doença celíaca

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Doença Celíaca Raquel C. Rennó Roberto C. Rennó Neto Mariana C. Rennó Raiane Nascimento Ludmilla Lobato Isadora Maluf UNIPAC - UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS FAME – FACULDADE DE MEDICINA

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Page 1: Doença celíaca

Doença Celíaca

Raquel C. RennóRoberto C. Rennó NetoMariana C. RennóRaiane NascimentoLudmilla Lobato Isadora Maluf

UNIPAC - UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS FAME – FACULDADE DE MEDICINA

Page 2: Doença celíaca

DOENÇA CELÍACA:A evolução dos conhecimentos

desdesua centenária

descrição originalaté os dias atuaisVera Lucia SDEPANIAN, Mauro Batista de MORAIS e

Ulysses FAGUNDES-NETO

4 - out/dez. 1999

Page 3: Doença celíaca

Objetivos Objetivos Gerais

Realizar revisão da literatura sobre Doença Celíaca

Objetivos Específicos Fornecer aos profissionais de saúde informações atuais

sobre Doença Celíaca a fim de melhorar seu diagnóstico e evitar suas complicações.

Page 4: Doença celíaca

DEFINIÇÃO

“Doença Celíaca é uma intolerânciapermanente ao glúten caracterizada por atrofiatotal ou subtotal da mucosa do intestinodelgado proximal e consequente má-absorçãode alimentos em indivíduos geneticamente suscetíveis”

Walker-Smith J.A. – Pediatric gastrointestinal disease.3ª Ed.2000.p-727-746

Page 5: Doença celíaca

Evolução

Samuel Gee, 1888 ► 1°descrição

Dicke, 1950 ► associou glúten a DC (observando crianças portadoras de DC durante II guerra mundial)

1980 ► testes sorologicos específicos

A forma assintomática reconhecida nas duas últimas décadas após o desenvolvimento de marcadores sorológicos ( anticorpo antigliadina, antireticulina e antiendomísio)

Brasil- atualmente: 1990 A Lei Federal que dispõe sobre a obrigatoriedade dos rótulos dos produtos informarem apresença de glúten &Aumento de cadastrados naAssociação dos Celíacos do Brasil.

Page 6: Doença celíaca

Lei de 1990

Obrigatoriedade nos rótulos dos produtos industrializados devem indicar presença de glúten.

Page 7: Doença celíaca

Glúten

Proteína encontrada

no trigo, cevada, centeio, aveia.

De acordo com o tipo de cereal: gliadina no

trigo, secalina no centeio,

hordeína na cevada e

avenina na aveia

Os principais aa: secalina, gliadina (a

mais tóxica). Hordeína e avenina ainda

existem controvérsias

Constituem a fração do

glúten solúvel em álcool

(prolaminas)

Aproximadamente 50%

Page 8: Doença celíaca
Page 9: Doença celíaca

Grupos de risco Familiares de pacientes celíacos

Condições associadas a DC:► Dermatite herpetiforme ( mais 90%)► Doenças auto imunes: Tireoide, diabetes, alopécia

areata, artrite juvenil► Deficiência de IgA► Síndrome de Down

TODO FAMILIAR DE PRIMEIRO GRAU DE PACIENTE

CELIACO DEVE SER RASTREADO PARA DC

Page 10: Doença celíaca

Epidemiologia

Raça: predominantemente na raça branca

Predominancia Feminina

Distribuição mundialEuropa –

prevalência maior do que doenças como

DM I, hipotireoidismo congênito,

fibrose cística

Page 11: Doença celíaca

Imunológicos

Ambientais Genéticos

DCDieta: gluten

Fatores desencadeantes:

Desmame precoce

Enteroinfecçoes

Adenovirus

Parasitoses

HLA (antígenode histocompatibilidade)

98% dos celiacos:

DQ 2

DR3

DQ 8

Prevalência:8 % a 12 % parentes de primeiro grau 70% em gêmeos monozigóticos

Celular

CD4+ gluten especificos(int.delgad)

CD8+

Linf T- estão elevados mesmo após tx

Humoral

Anticorpos da DC

Page 12: Doença celíaca

Doença Celíaca : prevalência Prevalência

1% da população geral“Íceberg”

1994 Itália, casosDiagnosticados X casos nãoDiagnosticados antes do rastreamento,foi de 1X7a maioria dos indivíduos comDC não são diagnosticados,

Sintomatica DC

DC silenciosa

DC latente(nao manifestada)

Susceptibilidade Genética: - DQ2, DQ8 Positividade Serologica

Mucosanormal

Figuraadaptada de:http://www.medwave.cl/medios/cursos/.jpg

Page 13: Doença celíaca

Doença por sensibilidade ao glúten

Doença celíaca

Dermatite herpetiforme

Aftas recorrentes

Resposta imunológica ao glúten do trigo, centeio, cevada e possivelmente aveia.

Page 14: Doença celíaca
Page 15: Doença celíaca

CD4 TH1 CD4 TH2

Fibroblastos Intersticiais Plasmócitos

Auto anticorpo:

Anti-tTG IgA (anti transglutaminase tecidual Ig A) EmA IgA (anti endomísio )

AGA Iga (Anti gliadina Ia A)

ETIOPATOGENIAGliadina

tTG auto-antígeno envolvido - a transglutaminase tecidual (enzima IC presente no endomisio)

Complexos Gliadina-tTG

CAA (DQ2;DQ8)

Atrofia das Vilosidades

Hiperplasia das Criptas

CITOCINAS

Cel. apresentadoras de antígenos

Page 16: Doença celíaca
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Page 18: Doença celíaca
Page 19: Doença celíaca

• I – aumento de linfócitos intraepiteliais

Page 20: Doença celíaca

• II – aumento de linfocitos intraepiteliais e

Hipertrofia de criptas

Page 21: Doença celíaca

• III – aumento de linfocitos intraepiteliais,• Hipertrofia de criptas e

• Leve atrofia de vilosidades

Page 22: Doença celíaca

• IV – atrofia total de vilosidades

Page 23: Doença celíaca
Page 24: Doença celíaca

Quadro ClínicoFormas:

ClássicaOligossintomaticaAtípicaAssintomática: alterações mucosa,sorologia+

Formas Latentes: com diagnóstico, mas com normalização da mucosa

Formas Potenciais: com marcadores sorológicos + ,mais biópsia normal.

Page 25: Doença celíaca

Quadro Clínico Forma clássica (mais freqüente–1º anos de vida)

Diarréia crônica Intolerância a lactoseVômitos IrritabilidadeFalta de apetiteDéficit de crescimentoDistensão abdominalDiminuição do tecido celular sub-

cutâneoAtrofia da musculatura glúteaMal absorção de gorduras : esteatorreia

e deficiência de vitaminas lipossolúveis

Page 26: Doença celíaca

Manifestações clínicas discretas - Oligossintomatica

Manifestações digestivas vagas

Dor abdominal Constipação Vômitos Distensão abdominal

isolada Baixa estatura

Page 27: Doença celíaca

FORMAS ATIPICASODONTOLOGIA:

• Hipoplasia do esmalte dentário • Aftas de repetição

Page 28: Doença celíaca

FORMAS ATIPICAS

HEMATOLOGIA:

Anemia ferropriva , megaloblástica

(pela mal absorção de ferro e ácido fólico)

Page 29: Doença celíaca

FORMAS ATIPICAS

ENDOCRINO:

Baixa estatura

Page 30: Doença celíaca

FORMAS ATIPICASORTOPEDIA: Mal absorção de Cálcio

Osteoporose

Raquitismo

Fraturas

Page 31: Doença celíaca

FORMAS ATIPICAS• REUMATOLOGIA:

Artrite

Artralgia

Page 32: Doença celíaca

FORMAS ATIPICASGINECOLOGIA:

Esterilidade

Abortos de repetição

(mal absorção de ácido fólico)

Page 33: Doença celíaca

FORMAS ATIPICAS

• NEUROLOGIA:

Epilepsia

Calcificações intracranianas

Page 34: Doença celíaca

FORMAS ATIPICAS PSIQUIATRIA: alterações no metabolismo do

triptofano(serotonina), piridoxina-Vit B6 (essencial para o metabolismo do triptofano).

Alterações do humordepressão

Page 35: Doença celíaca

Suspeita Clínica

Função digestivo/absortiva:

prova de absorção da D-xilose,

dosagem de gordura nas fezes

estudos hematológicos determinação de folatos nos

glóbulos vermelhos (criancas)

Sorologia

EDA/Histopatológico do intestino delgado

Diagnóstico

Page 36: Doença celíaca

Testes sorológicos- antígenos exógenos

Anti gliadina IgG e A

Não é patognomônico

IgG também encontrados: Crianças normaisDoença auto-imune:

Artrite reumatóideSíndrome de sjögrenSarcoidoseEczema atópico

Alergia às proteínas do leite de vacaDiarréia aguda e crônicaParasitoseHepatopatias

Page 37: Doença celíaca

Testes sorológicos - auto-anticorpos

Anti endomísio (EMA) Reage com elementos das camadas

musculares do intestino

Anticorpo anti-transglutaminase tecidual (anti-tTG)

IgA EMA – sensibilidade - 83 a 100% especificidade – 98 a 100%

Page 38: Doença celíaca

• A BIÓPSIA DE INTESTINO DELGADO É

CONSIDERADO PADRÃO OURO PARA O

DIAGNÓSTICO DE DC!!!

- NÃO DEVE SER REALIZADAS TENTATIVAS

TERAPÊUTICAS APENAS COM A SUSPEITA CLÍNICA

Page 39: Doença celíaca

Suspeita clinica

Sorologia positiva

E

Biopsia alterada

Retirada do glúten

• Remissão clínica clara• Negativação da sorologia

Page 40: Doença celíaca

Tratamento Dieta isenta de glúten por toda a vida Suplementação

vitamínica e de oligoelementos

(em alguns casos)

Page 41: Doença celíaca

PROIBIDO!!!Trigo, cevada, centeio, aveia, malte

Cerveja, whisky, vodka, gin.

Maionese, catchup, mostarda e temperos industrializados.

Patês enlatados, embutidos ( salame, salaminho e algumas salsichas ), Carnes à milanesa.

Queijos fundidos, queijos preparados com cereais proibidos

Page 42: Doença celíaca

TRATAMENTO:

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Page 46: Doença celíaca

Tratamento

maior riscomortalidad

e

Pacientes não diagnosticadosou

que não aderem à dieta

maior riscomorbidade

Holmes et al., 1989

Câncer orofaringeo e no esôfago: 23x >

Linfoma: 77x >

Baixa estaturaInfertilidade

Doenças ósseas Doenças auto-

imunesDistúrbios

psiquiátricos

Page 47: Doença celíaca

Alimentos permitidos

Leites e derivados:

Leite fresco; Leite condensado; Iogurte; Ricota;

Carnes:

Carnes em geral; Frutos do mar;

Queijo parmesão;

Queijo cheddar;

Queijo pasteurizado processado

Aves; Ovos

2 porções ou mais

2 porções ou mais

Page 48: Doença celíaca

Cereais:

Batatas; Arroz; Inhame;

Pães:

Especialmente preparados usando farinhas permitidas.

Frutas e Verduras:

Frutas frescas; Frutas congeladas; Sucos de frutas; Frutas enlatadas;

Talharim especial sem glúten; Cereal feito de fubá;

1 porção ou mais

3 porções ou mais

Vegetais frescos;

Vegetais congelados

Vegetais enlatados

2 porções ou mais

Page 49: Doença celíaca

Leguminosas:

Ervilhas; Feijões secos Lentilha

Gorduras:

Manteiga; Margarina; Óleo vegetal

Doces:

Chocolate; Geléia Mel Caldas em geral;

2 porções ou mais

Nozes

Molhos para salada;

Maionese 1 a 2 porções

Pudim;

Bolos;

Sorvete sabor baunilha

Page 50: Doença celíaca

http://www.acelbra.org.br/BELO HORIZONTE / MG - 0xx31            Rua Dr. Furtado de Menezes, 342Bairro Ipiranga - CEP 31160-170Contatos:Ângela - Presidente - [email protected] - Fone 3421-9768

Associacao dos Celiacos do Brasil - ACELBRA

Page 51: Doença celíaca

Conclusões Reconhecer o acometimento sistêmico

variado e não mais pensarmos na DC somente como acometimento isolado do sistema digestivo, com inicio reservado à infância, sem negligência de diagnósticos.

A dieta isenta de glúten (DIG) é o único tratamento conhecido devendo ser abordada por equipe multidisciplinar, visando a melhora da qualidade de vida e sobrevida do paciente.

Page 52: Doença celíaca

OBRIGADO