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1 Outubro 2014 Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa Domitília Matias e Florbela Soares Ria Formosa A integridade do sistema lagunar e as atividades económicas

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1 Outubro 2014

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Domitília Matias e Florbela Soares

Ria Formosa – A integridade do sistema lagunar e as atividades económicas

Produção de bivalves na Ria Formosa

• A produção nacional de bivalves representa 38.6% da produção nacional

aquícola (3545 t; 29 milhões de euros );

• A produção de amêijoa corresponde a 66 % da produção nacional de bivalves

(2339; 26 milhões de euros);

• A Ria Formosa é responsável por cerca de 90 % desta produção.

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Anatomia de um

molusco bivalve

Pé para em alguns casos escavar o

sedimento e enterrar-se

Um sifão inalante por onde entra a

água com o alimento e oxigénio

Palpos labiais que servem para empurrar a

comida para a boca

Brânquias onde ocorre o processo

respiratório

Boca

Um sifão exalante por onde sai água com

as minhas fezes e o dióxido de carbono

Músculos adutores para fecharem as valvas

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Escherichia Coli (E. Coli) - grupo

de bactérias que habitam

normalmente no intestino humano

e de alguns animais, e por isso a

presença desta bactéria na água ou

nos alimentos é devida a

contaminação com fezes.

Alguns exemplos de doenças

que podem ser causadas pela

contaminação com a (E. Coli)

são:

•Gastroenterite;

•Infecção urinária;

•Pielonefrite;

•Apendicite;

•Peritonite;

•Meningite e

•Septicemia.

Filtração

Acumulação de E. coli

Bivalves em bancos naturais e sistemas de cultivo

Consumo de Bivalves pelo

Homem

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Explicação: Classes Comercialização

A Centro de Expedição e Consumo Directo

B Depuração e depois cumprir os requisitos

da Classe A

C Indústria transformadora ou depurar em

zona de afinação durante 2 meses

D Proibida a apanha

Regulamento (CE) N.o 854/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de abril de 2004.

Regulamento (CE) N.o 2073/2005 do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de abril de 2004.

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Colheitas

mensais em

cada ZPB

• Bivalves

Análises

laboratoriais

• E. coli

Tomada de decisão

Programa de monitorização do IPMA

Zona A – se ocorrer um valor não

conforme:

• repete-se a amostra

•Se o resultado der outra vez não

conforme altera-se a classificação

para B (classificação temporária)

É feita a cada 3 anos

Zona A – em todos os resultados

recolhidos não se pode verificar

valores de B

Zona B – pelo menos 90 % dos

resultados têm que ser B

Informação disponibilizada mensalmente em:

http://www.ipma.pt

Despacho n.º 15264/2013 de 22 de novembro de 2013, com as alterações do Despacho IPMA/CD nº

01/2014.

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Classificação actual das zonas de produção de bivalves da Ria Formosa (exeemplo)

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

A acumulação de E. coli nos bivalves apresenta variações sasonais?

Variação sasonal da contaminação por

Escherichia coli

Inverno

Precipitação

Humidade

Poluição difusa

E. coli level

Fossa septicas

Agricultura e industria Forte influência

na poluição

difusa

Temperatura

Radiação

Efluentes urbanos

População residente

E. coli level

Efeito bactericida Eficiente

tratamento de

efluentes

Verão

Evolução do estado sanitário dos bivalves na zona de Faro: 1990 - 2009

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

A B C

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Redução progressiva dos níveis de E. coli nas amêijoas em duas décadas

• Efeito do tratamento dos efluentes

Redução progressiva dos níveis de E. coli nas amêijoas nas duas últimas décadas

• Efeito do efluente tratado

Aumento da qualidade das amêijoas em termos de contaminação bacteriológica

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

• Efeito de poluição difusa (aumento pontual de E. coli após chuvadas)

• Falhas no sistema de tratamento

• Efluentes pluviais que funcionam como domésticos (ligações clandestinas)

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Toxinas Marinhas e Algas Tóxicas

Toxinas Marinhas e Algas Tóxicas na Costa Portuguesa

Toxinas marinhas ou biotoxinas

compostos naturais produzidos por espécies tóxicas de fitoplâncton (microalgas tóxicas) e

acumuladas em bivalves

Gymnodinium catenatum Dinophysis acuta

Dinophysis acuminata

Pseudo-nitzschia australis

Toxinas paralisantes (PSP)

Toxinas diarreicas (DSP)

Lingulodinium polyedrum

Toxinas amnésicas (ASP)

Iessotoxinas (YTX)

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Acumulação de Toxinas em Bivalves

Produção de toxinas

Algas tóxicas

Acumulação de toxinas

Bivalves em bancos naturais e sistemas de cultivo

Filtração

Consumo de Bivalves pelo

Homem

Afecta a Saúde Humana?

Perturbações gastrointestinais (toxinas diareicas)

Perturbações gastrointestinais e na memória (toxinas

amnésicas)

Alterações neurológicas e paralisia (toxinas paralisantes)

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

As toxinas na Ria Formosa estão relacionadas com as ETAR?

• Não se encontrou relação

A depuração bacteriológica elimina as toxinas?

• Não, esta depuração não é eficiente na eliminação as toxinas

Quanto tempo ficam as toxinas nos bivalves?

• Depende de muitos factores:

• Se as algas tóxicas continuam nas águas

• Da capacidade de eliminação dos bivalves

• Do tipo de toxina

Questões Comuns sobre Toxinas

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

As toxinas causam alteração de sabor e aspecto nos bivalves?

• Podem ocorrer alterações nos períodos prolongados de toxinas

É possível prever o aparecimento de toxinas em bivalves?

• Dificil com rigor, devido à complexidade do aparecimento das algas

tóxicas e da eliminação das toxinas nos bivalves

Questões Comuns sobre Toxinas

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Programa de monitorização do IPMA

Colheitas

• Bivalves

• Águas

Análises

laboratoriais

• Toxinas

• Algas tóxicas

Tomada de

Decisão

Interdição ou

levantamento

Manutenção da

situação actual

Disseminação da Decisão por FAX:

• Autoridade Marítima / Capitanias

• ASAE, DGRM, DGV, DGS

• Associações de Produtores, Sindicatos,

Centros de depuração e de expedição

• Indústria

Informação disponibilizada

em:

http://www.ipma.pt

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Colheitas - Procedimentos

Situação normal

Colheitas

Espécies

indicadoras

Espécies

comerciais

Águas

Semanal Quinzenal

Situação de toxicidade

Colheitas

Todas

espécies

Águas

Semanal

Interdição

Aumento de toxinas

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Análises laboratoriais - Toxinas

T i m e (min)

0 2 4 6 8 10 12 14

Flu

ore

sc

en

ce

(m

AU

)

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9

10

T i m e (min)

0 2 4 6 8 10 12 14

Flu

ore

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en

ce

(m

AU

)

4

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12

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24

2

3

5

6

7

8

9

10

Análise por

cromatografia

Identificação e quantificação

da toxina

Identificação e

contagem de células

de algas tóxicas

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Tomada de Decisão - 3 elementos

0

20

40

60

80

100

15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

semanas

co

cen

traçõ

es d

e t

oxin

as bivalve indicador

bivalve comercial

0

20

40

60

80

100

15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30semanas

de c

élu

las d

e a

lgas t

ócia

s

alga tóxica

0

10

20

30

40

50

60

15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

semanas

co

ncen

traçõ

es d

e t

oxin

as

bivalve comercial

Como evoluem os níveis no bivalve indicador

Como evoluem os valores da alga tóxica

Como evoluem os valores no bivalve comercial

Decisão

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Tomada de Decisão - limites regulamentares

Interdição de captura

Interdição de captura

Interdição de captura

Os limites variam com o tipo de toxinas

T. d

iarre

icas

T.

am

nés

ica

s

T.

pa

rali

san

tes

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

A cultura encontra-se limitada por:

• picos recorrentes de mortalidade

As toxinas e a contaminação por E. Coli afectam a produção de amêijoa-boa na Ria Formosa

Porque ocorrem recorrentemente episódios de mortalidade de amêijoas na Ria Formosa ?

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

0

10

20

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50

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100

Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out

Sob

revi

vên

cia

(%)

2011 1997 1987

Dados de sobrevivência: Comparação de 3 décadas

Resultados: Baixa sobrevivência em 2011 Mortalidade excepcional em 2011

Viveiro

Piscicultura/Marim

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Factores que concorrem para a mortalidade Temperatura/Oxigénio

Baixa oxigenação da água e

temperaturas elevadas no

período de Verão

Aumento da taxa de filtração

para a respiração e

alimentação

150

200

250

300

350

Sep

Oct

Nov

Dec

Jan

Feb

Mar

Apr

May

Jun

Jul

Aug

Sep

Ox

yg

en

(µM

)

Neap

Tide

Spring

Tide

Oxi

gén

io (

µM

)

Manhã

Tarde

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Factores que concorrem para a mortalidade Alimento

0

1

2

3

4

5

6

7

8

A B C A B C A B C A B C A B C

Clo

ro

fila

(u

g/L

)

Baixa-mar

Preia-mar

Novembro MarçoDezembro Agosto Outubro

Dimunuição da disponibilidade

de alimento no meio no

período de Verão

Aumento da taxa de filtração

para a alimentação

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Factores que concorrem para a mortalidade Baixo hidrodinamismo/Marés mortas

Diminuição da circulação de água devido ao assoreamento dos canais da Ria

Formosa, em especial no período de marés mortas

1984 2012

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Factores que concorrem para a mortalidade Diminuição das reservas energéticas

Final da desova

Diminuição das reservas energéticas (lípidos e glicogénio)

Maior debilidade fisiológica

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

Mai Jun Jul Ago Set

Pós-desova

Desova

Desenvolvimento

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Factores que concorrem para a mortalidade

Patologia : Perkinsus atlanticus

Diminuição da taxa de respiração /asfixia

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Factores que concorrem para a mortalidade Más práticas de cultivo

• Delimitações com materiais não provenientes da Ria?

• Alteração de cota?

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

Factores que concorrem para a mortalidade Más práticas de cultivo

• Utilização de calhau rolado?

• Utilização de “vedações” junto aos canais de navegação?

• O transporte das amêijoas mal acondicionadas não poderá ser um

factor de uma maior contaminação?

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Conclusões

• Sim, em conjugação Debilidade enegética

• Sim, em conjugação Parasita Perkinsus

• Sim, em conjugação Deficientes

práticas de cultivo

• Sim

• Temperatura elevada, maré morta, cota elevada e fraco hidrodinamismo

Baixa oxigenação

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Recomendações para minorar mortalidade súbita de

amêijoas em viveiros

•Boas práticas de cultivo

QUASUS - Qualidade Ambiental e Sustentabilidade dos Recursos da Ria Formosa Recomendações para uma maior rentabilização da

produção de amêijoas em viveiros

• Recolha urgente de amêijoas com tamanho comercial

• Remoção de macroalgas

• Temperaturas elevadas

• Marés mortas • Nível de infestação por Perkinsus • Estado de maturação

• Dragagens nos canais

• Melhorar a qualidade microbiológica das águas Acções

preventivas (Administração)

Sistema de alerta

(Administração)

Acções rápidas

(Viveiristas)

Acções preventivas

(Viveiristas)

FUTURO

• Turismo Eco-farming

• Certificação

• Classificação como produto biológico

Obrigada

Classificação das zonas para a apanha de bivalves na Ria Formosa