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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO DO CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE ENGENHEIRO CALDAS – MG Desenvolvido de acordo com as normas do IEPHA-MG 1 para o período de ação e preservação de 01 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2009. 1 http://www.iepha.mg.gov.br/icms_patr_cultural.htm - Deliberação para Proteção e Modelos ICMS Patrimônio Cultural.

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DOSSIÊ DE TOMBAMENTO DO CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE ENGENHEIRO CALDAS – MG

Desenvolvido de acordo com as normas do IEPHA-MG1 para o período

de ação e preservação de 01 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2009.

1 http://www.iepha.mg.gov.br/icms_patr_cultural.htm - Deliberação para Proteção e Modelos ICMS Patrimônio Cultural.

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

Dossiê de Tombamento

ENGENHEIRO CALDAS • MINAS GERAIS • BRASIL • OUTUBRO/ 2009

SUMÁRIO

• Introdução

• Informe histórico e caracterização do município

• Dados Gerais do Município

• Histórico do Município

• Informe histórico do bem cultural e contextualização do mesmo no desenvolvimento do município

• Descrição e análise arquitetônica do bem cultural

• Delimitação e descrição do perímetro de tombamento

• Justificativa da definição do perímetro de tombamento

• Delimitação do perímetro de entorno do tombamento

• Justificativa da definição do perímetro de entorno de tombamento

• Documentação cartográfica

• Documentação fotográfica

• Laudo de avaliação sobre o estado de conservação

• Diretrizes de intervenção sobre o bem tombado

• Anexo I – Ficha de Inventário

• Anexo II – Documentos legais

Parecer sobre o tombamento elaborado pelo profissional responsável pela elaboração do dossiê

Parecer sobre o tombamento elaborado por conselheiro integrante do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural

Notificação ao proprietário do bem ou ao seu representante legal informando o tombamento

Recibo de Notificação

Cópia da ata da reunião do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural aprovando o tombamento.

Cópia do decreto do executivo tombando o bem cultural

Cópia da inscrição do bem cultural no Livro de Tombo Municipal

Cópia da publicação do ato do tombamento

• Bibliografia

• Ficha técnica

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INTRODUÇÃO Este documento propõe o tombamento do bem natural “Conjunto Paisagístico Morro do

Cruzeiro” como ação de proteção ao bem e às manifestações culturais que ali se manifestam. O Morro do Cruzeiro está situado aproximadamente 06 km da sede do município Engenheiro Caldas na zona rural, bairro Vila Rainha, no maciço rochoso anteriormente denominado de Pedreira do Suaçuí. O bem citado tem significativa importância religiosa na região por ser um lugar de devoção e oração para a comunidade local. É também um lugar de grande beleza natural e de importância ecológica possuindo remanescentes de Mata Atlântica, exemplares de Cerrado e por ser Área de Preservação Permanente de acordo com o Código Florestal2, sendo importante para a manutenção de recursos hídricos, paisagem, estabilidade geológica, conservação da biodiversidade, equilíbrio ecológico, abrigo e proteção da fauna e flora nativos.

A metodologia do trabalho consistiu de uma revisão bibliográfica sobre a evolução política, econômica, sócio-cultural e religiosa da região, bem como sobre as origens históricas do Morro do Cruzeiro e sua importância para a comunidade. Foram utilizadas documentações existentes nos arquivos da Prefeitura Municipal de Engenheiro Caldas, levantamento bibliográfico, levantamento bibliográfico virtual e levantamento in loco no dia 12 de outubro de 2009 (dia mais visitados pelos fiéis devotos de Nossa Senhora Aparecida) quando foram realizadas as caracterizações ambientais, entrevistas com moradores do município e com o idealizador das atividades que ora ocorrem no Morro do Cruzeiro, Sr. Alípio Ezequiel de Farias.

As imagens presentes neste documento foram capturadas pela Sra Luziane Paulina Lessa de Oliveira Costa e pela Bióloga Carolina Aun ao longo dos 06 quilômetros da trilha que se inicia na estrada de terra (estrada principal do Bairro Vila Rainha a aproximadamente 04 Km do centro urbano) e termina no cume do Morro do Cruzeiro. Os pontos em campo foram levantados por aparelho de GPS (Global Positioning System) da marca Garmin, modelo Etrex Legend, utilizando-se a projeção cartográfica universal em graus (Latitude e Longitude).

A partir da análise destes dados tornou-se possível identificar os valores históricos, religiosos, simbólicos ambientais, paisagísticos relacionados ao Morro do Cruzeiro, considerado o local de maior importância religiosa da cidade. A intenção dos engenheiro-caldenses é atrair mais pessoas para o local, com o desenvolvimento de um projeto de turismo religioso, que está sendo elaborado pelo curso de Turismo da UNIVALE. Através dos estudos levantados considerou-se apropriado e justificável o seu tombamento.

Este dossiê é de autoria de Carolina Marta de Magalhães Pinto Aun, Bióloga e Fabíola Oliveira Lino de Araújo Mestre em Ecologia Conservação e Manejo da Vida Silvestre, com o auxílio da funcionária pública municipal Luziane Paulina Lessa de Oliveira Costa e atual Presidente do Conselho Patrimonial Municipal de Engenheiro Caldas.

2 Código Florestal – Lei Federal 4.771/1965.

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INFORME HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICIPIO

Contexto histórico

A ocupação do território do município de Engenheiro Caldas pode ser entendida a partir da ocupação da região onde este está inserido: o Vale do Rio Doce.

Por volta de 1730, com o descobrimento de diamantes na região chamada de Distrito Diamantino, com sede no arraial do Tejuco (atual Diamantina), a Coroa declarou monopólio à extração de diamantes e ouro na região, estabelecendo, então, um controle rígido sobre a área, baseado no fisco e na ação repressora. Como consequência, ocorreu a expulsão de mulheres e homens negros, proibição da venda de bebidas, interdição de vendas e de vendedores ambulantes, além de ter havido a expulsão dos mineradores clandestinos da região e a proibição da mineração de ouro, obrigando, assim, os moradores a se dedicarem à lavoura e à pecuária (BARBOSA,1981)3.

Apesar do centralismo do poder e da severidade da legislação, as riquezas que jorravam iam para a Europa não só por vias legais, mas também através de contrabando. Com essa exploração desordenada, as jazidas aluviais se esgotaram muito cedo e os colonizadores perceberam que não podiam ou não conseguiam mais manter a mineração aurífera.

A partir de então, as cidades do ciclo do ouro passaram por um melancólico esvaziamento. Os mineradores, os clérigos e os escravos se distanciaram das cidades, buscando longínquas terras. No dizer de Carrato, uma verdadeira diáspora. Os migrantes partiram em massa na busca de novas aventuras, encontrando imensas florestas e terras desabitadas. Algumas vezes ainda tentavam a mineração de ouro ou de gemas, mas acabavam abrindo currais, fazendas e pequenos negócios; começaram as construções de capelas, a criação de freguesias ou vilas (CARRATO, 1968)4.

Após a época pombalina (1750-1777), ocorreram incursões no Vale do Rio Doce visando novas descobertas de jazidas de ouro, sendo alcançado o município de Cuieté em 1781, pelo então Governador da Capitania Dom Rodrigo José de Menezes (Conde de Cavaleiros). O Governador voltou de Cuieté entusiasmado, não com a mineração aurífera, mas com a criação de uma colônia agrícola. Tomou a iniciativa de mandar para o local uma companhia militar para ocupar a região, desde Cuieté até Natividade, hoje município de Aimorés (VASCONCELOS, D. 1974)5.

A área coberta de mata indevassada ou ainda não percorrida era uma barreira natural que impedia o contrabando de ouro. Devido às condições naturais, a partir daí o Rio Doce passou a ser a via preferencial para o transporte do sal para a região do ouro. Para tornar o rio navegável, foi posto em prática um projeto de devastação das suas margens.

Consolidação do município

Até o início do século XX, o Vale do Rio Doce permanecia amplamente coberto pelo complexo da Mata Atlântica. A efetiva ocupação da região somente se deu a partir da construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Iniciada em 1903, em Vitória (ES), em 1910 chegava ao então pequeno entreposto comercial de Porto de Figueiras, hoje município de Governador Valadares (MG).

E foi neste contexto, então que, por volta de 1906, uma caravana composta por doze homens, entre eles José Manoel, Francisco Manoel, Joaquim Manoel e Joaquim Domingos, chefiados por Joaquim da Silva (o Coronel Pião) adentrou o território, à procura de terras férteis. Essa incursão

3 BARBOSA, Waldemar de Almeida. Os 250 anos de Minas Novas. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte, N. XVIII, 1981. 4 CARRATO, José Ferreira. Igreja, Iluminismo e escolas mineiras coloniais. São Paulo: Nacional, 1968. 5 VASCONCELOS, Diogo de. História Média de Minas Gerais. Belo Horizonte: Itatatiaia, 1974.

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afastou-se das áreas já ocupadas, próximas às margens do Rio Doce, dando origem ao povoado que é hoje o município de Engenheiro Caldas.

A primeira construção no local foi um “barraco” ao final da antiga Rua Pedro Faria, atual Rua Manoel Joaquim Ribeiro. A partir de então, os novos colonizadores iniciaram a ocupação do território, que se deu ao longo dos leitos do Córrego do Onça e do Córrego das Pedras, em área plana, rodeada por planícies onduladas que lhe dão um caráter de proteção natural.

De acordo com o Sr. Antônio Sotero Lopes (Sr. Pimenta), o Coronel Joaquim Pião, que comandou a incursão da caravana e a ocupação do território, doou simbolicamente à Santa Bárbara, por devoção, terras de sua posse na região da nova “área colonizada”. Daí o nome do povoado de Santa Bárbara (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 05).

A Estrada de Ferro Vitória-Minas, aberta em 1904, teve grande importância para a região no que se refere ao escoamento dos produtos; porém, foi com a implantação definitiva da BR-116, cujos estudos iniciais também datam dos anos compreendidos entre 1930 e 1939, que o povoado, atualmente Engenheiro Caldas, se desenvolveu.

Como Distrito de Santa Bárbara, criado em 1948 pela lei nº. 336, de 27 de dezembro de 1948, pertencente ao município de Tarumirim, passou a denominar-se Santa Bárbara de Tarumirim. Em 01 de março de 1962, os distritos de Santa Bárbara e São José do Acácio foram desmembrados de Tarumirim.

Ao emancipar-se pela Lei Estadual nº. 2764, de 30 de dezembro de 1962, Santa Bárbara então recebeu a denominação de Engenheiro Caldas, alterada pela mesma Lei, em homenagem ao Engenheiro Felipe Moreira Caldas, que participou da frente de trabalho para a construção da antiga rodovia Rio-Bahia (BR-116).

Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município foi constituído de 02 (dois) distritos: Engenheiro Caldas (sede) e São José do Acácio, assim permanecendo até 1988. Pela Lei nº. 530, de 03 de abril de 1992, foi criado o distrito de Divino do Traíra e anexado ao município de Engenheiro Caldas. Em divisão territorial datada de 1992, o município passou a ser constituído de 03 distritos: Engenheiro Caldas (sede), Divino do Traíra e São José do Acácio, assim permanecendo até hoje.

Distrito de São José do Acácio

O distrito de São José do Acácio está a 22,0Km do Distrito Sede e, desde 01 de março de 1962, juntamente com Santa Bárbara (atual município de Engenheiro Caldas) foi desmembrado de Tarumirim. Em 2000, segundo dados da Prefeitura Municipal de Engenheiro Caldas, o Distrito contava com 1.372 habitantes, o equivalente a 14,67% da população total do município naquele ano. Segundo a Prefeitura Municipal, atualmente São José do Acácio conta com 972 habitantes na zona urbana e 419 habitantes na sua zona rural.

Ao redor da Praça da Matriz está localizada, além da Igreja Matriz de São José, a Escola Municipal Adeodata Silveira Castro (Ensino Fundamental), alguns estabelecimentos comerciais e a sede de uma das empresas voltadas ao artesanato em pedras. O distrito conta com Posto de Saúde, Agência de Correios, Cartório e Cemitério, além do estádio de Futebol Sebastião Damasceno Filho.

A economia de São José do Acácio se diversificou. Além dos estabelecimentos comerciais de pequeno porte, e de parte dos habitantes estarem inseridos nas atividades agropecuária, segundo informações da Prefeitura Municipal, o Distrito desponta no artesanato em pedra com pequenas empresas artesanais já com um significativo suporte dotado de máquinas de corte e lapidação, cuja matéria prima é constituída pelos seguintes minerais: sodalita, calcita, magnesita, ametista e dolomita. Acrescenta-se o manejo e cultivo de plantas aquáticas (para aquários) e criação de peixes ornamentais, cujos produtos já são vendidos para vários estados brasileiros. Com isso, São José do Acácio está se transformando em referência de produção especializada e diferenciada, neste caso, ampliando a economia local e criando mais postos de trabalho.

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Distrito de Divino do Traíra

Através da Lei nº. 530, de 03 de abril de 1992, foi criado o distrito de Divino do Traíra e anexado ao município de Engenheiro Caldas, situado a 12Km do Distrito Sede. Segundo dados da Prefeitura Municipal de Engenheiro Caldas, atualmente Divino do Traíra conta com 912 habitantes na zona urbana do distrito e 205 habitantes na zona rural. Sua ocupação se deu margeando a BR-116, na confluência do Ribeirão Traíra com o Córrego Beija-Flor, cursos d´água de grande importância para o município. A economia é voltada para o comércio, com presença de pequenos estabelecimentos comerciais, e para a agropecuária.

Hoje o Distrito possui os seguintes serviços e lugares de referência: Posto de Saúde, Agência e Correios, Posto da Polícia Militar, Cartório João Izidoro Pereira, duas Igrejas (Igreja Matriz do Divino Espírito Santo e Igreja Imaculada Conceição), cemitério, Praça Professora Adélia Dias Goulart, campo de futebol e Escola Municipal Luzia Gonçalves Lessa, de Ensino Fundamental.

Povoados

Os povoados que compõem a zona rural de Engenheiro Caldas têm sua ocupação próxima às grandes fazendas, ao longo dos cursos d´água. Essa é uma das razões pela denominação de alguns deles, sendo a maioria devido aos córregos que banham suas áreas, sendo os povoados: Córrego dos Italianos, Córrego dos Alexandres, Córrego do Moledo, Mangueira, Engenhoca, Calisto, Mantimento de Cima, Mantimento de Baixo, Córrego das Pedras, Córrego dos Gonçalves, Córrego da Cachoeira, Córrego Preto, Córrego do Caixa Larga, Córrego do Beija Flor, Córrego Bela Vista, Córrego Boa Sorte, Córrego do Bonfim, Córrego dos Leites e Córrego Água Doce.

Atualmente a Zona Rural do Município de Engenheiro Caldas, segundo dados da Prefeitura Municipal, conta com um total de 1.819 habitantes, incluindo os habitantes das zonas rurais dos Distritos. A economia é voltada para a agricultura e para a pecuária, sendo de grande vulto econômico as fábricas de cerâmica, localizadas na zona rural, margeando a BR-116.

Distrito Sede

Por volta de 1940, conforme a Sra. Francisca Gonçalves Soares, conhecida como Dona Chichica, de 83 anos de idade, ela e o Sr. Ernesto Paulino de Oliveira (na época, seu esposo, atualmente divorciados) possuíam um bar às margens de onde seria construída a BR-116 (antiga Rio-Bahia). Dona Chichica lembra que as ruas ainda eram de terra e logo que foram iniciadas as obras para a implantação da rodovia, foi instalada a primeira bomba de gasolina do local. A construção desta rodovia foi um grande marco para Engenheiro Caldas, acelerando seu crescimento econômico e facilitando o escoamento da produção do município.

Dona Chichica relata também que a época foi retratada na pintura “Óleo sobre tela de José Matias”, onde se pode ver a Vila de Santa Bárbara em meados dos anos de 1940, em que existiam poucas residências, uma capela e o bar com a bomba de gasolina da Sra. Francisca e do Sr. Ernesto, em meio às ruas ainda de terra.

Essa pintura se tornou muito importante para Engenheiro Caldas, sendo utilizada como referencial pelo comércio e pelos órgãos públicos, além de ser utilizada em folhinhas de calendários. Conta-se que o pintor vendeu a tela para o atual proprietário, Sr. Carlos Machado (dono de fotos antigas), e que posteriormente tentou reavê-la, sem sucesso.

A Rádio foi o primeiro meio de comunicação de Engenheiro Caldas, inaugurada pelo Sr. João Ferreira, em 1942. Em 1957, a Agência dos Correios foi trazida por Dona Maria Cardoso. O primeiro telefone da cidade, cujo funcionamento era à manivela, foi instalado no mandato do Prefeito Wander Rodrigues de Souza (gestão 1967-1970), sendo de uso público e localizado no posto telefônico. Logo após chegaram outros 50 telefones, instalados na mesma época em residências particulares, entre elas dos Srs. João Cardoso, Ernesto Paulino de Oliveira, Divino Paulino Jordão e Maria Cardoso. Já o primeiro automóvel, um jipe, foi de propriedade do Sr. Delardino Jordão. Desconhece-se a data de sua aquisição.

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A Sra. Francisca Gonçalves Soares, em seu depoimento, relata a existência de uma lagoa próxima ao local onde hoje está localizada a Cooperativa de Produtores de Leite (aparentemente desativada) e o posto de gasolina, às margens da BR-116 e que esta foi drenada, uma vez que o município estava se desenvolvendo e em processo de expansão. A lagoa trazia problemas para os bairros próximos, causando enchentes, comuns no passado. Outros relatos mencionam que nessa lagoa existia uma ilha chamada “Couro”, que se movia sobre a água com a força dos ventos.

Segundo Dona Adeodata da Silveira Miranda, conhecida como Dona Chiquita, em seu livro intitulado “Padre Engenheiro Caldas – MG: uma história que começou há 100 anos”, publicado em 2006, a primeira Missa na cidade foi celebrada em meados da década de 1940 pelo padre conhecido como Padre Palhinha, em um pequeno altar erigido onde hoje está localizado o Hotel Pimenta, na Avenida Vereador Sebastião Pernes de Miranda. Neste momento não registrado, de acordo com a Sra. Francisca, o mencionado padre trouxe consigo uma imagem de Santa Bárbara de gesso, a qual deixou para os fiéis, que a preservam até os dias atuais. Posteriormente, no então denominado Povoado de Santa Bárbara, nome dado por devoção pelo Coronel Joaquim Pião, que comandou a primeira incursão às suas terras e a sua ocupação, conforme a obra citada, foi construída a primeira capela, pequena e em madeira, no morro do cemitério, onde hoje está a casa comercial MACOFE – Materiais de construção para construção civil6. A data de construção da capela, dedicada a Santa Bárbara, não é conhecida. Porém, em uma pintura que mostra o distrito na década de 1940, único registro existente, a capela já estava presente.

Não há documentação que mencione época, iniciativa e autoria das obras da construção da Igreja Matriz de Santa Bárbara. Porém, de acordo com relatos dos moradores mais antigos do município, a Igreja Matriz foi erigida no final da década de 1950 e inaugurada após a destruição da capela de madeira, por uma tempestade de chuva e vento. A primeira missa, após a emancipação, foi celebrada pelo Padre Rino, com a inauguração da Igreja Matriz, ainda inacabada.

A Paróquia de Santa Bárbara foi instalada no ano da emancipação do município (1962),

pertencendo à Diocese de Caratinga até o ano de 1974, aproximadamente, quando passou a

pertencer à Diocese de Governador Valadares. Quanto ao primeiro pároco do distrito de Santa

Bárbara, este foi o Padre João Pina do Amaral, seguido pelo Padre Geraldo Magela do Carmo, que

realizou sua última celebração no dia 09 de junho de 1962, quando a antiga capela desabou. Após a

emancipação do município, os párocos que assumiram a paróquia desde sua instalação foram: Padre

Rino, Padre Francisco da Fonseca (Padre Chiquinho), Padre Lécio Guedes, Frei Roberto Bocca e,

desde 1975, Padre José Dias Xavier (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 07).

Conforme Luziane Paulina Lessa de Oliveira Costa, Agente Administrativa da Secretaria de Administração da Prefeitura Municipal, em seu trabalho de conclusão do curso de Turismo: “Morro do Cruzeiro: um lugar de devoção e oração”7, o município tem potencial turístico religioso, uma vez que algumas festividades e celebrações religiosas, constantes no calendário municipal, em especial a “Novena de Santa Bárbara”, são responsáveis pela atração de muitas pessoas de outros municípios.

Entre os principais eventos religiosos destacados por Luziane Costa, estão: o Carnaval com Cristo (este ano completando sua sexta edição), organizado pela Renovação Carismática Católica, com participação de Jovens de Engenheiro Caldas e de outras cidades na Praça Tiradentes, com a duração de três dias; o Mês de Maria, realizado no mês de maio, havendo a coroação da Santa; o Corpus Christi, celebrado como uma grande manifestação de arte popular, uma vez que a comunidade engenheiro-caldense mantém o costume de decorar as ruas com tapetes feitos com serragem colorida, borra de café, farinha, areia e alguns pequenos acessórios, como tampinhas de garrafas, flores e folhas; o dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, comemorado a 12 de outubro com a subida de romeiros ao Morro do Cruzeiro, com a intenção de pagar promessas, fazer penitências, orações e para o encontro de jovens; e a mencionada “Novena de Santa Bárbara”, 6 MIRANDA, Adeodata Silveira. Padre Engenheiro Caldas – MG: uma história que começou há 100 anos. Engenheiro Caldas, setembro de 2006. 7 OLIVEIRA, Luziane. Morro do Cruzeiro: um lugar de devoção e oração. Trabalho de Conclusão de Curso de Turismo, Universidade Vale do Rio Doce. Governador Valadares, novembro de 2008.

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comemorada a 04 de dezembro, padroeira de Engenheiro Caldas, havendo orações e confissões comunitárias, apresentação e debates sobre diversos temas atuais pelos movimentos e grupos religiosos locais, barraquinhas com comidas típicas, almoço comunitário e leilões e procissão pelas principais ruas da cidade com a Imagem de Santa Bárbara carregada em andor (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 07).

Ressalta a funcionária pública Luziane Costa o Morro do Cruzeiro como um importante espaço de devoção popular, visitado por muitos romeiros desde o dia 06 de agosto de 1958, quando o Sr. Alípio Lourenço Ezequiel de Faria, na época com 34 anos, instalou o Cruzeiro nas pedras com a ajuda de outros moradores em honra à Nossa Senhora Perpétua Socorro. No local, além do Cruzeiro feito de madeira Braúna, oferecida pelo amigo Sr. João Pacifico, como conta o Sr. Alípio Lourenço, “no valor de 120 mil réis”, foi erguida uma capela com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, doada pelo Sr. Ernesto Paulino de Oliveira. No dia da inauguração, foi celebrada uma Missa para 300 pessoas, pelo Padre Geraldo Magela. Hoje, com 84 anos, o Sr. Alípio encomendou uma placa de metal de 25 Kg para colocar no Morro do Cruzeiro com os seguintes dizeres: “Este cruzeiro é de São Sebastião, e este local, é a futura igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, construído em 06/08/1958 por José Alípio Lourenço Ezequiel de Faria” (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 08).

Política

A partir da emancipação, em 30 de dezembro de 1962, o Dr. José de Assis Rodrigues administrou o município como prefeito interino por 07 meses, até a posse do primeiro prefeito eleito no mesmo ano, Sr. Divino Paulino de Oliveira, que governou o município de 1963 a 1966. De 1967 a 1970 foi prefeito o Sr. Wander Rodrigues de Souza. Pelo período de 1971 a 1972, foi prefeito o Sr. Geraldo Martins de Andrade, seguido do Sr. Wander Rodrigues de Souza, de 1973 a 1976. De 1977 a 1982, assumiu a prefeitura o Sr. José Ozório da Silveira. Entre 1983 a 1988, o Sr. Geraldo Teixeira da Costa governou a cidade. O Sr. José Pereira Gourlart foi prefeito entre 1989 a 1992. Já o Sr. Gilmar Cardoso assumiu no período de 1993 e 1996 (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 08).

De acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral8, em 1996, o município de Engenheiro Caldas elegeu Divino Jordão de Oliveira (PTB) para prefeito, com 2.644 votos (1997-2000). Nas eleições de 2000, para administrar de 2001 a 2004, o município teve como Prefeito Paulo César de Miranda Faria (PMDB), eleito com 3.111 votos, sendo reeleito em 2004, com 2.740 votos, sendo que naquele ano eram 6.448 eleitores. Atualmente a Prefeitura Municipal tem como prefeito o Sr. Juarez Contin Júnior, do PMDB, eleito em 2008, com 3.024 votos.

Demografia

De acordo com dados do IBGE9, a população urbana em 2000 era de 7.309 habitantes, o que indica um crescimento de mais que o dobro em relação a 1970, quando havia 3.387 moradores. Já a população rural em 20010, com 2.038 habitantes, equivale a aproximadamente 28% da população rural existente em 1970. Pode-se observar uma inversão do número de habitantes entre as zonas urbanas e rurais, no período entre 1970 e 2000. Em 1970, a população rural era 68,30% do total de habitantes. Já em 2000, essa porcentagem caiu para 21,80% da população total do município.

Os dados também demonstram uma queda de 20,45% no número total de habitantes entre os censos de 1970 e 1980. Porém, nos anos censitários seguintes, houve o crescimento da população total do município, sendo que, de 1980 a 1991, houve um pequeno crescimento de 3,7% e, de 1991 a 2000, o crescimento atingiu 6,03%. De acordo com o Censo de 2007, Engenheiro Caldas registrou

8 Pesquisa realizada em junho de 2009, site: http://www.tre-mg.gov.br 9 <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acessado em: junho de 2009. 10 Dados demográficos da área rural: Confederação Nacional dos Municípios – CNM <http://www.cnm.org.br/demografia/mu_dem_pop_rural.asp>. Acessado em: junho de 2009.

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um total de 10.317 habitantes, com crescimento de 10,37% referente ao ano de 2000. Este número, porém, ainda não alcançou os 10.687 habitantes registrados em 1970.

Em 2000, de acordo com dados coletados na Prefeitura de Engenheiro Caldas, inclusive em Pesquisa Escolar feita pela Escola Estadual Professora Ondina Pinto de Almeida11, o distrito de São José do Acácio contava com 1.372 habitantes, o equivalente a 14,67% da população total do município naquele ano; e o distrito de Divino do Traíra, com 1.028 habitantes, um pouco menos de 11% do número total de habitantes. Ainda, conforme os dados da Prefeitura Municipal, em 2008, a população total do distrito de São José do Acácio era de 1.391 habitantes, dos quais 419 estavam situados na zona rural. Já o Distrito Divino do Traíra possuía uma população total de 1.117 habitantes no mesmo ano, dos quais 205 estavam situados na zona rural.

A densidade demográfica do município de Engenheiro Caldas atualmente é de 54,87hab/km².

Economia

Baseando-nos em dados fornecidos pelo IBGE, a principal fonte econômica do município de Engenheiro Caldas está ligada ao setor de serviços/comércio, seguido da atividade industrial (Indústria de Cerâmica Vermelha), tendo o tijolo como produto mais significativo. O setor agropecuário também se destaca, tendo como principais explorações agrícolas a cana-de-açúcar, o arroz, o feijão, o milho e a mandioca, além da fruticultura, que é uma atividade recente no município. Na pecuária a exploração predominante é a leiteira. De acordo com a Secretaria de Educação, mais da metade da produção é exportada para os municípios do Rio de Janeiro, Governador Valadares, Caratinga e Belo Horizonte.

De acordo com o cadastro de Empresas do IBGE – CEMPRE do ano de 2000, as principais empresas industriais (com 10 ou mais empregados) de fabricação de produtos de minerais não-metálicos no município são: Angel Frossard Fernandez Cerâmica Laminatex Ltda; Cerâmica Isadora Ltda; Cerâmica Caldense Ltda; Cerâmica Fernandez Ltda; Cerâmica Portela Ltda; Cerâmica Santa Bárbara Ltda. Juntas essas empresas empregam 20% da população registrada e são responsáveis por 18% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme a Fundação João Pinheiro (FJP) e o Centro de Estatística e Informação (CEI).

O município produz aproximadamente 3.750 toneladas de cana-de-açúcar; 616 toneladas de milho; e 210 toneladas de mandioca. Em menor escala, existem lavouras de laranja (192 toneladas); arroz (176 toneladas); tomate (120 toneladas); banana (108 toneladas); feijão (98 toneladas -1ª e 2ª safras); e café (09 toneladas). Segundo o Censo Agropecuário de 200612, a pecuária engenheiro-caldense conta com a criação de bovinos (15.828 cabeças) em 238 estabelecimentos rurais, onde 177 são produtores de 4.459 litros de leite. As aves contam com 27.175 cabeças entre galinhas, galos, frangos e pintos, onde a produção de ovos atinge 9.000 dúzias. Em menor número surgem os suínos (573 cabeças) e os ovinos (155 cabeças). O mesmo censo aponta que na cidade são destinados 191 hectares para lavouras permanentes; 582 hectares para lavouras temporárias; 8.914 hectares para pastagens naturais e 439 hectares são de matas e florestas. A assistência às propriedades rurais é prestada pela Prefeitura Municipal e pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Engenheiro Caldas, além de assistência técnico-agronômica e médico veterinária, prestada pela EMATER-MG.

Na área bancária o município de Engenheiro Caldas conta com uma agência da AC-CRED, uma agência do Banco Postal do Bradesco, um Posto de Atendimento da Caixa Econômica Federal, uma unidade do Bradesco 24 horas e um PA (Posto de Atendimento) do Bradesco.

11 Pesquisa realizada pela E. E. Professora Ondina Pinto de Almeida, Curso 2o Grau, Professora Paulina Ângela – Geografia – Engenheiro Caldas-MG, 07 de dezembro de 2001. Pesquisadores: Cheila Gonçalves; Fabiana Rodrigues; Aurenice Milanez; Rosimeire Freitas; Genaina Rodrigues; Carla Geane; Regiane Santiago; Anna Kyara Aguiar; Julia Fagundis. 12 Confederação Nacional dos Municípios. <http://www.cnm.org.br/demografia/mu_dem_pop_rural.asp>. Acessado em: junho de 2009.

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A arrecadação municipal, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Fazenda13, em 2004, era de R$658,221 sendo R$193.649 de ICMS e R$464,572 definidos como “outros”. Observou-se um crescimento na arrecadação entre o período de 2001 a 2004 de quase 55%.

Educação

Em relação à educação em Engenheiro Caldas, de acordo com dados da Câmara Municipal, o município possui 04 escolas de ensino fundamental cujo número de matrículas em 2007 foi de 2.248; 04 escolas pré-escolares, com 479 matrículas e 01 escola de Ensino Médio, com 381 matrículas realizadas no ano de 2007.

A porcentagem de alunos matriculados revela a realidade da educação do município, sendo de 15,4% para nível pré-escolar; 72,3% do total de matrículas para o nível de Ensino Fundamental e apenas 12,3% do total de matrículas para o nível de Ensino Médio.

O município é atendido pelas escolas: Escola Estadual Ondina Pinto de Almeida, Escola Municipal Maria da Conceição Ferreira e Escola Municipal Braz Monteiro, situadas no distrito Sede; Escola Municipal Luzia Gonçalves Lessa, no distrito Divino do Traíra; e Escola Municipal Adeodata Silveira Castro, no distrito São José do Acácio.

As escolas da zona rural, como a Escola Estadual Córrego do Beija-Flor, no povoado do Córrego do Beija-Flor, foram desativadas. Os alunos possuem transporte fornecido pela prefeitura do município para frequentarem as escolas mais próximas de suas residências, distribuídas nos distritos, inclusive no distrito Sede.

Em 1955, pelo Decreto Lei nº. 46.369 de 20 de julho de 1955, foi fundado o Grupo Escolar Ondina Pinto de Almeida no Distrito de Santa Bárbara (atual Engenheiro Caldas), cujo nome foi uma homenagem à professora, e posteriormente Diretora, do grupo escolar da cidade de Tarumirim, da qual Engenheiro Caldas na época era Distrito. Ondina nasceu em Leopoldina em 1909, formou-se na Escola Normal em 1928 e teve sua primeira experiência profissional no grupo Escolar em Miraí, na Zona da Mata. Casou-se com Clóvis Vieira Resende, em 1929 e, em 1940, devido à repercussão econômica da Segunda Guerra, o casal se mudou para Tarumrim. A partir de então, Ondina organizou cursos de férias para vários professores que, apesar de “leigos”, trabalhavam com muita dedicação. A intenção era ensinar-lhes alguma didática e torná-los mais aptos para a tarefa da educação (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 10).

Segundo a Sra. Francisca Gonçalves Soares, a primeira Escola Municipal de Engenheiro Caldas (Grupo Escolar Ondina Pinto de Almeida, hoje Escola Estadual Ondina Pinto de Almeida) foi instalada na edificação situada a Av. Vereador Sebastião Pernes de Miranda, às margens da futura Rodovia (BR-116). Relata a depoente que o processo de fundação da Escola foi complicado, uma vez que envolvia interesses políticos e econômicos, e que, até então, a única escola existente era particular.

O Dr. José de Assis Rodrigues (advogado e futuro primeiro prefeito interino do município) juntamente com o Sr. João Izidoro Pereira (do povoado Beija-Flor), o Sr. Ernesto Paulino de Oliveira, o Sr. José Reis (escrivão) e o Sr. Antônio Barbosa Coutinho (fazendeiro) deram início ao processo de implantação de uma escola municipal após a solicitação junto à Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais. O pedido de implantação da escola foi prontamente atendido pelo então Governador do Estado Magalhães Pinto, após serem reunidos aproximadamente 150 alunos para se matricularem. A primeira escola contava com 12 professoras, 02 serventes e a primeira Diretora, Dona Assi Lopes da Silveira (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, pp. 10-11).

As primeiras professoras do Grupo Escolar Ondina Pinto de Almeida foram: Adeodata Silveira Miranda (Dona Chiquita), Terezinha de Castro, Ana Mafra de Aguiar, Luiza Gonçalves Lessa, Conceição Bernardino, Luzia Jordão, Maria Jordão, Área Cima Jordão e Maria da Conceição Pereira. Quanto às diretoras, estas foram: Assi Lopes da Silveira, Neuzina Lopes, Maria da Luz Ferreira

13<http://www.almg.gov.br/index.asp?grupo=estado&diretorio=munmg&arquivo=municipios&municipio=23700>. Acessado em: junho de 2009.

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Martins (Dona Pipi), Maria Soares e Maria Helena Barreto (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 11).

No ano de sua fundação, a Escola Ondina Pinto de Almeida funcionava de maneira precária. Em 1964, ano da Construção da BR-116 (antiga Rio-Bahia), o chefe do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens - DNER, Sr. Pedro Muller de Faria, dentro do plano de Humanização das Rodovias, doou novas instalações para a Escola, situadas à Rua Rui Barbosa, s/n. Em 10 de julho de 1979, a Escola mudou-se para a Av. Santa Bárbara, 345 – Bairro Vila Rainha, onde funciona atualmente. Até então, a Escola Ondina Pinto de Almeida atendia alunos até a 4ª série do Ensino Fundamental, sendo autorizada pela Portaria 514, de 1979, a extensão de séries (de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental). Em 1986, passou a oferecer o Ensino Médio (pelo Decreto nº 25.669), com habilitação em Magistério e, em 1987, o curso Técnico em Contabilidade. Atualmente, a Escola mantém o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, deixando de oferecer os cursos de Magistério e Contabilidade por ordem estadual. Em 2005, ano de comemoração dos 50 anos desta instituição de ensino público, a Escola contava com 87 funcionários na ativa e cerca de 1.200 alunos distribuídos em três turnos. Atualmente, oferece três modalidades de ensino: Ensino Fundamental (de 5ª a 8ª séries), Ensino Médio e EJA (Ensino Médio para Jovens e Adultos) (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 11).

A Escola Municipal Maria da Conceição Ferreira, além do ensino de 1ª a 4ª séries, oferece suas dependências para os cursos oferecidos em parceria com a ULBRA – Universidade Luterana do Brasil (EAD - Ensino à Distância). Já as escolas para alunos em idade pré-escolar situadas no distrito Sede (Frutos do Futuro, Vovó Diolinda, Cachinhos de Ouro e Braz Monteiro) atingem aproximadamente 479 alunos e são compostas por 25 docentes (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 11).

O município de Engenheiro Caldas possui ainda a Escola de Música, incluindo o projeto Batuque na Escola e a Banda Lira Caldense; cursos de artesanato em geral, ministrados por integrantes da Casa da Cultura e incentivados pela Prefeitura Municipal; dois Tele-Centros, o primeiro com cinco computadores e, o segundo, com onze computadores, garantindo a inclusão digital; e uma biblioteca pública, que está sendo transferida para o prédio da Secretaria de Educação (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 11).

Um dos projetos de maior relevância no município atualmente é a Escolinha de Futebol Criança Esperança, dirigida pelo Sr. Divino Clementino da Silva, nascido em Engenheiro Caldas, mas que trabalhava no município vizinho de Sobrália até o ano 2000. A Escolinha foi criada a partir do convite feito pelo ex-prefeito Paulo César de Miranda Faria em sua primeira gestão (2001-2004), tendo sido inaugurada pelo Sr. Divino Clementino a 11 de agosto de 2001, assumindo ele próprio a direção da Escolinha de Futebol. Esta atende 300 meninos de idades entre 07 e 18 anos, distribuídos em 08 categorias. O trabalho que este Sr. realiza é voluntário e recebe apoio da Prefeitura Municipal, como toda a infraestrutura necessária, desde material (como bolas e uniformes), até espaço físico, como Campo de Futebol, sala de administração, vestiários, etc. Esta iniciativa é amplamente reconhecida pela comunidade local e já rendeu bons frutos, como a convocação de alunos para times maiores e a conquista de vários títulos e troféus, dentre eles: campeão Mineiro EFEMG de Belo Horizonte (Chave Teófilo Otoni), Campeão Regional e Campeão da Copa Dona Santa. O Sr. Divino Clementino da Silva não se limita à Escolinha de Futebol. Também dirige a Guarda Mirim, um projeto que atende tanto meninos quanto meninas (total de 65) entre 13 e 18 anos. Estes guardas mirins são “acolhidos” pelo comércio local cujos proprietários pagam 33% do salário mínimo para que façam trabalhos leves (pagamentos, ida aos bancos, etc). Parte desse dinheiro é destinada à compra de uniformes e ao fundo de reserva, e o restante é do próprio guarda mirim (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 11).

Ambos os projetos têm vários pontos em comum, de significativo interesse para a sociedade engenheiro-caldense, para as famílias e para os alunos: há o incentivo à educação, à ética e ao comprometimento. Existe um acompanhamento rigoroso da vida estudantil e religiosa (frequência em catecismo ou reuniões de diversas religiões), além de um acompanhamento da vida pessoal/comportamental de cada envolvido, inclusive da família.

Engenheiro Caldas conta com uma Quadra Poliesportiva, construída na gestão do Prefeito Geraldo Teixeira da Costa (1983-1988), e com um campo de futebol, o “Estádio Municipal Ricardinho

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Cruz”, na Rua Padre Francisco F. Filho, s/n, que, além de ser local destinado à Escolinha de Futebol Criança Esperança, é onde acontecem jogos de duas associações desportivas do município: Flamengo Futebol Clube e Vila Rainha (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 12).

Saúde

Dados da Prefeitura Municipal de Engenheiro Caldas informam que o município possui um Centro de Saúde, onde são oferecidos serviços médicos públicos como fisioterapia, odontologia, ginecologia, psicologia, fonoaudiologia, nutricionismo, assistência social, além de clínica geral. Porém, o atendimento Hospitalar só é feito em Governador Valadares, para onde a Prefeitura Municipal envia seus pacientes (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 12).

Serviços

De acordo com dados da Câmara Municipal, datados do ano de 2005, os principais estabelecimentos comercias que atendem ao município são: açougues (03); agências lotéricas e serviços de cobrança (03); borracharias (02); correios (01); escolas particulares de informática, datilografia, línguas, etc., (03); farmácias e drogarias (05); laboratórios de análises clínicas (02); lojas de produtos veterinários/agrícolas (02); lojas de eletrodomésticos (04); lojas de materiais de construção (04); padarias (03); postos de combustível (05); hotéis (02); supermercados (04) (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 12).

O município conta também com o serviço de profissionais liberais, como despachantes (01); engenheiros agrônomos (01); farmacêuticos (07); fonoaudióloga (01); fisioterapeuta (01); médicos (09); médicos veterinários (01); e psicólogas (02). O tratamento de água na cidade é de responsabilidade da Concessionária de Água (COPASA), sendo que no Distrito de Divino do Traíra a água provem de poços artesianos. Já o esgoto é de responsabilidade da Prefeitura Municipal, porém ainda sem tratamento adequado. A energia elétrica, de responsabilidade da Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG – chega a todo o território do município, e foi implantada na gestão do Prefeito Wander Rodrigues de Souza (1973-1976), em outubro de 1973. Os serviços de telefonia fixa, de responsabilidade da TELEMAR, desde sua implantação na gestão do Prefeito Gilmar Cardoso (1993-1996), também atendem a todo o município. O município é atendido pela empresa CLARO de telefonia móvel, também em todo o seu território (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 12).

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais as rodovias que servem ao município são: BR-381, BR-458 e BR-116. Quanto às distâncias aproximadas até os principais centros são: Belo Horizonte: 291 Km; Rio de Janeiro: 485 Km; São Paulo: 795 Km; Brasília: 1100 Km; e Vitória: 350 Km . Os Municípios limítrofes de Engenheiro Caldas são Fernandes Tourinho, Sobrália, Tarumirim, Itanhomi, Capitão Andrade e Alpercata (ARO Arquitetos Associados Ltda, junho de 2009, p. 12).

Dados Gerais do Município

O Bem Natural Morro do Cruzeiro está localizado no município Engenheiro Caldas, MG, que foi emancipado de Tarumirim em 30/12/1962 pela Lei Estadual 2.764. O atual município de Engenheiro Caldas, CEP 35.130-000, possui os distritos São José do Acácio e Divino do Traíra sendo o distrito sede, Engenheiro Caldas14. A cidade possui aproximadamente 10.317 habitantes15 e possui área total de 188 Km2 de acordo com ALMG16. De acordo com dados do IBGE a população urbana

14 Acervo da Prefeitura Municipal: Informativo Paroquial de Engenheiro Caldas (Abril/2009); Jornal do Curso de Turismo da Univale (Univ. Vale do Rio Doce – Governador Valadares; Novembro/2008); Jornal regional Engenheiro Caldense (Março/2007) 15 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em http://www..ibge.gov.br/home/ 16 ALMG – Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Disponível em http://www.almg.gov.br/’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’

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em 2000 era de 7.309 habitantes e a população rural era de 2.038 habitantes). A densidade demográfica do município é de 54,87hab/Km2 17 .

O município está localizado no domínio morfoestrutural dos Cinturões Móveis do Neoproterozóico do sudeste-sul, no domínio morfoclimático Mares de Morros (áreas mameionares tropicais atlânticas florestais) no compartimento de relevo da depressão do Rio Doce18 . Sendo assim, localizase na Bacia do Rio Doce, na sub-bacia Córrego das Pedras tendo como principais cursos d’água o Rio das Pedras, o córrego da Onça e o Córrego do Mantimento19 . Possui altitude máxima de 676 metros (Serra do Bananal) e altitude mínima de 198 metros (Foz do Córrego Bonfim); possui temperatura média anual de 24,5°C sendo a média máxima anual de 29,6°C e média mínima anual de 18,2°C; seu índice médio pluviométrico anual é de 1113,8mm 20 . A COPASA é a concecionária da água local e a concessionária de esgoto é a própria prefeitura.

Os municípios limítrofes de Engenheiro Caldas são Alpercata, Fernandes Tourinho, Sobrália, Tarumirim, Capitão Andrade e Itanhomi.

As principais atividades econômicas municipais são a produção de produtos agrícolas (tomate e cana-de-açúcar), a pecuária de bovinos e galináceos e a fabricação de produtos minerais não metálicos (cerâmica vermelha e tijolos) por Empresas Industriais 21. O município possui a Lei Orgânica Municipal (Resolução Legislativa n°02 de 04/08/2005); Lei de Diretrizes Orçamentárias (Projeto de Lei n°17/2008); Plano Plurianual de Investimentos (Projeto de Lei n°22/2005 e Lei n°805/2005); Zoneamento de Áreas Urbans; Lei de Uso e Ocupação do Solo e Plano Diretor (Lei Complementar n°014/2008).

Localização do Município de Engenheiro Caldas no contexto estdual. Fonte: IGA (Instituto de Geociência Aplicada) em 10/05/1999.

17 Site da prefeitura municipal de Engenheiro Caldas, disponível em: http://www.engenheirocaldas.mg.gov.br 18 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em http://www..ibge.gov.br/home/ 19 ALMG – Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Disponível em http://www.almg.gov.br/ 20 ALMG – Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Disponível em http://www.almg.gov.br/ 21 ALMG – Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Disponível em http://www.almg.gov.br/

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Mapa Municipal Estatístico de Engenherio Caldas-MG, Geocódigo 3123700.

Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2007.

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INFORME HISTÓRICO DO BEM CULTURAL

“O cruzeiro nasceu da fé de um homem e hoje é símbolo da fé de uma cidade.”22

O catolicismo é a religião predominante no município Engenheiro Caldas e foi especialmente motivado pela fé católica de Alípio Lourenço Ezequiel de Faria que, em 06 de Agosto de 1958, construiu e instalou uma cruz em um maciço rochoso localizado no alto de morro que ficou conhecido como Morro do Cruzeiro. (Fonte: Jornal do curso de turismo da UNIVALE- Governador Valadares – Nov. 2008)

Nascido em 10 de Abril de 1924, na zona rural da cidade de Bonfim, estado de São Paulo, Alípio Lourenço Ezequiel de Faria mudou-se com os pais para o município de Engenheiro Caldas (na época conhecido como Santa Bárbara), a aproximadamente 880km de sua cidade natal, num lugar denominado “Matinha”, zona rural, em busca de melhor qualidade de vida.

Aos 34 anos e com três filhos, no ano de 1958, o então comerciante católico devoto, que morava com sua família no terreno do sogro Floravante Beltrâmio localizado na comunidade do Beija-flor, em zona rural, e que possuía uma venda próxima ao córrego Beija-flor, tinha um objetivo ousado: construir uma cruz no morro mais alto da cidade em memória a São Sebastião e uma capela em memória à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, seus santos de devoção.

Sua busca terminou ao encontrar o local ideal: um afloramento rochoso localizado no topo de um dos morros locais (altitude aproximada de 483 m do nível do mar). A enorme rocha se destacava no alto desse morro (aproximadamente 106 metros de altura contando da base rochosa que aflora do alto do morro até seu cume) e a partir dela se vislumbrava uma linda paisagem, quase divina. Nesse local, uma vegetação robusta contrastava com vasta área rochosa onde existia uma vegetação incrustada em meio aos afloramentos rochosos. Esta área era conhecida como Pedreira do Suaçuí, uma área rural, particular e intocada que pertencia ao Sr. Vicente Ceriaco Vieira 23.

Para a construção da cruz, era necessário conseguir madeira, que o sr. Alípio não tinha no seu terreno. Sabendo de seu sonho o sr. João Pacífico, seu amigo, permitiu que o Sr. Alípio escolhesse qualquer árvore em seu terreno, que se localizava no alto da comunidade do Beija-flor, para ser comprada. Segundo o Sr. Alípio a árvore escolhida foi uma Braúna bem alta e robusta, ideal para a construção de sua sonhada cruz em homenagem a São Sebastião que custou 120 mil cruzeiros à época. A árvore de braúna foi transformada em quatro toras de madeira sendo necessárias quatro “juntas de boi” para conduzi-las através do caminho aberto anteriormente em meio à vegetação pelo Sr. Alípio até o cume da pedreira do Suaçuí, e segundo o próprio Sr. Alípio o trabalho de conduzir as toras de Braúna durou metade de um dia.

Para concretizar sua obra, o sr. Alípio percebeu que seria necessário furar uma base no cume da pedreira para a fixação da cruz. Focando neste objetivo ele acordou bem de madrugada, arriou o burro e saiu com a intenção de ir à Caratinga procurar um cambuqueiro (homem que furava pedras). Ao chegar ao distrito de Santa Bárbara (atualmente município Engenheiro Caldas), por volta das nove da manhã, foi até o comércio do Sr. Inhozim avisar que ia deixar o burro amarrado para ir até Caratinga e que se não chegasse até as oito da noite poderia soltar o animal.

Quando chegou à beira do asfalto eis que surge um homem alto, franzino que usava uma camisa fina listrada e segundo Sr. Alípio era um homem, só, sem família e que carregava consigo uma pequena maleta. Ele o abordou dizendo ser viajante e que estava procurando serviço de cambuqueiro, pois precisava trabalhar. Sr Alípio se espantou e afirma que foi Deus quem colocou 22 Acervo da Prefeitura Municipal: Informativo Paroquial de Engenheiro Caldas (Abril/2009); Jornal do Curso de Turismo da Univale (Univ. Vale do Rio Doce – Governador Valadares; Novembro/2008); Jornal regional Engenheiro Caldense (Março/2007) 23 Acervo da Prefeitura Municipal: Informativo Paroquial de Engenheiro Caldas (Abril/2009); Jornal do Curso de Turismo da Univale (Univ. Vale do Rio Doce – Governador Valadares; Novembro/2008); Jornal regional Engenheiro Caldense (Março/2007)

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aquele homem em seu caminho. Seu nome era Isaías ou Elias, nome de profeta, segundo Sr. Alípio que não se recorda muito bem, mas tem a certeza de ter sido a primeira manifestação divina na obra do cruzeiro dizendo: “ pode ser providência de Deus, pois eu estava indo à Caratinga procurar um cambuqueiro.”

Animado e confiante, o Sr. Alípio logo explicou o serviço para o “homem” e foram juntos ao longo de duas léguas de distância para sua morada. Este fato aconteceu no dia 26 de julho de 1958 em uma terça feira às nove horas e quarenta minutos do dia 24.

Guiado pela fé e com a presença de Deus Sr. Alípio providenciou logo a compra de bananas de dinamite para perfurar um buraco no cume da pedreira para a fixação da cruz. O serviço começou no dia seguinte: o cambuqueiro chegava na beira da pedreira e gritava - “Lá vai fogo!” - e BUM!!! Cada vez que ele gritava soavam três explosões e a pedra ia estourando buraco abaixo. Seu vizinho Antônio Severino, também conhecido como Antônio Severino da comunidade do Beija-flor, o ajudava segurando o furador enquanto o cambuqueiro batia a marreta. E assim, conseguiram abrir um buraco de 3 metros de profundidade.

Por oito dias o cambuqueiro trabalhou na pedreira do Suaçuí em meio à vegetação que recobria o lugar. Durante os oito dias ficou hospedado na casa do Sr. Alípio, e segundo ele, o cambuqueiro trabalhava arduamente, em silêncio, bebia pouca água, não desarrumava a cama, não fazia barulho e comia o que achava sem reclamar. Ao final da estadia que coincidiu com o término do seu serviço, o cambuqueiro cobrou muito pouco pelo serviço prestado e seguiu viagem dizendo, segundo o sr. Alípio: “Adeus, patrão. Até um dia! Até uma outra vida se não nos encontrarmos mais!” E voltou-se para estrada sem olhar pra trás sumindo ao longo do caminho. Até hoje o Sr. Alípio sente saudades daquele estranho a quem depositou confiança e gostaria muito de mostrar-lhe a importância que a obra adquiriu para a comunidade.

Depois de aberto o buraco no cume do morro a tora de Braúna precisava ser esculpida e foi o Sr. Joaquim Lages da comunidade do Beija-flor quem fez o serviço de carpintaria ajudando a lavrar e fazer os encartes das peças 25.

O filho mais velho do Sr. Alípio, João Batista na época com oito anos levava comida para seu pai e seus ajudantes que trabalhavam no alto da pedreira, ia montado no burro da região do beija-flor (região próxima ao córrego Beija-Flor) até o cume do morro do Suaçuí, e a D. Maria, esposa do Joaquim Pacífico, grande amigo e vizinho do Sr. Alípio era quem fornecia água para beber e para a construção da base da cruz.

A construção da base para a fixação da cruz, de aproximadamente 15 metros de altura, começou com a chegada de outros materiais como cimento, argila e areia, pagos pelo Sr. Alípio para os carreteiros João Buque e Lau Martins. O serviço da construção da base até a colocação da cruz teve duração de três semanas. O pedreiro que fez a base de cimento em volta da cruz foi o Sr. Ogrides, que morava no Beija-flor

Depois de tudo pronto, fizeram tesouras (alavancas) de pau e várias pessoas da comunidade ajudaram a levantar a cruz enquanto outras cantavam e rezavam em voz alta. No dia 26 de Agosto de 1958, com a presença de mais de 100 pessoas, o Padre Geraldo Magela celebrou a primeira missa no local onde foi construído o cruzeiro, passando o morro da pedreira do Suaçuí a ser conhecido como Morro do Cruzeiro.

Aproveitando a bela paisagem da área e a atração religiosa, um grupo de moradores da região se reuniu no ano de 2003 na capela Santo Antônio no bairro Vila Rainha para decidir sobre a construção de uma capela no Morro do Cruzeiro em homenagem à Nossa Senhora Aparecida. Entre eles estava o Sr. Ailton Lúcio Ribeiro que colaborou muito com a construção. Ele mesmo abriu a

24 Acervo da Prefeitura Municipal: Informativo Paroquial de Engenheiro Caldas (Abril/2009); Jornal do Curso de Turismo da Univale (Univ. Vale do Rio Doce – Governador Valadares; Novembro/2008); Jornal regional Engenheiro Caldense (Março/2007) 25 Acervo da Prefeitura Municipal: Informativo Paroquial de Engenheiro Caldas (Abril/2009); Jornal do Curso de Turismo da Univale (Univ. Vale do Rio Doce – Governador Valadares; Novembro/2008); Jornal regional Engenheiro Caldense (Março/2007)

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estrada de acesso para carros ao Morro do cruzeiro e toda comunidade colaborou com a compra do material para a construção da capela.

A construção da Capela de Nossa Senhora Aparecida incentivou a romaria dos católicos e religiosos locais que visitam o Morro do Cruzeiro principalmente no dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Nesta data um grupo de jovens católicos inicia as orações às 23 horas do dia 11 de outubro e à 01 hora da manhã esse grupo (que existe desde a instalação do Cruzeiro) se desloca até cume para soltar foguetes, indicando o início da romaria. O movimento de fiéis permanece durante todas as horas do dia comemorativo 12 de outubro, tradição essa que se iniciou no ano de 1958, desde que foi instalado o cruzeiro.

Na capela existem várias imagens de santos doadas por fiéis, inclusive a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na área localizada atrás da capela foi iniciada neste ano de 2009 a construção de um banheiro público pelos próprios moradores locais com recursos próprios.

Hoje, o Morro do Cruzeiro é o maior ponto de referência da cidade de Engenheiro Caldas. Vários romeiros caminham por trilhas estreitas cercadas por pastagens e sobem a pedreira até chegarem ao topo. A importância religiosa e cultural do Morro do Cruzeiro para região é inegável. Os fiéis relatam vários milagres conseguidos através de pedidos feitos ao pé da cruz. Além disso, o Morro do Cruzeiro atrai para o município, através da fé religiosa, visitantes de outras cidades da região, estudantes que visam pesquisar sobre a história deste bem e levantamentos visando reportagens em jornais locais e regionais.

Atualmente, a área em que se localiza o Morro do Cruzeiro pertence ao Sr. Pedro André Carneiro, propriedade que foi adquirida do antigo proprietário Vicente Ceriaco Vieira. No próprio Morro do Cruzeiro e em seu entorno existem atividades agrossilvipastoris. Já na pedreira do Morro do Cruzeiro, propriamente dita, não existe nenhum tipo de atividade extrativista. As únicas atividades observadas neste local são as romarias praticadas pelos fiéis e os esportes radicais como motocross e paraglider. As trilhas de morocross utilizam os próprios afloramentos rochosos da pedreira que são marcados por setas amarelas.

O Sr. Alípio, hoje com 85 anos, ainda intenciona construir uma capela em homenagem à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sua santa de devoção, idéia que traz consigo desde a época de construção do Cruzeiro. Mesmo morando atualmente em Ipatinga o Sr. Alípio mandou fabricar uma placa de metal em abril de 2009, pesando 25kg, trazida de ônibus para fixar aos pés do cruzeiro com os seguintes dizeres: “ Este Cruzeiro é de São Sebastião, este local é a futura Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Construído em 06/08/1958, por Alípio Ezequiel de Faria”.

O Sr. Alípio possui uma grande família constituída de filhos, netos e bisnetos. Por isso ele espera que eles continuem, por iniciativa própria, a concretização de seu sonho: construir a almejada capela em homenagem à sua santa. Ele afirma que a falta de recursos financeiros foi o que impossibilitou a concretização de seu sonho e que ele gostaria de voltar a morar em Engenheiro Caldas para poder ir ao Morro do Cruzeiro toda semana.

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DESCRIÇÃO DETALHADA E ANÁLISE DO BEM PAISAGÍSTICO O Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro está inserido na Bacia do Rio Doce em área de

Bioma Mata Atlântica. Para o entendimento e caracterização do conjunto paisagístico natural é necessário entender um pouco desse bioma e da Bacia a que pertence. A Mata Atlântica originalmente percorria o litoral brasileiro de ponta a ponta. Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e ocupava uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Tratava-se da segunda maior floresta tropical úmida do Brasil, só comparável à Floresta Amazônica 26.

O grande destaque da mata original era o pau-brasil, que deu origem ao nome do nosso país. O pau-brasil hoje é quase uma relíquia, existindo apenas alguns exemplares no sul da Bahia 27.

Atualmente, da segunda maior floresta brasileira, restam apenas cerca de 5 % de sua extensão original. Em alguns lugares como no Rio Grande do Norte, nem vestígios. Hoje a maioria da área litorânea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos e agricultura. Porém, ainda restam manchas da floresta na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, no sudeste do Brasil 28.

O Bioma original da região da Bacia do Rio Doce era em sua maior parte do domínio da Mata Atlântica, a maior biodiversidade de floresta madeireira do planeta. Espécies como jacarandá, ipê, peroba, braúna, pau-brasil, cedro e muitas variedades medicinais cobriam esses solos férteis. Hoje só restam na Bacia 4% de Mata Atlântica, degradada pela implantação de pastagens. As madeireiras da região se encarregaram de consumir as espécies nobres, como o jacarandá, que está em extinção 29.

O desenfreado desmatamento da floresta para a formação de pastagens, a maior parte delas formadas por espécies de gramíneas provinientes do continente africano, mudou o tipo de cobertura vegetal da região. O inaquedado manejo das espécies exóticas e as queimadas ocasionaram o assoreamento dos rios da região 30.

Ainda existe uma área protegida de Mata Atlântica na região do Vale do Rio Doce: O Parque Estadual do Rio Doce , localizado no Alto Rio Doce abrangendo três municípios da região (Marliéria, Dionísio e Timóteo). Essa área protegida possui 36.000 hectares e é uma das maiores áreas lacustres do país e o maior remanescente de Mata Atlântica em Minas Gerais. Considerada uma área de importância biológica, o Parque apresenta ambiente úmido, plantas raras e regionais, aves de distribuição restrita, alta riqueza e espécies ameaçadas de extinção, recursos hídricos e beleza cênica que remonta à antiga exuberância de sua vegetação e fauna 31.

Características Naturais do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

O Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro encontra-se nas proximidades do Distrito Sede de Engenheiro Caldas (Zona Rural no Bairro Vila Rainha a aproximadamente 6 km na direção nordeste), numa área geográfica composta por mares de montanhas, constituindo-se, em um acidente geográfico formado, como o próprio nome já diz, por um “morro” onde se observa um afloramento rochoso aparente de aproximadamente 1.06 metros de altura, também conhecido localmente como “Pedreira”. Localizado nas coordenadas 19º 11’ 43,9” de latitude Sul e 42º 01’ 03,2” de longitude Oeste, possui uma área de 65,78 ha, e abriga em seu cume um Cruzeiro dedicado a São Sebastião,

26 O Vale do Rio Doce, Companhia Vale do Rio Doce 27 O Vale do Rio Doce, Companhia Vale do Rio Doce 28 MARTINS ROZ; MACHADO. Mata Atlântica USP; disponível em: http://wwweducar.sc.usp.br 29 O Vale do Rio Doce, Companhia Vale do Rio Doce 30 O Vale do Rio Doce, Companhia Vale do Rio Doce 31 O Vale do Rio Doce, Companhia Vale do Rio Doce

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implantado em 1958 (que dá nome ao lugar) e a Capela dedicada a Nossa Sra Aparecida, construída recentemente.

O principal acesso ao Conjunto se dá, a partir do Distrito Sede de Engenheiro Caldas, por estrada vicinal de terra em boas condições de tráfego, até a base da principal elevação do Morro do Cruzeiro, ponto a partir do qual nasce uma trilha larga, bem delimitada e íngreme que leva até o topo. Outro acesso possível, entretanto menos utilizado em função da grande distância a ser percorrida, pode ser feito por estrada destinada a veículos automotores que chega até o cume do Morro, cortando sua encosta oriental.

Localização do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro em relação ao Distrito Sede de Engenheiro Caldas. Fonte: Google maps, disponível em: http://www.googlemaps.com

As características geomorfológicas e topográficas do local permitem sua visualização a grandes distâncias, visto que o Morro propriamente dito chega a atingir mais de 150 m de altura. Sendo assim, ele se constitui num marco referencial para toda a região localizada em seu entorno próximo, podendo ser vislumbrado, inclusive, a partir de vários pontos da malha urbana do Distrito Sede.

O morro como um todo possui pontos isolados de remanescentes formados de florestas secundárias de Mata Atlântica em diferentes estágios de desenvolvimento. As antigas florestas primárias foram sendo suprimidas, provavelmente, por extração de madeira e ateamento de fogo, para o plantio de monoculturas e a criação extensiva de gado, atividade muito comum nas propriedades que se localizam nas propriedades vizinhas.

A maior parte de vegetação preservada encontra-se na vertente sul do Conjunto, em função, principalmente, de sua topografia íngreme, dificultando a utilização da área para finalidades agrícolas e criação de gado. Já o Morro em si é bem descaracterizado devido a ações antrópicas, pois sua topografia é mais amena possibilitando o desenvolvimento de atividades como pastagem. Na área aparente do afloramento rochoso, localizada na vertente ocidental do conjunto, é praticamente formado por áreas expostas de um lado e do outro por uma concentração maior de vegetação que esconde os afloramentos. Nos afloramentos rochosos aparentes não existem solos porque as rochas são subverticais ou muito inclinadas, portanto, não se forma um capeamento de solo e só

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desenvolvem plantas xerófilas (que estão localizada nas fendas rochosas) observando-se, apesar de toda a dificuldade, vida nas fendas rochosas. As plantas nascem nos locais onde existem quaisquer concentrações de matéria orgânica atraindo insetos e animais menores. As plantas nesses locais estão adaptadas à condição adversa e geralmente, colonizam primeiro esses lugares adversos, são plantas de sucessão primária como as pteridófitas (samambaias).

Além da vegetação nativa, outras espécies, invasoras e de sucessão primária (por exemplo a grama de pastagem) também brigam pelos pequenos veios de matéria orgânica oferecida nas rochas. As espécies invasoras e de sucessão primária ocorrem principalmente nos locais da rocha que vem sendo descaracterizados ao longo do tempo (pela ação do fogo, por exemplo) e nas áreas que possuem solos desprotegidos. Infelizmente, grande parte dos incêndios ocorridos no local são em decorrência da manipulação de fogos de artifícios lançados pelos fiéis no dia de Nossa Senhora Aparecida.

Localização do Cruzeiro em relação à elevação principal do Conjunto Paisagístico que leva seu nome. Fonte: Google maps, disponível em: http://www.googlemaps.com

Além da vegetação de sucessão primária existente nas áreas rochosas é possível encontrar plantas superiores adaptadas a ambientes xerófilos (adverso) como cactáceas, alguns arbustos de fabáceas e euforbiáceas (estas duas em fendas mais profundas). A vegetação mais exuberante também é encontrada abundantemente em áreas com maior disponibilidade de matéria orgânica onde já ocorreu a sucessão primária permitindo a fixação das espécies de sucessão secundária.

Na vertente oposta ao afloramento rochoso (sudeste), onde se encontra a maior concentração de vegetação, observa-se uma cabeceira de nascentes onde o filete d’água é bem perceptível em épocas chuvosas. Pela maior disponibilidade de água encontra-se ali uma vegetação mais robusta (densidade e altura) que aquela encontrada no maciço rochoso Morro do Cruzeiro composta por remanescentes de Mata Atlântica e Mata Ciliar. É exatamente na Mata Ciliar que os animais nativos preferem ficar, pois se sentem mais seguros em função da vegetação fechada. Ali se reproduzem e se escondem.

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Entretanto, o solo encontrado em algumas áreas localizadas no cume do afloramento rochoso encontra-se bastante descaracterizado, estando desnudo, fato que contribuiu significativamente para o início de alguns processos de erosão.

A “Pedreira do Morro do Cruzeiro”, como é conhecido o local, se destaca por ser bem visível: de um lado o afloramento rochoso exposto toma conta da paisagem contrastando rocha e vegetação e do outro lado a Mata Ciliar exuberante contrasta com a rocha aparente e a vegetação xerófila. Completando a paisagem, no cume do morro destaca-se o cruzeiro de madeira Braúna, que deu o nome ao local, e logo ao lado dele uma capela branca, meio escondida por algumas árvores dispostas de forma irregular.

O Cruzeiro (em forma de Cruz Latina32), de aproximadamente 15 m de altura, foi talhado em toras brutas de Braúna e afixado ao solo por base feita em alvenaria de concreto onde se encontram duas inscrições idênticas (uma gravada no concreto, outra na placa de metal instalada no ano de 2009) que trazem o seguinte texto: “ Este Cruzeiro é de São Sebastião, este local é a futura Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Construído em 06/08/1958, por Alípio Ezequiel de Faria”.

A pequena Capela, de aproximadamente 30 m2, encontrada no local foi construída em alvenaria, com pé direito de 3 metros e obedece a um partido retangular. Executada pelos próprios moradores da região de forma extremamente simples, ela é revestida com azulejos brancos decorados em sua fachada frontal e nas laterais é pintada com tinta branca. Possui esquadrias com verga de arco abatido, em metalon, vedadas com vidro e protegidas por grade metálica executada a partir de desenhos geométricos. Na fachada frontal observam-se duas portas e quatro janelas de fatura semelhante, duas de cada lado. O telhado divide-se em duas águas com cumeeira perpendicular à fachada frontal e apóia-se em laje pré-moldada assentada na inclinação do mesmo. Internamente são encontrados bancos de madeira distribuídos pelo piso de revestimento cerâmico, enquanto as paredes internas são revestidas de tinta branca. No altar à frente, improvisado por uma mesinha de madeira forrada com um tecido branco, encontram-se várias imagens de santos deixadas pelas próprias pessoas da comunidade quando em visita ao local.

Além do Cruzeiro e da Capela, encontra-se no local um banheiro em construção.

Nos arredores do Morro do Cruzeiro são encontradas várias propriedades rurais que desenvolvem atividades econômicas voltadas principalmente à criação extensiva de gado e à agricultura, atividades estas que são responsáveis pela supressão da floresta primária de Mata Atlântica por espécies introduzidas, na maioria das vezes exóticas, como a gramínea para pasto e espécies de agricultura.

Em meio às grandes áreas de pastagens ainda podem ser observados alguns poucos remanescentes florestais, florestas secundárias, que provavelmente são Reservas Legais ou Áreas de Proteção Permanentes (APPs33) das propriedades rurais. Afora as pastagens é possível identificar

32 Os cruzeiros são elementos tradicionalmente encontrados em pontos geográficos de destaque localizados em inúmeros municípios do interior de Minas Gerais, pontuando a fé e a religiosidade do povo mineiro. A Cruz representa um antigo símbolo religioso a que muitas civilizações antigas deram lugar de destaque, nos diversos níveis de existência do homem, sejam eles físicos ou espirituais. Os braços devem ser considerados em sua relação necessária com seu ponto de interseção; e o centro, o local favorável a toda comunicação entre realidades e mundos diversos, o ponto onde se juntam o céu e a terra, ou onde se confundem o tempo e o espaço. Tal simbologia, adotada pelo Cristianismo, resultou na Cruz Cristã, também chamada de “Cruz Latina”, caracterizada por um braço mais longo que os outros, devido a pratica romana de crucificar, como condenação, os seus criminosos. Iconograficamente a Cruz pode ser considerada como uma forma simbólica da salvação universal. Sua dimensão vertical simboliza o mistério divino, e sua dimensão horizontal (os dois braços abertos), representa o acolhimento a todos os homens. 33 Algumas APPs (garantidas pelo Código Florestal 33) são:

• Mata Ciliar que estão ao longo de corpos d´água. Têm grande importância por abrigar grande diversidade biológica de espécies vegetais e animais, por servir como banco de sementes auxiliando na regeneração das florestas secundárias e na manutenção do fluxo gênico, servir de abrigo e esconderijo para os animais silvestres, manter a integridade dos cursos d’água (impedindo o assoreamento dos rios e fornecendo alimento para a fauna aquática);

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a presença de outras espécies introduzidas como algumas leguminosas e bambus, plantadas pelos respectivos donos das glebas com o objetivo de melhoria do solo destinado às pastagens, sombra para os animais, contenção de barrancos e delimitação de terrenos.

Além das atividades econômicas que se não controladas e, portanto, trazem risco à integridade do local ainda são desenvolvidas no Morro do Cruzeiro aquelas de cunho religioso ou recreativo: romaria dos fiéis ao cruzeiro, MotoCross e Paraglider. É considerável a degradação da fauna e flora observada no local causada pelo lixo (deixado pelos visitantes), pelas queimadas (fogueiras montada por visitantes e soltura de fogos de artifício), pela supressão da vegetação (para a construção de fogueiras ou coleta de plantas ornamentais), pisoteio da vegetação (motos, trilhas, acampamentos), pichação (visitantes e motoqueiros) etc. Neste sentido, vale ressaltar que deverão ser desenvolvidas ações de conscientização ambiental e cultural voltadas aos usuários do local, de modo que a sua utilização se dê de forma sustentável.

Conclui-se maior parte da vegetação remanescente do Conjunto paisagístico Morro do Cruzeiro se enquadra em Áreas de Preservação Permanente instituído pelo Código Florestal 34 e/ou na Lei da Mata Atlântica 35 sendo proibida sua supressão. A preservação dessas áreas estabelecidas por lei visa justamente à preservação dos ecossistemas (meio biótico - fauna e flora / e meio físico – água, ar e solo) que prestam serviços inestimáveis aos seres humanos, pois viabilizam o atual meio de vida da sociedade humana.

De forma geral pose-se afirmar que o local apresenta grande beleza cênico-paisagística e importância natural tendo um grande valor ambiental que deve ser preservado, o que proporciona um ambiente propício a caminhadas ecológicas, ao desenvolvimento de programas de conscientização ambiental e de atividades didáticas.

Digno de nota é também é a sua importância cultural, histórica e religiosa para toda a região que há décadas utiliza o local de forma contínua.

• Topos de Morro. São essenciais para a preservação da fauna e flora, mantendo e permitindo o fluxo

gênico e grande responsável pela recarga hídrica dos rios e lençóis freáticos da região;

• Encostas e inclinações superiores a 45°. Responsáveis pela integridade do solo, como contensão de erosões e voçorocas além da importância na preservação da fauna e flora.

• Os vários estágios de desenvolvimento da floresta secundária de Mata Atlântica (que são garantidas pela Lei da Mata Atlântica) no Morro do Cruzeiro são:

• capoeirinha, áreas abandonadas que vem se regenerando a aproximadamente 6 anos, com pouca diversidade de espécies onde é possível encontrar grandes quantidades de capins e samambaias de chão, árvores pioneiras com altura inferior a 4 metros e diâmetro de 8 centímetros;

• a capoeira, áreas abandonadas que vem se regenerando a aproximadamente 15 anos, com um pouco mais de diversidade de espécies onde é possível encontrar árvores de altura média de 12 metros e 15 cm de diâmetro, predominando árvores pioneiras, em vez de capins e samambaias, existindo taquaras e cipós;

• capoeirão, áreas abandonadas que vêm se regenerando por mais de 15 anos, (podendo levar de 60 a 200 anos para alcançar o estágio semelhante à floresta primária), já possui uma diversidade biológica maior aumentando a medida que o tempo passa, a altura média das árvores é superior a 12 metros e o diâmetro médio é superior 14 cm, onde os capins e samambaias de chão não são mais característicos, e começam a emergir cedros, sapucaias, imbuias, palmiteiros freqüentes e os cipós e taquaras passam a crescer em equilíbrio com as árvores.

34 Código Florestal – Lei Federal 4.771/1965 35 Lei Mata Atlântica 11.428/2006

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DELIMITAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

O perímetro de tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro é delimitado por um polígono irregular, que corresponde em grande parte aos limites naturais de uma curva de nível que delimita o afloramento rochoso do Morro do Cruzeiro (onde estão inseridos os imóveis: cruzeiro e capela) de aproximadamente 100 metros de altura. Portanto, a área tombada inclui a área mais alta do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro localizado em Engenheiro Caldas, Minas Gerais.

A linha delimitadora desse polígono tem início no ponto P1, nas coordenadas 19°11’55,25” latitude Sul e 42°01’09,49” longitude Oeste, resultado do encontro da curva de nível 540 metros com a linha imaginária localizada na latitude de 19°11’55,25” S. A partir de P1 a poligonal definidora do perímetro de tombamento segue em sentido horário pela curva de nível de 540 metros até atingir P2, nas coordenadas 19°11’55,25 latitude Sul e 42°01’02,78” longitude Oeste, resultado do encontro da curva de nível de 540 metros com a linha imaginária localizada na latitude de 19°11’55,25” Sul.

A partir de P2 a poligonal definidora do perímetro de tombamento segue em sentido horário pela linha imaginária localizada na latitude de 19º11’55,25” sul por 235 metros até atingir novamente P1, fechando dessa forma o perímetro de tombamento, conforme mapa apresentado a seguir:

Perímetro de Tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro. Fonte: Google maps-TERRENO, disponível em: http://www.googlemaps.com

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Perímetro de Tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro. Fonte: Google maps-SATÉLITE, disponível em: http://www.googlemaps.com

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JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

A delimitação do Perímetro de Tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

baseou-se, principalmente, nas condições geomorfológicas do Conjunto, considerando a altimetria e a visibilidade do bem, de modo a preservar todo o afloramento rochoso aparente, que possui delimitações claras em função de suas características intrínsecas (rocha nua à mostra), sendo portanto, de fácil visualização e ainda a maior parte da vegetação nativa encontrada no local que apresenta resquícios de Mata Atlântica. Desta forma, a área efetivamente demarcada compreende toda a área referente à elevação principal do acidente geográfico anteriormente conhecido como Pedreira do Suaçuí, desde sua base até o topo, claramente definida pela topografia local através das curvas de nível. Tal delimitação se preocupou, principalmente, com a garantia da preservação das características paisagísticas do Bem, com vistas à manutenção de seus valores histórico-culturais, religiosos, ambientais e cênicos, já que o local é um ponto regional de referência para o turismo religioso e de aventura e local de grande beleza.

Considerando a importância que o Bem adquiriu ao longo do tempo, seus usos atuais e tendo em vista sua fragilidade, é de suma importância que se garanta a integridade física do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, especialmente no que concerne à área efetivamente utilizada, composta em sua maior parte pelo afloramento rochoso exposto. A área definida tem por finalidade resguardar as condições naturais e, conseqüentemente, a preservação de suas características cênico-paisagísticas e daquelas que lhe conferem valor histórico-cultural, como as tradicionais práticas religiosas que lá se desenvolvem em torno do Cruzeiro dedicado a São Sebastião e da Capela dedicada à Padroeira do Brasil, Nossa Sra. Aparecida.

Cumpre ainda destacar que a proteção da área em questão contribui significativamente para minimizar os principais problemas ambientais relacionados à antropização do local, pois a área delimitada pelo Perímetro de Tombamento garante o cumprimento das legislações que versam sobre a necessidade de criação das Áreas de Preservação Permanente – APP´s,36 (como topos de morros, encostas de inclinação superior a 45°, vegetação ao longo de cursos d’água e nascentes) e ainda sobre a preservação do patrimônio nacional Bioma Mata Atlântica 37. É sabido que os topos de morros têm grande importância ecológica para a manutenção do equilíbrio natural do meio ambiente, dentre elas a de recarga hídrica, manutenção da fauna e flora, do fluxo gênico, da qualidade do ar, de contenção de erosões, além da preservação da beleza paisagística.

Além de considerar as questões ambientais, a área delimitada para o Perímetro de Tombamento abrange todos os domínios do local que envolve a história religiosa do lugar, já que sua preservação paisagística tem a importante tarefa de manter viva a religiosidade dos fiéis que para lá se deslocam entrando em contato com sua espiritualidade também através do contato com a natureza.

36 Código Florestal, Lei Federal 4.771/1965 37 Lei Mata Atlântica 11.428/2006

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DELIMITAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DE TOMBAMENTO

O perímetro de entorno do tombamento do Conjunto Natural e Paisagístico Morro do Cruzeiro é delimitado por um polígono irregular de 06 pontos distribuídos nas curvas de níveis 400, 540 e na estrada de acesso ao bem, de acordo com a descrição a seguir.

A linha poligonal tem início no ponto PE1, localizado nas coordenadas 19°12’13.41 S e 42°01’18.81 O, resultado do encontro da curva de nível de 400 metros com a linha imaginária localizada na latitude de 19°12’13.41 S. A partir de PE1 a poligonal definidora do perímetro de entorno segue em sentido anti-horário por aproximadamente 1840 metros, pela linha imaginária localizada na latitude de 19°12’13.41 S até atingir o ponto PE2, localizado nas coordenadas 19°12’13.41 S e 42°00’49.36 O, resultado do encontro da curva de nível de 540 metros com a linha imaginária localizada na latitude de 19°12’13.41 S. A partir de PE2 a poligonal segue em sentido anti-horário a curva de nível de 540 metros atingindo PE3, localizado nas coordenadas 19°11’40.32 S e 42°00’48.60 O, resultado do encontro da curva de nível 830 metros com alinha imaginária localizada na longitude de 42°00’48.60 O. A partir de PE3 a poligonal segue em sentido anti-horário por aproximadamente 1.370 metros pela linha imaginária localizada na longitude de 42°00’48.60 O até atingir PE4, localizado nas coordenadas 19°11’21.73 S e 42°00’48.60 O, resultado do encontro da linha imaginária localizada na longitude de 42°00’48.60 O com a estrada vicinal 1. A partir de PE4 a poligonal segue em sentido anti-horário pela estrada vicinal 1 até atingir PE5, localizado nas coordenadas 19°11’34.88 S e 42°01’25.06 O, resultado do encontro da estrada vicinal 1 com a linha imaginária localizada na longitude de 42°01’25.06 O. A partir de PE5 a poligonal segue em sentido anti-horário por aproximadamente 510 metros pela linha imaginária localizada na longitude de 42°01’25.06 O até atingir PE6, localizado nas coordenadas 19°11’42.49 S e 42°01’25.06 O, resultado do encontro da linha imaginária localizada na longitude de 42°01’25.06 O com a curva de nível de 400 metros. A partir de PE6 a poligonal segue em sentido anti-horário pela curva de nível de 400 metros até atingir novamente PE1, fechando dessa forma o perímetro de entorno de tombamento, conforme mapa apresentado a seguir.

Perímetro de Tombamento do Entorno do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro.

Fonte: Google maps-TERENO, disponível em: http://www.googlemaps.com

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Perímetro de Tombamento do Entorno do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro.

Fonte: Google maps-TERENO, disponível em: http://www.googlemaps.com

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JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DE TOMBAMENTO

A delimitação do Perímetro de Entorno de Tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, assim como a do Perímetro de Tombamento, baseou-se nas condições geomorfológicas e topográficas do Conjunto, considerando, principalmente a visibilidade do bem. Desta forma, a área efetivamente demarcada compreende toda a área periférica da localizada no entorno da elevação principal do Morro, em um nível sensivelmente abaixo do Conjunto tombado, claramente definido pela topografia local através das curvas de nível, de modo a garantir as atuais condições de fruição do Bem.

Sendo os ecossistemas bastante frágeis a área de entorno definida tem a intenção de realizar o papel importante de minimizar o efeito de borda no remanescente florestal do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, importante Bem natural que se pretende preservar. Sendo assim, é preciso que a área contida no Perímetro de Entorno de Tombamento seja reconhecida como de suma importância para a manutenção e a preservação das atuais características do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro.

O Código Florestal 38e a Lei da Mata Atlântica 39, por si só reforçam a necessidade de preservação da área localizada dentro do perímetro de entorno do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro. O perímetro de entorno aqui proposto reafirma a proteção das formas de vegetação naturais situadas ao longo de cursos d’água, topos de morros com vistas à conservação, à proteção, à regeneração e à utilização dos remanescentes do Bioma Mata Atlântica (bioma este patrimônio nacional).

Apesar da observação do desenvolvimento de atividades pastoris nas propriedades rurais do entorno, é possível observar remanescentes de florestas secundárias de Mata Atlântica, resultantes de um processo natural de regeneração da vegetação, em áreas onde, no passado, ocorreu sua descaracterização por corte raso da floresta primária.

Além disso, a recuperação e preservação das florestas secundárias existentes no entorno são importantes para a manutenção da fauna e flora, pois servem como “ilhas”, preservando cada uma, banco de sementes (essenciais para o potencial de recuperação das áreas degradadas). Essas “ilhas” garantem diversidade genética, servem como local de abrigo, alimentação e esconderijo para a fauna silvestre, servem como pontos de parada para na locomoção de animais de maior porte, além de prestar um enorme serviço ambiental para a humanidade garantindo a qualidade do meio físico (água, solo, ar) e biológico (insumos florestais e animais) que possibilitam nosso estilo de vida como indivíduos e sociedade.

38 Código Florestal, Lei Federal 4.771/1965 39 Lei Mata Atlântica 11.428/2006

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

Dossiê de Tombamento

ENGENHEIRO CALDAS • MINAS GERAIS • BRASIL • OUTUBRO/ 2009

DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

Mapa Municipal Estatístico de Engenherio Caldas-MG, Geocódigo 3123700. Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2007.

Page 30: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

Dossiê de Tombamento

ENGENHEIRO CALDAS • MINAS GERAIS • BRASIL • OUTUBRO/ 2009

Localização do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro em relação ao Distrito Sede de Engenheiro Caldas. Fonte: Google maps, disponível em: http://www.googlemaps.com

Localização do Cruzeiro em relação à elevação principal do Conjunto Paisagístico que leva seu nome. Fonte: Google maps, disponível em: http://www.googlemaps.com

Page 31: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

Dossiê de Tombamento

ENGENHEIRO CALDAS • MINAS GERAIS • BRASIL • OUTUBRO/ 2009

Localização do Município de Engenheiro Caldas no contexto estdual. Fonte: IGA (Instituto de Geociência Aplicada) em 10/05/1999.

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

Dossiê de Tombamento

ENGENHEIRO CALDAS • MINAS GERAIS • BRASIL • OUTUBRO/ 2009

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

FO

TO

1

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vista do Conjunto Paisagístico Morro do

Cruzeiro (ao fundo no centro) a partir do Distrito Sede. Afloramento rochoso aparente do lado

esquerdo do morro. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

TO

2

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG “Pedreira” com vegetação rasteira à esquerda e do

lado oposto ao da rocha aparente a vegetação mais exuberante. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa –

Outubro/2009

FO

TO

3

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Estrada de que liga o Distrito Sede ao Morro do

Cruzeiro. Propriedades rurais com grandes áreas de pasto.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

4

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Local onde se estacionam os carros iniciando o

trajeto a pé por trilha bem definida, onde são observaos muitos bambuzais.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

Page 33: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

Dossiê de Tombamento

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FO

TO

5

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vestígio de fogueira encontrada na trilha dentro

do perímetro de entorno do Bem. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

6

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Distrito Sede visto da trilha de acesso ao Morro do

Cruzeiro. Morros com vasta extensão de pastagens.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

7

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Romeiros descansando na trilha. Presença de pasto e bambuzais. Propriedades rurais com

grandes áreas de pasto no entorno. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

8

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Outro ponto da trilha, mais próximo ao Morro do

Cruzeiro, onde são observados remanescente de Mata Atlântica em propriedade privada no entorno.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

9

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Exemplares de espécies de árvores de grande porte com mais de 20 metros de altura, típicas

de Mata Atlântica. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

10

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Grupo de romeiros voltando as 6horas da manha

do Morro do Cruzeiro. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

Page 34: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

Dossiê de Tombamento

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FO

TO

11

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Trilha de acesso em boas condições. Morro do Cruzeiro à frente. Fumaça de foco de incêndio. Entorno com pastagens e árvores leguminosas.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009 F

OT

O 1

2

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vista da parte abaixo da trilha. Entorno com

grandes áreas de pasto, presença de bambuzais e remanescentes florestais.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

13

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Cerca dividindo as propriedades rurais no

entorno. Área de pasto, leguminosas e alguns exemplares de cerrado.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

14

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Ponto da trilha a partir do qual é possível visualizar

o Distrito Sede de Engenheiro Caldas. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

15

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vestígio de gado em propriedade rural do

entorno. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

16

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação já bem descaracterizada encontrada na

Pedreira. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

Page 35: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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FO

TO

17

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação já bem descaracterizada pela ação do fogo, que se repete todo ano com a queima

de fogos de artifício. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

18

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Área limítrofe entre perímetro de tombamento e

perímetro de entorno de tombamento. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

19

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Início da trilha na Pedreira. Trilha mais íngreme

e mais estreita. Afloramentos rochosos presentes no solo. Arbustos em meio a

gramíneas. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

20

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Trilha sinuosa e estreita já na área de tombamento

com grau de dificuldade maior. Afloramentos rochosos aparentes.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

21

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação na base da Pedreira. Pontos de focos de incêndio na parte superior da foto, causado pela soltura de fogos de artifício. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

22

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação encontrada na base da Pedreira: de sucessão primária com arbustos e trepadeiras.

Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

Page 36: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

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FO

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23

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Pichações muito comum nas partes aparentes

da rocha. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

24

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Pichações muito comum nas partes aparentes da

rocha. Fotógrafa: Carolina Aun – Outubro/2009

FO

TO

25

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Pichação na cor amarela feita por esportistas de MotoCross indicando o caminho da trilha, dentro

do perímetro de tombamento. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

26

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Pichação na cor amarela feita por esportistas de

MotoCross indicando o caminho da trilha, dentro do perímetro de tombamento.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

27

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação que nasce em meio às fendas

rochosas. Gramíneas, espécie invasora de sucessão primária.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

28

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação nativa de sucessão primária, pteridófita,

que nasce em meio às fendas rochosas. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

Page 37: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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FO

TO

29

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação de sucessão primária em meio às

fendas rochosas, gramíneas, pteridofitas, leguminosas e mamonas.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009 F

OT

O 3

0

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação rasteira e trepadeiras presente snas

rochas. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

31

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Lixo deixado por visitante.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

32

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Lixo deixado por visitante.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

33

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação de sucessão primária em áreas do Conjunto com menos afloramentos rochosos

aparentes. Arbustos de luminosas, mamonas e gramíneas.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

34

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Cactácea em meio à pteridofitas e gramíneas competindo por espaço e alimento na fenda

rochosa. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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FO

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35

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Aspecto do afloramento rochoso próximo ao seu

cume. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

36

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Cume da Pedreira, onde estão localizados o

cruzeiro e a Capela. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

37

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Romeiros na entrada da Capela. Solo judiado e

exposto em várias áreas. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

38

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Banheiro em construção localizado em área atrás

da Capela. Solo exposto. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

39

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Grupo de jovens se divertindo, cantando e

tocando músicas religiosas na área próxima à Capela.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

40

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vista do entorno a partir do cume da Pedreira.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

Page 39: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

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FO

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41

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Cruzeiro construído com a madeira de Braúna

em 1958 rodeado por fiéis no dia 12 de Outubro de 2009.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009 F

OT

O 4

2

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Fiéis fazendo oferendas, agradecimentos e

orações aos pés da Cruz. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

43

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Inscrição gravada na alvenaria de base do

Cruzeiro pelo seu idealizador. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

44

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Placa de metal pregada na base do Cruzeiro

possuindo as mesmas inscrições gravadas na alvenaria de da base da Cruz.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

45

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Capela com sua base já sofrendo com os

processos de erosão no solo. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

TO

46

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Interior da capela com altar improvisado com mesa de madeira forrada com tecido branco e imagens

trazidas por fiéis. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

Page 40: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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FO

TO

47

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Engenheiro Caldas/MG

Fiéis comemorando o dia 12 de Outubro de 2009 no Morro do Cruzeiro.

Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

TO

48

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Sr. Alípio participando da comemoração de Nossa

Senhora Aparecida e recebendo a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de quem é

devoto. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

TO

49

Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Esporte MotoCross sendo praticado em local

contido no perímetro de tombamento. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

TO

50

Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Esporte Paraglider sendo praticado dentro do

perímetro de tombamento. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

TO

51

Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Adolescente soltando fogos de artifício no dia de Nossa Senhora Aparecida na Pedreira do Morro

do Cruzeiro. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

52

Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vestígio de foco de incêndio na Pedreira. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

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FO

TO

53

Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Paisagem na Pedreira do Morro do Cruzeiro.

Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

54

Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Vegetação em meio às fendas do rochedo. Fotógrafa: Ana Paula Costa – Junho/2009

FO

TO

55

Morro do Cruzeiro Engenheiro Caldas/MG

Cume da Pedreira. Solo totalmente sem cobertura e desprotegido das ações humanas e

naturais de erosão. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

TO

56

Morro do Cruzeiro

Engenheiro Caldas/MG Entorno e Distrito Sede de Engenheiro Caldas ao fundo visto a partir do cume do Morro do Cruzeiro Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

Page 42: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

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LAUDO DE AVALIAÇÃO SOBRE ESTADO DE CONSERVAÇÃO

RESPONSÁVEL TÉCNICO:

Carolina Marta de Magalhães Pinto Aun – Bióloga- CRBio: 57492/04P

Fabíola Oliveira Lino de Araújo – Bióloga- CRBio: 62492/04-D BEM CULTURAL: Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro ENDEREÇO: Localiza-se na zona rural do município de Engenheiro Caldas, Bairro Vila Rainha com distância aproximada de 4 km do centro urbano. DATA: 01 de Dezembro de 2009

HÁ OBRA DE RESTAURAÇÃO/INTERVENÇÃO EM ANDAMENTO? SIM XNÃO. Há apenas a obra de um pequeno banheiro. HÁ PROJETO APROVADO POR LEI DE INCENTIVO À CULTURA? SIM NÃO EM CASO POSITIVO: � LEI FEDERAL � LEI ESTADUAL � OUTRA PLANO DE MANEJO: SIM XNÃO PRESENÇA DE ATIVIDADES MINERATÓRIA OU DE CULTIVO : XSIM NÃO TIPO: Atividades pecuárias, atividades agrícolas. ÁREA AFETADA: Entorno da pedreira do Morro do Cruzeiro. IMPACTO:

• Invasão e competição de espécies vegetais exóticas no ambiente natural local com as espécies nativas;

• Diminuição da área de vegetação nativa; • Diminuição da oferta de alimento para os animais nativos; • Aumento de surtos de pragas agrícolas; • Invasão e competição de espécies animais domesticadas com as espécies nativas no

ambiente a ser preservado; • Diminuição da fauna silvestre; • Comprometimento da estabilidade do solo do maciço rochoso; • Alteração do microclima do maciço rochoso prejudicando a fauna e flora nativos; • Diminuição da recarga hídrica local afetando o volume de água dos corpos d’água. •

ESTADO DE CONSERVAÇÃO SOLO DA PEDREIRA DO MORRO DO

CRUZEIRO BOM REGULAR RUIM, NECESSITANDO

INTERVENÇÃO PROCESSO DE EROSÃO 70% 10% 20% URBANIZAÇÃO - - - OCUPAÇÃO IRREGULAR 90% - 10% PARCELAMENTO DO SOLO 80% 20% -

TOPOGRAFIA

MOVIMENTO DE TERRA 90% 5% 5% TERAPLENAGEM 95% - 5% CORTES - - - ATERRAMENTO - - -

DANOS VERIFICADOS

Deslocamento incipiente e localizado de solo na área construída, nas trilhas de acesso ao cume do Moro do Cruzeiro e nas trilhas de MotoCross.

Page 43: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

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ESTADO DE CONSERVAÇÃO

RELEVO, FAUNA E FLORA DO MACIÇO ROCHOSO BOM REGULAR

RUIM, NECESSITANDO INTERVENÇÃO

COMPOSIÇAO ORIGINAL DA MATA 60% 20% 20% COBERTURA DAS VERTENTES 70% 10% 20% DRENAGEM NATURAL 90% 5% 5% CONTENÇAO DO SOLO (EROSAO) 80% 10% 10% COMPOSIÇAO DA FAUNA 50% 10% 40% COMPOSIÇAO DA APP 70% 10% 20% ACONDICIONAMENTO DO LIXO - - 100% SISTEMA DE IRRIGAÇÃO - - - CONDIÇÕES DO ENTORNO/POPULAÇÃO

60% 20% 20%

OUTROS - - -

DANOS VERIFICADOS: A vegetação do maciço rochoso esta sofrendo pressão da vegetação invasora, de queimadas, de supressão, de invasão por animais domésticos. A drenagem natural é afetada pela diminuição da vegetação e pelas erosões causadas pela diminuição da vegetação e pelas trilhas. A fauna já foi bem prejudicada devido ao pequeno remanescente existente no maciço rochoso e poucos e pequenos remanescentes em seu entorno. É possível observar lixo em vários trechos do percurso desde o Morro do Cruzeiro até o cume do maciço rochoso.

ACERVO ARQUEOLÓGICO: Não foram encontrados vestígios de acervo arqueológico. ÚLTIMA INTERVENÇÃO/REGISTRO GRÁFICO E FOTOGRAFIA: Ultima intervenção foi a construção do banheiro público no cume do maciço rochoso próximo à Capela. O banheiro começou a ser construído esse ano, 2009, e continua em processo de construção.

ÚL

TIM

A IN

TE

RV

EN

ÇÃ

O

Engenheiro Caldas/MG

Morro do Cruzeiro Última intervenção no Conjunto

Paisagístico Morro do Cruzeiro, banheiro público em construção.

Fotógrafa: Carolina Aun – Out./2009 ACERVO ARQUEOLÓGICOS: Não foram encontrados acervos arqueológicos no Morro do Cruzeiro. ACERVO ESPELEOLÓGICO: Não foram encontrados acervos espeleológicos no Morro do Cruzeiro.

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CURSOS DE ÁGUA NO MACIÇO ROCHOSO – não possui acesso

ESTADO DE CONSERVAÇÃO40

BOM REGULAR

RUIM, NECESSITANDO INTERVENÇÃO

TRAÇADO ORIGINAL DO CURSO - - - PROFUNDIDADE DO LEITO (CONTROLE DE ASSOREAMENTO)

- - -

COMPOSIÇÃO DAS MARGENS - - - QUALIDADE VISUAL DA ÁGUA - - - QUALIDADE DA COMPOSIÇÃO DA ÁGUA OU ANÁLISE BIOLÓGICA

- - -

MATA CILIAR 80% 10% 10% SISTEMA DE MONITORAMENTO E COMUNICAÇÃO DE CHEIAS

- - -

ACONDICIONAMENTO DO LIXO - - - ABASTECIMENTO DE ÁGUA - - - ESGOTOS SANITÁRIOS - - - OBS: Os cursos d’água que brotam no maciço rochoso do Morro do Cruzeiro consistem em cabeceiras ou nascentes das drenagens dos rios. Não possui acondicionamento de lixo, abastecimento de água e esgoto sanitário nos cursos d’água do Morro do cruzeiro.

DANOS VERIFICADOS: Não se pode verificar danos no curso d’água, pois ele não foi visitado por dificuldades de se chegar a ele.

ESTADO DE CONSERVAÇÃOi

ACESSIBILIDADE AO MACIÇO ROCHOSO BOM REGULAR

RUIM, NECESSITANDO INTERVENÇÃO

ESTRADA DE TERRA 70% 20% 10% TRILHAS DE TERRA E TRILHAS DE PEDRA

80% 20% -

PONTES (CONCRETO, MADEIRA, CABO DE AÇO, METÁLICA,PEDRA)

- - -

PINGUELA (MADEIRA, CIMENTO) - - - ESCADAS (MADEIRA, PEDRA, CIMENTO)

- - -

CORRIMÃO - - - OUTROS - - -

DESCRIÇÃO: A estrada de terra que permite o acesso por veículos apresenta pontos com erosão e em épocas dede chuva ela é prejudicada, pois forma-se muita lama o que dificulta e/ou impede o acesso. A principal trilha de acesso também apresenta pontos de erosão, apresenta certo grau de dificuldade que se intensifica nos períodos chuvosos.

DANOS VERIFICADOS: Pontos de erosão já em estado avançado na estrada de terra e na trilha, vestígio de fogueiras e lixo jogado ao longo do caminho.

Page 45: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

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BENS ASSOCIADOS: Cruz de madeira Braúna e Capela:

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

BOM ÁREA DE GUARDA - ELEMENTOS

ESTRUTURAIS 25% 50% 75% 100%

RUIM

Piso X 0 Paredes de Alvenaria X 25% Teto/laje prefabricada X 25% Esquadrias em metalon X 0 Azulejos X 0 Pintura X 50%

DESCRIÇÃO: A pequena Capela, de aproximadamente 30 m2, encontrada no local foi construída em alvenaria, com pé direito de 3 metros e obedece a um partido retangular. Executada pelos próprios moradores da região de forma extremamente simples, ela é revestida com azulejos brancos decorados em sua fachada frontal e nas laterais é pintada com tinta branca. Possui esquadrias com verga de arco abatido, em metalon, vedadas com vidro e protegidas por grade metálica executada a partir de desenhos geométricos. Na fachada frontal observam-se duas portas e quatro janelas de fatura semelhante, duas de cada lado. O telhado divide-se em duas águas com cumeeira perpendicular à fachada frontal e apóia-se em laje pré-moldada assentada na inclinação do mesmo

DANOS VERIFICADOS: A Capela apresenta apenas manchas de umidade em sua laje prefabricada e sujidades em sua pintura externa devido a chuvas e ao terreno natural em terra batida de seu entorno. Existem trincas nas paredes laterais da capela. O solo, na área onde esta inserida as estruturas, encontra-se desnudo ocasionando processos erosivos do solo, o que prejudica as edificações.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO41 BENS ASSOCIADOS

EDIFICAÇÕES/ESTRUTURAS

BOM REGULAR RUIM, NECESSITANDO INTERVENÇÃO

SEDE - - - ALMOXARIFADO - - - BANHEIRO PÚBLICO - - - APOIO AO TURISTA - - - PORTARIA - - - PONTES - - - ACESSIBILIDADE POR ESCADAS/OUTROS

- - -

QUIOSQUE - - - REDE ELÉTRICA - - -

DESCRIÇÃO: O único banheiro encontra-se ainda em construção.

DANOS VERIFICADOS: .

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ESTADO DE CONSERVAÇÃO42 MOBILIÁRIO

BOM REGULAR RUIM, NECESSITANDO

INTERVENÇÃO ILUMINAÇAO PUBLICA - - - BEBEDOURO - - - BANCO 90% 10% - LIXEIRA - - - CAIXA DE CORREIO - - - TELEFONE PÚBLICO - - - PARADA DE ÔNIBUS COM ABRIGO - - - TIPO DE FECHAMENTO DA ÁREA - - - MONUMENTO/OBRAS ORNAMENTAIS - - -

CHAFARIZ/FONTE - - - OUTROS – mesa de madeira que serve de altar e santos doados por fiéis

- -

DESCRIÇÃO: Os bancos e a mesa que serve de altar são de madeira e encontram-se bem preservados. Os santos doados pelos fiéis também se encontram em bom estado de conservação

DANOS VERIFICADOS -

Cruzeiro:

ESTADO DE CONSERVAÇÃO43 ACERVO INTEGRADO: Cruz

BOM REGULAR RUIM, NECESSITANDO

INTERVENÇÃO ESTRUTURA DE MADEIRA 100% - - BASE 100% - - SUJIDADES 95% 5% - FERRUGEM 100% - - ATAQUE DE INSETOS 100% - - OUTROS:_______________________ - - - DESCRIÇÃO: O Cruzeiro (em forma de Cruz Latina44), de aproximadamente 15 m de altura, foi talhado em toras brutas de Braúna e afixado ao solo por base feita em alvenaria de concreto onde se encontram duas inscrições idênticas (uma gravada no concreto, outra na placa de metal instalada no ano de 2009) que trazem o seguinte texto: “ Este Cruzeiro é de São Sebastião, este local é a futura Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Construído em 06/08/1958, por Alípio Ezequiel de Faria”.

43 Anotar a percentagem 44 Os cruzeiros são elementos tradicionalmente encontrados em pontos geográficos de destaque localizados em inúmeros municípios do interior de Minas Gerais, pontuando a fé e a religiosidade do povo mineiro. A Cruz representa um antigo símbolo religioso a que muitas civilizações antigas deram lugar de destaque, nos diversos níveis de existência do homem, sejam eles físicos ou espirituais. Os braços devem ser considerados em sua relação necessária com seu ponto de interseção; e o centro, o local favorável a toda comunicação entre realidades e mundos diversos, o ponto onde se juntam o céu e a terra, ou onde se confundem o tempo e o espaço. Tal simbologia, adotada pelo Cristianismo, resultou na Cruz Cristã, também chamada de “Cruz Latina”, caracterizada por um braço mais longo que os outros, devido a pratica romana de crucificar, como condenação, os seus criminosos. Iconograficamente a Cruz pode ser considerada como uma forma simbólica da salvação universal. Sua dimensão vertical simboliza o mistério divino, e sua dimensão horizontal (os dois braços abertos), representa o acolhimento a todos os homens.

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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ESTADO DE CONSERVAÇÃO45 AGENCIAMENTO DO MACIÇO

ROCHOSO BOM REGULAR RUIM, NECESSITANDO

INTERVENÇÃO MURO - - - GRADIL - - - PAISAGISMO - - - ESTACIONAMENTO - - - SINALIZAÇAO INTERNA (INDICATIVA, INTERPRETATIVA, SEGURANÇA)

- - -

SINALIZAÇAO EXTERNA (TRANSITO, TURISTICA)

- - -

OUTROS - - -

DESCRIÇÃO: Não possui nenhum tipo de estrutura de agenciamento na área. O transito no local é de pedestres. Não existe lugar específico para estacionamento apesar de existir trilha de acesso por veículos e carros estacionados aleatoriamente. Não existem placas indicativas e sinalizações sobre o bem. O cume da Pedreira possui o solo já bem descaracterizado, exposto e com existência de plantas invasoras, interferindo na beleza paisagística do local.

DANOS VERIFICADOS A falta de agenciamento local prejudica a fauna e flora por não restringir uma área para o transito de pessoas e estacionamento dos veículos.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO46

EXISTÊNCIA DE INSTALAÇÕES DE SEGURANÇA no maciço rochoso BOM REGULAR

RUIM, NECESSITANDO INTERVENÇÃO

INSTALAÇÃO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO SIM X NÃO

- - -

SISTEMA DE SEGURANÇA/ALARME SIM X NÃO

- - -

IMPACTO VISUAL na pedreira do Morro do Cruzeiro

TIPO MARCAR X OUTDOOR - PAINEL ELETRÔNICO - PLACAS DE PROPAGANDA - FAIXAS OU CARTAZES - PICHAÇÃO X POSTES E FIAÇÃO APARENTE - OUTROS X

DESCRIÇÃO: Pichações em afloramentos rochosos, marcação de trilhas no maciço rochoso, lixo encontrado durante o percurso, solo exposto no cume da pedreira pelo pisoteio das pessoas e veículos que estacionam na área. DANOS VERIFICADOS: Poluição visual e descaracterização do solo com inícios de processos erosivos, ainda que de caráter localizado.

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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IMPACTO SONORO na pedreira do Morro do Cruzeiro

TIPO MARCAR X RUÍDOS DE FUNDO - RUÍDOS INTERMITENTES - OUTROS X

DESCRIÇÃO: Existem ruídos sazonais produzidos pelas explosões de foguetes toda data de 12 de outubro em comemoração ao dia de N. S. Aparecida. Além disso, existem ruídos mais constantes que são produzidos pelos esportistas de MotoCross na pedreira. DANOS VERIFICADOS: Dispersão da fauna local o que reduz a diversidade genética da fauna e flora. QUALIDADE DO AR na pedreira do Morro do Cruzeiro

TIPO MARCAR X EMISSÃO DE GASES (VEÍCULOS E/OU INDUSTRIAS)

-

EMISSÃO DE PARTÍCULAS

-

OUTROS x DESCRIÇÃO: Fumaça produzida por queimadas. As queimadas ocorrem devido a soltura de fogos e por fogueiras montadas por visitantes, CO2 (dióxido de carbono). Suspensão de partículas de poeira e gases de efeito estufa CO (monóxido de carbono) produzidos pelas motos. DANOS VERIFICADOS: A fumaça é responsável por afugentar a fauna local. LIXO / RESÍDUO SÓLIDOS na pedreira do Morro do Cruzeiro

TIPO MARCAR X LIXO DOMÉSTICO X INDUSTRIAL - HOSPITALAR - ACONDICIONAMENTO - EXPOSTO - ÁGUA PLUVIAL DAS CASAS DO ENTORNO

-

ESGOTO DOMÉSTICO - DESCRIÇÃO: Lixo deixado por visitantes, romeiros e esportistas radicais, como plásticos, papéis e latas ao longo das trilhas. DANOS VERIFICADOS: Poluição visual, do solo e morte de animais (pois eles morrem ao se alimentarem de lixo como embalagens plásticas).

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USOS da pedreira do Morro do Cruzeiro:

TIPO DE USUÁRIOS

TIPO MARCAR X VENDEDORES VISITANTES X FUNCIONÁRIOS OUTROS X

DESCREVER: A maior parte dos freqüentadores do Morro do Cruzeiro são moradores locais e regionais que visitam a pedreira, impulsionados pela fé. Existem esportistas de MotoCross que abrem novas trilhas na pedreira.

ESTADO DE CONSERVAÇÃOii MEDIDAS MITIGADORA E

COMPENSATÓRIA

BOM REGULAR RUIM, NECESSITANDO

INTERVENÇÃO

RUÍDOS - - - EFLUENTES ATMOSFÉRICOS - - - EFLUENTES LÍQUIDOS: DOMÉSTICOS - - - EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS - - - RESÍDUOS SÓLIDOS - - - DRENAGEM PLUVIAL - - - CONTENÇÃO DE ENCOSTAS/ATERROS

- - -

RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA - - - PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E PAISAGÍSTICO

- - -

SISTEMA VIÁRIO E TRANSPORTE COLETIVO

- - -

ATENDIMENTO A DEMANDA POR EQUIPAMENTOS DE EDUCAÇÃO , SAÚDE E RECREAÇÃO

- - -

DETALHAMENTO DAS MEDIDAS: Não existe nenhuma medida mitigatória em execução na área do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro.

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FOTOGRAFIAS

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01

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Pichações nas rochas expostas no Morro do

Cruzeiro. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro2009

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02

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Pichação feita por trilheiros de MotoCross para marcar o

percurso. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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03

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Pichação feita por trilheiros de MotoCross. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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04

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Garrafa plástica, um exemplo de lixo deixado na área pelos

visitantes. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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05

Engenheiro Caldas/MG

Morro do Cruzeiro Saco de pipoca, um exemplo de lixo deixado na

trilha e na Pedreira pelos visitantes. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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06

Engenheiro Caldas/MG

Morro do Cruzeiro Garrafas pet, um exemplo de lixo deixado na trilha e

na Pedreira pelos visitantes. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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07

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Embrulho de balas e doces, um exemplo de lixo deixado na trilha e na Pedreira pelos visitantes.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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08

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Embrulho de balas e doces, um exemplo de lixo deixado na

trilha e na Pedreira pelos visitantes. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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09

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Copo plástico, um exemplo de lixo deixado na trilha

e na Pedreira pelos visitantes. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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010

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Trilha de acesso ainda no entorno do Bem passando

por propriedade privada. Vegetação bem descaracterizada observando-se apenas pasto e

bambus. Galpão com cocheira para os bovinos e solo com muito processo de erosão.

Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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11

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Trilha no entorno. Notar vegetação totalmente

descaracterizada com predominância de pasto e bambus.

Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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12

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Trilha no entorno, margeando a divisão de duas

propriedades privadas. Notar desgaste e início de erosão no solo.

Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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13

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Entorno com propriedades privadas. Extensas áreas de

pastagens com alguns exemplares de arbustos e árvores.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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14

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Entorno com propriedades privadas. Extensas áreas de

pastagens com alguns exemplares de arbustos e árvores.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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15

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Entorno onde se percebem vários morros e vista do Distrito

Sede da trilha de acesso ao Bem. Entorno com presença de propriedades rurais com pouca vegetação nativa e vasta extensão de pasto.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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16

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Entorno, propriedade rural com vasta extensão de pasto. Notar

um ponto de remanescente florestal. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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17

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Parte da trilha de acesso ao Bem vista mais ao alto do percurso seguido, vasta pastagem, bambuzais. Atrás uma maior área com remanescente florestal,

mas com indícios de supressão. Notar solos expostos no topo dos morros.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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18

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Moto em ponto da trilha de acesso ao Bem.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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19

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Entorno com pastagem e inúmeros exemplares de árvores.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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20

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Trecho da trilha de acesso localizado no entorno do

Bem se aproximando da Pedreira do Morro do Cruzeiro.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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21

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Entorno com propriedades privadas. Área da vegetação

transformada em áreas de pastagem. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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22

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Trilha de terra no início da Pedreira do Morro do

Cruzeiro. Bem capinada, mas com início de processos erosivos.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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23

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Vista do entorno a partir do cume da Pedreira.

Vastas áreas de pastagens. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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24

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Vista a partir do cume da Pedreira: parte rochosa com

vegetação invasora, gramíneas. Carolina Aun – Outubro/2009

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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25

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Trilha de acesso vista do cume da Pedreira.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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26

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Vegetação presente na parte rochosa da Pedreira.

Vegetação rasteira e de sucessão primária. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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27

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Término da estrada de acesso por veículos no cume da

Pedreira. Solo bem compactado. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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28

Engenheiro Caldas/MG Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Solo

exposto e desprotegido no cume do Morro do Cruzeiro. Invasão de vegetação invasora e início de

processos de erosão no solo. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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29

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Cavalo na área de estacionamento de carros, no cume da

Pedreira. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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30

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Vegetação invasora observada nas proximidades do estacionamento de veículos no cume da Pedreira.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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31

Engenheiro Caldas/MG Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Solo exposto e desprotegido no cume do Morro do Cruzeiro. Na área onde se inserem os imóveis

Capela e banheiro em construção. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

FO

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32

Engenheiro Caldas/MG Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro

Solo exposto e lixo deixado pelos visitantes. Não existe uma área reservada ao público e o pisoteio dos

visitantes prejudica o solo. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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33

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Solo rochoso da Pedreira do Morro do Cruzeiro, vista

de baixo para cima. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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34

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Solo rochoso da Pedreira do Morro do Cruzeiro, vista

de cima para baixo. Notar pedras soltas. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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35

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Afloramento rochoso da Pedreira do Morro do

Cruzeiro, vista de baixo para cima. Notar pedras soltas.

Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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36

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Atividade de MotoCross na Pedreira o que aumenta a soltura de

pedras no rochedo. Fotógrafo: Luziane P.L.O.Costa – Outubro/2009

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Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Fogos de artifício lançados da Pedreira do Morro do

Cruzeiro. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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38

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Adolescente soltando fogos de artifício, atividade que

coloca em risco a integridade da vegetação e a segurança local, pois pode iniciar um incêndio.

Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Queimada iniciada pela queima de fogos de artifício

de acordo com os romeiros. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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40

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Vegetação da rocha descaracterizada por uma

queimada recente. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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41

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Queimada iniciada pela queima de fogos de acordo

com os romeiros. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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42

Engenheiro Caldas/MG

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro Resquício de fogueira feita por visitantes, atividade que coloca em risco o local e os próprios visitantes, pois pode

iniciar um incêndio. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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43

Engenheiro Caldas/MG

Morro do Cruzeiro Resquício de fogueira feita por visitantes, atividade que coloca em risco o local e os próprios visitantes,

pois pode iniciar um incêndio. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

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44

Engenheiro Caldas/MG

Morro do Cruzeiro Resquício de fogueira feita por visitantes, atividade que coloca em risco o local e os próprios visitantes,

pois pode iniciar um incêndio. Fotógrafo: Carolina Aun – Outubro/2009

CONCLUSÃO

ESTADO DE CONSERVAÇÃO BEM CULTURAL BOM REGULAR RUIM

Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro 75% 15% 15%

O Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro encontra-se em BOM estado de conservação. A maior parte dos elementos naturais está bem preservada. As edificações (capela, banheiro em construção e cruzeiro) necessitam de intervenções como pintura interna e externa da capela, manutenção do cruzeiro, término da construção do banheiro e colocação de bomba para levar a água. O solo do cume da pedreira também precisa de intervenção para garantir sua integridade.

O monitoramento local e programas educativos contribuirão para melhorar as condições do bem e evitar sua degradação.

A implantação de estruturas físicas e placas indicativas, com dizeres religiosos e de educação ambiental e cultural servirão para garantir aos visitantes uma boa qualidade e um ambiente saudável além de preservar o ambiente natural e sua beleza cênica.

Belo Horizonte, 01 de dezembro de 2009.

Carolina Marta de Magalhães Pinto Aun

CRBio: 57492/04P

Fabíola Oliveira Lino de Araújo

CRBio: 62492/04-D

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DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO PARA O BEM TOMBADO Atualmente, a paisagem configurada pelo Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro apresenta

sinais de estabilidade ambiental. Entretanto, o Bem possui grande potencial para o desenvolvimento maciço do turismo ecológico e religioso. Desta forma, para que se desenvolva uma exploração sustentável do mesmo é premente a necessidade da regulamentação das diretrizes de intervenção que garantam a permanência/preservação de seus atributos naturais e também da definição de outras ações que visam aprimorar a qualificação ambiental do mesmo. Seguem, portanto estas diretrizes.

Para o Perímetro de Tombamento do Bem deverão ser observadas as seguintes diretrizes:

• Deverá ser desenvolvido, implantado e executado um plano de manejo sustentável com o indispensável apoio dos proprietários das terras e da população que vivem no entorno, com o objetivo de dotar o Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro de infra-estrutura, ordenando a visitação pública para resguardar e proteger seus ecossistemas e dar segurança aos turistas. O plano de manejo deverá incluir diagnóstico ambiental, análise da área de influência do empreendimento, identificação e avaliação dos impactos ambientais causados pelo turismo;

• O Município deverá criar diretrizes e Plano de Turismo na região, observando as diretrizes do Plano de Manejo e Conservação do bem natural, garantindo, através de sua administração, uma manutenção adequada à perfeita conservação de suas características físicas e naturais; bem como sua proteção contra qualquer tipo de depredação e vandalismo;

• Deverá ser providenciada a construção, em número adequado, de equipamentos de apoio e de infra-estrutura básica para os visitantes do Conjunto, de forma a não prejudicar a apreciação estética do lugar. Quanto aos bens existentes (capela e banheiro em construção), em função de sua construção recente e suas características absolutamente contemporâneas, estes poderão ser modificados e/ou demolidos a critério de seus responsáveis e do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Engenheiro Caldas, desde que providenciada a construção de novos equipamentos com a mesma finalidade;

• Toda e qualquer intervenção que venha a ser realizada no bem deverá ser explicitada em um Projeto de Intervenção e contar com o apoio de técnicos especializados;

• Qualquer intervenção sobre o bem tombado ou qualquer obra a ser realizada dentro do perímetro de tombamento deverá passar por aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural do Morro do Cruzeiro, que não poderá permitir ações de exploração e descaracterizantes sobre o bem;

• O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Engenheiro Caldas deverá requerer um comprovante da habilitação e um Curriculum Vitae do (s) técnico (s) a ser (em) contratado (s) para a realização de projetos de intervenção destinados ao Conjunto Natural do Morro do cruzeiro;

• Não deverá ser concedida anuência prévia para a abertura de estradas e o desenvolvimento de atividades minerárias, de silvicultura e extração vegetal, de agricultura e pecuária, de estrutura energética, industriais e de infra-estrutura viária, tampouco construções de qualquer natureza no local;

• Quanto ao Cruzeiro, estrutura física de maior importância dentro do Conjunto, este deverá receber tratamento adequado e periódico com vistas à sua preservação contra o ataque de insetos xilófagos e ainda contra a ação constante das intempéries;

• O órgão executivo de proteção do Patrimônio Cultural deve comunicar a todos os interessados que a área do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, objeto do presente tombamento,

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CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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não está sujeita a autorizações para lavra mineral;

• Não será permitida a exploração de recursos naturais do ecossistema, nem extração de madeiras ou de espécies da flora para qualquer fim, para garantia de preservação das espécies remanescentes;

• Os gradis, muros e cercas que porventura necessitem ser construídos não podem constituir barreira visual ou elemento descaracterizador da paisagem natural;

• Deverá ser proibido o desmatamento ou a abertura de clareiras;

• Deverá ser proibida a caça amadorística, profissional e predatória;

• Não deverá ser permitida a extração de espécimes vegetais para fins ornamentais, artesanais, medicinais e/ou outros;

• Caso ocorra necessidade de recuperar áreas degradadas, recomenda-se plantar espécies nativas do bioma;

• O equilíbrio dinâmico entre a população e a conservação do local deverá ser rigorosamente observado. Para tanto, se faz necessário inventário de fauna e flora locais, bem como seu monitoramento periódico;

• Deverão ser providenciadas a identificação, recuperação e proteção das áreas de nascentes localizadas na área do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, de forma a atender a legislação ambiental em vigência;

• Só serão autorizadas as atividades de fiscalização, monitoramento ambiental, pesquisa científica que não comprometam a integridade do Conjunto e sua área de entorno e ficarão sujeitas à prévia autorização do Conselho Municipal do município;

• Deverá ser providenciada a criação e delimitação de trilhas ecológicas no Conjunto, facilitando o acesso da população ao mesmo, assim como a afixação de placas informativas sobre a condição do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, contendo informações sobre educação patrimonial e ambiental, bem como orientações quanto ao risco de acidentes, se possível, criadas em conjunto com os alunos das escolas de Engenheiro Caldas, de modo a engajá-los no processo de recuperação e preservação, juntamente com toda a população. Recomenda-se que tais placas tragam também informações a respeito dos riscos que a soltura de fogos de artifícios traz à segurança dos usuários e, principalmente, aos danos que podem vir a ser causados ao Bem em caso de incêndio;

• A fixação de placas, cartazes e anúncios nas imediações do Bem deverá ser criteriosa, observando a manutenção da integridade visual do mesmo. O material das placas não deverá competir com a paisagem natural podendo ser de madeira ecológica;

• Não devem ser autorizadas práticas que impeçam a regeneração natural. A trilha temática deverá ser definida de forma a não prejudicar o abrigo dos animais, nem causar distúrbios excessivos no ambiente natural;

• Espécies exóticas não deverão ser introduzidas;

• Não será permitida a presença de animais que não sejam da fauna silvestre da região;

• A visitação pública deverá se dar com fim educacional, religioso e de lazer sendo proibido qualquer tipo de ação predatória, queimada, derrubada e lixo;

• Os locais de acesso ao público deverão receber manutenção constante (coleta de lixo, pichações etc), de modo a proteger suas partes constituintes do processo de degradação promovido pela sua exposição às contínuas intempéries;

• Não será permitida a entrada de motos no perímetro de tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro;

• Providenciar a manutenção e prevenção da vegetação principalmente para as áreas

Page 60: Dossie conj paisag_morro_cruzeiro

CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

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mais expostas como os campos sujeitos à invasão de bovinos e áreas sujeitas a queimadas;

• O Conselho, através da Prefeitura Municipal, deve contratar anualmente um técnico especialista (biólogo, geólogo, geógrafo ou engenheiro florestal) para avaliar o estado de conservação do Bem Cultural tombado. O profissional contratado deverá emitir um Laudo Técnico sobre o estado de conservação;

• Sugere-se a inclusão do bem nos projetos de educação patrimonial e ambiental desenvolvidos com a comunidade local com o intuito de sensibilizá-la para a importância da preservação do patrimônio cultural local, notadamente no que diz respeito à sua memória e aos exemplares da cultura material e imaterial que ajudam a contar essa história.

Em relação ao Perímetro de Entorno do Bem Tombado as seguintes diretrizes deverão ser observadas:

• Para a área classificada como entorno de proteção do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, deve ser instruído processo administrativo específico, a fim de que sejam estabelecidas diretrizes de ocupação que permitam resguardar sua integridade ambiental e paisagística, bem como sua articulação com a estrutura urbana e rural de modo que seja utilizada como espaço de educação ambiental, lazer, recreação e fruição da comunidade de Engenheiro Caldas e seus visitantes;

• Deverá ser proibido o desmatamento ou a abertura de clareiras;

• Deverá ser proibida a caça;

• As trilhas e/ou caminhos necessários à exploração deverão ser executadas adotando percursos naturais de forma a evitar os problemas de erosão hídrica;

• A implementação das medidas de prevenção contra incêndios incumbe aos proprietários, responsáveis pelos imóveis ou ocupantes localizados na área de entorno, cabendo ao Poder Público coordenar e integrar as diversas ações;

• Diante da existência de quaisquer formas de degradação ambiental ou paisagística, deve ser promovida, por proprietário, possuidor do imóvel ou ocupante, a recuperação dessas áreas;

• A estrada de terra de acesso ao Bem por veículos automotores deve se manter em Bom estado de conservação de modo a facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais;

• As trilhas, caminhos e estradas de acesso ao Bem deverão ser sinalizadas indicando o caminho ao ponto em que se encontram o Cruzeiro e a Capela;

• Não deverá ser concedida anuência prévia para desenvolvimento de atividades minerárias nas faixas de proteção;

• As atividades de remoção da cobertura vegetal bem como do corte seletivo deverão ser autorizadas pelo órgão competente;

• Não deverá ser permitida a extração de espécimes vegetais para fins ornamentais, artesanais, medicinais e/ou outros;

• Não será permitida a execução e/ou implantação de instalações e/ou equipamentos necessários ao desenvolvimento de atividades de silvicultura, agricultura e pecuária ou minerária nas áreas de ocorrência de associações vegetais relevantes e nas áreas de importância para reprodução e sobrevivência de espécies animais ameaçadas de extinção;

• Não será permitido o desmatamento para o desenvolvimento de quaisquer atividades agropecuárias;

• Não será concedida anuência prévia para o desenvolvimento das atividades industriais em hipótese alguma;

• A execução de quaisquer infra-estruturas viárias (rodovias federais, estaduais, municipais e vicinais, bem como ferrovias), deverão se dar mediante observância dos seguintes

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princípios gerais:

• a) Os cortes e aterros deverão ser executados levando em conta critérios e estruturas que garantam sua estabilidade, bem como de forma a não comprometer a estabilidade dos maciços adjacentes, considerando também os seus sistemas de drenagem;

• b) Os sistemas de drenagem deverão ser dimensionados mediante adoção de critérios hidrológicos compatíveis com as condições pluviométricas locais, prevendo as estruturas hidráulicas necessárias (canais interceptores, de plataforma, de pé de talude, dissipadores de energia, etc.) de forma a garantir a estabilidade à erosão hídrica quer do leito da estrada, quer dos pontos de lançamento e/ou dos corpos receptores;

• c) Será exigida a recomposição da vegetação com espécimes nativos adequados, nos caminhos de serviço e nos taludes de cortes e aterros;

• d) Os bota-foras de quaisquer naturezas deverão ser feitos de forma a não obstruir os sistemas de drenagem natural dos terrenos;

• e) Os trabalhos de construção deverão ser efetuados de forma a obter a máxima preservação da vegetação ocorrente na faixa de domínio;

• f) A execução das vias deverá ser precedida do conveniente resgate dos espécimes vegetais relevantes ocorrentes na área a ser desmatada e seu replantio em local adequado;

• As instalações e equipamentos necessários ao desenvolvimento de atividades científicas, culturais, esportivas, de serviços diversos e públicos, deverão ser executados e/ou implantados mediante observância dos seguintes princípios gerais:

• a) A adequada compatibilização das edificações e/ou equipamentos porventura executados com as características de paisagem;

• b) Que as edificações e demais obras civis não impliquem na desestabilização de encostas e dos maciços adjacentes, bem como os eventuais cortes e aterros sejam dotados das convenientes estruturas de estabilização;

• c) Que as edificações disponham das instalações adequadas;

• d) Que as obras civis porventura executadas sejam realizadas com a máxima preservação da vegetação nativa e que haja recomposição da vegetação nas áreas desmatadas mediante uso de espécies vegetais nativas adequadas.

• Além das diretrizes constantes das alíneas supra citadas, poderão ser definidas, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Engenheiro Caldas específicas de preservação e de recuperação ambiental.

Medidas complementares:

Políticas:

• Manter a divulgação sobre a AGENDA 21, documento do governo federal que aborda dimensões sociais, econômicas e ambientais visando o desenvolvimento sustentável. Este documento prevê atitudes e intervenções de municípios e organizações não governamentais no tocante ao desenvolvimento econômico e social aliado à preservação do meio ambiente.

• Investir em ações de Educação Patrimonial;

• Investir em ações de fomento ao turismo em suas várias possibilidades locais, como a de realização de caminhadas ecológicas, caminhadas religiosas e caminhadas culturais.

Educação Ambiental e Cultural:

• Realizar junto às escolas do município e com os moradores um trabalho de educação

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ambiental e cultural, a fim de se criar um sentimento de necessidade de preservação e proteção do Morro do Cruzeiro, especialmente nas crianças. Este trabalho deve conter palestras e jogos educativos e demais atividades visando à sensibilização das crianças, mostrando-lhes a importância histórica do Bem para a comunidade local, o cuidado com o meio ambiente e principalmente o respeito e a preservação.

• Incentivar a população a não jogar lixo no ambiente, através de conscientização e sensibilização e discutir de forma eficiente os problemas causados pelas queimadas no meio ambiente;

• Realizar um amplo trabalho com a população da cidade explicando os motivos culturais e os benefícios ambientais do Tombamento deste bem natural para o município.

Sendo assim, caberá ao Conselho Municipal do Patrimônio Cultural julgar qualquer obra a ser realizada dentro do perímetro de entorno de tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, em ação conjunta com o setor da Prefeitura responsável pela aprovação assuntos ambientais. Estes setores devem adotar como critérios para a viabilização de projetos as legislações ambientais Federal, Estadual e Municipal específicas.

O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, através da Prefeitura Municipal, deverá ainda contratar anualmente um técnico especialista para avaliar o estado de conservação do Bem Cultural tombado e o profissional contratado deverá emitir um Laudo Técnico sobre seu estado de conservação.

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ANEXO I – FICHA DE INVENTÁRIO

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ANEXO II – DOCUMENTOS LEGAIS

• Parecer sobre o tombamento elaborado pelo profissional responsável pela elaboração do dossiê

• Parecer sobre o tombamento elaborado por conselheiro integrante do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural

• Notificação ao proprietário do bem ou ao seu representante legal informando o tombamento

• Recibo de Notificação

• Cópia da ata da reunião do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural aprovando o tombamento.

• Cópia do decreto do executivo tombando o bem cultural

• Cópia da inscrição do bem cultural no Livro de Tombo Municipal

• Cópia da publicação do ato do tombamento

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PARECER TÉCNICO PARA O TOMBAMENTO DO CONJUNTO PAISAGÍSTICO MORRO DO CRUZEIRO

“O cruzeiro nasceu da fé de um homem e hoje é símbolo da fé de uma cidade.”

47

Várias são as justificativas que subsidiam a proposta de tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro, pertencente ao município de Engenheiro Caldas, mas os principais estão associados aos valores culturais e religiosos tradicionalmente associados ao local, que alimentam e mantém vivas a memória, a fé e a identidade de toda uma comunidade que, anualmente se mobiliza no dia 12 de outubro para a subida ao topo do Morro do Cruzeiro em romaria. Considerado, então, como um local sagrado há décadas, o Morro do Cruzeiro configura-se como um espaço privilegiado no contexto regional, ao suscitar e viabilizar práticas e manifestações culturais tradicionais associadas à religiosidade local merecendo, portanto, reconhecimento e proteção oficiais. Prova disso são as diversas iniciativas naturalmente desenvolvidas pela comunidade local que o legitimam enquanto Bem de destacado valor48.

Além de sua importância cultural, a área que envolve o Morro do Cruzeiro possui grande relevância no que diz respeito ao contexto biológico e ecológico da região por guardar resquícios de exemplares característicos do Bioma Mata Atlântica que é protegido por lei. A Mata Atlântica é uma das regiões de maior biodiversidade do planeta e encontra-se fortemente ameaçada. O grau de endemismo desse bioma é significativo e sua extensa descaracterização resulta em perdas de biodiversidade, especialmente em vista das limitações das áreas protegidas, pequenas em número e concentradas em poucas regiões. Além disso, a área configurada pelo Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro também se enquadra no conceito de Área de Proteção Permanente (APP) definida pelo Código Florestal 49e, portanto, deve obrigatoriamente ser preservada.

Afora todas estas questões o Morro do Cruzeiro também se destaca como um bem natural de relevante beleza cênico-paisagística, configurando-se como um destacado mirante na região, permitindo, assim, a fruição das belas paisagens conformadas pelo entorno montanhoso, tão próprias das Minas Gerais.

Portanto, tendo em vista todas as justificativas aqui expostas, somos favoráveis ao tombamento do Conjunto Paisagístico Morro do Cruzeiro.

Belo Horizonte, 01 de dezembro 2009.

Carolina Marta de Magalhães Pinto Aun Bióloga – CRBio: 57492/04P

Fabíola Oliveira Lino de Araújo

Bióloga- CRBio: 62492/04-D

47 Acervo da Prefeitura Municipal: Informativo Paroquial de Engenheiro Caldas (Abril/2009); Jornal do Curso de Turismo da Univale (Univ. Vale do Rio Doce – Governador Valadares; Novembro/2008); Jornal regional Engenheiro Caldense (Março/2007). 48 Foram encontrados diversos informativos e jornais locais, produzidos por alunos do curso de Turismo da UNIVALE demonstrando grande interesse em desenvolver de fato um turismo religioso no local. Destacam-se ainda uma monografia sobre o tema, de autoria da Sra. Luziane Paulina Lessa de Oliveira Costa, habitante local, e as diversas atividades que vêm sendo desenvolvidas com os alunos da cidade voltadas para pesquisas relacionada ao Bem em questão, como por exemplo, o levantamento histórico do Morro do Cruzeiro e a apresentação pública dos resultados em forma de desenhos e cartazes. 49 Código Florestal Lei Federal 4.771/1965.

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ANEXO III - DOCUMENTOS DIVERSOS

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BIBLIOGRAFIA

• Acervo da Prefeitura Municipal: INFORMATIVO PAROQUIAL DE ENGENHEIRO CALDAS - Abril 2009; JORNAL DO CURSO DE TURISMO DA UNIVALE (universidade Vale do Rio Doce), Governador Valadares - Novembro 2008; JORNAL REGIONAL ENGENHEIRO CALDENSE - Março 2007.

• ARO Arquitetos Associados Ltda. Dossiê de Tombamento da Igreja Matriz de Santa Bárbara. Engenheiro Caldas: Prefeitura Municipal, junho de 2009.

• ARO Arquitetos Associados Ltda. Dossiê de Tombamento da Imagem de santa Bárbara. Engenheiro Caldas: Prefeitura Municipal, outubro de 2009.

• Código Florestal - Lei Federal 4.771 de 15 de setembro de 1965

• Companhia Vale do Rio Doce. O Vale do Rio Doce.

• Diretrizes para a proteção do Patrimônio Cultural de Minas Gerais. Belo Horizonte: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG.

• Lei Mata Atlântica 11.428 de 22 dez 2006

• MAPA IBGE, 2006 (Mapa de unidades de relevo do brasil IBGE, 2006)

Sites consultados:

• ALMG - http://www.almg.gov.br/

• IBGE - http://www.ibge.gov.br/home/

• MARTINS; RÓZ; MACHADO. Mata Atlântica. Disponível em http://educar.sc.usp.br/licenciatura/trabalhos/mataatl.htm.

• Site Engenheiro Caldas. Disponível em http://www.engenheirocaldas.mg.gov.br/index.php?exibir=secoes&ID=82

Entrevistas realizadas:

• Fonte oral: Sr. Alípio Lourenço Ezequiel de Faria. Entrevista concedida em 12 de outubro de 2009.

• Fonte oral: Luziane Paulina Lessa de Oliveira. Entrevista concedida nos dias 11 e 12 de outubro de 2009.

• Fonte oral: Manoel Francisco Jordão. Entrevista concedida em 12 de outubro de 2009.

• Fonte oral: Maria Coutinho Jordão. Entrevista concedida em 12 de outubro de 2009.

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FICHA TÉCNICA

Equipe responsável pela realização do dossiê: ARO Arquitetos Associados Ltda

CREA MG 28.859 CNPJ 04.544.819/0001-70

Inscrição Municipal 167.155.001-0 Av. Portugal, 2.085/loja 14, Pampulha, Belo Horizonte - MG, CEP 31.555-000

TeleFax (31) 3491.1118/9157.9071 e-mail [email protected]

Levantamento e elaboração

Carolina M. M. Pinto Aun Bióloga CRBio-MG: 57492/04P

Fabíola O. Lino de Araújo Mestre em Ecologia Conservação e Manejo da Vida Silvestre

CRBio-MG: 62492/04-D

Revisão histórica Cristiano Augusto de Oliveira

Possas Historiador RG. MG - 11330018

Colaboração/Agradecimentos Equipe Técnica da Prefeitura Municipal do município de Engenheiro Caldas

Conselho Municipal do Patrimônio Cultural do município de Engenheiro Caldas Apoio

Ariádne Mendes Estagiária RG. M-9.243.721 Sara Aredes Historiadora RG MG-12.502.882

Viviane Braga Arquiteta Urbanista CREA-MG 92.005 Orientação e revisão

Andrea Zerbetto Arquiteta Urbanista CREA-MG 69.616 Coordenação Geral

Rodrigo Torres Arquiteto Urbanista CREA-MG 75.598

Belo Horizonte, novembro de 2009.

Carolina Marta de Magalhães Pinto Aun Bióloga – CRBio 57492/04P

Responsável pelo levantamento e a elaboração

Fabíola Oliveira Lino Araújo

Bióloga – CRBio 62492/04-D Responsável pelo levantamento e a elaboração

Andréa Zerbetto

Arquiteta Urbanista – CREA-MG 69.616 Responsável pela orientação e a revisão geral

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