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ESPECIAL Domingo, 28 de setembro de 2014 6 Foi grande a repercussão do caso do gato Louis na imprensa nos últimos dias. O ani- mal de estimação de um casal de biólogos era transportado pela companhia aérea Ameri- can Airlines dos Estados Unidos para o Bra- sil, quando fugiu do bagageiro da aeronave na pista do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. Sua caixa transportadora estava quebrada. Após sete dias de buscas, o drama teve fim com o encontro do animal. Em 2013 um caso semelhante também foi notícia: o cão Lion era levado pela compan- hia TAM, de Mato Grosso do Sul para São Paulo, mas desapareceu em uma escala em Brasília. Dois anos antes a vítima foi Pinpoo, que sumiu na viagem entre Porto Alegre e Espírito Santo, no transporte feito pela em- presa Gol. Nesses dois casos, porém, não en- contrei em minhas pesquisas o mesmo final feliz protagonizado por Louis. Como podemos ver, a frequência com que animais desaparecem nas mãos de compan- hias aéreas não é tão baixa assim, em espe- cial se levarmos em consideradação que a incidência de animais em viagens é infinita- mente inferior a de passageiros humanos. Nos últimos anos, a indústria aeroviária internacional apresentou avanços tecnológi- cos e, no Brasil, a mudança no cenário sócio- econômico que sobrecarregou os aeroportos foi crucial para que se iniciassem os inves- timentos no País. Ainda assim, os processos não me parecem eficientes e seguros o sufici- ente para evitar que um ser vivo desapareça. Para se transportar um pet, as burocracias são inúmeras. Os tutores precisam de laudos médicos, atestados de vacinas, comprovantes de posse do animal, caixa transportadora adequada, entre outros protocolos sanitários com os quais concordo, para a segurança do pet que viaja e dos que habitam no local em que ele será recebido. Mas, no que diz respeito à lida com os animais, são poucos os países com normas corretas. Nesse contexto, o Brasil está longe de ser modelo. Todavia, já faz tempo que a relação entre seres humanos e seus animais de estimação é outra e a sociedade precisa se moldar a isso. Se não for por respeito aos ani- mais, que seja pelo proprietários que os têm como entes queridos, um membro da família. Animais estão seguros em voos? OPINIãO DEISY DE ASSIS [email protected] DEISY DE ASSIS - A Primavera começou na semana passada e, durante a estação, é co- mum que o pólen se espalhe pelo ar, nas regiões com con- centração de flores. Alguns animais de estimação são sensíveis a esse processo e podem manifestar alergias. A veterinária Elaine Pes- suto, uma das diretoras do Centro de Ensino e Treina- mento em Anatomia e Ci- rurgia Veterinária (Cetac), argumenta que as alergias são processos dinâmicos e que, ao longo da vida, o cão ou gato pode manifestar sen- sibilidade a diferentes subs- tâncias. “O animal pode ser pré-disposto a ser alérgico a poeira, cigarro, ácaro assim como ao pólen”, disse. Ainda de acordo com Elaine, esse dinamismo sig- nifica que o cão ou gato pode não ter apresentado alergia em estações passadas e ter o problema repentinamente. Assim, ao passo que alguns manifestam sintomas quando filhotes ou jovens, outros podem ter o problema quando idoso. Quanto à pré-disposição, pode ser genética ou por raça. Entre os cães, os mais atingidos são boxer, pit bull, lhasa apso e outros. Dócil - Nara Leão Delicada - Francesca Esperto - Martini DIVULGAçãO DIVULGAçãO DIVULGAçãO Com chegada da primavera, pets podem apresentar alergias ADOTE A ONG Adote um Gatinho já resgatou centenas de felinos vítimas de maus- -tratos. Recuperados, castrados e vacinados, os pets vão para adoção. Interessados podem acessar o site www.adoteumgatinho.com.br. Conheça alguns gatos que esperam por um lar! PETS & PATA S A baixa umidade do ar ainda ocorre e tam- bém afeta cães e gatos. Segundo veterinária Mariana Back, do Hos- pital Veterinário Santa Inês, os animais po- dem manifestar coriza, coceira e vermelhidão nos olhos, espirros e dificuldade de respi- rar. “Com o tempo seco eles também fi- cam mais vulneráveis a contaminações virais e bacterianas.” Presidente da Co- missão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Pau- lo (CRMV-SP), Márcio Rangel de Mello diz que aos que ficam den- tro de casa, o umidifi- cador de ar melhora a respiração. “Já os cães que permanecem no quintal, além do abrigo contra o sol, lavar o lo- cal com mais frequên- cia ajuda”, explicou. Elaine Pessuto ex- plica que alterações de pele são os sintomas mais frequentes en- tre os cães alérgicos. “Pode haver vermelhi- dão, queda de pelo em excesso ou a pele com aspecto grosso”, disse. Em casos agudos, há inchaço no focinho e palpebras. Já entre gatos, os quadros mais comuns são de tosse e espirros. A busca por um veterinário é fun- damental para evitar complicações. Pólen - Na primavera as partículas ficam no ar e afetam animais pré-dispostos a alergias Tempo seco também prejudica saúde de animais Alteração na pele é principal sintoma em cães STOCK IMAGENS

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especialDomingo, 28 de setembro de 20146

Foi grande a repercussão do caso do gato Louis na imprensa nos últimos dias. O ani-mal de estimação de um casal de biólogos era transportado pela companhia aérea Ameri-can Airlines dos Estados Unidos para o Bra-sil, quando fugiu do bagageiro da aeronave na pista do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. Sua caixa transportadora estava quebrada. Após sete dias de buscas, o drama teve fim com o encontro do animal.

Em 2013 um caso semelhante também foi notícia: o cão Lion era levado pela compan-hia TAM, de Mato Grosso do Sul para São Paulo, mas desapareceu em uma escala em Brasília. Dois anos antes a vítima foi Pinpoo, que sumiu na viagem entre Porto Alegre e Espírito Santo, no transporte feito pela em-presa Gol. Nesses dois casos, porém, não en-contrei em minhas pesquisas o mesmo final feliz protagonizado por Louis.

Como podemos ver, a frequência com que animais desaparecem nas mãos de compan-hias aéreas não é tão baixa assim, em espe-cial se levarmos em consideradação que a incidência de animais em viagens é infinita-mente inferior a de passageiros humanos.

Nos últimos anos, a indústria aeroviária internacional apresentou avanços tecnológi-cos e, no Brasil, a mudança no cenário sócio-econômico que sobrecarregou os aeroportos foi crucial para que se iniciassem os inves-timentos no País. Ainda assim, os processos não me parecem eficientes e seguros o sufici-ente para evitar que um ser vivo desapareça.

Para se transportar um pet, as burocracias são inúmeras. Os tutores precisam de laudos médicos, atestados de vacinas, comprovantes de posse do animal, caixa transportadora adequada, entre outros protocolos sanitários com os quais concordo, para a segurança do pet que viaja e dos que habitam no local em que ele será recebido.

Mas, no que diz respeito à lida com os animais, são poucos os países com normas corretas. Nesse contexto, o Brasil está longe de ser modelo. Todavia, já faz tempo que a relação entre seres humanos e seus animais de estimação é outra e a sociedade precisa se moldar a isso. Se não for por respeito aos ani-mais, que seja pelo proprietários que os têm como entes queridos, um membro da família.

animais estão seguros em voos?

opinião

DEISY DE ASSIS

[email protected]

DEISY DE ASSIS - A Primavera começou na semana passada e, durante a estação, é co-mum que o pólen se espalhe pelo ar, nas regiões com con-centração de flores. Alguns animais de estimação são sensíveis a esse processo e podem manifestar alergias.

A veterinária Elaine Pes-suto, uma das diretoras do Centro de Ensino e Treina-mento em Anatomia e Ci-rurgia Veterinária (Cetac), argumenta que as alergias são processos dinâmicos e que, ao longo da vida, o cão ou gato pode manifestar sen-sibilidade a diferentes subs-tâncias. “O animal pode ser pré-disposto a ser alérgico a poeira, cigarro, ácaro assim como ao pólen”, disse.

Ainda de acordo com Elaine, esse dinamismo sig-nifica que o cão ou gato pode não ter apresentado alergia em estações passadas e ter o problema repentinamente. Assim, ao passo que alguns já manifestam sintomas quando filhotes ou jovens, outros podem ter o problema quando idoso.

Quanto à pré-disposição, pode ser genética ou por raça. Entre os cães, os mais atingidos são boxer, pit bull, lhasa apso e outros.

Dócil - Nara Leão Delicada - FrancescaEsperto - Martini

Divulgação DivulgaçãoDivulgação

Com chegada da primavera, pets podem apresentar alergias

Adotea oNg adote um gatinho já resgatou centenas de felinos vítimas de maus--tratos. Recuperados, castrados e vacinados, os pets vão para adoção. interessados podem acessar o site www.adoteumgatinho.com.br. Conheça alguns gatos que esperam por um lar!

PETS & PATAS

A baixa umidade do ar ainda ocorre e tam-bém afeta cães e gatos. Segundo veterinária Mariana Back, do Hos-pital Veterinário Santa Inês, os animais po-dem manifestar coriza, coceira e vermelhidão nos olhos, espirros e dificuldade de respi-

rar. “Com o tempo seco eles também fi-cam mais vulneráveis a contaminações virais e bacterianas.”

Presidente da Co-missão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Pau-

lo (CRMV-SP), Márcio Rangel de Mello diz que aos que ficam den-tro de casa, o umidifi-cador de ar melhora a respiração. “Já os cães que permanecem no quintal, além do abrigo contra o sol, lavar o lo-cal com mais frequên-cia ajuda”, explicou.

Elaine Pessuto ex-plica que alterações de pele são os sintomas mais frequentes en-tre os cães alérgicos. “Pode haver vermelhi-

dão, queda de pelo em excesso ou a pele com aspecto grosso”, disse.

Em casos agudos, há inchaço no focinho e palpebras. Já entre

gatos, os quadros mais comuns são de tosse e espirros. A busca por um veterinário é fun-damental para evitar complicações.

Pólen - Na primavera as partículas ficam no ar e afetam animais pré-dispostos a alergias

Tempo seco também prejudica saúde de animais

Alteração na pele é principal sintoma em cães

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