dossiê do sabão

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D O S S I Ê T É C N I C O Sabão Marcelo Shiniti Uchimura Instituto de Tecnologia do Paraná Maio 2007

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D O S S I Ê T É C N I C O

Sabão

Marcelo Shiniti Uchimura

Instituto de Tecnologia do Paraná

Maio

2007

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................2 2 DEFINIÇÕES: SABÃO E SABONETE .............................................................................3 3 MATÉRIAS-PRIMAS EMPREGADAS NA FABRICAÇÃO DO SABÃO ............................4 3.1 Matérias graxas ............................................................................................................4 3.2 Resina ou breu .............................................................................................................4 3.3 Potassa e soda .............................................................................................................5 3.4 Glicerina .......................................................................................................................5 3.5 Água ..............................................................................................................................5 3.6 Cal .................................................................................................................................6 3.7 Sal .................................................................................................................................6 3.8 Álcalis ...........................................................................................................................6 3.9 Branqueadores ópticos ...............................................................................................6 3.10 Agentes quelantes ou seqüestrantes .......................................................................7 3.11 Abrasivos ...................................................................................................................7 3.12 Corantes .....................................................................................................................7 3.13 Fragrâncias ou perfumes ..........................................................................................7 4 MÁQUINAS E ACESSÓRIOS UTILIZADOS PARA A FABRICAÇÃ O DE SABÃO ...........7 4.1 Rodos ...........................................................................................................................7 4.2 Areômetro ou densímetro ...........................................................................................7 4.3 Termômetro ..................................................................................................................7 4.4 Baldes ...........................................................................................................................8 4.5 Caldeiras ......................................................................................................................8 4.6 Máquina de cortar ........................................................................................................8 4.7 Prensas .........................................................................................................................8 4.8 Papel indicador universal ou papel tornassol ...........................................................8 4.9 Balanças .......................................................................................................................9 5 FORMULAÇÕES DE SABÃO ..........................................................................................9 5.1 Composição 1 – sabão comum ..................................................................................9 5.2 Composição 2 – sabão de glicerina ...........................................................................10 5.3 Composição 3 – sabão de glicerina sem álcool ........................................................11 5.4 Composição 4 – sabão de coco líquido .....................................................................11 5.5 Composição 5 – sabão pastoso a partir de óleo s aturado de fritura .......................12 6 CONTROLE DE QUALIDADE ..........................................................................................13 6.1 Índice de saponificação ..............................................................................................13 6.2 Especificação do produto acabado ............................................................................14 7 NORMAS TÉCNICAS .......................................................................................................15 8 DESCARTE DE RESÍDUOS DE FÁBRICAS DE SABÃO .................................................15 9 EXEMPLO DE LAYOUT DE UMA FÁBRICA DE SABÃO EM BARRA ............................16 10 ABERTURA DA INDÚSTRIA DE SABÃO ......................................................................17 11 LEGISLAÇÃO PERTINENTE .........................................................................................18 Conclusões e recomendações .........................................................................................19 Referências ........................................................................................................................19 Anexo 1 – Informações técnicas sobre o produto ..........................................................21 Anexo 2 – Associações empresariais ..............................................................................23 Anexo 3 – Fabricantes de máquinas, equipamentos e m atéria-prima ...........................23

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DOSSIÊ TÉCNICO

Título Sabão Assunto Fabricação de sabões e detergentes sintéticos Resumo Este dossiê é indicado para empreendedores que queiram conhecer a tecnologia de produção de sabões, sabonetes e similares. Palavras-chave Composição química; controle de qualidade; equipamento; fabricação; legislação; máquina; matéria-prima; norma técnica; processamento; produção; resíduo industrial; sabão; sabonete Conteúdo 1 INTRODUÇÃO O sabão é o primeiro produto químico com finalidade de limpeza conhecido pelo homem. O sabão já é conhecido ao menos há 2.300 anos. Segundo Plínio, o Velho, os fenícios já preparavam o sabão a partir do sebo de cabras e cinzas de madeira por volta do ano 600 a.C. e era às vezes usado como um artigo de escambo com os gauleses. O sabão era amplamente conhecido por todo o Império Romano, mas não se sabe ao certo se os romanos aprenderam o uso do produto com povos antigos do Mediterrâneo, ou com o povo celta. Este último, o povo celta, produzia sabão a partir de gorduras animais e de cinzas de plantas, e chamavam o produto pelo nome de saipo, da qual deriva a palavra sabão. A importância do sabão como produto de limpeza não foi reconhecido a não ser a partir do séc. II d.C., quando o médico grego Galeno fez menção ao sabão como sendo um medicamento que servia para a limpeza do corpo. As escrituras atribuídas ao sábio árabe do séc. VIII Jabir ibn Hayyan (também conhecido pelo nome latino Geber) menciona repetidamente o sabão como agente de limpeza. Na Europa, durante a Idade Média, a produção de sabão se concentrou inicialmente em Marselha (França), depois em Gênova (Itália) e então em Veneza (Itália). Embora tenham se implantado algumas fábricas de sabão na Alemanha, naquela época a substância era tão pouco usada na Europa Central que uma caixa de sabão apresentada à Duquesa de Jühlich, em 1549, causou grande sucesso. Mesmo ainda em 1672, quando o alemão A. Leo enviou à Lady von Schleinitz uma encomenda contendo sabão da Itália, seguia em anexo uma descrição detalhada de como usar aquele misterioso produto. As primeiras fábricas de sabão surgiram na Inglaterra no final do séc. XII, em Bristol. Nos séc. XIII e XIV, surgiu uma pequena comunidade de fábricas nos arredores de Cheapside, em Londres. Naquela época, os artesãos produtores de sabão tinham que pagar um imposto por todo sabão produzido. Somente a partir de 1853 esse imposto foi abolido, sacrificando ao Estado britânico um valor acima de um milhão de libras esterlinas.

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O sabão se tornou tão corriqueiro no séc. XIX que Justus von Liebig, um químico alemão, declarou que a quantidade de sabão consumida por um país era uma medida exata de sua riqueza e civilização. Até antes da década de 1940, a maioria dos sabões era fabricada por uma reação química conhecida como reação de saponificação, descrita pela seguinte equação química (FIG. 1):

Figura 1 - Formação do sabão a partir da gordura vegetal/animal Fonte: traduzido de ABOUT

A partir da década de 1940, porém, houve um rápido aumento da demanda por detergentes sintéticos. Contudo, hoje em dia ainda há uma grande demanda por sabões e sabonetes, principalmente voltados para a higiene pessoal e limpeza doméstica em geral. 2 DEFINIÇÕES: SABÃO E SABONETE O detergente é uma mistura de várias substâncias escolhidas para efetuar uma ação pontual durante a limpeza (geralmente, tensoativo(s) mais componentes complementares), já o sabão é um produto da ação da soda em ácidos graxos de origem animal ou vegetal (saponificação) e que também tem propriedades. O sabão ou sabonete é solúvel em água e, por sua propriedade detergente, é usado para lavar. O mais comum de todos é o sabão de sódio. O sabonete é praticamente neutro, contém glicerina, óleos, perfumes e corantes. No glossário da Agência nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa encontram-se algumas definições, a saber: Sabão: produto formado pela saponificação ou neutralização de óleos, gorduras, ceras, breus, ou seus ácidos com bases orgânicas ou inorgânicas. Os termos “sabão granulado”, “sabão ralado”, “sabão em pó”, ou assemelhados, são restritos aos produtos categorizados como “sabão”. Sabonetes: destinados à limpeza corporal, compostos de sais alcalinos, ácidos graxos ou suas misturas ou em outros agentes tensoativos ou suas misturas, podendo ser coloridos e/ou perfumados e apresentados em formas e consistência adequadas ao seu uso. Os sabões podem ser classificados nas seguintes categorias: Os sabões duros, que, quase sempre, são fabricados com soda (hidróxido ou carbonato de sódio); constituem a maior parte dos sabões comuns e podem ser brancos, corados ou marmorizados.

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Os sabões moles, que, pelo contrário, são fabricados com potassa (hidróxido ou carbonato de potássio). Os sabões deste tipo são viscosos e, em geral, de cor verde, castanha ou amarelo clara. Podem conter pequenas quantidades (que geralmente não ultrapassam 5%) de produtos orgânicos tensoativos sintéticos. Os sabões líquidos, que consistem numa solução aquosa de sabão eventualmente adicionada de pequenas quantidades (que em geral não ultrapassam 5%) de álcool ou de glicerol, mas que não contêm produtos orgânicos tensoativos sintéticos. 3 MATÉRIAS-PRIMAS EMPREGADAS NA FABRICAÇÃO DO SABÃO 3.1 Matérias graxas As matérias graxas empregadas na fabricação de sabões são: os óleos ou azeites, as gorduras animais (banha ou sebo) e o ácido oléico. Os óleos ou azeites podem ser de procedência vegetal ou animal. Usa-se o sebo vegetal na fabricação de sabões junto com o sebo animal. O ácido oléico é um resíduo da fabricação de velas de cera. Este ácido se emprega isolado ou mesclado com óleo de palma ou de sebo. Tratado com soda, emprega-se na fabricação de sabões. O ácido oléico, quando puro, é líquido à temperatura ambiente e se solidifica a 4° C em massa dura, cristalina, que funde de novo a 14° C. Pode-se dividir as matérias graxas em quatro grupos, de acordo com as propriedades dos sabões delas resultantes: • Gorduras duras que resultam em sabões de espumação lenta: a espumação é lenta em

água fria e um pouco mais rápida em água quente, são sabões delicados para pele, e limpam bem. Nesse grupo entram o sebo, as graxas de refugo, óleos vegetais e marinhos hidrogenados e de alto ponto de fusão, e óleo de palma.

• Gorduras duras que resultam em sabões de espumação rápida: aqui entram o óleo de

coco, o óleo de palmito, o óleo de babaçu e o óleo de tucum. São óleos relativamente imunes à ação de eletrólitos, tal como o sal, fato que os fazem úteis para a fabricação de sabões marinhos, para a espumação com água marinha.

• Óleos que resultam em sabões de consistência macia: óleo de oliva, óleo de soja e óleo

de amendoim entram nesse grupo, assim como o óleo de linhaça e o óleo de baleia. Como esses óleos podem rapidamente sofrer reações de oxidação quando expostos ao ar ou à luz, no armazenamento, seus sabões podem ficar rançosos ou descolorirem.

• Resina e breu de pinheiro ou eucalipto (árvores em geral): são usados em sabões para

lavar roupa, sabões e sabonetes para banho menos custosos e outros sabões especiais.

3.2 Resina ou breu A resina é o produto da destilação da essência da terebintina. É dura, frágil e de fratura concóide. Apresenta cor amarelada. Com o emprego da resina se corrigem defeitos de certas graxas que são empregadas na fabricação de sabões e, ao mesmo tempo, transmitem ao sabão qualidade detergente, como, por exemplo, a de formar grande quantidade de espuma. A resina é como as graxas, porém saponificável em menor grau, pois se combina com os álcalis para formar o sabão de resina, de consistência muito branda. Para se descorar a resina é necessário fundi-la, deixando-a em repouso. Depois, é decantada em outro recipiente e tratada logo com uma solução de cloreto de sódio. É fervida então durante uma hora e, por último, colocada a repousar. Para branqueá-la, deve-

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se expô-la à luz solar, em invólucro delgado. 3.3 Potassa e soda A potassa e a soda desempenham papel de primeira ordem na fabricação de sabões. O que no comércio se conhece com o nome de soda é o carbonato de sódio. A soda natural é constituída pelos restos de certos vegetais marinhos depositados na praia pelas ondas. Estas plantas são postas a secar e, em seguida, são queimadas. A soda obtida desta forma é denominada soda bruta. A soda artificial se obtém quimicamente por dois processos. O primeiro consiste em transformar o sal marinho (cloreto de sódio) em sulfato de sódio, pela ação do ácido sulfúrico, e o sulfato de carbono pela ação do carbonato de sódio. O segundo consiste em tratar o mesmo sal marinho com bicarbonato de amônio, obtendo-se bicarbonato de sódio precipitado que se calcina, para transformá-lo em bicarbonato de sódio. A potassa do comércio é carbonato de potássio; tem, como a soda, duas origens: uma natural e outra artificial. A potassa natural procede da calcificação de certos vegetais; os restos obtidos se tratam com água do que se obtém uma lixívia; evapora-se esta e calcina-se, obtendo-se assim potassa em bruto. A potassa artificial se consegue por processos semelhantes aos da soda artificial. Pode-se também obtê-la mediante a lavagem de lã de carneiro, bem como da lavagem dos resíduos da beterraba. Quer se trate de soda ou potassa, é necessário que elas sejam transformadas em cáusticas para que possam ser utilizadas na fabricação de sabões. Consegue-se este resultado dissolvendo-as em água e cal. Como já foi visto, a soda e a potassa que se encontram no comércio são o carbonato de sódio e o carbonato de potássio, isto é, uma combinação de ácido carbônico com a soda ou a potassa, respectivamente. A operação indicada decompõe este carbonato; a cal forma com o ácido carbônico um carbonato de cálcio, restando, daí, um óxido de sódio ou de potássio; e este óxido forma, com a água que se empregou, uma lixívia de sódio ou de potássio (NaOH ou KOH). O elemento efetivamente usado na produção do sabão é esta lixívia final. Se for produzido sabão em pequena escala, pode-se adquiri-la diretamente com um fornecedor, não sendo necessário comprar a soda ou a potassa. 3.4 Glicerina A glicerina é um álcool que, unido aos ácidos graxos, proporciona os ésteres graxos ou glicéreos. No estado puro, é um líquido incolor azeitoso, inodoro e de sabor açucarado. Sua densidade a 15° C é de 1,265, aproximadamente. Em c ontato com o ar, absorve a umidade. Dissolve energicamente grande número de matérias, como, por exemplo, a cal. No método tradicional de fabricação de sabão, a glicerina surge naturalmente como subproduto. A separação da glicerina e do sabão ocorre com a adição de sal (cloreto de sódio) à formulação. 3.5 Água Nem todas as águas são boas para a fabricação de sabões. É, pois, importante verificar se a água contém matérias prejudiciais, do que depende não só a boa qualidade do produto fabricado, mas também, coisa muito importante, o custo mais ou menos elevado da fabricação. As águas que contêm ácido sulfúrico, carbono e sal são más, na maioria das vezes. É de

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bom hábito testá-las, por meio de uma análise físico-química, antes do uso. Se for pequena a quantidade dessas matérias, não será totalmente má. As águas potáveis são, em geral, boas para a fabricação de sabões. Para os sabões brancos e puros, bem como para os de toucador, é conveniente que se evitem as águas ferruginosas, pois colorem os sabões, em virtude dos sais que trazem. Grande importância se deve dar à água em saponaria. Serve para gerar vapor, para esquentar as caldeiras com serpentinas, para preparar as soluções de álcalis e cloreto de sódio e é agente da lavagem. A água, durante o empasto, produz a emulsão das graxas e facilita assim a combinação destas com álcalis, indispensáveis, como componentes na indústria de sabões. 3.6 Cal A cal, que serve para a caustificação da lixívia, deve ser de 90 a 100% pura. A cal usada em saponaria se distingue das demais por sua maior leveza e ausência de ácido carbônico, o que se comprova por um simples ensaio com ácido clorídrico, sem provocar efervescência. Se as lixívias forem feitas a partir dos hidróxidos e não da soda ou da potassa, então a cal não será necessária. 3.7 Sal O cloreto de sódio (sal de cozinha comum) serve para separar o sabão da lixívia depois de verificado o empaste. O cloreto de sódio separa a cal dos ácidos graxos de suas soluções em água, água lixivial e glicerina. Tratando uma solução de sabão com outra de sal comum, os dois líquidos não se misturam a não ser que se consistam em soluções muito diluídas. Se estiverem bastante concentradas, mantêm-se separadas em duas camadas superpostas. 3.8 Álcalis Os álcalis, quando combinados com gorduras e ácidos graxos, dão como resultado um sal conhecido pela denominação de sabão. A palavra álcali é de origem árabe e significa cinzas. Com efeito, era das cinzas dos vegetais que se extraíam os álcalis, antigamente, visto que se encontram naquele produto a soda e a potassa combinadas com o ácido carbônico. 3.9 Branqueadores ópticos Hoje em dia, boa parte dos produtos para lavagem de roupas e tecidos apresentam substâncias chamadas de branqueadores ópticos, que se afixam nas fibras do tecido, mas não são removidos durante o enxágüe. Essas substâncias convertem luz ultravioleta invisível em luz azul visível, de maneira que as peças de roupa, ao final da lavagem, refletem muito mais luz do que antes da lavagem, o que fazem-nas parecer mais brilhante. Além disso, como a tonalidade da luz está na faixa da cor azul do espectro visível, o branqueador óptico vai mascarar qualquer tonalidade amarela presente na fibra de tecido, fazendo a peça de roupa parecer mais branca também. A estrutura química desses branqueadores ópticos é, geralmente, complicada, e muitos deles são secretos.

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3.10 Agentes quelantes ou seqüestrantes São usados principalmente para prevenir que o desempenho do sabão diminua na presença de água dura, isto é, aquela que contém íons de cálcio ou magnésio em grande quantidade. Um dos agentes quelantes mais utilizados é o EDTA, ou seu sal de sódio. 3.11 Abrasivos Freqüentemente, adicionam-se minerais insolúveis ao sabão, tais como o talco, a terra diatomácea, a sílica, o mármore, a pedra-pomes, gesso, feldspato, quartzo, areia etc. para, além de promover limpeza, conferir-lhe também abrasividade, para limpar melhor certos tipos de sujidade. 3.12 Corantes O emprego de corantes visa melhorar o aspecto do sabão. As anilinas solúveis em água são empregadas, geralmente, para coloração do sabão comum, qualquer que seja o processo de obtenção. 3.13 Fragrâncias ou perfumes As fragrâncias têm o objetivo de mascarar o odor característico das matérias-primas utilizadas no processo produtivo. As mais utilizadas são: eucalipto, gerânio, limão, etc. 4 MÁQUINAS E ACESSÓRIOS UTILIZADOS PARA A FABRICAÇÃ O DE SABÃO 4.1 Rodos Existem rodos de diferentes tipos. Os mais comuns são os que se apresentam em formato de “S”. Estes aparelhos são quase sempre construídos de ferro, têm cabo de madeira e servem para agitar a massa do sabão durante a estampagem ou cozedura nas caldeiras desprovidas de agitador mecânico. 4.2 Areômetro ou densímetro O areômetro é um aparelho que serve para medir indiretamente a concentração de uma solução por meio da medição da sua densidade (FIG. 2).

Figura 2 - Desenho que mostra um areômetro em uso

Fonte: WIKIPÉDIA A leitura da medição é feita fazendo-se o aparelho flutuar no líquido cuja concentração se deseja medir; a superfície do líquido indica o ponto na escala do aparelho onde se deve fazer a leitura. Para a produção de sabão, são necessários três areômetros de Baumé: um de 10/20, outro de 20/30 e outro de 30/40. 4.3 Termômetro Na indústria de sabões, o termômetro serve para acusar a temperatura dos óleos e das

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diferentes reações. Utilize um termômetro com escala de 0 a 100° C. 4.4 Baldes São muito úteis para a condução de óleos, lixívias e outros ingredientes. Evite usar baldes que contenham metais, especialmente zinco, em contato com a lixívia, porque podem reagir entre si. Os baldes de plástico PVC são uma boa escolha para manusear a lixívia. 4.5 Caldeiras São quase sempre dotadas de dois sistemas que se denominam: caldeiras de fogo direto e caldeiras com aquecimento a vapor. Ao pequeno fabricante, sugere-se usar uma caldeira, tambor ou tacho de fogo direto, mas à indústria moderna aconselha-se que se dê preferência àquela com aquecimento a vapor, que dá melhor resultado. Para o pequeno produtor, um tacho de ferro com capacidade de 200 litros e com uma saída ao fundo é o mínimo necessário para a preparação do sabão. 4.6 Máquina de cortar Essas máquinas são utilizadas para fazer o corte do sabão no formato desejado. Para o pequeno produtor, pode ser interessante construir suas próprias máquinas de cortar. Para isso, é necessário madeira, pregos e arames de bitolas diferentes. Um exemplo de cortador de blocos está mostrado a seguir (FIG. 3).

Figura 3 - Desenho de um exemplo de cortador de blocos de sabão

Fonte: PIMENTEL, 1989. 4.7 Prensas As pedras de sabão, antes de serem postas à venda, devem ser prensadas para que ganhem forma e para que nelas se grave a marca do fabricante. Nas pequenas indústrias, dispensa-se a prensa e usa-se somente um carimbo de metal ou madeira para dar ao sabão a marca respectiva. 4.8 Papel indicador universal ou papel tornassol Serve para medir o pH da massa de sabão. A faixa de pH ideal de sabões para a limpeza da pele é entre 6,5 e 8,5, isto é, próximo da neutralidade. Para a limpeza de roupas, recomenda-se um pH próximo de 10,0. Para a limpeza de roupas e tecidos contaminados por sangue, pus, etc., o pH pode atingir 11,5 ou mesmo 12,0.

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4.9 Balanças São necessárias duas balanças: uma com fundo de escala de 100 kg, para a pesagem de sebo, óleos, água e lixívia, e outra com fundo de escala menor, mas com precisão maior, para a pesagem de reagentes. 5 FORMULAÇÕES DE SABÃO

Seguem abaixo cinco formulações para a fabricação de sabão. Recomenda-se usar a Composição 1 como literatura básica para o entendimento do processo geral de fabricação. 5.1 Composição 1 – sabão comum

Quadro 1 - Ingredientes para a Composição 1 Descrição Quantidade

Sebo animal 21,0 kg Óleo de coco de babaçu 21,0 kg Soda cáustica em escamas (hidróxido de sódio, NaOH) 6,7 kg Cloreto de sódio (sal comercial) 2,0 kg Silicato de sódio (barrilha) 6,0 kg Água 50,0 kg Corante q.s.p. Fragrância q.s.p.

Fonte: PIMENTEL et al., 1989. • Lixívia de soda cáustica: pese a soda cáustica. Em seguida, meça um volume de água

de 35,3 litros e coloque a soda sobre a água em agitação constante. Deixe descansar ao menos 24 horas antes de usar, ou até que a temperatura esteja próxima dos 20° C. Colete uma amostra da lixívia em uma proveta e ponha aí o areômetro de Baumé 20/30 para flutuar; verifique se a leitura é de 22° Baumé . Caso não seja, corrija com a adição de mais soda cáustica ou mais água até se obter 22° Baumé, sempre mantendo agitação.

• Solução de salmoura: pese o sal. Em seguida, meça um volume de água de 4 litros e

coloque o sal sobre a água, em agitação constante, até completar totalmente a dissolução.

• Solução de barrilha: pese o silicato de sódio. Em seguida, meça um volume de água de

4 litros e coloque o silicato sobre a água em agitação constante até que se dissolva por completo.

• Pese o óleo e o sebo nas quantidades determinadas na formulação. Ponha em um

tambor metálico ou tacho com volume de 200 litros. Leve ao fogo (à lenha ou a gás) e aqueça o óleo e o sebo, sob agitação constante, até que o segundo se dissolva completamente no primeiro, a uma temperatura de aproximadamente 60° C.

• A seguir, deve-se adicionar, gradativamente, a lixívia de soda cáustica, sob agitação

constante, para favorecer a reação de saponificação, utilizando-se um agitador de madeira do tipo “remo”. Nesta etapa do processo, faz-se necessário um controle da temperatura, a fim de evitar-se que o material suba e transborde do tacho, ocasionando perdas. Uma temperatura muito elevada ocasiona saponificação rápida e resulta num sabão de baixa qualidade, enquanto uma temperatura baixa precipita os corpos graxos, ao se adicionar a lixívia fria.

• Após a adição de soda cáustica, mantém-se o aquecimento até se obter a formação de

grumos de sabão e, posteriormente, uma massa pastosa e homogênea. Nesse momento, adicionam-se as soluções de sal e silicato de sódio, sob constante agitação.

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Figura 4 - Coleta de amostra de sabão para verificar a consistência fria Fonte: PIMENTEL, 1989.

• A massa sabonosa, da qual é feito o sabão, fica flutuando sobre a parte que não é

propícia para o sabão. Deve-se descartar esse resíduo de fundo, menos viscoso, parecido com água, e ficar apenas com a parte flutuante da mistura, mais viscosa.

• Deve-se testar se a saponificação está concluída colocando pequenas porções de massa sabonosa em um pires ou sobre uma mesa (FIG. 4). O seu endurecimento indica o final da reação, devendo-se, então, apagar o fogo.

• Caso haja aparas provenientes de fabricações anteriores, deve-se cortá-las em pequenos pedaços e adicioná-las à mistura graxa no início da saponificação.

• Para tingir o sabão, dissolve-se, previamente, quantidade suficiente do corante escolhido (anilina, etc.) em pequeno volume de água ou álcool. Após o cozimento do sabão, adicione o corante sob constante agitação, de forma a deixar homogênea a cor por todo o produto.

• Adicione o perfume, para deixar o sabão com um cheiro mais agradável.

• Uma vez concluída a saponificação, conduza a massa sabonosa às formas de alvenaria ou madeira, por ação da gravidade, através de tubulação conectada ao tacho. Deixe lá até que a massa se resfrie pelo tempo necessário. O período de enformamento vai depender da quantidade de sabão produzida.

• Após desenformar a massa de sabão endurecida, faça o corte em blocos e, depois, em barras.

• Embale as barras de sabão em filme plástico, para preservar a umidade, e acondicione-as em caixas de papelão.

5.2 Composição 2 – sabão de glicerina A Emater do Rio Grande do Sul apresenta em seu site uma receita de sabão de glicerina, conforme descrito a seguir (QUADRO 2):

Quadro 2 - Ingredientes para a Composição 2 Descrição Quantidade

Sebo animal 4,0 kg Álcool carburante hidratado 4,0 L Água 2,0 L Soda cáustica 1,0 kg

Fonte: EMATER/RS

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• Dissolver a soda cáustica na água;

• Derreter o sebo;

• Misturar o álcool no sebo;

• Acrescentar a soda dissolvida;

• Mexer por aproximadamente 15 minutos;

• Após 2 horas, cortar o sabão.

Segundo Caroline Crochemore Velloso, da EMATER-RS/ASCAR, a glicerina é produzida através da reação química que ocorre quando se misturam as moléculas da soda caústica (base) e da gordura que está representada na receita pelo sebo. 5.3 Composição 3 – sabão de glicerina sem álcool

Quadro 3 - Ingredientes para a Composição 3 Descrição Quantidade

Sebo animal 30 partes (peso) Óleo de coco 50 partes (peso) Óleo de rícino 40 partes (peso) Lixívia de soda cáustica a 38° Baumé 60 partes (pes o) Lixívia de sal e potassa a 18° Baumé 40 partes (pes o) Perfume 1,5 parte (peso) Glicerina 22 partes (peso)

Fonte: ARGENTIÈRE, 1992. • Fundem-se as gorduras, as quais, em seguida, se misturam e se juntam a frio com

lixívia de soda cáustica a 30° Baumé e se bate vigo rosamente, durante cerca de 12 minutos.

• Em seguida, introduz-se a caldeira em fogo brando e se aquece pelo espaço de meia hora. Neste tempo a massa se apresentará muito translúcida e espessa, análoga a um sabão granuloso. Agita-se fortemente e se juntam 40 partes (em peso) de lixívia preparada com solução de sal comum a 8° Baumé e pot assa cáustica, suficiente para elevá-la a 18° Baumé. Agita-se de novo e se junta à glicerina, com o que o sabão se torna muito fluido.

• Quando bem elaborado, deve este sabão apresentar um pequeno excesso de alcalinidade, facilmente perceptível com a língua. Na superfície do sabão acabado deve ficar uma espuma bastante compacta, mas nenhum grão por dissolver-se.

• Nas provas sobre vidro, este sabão apresenta sempre, a frio, uma ligeira turvação, o que o distingue dos sabões alcoólicos que, desde o princípio se apresentam transparentes e assim se mantêm, uma vez esfriados. Quando presente todos os caracteres requeridos, perfuma-se com óleo essencial e em seguida se filtra através de um pano num molde de ferro.

• Convém acelerar o resfriamento da massa saponífera, sendo de notar que a transparência deste sabão aumenta com o tempo. Por isso se deve tardar ao máximo possível o seu corte.

5.4 Composição 4 – sabão de coco líquido

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Quadro 4 - Ingredientes para a Composição 4 Descrição Quantidade

Tambor plástico de 100 litros 1 unidade Proveta de 500 mL 1 unidade Embalagem plástica de 1 litro 1 unidade Papel indicador universal 1 unidade Ácido sulfônico 5,0 kg Amida 60 2,0 kg Trietanolamina 0,5 kg Soda cáustica a 40% Vide forma de preparo Brancol 0,5 L Solução de cloreto de sódio ou sulfato de magnésio 200g/L 0,5 L Essência de coco 150 mL Água Vide forma de preparo

Fonte: TRINDADE, 1991. • Coloque 150 mL da essência de coco na embalagem plástica de 1 litro; adicionar 500

mL de água e agitar bem, em seguida, deixar em repouso para ser usada no final;

• Coloque 5 quilogramas de ácido sulfônico no tambor de 100 litros;

• Adicione 5 litros de água e agite vagarosamente até formar uma pasta. Cuidado para não inalar os vapores liberados pelo ácido sulfônico. São vapores irritantes;

• Adicione mais 10 litros de água e agite. Continuar a adição de água (de 10 em 10 litros) até completar 70 litros, aproximadamente. Deixar em repouso, aproximadamente 2 horas, até abaixar a espuma;

• Adicione 2 quilogramas de amida e agite bem;

• Adicione 0,5 quilograma de trietanolamina e agite. Percebe-se a formação de uma massa viscosa turva;

• Meça o pH com papel indicador universal (deve ficar em torno de 2 e 3);

• Neutralize com soda cáustica, adicionando pequenas quantidades de cada vez (aproximadamente 100 mL). A cada adição de soda cáustica, meça o pH. Pare a adição de soda cáustica quando o pH estiver entre 8,5 e 9,0;

• Adicione 0,5 litro de solução de cloreto de sódio e agite;

• Adicione 0,5 litro de brancol e agite;

• Adicione a essência de coco, que havia sido preparada no início, e agite;

• Complete o volume até 100 litros, com água, e agite;

• Deixe em repouso até o dia seguinte. Antes de embalar, faça uma leve agitação.

5.5 Composição 5 – sabão pastoso a partir de óleo s aturado de fritura

Quadro 5 - Ingredientes para a Composição 5 Descrição Quantidade

Óleo saturado de fritura 4,0 L Água 3,0 L Soda cáustica 1,0 kg Lauril sulfato de sódio 200 mL Essência q.s.p.

Fonte: ALBERICI; PONTES, 2004.

• Diluir a soda cáustica em igual proporção de água, mas com extremo cuidado, por causa da liberação de vapores. Evite inalá-los, porque são muito corrosivos.

• Aquecer o óleo de fritura e adicionar a soda diluída e o restante da água e deixar aquecendo durante mais ou menos 30 minutos para ocorrer a saponificação.

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• Depois, deixa-se amornar e adiciona-se o lauril sulfato de sódio e a essência.

6 CONTROLE DE QUALIDADE 6.1 Índice de saponificação O sebo animal e as demais matérias graxas usadas no processo de fabricação do sabão podem variar de composição, quer pela diferença entre fornecedores, quer pela diferença entre as origens da matéria-prima, etc. A quantidade de lixívia necessária no processo de fabricação do sabão deve, assim, variar de acordo com as variações detectadas na matéria graxa e deve ser cuidadosamente medida para evitar problemas de pH no sabão e desperdício de lixívia. Para determinar a quantidade de lixívia necessária para saponificar completamente uma amostra de matéria graxa, usa-se de um ensaio de índice de saponificação. O índice de saponificação é o número de miligramas de KOH necessários para saponificar um grama de gordura. Quanto maior o índice de saponificação, mais base será consumida (TAB. 1).

Tabela 1 - Valores típicos do índice de saponificação de acordo com a matéria-prima

Origem da gordura/óleo Índice de saponificação típico (mg KOH/g gordura)

Óleo de rícino (mamona) 180 Óleo de algodão 196 Óleo de amendoim 190 Óleo de milho 190 Óleo de coco de babaçu 247 Óleo de palma (azeite de dendê) 247

Fonte: MUNDO DO QUÍMICO Seguem abaixo os equipamentos e reagentes necessários para o ensaio (QUADRO 6).

Quadro 6 - Materiais necessários para a determinação do índice de saponificação Descrição Quantidade

Erlenmeyer de 250 mL 2 unidades Refrigerantes de refluxo 2 unidades Banhos-maria de uma boca 2 unidades Buretas de 25 mL 2 unidades Potassa metílica (mistura de metanol com KOH) a 4% 100 mL Ácido clorídrico a 0,5 N 100 mL Fenolftaleína a 1% Algumas gotas Amostra de gordura 2,000 g

Fonte: MUNDO DO QUÍMICO Procedimento: • Pese de 1,000 a 2,000 g de amostra e anote o valor;

• Em um erlenmeyer, adicione, com o auxílio da bureta, 20 mL de solução de potassa metílica a 4%. Adaptar ao frasco um refrigerante de refluxo;

• Repita a operação anterior sem adicionar amostra nenhuma, produzindo um frasco-testemunha;

• Deixe os dois frascos a uma ebulição moderada por cerca de 1 hora;

• Deixe esfriar; em seguida, adicione em cada frasco 2 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína 1% como indicador;

• Titule os dois frascos com a solução de ácido clorídrico 0,5 N e anote o volume usado

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em cada um dos erlenmeyers.

Cálculo:

m

fABçãosaponificadeíndice

28)( ××−=

onde:

A Volume em mL de ácido clorídrico gasto na titulação da amostra. B Volume em mL de ácido clorídrico gasto na titulação do frasco-testemunha. f Fator de correção do HCl 0,5 N. m Massa em gramas da amostra.

6.2 Especificação do produto acabado A norma EB-56 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT fornece as especificações de sabão permitidas no Brasil. A norma especifica as seguintes condições gerais para sabões: • Devem apresentar consistência firme e aspecto homogêneo próprio do seu tipo;

• Não devem apresentar cheiro desagradável, mesmo na espuma, que deve ser branca;

• Devem espumar mesmo em água fria;

• Devem ser modelados em barras ou pedaços de 2 kg, 1 kg, 500 g ou 250 g conforme os tipos comerciais comuns e de acordo com o que estipular o comprador;

• Devem trazer carimbados em cada barra a marca comercial, o tipo e o peso líquido;

• A unidade de compra é o quilograma devendo no pedido ser declarado o peso líquido nominal das caixas e seu número de barras ou pedaços.

Dentre os sabões da classe meia fervura, de fervura ou refinados, existem os seguintes tipos:

Tabela 2 - Tipos de sabão de meia fervura, de fervura e refinados Tipos

Característica 20 30 40 45 50 55 60 Cor Qualquer cor Matérias voláteis a 100-105° C (máx.) 60% 53% 45% 40% 35% 32% 32% Ácidos gordurosos e resinosos (mín.) 20% 30% 40% 45% 50% 55% 60% Álcali cáustico livre calculado em NaOH (máx.) 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,2% Insolúveis na água (máx.) 2% 2% 2% 2% 2% 2% 0,5% Gorduras não saponificadas e insaponificáveis (máx.) - - - - 2,0% 2,0% 2,0% Breu calculado sobre os ácidos gordurosos e resinosos (máx.) - - - - 25% 25% 30% Ácidos livres calculado em ácido oléico - - - - - - 1%

Fonte: adaptado de ABNT, 1954. Para atender às especificações mostradas (TAB. 2), devem ser feitas análises químicas periódicas e permanentes no sabão produzido. Essas análises podem ser feitas em laboratório especializado ou na própria indústria de sabão, bastando apenas seguir as instruções prescritas nas normas técnicas descritas a seguir.

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7 NORMAS TÉCNICAS As normas técnicas descritas a seguir são elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Para consultar os endereços dos Postos de Intermediação e adquirir os produtos da ABNT consulte o site: <http://www.abnt.org.br/>. Especificação do sabão

Código Título Data de publicação

EB-56 Sabão comum – Especificação brasileira 1954 Análise do sabão

Código Título Data de publicação

ISO 672 Sabões – Determinação da umidade e do teor de matéria volátil – Método do forno Soaps – Determination of moisture and volatile matter content - Oven method

1978

ISO 673 Sabões – Determinação do teor de matéria insolúvel em etanol Soaps - Determination of content of ethanol-insoluble matter

1981

ISO 684 Análise de sabões – Determinação da alcalinidade livre total Analysis of soaps - Determination of total free alkali

1974

ISO 685 Análise de sabões – Determinação da alcalinidade total e do teor total de matéria graxa Analysis of soaps - Determination of total alkali content and total fatty matter content

1975

ISO 1066 Análise de sabões – Determinação do teor de glicerina – método titulométrico Analysis of soaps - Determination of glycerol content - Titrimetric method

1975

ISO 1067 Análise de sabões – Determinação das matérias insaponificável, insaponificada e saponificável mas não-saponificada Analysis of soaps - Determination of unsaponifiable, unsaponified and unsaponified saponifiable matter

1974

ISO 4323 Sabões – Determinação do teor de cloreto – método potenciométrico Soaps – Determination of chloride content - Potentiometric method

1977

ISO 8212 Sabões e detergentes – Técnicas de amostragem durante a manufatura Soaps and detergents - Techniques of sampling during manufacture

1986

NBR 13903 Sabão e sabonete em barras - Determinação de umidade e voláteis - Método do forno de microondas

1997

8 DESCARTE DE RESÍDUOS DE FÁBRICAS DE SABÃO De acordo com a ABNT (NBR 9800/87), “efluente líquido industrial é o despejo líquido proveniente do estabelecimento industrial, compreendendo emanações de processo industrial, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico”. Antes de escolher o processo de tratamento dos efluentes resultantes do processo de fabricação de sabão em barra, é necessário determinar quais as matérias-primas que serão

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utilizadas na formulação do sabão. Caso o empreendedor opte por comprar a massa base já pronta, para a fabricação do seu sabão, não haverá geração de resíduos. No entanto, se o empreendedor optar por fabricar a massa base em suas instalações, haverá necessariamente uma etapa de lavagem da massa base que gera um efluente líquido com vestígios de óleo, sebo e soda cáustica. Esse efluente líquido deverá ser destinado a uma estação de tratamento de efluentes, onde passará por tratamento químico adequado antes de ser descartado como esgoto industrial. Nesse caso, recomenda-se consultar um especialista em tratamentos de efluentes, para orientá-lo na implantação da estação de tratamento. Para saber sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, consultar: CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução n. 357 , de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 15 maio 2007. 9 EXEMPLO DE LAYOUT DE UMA FÁBRICA DE SABÃO EM BARRA Ao escolher a localização da empresa, deve-se observar a disponibilidade das matérias-primas básicas (gordura de origem animal e/ou vegetal), de água, de mercado local para o produto e os aspectos relacionados à disposição dos rejeitos. Requisitos para a produção: • terreno; • galpão • máquinas e equipamentos principais:

- tacho de aço em feitio cônico; - sistema de aquecimento: caldeira ou fogo direto; - tanque para secagem;

• equipamentos auxiliares: - baldes, tambores, pás; - rodo de ferro ou agitador mecânico; - equipamentos para corte do sabão; - mesas para embalagem;

• matérias-primas principais: - material de embalagem (consumo anual); - insumos (consumo anual);

• mão-de-obra. A seguir, apresenta-se um esquema ilustrativo com a disposição dos elementos básicos que devem ser observados na implantação da fábrica (FIG 5 e FIG. 6).

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Figura 5 - Vistas de um modelo de fábrica de sabão

Fonte: CEMIG

Figura 6 - Exemplo de layout para indústria de sabão em barra

Fonte: CEMIG

Legenda

1 Escritório 9 Estoque 2 Tacho 10 Tanque de resfriamento 3 Torneira 11 Corte e embalagem 4 Depósito de lenha 12 Transporte 5 Forno 13 Depósito de matéria-prima 6 Calha móvel 14 Escada para o andar superior 7 Banheiro 15 Porta de entrada do galpão 8 Extintor

O desenho apresenta apenas uma sugestão de como pode ser montada uma fábrica de sabão. Neste esquema, a utilização de dois pisos proporciona o aproveitamento da gravidade em vez de bombas para o transporte do material até o local de secagem. 10 ABERTURA DA INDÚSTRIA DE SABÃO Para abrir a empresa, existe a necessidade de se ter um químico responsável e a aprovação pelo Ministério da Saúde. O empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação à localização), e também quanto ao Alvará de Funcionamento. Deverá ainda entrar em contato com a Secretaria Estadual de Saúde, para obter: • Aprovação da autoridade sanitária;

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• Admissão de responsável técnico habilitado; • Registro no Ministério da Saúde. Além disso, é necessário tomar algumas providências, como: • Registro na Junta Comercial; • Registro na Secretaria da Receita Federal; • Registro na Secretaria da Fazenda; • Registro na Prefeitura do Município; • Registro no INSS para o caso de pessoa física autônoma; • Registro no Sindicato Patronal. Se a indústria for de médio a grande porte, também pode ser necessário obter uma licença ambiental junto ao órgão fiscalizador competente. 11 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n. 184, de 22 de outubro de 2001. Registro de Produtos Saneantes Domissanitários e Afins, de Uso Domiciliar, Institucional e Profissional. Define os produtos saneantes, apresenta a norma geral para a rotulagem de produtos saneantes domissanitários, ficha dos dados técnicos do produto, tabela dos códigos. Diário Oficial da União , Brasília, 23 out. 2001. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2001/184_01rdc.htm>. Acesso em: 14 maio 2007. BRASIL. Decreto n. 79094, de 05 de janeiro de 1977. Regulamenta a Lei n. 6.360, de 23 de setembro de 1976, que submete a sistema de vigilância sanitária os medicamentos, insumos farmacêuticos, drogas, correlatos, cosméticos, produtos de higiene, saneantes e outros. Diário Oficial da União , Brasília, 07 jan. 1977. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=9331>. Acesso em: 14 maio 2007. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução normativa n. 1, de 25 de outubro de 1978. Aprova as normas a serem obedecidas pelos detergentes e seus congêneres. Diário Oficial da União , Brasília, 27 nov. 1978. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=353&word=sab%C3%A3o>. Acesso em: 15 maio 2007. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO/MICT n. 95 , de 22 de agosto de 1997. Aprova o Regulamento Técnico Metrológico que estabelece os critérios para comercialização e metodologia para execução do exame de verificação da quantidade líquida dos produtos sabão e sabonete embarra. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/rtac/detalhe.asp?seq_classe=1&seq_ato=447>. Acesso em: 15 maio 2007. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO/MICT n. 3 , de 7 de janeiro de 1998. Verificação do conteúdo líquido de sabonete e sabão em barra. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/rtac/detalhe.asp?seq_classe=1&seq_ato=468>. Acesso em: 15 maio 2007. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO/MDIC n. 87 , de 11 de junho de 1999. Proposta de regulamentos estabelecendo as condições a que devem satisfazer o acondicionamento dos produtos sabão e sabonete em barra para serem comercializados. (Projeto aprovado, não disponível na íntegra). Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/rtac/detalhe.asp?seq_classe=1&seq_ato=590>. Acesso em: 15 maio 2007.

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INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO/MDIC n. 126 , de 19 de novembro de 1999. Estabelece critérios para comercialização, indicação do conteúdo líquido e metodologia de verificação do conteúdo líquido dos produtos sabão e sabonete em barra. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/rtac/detalhe.asp?seq_classe=1&seq_ato=606>. Acesso em: 15 maio 2007. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 348, de 18 de agosto de 1997. Determinar a todos estabelecimentos produtores de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico - Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Diário Oficial da União , Brasília, 19 ago. 1997. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=7315&word>. Acesso em: 14 maio 2007. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Portaria n. 57, de 11 de junho de 1995. O registro de produtos saneantes domissanitários e afins, de uso doméstico, institucional e profissional será efetuado levando-se em conta a avaliação e o gerenciamento do risco. Diário Oficial da União , Brasília, 26 jul. 1995. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=718&word=sab%C3%A3o>. Acesso em: 15 maio 2007. Para regularizar um produto junto à ANVISA será necessário fazer o pedido de Autorização de Funcionamento da Empresa e seguir o procedimento necessário. Somente depois de regularizado é que poderá pedir o registro do produto. A documentação necessária para se conseguir a autorização de funcionamento de Empresa (AFE), junto à ANVISA pode ser acessada no endereço: <http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/autoriza/autoriza_industria.htm>. Conclusões e recomendações Durante 2.000 anos, os processos básicos de fabricação de sabões permaneceram praticamente imutáveis. As modificações maiores ocorreram no pré-tratamento das gorduras e dos óleos, na obtenção de novas e melhores matérias-primas, no processo de fabricação e no acabamento do sabão, por exemplo, na secagem por atomização para obtenção do sabão em pó. Este documento teve como objetivo compreender vários aspectos relacionados à produção de sabão, que são de interesse do micro e pequeno empreendedor. Mais informações sobre o sabão e sua manufatura podem ser obtidas nas referências listadas abaixo, ou através da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins – ABIPLA: Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins – ABIPLA Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1903 – 11º andar – conj. 111 CEP: 01452-001 - São Paulo – SP Fone: (11) 3816-3405/3816-2762 – Fax: (11) 3031-6578 Site: http://www.abipla.org.br Referências ABOUT.COM. Soap and Saponification . Disponível em: <http://chemistry.about.com/library/weekly/blsapon.htm>. Acesso em: 09 maio 2007. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Glossário de vigilância sanitária . Disponível em: <http://e-glossario.bvs.br/glossary/public/scripts/php/form_search.php?lang=pt>. Acesso em: 26 nov. 2006. ALBERICI, Rosana Maria; PONTES, Flávia Fernanda Ferraz de. Reciclagem de óleo

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comestível usado através da fabricação de sabão. Eng. ambient ., Espírito Santo do Pinhal, v. 1, n.1, p. 73-76, jan./dez., 2004. Disponível em: <http://www.unipinhal.edu.br/ojs/engenhariaambiental/include/getdoc.php?id=39&article=19&mode=pdf>. Acesso em: 14 maio 2007. ARGENTIÉRE, R. Novíssimo receituário industrial : enciclopédia de fórmulas e receitas para pequenas, médias e grandes indústrias. 4 ed. São Paulo: Cone, 1992. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS DE LIMPEZA E AFINS - ABIPLA. Disponível em: <http://www.abipla.org.br>. Acesso em: 15 maio 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. EB-56 – sabão comum: especificação brasileira. 1954. CENTRO DE INFORMAÇÃO METAL MECÂNICA – CIMM. Efluentes industriais . Disponível em: <http://www.cimm.com.br/construtordepaginas/htm/3_24_5267.htm>. Acesso em: 14 maio 2007. COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS – CEMIG. Perfis industriais : sabão. Disponível em: <http://www.indi.mg.gov.br/publicacoes/Sabao.pdf>. Acesso em: 14 maio 2007. DOW CHEMICAL COMPANY. Densities of Pure (Salt Free) Caustic Soda Solution s at Various Temperatures and Concentrations . Disponível em: <http://www.dow.com/webapps/lit/litorder.asp?filepath=causticsoda/pdfs/noreg/102-00486.pdf&pdf=true>. Acesso em: 15 maio 2007. EMATER/RS. Receitas - higiene e limpeza : sabão de glicerina. Disponível em: <http://www.emater.tche.br/site/inicial/ptbr/php/index.php>. Acesso em: 14 maio 2007. ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA. Chemical Process Industries : soaps and detergents. v. 21, 15 ed. 1993. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL – INMETRO. Biblioteca on line . Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/sysbibli/bin/sysbweb.exe/busca_html?alias=sysbibli&pagina=2&exp=%22SABAO%22%2FASSUNTO>. Acesso em: 14 maio 2007. KASAG EXPORT AG. Density and concentration of NaOH solutions . Disponível em: <http://www.kasag.com/compengl/NaOH.html>. Acesso em: 15 maio 2007. MCGRAW-HILL Encyclopedia of Science and Technology. Soap , v. 12. 5. ed. 1982. MUNDO DO QUÍMICO. Índice de saponificação . Disponível em: <http://www.mundodoquimico.hpg.ig.com.br/saponificacao.htm>. Acesso em: 14 maio 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Detergente em pó com spray dryer . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 15 maio 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Fabricação de sabão de coco líquido e sabão em barra . Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 14 maio 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Fornecedores de ingredientes para produto de limpeza para as mãos. Disponível em: <http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 14 maio 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Processo, equipamentos e matéria-prima para fabricação de sabonetes . Disponível em:

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<http://respostatecnica.org.br>. Acesso em: 15 maio 2007. SILVA, M. Tecnologia dos sabões : sabão – definição, composição e características, aplicações, classificações. Indústrias Químicas Meliane Ltda. TRINDADE, Diamantino Fernandes. Como fabricar produtos de limpeza : barato, rápido, prático. São Paulo: Ícone, 1991. WIKIPÉDIA. Areometer. Disponível em: <http://sl.wikipedia.org/wiki/Areometer>. Acesso em: 11 maio 2007. WIKIPÉDIA. Baumé scale . Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Baumé_scale>. Acesso em: 15 maio 2007. Anexos Anexo 1 – Informações técnicas sobre o produto As informações a seguir podem ser úteis para o controle de qualidade do sabão produzido e são especialmente úteis ao responsável técnico da fábrica de sabão.

Quadro 7 – Densidade e concentração de soluções de hidróxido de sódio a 15,5° C (60° F)

Densidade da solução

Concentração Densidade da solução

Concentração

ºBaumé kg/L NaOH g/kg

NaOH %(m/m)

NaOH g/L

ºBaumé kg/L NaOH g/kg

NaOH %(m/m)

NaOH g/L

1 1,007 5,9 0,59 6,0 26 1,220 196,5 19,65 239,7 2 1,014 12,0 1,20 12,0 27 1,231 206,0 20,60 253,6 3 1,022 18,5 1,85 18,9 28 1,241 215,5 21,55 267,4 4 1,029 25,0 2,50 25,7 29 1,252 225,0 22,50 281,7 5 1,036 31,5 3,15 32,6 30 1,263 235,0 23,50 296,8 6 1,045 37,9 3,79 39,6 31 1,274 244,8 24,48 311,9 7 1,052 45,0 4,50 47,5 32 1,285 255,0 25,50 327,7 8 1,060 52,0 5,20 55,0 33 1,297 265,8 26,58 344,7 9 1,067 58,6 5,86 62,5 34 1,306 276,5 27,65 361,7 10 1,075 65,8 6,58 70,7 35 1,320 288,3 28,83 380,6 11 1,083 73,0 7,30 79,1 36 1,332 300,0 30,00 399,6 12 1,091 80,7 8,07 88,0 37 1,345 312,0 31,20 419,6 13 1,100 87,8 8,78 96,6 38 1,357 325,0 32,50 441,0 14 1,108 95,0 9,50 105,3 39 1,370 337,3 33,73 462,1 15 1,116 103,0 10,30 114,9 40 1,383 350,0 35,00 484,1 16 1,125 110,6 11,06 124,4 41 1,397 363,6 36,36 507,9 17 1,134 118,4 11,84 134,0 42 1,410 376,5 37,65 530,9 18 1,142 126,9 12,69 145,0 43 1,424 390,6 39,06 556,2 19 1,152 135,0 13,50 155,5 44 1,438 404,7 40,47 582,0 20 1,162 143,5 14,35 166,7 45 1,453 420,2 42,02 610,6 21 1,171 151,5 15,15 177,4 46 1,468 435,8 43,58 639,8 22 1,180 160,0 16,00 188,8 47 1,483 451,6 45,16 669,7 23 1,190 169,1 16,91 201,2 48 1,498 467,3 46,73 700,0 24 1,200 178,1 17,81 213,7 49 1,514 484,1 48,41 732,9 25 1,210 187,1 18,71 226,4 50 1,530 501,0 50,10 766,5

Fonte: KASAG EXPORT AG

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Quadro 8 - Densidade em kg/L de soluções de hidróxido de sódio sob várias temperaturas

Conc. Solução

Temperatura

%NaOH (m/m)

0ºC 32ºF

10ºC 50ºF

20ºC 68ºF

30ºC 86ºF

40ºC 104ºF

50ºC 122ºF

70ºC 158ºF

80ºC 176ºF

90ºC 194ºF

100ºC 212ºF

2 1,024 1,023 1,021 1,018 1,014 1,010 0,999 0,993 0,987 0,980 4 1,048 1,046 1,043 1,039 1,035 1,031 1,020 1,014 1,008 1,001 6 1,071 1,068 1,065 1,061 1,056 1,052 1,041 1,035 1,028 1,022 8 1,094 1,091 1,087 1,083 1,078 1,073 1,062 1,056 1,050 1,043 10 1,117 1,113 1,109 1,104 1,100 1,094 1,083 1,077 1,071 1,064 12 1,140 1,136 1,131 1,126 1,121 1,116 1,104 1,098 1,092 1,086 14 1,162 1,158 1,153 1,148 1,143 1,137 1,126 1,120 1,113 1,107 16 1,185 1,180 1,175 1,170 1,165 1,159 1,147 1,141 1,134 1,128 18 1,207 1,202 1,197 1,192 1,186 1,181 1,169 1,162 1,156 1,149 20 1,230 1,224 1,219 1,214 1,208 1,202 1,190 1,183 1,177 1,170 22 1,252 1,247 1,241 1,235 1,230 1,224 1,211 1,205 1,198 1,191 24 1,274 1,269 1,263 1,257 1,251 1,245 1,232 1,226 1,219 1,212 26 1,296 1,291 1,285 1,279 1,273 1,267 1,254 1,247 1,241 1,234 28 1,318 1,312 1,306 1,300 1,294 1,288 1,275 1,268 1,262 1,255 30 - 1,334 1,328 1,322 1,315 1,309 1,296 1,289 1,282 1,276 32 - 1,355 1,349 1,343 1,336 1,330 1,317 1,310 1,303 1,296 34 - - 1,370 1,363 1,357 1,350 1,337 1,330 1,323 1,316 36 - - 1,390 1,384 1,377 1,370 1,357 1,350 1,343 1,336 38 - - 1,410 1,404 1,397 1,390 1,376 1,370 1,363 1,356 40 - - 1,430 1,423 1,416 1,410 1,396 1,389 1,382 1,375 42 - - 1,449 1,443 1,436 1,429 1,415 1,408 1,401 1,394 44 - - 1,468 1,462 1,455 1,448 1,434 1,427 1,420 1,413 46 - - 1,487 1,481 1,473 1,466 1,452 1,445 1,438 1,432 48 - - 1,506 1,500 1,492 1,485 1,471 1,464 1,457 1,450 50 - - 1,525 1,518 1,511 1,504 1,490 1,483 1,476 1,470

Fonte: International Critical Tables of Numerical Data, Physics, Chemistry and Technology apud Dow Chemical Company

• Conversão da escala de Baumé para densidade específ ica A escala de Baumé foi desenvolvida pelo cientista francês Antoine Baumé, em 1768, para medir a densidade de vários líquidos. A grandeza é indicada de várias formas, por exemplo: graus Baumé, graus Baume, Bº, Beº, Béº, Baumé. À temperatura de 20° C, a relação entre graus Baumé e a densidade específica do líquido é:

Baumégrausespecíficadensidade

−=

145

145

para líquidos mais densos que a água, e

Baumégrausespecíficadensidade

+=

130

140

para líquidos menos densos que a água. Se a temperatura de referência for de 15,5° C (60° F), deve-se alterar o valor 145 mostrado anteriormente pelo valor 144,32.

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Anexo 2 - Associações empresariais ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MERCADO INSTITUCIONAL DE LIMPEZA – ABRALIMP Avenida Nove de Julho, 5593 - conjunto 22/23 - Jd Paulista Fone: (11) 3079-2003 /Fax: (11) 3079-1948 Site: http://www.abralimp.org.br/ e-mail: [email protected] Esta é uma entidade civil de âmbito nacional, sem fins lucrativos. Ela congrega cerca de 215 empresas da cadeia produtiva do setor institucional de limpeza e é formada por fabricantes, distribuidores, representantes, prestadores de serviços e usuários. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AEROSSÓIS E SANEANTES DOMISSANITÁRIOS - ABAS Rua Geraldo Flausino Gomes, 42, conjunto 111 CEP: 04575-060 – São Paulo – SP Fone/Fax: (11) 5505-1663 / 5505-5597 Site: http://www.as.org.br/ e-mail: [email protected] Anexo 3 – Fabricantes de máquinas, equipamentos e m atéria-prima A lista de fornecedores apresentada a seguir representa apenas uma amostra de fornecedores de máquinas e insumos para a fabricação de sabão, cabe ao cliente optar por aquele que melhor atender as suas necessidades (qualidade, preço, variedade, localização do fornecedor etc.). • Máquinas e equipamentos industriais FENOQUÍMICA MÁQUINAS PARA SABÕES E SABONETES LTDA. Rua Chafic Cury, 303 – Jd. Carvalho Ponta Grossa – PR Fone: (42) 3238-5051 Site: http://www.fenoquimica.com.br KILINMAK IND. COM. E EXP. LTDA. Máquina para fabricação de sabão e sabonetes. Rua Lima e Silva 227 – Ipiranga CEP: 04215-020 - São Paulo - SP Fone: (11) 6915-8344 Site: http://www.kilindas.com.br MÁQUINAS MAN Equipamentos para sabão e sabonetes. Rua Marcos Bortion, 212 CEP: 17512-330 - Marília – SP Fone: (14) 3408-4400 / Fax: (14) 3408-4401 Site: http://www.man.com.br MAZBRA S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO Equipamentos para fabricação de sabão, sabonetes e glicerina. Rua Arnaldo Magniccaro, 346 CEP: 04691-060 - São Paulo – SP Fone: (11) 5631-5500 / Fax: (11) 5631-1668 Site: http://www.mazbra.com.br RODRINOX INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Rua Lacônia, 258 CEP: 04634-050 - São Paulo – SP Fone/Fax: (11) 5031-5982

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• Máquinas e equipamentos para sabão em pó BRASSPRAY Rua Antão Steher, 94 Jardim Alvorada Jandira – SP Fone: (11) 4789-7100 e-mail: [email protected] EMPRAL DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS LTDA. Avenida Clotilde Verri, 640 CEP: 14890-034 - Jaboticabal – SP Fone: (16) 3209-1999 / Fax: (16) 3202-1515 Site: http://www.empral.com.br e-mail: [email protected] • Máquinas e equipamentos para laboratório químico CIENTEC EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIOS LTDA. Rua Buenos Aires, 717 Parque Água Branca CEP: 13426-155 – Piracicaba – SP Fone: (19) 3429-6700 Site: http://www.cientec.com.br FANEM LTDA. Avenida General Ataliba Leonel, 1790 São Paulo – SP Fone: (11) 6972-5700 / Fax: (11) 6979-1575 Site: http://www.fanem.com.br e-mail: [email protected] MARTE BALANÇAS E EQUIPAMENTOS DE PRECISÃO LTDA. Vendas – São Paulo Rua Dr. Nogueira Martins, 235 CEP: 04143-020 – São Paulo – SP Fone: (11) 3411-4511 / Fax: (11) 3411-4510 Site: http://www.martebal.com.br e-mail: [email protected] TECNAL EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO LTDA. Avenida Pasteur, 544 - Vila Rezende CEP: 13441-906 – Piracicaba – SP Fone: (19) 2105-6161 / Fax: (19) 3421-6656 Site: http://www.tecnallab.com.br • Matéria-prima AROMATY Avenida Pedro Celestino Leite Penteado, 791 - Jordanésia CEP: 07760-000 - Cajamar - SP Fone: (11) 4447-5007 / Fax: (11) 4447-4004 Site: http://www.aromaty.com.br e-mail: [email protected] CHEMYUNION Rua Fiação da Saúde, 40 - 10º andar - Saúde CEP: 04144-020 - São Paulo - SP Fone: (11) 2173-0103 / Fax: (11) 2173-0100 Site: http://www.chemyunion.com.br e-mail: [email protected]

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ERTEX Avenida Caetano de Abreu, 55 - Encosta do Sol CEP: 13255-830 - Itatiba - SP Fone: (11) 4894-8900 / Fax: (11) 4894-8903 Site: http://www.ertex.com.br e-mail: [email protected] FERQUIMA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Fabrica e comercializa óleos essenciais para a indústria cosmética, bases hidrossolúveis para cremes e xampus. Estrada Mineração Ouro Branco, 2017 São Paulo - SP Fone: (11) 4158-3544 / 4159-1784 Site: http://www.ferquima.com.br GIVAUDAN BRASIL Cria e fornece fragrâncias, sabores e ingredientes especiais para cosméticos em geral. Avenida Engenheiro Billings, 2185 São Paulo - SP Fone: (11) 3760-8000 Site: http://www.givaudan.com.br GRUPO SABARÁ Rua Souza Melo, 73 - Penha CEP: 03707-000 - São Paulo - SP Fone: (11) 6643-5000 / Fax: (11) 6643-5000 Site: http://www.beraca.com.br e-mail: [email protected] HOMY QUÍMICA Rodovia Anhangüera - km 327,8 - Zona Rural CEP: 14680-000 - Jardinópolis - SP Fone: (16) 3690-1000 / Fax: (16) 3690-1050 Site: http://www.homyquimica.com.br e-mail: [email protected] LABORATÓRIOS UNIVERSAL Rua Batista Sansoni, 251 - Distrito Industrial CEP: 12043-500 - Taubaté - SP Fone: (12) 3686-1516 / Fax: (12) 3686-1259 Site: www.laboratoriosuniversal.com.br e-mail: [email protected] MAGAMA Avenida Guiana Francesa, 75 - Mauazinho CEP: 69075-000 - Manaus - AM Fone: (92) 3618-5113 / Fax: (92) 3618-5103 Site: http://www.magama.com.br e-mail: [email protected] QUORUM FRAGRÂNCIAS INDÚSTRIA E COM. LTDA. Oferece diversificada linha de essências para uso em cosméticos, etc. Via Natalino Verdi, 120 Charqueada – SP Fone: (19) 3186-9600 / 3186-9619 Site: http://www.quorumfragrancias.com.br RAI INGREDIENTES Rua Chile, 538 - Taboão CEP: 09667-000 - São Bernardo do Campo - SP

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Fone: (11) 4173-9502 / Fax: (11) 4173-9500 Site: http://www.rai.com.br e-mail: [email protected] REI DAS ESSÊNCIAS Insumos e essências naturais para cosméticos. Rua Tupi 85, Loja 09 Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3224-1516 Site: http://reidasessencias.com.br Nome do técnico responsável Marcelo Shiniti Uchimura Nome da Instituição do SBRT responsável Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR Data de finalização 21 maio 2007