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Doenças Metabólicas Ismael Mateus Cavazini Camila Pizoni [email protected] Med. Veterinário Mestrando Programa de Pós-Graduação em Zootecnia UFPEL [email protected] Med. Veterinária Mestranda Programa de Pós-Graduação em Veterinária - UFPEL NUPEEC Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária www.ufpel.edu.br/nupeec

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Page 1: Doenças Metabólicas - Universidade Federal de Pelotas · Intensas adaptações metabólicas para manter adequadamente a lactação . Doenças no periparto x fatores de risco

Doenças Metabólicas

Ismael Mateus Cavazini

Camila [email protected]

Med. Veterinário Mestrando

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFPEL

[email protected]

Med. Veterinária Mestranda

Programa de Pós-Graduação em Veterinária - UFPEL

NUPEEC – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária

www.ufpel.edu.br/nupeec

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Definindo Metabolismo....

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Homeostase

CatabolismoAnabolismo

↑Insulina

↑ GH

↑ IGF-I

↓Glucagon

↑ Glicose

↓ AGL ou NEFA

↑ Aminoácidos

↑ Minerais

↓ Insulina

↑ GH

↓ IGF-I

↑ Glucagon

↓ Glicose

↑ AGL ou NEFA

↓ Aminoácidos

↓ Minerais

Page 4: Doenças Metabólicas - Universidade Federal de Pelotas · Intensas adaptações metabólicas para manter adequadamente a lactação . Doenças no periparto x fatores de risco

Então o que são Doenças

Metabólicas???

EXEMPLOS.....

Page 5: Doenças Metabólicas - Universidade Federal de Pelotas · Intensas adaptações metabólicas para manter adequadamente a lactação . Doenças no periparto x fatores de risco

Doenças no periparto x fatores de risco

3 semanas antes a 3 após o parto

Adapatações metabolicas para o suporte da lactação

Resistência a Insulina

Maior incidência de doenças

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-10

0

10

20

30

40

1900ral 1900ral

Energy Ingested

Energy Required

Ne

gati

vo

Po

sit

ivo

Balanço energetico = Energia ingerida - Energia Requerida

DIM

Mcal/d

ia

Adaptedo Bauman and Currie 1980

Lipidose

Pariparto

Energia Requerida

Energia ingerida

Doenças no periparto x fatores de risco

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Adaptações para lactação

Adaptações Pré- parto Pós -parto Aumento

Fluxo sanguíneo hepático 1140 l/h 2099 l/h + 84%

Ingestão de Matéria Seca 9.8 kg/d 14.1 kg/d + 44 %

Utilização de oxigênio hepático 1619 mmol/h 3159 mmol/h + 95 %

Atividade metabólica diária por

grama de fígado4.4 mmol O2/g 8.6 mmol O2/g X 2

Liberação de glicose hepática 1356 g/d 2760 g/d X 2

Grandes mudanças em um curto espaço de tempo

Intensas adaptações metabólicas para manter adequadamente a lactação

Page 8: Doenças Metabólicas - Universidade Federal de Pelotas · Intensas adaptações metabólicas para manter adequadamente a lactação . Doenças no periparto x fatores de risco

Doenças no periparto x fatores de risco

Relações entre as doenças do periparto e seus fatores de risco em vacas da raça

Holandesa de alta produção.

* = significativo pelo Teste de ᵪ2 ao nível de 10% (p ≤ 0,10);

** = significativo pelo Teste de ᵪ2 ao nível de 5% (p ≤ 0,05);

*** = significativo pelo Teste de ᵪ2 ao nível de 1% (p ≤ 0,01).Corassin et al., 2011.

Época do Parto

Número da

Lactação

ECC ao Parto

Retenção de

Placenta

Metrite

Secundária

Febre do Leite

Metrite Primária

Aborto

Cetose

Deslocamento

de Abomaso

6,63 *3,93 **

0,31 ***

0,53 *

3,66 ***

8,10 ***

0,36 *

3,35 ***

1,48 *

1,52 *

Page 9: Doenças Metabólicas - Universidade Federal de Pelotas · Intensas adaptações metabólicas para manter adequadamente a lactação . Doenças no periparto x fatores de risco

Periparto, BEN e Imunidade

Atividade de neutrófilos e

linfócitos

Alterações consumo alimentar

Alterações hormonais

Alterações metabólicas

Imunossupressão

Produção Reprodução

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Triângulo trágico no período de transição

Imunidade

deprimida

Fígado gorduroso

e cetoseRedução da IMS

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Imunossupressão

Por que ocorre?

NEFA

BHBA

Cortisol

Estradiol

Progesterona

Redução:

IMS

Cálcio plasmático

Insulina

Balanço energético negativo

Estresse Oxidativo

Hormonal

3 semanas antes a 3 após o parto

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Função Imune na vaca leiteira

Problema:

Doenças Metabólicas e Infecciosas

Exemplos:

Hipocalcemia, Retenção de placenta, Metrite e Mastite

Consequências

Bem-estar-animal

Perdas econômicas

Fazenda

Indústria

Uma vaca que apresenta

hipocalcemia é 4 vezes mais

susceptível à ocorrência de

retenção de placenta e 16,4

vezes mais susceptível à

ocorrência de cetose.

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Imunossupressão

Efeitos...

Vacas que desenvolveram doenças uterinas tiveram menor

IMS, maior NEFA e BHBA, e redução da capacidade

fagocítica dos neutrófilos.

Huzzey et al., 2007; Kim et al., 2005; Hamman et al., 2006.

As reservas de glicogênio dos PMN estiveram reduzidas logo

após o parto e isso esteve relacionado com a ocorrência das

doenças uterinas.

Galvão et al., 2010.

Vacas que desenvolveram doenças uterinas tiveram intensa

redução na concentração plasmática de Ca comparado as

vacas sadias.

Martinez-Patino et al., 2012.

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Tempo em relação ao parto

(semanas)

NE

FA

(m

Eq

/L)

Imunossupressão

Tempo em relação ao parto

(semanas)

Ing

estã

o d

e m

até

ria s

eca

(Kg

/d)

Tempo em relação ao parto

(semanas)

BH

BA

(m

g/d

l)

----- Metrite puerperal (n=18)

...... Endometrite subclínica (n=43)

Saúde uterina normal (n=22)

Hammon et al., 2006.

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Imunossupressão no Periparto

Produção IgM

% d

e c

on

tro

le Ig

M

Semanas relativas ao parto

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Um resumo do baile !!!Rotas Metabólicas

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Ciclo de Kebs

oxaloacetato

Piruvato

Citrato

α-Cetoglutarato

Succinil-CoA

Succinato

Fumarato

Malato

gAA

gAA

Metilmalonil-CoA

Propionil-CoA

GLICONEOGÊNESE

Glicogênio

Glucose 6 P

Frutose 1,6 DiP

Fosfofenol

Piruvato

Glucose 6 P

Glucose

gAA

gAA

Glicerol NEFA

gAA

Lactato PG

Glicerol 3 P NEFA

Acetil-CoA

Acil-CoA

Acilcarnitina

CPT-1

Acilcarnitina

Acil-CoA

SANGUE

GL

ICÓ

LIS

E

Acetato

Acetil CoA

Methylmalonil-CoA

Malonil-CoA

TG

Colesterol

Apoproteína

VLDL

Propionato Butirato

VLDL

AA

PC

Sín

tese d

a

Lip

op

rote

ína

Hepatócito

Aceto acetato Aceto

acetato

Acetona

β-hidroxi butirato

Acetato β-hidroxi butirato

CETOGÊNESE

OH-metilglutaril CoA

Acetoacetil

Aceto acetato

β-oxidação

HEPATÓCITO

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T.A.G

Tec. AdiposoGlicemia Necessidades

diárias

Glicerol

Glicose

Gliconeogênese

AGL

ou

NEFA

Acetil COA CK

Corpos

Cetônicos

Sangue

Urina Cetonúria

CETOSE

Acidose

Metabólica

↓Oxaloacetato

Acetoacetato

Acetona

β-Hidroxibuitirato

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O que pode levar a uma doença

metabólica ?

• Características individuais (pré-disposição)

• Fatores Nutricionais

• Manejo

• Outras enfermidades

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Cetose

É uma doença metabólica causada pelo

aumento das concentrações de corpos

cetônicos nos tecidos e líquidos

corpóreos, em níveis tóxicos ao

organismo.

Toxemia da prenhez (ovinos)

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Perdas econômcas

A diminuição na produção de leite

Até 5,3 kg/dia

Perdas acima de 353 kg/vaca/lactação

(RAJALA- SCHULTZ et al, 1999)

PrevalênciaEm vacas leiteiras - clínica : até 10%

Subclínica: até 34%

(GEISHAUSER, et al. 1998, CAMPOS, 2005)

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CETOSE

Alta Produção

Balanço Energético

Negativo

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BALANÇO DE ENERGIA

Captação de energia

Produção

+

Trabalho e externo

Conteúdo de energia corporal permanece constante

(conteúdo de gordura corporal permanece constante)

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BALANÇO DE ENERGIA

Aumenta o conteúdo de energia corporal

(aumenta o conteúdo de gordura corporal)

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BALANÇO DE ENERGIA

Diminui o conteúdo de energia corporal

(diminui o conteúdo de gordura corporal)

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CETOSE

Gestação+

Ambiente

Balanço

Energético

Negativo

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Periparto desenvolvimento final do terneiro

Estresse do parto início da lacatção

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ETIOLOGIA

Consumo antes do parto

Crescimento do feto

Produção do colostro

Pico de produção de leite (4 semanas pós-parto)

CETOSE

Pico da ingesta de matéria seca (7-8 semanas pós-

parto)

Uma vaca com produção de leite em torno de 50 kg/dia

secreta aproximadamente 1,6 kg de proteína e 2,5

kg/dia de lactose (Ingvartsen 2006)

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CETOSE

Algumas causas primárias que levam a CETOSE:

Deslocamento do abomaso esquerda

Retenção de placenta, metrite e mastite

Retículo Peritonite Traumática

Sobrecarga ruminal

Lesões músculo-esqueléticas pós-parto

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Dinâmica da Lactante

CC Produção de leite

Semanas de Lactação

Escore

de C

C

Pico de LactaçãoPico da IMS

Final da Lactação

0 10 20 30 40 50

1

2

4

4

3

5

Ingestão de Matéria seca

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Co

nc

etr

ação

séri

caβ

-hid

roxib

uti

rato

PARTO

Vacas sem deslocamento de abomaso

Vacas com deslocamento de abomaso

Dias para o Parto

Normal

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Balanço energético

*

Balanço energético (MJ/d) Escore de condição corporal

Semanas Semanas

Journal of Dairy Science, Vol. 86, p. 1690–1706, 2003

Reist et al.,

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Parâmetros

Normal Subclínico Clínico

(mg/dl) (mmol/l) (mg/dl) (mmol/l) (mg/dl) (mmol/l)

Glicose

sangüínea52 2,86 28, 1,54

AGL 3,00 33

Ac 0 15,1 0,26

AcAc 0 <0,35 0,36-1,05 4,4 >1,5

BHB 10,7 1,08 > 15 1,5 > 21 >1,5

TOTAL 3; 6,1 10 a 30 >30 5,00

Fontes: Fleming, 1993 ; Santos 2005

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Patogenia

• 45 a 60 % da glicose sanguínea de ruminantes advém do

propionato e aminoácidos glicogênicos

• Principal fonte de energia AGV – via Gliconeogênese

– Propionato = Glicose

– Acetato = Gordura e corpos cetônicos

– Butirato = corpos cetêonicos

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O que vai com o leite???

Proteína Carboidrato Gordura

GorduraLactose

Proteína

AGV

Aminoácidos GlucoseÁcidos

Graxos

Proteína

BacterianaPropionato Acetato

Butirato

Amido Ácidos

Graxos

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Ciclo de Kebs

oxaloacetato

Piruvato

Citrato

α-Cetoglutarato

Succinil-CoA

Succinato

Fumarato

Malato

gAA

gAA

Metilmalonil-CoA

Propionil-CoA

GLICONEOGÊNESE

Glicogênio

Glucose 6 P

Frutose 1,6 DiP

Fosfofenol

Piruvato

Glucose 6 P

Glucose

gAA

gAA

Glicerol NEFA

gAA

Lactato PG

Glicerol 3 P NEFA

Acetil-CoA

Acil-CoA

Acilcarnitina

CPT-1

Acilcarnitina

Acil-CoA

SANGUE

GL

ICÓ

LIS

E

Acetato

Acetil CoA

Methylmalonil-CoA

Malonil-CoA

TG

Colesterol

Apoproteína

VLDL

Propionato Butirato

VLDL

AA

PC

Sín

tese d

a

Lip

op

rote

ína

Hepatócito

Aceto acetato Aceto

acetato

Acetona

β-hidroxi butirato

Acetato β-hidroxi butirato

CETOGÊNESE

OH-metilglutaril CoA

Acetoacetil

Aceto acetato

β-oxidação

HEPATÓCITO

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CETOSE PRIMÁRIA

X

CETOSE SECUNDÁRIA

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Classificação

• Quanto a sua origem, é dividida em:

Primária: o animal não possui uma dieta adequada e

por isso mobiliza parte de suas reservas corporais.

Secundária: a ingestão de alimentos está diminuída. É

o que acontece com o animal em balanço energético

negativo, devido, principalmente, à superalimentação no

período que antecede o parto.

Pode ser secundária também às broncopneumonias,

deslocamento de abomaso, acidose lática ruminal,

retículoperitonite e problemas locomotores.

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Classificação

• Alimentar: O animal ingere alimentos ricos em

precursores cetogênicos.

Espontânea: Alta concentração de corpos cetônicos no

sangue mesmo ingerindo uma dieta aparentemente

adequada..

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Tipos de cetose

Butírica

Excesso de Butirato na silagem

Tipo I - Deficiência nutricional

Tipo II - Vacas obesas

Diabets

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SINAIS CLÍNICOS

Perda de apetite (hipo ou anorexia)

Dificuldade em caminhar (cambaleio)

Redução na produção

SINAIS VITAIS NORMAIS?

Hálito cetônico, Cetonúria

Sinais nervosos (Cegueira; Salivação excessiva;

Agressividade, etc) – 12 a 24 horas

CETOSE

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Sinais Clínicos

CETOSE

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Cetose subclinicaAntes da Clínica;

Sem alterações clínicas;

Elevação dos corpos cetônicos sanguíneos; principalmente

BHBA;

Hipoglicemia (até 90% da glicose pode ser desviada para

síntese de lactose)

Elevação NEFA;

Elevação de enzimas sinalizadoras de lesão no fígado

como ALT(Aspartato Transaminase) e ALP (Fosfatase

Alcalina) devido ao aumento da mobilização de gordura

corporal e possíveis danos hepáticos causados pelos

Corpos cetônicos (Duffield, 2011).

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PrevalênciaCetose Clínica – 8 a 34%

Subclínica - >50%

Mc Art et al. (2012) avaliou1717 vacas oriundas de

quatro freestall, sendo dois do estado de Wisconsin e

Dois de Nova York. Foi verificado uma prevalência de

Cetose subclínica de 43,2% (741 vacas) nestes

rebanhos. Em 2013, avaliou-se 24 propriedades em

MG, 20 litros/dia, prevalência de cetose subclínica foi

de 79,17%, ou seja, 19 das 24 fazendas avaliadas

possuíam vacas com quadro de cetose subclínica.

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Perdas econômicas

Morte;

Descarte;

Serviços veterinários;

Medicamentos;

Mão-de-obra;

Diminuição na produção de leite;

Diminuição na taxa de concepção;

Além maior risco de desenvolver doenças características da

produção leiteira, como mastite, metrite,laminite e deslocamento

de abomaso.

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Métodos Diagnósticos

• Níveis de Corpos cetônicos no sangue

– β-hidroxibutirato

• Corpos Cetônico no leite

• Corpos Cetônicos na urina

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Diagnóstico

Uso da detecção de corpos cetônicos na urina em programas de controle

de cetose sub-clínica

20% prevalência 40% prevalência 60% prevalência

Positivos verdadeiros

Negativos verdadeiros

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TRATAMENTO – CETOSE SECUNDÁRIA

TRATAMENTO – CETOSE PRIMÁRIA

Dieta adequada

Glicose 50% - 500 mL/IV (1-2 vezes)****precauções

• Recidivas

• Insulina 100 a 200 UI

Glicocorticóide – dose única (0,04 mg/Kg)

• Absorção tecidual de glicose

• Glicemia

• Produção de leite

Glicerol

• 500 g – 2 vezes ao dia (10 dias)

Propilenoglicol

• 250 g – oral (2 vezes ao dia – 2 dias)

• Drench, Catosal, Bst!!!

CETOSE

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52

Prevenir doenças pré-disponentes

Estresse

Condição corporal constante no período

seco

• Evitar sobrealimentação

• Acima de 3,5 = maior propensão

“Conferir” aparecimento de corpos cetônicos na urina

CETOSE e FÍGADO GORDOPrevenção

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53

Ionóforos = Monensina Sódica

• Atua principalmente em Gram +

• Reduz metanogênese (10-12% da energia

consumida é perdida na forma de metano)

• Aumenta a produção de propionato (glicose),

aumentando a densidade energética da dieta em

3-4%

• 15-30 mg de monensina/Kg/dieta (final gestação e

início lactação) = Diminui incidência de cetose

clínica e subclínica

CETOSE e FÍGADO GORDOPrevenção

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54

Cetose Tipo 1

Maximizar energia início lactação, mantendo ingestão de matéria seca

CUIDADO: com acidose ruminal subclínica

Gordura: ineficaz (não providencia precursores de glicose rapidamente)

Adição de gordura para vacas em transição, apesar de aumentar a densidade energética, não aumenta o consumo de energia, por reduzir a ingestão de matéria seca.

CUIDADO: Dieta pobre em energia e rica em proteína (+19%): energia que será utilizada para processamento desta “proteína”

Mais importante que o consumo é a mudança no consumo de energia nas últimas semanas de gestação= animais com menor queda de consumo de energia são menos propensos a fígado gordo

CETOSE e FÍGADO GORDOPrevenção

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55

Cetose Tipo 2

• Manejo nutricional pré-parto (adequado consumo de matéria seca e ajuste da densidade de energia)

• “Restrição alimentar prolongada e moderada” antes do parto, menor risco de lipidose hepática

• Prevenir obesidade

CETOSE e FÍGADO GORDOPrevenção

Bst, Catosal, Drench

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56

Cetose por silagem

Eliminar silagem

Usar silagem para vacas secas, de reposição

monitorando para que ingestão de ác. butírico

seja menor que 50 g/vaca/dia

Aerar a silagem antes de fornecer aos animais

Diluir com silagem boa, garantindo ingestão de ác. butírico menor que 50 g/vaca/dia

Monitorar pH abaixo de 5,0

CETOSE e FÍGADO GORDOPrevenção

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Obrigado

Pela

Atenção!!!

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De ficar parado observando os

acontecimento ao meu redor

www.ufpel.edu.br/nupeec

“O único homem que não cometeu erros é aqueleque nunca fez coisa alguma.”

Roosevelt