doenças comun na pisciucltura

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  • 5/28/2018 Doen as comun na pisciucltura

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    18/10/2

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPACurso de Zootecnia

    DOENAS NA PISCICULTURA

    Prof. Dr. Paulo Rodinei Soares Lopes

    [email protected]

    Os peixes coexistem com parasitas e patgenos

    na natureza, em equilbrio.

    Alteraes ambientais como queda dos teores

    de oxignio dissolvido (OD),

    aumento de gs carbnico (CO2),

    amnia (NH3) e nitrito (NO2),

    altas estocagens e nveis de arraoamento,

    remoo e reestocagem podem causar estresse,

    reduo da resistncia,

    ferimentos e facilitar o desenvolvimento de

    enfermidades.

    O ambiente aqutico pode ser contaminado via:

    gua de abastecimento,

    introduo de peixes selvagens,

    cobras,

    tartarugas,

    caramujos,

    sapos e rs, aves piscvoras,

    raes,

    equipamentos contaminados, etc..

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Quadro clnico de infeces por bactrias (Bac), fungos (Fun),

    vrus (Vir), parasitas (Par) e por deficincia nutricionais (Nut):

    Sinais Clnicos Bac Fun Vir Par Nut

    1. Hemorragias (olhos, tronco, nadadeiras,boca, abdmen) X X X

    2. Leses corporais (necroses, lceras efurnculos)

    X X X X

    3. Manchas despigmentadas (descoloridas)pelo corpo

    X X

    4. Abdmen inchado ou comprimido(barriga seca)

    X X X X

    5. Olhos saltados e crnea opaca(catarata)

    X X X X

    6. Colorao anormal (escurecimento oupalidez)

    X X X X

    7. Excessiva produo de muco no corpo enas brnquias

    X

    8. Anemia (palidez das brnquias) X X X X

    9. reas necrosadas e deformidades nasbrnquias

    X X X X

    10. Pontos brancos, amarelos ou pretos nocorpo (cistos)

    X

    11. Nadadeiras desfiadas ou necrosadas(podrido ou eroso) X X X

    12. Deformidades corporais X

    Sinais Clnicos Bac Fun Vir Par Nut

    Alteraes de Comportamento

    1. Perdas de apetite X XX

    X X

    2. Letargia (natao vagarosa oupeixe fica parado)

    X XX

    X X

    3. Peixes boqueando na superfcie

    (asfixia)

    X X X X

    4. Peixes raspam o corpo em algumasuperfcie (prurido)

    X

    Sinais Clnicos Bac Fun Vir Par Nut

    Sinais Clnicos Internos

    1. rgos internos (fgado, bao erins) hemorrgicos

    X X

    2. Fludo claro ou opaco na cavidadeabdominal

    X XX

    X

    3. Fludo amarelado ou sanguinolentono intestino

    X X

    4. Leses (tipo lcera no fgado) X X X

    5. Hiperplasia (aumento de tamanho)

    de rgos internosX X

    6. Fgado de cor anormal, aspectofrivel e margens espessas

    X X

    7. Bao de tamanho aumentado ecom margens espessas

    X

    8. Cistos brancos no fgado X

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    Doenas mais recorrentes

    13.1 Ictioftirase

    Icthyophythirius multifilis,

    tambm conhecido por ictio ou doena dospontos brancos,

    parasita a pele e as brnquias de qualquerespcie de peixe.

    Essa enfermidade ocorre mais comumentequando h variaes bruscas de temperatura,

    em especial na incubao e larvicultura doJundi, por exemplo.

    Tratamento

    colocar e manter os peixes em soluo

    preparada com 3g de sal grosso para cada litro

    de gua.

    elevar a temperatura acima de 27C, durante

    duas semanas (feito para peixes

    individualmente). Banhar nos viveiros com 0,1-0,2 ppm de verde

    de malaquita. (Produto altamente txico e

    cancergeno).

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    13.2 Verme de Brnquias (Costia)

    Causa infeces nas brnquias dos peixes.

    Tratamento

    Em pequenos viveiros, utilizam-se 200-400 ppm

    de formalina, durante 15-40 minutos.

    Concentrao de 250-500 ppm durante 30

    minutos para larvas avanadas e 1000 ppm,

    durante 15-30 minutos, para os reprodutores.

    Deve-se realizar a total renovao da gua aps

    o tempo de tratamento.

    Saprolegnose Doena provocada pelo fungo Saprolegnia, que

    ataca peixes feridos e debilitados; apresenta

    manchas brancas ou salientes semelhantes a

    bolas de algodo sobre o corpo.

    Tratamento

    1) Um grama de verde de malaquita em 15 litros

    de gua, durante 10-20 segundos, sendo o

    tratamento repetido uma vez por semana, at o

    total desaparecimento dos sintomas.

    2) concentrao de 500 ppm de sulfato decobre; os peixes so mantidos nessa soluo

    at apresentarem sinais de aflio.

    Argulose Parasitismo provocado pelo crustceoArgulus, que

    provoca manchas vermelhas no corpo do peixe.

    Tratamento

    1) Neguvon diludo em pequena quantidade de gua e

    pulverizado no viveiro. Duas horas aps a aplicao,

    deve-se aumentar a renovao de gua no viveiro.

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    13.5 Lerneose

    A Lernaea sp. (Arthropoda, Crustacea,

    Coppoda, Lernaeidae),

    A Lernaea sp. tambm conhecida como

    verme ncora,

    Pelo fato de no ter um hospedeiro especfico,

    encontrada parasitando tanto espcies de

    peixes de gua quente como de gua

    temperada, sobretudo as espcies das famlias

    Cyprinidae e Ciclidae.

    O ciclo de vida da Lernaea de 25 dias a uma

    temperatura de 20 C;

    20 dias 25 C;

    17 dias 30 C e

    somente 14 dias 35 C.

    H indcios que temperaturas mais elevadas poderiam

    impedir ou evitar seu desenvolvimento.

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    FORMALINA

    PERMANGANATO DE POTSSIO (KMnO4)

    XIDO DE CLCIO (PROPEIXE).

    SAL COMUM (NaCl)

    RAO SUPLEMENTADA- Comercializada com o

    nome de VITOSAN, foi desenvolvida na Piscicultura

    guas do Vale (Leonhardt & Schwarzbold Ltda.) em

    Mato Leito - RS e quando fornecida aos peixes por um

    determinado perodo ( 14 dias), elimina as formas

    parasitas da Lernaea sp., sem efeitos negativos aos

    peixes ou ao meio ambiente. Requer entretanto, umperodo de carncia de 5 dias para o consumo humano..

    Tratamento

    Doenas Bacterianas

    Formas de Tratamento

    Formas de Tratamento

    As formas de tratamento mais empregadas so:

    Tpico: aplicao do teraputico diretamente

    nos locais de infeco; evite contato direto dos

    produtos com as brnquias.

    Injeo: principalmente de antibiticos empeixes de grande valor, como reprodutores,

    peixes ornamentais, etc..

    Rao Medicada: geralmente com antibiticos

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    Banhos Rpidos: consiste na exposio dospeixes a uma elevada concentrao doteraputico porm de curta durao (segundosa minutos)

    Banhos prolongadosou fluxo contnuo: ospeixes so submetidos a uma baixaconcentrao do teraputico por perodos maislongos (minutos a horas)

    Tratamento por tempo indefinido: os peixesficam expostos a uma baixa concentraoteraputica por tempo indeterminado. Estaforma de tratamento bastante empregada em

    tanques e viveiros de maiores dimenses.

    Observaes: 1. Larvas e alevinos so mais sensveis a

    produtos qumicos que peixes adultos

    2. Quanto maior a temperatura da gua, maior

    a toxidez de um certo produto aos peixes

    3. Quanto melhores forem as condies da

    qualidade de gua mais facilmente um

    tratamento com produtos qumicos ser tolerado

    pelos peixes.

    Produtos Qumicos:

    1. Sal Comum: o sal um produto barato e bastante seguro no

    tratamento de alguns parasitos e bactrias externas. O sal pode ser

    usado sem maior cuidado ou restrio no tratamento de peixes

    destinados ao consumo humano.

    2. Permanganato de Potssio (KmnO4): este produto bastante

    eficaz no controle de bactrias externas como a F. columnares,

    alguns protozorios e crustceos parasitos e fungos, neste caso

    com solues tpicas.

    3. Azul de Metileno: um corante com ao bactericida e

    parasiticida. Pode ser usado no controle de protozorios e fungos.

    4. Formalina(40% Formaldeido): um teraputico bastante

    usado no controle de fungos e protozorios. A aplicao pode

    causar a reduo dos nveis de oxignio dissolvido na gua de

    tanques e viveiros.

    5. Sulfato de Cobre(CuSO4.5H2O): pode ser usado no controle

    de protozorios, trematodos monogneos, fungos e bactrias

    externas.

    No entanto o sulfato de cobre bastante txico aos peixes,principalmente em guas com baixa alcalinidade total.

    No recomendada a aplicao em guas com alcalinidade abaixo

    de 30 mg de CaCO3/L. A dose de sulfato de cobre a ser aplicada

    calculada dividindo a alcalinidade total por 100.

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    6. Triclorfom, este inseticida bastante utilizado nocontrole de crustceos parasitos (Lernaea, Angulus eErgasilus), Trematodos monognicos e sanguessugas

    Pode ser txico em gua com baixa alcalinidade total,menor de 30 mg de CaCO3/L, principalmente emdosagens acima de 0,25 mg de IA/L ou 0,25g/m3.

    7. Verde Malaquita: este produto bastante eficaz nocontrole de muitos patgenos e parasitos, no entantoseu uso importante no controle do Ictio e no controlede fungos como a Saprolegnia.

    Peixes que receberam o tratamento podem apresentarfil com colorao esverdeada aps armazenamento

    sob refrigerao ou congelamento.

    Produtos e Tratamentos usados naPreveno e Controle de Parasitos,

    Fungos e Bactrias

    Produtos Tratamento Concentrao Organismo Alvo

    Sal Comum (NaCl) Banhos 5 minBanhos 30-60 min

    30 g/L2-10g/L

    Parasitos/Bact.Externas

    Permanganato dePotssio

    Banhos 20-30 minIndefinidoTpico

    10g/m3 (ppm)2g/m3 (ppm)Soluo 1%

    Parasitos/Bact.Esternas

    Parasitos/Bact.Esternas

    Fungos

    Azul de Metileno Indefinido 2-3 g/m3 (ppm) Fungos/Paras.Esternos

    Formalina Banhos de 30-60 minBanhos de 24 hrBanho ovos 20 minIndefinido

    150-250mL/m325-30 mL/m3600mL/m315-25 mL/m3

    Fungos e ParasitosExternos

    Sulfato de Cobre Indefinido TA/100=g /m3 Parasitas Externos

    Triclorfom IndefinidoBanhos ProlongadosBanhos de 1 a 3 min

    0,13 a 0,25 gIA/m3

    1 2,5 g IA/m310 g IA/L

    Lernaea, Angulus eErgasilus

    Oxitetraciclina ouClorohidrato deTetraciclina

    Na Rao 10 a 14dias

    Banhos Prolongados

    250 a 1800g/ton

    20 g/m3

    Bactrias Sistmicas eExternas

    Verde Malaquita IndefinidoBanho de 30-60 minTpico

    0,10 mg/L (ppm)1-2 mg/L (ppm)Soluo 1%

    Fungos/Paras/Bactrias

    Fungos/Paras/Bactrias

    Fungos