doenças causadas pela poluição atmosférica

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  • 8/7/2019 Doenas causadas pela poluio atmosfrica

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    Jornal Interno de Sade

    Navarro/2003

    (O Jornal Interno de Sade um documento interno do SMS desenvolvido com o objetivo de levar aoscolegas de trabalho informaes teis sobre o tema da Sade. Lembramos que as informaes aqui

    contidas no se destinam a prescrever medicamentos e nem induzir os colegas a auto-medicao. Quemdeve avaliar o estado clnico e medicar o Mdico Especialista)

    Assunto da Semana: Doenas causadas pela poluio atmosfrica

    A doena mais freqente a inflamao, causando ardncia nos olhos, nariz, garganta,traquia e, por vezes, tosse. A inflamao nada mais do que uma das formas com que ostecidos reagem perante irritantes qumicos, fsicos ou microrganismos. Nessas reas do corpo hmaior produo de lgrima ou muco e os tecidos ficam vermelhos. Trata-se de um incmodo, quedepois de algumas horas cessa espontaneamente.

    No h muito que fazer: colrio para os olhos e pastilha para a garganta trazem alvio,embora no sejam realmente necessrios. Essas manifestaes so as conjuntivites (inflamaoda conjuntiva do olho), rinites (inflamao do nariz), faringites (inflamao da faringe), traqueites(inflamao da traquia), bronquites (inflamao dos brnquios) e alveolites (inflamao dosalvolos pulmonares). Enquanto, as inflamaes, agudas e passageiras, no so alteraespreocupantes, contudo, transformam-se em doenas que podem complicar quando se cronificam.

    As sucessivas reaes inflamatrias acabam provocando infeces. Os tecidos aguda ecronicamente inflamados perdem as capacidades de defesa contra os microrganismos que estopresentes no prprio organismo e no ar que respiramos. O equilbrio entre o organismo e essesagentes mantido por meio de engenhosos sistemas de proteo que garantem a sade, porm,quando minados por inflamaes crnicas, os microrganismos instalam-se nos tecidos, proliferame causam uma infeco. Assim, as faringites, rinites e bronquites, por exemplo, transformam-seem inflamaes infectadas. A mais temvel das infeces a pneumonia. Em crianas e idosos,as pneumonias podem levar a morte.

    Os Poluentes mais importantes so: xidos de nitrognio, dixido de enxofre,hidrocarbonetos, aldedos, material particulado e oxidantes fotoqumicos (por exemplo, oznio).

    A poluio atmosfrica das cidades pode ser causa de cncer, porque alguns poluentesso cancergenos, principalmente os hidrocarbonetos policclicos aromticos. A concentraodessa substncia ou de qualquer outro poluente no ar no suficiente para causar cncer por sis. Contudo, junto com outros cancergenos, o cigarro por exemplo, aumentam a incidncia docncer pulmonar que, geralmente, no tem cura.

    O monxido de carbono (CO), que muitas vezes o responsvel pela m qualidade do ar,

    uma substncia que prejudica a oxigenao dos tecidos, e por isso, classificado como umasfixiante sistmico.

    A substncia que carrega oxignio aos tecidos a hemoglobina que est dentro dosglbulos vermelhos do sangue (tambm chamados de hemcias ou eritrcitos). Ao nvel doscapilares pulmonares, a hemoglobina recebe oxignio do ar que est nos alvolos e, depois,continua pelos vasos sangneos para levar esse elemento vital a todos os tecidos. L ele troca ooxignio por dixido de carbono que transporta at aos pulmes para liber-lo no ar alveolar ecarregar-se, novamente, com oxignio. O perigo do CO reside no fato de que impede aoxigenao dos tecidos. Casos graves de intoxicao por CO, no tendem a ocorrer ao ar livremas apenas em ambientes fechados (garagens, tneis longos e mal ventilados). Os sintomas so:confuso mental, inconscincia, parada das funes cerebrais e morte.

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    Como os principais poluentes provocam doenas?

    Monxido de CarbonoO monxido de carbono (CO) um gs inodoro, incolor, inspido produzido por queima

    incompleta de combustveis que contm tomos de carbono. Sua toxicidade foi uma das primeirasa ser intensamente investigada e, portanto, muito bem conhecida. Essencialmente, trata-se deuma substncia que prejudica a oxigenao dos tecidos e, por isso, classificada como umasfixiante sistmico. Vejamos esse mecanismo:

    A periculosidade do CO resulta da estabilidade do complexo CO + hemoglobina(carboxihemoglobina), de modo que o mecanismo de troca fica prejudicado: a hemoglobina no seconsegue livrar do CO, no pode troc-lo por O2 e, conseqentemente, oxigenar o organismo. E'por isso que o CO um asfixiante sistmico.

    Se 20% a 30% da hemoglobina ficarem saturados com CO, aparecem os sintomas e sinaisde hipxia (falta de oxigenao do organismo); acima de 60% de saturao, ocorrem perda daconscincia e morte.

    Todos os rgos necessitam de O2, no entanto alguns em maior quantidade do que outros,como o sistema nervoso, que muito sensvel sua falta. As intoxicaes graves provocam:confuso mental, inconscincia e parada das funes cerebrais. Nos envenenamentos crnicos,h perturbaes mentais, cardacas, renais e hepticas. Se a vtima no mais respirar CO ahemoglobina lentamente se livra desse gs txico. Nessas condies o sistema sangneo reageproduzindo novos glbulos vermelhos prontos para a troca vital de gases, restabelecendo o ciclonormal da oxigenao celular aps vrios dias, sem seqelas, para a maioria dos pacientes.

    xidos de NitrognioDois NOx so importantes na poluio do ar: o monxido de nitrognio (NO) e o dixido de

    nitrognio (NO2). Esses poluentes so formados, principalmente, nas cmaras de combusto demotores de veculos onde, alm do combustvel, h ar que contm grandes quantidades denitrognio e oxignio que, devido altssima temperatura existente, combinam formando os NOx. O NO, se permanecesse puro, seria um gs praticamente inofensivo e no representaria perigos sade. Entretanto, ele se oxida facilmente para NO2 que um gs invisvel, de odor caractersticoe muito irritante. A pessoa atingida sente imediatamente ardncia nos olhos, no nariz e nasmucosas em geral.

    O NO2 reage com todas as partes do corpo expostas ao ar, pele e mucosas, e provoca

    leses celulares. Os epitlios (revestimentos celulares) que mais sofrem so aqueles das viasrespiratrias, por serem mais sensveis do que a pele ou os epitlios da boca e da faringe,ocorrendo degeneraes celulares e inflamaes desde o nariz at profundidade dos alvolospulmonares.

    Em caso de intoxicao grave ocorrem: edema pulmonar, hemorragias alveolares einsuficincia respiratria, causando morte. Se a exposio for aguda, ou houver inalao crnicade doses nocivas, teremos doenas respiratrias de vrios tipos, como: inflamao passageiradas mucosas das vias respiratrias, traqueites e bronquites crnicas, enfisema pulmonar,espessamento da barreira alvolo-capilar e broncopneumonias qumicas ou infecciosas.

    Dixido de Enxofre

    Trata-se de um gs amarelado, com o odor caracterstico do enxofre e terrivelmenteirritante, porque em contato com superfcies midas, transforma-se em cido sulfrico. Aintoxicao aguda e fatal por SO2 simplesmente queima as vias respiratrias, desde a boca e o

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    nariz at aos alvolos. A destruio marcada por inflamao, hemorragia e necrose dos tecidos.As quantidades de SO2 lanados no ar, sobretudo pelos canos de escapamentos de nibus e

    caminhes, provocam irritaes discretas mas importantes ao longo prazo. Se o nvel do gs foralto, as pessoas sentem ardncia nos olhos, nariz e garganta e, por vezes, tossem.

    A mucosa respiratria que atapeta o nariz, a traquia e os brnquios, enfim a regiochamada de vias areas superiores, muito engenhosa. Possui uma camada celular com vriostipos de clulas: as clulas mucosas e as clulas ciliadas. As primeiras secretam muco recobrindocom uma camada fina as vias areas superiores; as outras movimentam seus clios de tal modoque a camada de muco continuamente deslocada de dentro para fora, dos pulmes para a boca.O muco pegajoso e prprio, portanto, para prender partculas de todo tipo que entram pelas viasareas durante a respirao. Graas ao trabalho das clulas ciliadas, as partculas ou mesmobactrias coladas ao muco no chegam intimidade dos pulmes mas so expulsas para a bocae imperceptivelmente deglutidas. Uma vez no estmago, o cido clordrico e o restante do tubo

    digestivo se encarregam delas. Esse sistema de defesa chamado de aparelho mucociliar.O gs SO2 muito solvel e ao chegar na mucosa respiratria, transforma-se em cido

    sulfuroso e/ou sulfrico (pelo contato com a umidade da mucosa) que, mesmo em quantidadesmuito pequenas, ao longo do tempo lesam o aparelho muco-ciliar. A doena que provoca atrqueo-bronquite crnica que, depois de certo tempo irreversvel, pois as defesas foramdefinitivamente comprometidas.

    Hidrocarbonetos

    Os HCs constituem uma grande famlia de substncias orgnicas compostas de hidrognioe carbono. Os combustveis fsseis, a gasolina e o leo diesel, tm centenas de HCs algunsformados por longas cadeias de carbono. Na queima dos combustveis fsseis a situao persiste:os gases de emisso da gasolina e do leo diesel contm muitos HCs distintos, entre eles umafamlia especial, a dos hidrocarbonetos policclico aromticos (HPAs). D-se o nome dearomticos a todos os compostos orgnicos que tm ncleo benznico (benzeno) na molcula.Chamam-se de cclicos aqueles compostos que apresentam mais de um anel em sua estrutura,por exemplo o antraceno, que tem 3 anis.

    HPAs so compostos orgnicos de carbono e hidrognio que possuem mais de umaestrutura em anel e, pelo menos, um ncleo benznico.

    Muitos HCs no tm efeitos sobre a sade, a no ser em concentraes altssimas quenunca ocorrem nas poluies atmosfricas. Entretanto, existem HCs que so perigosos por seremirritantes, por agirem sobre a medula ssea provocando anemia e leucopenia, isto , diminuindo o

    nmero de glbulos vermelhos e brancos, e, sobretudo, por provocarem cncer.

    Na indstria petroqumica existe o risco das leucemias (cncer do sangue) e, por isso, osnveis dos HCs perigosos so constantemente controlados. Nas poluies atmosfricas porautomveis, a correlao entre os nveis de HPAs, densidade de trfego e incidncia de cncerpulmonar foi demonstrada e, em conseqncia, foram desenvolvidos os catalizadores quereduzem a quantidade de HPAs emitida pela queima de gasolina e leo diesel. No Brasil essescatalizadores j so utilizados.

    Aldedos

    Aldedos so compostos qumicos resultantes da oxidao parcial dos lcoois. Assim, o

    lcool metanol ao perder um tomo de hidrognio (a perda de hidrognio aumenta a proporo deoxignio e, por isso, fala-se em oxidao dos lcoois) d origem ao aldedo frmico e o etanol, aoactico:

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    Na temperatura ambiente o aldedo frmico (AF) um gs incolor e de cheiro muitoagressivo. O que se encontra como formol no comrcio a soluo aquosa de AF. Na Medicina

    usado como desinfectante de salas cirrgicas ou outras, e pelos anatomistas e patologistas parapreservarem tecidos, rgos ou cadveres. O AF tambm muito consumido na indstria damadeira, de plsticos e de vernizes.

    O aldedo actico (AA) um lquido a 21oC , acima desta temperatura transforma-se emgs. explosivo, incolor e de cheiro caracterstico, desagradvel quando em altas concentraes.E' extensivamente utilizado na indstria qumica para a preparao de outros produtos comocloral, cido tricloroactico, inseticidas, etc...

    O AF componente dos gases de escapamento e emitido em quantidades muitopequenas, tanto no caso da gasolina como no do lcool. O que polui o ar em quantidades maiores o AA e isso s ocorre com o automvel a lcool. Conforme j explicado, o etanol parcialmente

    oxidado em AA que nas temperaturas do motor transforma-se em gs, e emitido junto com todasas outras substncias. Sua permanncia na atmosfera curta porque extremamente reativo,transformando-se em outros compostos. Por essa razo muito difcil obter altas concentraesde AA no ar, de forma estvel e por longo tempo.

    Para efeitos biolgicos, o AA classificado como irritante e narctico. Em altas doses e seinjetado no organismo, esse solvente tambm se mostra cancergeno. Contudo, na prtica,ningum injetado com AA e, conseqentemente, seu potencial neoplsico , at prova emcontrrio, apenas experimental. Sua neurotoxicidade comprovada e altas concentraes naatmosfera, obtidas em laboratrio, causam vertigens, convulses, coma e morte a ratos. Aautpsia evidencia graves leses no sistema nervoso central dos animais. Concentraesmenores irritam as mucosas dos olhos, do nariz e das vias respiratrias em geral, e provocam

    constrio dos brnquios, ou seja, uma crise asmtica.E' muito interessante que, no caso das bebidas alcolicas, o organismo livra-se de grande

    parte do lcool ingerido por meio de uma srie de transformaes qumicas realizadas no fgadoque terminam decompondo-no em gua e dixido de carbono, substncias essas facilmenteeliminveis pelos rins e pulmes. Isto significa que, freqentemente, uma certa quantidade de AA fabricada pelo prprio organismo que, no caso dos alcolatras ou os assim chamados"bebedores sociais", pode alcanar nveis indesejveis, tendo efeitos sobre o psiquismo e asprprias clulas hepticas. Assim, salvo algum acidente extraordinrio, a maior quantidade de AAque atinge o organismo fabricada por ele mesmo a partir do lcool etlico.

    Material Particulado

    As fbricas e todos os veculos a motor enchem a atmosfera com material particulado(MP). Os caminhes e nibus a diesel lanam ao ar gases e MP; esse constitui a maior parte damassa da exausto de seus motores. 80% da MP fuligem, a fumaa negra que se v saindopelos canos de escapamento. A MP no uma substncia mas, sim, um complexo muito grandede elementos que se agregam em partculas. Na atmosfera, em qualquer ar por mais limpo queseja, existe poeira. So partculas de diversos tamanhos: se muito grandes caem logo ao solopela fora da gravidade, se menores flutuam no ar e podem ser inaladas pelos seres vivos. Nohomem essas so retidas nas vias respiratrias superiores pelo aparelho mucociliar j descrito,porm, algumas partculas muito pequenas (menores do que 10 micra), penetram at a intimidadedo pulmo e depositam-se nos alvolos.

    O tecido pulmonar possui um sistema de defesas eficiente que remove a poeira que nele

    penetra. Clulas especializadas, os macrfagos, procuram fagocitar as partculas e o sistemalinftico drena quelas que escaparam dessas clulas a filtros apropriados, chamados delinfonodos. Enquanto que o aparelho mucociliar retira rapidamente do organismo as partculas que

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    nele ficaram presas, os macrfagos e o sistema linftico mantm por um tempo longo assujeiras nos pulmes e tecidos adjacentes.

    Chumbo

    O Pb um metal pesado que se adiciona gasolina em forma de tetraetila ou tetrametilade Pb, a fim de aumentar a octanagem desse combustvel. At a poucos anos, a cada litro degasolina acrescentava-se em torno de 1g de Pb e os gases de escapamento liberavampraticamente toda essa quantidade de Pb no ar (no Brasil substituiu-se esse poluente com aadio de lcool anidro). Na dcada dos 70, estimou-se nos USA em 200.000 toneladas o Pbemitido anualmente pelos carros. Mais recentemente, em 1982, verificou-se que na cidade doMxico caa 2,3 toneladas de Pb sobre cada km2. Como se trata de um metal pesado, ao serlanado na atmosfera pelo escapamento, uma pequena parte pode ser respirada por seres vivos,porm todo o resto precipita-se rapidamente ao solo. A, na terra, o Pb contamina guas,

    alimentos, pastagens, enfim tudo que existe. Desta forma, alm de entrar no organismo porinalao, o Pb tambm penetra por ingesto de alimentos contaminados. A intoxicao pelo Pb conhecida h longa data provocando saturnismo. Esse metal afeta principalmente o sangue, osistema nervoso, os rins e o aparelho gastrintestinal. No sangue causa anemia e degenerao dashemcias. No sistema nervoso verificam-se neurites nos adultos e encefalopatias nas crianas.Leses dos tbulos proximais caracterizam o acometimento renal e, finalmente, a sintomatologiada intoxicao por Pb do aparelho digestivo expressa por dores violentas em clica.

    Os problemas renais, neurites e clicas abdominais s aparecem com doses altas de Pb e,geralmente, so conseqentes a acidentes ou intoxicaes industriais. Portanto, afeta mais apopulao adulta. No caso das poluies de ar urbano, a quantidade de Pb jamais atinge nveisdramticos, contudo, assim mesmo preocupa as autoridades sanitrias. Acontece que o Pb

    absorvido, seja pelos pulmes, seja por via digestiva, cumulativo. Isto quer dizer que oorganismo tem dificuldades em se livrar desse metal e h uma tendncia de acumul-lo nosdentes e nos ossos. Com o correr do tempo, mais e mais Pb juntado no organismo e a sua taxano sangue vai aumentando.

    Oxidantes Fotoqumicos

    A luz solar causa uma srie de reaes entre as substncias existentes na atmosfera que,muito apropriadamente, so chamadas de reaes fotoqumicas. Os produtos que resultamdessas reaes so milhares e so divididos em categorias. Aqueles compostos que soresultantes da ao do luz solar e de oxidaes qumicas foram denominados de oxidantesfotoqumicos (OFs). Os principais so: oznio, aldedos, cetonas e perxidos.

    O oznio forma-se desse modo:

    NO2 + Luz Solar ---> NO + OO + O2 + Luz Solar ---> O3 (oznio)

    O oznio considerado o oxidante fotoqumico mais importante e muito irritante. Assim,os oxidantes fotoqumicos agravam a ao irritante dos outros poluentes e intensificam asinflamaes e infeces do sistema respiratrio.