqüência lógica, todas as fases dos serviços a serem
executados no motor, desde a desmontagem e inspeção dos seus principais componentes até
a sua nova montagem, medições e métodos duradouros e um desempenho perfeito do motor.
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Desmontagem do motor
Inspeção dos cilindros
Iniciando-se a desmontagem do motor e tendo-se retirado seu cabeçote ou cabeçotes, oprimeiro passo é examinar-se o estado dos cilindros na área percorrida pelos anéis.
Através de uma inspeção visual inicial pode-se verificar se existem, ou não, marcas de
escoriações ou engripamentos severos a ponto de exigir retificação dos cilindros.
Deve-se ter em conta que se essa inspeção visual inicial revelar um aspecto vidrado das
paredes dos cilindros, isto não quer dizer que os mesmos devam necessariamente ser
Brunidos.
Esse vidrado dos cilindros, encontrado em motores com um considerável tempo de uso, é
uma excelente substância protetora contra escoriações e anéis novos ajustam-se rapidamente
a cilindros nesse estado, desde que seja seguido o processo de amaciamento descrito
futuramente.
Se, no entanto, os cilindros estiverem ondulados ou riscados, esse vidrado deverá ser
removido através de brunimento.
Como as instruções sobre métodos e processos para se conseguir tanto um brunimento como
uma retificação da melhor qualidade são complexas e serão tratadas em Retificação de
Motores.
Em seguida à inspeção visual seguem-se os exames dimensionais de desgastes, ovalização e
conicidade.
Esses medidas fornecem o segundo ponto de referência para sua decisão quanto à
necessidade de se retificarem ou encamisarem os cilindros ou se é possível fazer somente uma
simples troca de anéis.
Como determinar a conicidade e a ovalização dos cilindros
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Conforme indicado na figura abaixo, o desgaste do cilindro ocorre com maior intensidade na
sua região superior por ser onde ocorrem maiores pressões e temperaturas.
Regiões de desgaste do cilindro.
A chamada conicidade é uma das principais referências para se determinar o estado de um
cilindro, constituindo-se numa maneira prática de se determinar o quanto ele ficou cônico, ou
seja, o quanto seu diâmetro da parte superior ficou maior que na parte inferior por ter se
desgastado mais.
Para se obter a medida da conicidade de um cilindro, deve-se proceder da seguinte forma,(sem retirar o pistão do motor):
1 meça o diâmetro do cilindro logo abaixo da crista.
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Medição da conicidade.
2 Com o pistão no ponto morto inferior, meça o diâmetro do cilindro logo acima da cabeça
do pistão.
3 A diferença entre esses dois diâmetros é a conicidade aproximada do cilindro. Um calibre
de relógio para cilindros, micrômetros para medidas internas ou externas, ou calibradorestelescópicos poderão ser usados para obter essas medidas.
Quanto à ovalização, é a medida de quanto o cilindro ficou oval, ou seja, quanto ele ficou
deformado no seu diâmetro.
Para se obter a medida da ovalização deve-se medir o diâmetro do cilindro numa região e
depois medir esse mesmo diâmetro numa posição perpendicular à primeira medida.
A diferença entre as duas medidas será a ovalização do cilindro.
Quando estiver fazendo as medições mencionadas, alguns pontos importantes devem ser
levados em consideração:
1° - O desgaste máximo do cilindro ocorre na parte mais elevada do curso do 1° anel.
2° - O desgaste mínimo do cilindro ocorre no final do curso do último anel.
3° - o cilindro deve ser medido duas vezes em cada um desses dois pontos:
- Uma vez paralelamente ao virabrequim e a segunda vez em sentido transversal ao mesmo, a
fim de determinar a ovalização e o desgaste máximo.
4° - Não sendo medido o diâmetro do cilindro na parte superior do curso do 1° anel obter-se-á
um índice de desgaste errôneo que poderá resultar e uma decisão incorreta com referência à
retificação ou troca de anéis do motor
Retificação de motores
Teoricamente, um motor retificado deve apresentar rendimento e durabilidade semelhantes
aos de um motor novo. No entanto, por falta de observação de alguns detalhes consideramos
menos importantes, alguns motores retificados não conseguem apresentar nem o
rendimento nem a durabilidade desejados.
Retificação do bloco de cilindros
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Depois da desmontagem do motor, procede-se a lavagem do bloco retirando-se todos os
selos que vedam as câmaras de água, para remoção dos depósitos e oxidações existentes no
interior das câmaras.
Feita a limpeza, inspeciona-se o bloco em busca de trincas, rachaduras ou outras
irregularidades que possam ter ocorrido durante o funcionamento do motor.
Alem disso, como o motor é uma máquina térmica, o bloco pode ter sofrido deformações ou
desalinhamentos, devido às variações de temperatura sofridas durante o período de
funcionamento.
Por isso, inspeciona-se, com uma régua, o plano superior do bloco no sentido de comprimento,
como transversalmente, e contando-se empenamentos retifica-se a face do bloco em uma
retificadora plana (ou fresadora), desde que a altura do bloco ainda esteja dentro dos limites
estabelecidos pelo fabricante do motor.
Verificação do empenamento do bloco parte superior.
Deformação dos alojamentos
Também devido às variações térmicas, o bloco do motor pode sofrer ligeiras deformações que
produzem desalinhamento nos mancais centrais. Como essas deformações não ocorrem
instantaneamente, mas vão se processando em ritmo lento, as bronzinas instaladas no motor
vão se acomodando à situação de desalinhamento que vai ocorrendo nos mancais.
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Linha central correta.
Por outro lado, como as bronzinas atuais, micro acabadas em dimensões definitivas, impedem
se seja feito qualquer ajuste a rasquete, para se conseguir a ajustagem de folga correta entre
as bronzinas e os colos de árvore de manivelas, é necessário que o chamado berço das
bronzinas, ou seja o alojamento onde elas serão instaladas, apresente medidas corretas e
alinhamento perfeito com a linha central de todos os mancais.
Assim sendo, quando forem-se instaladas novas bronzinas e constatar-se desalinhamento dos
centros dos mancais, o bloco deverá se corrigido através de usinagem em uma máquina
mandrilhadora de mancais.
Maquina mandrilhadora de mancais.
Um ponto importante que deve ser observado nessa operação é o de deixar-se o mancal o
mais circular possível para evitar contato irregular entre a bronzina e o colo da árvore de
manivelas.
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Na falta de outras referências, pode-se utilizar os seguintes valores como base, para verificar a
circularidade do mancal:
Além disso, o mancal, depois de usinado, deve apresentar-se perfeitamente liso e cilíndrico, ouseja, sem riscos profundos de ferramentas e sem estar demasiadamente cônico, pois é
essencial que a face externa da bronzina assenta-se por completo no alojamento, para haver
boa transferência de calor e evitar quaisquer movimento da bronzina quando o motor estiver
funcionando.
Obs.: Quando a ovalização, conicidade ou desalinhamento forem pequenos, usa-se rebaixar as
capas dos mancais e reusinar os alojamentos
Escoriações
Escoriações e engripamento das peças são as duas piores coisas que ocorrer em um motor.
A escoriação ocorre quando a temperatura superficial, de uma ou duas superfícies metálicas
em contato, atinge o ponto de fusão do material, permitindo que se desprenda uma pequena
quantidade do material em fusão. Isto deixa uma fenda minúscula em uma das superfícies e
um depósito firmemente preso (soldado) na outra superfície de contato.
Como ocorre a escoriação.
Normalmente a escoriação inicia-se como uma pequena perturbação, difícil de notar e
identificar.
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No entanto, se não forem eliminadas as causas que a provocam, também as áreas adjacentes
serão prejudicadas, pois as partículas de metal arrancadas, sendo mais duras do que a
superfície metálica circunvizinhas, provocarão a ruptura do filme de óleo lubrificante e a
elevação da temperatura devido ao atrito.
Com isso, a escoriação se alastrará pelas áreas próximas, tornando-se mais visíveis e mais
graves, com sulcos e riscos típicos.
Um pistão intensamente escoriado.
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Anéis, pistão e camisas escoriados porque o pistão foi instalado com folga insuficiente
Obs.: O engripamento pode ser considerado como um caso agudo de escoriação, no qual os
sulcos e riscos são notadamente maiores.
Uma maneira de identificar se uma superfície sofreu escoriações é examinar-se sua coloração.
Isto é possível porque a escoriação é sempre resultante de uma excessiva quantidade de calor
transmitida a uma superfície de contato e, com isso, como o calor excessivo modifica a
coloração dos metais, pode-se identificar a escoriação, procurando regiões com cores
diferentes nas superfícies dos anéis, pistões, cilindros camisas, bronzinas, etc.
As colorações que ocorrem com a escoriação podem variar de amarelo claro a azul escuro esão semelhantes na aparência às cores encontradas em metais aquecidos a várias
temperaturas.
Sob uma lente de aumento o metal, no centro da área escoriada, deverá apresentar-se riscado
no sentido do movimento da peça. A ilustração abaixo mostra bronzinas e anéis submetidos a
escoriação.