dona dirce e seu filho beto: troca de saberes no quintal de casa
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Dona Dirce e seu filho beto trocam experiências e saberes para prosperar no semiárido baianoTRANSCRIPT
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 9 • nº1593
Abril/2015
A agricultora Dirce Ercilia de Almeida Silva, aposentada e prestes a cumprir sessenta
anos de idade, é um exemplo de como é possível conviver de forma harmoniosa e próspera no
semiárido baiano.
Nascida no povoado do Desterro,
Dirce passou a infância trabalhando. Ela e
os cinco irmãos aprenderam a cuidar da
roça com os pais quando ainda eram
crianças e é algo que Dirce leva consigo
até hoje.
Moradora da comunidade de Mata
da Aguada, em Macaúbas – BA há mais de
quarenta anos e casada há 39 anos com
seu esposo, José Pedro Filho, ela se
orgulha de ter criado os quatro filhos sem
ter que trabalhar fora de casa.
Décadas atrás, em meados dos anos oitenta, as chuvas eram abundantes e era mais fácil
tirar o sustento da terra, plantavam de acordo com as chuvas e assim conseguiam se manter
durante todo o ano.
Dos quatro filhos do casal, o que pegou
gosto pela vida de agricultor foi Roberto José
de Almeida Silva, o Beto. Ele estudou na Escola
Família Agrícola de Macaúbas – EFAM e foi lá
que aprendeu muitos dos conhecimentos que
hoje a família põe em prática em sua
propriedade de aproximadamente doze
hectares.
Em 1997, os filhos já crescidos foram
para São Paulo trabalhar e por lá ficaram, a
exceção foi justamente Beto, que há poucos
anos retornou do planalto paulista para Macaúbas e atualmente é quem toca a roça e os
canteiros de hortaliças juntamente com sua mãe, dona Dirce. “A vida em São Paulo é muito
dura, se trabalha muito para gastar ainda mais, decidi voltar para junto da família.”
Dona Dirce e seu filho Beto: troca de saberes no quintal de casa
Macaúbas
Dona Dirce em sua horta
Mãe e filho, uma parceria de sucesso
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia
Na propriedade deles, que além de um poço artesiano perfurado há 10 anos, encontra-
se uma cisterna de consumo e uma de produção recentemente construída, é fácil encontrar
arvores carregadas de frutos, animais aos
bandos se alimentando e bebendo água e
Dirce e Beto cuidando da produção.
Com a água da cisterna de melhor
qualidade e sem a utilização de agrotóxicos
ou adubos químicos, eles plantam frutíferas,
leguminosas e hortaliças como a alface,
rúcula, coentro, quiabo, mostarda, espinafre,
abóbora, pimentão, couve, cebola, almeirão,
maxixe, pokan, siriguela, banana, mamão e
outros; além da criação de galinha, porco e
gado.
Com a troca de conhecimento e
experiências entre a mãe e o filho a família
vem prosperando; além de produzirem seu
próprio alimento, hoje vendem o excedente
de seus produtos na feira aos sábados e
durante a semana para a vizinhança. “...Só na
feira vendemos entre trezentos e
quatrocentos Reais por semana, eu ainda
entrego ovos e leite para os vizinhos quando
fazem encomendas” explica Beto.
A família ainda faz parte da Associação
dos Pequenos Agricultores de Mata da
Aguada de Macaúbas e está sempre presente nas reuniões comunitárias, ajudando a decidir o
futuro que querem traçar.
“A associação sempre ajuda, libera crédito, recebe projeto...vale a pena participar” diz Dona
Dirce.
Realização Apoio
ASAMILAssociação do Semi-Árido da Microrregião de Livramento
A horta da família
Dirce ao lado da cisterna de produção